Os limites do Reino de Deus
1. Que dois requisitos se mencionam em Mateus 5:3, 19 com respeito ao reino de Deus?
JESUS salientou, no seu bem conhecido Sermão do Monte, a importância de se buscar o reino de Deus em relação direta com os seus limites, quer dizer, as pessoas que este incluiria no seu rol de membros. Mencionando primeiro a necessidade de os herdeiros do Reino terem humildade e uma atitude suplicante, ele disse: “Felizes os cônscios de sua necessidade espiritual, porque a eles pertence o reino dos céus.” Como aviso e encorajamento, ele salientou também a necessidade de os herdeiros do Reino se manterem dentro dos confins dos mandamentos de Deus, dizendo: “Quem, portanto, violar um destes mínimos mandamentos [da Lei mosaica] e ensinar a humanidade neste sentido, será chamado ‘mínimo’ [portanto, impróprio] com relação ao reino dos céus. Quanto àquele que os cumprir e ensinar, esse será chamado ‘grande’ com relação ao reino dos céus.” — Mat. 5:3, 19.
2. Como podem e devem ser aplicadas pessoalmente as petições iniciais da oração do Pai-Nosso?
2 Considere a seguir as palavras iniciais da oração modelo, que forma parte deste discurso: “Nosso Pai nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra.” (Mat. 6:9, 10) Não se trata apenas de petições gerais. De fato, constituem limites ou demarcações orientadoras que devemos aplicar a nós pessoalmente. Temos de santificar o nome de Jeová no coração e na mente, bem como em toda a nossa conduta. Conforme o apóstolo Paulo escreveu a respeito de nossa conduta: “Isto é o que Deus quer, a vossa santificação, que vos abstenhais de fornicação; que cada um de vós saiba obter posse de seu próprio vaso em santificação e honra . . . Pois Deus nos chamou, não com uma concessão para a impureza, mas em conexão com a santificação. O próprio Deus de paz vos santifique completamente.” Não só devemos desejar ver a vontade de Deus feita na terra, de modo geral, mas devemos sinceramente procurar conhecer e cumprir a sua vontade em nossa própria vida, agora mesmo, e assim provar nosso amor a ele. Este é o significado de nossa dedicação. O apóstolo João escreveu: “Não estejais amando nem o mundo, nem as coisas no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele . . . o mundo está passando, e assim também o seu desejo, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” — 1 Tes. 4:3-7; 5:23; 1 João 2:15-17.
3. Além de se buscar o Reino, que mais mencionou Jesus e como tropeçaram muitos por causa disso?
3 Mais adiante, no discurso de Jesus, depois de advertir contra os perigos do materialismo, “as coisas pelas quais se empenham avidamente as nações”, ele disse: “Persisti, pois em buscar primeiro o reino e a sua justiça [a de Deus], e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas.” (Mat. 6:32, 33) Estranho como talvez pareça, Jesus tocou ali numa das principais barreiras encontradas em se buscar a Deus, não só para os judeus, mas para o povo em geral. A maioria das pessoas estão ansiosas de se justificar e parecer estar certas, pelo menos aos olhos de seus companheiros. Isto é determinado pelas suas próprias normas, que variam grandemente entre os diversos povos, especialmente na moderna sociedade permissiva. Os judeus, em geral, procuravam estabelecer a sua própria justiça, confiando na sua capacidade de guardar a Lei dada por intermédio de Moisés. Conforme disse Paulo: “Têm zelo de Deus, mas não segundo o conhecimento exato; pois, por não conhecerem a justiça de Deus, mas buscarem estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque Cristo é o fim da Lei, para que todo aquele que exercer fé possa ter justiça.” — Rom. 10:2-4; veja também Gálatas 3:10-14.
4. Qual é o motivo desta dificuldade? Como opera e como pode ser vencida?
4 Por certo, o orgulho, o oposto da humildade, é a raiz de tal dificuldade. Ele começou com o Diabo, “o deus deste sistema de coisas”, e é um meio pelo qual ele “tem cegado as mentes dos incrédulos, para que não penetre o brilho da iluminação das gloriosas boas novas a respeito do Cristo, que é a imagem de Deus”. O orgulho age como barreira a buscarmos o verdadeiro Deus. Inverte nosso coração para dentro, para nós mesmos, em admiração. De modo que nossas faculdades mentais ficam obtusas em descrença, e isto age como véu. “Mas, quando há um retorno a Jeová, [em humildade e sinceridade,] é retirado o véu.” O orgulho talvez seja parte de nossa constituição natural, mas, conforme disse Paulo, devemos ‘desnudar-nos da velha personalidade’, e, em vez disso, ‘revestir-nos de humildade mental’. — 2 Cor. 4:4; 3:13-16; Col. 3:9, 12.
5. (a) Como descreveu Jesus os requisitos para se buscar a vida e por que assim? (b) É o caminho do mundo realmente um de verdadeira liberdade?
5 Perto do fim de seu discurso naquele monte da Galiléia, Jesus especificou limites definidos para os que buscam a vida, dizendo: “Entrai pelo portão estreito; porque larga e espaçosa é a estrada que conduz a destruição, e muitos são os que entram por ela; ao passo que estreito é o portão e apertada a estrada que conduz a vida, e poucos são os que a acham.” (Mat. 7:13, 14) Não se deixe desanimar por isso. Jesus não disse que era da vontade de Deus que apenas poucos a achassem. Poderá estar entre os que acham esta entrada e estrada restritas que conduzem à vida, se estiver preparado para aceitar os termos do discipulado envolvido. (Luc. 9:23, 24) De passagem, poderíamos acrescentar que o caminho do mundo, o proceder de satisfazer os próprios apetites e a autodeterminação, embora aparentemente sem limites, ‘largo e espaçoso’ é realmente um proceder de escravidão, confinado pelo pecado e pelo egoísmo, e conduzindo à frustração e à destruição. — Rom. 6:16, 21.
6. Que advertência final deu Jesus, apoiada por meio de que ilustração vigorosa?
6 Finalmente, de novo destacando a necessidade de obediência e advertindo contra a mera profissão de se buscar a Deus, Jesus disse: “Nem todo o que me disser: ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos céus, senão aquele que fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus.” Ele concluiu com uma ilustração vigorosa, mostrando o resultado para aquele que “ouve estas minhas palavras e as pratica” e o resultado para aquele que “ouve estas minhas palavras e não as pratica”. — Mat. 7:21-27; 15:7-9.
APREÇO QUE LEVA À MOTIVAÇÃO
7. (a) Que qualidades são vitais em se buscar a Deus, levando a que bom resultado? (b) Como foi isto demonstrado por Abel, Enoque e Noé?
7 Com estas declarações de Jesus em mente, podemos apreciar de modo mais cabal que, ao buscarmos a Deus, temos de estar prontos e ansiosos de satisfazer todos os seus requisitos. A fé e a devoção são essenciais. Não se trata apenas de qualidades abstratas. Se forem cultivadas corretamente, elas nos motivarão a nos achegarmos a Deus numa relação íntima com ele, fazendo-nos andar com ele. Isto se deu com aqueles homens e aquelas mulheres de fé mencionados em Hebreus, capítulo onze. Igual a Abel, Enoque “teve o testemunho de que agradara bem a Deus”. A seguir, Noé “mostrou temor piedoso e construiu uma arca para a salvação de sua família”. A respeito de tais homens, diz-se que estavam “andando com o verdadeiro Deus”. Naturalmente, não se pode estar buscando uma pessoa se já se está andando com ela, ou se pode? Para tais homens, a busca havia terminado, embora sempre procurassem reter o favor e a aprovação de Jeová. Todas estas testemunhas pré-cristãs provaram sua fé e devoção pelas suas obras, pela sua fidelidade e perseverança. — Heb. 11:5, 7; Gên. 5:22; 6:9; Tia. 2:17; 1 João 3:18.
8. Que verdade se declara em Hebreus 11:6 e como temos hoje fortes motivos para ter fé?
8 Tome a peito a verdade fundamental expressa por Paulo neste mesmo sentido: “Sem fé é impossível agradar-lhe bem, pois aquele que se aproxima de Deus tem de crer que ele existe e que se torna o recompensador dos que seriamente o buscam.” (Heb. 11:6) Na realidade, temos motivos mais fortes para ter fé do que aquelas testemunhas primitivas. Possuímos a Palavra completa de Deus com a sua abundância de informação e experiência. Temos também as boas experiências duma grande multidão de testemunhas hodiernas, conforme apresentadas anualmente no Anuário das Testemunhas de Jeová. Além disso, podemos ver em nossos dias o cumprimento de muitas das profecias dadas por Deus, registradas pelos homens fiéis da antiguidade. Conforme predito, toda a evidência indica que Cristo Jesus, o Rei celestial, foi entronizado em 1914 E. C. Hoje é o dia em que as pessoas de todas as nações são separadas, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Dentro em breve virá o Armagedom, seguido pelo dia de juízo de mil anos, no qual Deus irá “julgar em justiça a terra habitada” por aquele a quem designou e garantiu, o Filho do homem. Vivemos no dia aguardado por Abel e Enoque, e prefigurado pelos dias de Noé. E Jesus disse que, “quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando . . . [porque sabeis] que está próximo o reino de Deus”. — Atos 17:31; Luc. 21:28-31; veja também Gênesis 3:15; Mateus 24:37-39; Judas 14, 15; Revelação 20:1-3.
9. Como relacionou Tiago a fé com a perseverança e que conselho adicional deu ele?
9 Para aumentar nosso apreço, nosso senso de valores, a fim de que nosso coração nos induza a manter o proceder correto, notemos o conselho prático de Tiago: “Considerai tudo com alegria, meus irmãos, ao enfrentardes diversas provações, sabendo que esta qualidade provada da vossa fé produz perseverança.” Se deixarmos que “a perseverança tenha a sua obra completa”, resultará isso na “coroa da vida, que Jeová prometeu aos que continuarem a amá-lo”. Tiago salienta também a humildade e a ação definida em se buscar a Deus: “‘Deus opõe-se aos soberbos, mas dá benignidade imerecida aos humildes.’ Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas oponde-vos ao Diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós.” Adquirir tal profundeza de apreço, motivando-nos a um proceder de devoção inabalável, exige paciência, conforme Tiago explica: “O lavrador fica esperando o precioso fruto da terra, exercendo paciência com ele, até que venha a chuva temporã e a chuva serôdia. Vós também exercei paciência; firmai os vossos corações.” — Tia. 1:2-4, 12; 4:6-8; 5:7, 8.
10. Segundo que princípio bidirecional age Deus e para com quem?
10 Tiago não foi o primeiro a mencionar o princípio bidirecional segundo o qual Deus age, indo como que meio caminho ao encontro dos que desejam chegar-se a ele. Séculos antes, Davi foi inspirado a dar o seguinte encorajamento e aviso ao seu filho: “E tu, Salomão, meu filho, conhece o Deus de teu pai e serve-o de pleno coração e de alma agradável; porque Jeová sonda todos os corações . . . Se o buscares, deixar-se-á achar por ti; mas, se o deixares, deitar-te-á fora para sempre.” De modo similar, o vidente Hanani disse mais tarde ao Rei Asa: “Quanto a Jeová, seus olhos percorrem toda a terra, para mostrar a sua força a favor daqueles cujo coração é pleno para com ele. Agiste nesciamente no que toca a isto [de se estribar no rei da Síria, em vez de em Jeová], pois doravante haverá guerras contra ti.” — 1 Crô. 28:9; 2 Crô. 16:9.
11. Como e por que pode este princípio bidirecional operar de modo inverso?
11 Sim, este princípio bidirecional pode operar em sentido inverso. Jeová, pelo seu espírito, sua invisível força ativa, revela-se e mostra sua força a favor daqueles que têm a correta atitude de coração. Deus, “que conhece o coração”, dará seu espírito santo aos que sinceramente lho pedirem. Mas ele pode retirar e retirará seu espírito quando alguém desvia Dele o coração, assim como aconteceu com Salomão. Conforme se registrou sobre ele: “Sucedeu, no tempo da velhice de Salomão, que as próprias esposas dele lhe haviam inclinado o coração para seguir outros deuses; e seu coração não se mostrou pleno para com Jeová, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai.” — Atos 15:8; Luc. 11:13; 1 Reis 11:4.
12. (a) O que se enfatiza nas palavras de Deus a respeito de Salomão, levando a que boa motivação? (b) Mas o que resultou finalmente para Salomão, e por quê?
12 Note a ênfase dada à importância de se chegar a conhecer os mandamentos de Deus e de se manter bem dentro dos seus confins teocráticos. Pouco antes das palavras faladas em 1 Crônicas 28:9, Davi disse a Salomão o que Deus lhe havia dito: “Hei de estabelecer firmemente o seu reinado [o de Salomão] por tempo indefinido, se ele estiver firmemente resolvido a cumprir os meus mandamentos e as minhas decisões judiciais como neste dia”, ao qual Davi acrescentou seu próprio apelo. Davi concluiu, por dar ao seu filho a seguinte exortação emocionante: “Vê agora, porque o próprio Jeová te escolheu para construíres uma casa como santuário. Sê corajoso e age.” Ele cumpriu esta comissão, mas depois falhou na prova vital de manter verdadeira devoção de coração a Jeová. Com que resultado? “Jeová disse então a Salomão: ‘Visto que se deu isto contigo [de ir após outros deuses] e por não teres guardado o meu pacto e os meus estatutos que te impus como ordem, sem falta arrancarei de ti o reino e o hei de dar ao teu servo.’” — 1 Crô. 28:7, 8, 10; 1 Reis 11:9-11.
13. Que apelo fez Jeová mediante Malaquias e como teve este um cumprimento menor e outro maior?
13 Para Salomão, o princípio bidirecional terminou de maneira inversa, para a sua vergonha e o seu vitupério. Mas não precisa ser assim. Embora Israel, nos dias de Malaquias, tivesse uma longa história em seu desfavor, Jeová lhe fez este apelo direto e positivo: “Desde os dias de vossos antepassados vos desviastes dos meus regulamentos e não os guardastes. Retornai a mim e eu vou retornar a vós.” Num dia final de julgamento sobre Israel, um restante realmente retornou e se tornou discípulos de Jesus, seu Messias. Do mesmo modo neste dia de julgamento sobre a cristandade, que é a parte mais destacada de Babilônia, a Grande, um restante de verdadeiros cristãos foi refinado e purificado, e mostra ser testemunhas cristãs de Jeová. Note o que os distingue. “‘E eles hão de tornar-se meus’, disse Jeová dos exércitos, ‘no dia em que eu produzir uma propriedade especial. . . . E vós haveis de ver novamente a diferença entre o justo e o iníquo, entre o que serve a Deus e o que não o serviu’.” — Mal. 3:2-4, 7, 17, 18; veja também Lucas 12:8, 9.
14. (a) Que boa obra de edificação iniciou-se em Pentecostes de 33 E. C.? (b) Que colheita mundial está em operação hoje em dia? (c) Conforme observado por Pedro, que requisitos são essenciais para uma boa edificação?
14 Salomão tinha realmente uma comissão excelente na construção do templo, do santuário de Deus, mas nós temos hoje um privilégio ainda maior. Os muitos edifícios pelos quais Salomão foi responsável foram construídos de madeira e de pedra. No entanto, desde Pentecostes de 33 E. C., a congregação cristã é identificada como “edifício de Deus”. “O próprio Cristo Jesus é a pedra angular de alicerce. Em união com ele, o edifício inteiro . . . desenvolve-se num templo santo . . . como lugar para Deus habitar por espírito.” Que concepção elevada do “edifício de Deus”, composto de “pedras viventes”! Hoje, além do restante da congregação cristã, Jeová inaugurou uma colheita mundial, na qual você, leitor, poderá participar, resultando numa “grande multidão” que toma sua posição do lado de Deus e de seu reino, em associação íntima com o restante dos herdeiros do Reino. Referindo-se a Cristo Jesus como a principal “pedra vivente”, Pedro cita a profecia de Isaías: “Assim disse o [Soberano] Senhor Jeová: ‘Eis que lanço por alicerce em Sião uma pedra, uma pedra provada, ângulo precioso de um alicerce seguro. . . . E eu vou fazer do juízo o cordel de medir e da justiça o nível.’” Quão importante é que observemos os limites demarcados pelo “cordel de medir” e pelo “nível” de Deus, neste dia de julgamento! — 1 Cor. 3:9, 17; Efé. 2:20-22; 1 Ped. 2:4-6; Isa. 28:16, 17.
A JUSTIÇA — O LIMITE PRINCIPAL
15. Como se pode definir a justiça salientando que dois atributos de Deus?
15 Em contraste com o atual sistema iníquo de coisas, Pedro diz: “Há novos céus e uma nova terra . . . e nestes há de morar a justiça.” (2 Ped. 3:13) A justiça delineia aquilo que é reto, eqüitativo e justo. No entanto, aos olhos dos homens e nos assuntos deles, a norma do que é direito varia consideravelmente, e muitas vezes é influenciada, se não governada, pela conveniência. Nos conflitos amargos por causa de fronteiras territoriais entre as nações, cada lado afirma estar no seu direito, mas o resultado é segundo aquele velho ditado de que ‘o direito reside na força’. Nunca é assim com Jeová. É verdade que ele é “Deus, o Todo-poderoso”. Ele é também infinitamente sábio. De fato, todos os seus atributos estão num grau superlativo e em perfeito equilíbrio. Sua justiça, porém, é especialmente exemplificada no seu amor e na sua eqüidade. Ele é “A Rocha, perfeita é a sua atuação, pois todos os seus caminhos são justiça. Deus de fidelidade e sem injustiça, justo e reto é ele”. Sua soberania, especialmente com relação ao seu reino sob Cristo, o qual deu a sua vida como resgate, enaltece o amor e a justiça de Deus de modo maravilhoso. — Rev. 16:14; Deu. 32:4; veja também Malaquias 3:6.
16. (a) É possível modelarmos nossa vida segundo a norma de Deus, e como? (b) Que bela provisão fez Deus para nos ajudar a permanecer dentro dos limites corretos?
16 Quanto mais apreciarmos isso, tanto mais nosso coração manifestará profunda gratidão, motivando-nos a modelar nossa própria vida segundo a mesma norma. Conforme disse Paulo: “Deveis ser feitos novos na força que ativa a vossa mente, e . . . vos deveis revestir da nova personalidade, que foi criada segundo a vontade de Deus, em verdadeira justiça e lealdade.” Especialmente no que se refere ao amor, lembre-se de que ele nos é imposto como lei e ordem, não apenas como convite. (Efé. 4:23, 24; veja também Mateus 22:36-40; João 13:34; Tiago 2:8; 1 João 4:7-12.) A fim de ajudá-lo e orientá-lo neste sentido, Jeová tem ajuntado seu povo numa unidade bem fechada, como que morando numa cidade dos tempos bíblicos, cercada por uma forte muralha para proteção. Isto é belamente descrito em Isaías 26:1-4, 7: “Temos uma cidade forte. Ele põe a própria salvação por muralha e por parapeito. Abri os portões, para que entre a nação justa que mantém uma conduta fiel. . . . Confiai em Jeová para todo o sempre, pois em Já Jeová está a Rocha dos tempos indefinidos. A vereda do justo é retidão. Sendo tu reto, aplainarás o próprio rumo do justo.” — Veja também Revelação 22:15-21.
17. Se acharmos que a norma é elevada demais, como nos provê a Palavra de Deus ajuda e encorajamento?
17 Talvez se sinta um pouco desanimado, achando que a norma é elevada demais para sua pessoa. Talvez diga que se conhece bem demais. Neste caso, não se esqueça de que Jeová o conhece muito melhor do que você mesmo. “Assim como o pai é misericordioso para com os seus filhos, Jeová tem sido misericordioso para com os que o temem. Porque ele mesmo conhece bem a nossa formação, lembra-se de que somos pó.” Grande parte da dificuldade, mesmo grande parte da iniqüidade, deve-se mormente ao desconhecimento do propósito de Deus e das suas provisões bondosas. Lembra-se das palavras de Paulo ao Tribunal do Areópago sobre isso? “Deus não tem tomado em conta os tempos de tal ignorância, no entanto, agora ele está dizendo à humanidade que todos, em toda a parte, se arrependam.” Esta não foi uma declaração vã. Já passou o tempo de ignorância; chegou o tempo do arrependimento. As Escrituras mostram repetidas vezes que, afinal, não só há a questão da responsabilidade individual, mas também a possibilidade de se fazer uma escolha individual. Seus próprios antecedentes e sua personalidade talvez revelem fraquezas inerentes ou coisas ainda piores, de que acha que não as possa vencer. Entretanto, ter Deus muitas vezes apelado até mesmo aos iníquos mostra que o caso de ninguém está além de esperança, a menos que ele se tenha deliberadamente oposto a Deus e às suas normas, sem alegar ignorância nem demonstrar arrependimento. A advertência e o apelo de Deus a Caim mostra que naquela ocasião ele se poderia ter restabelecido, especialmente se tivesse pedido ajuda. — Sal. 103:13, 14; Atos 17:30; Gên. 4:6, 7.
18. Relacionados com a responsabilidade individual, que apelos se fazem aos iníquos, na profecia de Ezequiel?
18 Em toda a profecia de Ezequiel, capítulo 18, enfatiza-se a responsabilidade individual. “A alma que pecar — ela é que morrerá.” Apela-se também repetidas vezes “quanto ao iníquo, se ele recuar de todos os seus pecados que praticou e realmente guardar todos os meus estatutos e praticar o juízo e a justiça, ele positivamente continuará a viver. Não morrerá.” Um apelo similar foi feito à nação: “‵Retornai, sim, fazei um recuo de todas as vossas transgressões, . . . e fazei para vós um novo coração e um novo espírito . . . Pois, não me agrado na morte de quem morre’, é a pronunciação do [Soberano] Senhor Jeová. ‘Portanto, fazei um recuo e continuai a viver.’” — Eze. 18:4, 20, 21, 27, 30-32; 33:11, 14-19; veja também Joel 2:12-14.
19. Que responsabilidade e possibilidade recaem sobre cada um de nós e como nos ajuda neste respeito a atuação do próprio Paulo?
19 Conforme já notado, o mesmo princípio pode operar de modo inverso. (Eze. 18:26) De qualquer modo, existem a escolha e a responsabilidade. Poderá fazer uma escolha nova, a certa e começar novamente a ‘buscar a Deus, se desejar tatear por ele e realmente o achar’. Ele não está longe. Sabia que Paulo se apresentou como exemplo notável de alguém que tinha antecedentes extremamente maus, no que se referia à sua anterior personalidade e aos seus atos, mas a quem, conforme ele disse, foi “concedida misericórdia, porque eu era ignorante e agi com falta de fé”? — Atos 17:27; 1 Tim. 1:12-16; Gál. 1:13.
20. Como salientou Jesus esta mesma possibilidade e responsabilidade?
20 O mesmo argumento misericordioso é inerente nas palavras de Jesus em João 3:16-19: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, . . . não para julgar [condenar] o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por intermédio dele.” Isto não foi dito em zombaria. Tratava-se duma possibilidade real. Jesus era a “verdadeira luz que dá luz a toda sorte de homem”. Mas, conforme Jesus disse: “Os homens amaram mais a escuridão do que a luz, porque as suas obras eram iníquas.” Esta era a escolha deles. Preferiam ficar assim. — João 1:9.
21. Como se descreve no Salmo 24:3-6 a geração dos que buscam a Jeová?
21 Da sua parte, leitor, por que não se junta à geração descrita no Salmo 24:3-6? “Quem pode subir ao monte de Jeová e quem pode levantar-se no seu lugar santo? O de mãos inocentes e de coração limpo, que não levou Minha alma à mera futilidade, nem fez um juramento enganoso. Ele carregará com a bênção da parte de Jeová e com a justiça da parte do seu Deus de salvação. Esta é a geração dos que o buscam, dos que procuram a tua face, ó Deus de Jacó.”
22. Que bom apelo se expressa em Isaías 55:6, 7?
22 Por que não atende o apelo expresso em Isaías 55:6, 7? “Buscai a Jeová enquanto pode ser achado. Chamai-o enquanto mostra estar perto. Deixe o iníquo o seu caminho e o homem prejudicial os seus pensamentos; e retorne ele a Jeová, que terá misericórdia com ele, e ao nosso Deus, porque perdoará amplamente.” Isto se poderá dar no seu caso, leitor, e poderá receber esta bênção.