O amor cobre uma multidão de pecados
“Tende intenso amor uns pelos outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados.” — 1 Ped. 4:8.
1, 2. (a) Que males cometemos todos nós, e por que talvez até mesmo os cometamos com maior freqüência? (b) O que nos ajudará a vencer os problemas que surgem?
JÁ FALOU alguma vez rispidamente com alguém, e logo depois lamentou ter feito isso? Ou já agiu de outro modo sem amabilidade, e depois se arrependeu disso? Sem dúvida, isso já aconteceu com todos nós. E, ao passo que aumentam as pressões e dificuldades sobre nós com a aproximação do fim deste sistema de coisas, as ocasiões em que ofendemos alguém poderão tornar-se mais freqüentes. Portanto, o que devemos fazer ao surgirem problemas?
2 Ao buscarmos uma resposta, é útil examinar de perto o que diz. 1 Pedro 4:7, 8. Ali se menciona que, visto estar-se aproximando o fim de todas as coisas, devemos ser “ajuizados”, “vigilantes, visando as orações”, mas devemos especialmente ter “intenso amor uns pelos outros”. Agora, note o motivo apresentado, pelo qual este amor é tão importante. O relato diz: “Porque o amor cobre uma multidão de pecados.” Este é um aspecto muito importante a considerar.
3. (a) Que fato temos todos de encarar? (b) Que observação correta faz a Bíblia sobre nós?
3 Temos de encarar o fato de que, por causa da desobediência e imperfeição de nossos pais originais, Adão e Eva, todos herdamos a inclinação para fazer o mal ou pecar. (Rom. 5:12) Todos nós freqüentemente erramos o alvo do que é justo. Temos em nós a inclinação a ser invejosos, a ficar irritados, a gabar-nos, a não perdoar, e assim por diante. E não nos iramos com nós mesmos quando às vezes cedemos a essas inclinações pecaminosas? No entanto, tais tendências más existem, e simplesmente temos de reconhecer que, ocasionalmente, serão expressas em palavras e ações. O discípulo Tiago, escrevendo sob a inspiração de Deus, observou corretamente: “Todos nós tropeçamos muitas vezes. Se alguém não tropeçar em palavra, este é homem perfeito.” Mas, ninguém é perfeito. “Não há homem que não peque”, diz a Bíblia. — Tia. 3:2; 1 Reis 8:46.
4. (a) Qual não deve ser nossa reação quando ocorrem pecados, mas o que devemos fazer? (b) O que nos ajudará a examinar as coisas de modo realístico ao surgirem problemas?
4 Por isso é vital que sejamos realísticos a respeito de nossas relações mútuas. As inclinações pecaminosas vão achar expressão entre os cristãos, não importa quanto procurem impedir que isso ocorra. (Rom. 7:15-20) Não devemos ficar terrivelmente chocados e perturbados, chegando talvez à conclusão de que esses erros são indício de que não estamos associados com a verdadeira congregação cristã. Não; antes, devemos procurar evidência de que o amor cobriu esses pecados. Portanto, é vital que exerçamos amor para provar que somos parte da verdadeira congregação cristã. No entanto, nem sempre é fácil fazer o que é direito e amoroso. A Bíblia ajuda-nos a reconhecer isso. Ela nos permite ver o que acontecia na congregação cristã do primeiro século, que nos pode ajudar a examinar as coisas de modo realístico, para podermos manter o equilíbrio quando surgem problemas.
MULHERES FILIPENSES COM PROBLEMA
5. (a) Descreva parte do fundo histórico da congregação filipense. (b) Que espécie de carta escreveu o apóstolo Paulo?
5 Primeiro, vejamos uma situação que se desenvolveu na congregação cristã em Filipos, principal cidade do distrito da Macedônia. O apóstolo Paulo estabeleceu esta congregação em 50 E. C., na sua visita durante a sua segunda viagem missionária. (Atos 16:11-40) Poucos anos depois, no decorrer da sua terceira viagem missionária, parece que Paulo pode visitar novamente a congregação filipense. (Atos 20:1-6) Daí, cerca de dez anos depois de ter sido estabelecida a congregação, Paulo sentiu-se induzido a escrever-lhes uma carta comovente de amor e encorajamento, por causa dos atos extraordinários dos filipenses em bondade e zelo cristãos. Em toda ela os elogiou, com apenas um leve indício de correção perto do fim de sua carta.
6. O que escreveu Paulo a respeito de Evódia e Síntique e que perguntas suscita isso?
6 Paulo escreveu: “Por conseguinte, meus amados e saudosos irmãos, minha alegria e coroa, mantende-vos deste modo firmes no Senhor, amados.” Mas, agora veja a próxima declaração: “Exorto Evódia e exorto Síntique a serem da mesma mentalidade no Senhor.” (Fil. 4:1, 2) Por que será que Paulo disse isso? Por que encorajou a congregação a ‘manter-se deste modo firme no Senhor’, e depois destacou estas duas mulheres, Evódia e Síntique, e as exortou a serem da mesma mentalidade no Senhor?
7. (a) Qual foi talvez o motivo de estas duas mulheres, não terem a mesma mentalidade no Senhor? (b) O que é talvez indicado pelo fato de Paulo saber da atitude delas?
7 É evidente que havia um problema entre essas duas mulheres; pelo que parece não estavam unidas na mesma mentalidade. Ora, a Bíblia não nos diz qual a diferença entre elas ou o que levou à dificuldade entre elas. Talvez fossem de algum modo ciumentas uma da outra. Talvez ambas tivessem personalidade forte e talvez simplesmente se exasperassem mutuamente ao ponto de não mais falarem uma com a outra. Mas, não importa qual o problema, havia fricção, porque não eram “da mesma mentalidade no Senhor”. E Paulo sabia disso a centenas de quilômetros de distância, em Roma, donde ele escreveu, o que indica que a dificuldade talvez fosse antiga e bastante bem conhecida entre os irmãos.
8. (a) Que espécie de mulheres eram basicamente Evódia e Síntique, e o que indica isso? (b) Que lição podemos usar deste acontecimento no primeiro século?
8 No entanto, ao mesmo tempo, basicamente eram boas mulheres cristãs. Ambas serviam a Jeová Deus junto com seus irmãos e irmãs. Pois, Paulo prossegue, escrevendo à congregação: “[Persiste] em auxiliar estas mulheres, que lutaram lado a lado comigo nas boas novas.” (Fil. 4:3) De modo que Evódia e Síntique eram cristãs já por algum tempo, tendo trabalhado anteriormente com Paulo na promoção da obra de pregação. Mas, elas tinham então um problema. Portanto, se na congregação do primeiro século existiram dificuldades assim, devemos ficar excessivamente perturbados se ocorrerem hoje similares? Mas, não eram apenas as mulheres que tinham tais problemas.
DIFICULDADES ENTRE ANCIÃOS CRISTÃOS
9, 10. (a) O que aconteceu com João Marcos durante a primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé? (b) Por que talvez quisesse Barnabé levar junto a Marcos na segunda viagem missionária, mas, o que pensava Paulo sobre isso?
9 Também anciãos cristãos, até mesmo anciãos de destaque, tinham problemas. Tome, por exemplo, o apóstolo Paulo e seu anterior companheiro de viagem, Barnabé. Eles haviam completado a primeira viagem missionária, estabelecendo várias congregações cristãs, e estavam então pensando numa segunda viagem, conforme explica a Bíblia: “Depois de alguns dias, Paulo disse a Barnabé: ‘Acima de tudo, voltemos e visitemos os irmãos em cada uma das cidades em que publicamos a palavra de Jeová, para ver como estão.’” (Atos 15:36) Naquela primeira viagem missionária haviam sido acompanhados por João Marcos, mas, por um motivo não revelado, o relato diz que “João retirou-se deles e voltou para Jerusalém”, onde morava sua mãe Maria. — Atos 13:13.
10 Assim, quando Paulo e Barnabé consideravam a sua segunda viagem missionária, surgiu o nome de Marcos. A Bíblia nos diz o que aconteceu: “Barnabé, da sua parte, estava resolvido a levar consigo também João, que se chamava Marcos. Mas Paulo não achava correto que levassem consigo a este, visto que se tinha afastado deles desde Panfília e não tinha ido com eles à obra.” (Atos 15:37, 38) De modo que havia uma diferença de opinião. Barnabé achava que Marcos havia tido uma boa desculpa para voltar a Jerusalém, durante a primeira viagem; talvez a mãe dele estivesse doente e ele voltasse para estar com ela. Não sabemos o que foi. Mas, por outro lado, se a partida de Marcos foi uma atitude precipitada, inescusável, Barnabé evidentemente achava que Marcos havia aprendido a lição e se apegaria esta vez à obra. Mas, Paulo achava que não. Não queria levar junto a Marcos. Ora, não acha que esses dois anciãos cristãos, maduros, podiam ter resolvido esta diferença de modo amigável? No entanto, o que foi que aconteceu?
11. (a) Qual foi o resultado do desacordo entre Paulo e Barnabé por causa de Marcos? (b) Mostrou esta dificuldade entre anciãos cristãos que eles não eram servos do verdadeiro Deus?
11 A Bíblia diz: “Em vista disso, houve um forte acesso de ira, de modo que se separaram um do outro; e Barnabé tomou consigo Marcos e navegou para Chipre. Paulo selecionou Silas e partiu.” (Atos 15:39, 40) Pode imaginar isso? Dois destacados anciãos haviam tido, não apenas uma pequena altercação, mas “um forte acesso de ira entre si, e por um motivo aparentemente tão pequeno. De modo que se separaram, evidentemente não com os melhores sentimentos de um para com o outro. Se você, leitor, tivesse estado lá e visto isso, teria chegado à conclusão de que aquela não devia ser a organização de Deus, por causa do modo em que agiram esses anciãos de destaque?
12. Que pecado cometeu Pedro durante uma visita a Antioquia, e o que o induziu a agir assim?
12 Ou considere outro tipo de acontecimento, um pouco diferente, que ocorreu em Antioquia. Quando o apóstolo Pedro visitou esta cidade da Síria, associou-se com a congregação inteira, destemidamente comendo e mantendo livremente contatos sociais nos lares dos crentes gentios. Sabia que isso era correto, pois, anos antes, havia sido divinamente orientado a pregar a Cornélio, que se tornou o primeiro converso gentio, incircunciso, do cristianismo. No entanto, quando alguns cristãos judeus, da parte do meio irmão de Jesus, Tiago, em Jerusalém, visitaram Antioquia, Pedro, temendo críticas dos “da classe circuncisa”, começou a retirar-se e a separar-se dos cristãos gentios. Outros cristãos judeus, circuncisos, começaram ali a fazer o mesmo. Isto obviamente não era certo. Era pecado da parte de Pedro causar tal divisão na congregação cristã.
13. (a) Qual foi a reação de Paulo quando estava em Antioquia e viu o que estava acontecendo? (b) Por que era Pedro hipócrita nas suas ações, mas, que sensação dava ser corrigido perante toda a congregação?
13 Por volta deste tempo, o apóstolo Paulo também estava em Antioquia, e ele ficou irado com o que via acontecer. Na sua carta aos gálatas, ele explicou: “Quando vi, porém, que não estavam andando direito segundo a verdade das boas novas, eu disse a Cefas [Pedro] na frente de todos eles: ‘Se tu, embora sejas judeu, vives como as nações e não como os judeus, como é que compeles as pessoas das nações a viver segundo a prática judaica?’” (Gál. 2:11-14) Pedro sabia que a lei mosaica não vigorava mais e havia mostrado isso antes, por associar-se livremente com os gentios. (Atos 10:28, 29) Mas, então, por medo, reinstituía as divisões estabelecidas sob a Lei mosaica, de que sabia, porém, que não mais se aplicava aos cristãos judeus. (Efé. 2:13-18) Portanto, ‘retirar-se e separar-se’ ele dos cristãos gentios era claramente um ato hipócrita, provocado pelo temor do que certos cristãos judeus, especialmente os de Jerusalém, pudessem pensar dele. E Paulo por isso, expôs a hipocrisia de Pedro perante toda a congregação. Como se teria sentido você, leitor, se fosse Pedro? — Heb. 12:11.
DEIXAR O AMOR COBRIR PECADOS
14. (a) O que poderia Pedro ter achado de receber esta correção de Paulo? (b) No entanto, que atitude posterior dele para com Paulo indica que Pedro deixou que o amor cobrisse este pecado seu?
14 Imagine como Pedro deve ter-se sentido. Ele tinha destaque entre os apóstolos, tendo sido anteriormente encarregado de privilégios especiais de serviço pelo próprio Jesus Cristo. (Mat. 16:18, 19; Atos 2:14-41; 10:34-48) Paulo era mais novo na organização cristã, e então estava ali perante toda a congregação resistindo a Pedro na face dele. Pedro poderia ter achado, com indignação: ‘Como se atreve Paulo a falar-me deste jeito perante toda a congregação?’ Mas, não; Pedro era humilde. Aceitou a correção, e não permitiu que ela esfriasse seu amor a Paulo. Pois, note como Pedro se referiu mais tarde a Paulo, numa carta de encorajamento a concristãos: “Considerai a paciência de nosso Senhor como salvação, assim como vos escreveu também o nosso amado irmão Paulo, segundo a sabedoria que lhe foi dada.” (2 Ped. 3:15) Sim, Pedro permitiu que o amor cobrisse o problema, o qual, neste caso, resultou de seu próprio pecado. Pedro certamente demonstrou a qualidade que distingue a verdadeira congregação cristã!
15. (a) Foi sanada a dificuldade entre Paulo e Barnabé, e o que indica se foi ou não? (b) Que evidência há de que Paulo talvez reconhecesse que formara mau juízo a respeito de Marcos?
15 Que dizer do problema entre Paulo e Barnabé, surgido quanto a levarem consigo Marcos? Será que este problema, que atingiu o clímax num forte acesso de ira, também foi com o tempo coberto pelo amor? Sim, evidentemente foi. Pois, mais tarde, quando Paulo escreveu à congregação coríntia, enquanto fazia serviço missionário em Éfeso, ele chamou Barnabé, junto com Pedro e outros apóstolos, de colaboradores íntimos. (1 Cor. 9:5, 6) Evidentemente, Paulo reconheceu o mau juízo que fez a respeito de Marcos, e pode ter humildemente pedido desculpas tanto a Marcos como a Barnabé. Pois, mais tarde, Paulo fala de Marcos em termos elogiosos. De fato, ele escreveu em uma de suas cartas a Timóteo: “Apenas Lucas está comigo. Toma a Marcos e traze-o contigo, porque ele me é útil para ministrar.” — 2 Tim. 4:11; Col. 4:10.
16. (a) É razoável presumir que Evódia e Síntique tenham resolvido suas diferenças? (b) No entanto, que atitude errada poderiam ter manifestado?
16 Pois bem, que dizer de Evódia e Síntique? Resolveram suas diferenças, permitindo que o amor cobrisse quaisquer pecados que possam ter cometido uma contra a outra? A Bíblia não nos diz o que aconteceu finalmente. Mas, sendo boas mulheres, que se haviam empenhado lado a lado com Paulo no seu ministério cristão, podemos razoavelmente presumir que tenham aceito humildemente o conselho dado. Podemos imaginar que, quando se leu a carta de Paulo, elas se dirigiram uma à outra após a reunião e resolveram seu problema no espírito de amor. Por outro lado, poderiam ter ficado endurecidas pelo conselho dado. Poderiam ter adotado a atitude: ‘Que direito tem Paulo de escrever à toda a congregação sobre o nosso problema?’ E assim, suas diferenças não teriam sido solucionadas e poderiam até ter piorado. O que se daria se isso tivesse acontecido?
17. (a) Se Evódia e Síntique não tivessem resolvido suas diferenças, que possível desenvolvimento poderia ter ocorrido? (b) Podemos hoje aprender alguma coisa de tal possível desenvolvimento?
17 Pois bem, esta carta aos filipenses foi escrita por volta de 60 E. C. Alguns anos depois, em 64 E. C., o imperador romano Nero supostamente incendiou Roma e culpou disso os cristãos. Logo depois irrompeu uma grande perseguição contra os cristãos. O que se teria dado se essa perseguição se estendesse também a Filipos, e Evódia e Síntique tivessem sido lançadas na prisão, assim como aconteceu ali com Paulo e Silas, anos antes? (Atos 16:19-34) O que teria acontecido se tivessem sido postas na mesma prisão e na mesmíssima cela? Ora, o que teria acontecido se não tivessem tido a mesma mentalidade e se as suas diferenças tivessem passado a ser ódio mútuo? Elas se teriam derrubado uma a outra espiritualmente, talvez arruinando sua relação com Jeová Deus. Quão triste isso teria sido! E quão triste seria hoje se não tivéssemos intenso amor uns pelos outros quando a “grande tribulação” sobrevier a este sistema de coisas! — Mat. 24:21.
O AMOR É VITAL AO SE APROXIMAR O FIM
18. (a) O que precisamos aprender a fazer? (b) Ao se aproximar o fim, que possível situação mundial enfatiza a necessidade de amarmos os irmãos e irmãs na nossa própria congregação?
18 Isso é algo em que devemos pensar seriamente. Tem-se aproximado o fim de todas as coisas e precisamos cultivar intenso amor para cobrir a “multidão de pecados” que todos temos. (Tia. 3:2) Precisamos aprender a amar nossos irmãos e irmãs, apesar de suas falhas na personalidade, seus hábitos irritantes ou outros aspectos deles, que talvez nos desagradem. Pois, pense um pouco nisso: Ao passo que este sistema se aproxima de seu colapso total na “grande tribulação”, e as comunicações, sem dúvida, se interrompem e os meios modernos de viagem se tornam impossíveis, com quem poderemos entrar em contato para oferecer-lhes ajuda e receber a ajuda deles? Não nossos irmãos numa congregação à distância de mil quilômetros, cem quilômetros ou talvez até mesmo vinte ou dez quilômetros. Não, mas Jeová Deus proveu concristãos na nossa própria congregação para nos fortalecer e ajudar. É especialmente a essas pessoas perto de nós, nossos íntimos companheiros cristãos, que precisamos amar e ser amados por eles. Quão importante mostrará ser esta relação íntima nos tempos dificultosos à frente!
19. Quais poderão ser as conseqüências se deixarmos de ter intenso amor uns pelos outros?
19 Se não tivermos intenso amor pelos na nossa própria congregação, poderá haver conseqüências muito más. O apóstolo Paulo mostrou isso ao escrever aos cristãos na Galácia, os quais evidentemente tinham alguma dificuldade em se darem bem uns com os outros. Ele exortou: “Por intermédio do amor, trabalhai como escravos uns para os outros. Pois a Lei inteira está cumprida numa só expressão, a saber: ‘Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.’ Se vós, porém, persistis em morder-vos e em devorar-vos uns aos outros, acautelai-vos de que não fiqueis aniquilados uns pelos outros.” (Gál. 5:13-15) Sim, se não tivermos amor uns aos outros, podemos derrubar e até mesmo arruinar mutuamente a nossa relação com Jeová. Isto resultaria em nosso fracasso para sobreviver à “grande tribulação” agora tão próxima!
20. Como mostra a Bíblia que o amor a Deus precisa estar acompanhado pelo amor a nossos irmãos?
20 Assim, pois, realmente precisamos empenhar-nos em cultivar amor mútuo. Simplesmente não podemos praticar a verdade e ao mesmo tempo guardar ressentimento contra nossos irmãos ou de outro modo tratá-los de maneira desamorosa. A Bíblia é muito específica sobre este ponto, dizendo: “Se alguém fizer a declaração: ‘Eu amo a Deus’, e ainda assim odiar o seu irmão, é mentiroso. Pois, quem não ama o seu irmão, a quem tem visto, não pode estar amando a Deus, a quem não tem visto. E temos dele este mandamento, que aquele que ama a Deus esteja também amando o seu irmão.” Não há dúvida sobre isso, temos a obrigação de nos amarmos uns aos outros. — 1 João 4:20, 21; 3:14-16.
APRENDA COM OS MELHORES INSTRUTORES
21. (a) O que poderão alguns achar de seus irmãos cristãos? (b) Contudo, que exemplo em demonstrar amor provê Jeová Deus?
21 Mas, alguém poderá dizer: “Não está entendendo. Há certos na nossa congregação que não agem como verdadeiros cristãos. São muito exasperadores e antipáticos no seu modo de agir.” Pode ser que alguns ainda tenham muito que fazer para desenvolver verdadeiras qualidades cristãs. Contudo, Jeová Deus, nosso Criador perfeito, os ama. Ele não espera até que sejamos quase perfeitos, nem mesmo até que comecemos a transformar nossa personalidade, para se harmonizar com os modos dele, antes de nos amar. Não, mas a Bíblia diz: “Deus recomenda a nós o seu próprio amor, por Cristo ter morrido por nós enquanto éramos ainda pecadores.” (Rom. 5:8) Sim, enquanto estávamos ainda arraigados num proceder de transgressão e tínhamos uma disposição antipática e egoísta, Jeová nos amou. Este é o exemplo de mostrarmos amor que somos convidados a imitar. — Efé. 5:1, 2.
22, 23. (a) Que tendência má manifestou-se entre os apóstolos de Jesus perto de Cafarnaum? (b) Como se manifestou novamente tal tendência, e que conselho deu Jesus?
22 Também Jesus Cristo nos deu um maravilhoso exemplo neste respeito. Reuniu em volta de si discípulos que basicamente eram homens bons. Contudo, tinham tendências más. Por exemplo, em caminho para Cafarnaum entraram numa discussão. O relato bíblico diz: “Entraram em Cafarnaum. Então, quando [Jesus] estava dentro da casa, fez-lhes a pergunta: ‘Sobre que estáveis disputando na estrada?’ Eles ficaram calados, pois na estrada tinham disputado entre si quem era maior.” De modo que Jesus trouxe uma criancinha no meio deles, pôs os braços em volta dela e disse aos seus discípulos que eles precisavam humilhar-se iguais às criancinhas, não procurar destaque. — Mat. 9:33-37; Mat. 18:1-6.
23 No entanto, não foi muito tempo depois disso, quando se aproximavam de Jerusalém, que os apóstolos Tiago e João se chegaram a Jesus e pediram os dois postos de maior destaque no seu reino, um à sua direita e o outro à sua esquerda. A Bíblia diz: “Ora, quando os outros dez ficaram sabendo disso, principiaram a indignar-se com Tiago e João.” De modo que Jesus lhes deu outra repreensão por esta tendência má que existia entre eles. Disse-lhes: “Sabeis que os que parecem estar governando as nações dominam sobre elas, e seus grandes exercem autoridade sobre elas. Não é assim entre vós; mas quem quiser tornar-se grande entre vós, terá de ser o vosso ministro, e quem quiser ser o primeiro entre vós, tem de ser o escravo de todos.” — Mar. 10:35-45.
24. (a) Que exemplo de humildade deu Jesus aos seus apóstolos na última Páscoa que passaram juntos, mas, sobre que discutiam logo depois? (b) Como continuou Jesus a mostrar amor aos seus apóstolos, e com que resultado?
24 Foi provavelmente um pouco mais de uma semana depois que Jesus se reuniu com seus discípulos para tomar a sua última refeição pascoal com eles. Sabia do problema que existia entre eles; assim, pelo que parece, logo no início desta refeição que tomaram juntos, o que foi que Jesus fez? Tomou uma bacia, encheu-a de água e fez a ronda dos apóstolos, lavando os pés de cada um deles! (João 13:4-17) Que belo exemplo de humildade para seguirem! Contudo, o que aconteceu depois, naquela mesma noite? A Bíblia nos diz: “No entanto, levantou-se também uma disputa acalorada entre eles sobre qual deles parecia ser o maior.” (Luc. 22:24) Pode imaginar isso? No entanto, Jesus não desistiu em desgosto, nem disse: ‘Vocês não têm jeito. Eu desisto de vocês. Nunca vão aprender ser verdadeiros seguidores meus.’ Não, mas embora manifestassem tais tendências pecaminosas, Jesus os amava. Continuou a admoestá-los e a aconselhá-los. (Luc. 22:25-27) E eles finalmente aprenderam e trabalharam mais tarde unidos, sem que um deles procurasse ambiciosamente destaque e prestígio.
25. (a) Que bem resultará de deixarmos que o amor cubra pecados? (b) Por que é tão vital que tenhamos agora intenso amor um pelos outros?
25 Deveras, o amor cobre “uma multidão de pecados”. De fato, por exercê-lo — por perdoarmo-nos, ajudarmo-nos e admoestarmo-nos uns aos outros — impediremos que os pecados causem dano ou dificuldades duradouros. Nunca se esqueça do que o apóstolo Pedro escreveu sobre a importância do amor, neste tempo crítico da história: “Tem-se aproximado o fim de todas as coisas”, disse ele. “Sede ajuizados, portanto, e sede vigilantes, visando as orações. Acima de tudo, tende intenso amor uns pelos outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados.” Certamente é agora que precisamos exercer intenso amor. Nossa própria sobrevivência para o novo sistema justo de Deus depende de fazermos isso. — 1 Ped. 4:7, 8.
[Foto na página 732]
A fim de ajudar seus discípulos a vencer uma tendência má, Jesus trouxe ao seu meio uma criança e disse-lhes que precisavam humilhar-se iguais às criancinhas.