Mantendo a nossa posse da paz
“Meu povo tem de habitar em morada pacífica, e em residências de plena confiança e em imperturbáveis lugares de repouso.” — Isa. 32:18.
1. Por que “o Deus de paz” às vézes se torna “pessoa varonil de guerra” e por quanto tempo se dará isto?
A PALAVRA de Deus nos diz que “para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: . . . tempo para a guerra, e tempo para a paz”. É por isso que Jeová Deus é mencionado com freqüência não só como “o Deus de paz”, ou “o Deus que dá paz”, mas também como “pessoa varonil de guerra” e como “Jeová dos exércitos”. Para vindicar sua soberania e restaurar a paz, verifica ser necessário às vezes recorrer à guerra, razão pela qual fala de si mesmo como “fazendo a paz e criando a calamidade”. Mas só durante o atual sistema iníquo de coisas é que há tempo para a guerra e tempo para a paz; na vindoura nova ordem, quando a vontade de Deus for feita na terra como no céu, haverá somente tempo para a paz. — Ecl. 3:1, 8, CBC; Fil. 4:9; Rom. 15:33; Êxo. 15:3; Tia. 5:4; Isa. 45:7.
2. Como, às vézes, as Escrituras descrevem a atividade pacifica das testemunhas de Jeová?
2 A mesma coisa também pode ser dita a respeito da atividade pacífica do dedicado ministro cristão. Como assim? No sentido de que seu ministério é repetidas vezes descrito em termos de guerra: “Como soldado excelente de Cristo Jesus, participa em sofrer o mal.” Naturalmente, não usa armas carnais ou materiais, assim como mostra o apóstolo Paulo: “As armas de nosso combate não são carnais, mas poderosas em Deus para demolir as coisas fortemente entrincheiradas.” E, também: “Temos uma luta, não contra sangue e carne, mas contra . . . as forças espirituais iníquas nos lugares celestiais.” O ministro cristão usa a verdade, a “espada do espírito, isso é, a palavra de Deus”, que “é viva e exerce poder, e é mais afiada do que qualquer espada de dois gumes”. Com ela, ele derruba os ensinos falsos, que desonram a Deus, não por orgulho ou má vontade, mas com humildade e com amor a Deus, à verdade e a seu próximo. — 2 Tim. 2:3; 2 Cor. 10:4; Efé. 6:12, 17; Heb. 4:12.
3. O que se pode dizer a respeito de nossa obrigação de manter a paz, e por quê?
3 Parece, então, que a obrigação do cristão de manter a paz nem sempre é a mesma. Pode-se dizer que é absoluta no que tange às suas relações com seus concristãos, assim como mostram as Escrituras: “Mantende a paz entre vós.” “Irmãos, continuai . . . a pensar em acordo, a viver pacificamente.” “Sêde pacíficos uns com os outros.” Quando os cristãos têm desacordos entre si, têm a obrigação de resolvê-los, por um lado dirigindo-se à pessoa a quem ofenderam, e, por outro lado, dirigindo-se à pessoa que os ofendeu para ver se é possível tirar isso de sua mente. Mas, a respeito dos “de fora”, sua obrigação de manter a paz é relativa ou qualificada: “Se possível” — talvez nem sempre seja possível — “no que depender de vós” — talvez os de fora não queiram resolver os assuntos — “sede pacíficos para com todos os homens”. — Mar. 9:50; 2 Cor. 13:11; 1 Tes. 5:13; Rom. 12:18; Mat. 5:23, 24; 18:15-17.
TENHA MENTALIDADE PACÍFICA
4. (a) Que fatores contribuem para a perda da paz? (b) Por causa disto, que conselho se acha nas Escrituras?
4 Por causa das imperfeições, fraquezas e egoísmo herdados, verificamos que a tendência humana é inclinar-se para a luta, para discutir com palavras ou golpes. As condições imperfeitas, os contratempos, e assim por diante, igualmente levam à contenda. De forma apropriada, a Palavra de Deus, do princípio ao fim, aconselha a paz. Sàbiamente José, o filho do patriarca Jacó, como primeiro ministro do Egito, quando enviava seus irmãos de volta a seu pai, depois de se dar a conhecer a eles, aconselhou-os: “Não alterqueis pelo caminho.” Porque é tão fácil começar uma discussão, Salomão pôde dizer: “É uma glória para o homem afastar-se de contendas, o tolo, porém, é o único que se enfurece.” — Gên. 45:24; Pro. 20:3, CBC.
5, 6. Que proveitos advém de se ter mentalidade pacifica?
5 Os que obtiveram a paz de Deus como sua posse, têm, por conseguinte, de trabalhar continuamente em favor da paz, tornar a paz seu alvo, se hão de manter esta preciosa possessão. Têm de ser cônscios da paz, ter mentalidade pacífica. E por que não haveríamos de ter mentalidade pacífica? A paz contribui para a própria saúde e bem-estar da pessoa, de todo modo. Como tem sido bem observado, a contenda e a fricção e a tensão se acham entre os motivos básicos de toda moléstia, mental, física e emocional. Portanto, deduz-se que, simplesmente a bem de nosso próprio bem-estar, devemos tornar a paz um alvo. Não pode haver felicidade na congregação cristã ou no círculo familiar se for o palco de contínua contenda. Toda pessoa sábia, por conseguinte, estará interessada em manter a paz.
6 Mais do que isso, porém, a paz contribui também para a eficiência e a prosperidade. Um país devastado pela guerra não produz colheitas. O corpo humano em guerra contra si mesmo não pode cuidar de si mesmo e, assim, tem de ser confiado a uma instituição onde há outras pessoas designadas a cuidar dele. Assim também se dá com qualquer organização, quer seja uma família, uma congregação, quer uma firma comercial, a paz interna é necessária para que possa funcionar eficientemente e alcançar seus alvos. É por isso que se aconselha aos cristãos: “O fruto da justiça tem a sua semente semeada sob condições pacíficas para os que fazem paz.” Também: “Aquele que amar a vida e quiser ver bons dias, refreie a sua língua do que é mau e os seus lábios de falar engano, mas desvie-se ele do que é mau e faça o que é bom; busque a paz e empenhe-se por ela.” — Tia. 3:18; 1 Ped. 3:10, 11.
7. O que significa ser pacifico?
7 Não é de admirar que Deus, em sua Palavra, dê tanto valor à paz. Assim, aconselhou aos judeus que retornavam a Jerusalém: “Amai a verdade e a paz.” E é por isso que Jesus disse: “Felizes os pacíficos, porque serão chamados ‘filhos de Deus’.” Note aqui que os pacíficos não são meramente os que são pacíficos ou que têm paz, mas os que têm inclinações pacíficas, que buscam a paz, que trabalham em favor da paz. Para obter a aprovação de Deus, temos de ser pacíficos. — Zac. 8:19, So; Mat. 5:9.
8. Qual é uma das formas de mostrarmos que nos achamos entre os pacíficos, e que obrigação isto nos impõe?
8 Se estivermos realmente entre os pacíficos “filhos de Deus”, então tornaremos a paz o assunto de nossas orações. Como admoestou há muito o salmista Davi: “Orai pela paz de Jerusalém: prosperarão aqueles que te amam. Haja paz dentro de teus muros, e prosperidade dentro dos teus palácios. Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Haja paz em ti.” Assim também o apóstolo Paulo aconselhou: “Não estejais ansiosos de coisa alguma, mas em tudo, por oração . . . fazei conhecer as vossas petições a Deus; e a paz de Deus, que excede todo pensamento, guardará os vossos corações e as vossas faculdades mentais por meio de Cristo Jesus.” — Sal. 122:6-8, Al; Fil. 4:6, 7.
PRECAVENDO-NOS DOS PERTURBADORES DA PAZ
9-11. (a) Como é classificado o orgulho entre os perturbadores da paz, e por quê? (b) Como é que o orgulho influi em nossa relação com Deus? (c) Com nosso próximo?
9 Se Deus há de responder as nossas orações pela paz, nós mesmos temos de fazer nossa parte; temos de trabalhar em favor daquilo pelo qual oramos. Isto, por um lado, significa precaver-nos dos perturbadores da paz. O principal entre estes é o orgulho. Por que se pode dizer isso? Porque foi o orgulho, em primeiro lugar, que impeliu a Satanás, o Diabo, em sua carreira como o grande destruidor da paz. O orgulho está no âmago de toda rebelião contra Deus, e a rebelião é um estado de guerra, o oposto da paz. O orgulho guerreia contra a submissão; todavia, sem submissão de nossa parte aos que estão acima de nós, não pode haver paz. — Eze. 28:17; 1 Ped. 5:5.
10 O orgulho nos torna inimigos de Deus. Como podemos ter paz quando estamos num estado de guerra com ele? Entre as sete coisas que são detestáveis a Jeová se acham os “olhos altivos” ou o orgulho. E a sabedoria divina personificada afirma: “Orgulho, arrogância, caminho perverso, boca mentirosa eis o que eu detesto.” Sim, visto que “Deus opõe-se aos soberbos”, simplesmente não pode haver paz entre nós e Deus se formos orgulhosos. Se desejarmos relações pacíficas com ele, temos de humilhar-nos, pois “dá benignidade imerecida [somente] aos humildes”. “Ainda que o Senhor [Jeová] é excelso, atenta para o humilde; mas ao soberbo conhece-o de longe.” — Pro. 6:16, 17; 8:13, CBC; Tia. 4:6; Sal. 138:6, Al.
11 O orgulho também resulta na perda de paz com o próximo. Com efeito, repetidas vezes o apóstolo Paulo mostra a relação entre o orgulho e a contenda — a ausência de paz — como sendo de causa e efeito: “Não fiquemos egotistas, atiçando competição entre uns e outros, invejando-nos uns aos outros.” Continue, assim, ‘não fazendo nada por briga ou por egotismo, mas, com humildade mental, considere os outros superiores’ ao leitor. “Se algum homem ensinar outra doutrina e não concordar com as palavras salutares, as de nosso Senhor Jesus Cristo, nem com o ensino concordante com a devoção piedosa, ele está enfunado de orgulho, não entendendo nada, mas tendo mania de criar questões e debates sobre palavras. Destas coisas procedem inveja, rixa, linguagem ultrajante, suspeitas iníquas, disputas violentas sobre ninharias.” Não há dúvida de que o orgulho é perturbador da paz. — Gál. 5:26; Fil. 2:3; 1 Tim. 6:3-5.
12, 13. Por que age o materialismo como perturbador da paz?
12 Outro perturbador da paz do qual desejamos precaver-nos é o materialismo. A ganância pelas coisas materiais, pelo lucro egoísta, torna-nos descontentes e nos lança numa porção de dificuldades, e, então, como podemos ter paz? Bem apropriadamente foi escrito: “O amor ao dinheiro é raiz de toda sorte de coisas prejudiciais, e alguns, por procurarem alcançar este amor, foram desviados da fé e se traspassaram todo com muitas dores.” Não podemos ter paz com Deus nem paz mental se formos impulsionados pelo materialismo. Lembremo-nos de que “não trouxemos nada ao mundo, nem podemos levar nada embora. Assim, tendo sustento e com que nos cobrir, estaremos contentes com estas coisas”. O contentamento contribui para a paz mental. — 1 Tim. 6:10, 7, 8.
13 A ganância também faz a pessoa competir com o próximo, assim tirando a sua paz, pois a faz competir com o próximo quanto às coisas materiais, assim como orgulho faz a pessoa competir com o próximo quanto à honra, destarte suscitando ciúmes, inveja ou temor de perda. No interesse da paz, por conseguinte, desejamos dar ouvidos ao conselho de ‘não visar, em interesse pessoal, apenas os nossos próprios assuntos, mas também, em interesse pessoal, os dos outros’, e procurar o proveito deles, e não apenas o nosso. — Fil. 2:4; 1 Cor. 10:23, 24.
14. Por que se pode chamar a todas as “obras da carne” de perturbadoras da paz?
14 Com efeito, pode-se dizer que todas as formas de egoísmo, todas as “obras da carne” são perturbadoras da paz e quanto mais crassas forem, maior será seu poder de perturbar a paz da pessoa. Com certeza o mentir, o roubar, o tapear e todas as formas de imoralidade sexual perturbam a paz da pessoa com Deus, dando à pessoa uma consciência culpada, e tiram a paz da pessoa com o próximo, porque fazem que usurpe seus direitos, conforme o apóstolo Paulo deixou tão claro: “Deus quer . . . que vos abstenhais de fornicação; que cada um de vós saiba obter posse do seu próprio vaso em santificação e honra, não em cobiçoso apetite sexual, tal como também têm as nações que não conhecem a Deus; que ninguém vá ao ponto de prejudicar e de usurpar os direitos de seu irmão neste assunto, pois Jeová é quem exige punição por todas estas coisas.” Note também quantas destas obras da carne são até mesmo intrinsecamente perturbadores da paz: “ódios, rixa, ciúme, acessos de ira, contendas, divisões, seitas, invejas, bebedeiras.” Não há dúvida de que, se havemos de manter nossa posse da paz, temos de precavernos e lutar contra todas as obras da carne. — 1 Tes. 4:3-6; Gál. 5:19, 20.
CULTIVAR AJUDAS PARA A PAZ
15, 16. (a) Como é que o amor ajuda a mantermos nossa posse da paz? (b) Como o faz a alegria?
15 Deduz-se logicamente que, se todas “as obras da carne” são perturbadoras da paz, então, todos os outros frutos do espírito (pois não nos esqueçamos de que a paz é um dos seus frutos) são ajudas para a paz que nós, por conseguinte, desejamos cultivar. (Gál. 5:22, 23) O primeiro deles, bem como o principal, é o amor. Tanto pelo que não faz como pelo que faz, ajuda-nos a manter nossa posse da paz. Por um lado “não é ciumento, não se gaba, não se enfuna”, tudo isso tendendo a perturbar a paz, assim como a perturba o ‘comportamento indecente’. Ao invés de perturbar a outros pela ganância, o amor nem sequer “procura os seus próprios interesses”. Nem perturba a sua própria paz por nutrir rancor ou alimentar ressentimento; não, ele “não leva em conta o dano”. Por outro lado, contribui para a paz por ‘alegrar-se com a verdade, e suportar e esperar todas as coisas e em acreditar e perseverar nelas’. Na verdade, por cultivar o amor, somos ajudados a manter nossa posse da paz. — 1 Cor. 13:4-7.
16 Será que a alegria igualmente contribui para a paz? Com toda a certeza! A alegria é uma qualidade positiva, expansiva, e assim leva à paz, assim como a paz leva à alegria. A alegria dá forças, habilitando-nos a desperceber descuidos e pequenas ofensas que ordinariamente nos perturbariam e destarte nos tirariam a paz. Intimamente relacionado com a alegria é o senso de humor, que amiúde pode ser de auxílio numa situação embaraçosa ou de outra forma incômoda ou difícil, deste modo preservando a paz. — Nee. 8:10.
17, 18. (a) Como é que a longanimidade leva à paz? (b) Como o faz a bondade?
17 O que dizer da longanimidade? Não há dúvida de ser uma ajuda em manter nossa posse da paz. Quanta contenda, internacional, nacional e racialmente, e entre pessoas, tem sido causada simplesmente porque as pessoas recusaram ser longânimes! Contribui para a paz, pois suporta as condições sempre que possível, ao invés de criar questões ou suscitar contendas. A longanimidade impede que a pessoa seja sensível demais, de ficar fàcilmente ofendida, assim contribuindo para a paz. Sim, é preciso ter ‘longanimidade, suportando-nos uns aos outros em amor’, se havemos de nos esforçar para “observar a unidade do espírito no vínculo unificador da paz”. — Efé. 4:2, 3.
18 O seguinte fruto do espírito que é mencionado em Gálatas 5:22 é a bondade. É também uma qualidade que desejaremos cultivar como ajuda à paz. Como tem sido dito muito bem, a bondade tem poder, pois põe em fuga os desentendimentos e limpa o caminho para o perdão. Desarma o crítico, o eivado de preconceitos, o suspeitoso, tudo isto contribuindo para a paz. Contribui para a amabilidade, que, por sua vez, leva à paz. A ajuda que a bondade é para a paz é indicada pelas palavras do apóstolo Paulo em Efésios 4:31, 32, (CBC), onde contrasta a bondade com seus opostos: “Toda amargura, ira, indignação, gritaria e calúnia sejam desterradas do meio de vós bem como toda a malícia. Mostrai-vos bondosos, uns para com os outros, e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.”
19-21. (a) De que valor é a boa qualidade moral em contribuir pata a paz? (b) De que valor é a fé? (c) A brandura?
19 Igualmente valiosa como ajuda à paz é a boa qualidade moral, definida como virtude, excelência moral. O Criador, Jeová Deus, é a própria personificação e essência da boa qualidade moral, e devemos tentar imitá-lo, já que fomos feitos em Sua semelhança. Por certo, se a paz está longe dos iníquos, deve estar perto dos que praticam a boa qualidade moral, que produzem os frutos da luz, que “consistem em toda sorte de bondade, e justiça, e verdade”. Atualmente, há pouco “amor à bondade”, e por isso há pouca paz no mundo. A boa qualidade moral contribui para a boa consciência, que é indispensável à paz. É por isso que os cristãos são aconselhados: “Tende uma boa consciência”, de modo que aqueles que falam mal de sua boa conduta possam ficar envergonhados. — Efé. 5:9; 2 Tim. 3:3; 1 Ped. 3:16.
20 Ainda outro fruto do espírito que é grande ajuda para que mantenhamos a nossa posse da paz é a fé, confiança em Jeová, assim como lemos: “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.” Como Jesus aconselhou: “Não se aflijam os vossos corações. Exercei fé em Deus, exercei fé também em mim.” Por causa da fé, podemos ‘erguer-nos e levantar as nossas cabeças, sabendo que nossa libertação está próxima’, ao mesmo tempo em que o restante de toda a humanidade ‘fica com o coração deselentado de temor e expectativa do que virá sobre a terra’. E, quando nossas próprias fraquezas e falhas nos perturbarem e desanimarem, podemos obter a paz por exercermos fé no amor e na misericórdia de Jeová e no sacrifício de resgate de Cristo. — Isa. 26:3, Al; João 14:1; Luc. 21:28, 25, 26; Sal. 103:8-14; 1 João 1:7.
21 Quanto ao seguinte fruto do espírito mencionado pelo apóstolo Paulo, a brandura, quão óbvio é que leva à paz! Ser brando significa ser gentil, suave, não áspero, duro ou irritante. Jesus tinha temperamento brando e chamou de felizes os de temperamento brando. Nada é mais passível de perturbar a paz do que a ira, mas “uma resposta branda aplaca o furor”. Sim, especialmente quando nos vemos confrontados com a falta de brandura da parte de outros, quando são ásperos, quando, por exemplo, as autoridades ‘exigirem de nós a razão da esperança que há em nós’, precisamos responder “com temperamento brando e profundo respeito”. — Pro. 15:1, CBC; 1 Ped. 3:15; Mat. 5:5; 11:29.
22. Por que o domínio próprio é tão grande ajuda para mantermos a paz?
22 Por fim, há o fruto do domínio próprio, secundário apenas ao amor como ajuda em mantermos nossa posse da paz. Quando alguém nos insulta, esbofeteando-nos numa face, por assim dizer, o domínio próprio nos habilitará a darmos a outra face, destarte mantendo a paz. O domínio próprio nos impedirá de gritar quando outros ficam excitados, assim ajudando a restaurar a paz. “O homem iracundo excita questões, mas o paciente”, ou aquele que exerce o domínio próprio, “apazigua as disputas”, restaurando a paz. — Pro. 15:18, CBC; Mat. 5:39.
23. Que papel desempenha na paz o controle da língua?
23 Em especial se deve controlar a língua. A tagarelice pode ser prejudicial, mas pode também causar má vontade e separar amigos se for pouco lisonjeira, conforme lemos: “Quando não houver mais lenha, apagar-se-á o fogo; assim desterrado que seja o mexeriqueiro, apaziguar-se-ão as contendas.” “Lança fora o mofador, e com ele se irá a discórdia.” O domínio próprio da língua também é necessário quando alguém se dirige a nós com uma queixa. Então, é fácil deixarmos nossas emoções ficarem envolvidas e tomarmos o lado do ofendido. Mas, não! Exerçamos o domínio próprio, mantenhamos o equilíbrio e arrazoemos sobre o assunto. A bem da paz, procuremos amenizar a situação: ‘Bem, será que isso foi tão mal assim? Talvez não o tenha entendido bem, ou ele não o entendeu. Talvez não estivesse sentindo-se bem na ocasião. Não leve isso tão a sério, estou certo que não houve má intenção!’ — e assim por diante. Desta forma, poderá também trabalhar a favor da paz. — Pro. 26:20; 22:10, So.
24, 25. Que responsabilidade no interêsse da paz têm os maridos, os superintendentes e as esposas?
24 Portanto, não importa onde estejamos, queremos exercer o domínio próprio a bem da paz. Talvez o marido seja provado por algo que a esposa ou os filhos disseram ou fizeram. Se exercer o domínio próprio, a situação pode ser facilmente remediada, mas, caso responda com palavras ou ações precipitadas, afastará para bem longe a paz. O mesmo se dá na congregação cristã. Não importa qual seja a natureza da ofensa, se o superintendente responder com furor ou ira, com linguagem pouco aconselhável, fará que a paz voe pela janela, por assim dizer. E então a paz terá de ser restaurada antes que o problema possa ser resolvido. — 2 Tim. 2:23, 24.
25 Não que os outros também não tenham responsabilidade neste particular. “Melhor é habitar num canto do telhado do que conviver com uma mulher impertinente.” A esposa importuna é proverbial como perturbadora da paz, todavia, é tão desnecessária, tão desarrazoada, tão amolante! A sua falta de domínio próprio põe à prova o domínio próprio dos outros em volta dela. — Pro. 21:9, CBC.
26, 27. Resumindo tudo, o que se pode dizer a respeito de obtermos e mantermos nossa posse da paz?
26 Na verdade, assim como a própria paz é também um de tais frutos, o restante dos frutos do espírito nos ajudam a cultivar tal fruto, mantendo-a como nossa posse. Jeová, como o Deus de paz, e seu Filho, como o Príncipe da paz, têm-nos dado a sua paz. Trata-se duma paz ímpar, baseada em princípios e que não depende de nosso ambiente. Por motivo de exercermos fé, foi-nos possível travar relações pacíficas com Jeová Deus, e agora temos de nos esforçar de manter nossa posse da paz. Temos de ter paz com nossos irmãos e, no que depender de nós, queremos ter paz com nosso próximo, seja ele quem for.
27 Isso significa ter mentalidade pacífica, fazendo da paz nosso alvo, orando a favor da paz, trabalhando em prol da paz, precavendo-nos dos muitos perturbadores da paz e, em especial, ficando vigilantes contra Satanás, o Diabo, o grande destruidor da paz. Significa cultivarmos todos os restantes frutos do espírito que tanto levam à paz. Desejamos realmente manter nossa posse da paz, pois a paz contribui para o bem-estar mental e físico, contribui para a atividade efetiva e resulta em felicidade.
28. Que relação há entre a paz e a felicidade?
28 Não é Jeová Deus o Deus feliz, e Jesus Cristo o feliz Potentado? Sim, são, e se havemos de ser felizes, temos de ter sua paz. “Alegria tem os que aconselham a paz.” E não disse Jesus: “Felizes os pacíficos, porque serão chamados ‘filhos de Deus”‘? Será que avaliamos o sentido destas palavras? Dito de outro modo, ser pacífico é característica identificadora dos filhos de Deus, assim como é seu amor e a sua mensagem. Portanto, salvaguardemos sempre a paz de Deus, a nossa posse. — Pro. 12:20; Mat. 5:9.