Forme o conceito sábio dos prazeres
O CRIADOR propôs que o homem tivesse prazer na vida. É por isso que nos fez com a capacidade de nos divertirmos a nós mesmos bem como a outros com perícias tais como a música. E o Criador também determinou que obtivéssemos prazer na satisfação de nossas necessidades básicas, assim como sua Palavra nos conta: “Vai, come o teu alimento com alegria e bebe o teu vinho com um bom coração . . . Vê a vida com a esposa que amas.” Sim, a Palavra de Deus não condena os prazeres em si mesmos. — Ecl. 9:7, 9.
Jesus Cristo, o Filho de Deus, deu o exemplo para nós no usufruto da vida, como nas outras coisas. Não era asceta. Apreciava os prazeres da amizade tais como visitar o lar de seu amigo Lázaro. Também lemos de sua presença numa festa de casamento em Caná; e, naquela ocasião, muito diferente de ser avesso às festividades, transformou miraculosamente a água em vinho, para que pudesse continuar o júbilo. — Luc. 10:38-42; João 2:1-11; 11:1-44.
Não obstante, a Palavra de Deus aconselha-nos a não dar muita importância ao gozo dos prazeres; não devemos buscá-los com avidez ou ganância. O homem deve comer para viver, e não viver para o prazer de comer. Ao mesmo tempo, a Palavra de Deus proíbe inteiramente certos “prazeres”. — Fil. 3:19.
Tornar a busca do prazer o principal ou único alvo na vida é o que se chama de “hedonismo”; esta é a filosofia pagã que diz: “Comamos e bebamos, pois amanhã morreremos.” Tal filosofia egoísta e materialista deve ser condenada, assim como a glutonaria e a bebedice: “Não venhas a ficar entre os beberrões de vinho, entre os que são comilões de carne. Porque [eles] ficarão pobres” — não só financeiramente, mas também quanto à saúde. — 1 Cor. 15:32; Pro. 23:20, 21.
O mesmo princípio se aplica aos prazeres de participar dos esportes. Com moderação, os esportes podem ser de algum proveito. Sob as circunstâncias corretas, podem fornecer saudável associação, divertimento e exercício físico, que é bom tanto para o corpo como para a mente. Os esportes, quer ativos ou do tipo de observação, bem como outras formas de recreação e descontraimento, têm todos seu lugar. Mas, não é sábio privar-se do sono ou descanso necessário por se entregar a tais prazeres; todavia, quantos são os que fazem exatamente isso! Nem deve o regalar-se com tais passatempos ocupar um lugar tão proeminente na vida da pessoa de forma a causar o descuido das obrigações para com o Criador da pessoa, bem como para com a família ou o próximo. — 1 Tim. 4:8.
Jesus, em sua parábola do semeador, avisou a não se deixar que os “prazeres desta vida” sufocassem a semente da verdade de Deus, resultando em infrutuosidade. Aconselha a Bíblia: “Seja a vossa razoabilidade conhecida de todos os homens”; isto é, seja moderado, razoável em todas as suas atividades e relações com outros. Tornar-se desequilibrado na busca de tais prazeres é ser desarrazoado. — Luc. 8:14; Fil. 4:5.
“Prazeres” Proibidos
Daí, então, há certos “prazeres” que devem ser completamente evitados, tanto por causa dos princípios que violam, como também por causa do dano que causam. Entre eles se acha o uso do fumo. O hábito de fumar é custoso, não só em cruzeiros e centavos, mas também à saúde. Com efeito, cada vez se descobre mais evidência sublinhando que fumar é um “prazer” proibido para aqueles que hão de ser sábios. Típicas são as descobertas publicadas em Today’s Health, de setembro de 1968, sob o título: “Pesquisadores Fortalecem a Acusação Contra o Fumo.”
Há também o prazer questionável do jogo. Incentiva o egoísmo, pois é, com efeito, uma forma de extorsão. Ademais, quão amiúde os que se entregam a isso se tornam jogadores viciados! Assim, apenas nos EUA, atualmente, há cerca de seis milhões de jogadores viciados, que vivem num mundo de fantasia. Seu vício faz com que muitos se voltem para o roubo e até mesmo para o suicídio. — Science Digest, abril de 1968.
Também a ser evitadas são as promíscuas relações sexuais. Quando consideramos a doença venérea, os filhos ilegítimos, os lares desfeitos e outras infelicidades causadas por tais, a sabedoria da Palavra de Deus em proibir os “prazeres” do sexo promíscuo se torna óbvia — Heb. 13:4.
A sabedoria dita que se evitem não só os “prazeres” das promíscuas relações sexuais, mas também as coisas que tendem a levar até elas, tais como as carícias. A Palavra de Deus limita tais prazeres aos casados. (Pro. 5:15-20) O proceder sábio é ‘endireitar as veredas para os seus pés’. Este é também o proceder amoroso, pois impede a pessoa de fazer outrem tropeçar. — Heb. 12:13.
Buscar Prazeres por Meio de Drogas
Presentemente, a busca de prazeres por parte de muitos jovens assume a forma de entregar-se à maconha e, a um grau menor, ao LSD e a outras drogas. Ao passo que há comparativamente poucos defensores do LSD entre os profissionais, há muitos que argumentam que não há diferença alguma entre se beber vinho e fumar maconha. Não vêem perigo algum no fato de que em algumas cidades dos EUA de 50 a 75 por cento dos estudantes do ginásio fumam a “erva”, como é chamada, e que, dentre estes, calcula-se que um terço sejam viciados. Na atualidade, há um difundido movimento para se legalizar o uso da maconha.
Mas, a comissão da Associação Médica Estadunidense que tratou destes problemas deixou registrado que a maconha “é uma droga perigosa e, como tal, é um problema de saúde pública”. (Newsweek, de 1.º de julho de 1968) E, seis meses antes, o juiz-presidente do Tribunal Superior de Massachusetts, EUA, G. Joseph Tauro, manteve a proscrição da maconha, afirmando, entre outras coisas:
“É meu conceito, baseado na evidência apresentada neste julgamento, que a maconha é uma droga prejudicial e perigosa. Tanto quanto eu possa depreender, seu único propósito é a indução de um estado de inebriamento ou euforia. A droga exerce grande atração perante os rapazes e as moças em idade universitária ou menos, durante seus anos formativos, quando deveriam estar obtendo a educação e a experiência em que basear suas vidas futuras. O uso da droga lhes permite evitar a resolução de seus problemas pendentes, ao invés de enfrentá-los realisticamente. . . . A coincidência entre o vício de narcóticos ‘piores’, o crime e a promiscuidade é grande demais para ser despercebida com sendo simplesmente acidental.” — Time, de 29 de dezembro de 1967.
Esta decisão direta de um juiz erudito sublinha a tolice de se buscar o prazer simplesmente por buscá-lo, sem se levar em consideração as conseqüências.
Prazeres Espirituais
Pode-se classificar os prazeres em três categorias básicas. Há os que são bons em si mesmos se usufruídos com moderação. E há aqueles “prazeres”, ‘prazeres sensuais’ e coisas semelhantes, que devem ser estritamente evitados como sendo tanto ilícitos como prejudiciais. E há também os prazeres que devem ser cultivados com assiduidade. Cultivar prazeres? Sim, assim como algumas pessoas aprenderam a adquirir um gosto especial por azeitonas, aipo e outros alimentos, há prazeres, prazeres espirituais, cujo “gosto” pode ser desenvolvido ou adquirido por parte dos humanos imperfeitos cujas tendências são para as coisas terrenas e egoístas.
A Bíblia nos diz que Jesus Cristo, tanto antes de vir à terra como quando estava na terra, sentia alegria, prazer, deleite em fazer a vontade de seu Pai. (Pro. 8:30; Sal. 40:8) Pense apenas no prazer que Jesus deve ter sentido em observar muitos milhares de pessoas satisfazerem sua fome com os pães e os peixes que lhes provera milagrosamente! Quão grande deve ter sido seu prazer em restaurar a visão aos cegos, a audição aos surdos, a força dos membros aos aleijados e aos paralíticos! E que prazer lhe deve ter dado pregar a boa-nova do Reino que oferecia liberdade da escravidão e libertação das cargas pesadas! — Mat. 11:28-30; João 8:31, 32.
Ao passo que os hodiernos seguidores de Cristo não podem fazer milagres, podem derivar prazeres espirituais tanto de receber como de dar, e se lhes insta que os cultivem. Entre tais se acha a assimilação do conhecimento de Jeová Deus, de seus tratos e seus propósitos. Assim, escreveu o salmista: “Exulto sobre a tua declaração, assim como quando alguém acha muito despojo.” Quão apreciável pode ser o assimilar as verdades bíblicas é avaliado pelas testemunhas cristãs de Jeová em especial em suas grandes assembléias. — Sal. 119:162.
Ainda maiores são os prazeres da generosidade, de se servir altruistamente a outros ou de dar a outros. Esta não é de forma alguma uma idéia afetada, mas é de uma forma ou de outra reconhecida em geral. Por exemplo, quem não gosta de receber um grupo de amigos ou ser anfitrião deles? E, assim, à medida que os ministros cristãos cuidam da necessidade espiritual de outros e encontram alguém apreciativo de seus esforços e ciente de sua própria necessidade espiritual, derivam genuíno prazer de suas atividades. Como se expressou numa recente assembléia um jovem pregador pioneiro de tempo integral: O serviço de pioneiro nos dá o máximo do maior prazer que há, o de ajudar outros a tomar sua posição a favor de Jeová. É até mesmo como disse Jesus: “Há mais felicidade em dar do que há em receber.” — Atos 20:35.
Assim, forme o conceito sábio dos prazeres. Evite os que são proibidos. Seja moderado no usufruto dos prazeres mundanos. E continue a cultivar os prazeres espirituais, que trazem benefícios a outros bem como para o próprio leitor, e trazem honra ao seu Criador, Jeová Deus.