Capítulo 3
O deleite da previsão dos mil anos
1, 2. (a) Será nossa terra queimada na guerra do Har-Magedon? (b) Como é isso demonstrado por aquilo que se faz depois a Satanás e seus demônios?
NOSSO globo terrestre não ficará reduzido a cinzas e fumaça por ser queimado na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. Isto é demonstrado pelo que acontece a Satanás, o Diabo, logo após esta guerra. Como? Porque ele e seus anjos demoníacos são encontrados ainda vivos na terra, para a qual foram lançados em derrota depois duma guerra que irrompeu no céu após o nascimento do reino messiânico de Deus nos céus. Satanás e seus demônios mergulharam para a vizinhança da terra, sendo retidos ali por um “curto período de tempo” (Revelação [Apocalipse] 12:7-13) Visto que ficam restritos à terra durante a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, o anjo de Deus precisa descer à terra para uma ação adicional contra eles. Lemos sobre isso no relato que João faz de sua visão:
2 “E eu vi descer do céu um anjo com a chave do abismo e uma grande cadeia na mão. E ele se apoderou do dragão, a serpente original, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos. E lançou-o no abismo, e fechou e selou este sobre ele, para que não mais desencaminhasse as nações até que tivessem terminado os mil anos. Depois destas coisas terá de ser solto por um pouco.” — Revelação 20:1-3.
3. É Satanás, o Diabo, o único a ser lançado no abismo, e que guerra da sua parte acaba com isso?
3 Por ocasião da expulsão de Satanás, o Diabo, do céu, seus anjos demoníacos foram expulsos junto com ele e restritos à vizinhança da terra. Portanto, o que se faz ao seu governante aplica-se também a eles. São apanhados, acorrentados e lançados no abismo junto com Satanás, o Diabo, por mil anos. Isto não só os impedirá de desencaminharem mais ainda as nações mundanas, mas acabará também com travarem guerra contra os remanescentes dos herdeiros cristãos do reino messiânico de Deus ainda na terra. Sobre isso nos diz Revelação 12:13, 17: “Ora, quando o dragão se viu lançado à terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão [simbolizando o reino messiânico de Deus nos céus]. E o dragão ficou furioso com a mulher e foi travar guerra com os remanescentes da sua semente, que observam os mandamentos de Deus e têm a obra de dar testemunho de Jesus.”
4, 5. (a) Matará esta guerra todos os do restante do Reino e da “grande multidão”, e que testemunho temos neste sentido? (b) Da presença de quem livrará a terra, então, o lançamento de Satanás no abismo?
4 Esta guerra diabólica falha quanto a matar todos os do restante dos herdeiros do Reino, que guardam os mandamentos de Deus e dão testemunho de seu Filho, Jesus Cristo. Também fracassa quanto a matar os da “grande multidão” que aceitam este testemunho a respeito do Messias Jesus e que procedem de todas as nações da terra, juntando-se ao restante do Reino na adoração de Jeová Deus no Seu templo espiritual. Atestando a sobrevivência deles, Revelação 7:9-15 diz a respeito desta “grande multidão” de todas as raças, nações e tribos: “Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro. É por isso que estão diante do trono de Deus; e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo; e o que está sentado no trono estenderá sobre eles a sua tenda.”
5 Assim, o enclausuramento de Satanás e de seus anjos demoníacos no abismo não deixa a terra destituída de todos os habitantes humanos. O lançamento no abismo alivia a terra, não da presença dos do restante do Reino e da “grande multidão”, mas, antes, da presença de Satanás, o Diabo, e de seus anjos demoníacos. Durante o seu encarceramento no abismo por mil anos, serão como se ‘não fossem’. — Veja Revelação 17:8.
GOVERNANTES DA TERRA POR MIL ANOS
6. O lançamento de Satanás no abismo levanta que questão a respeito da governança da terra?
6 Satanás, o Diabo, não mais será o governante do mundo da humanidade ou o “deus” do sistema de coisas. (João 12:31; 14:30; 16:11; 2 Coríntios 4:4) Então, quem governará a terra habitada durante os mil anos em que Satanás, o Diabo, está no abismo e “não é”?
7. O que observou João na visão em resposta a esta pergunta?
7 Na visão, o apóstolo João viu por quem será administrada a regência da terra. Ele diz: “E eu vi tronos, e havia os que se assentavam neles, e foi-lhes dado poder para julgar. Sim, vi as almas dos executados com o machado, pelo testemunho que deram de Jesus e por terem falado a respeito de Deus, e os que não tinham adorado nem a fera nem a imagem dela, e que não tinham recebido a marca na sua testa e na sua mão. E passaram a viver e reinaram com o Cristo por mil anos. (Os demais mortos não passaram a viver até terem terminado os mil anos.) Esta é a primeira ressurreição. Feliz e santo é todo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes a segunda morte não tem autoridade, mas serão sacerdotes de Deus e do Cristo, e reinarão com ele por mil anos.” — Revelação 20:4-6.
8, 9. (a) Onde foram vistos os tronos e quantos deles havia ali? (b) De modo que João viu o começo de que “dia”, e como falou Paulo sobre este, em Atenas?
8 Os tronos que João viu estavam no céu, não na terra, porque são os tronos daqueles que hão de reinar com Cristo por mil anos. O número dos tronos, portanto, não era indefinido. O número era de 144.000, para corresponder aos 144.000 israelitas espirituais, que foram selados com o “selo do Deus vivente” e seguem o Cordeiro, Jesus Cristo, “para onde quer que ele vá”. (Revelação 7:1-8; 14:1-5) Durante os últimos milhares de anos em que Satanás, o Diabo, foi o “governante deste mundo”, tem havido uma tal ausência de justiça ou tal perversão da justiça, que será muito excelente quando o poder de julgar a humanidade for confiado a estes 144.000 juízes associados do Senhor Jesus Cristo. Portanto, quando o apóstolo João viu estes 144.000 tronos e os que se assentavam neles, viu o começo do glorioso dia de juízo de que se falou ao Tribunal do Areópago em Atenas, há dezenove séculos atrás, nas seguintes palavras:
9 “Deus . . . fixou o dia em que há de julgar o mundo com justiça, pelo ministério de um homem que para isto destinou. Para todos deu como garantia disso o fato de o ter ressuscitado dentre os mortos.” — Atos 17:22-31, versão do Centro Bíblico Católico de São Paulo, de 1964.
10, 11. Que espécie de “almas” viu João, e para que obra estavam preparadas?
10 O apóstolo João identifica adicionalmente os ocupantes dos tronos judiciais como sendo os 144.000 co-herdeiros do Reino do Senhor Jesus Cristo por dizer: “Sim, vi as almas dos executados com o machado, pelo testemunho que deram de Jesus e por terem falado a respeito de Deus, e os que não tinham adorado nem a fera nem a imagem dela, e que não tinham recebido a marca na sua testa e na sua mão.” — Revelação 20:4.
11 O apóstolo João não viu “almas” sem cabeça. Por usar a palavra descritiva “almas”, ele não estava falando como os médiuns espíritas, a respeito de “espíritos desencarnados”. Ele usava a palavra “almas” do modo como as Escrituras Sagradas inspiradas usam a palavra e referia-se a seres vivos, cônscios, em corpos, corpos por meio dos quais expressam sua personalidade. Só que seus corpos teriam de ser corpos espirituais, para ocuparem tronos judiciais nos céus invisíveis. Numa consideração da ressurreição dos mortos, somos informados em 1 Coríntios 15:44: “Semeia-se [na morte] corpo físico, é levantado corpo espiritual.” Portanto, o apóstolo João viu corpos celestiais vivos, conscientes, pessoas com capacidades mentais para fazerem julgamentos, e João as identificou como sendo os “executados com o machado”, pelo testemunho que deram de Jesus e da Palavra de Deus.
“EXECUTADOS COM O MACHADO”
12. (a) Foram todos os co-herdeiros de Cristo no Reino executados literalmente com o machado? (b) É Deus quem executa figurativamente com o machado, ou quem é, e por que motivo?
12 No entanto, nem todos os 144.000 co-herdeiros do Reino de Jesus Cristo foram executados com o machado ou decapitados pelo testemunho que deram de Jesus e por falarem sobre Deus. Não de modo literal! O apóstolo Tiago, irmão natural de João, foi morto pela espada, possivelmente decapitado, pelo Rei Herodes Agripa I. (Atos 12:1, 2) Segundo a tradição, o apóstolo Paulo foi decapitado em Roma, na Itália. (2 Timóteo 4:6-8) Mas nem todos os 144.000 sofrem a morte de mártir por decapitação. Certamente não é Deus quem os executa com o machado, quer literalmente, quer de modo figurativo, visto que é por falarem sobre Ele que todos são executados com o machado. É o estado político quem os executa. No caso do Império Romano, do qual o apóstolo João era prisioneiro na ilha penal de Patmos, este poder de execução foi simbolizado por um machado envolvido por um feixe de varas, com os quais os criminosos eram flagelados e decapitados. Este símbolo era chamado de fasces e era levado em procissão pelos lictores diante do magistrado romano mais elevado. Benito Mussolini, o Duce do Partido Fascista, popularizou este símbolo durante seu regime na Itália.
13. Segundo Revelação 20:4, por que é que o estado político, em todo o mundo, executa figurativamente com o machado os 144.000 herdeiros do Reino?
13 Na realidade, o estado político desse mundo executa os 144.000 herdeiros do Reino por julgá-los indignos de viver sob a sua autoridade. Sentencia-os como que à morte. O motivo disso é esclarecido pelo apóstolo João. De que modo? Em que eles, como diz João, “não tinham adorado nem a fera nem a imagem dela” e “não tinham recebido a marca na sua testa e na sua mão”. Em outras palavras, estes 144.000 herdeiros do Reino não haviam adorado o estado político em qualquer das suas diversas expressões em toda a terra. Nem haviam os do restante destes herdeiros do Reino, neste século vinte, adorado aquela organização internacional em prol de paz e segurança mundiais, agora conhecida como Nações Unidas, mas anteriormente conhecida como Liga das Nações. A “fera” simbólica, o estado político mundial, é aquela que é lançada na destruição simbolizada pelo “lago ardente que queima com enxofre”, na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. — Revelação 13:1-17; 14:9-11; 19:19, 20; 20:4.
14. Em que sentido é que os 144.000 herdeiros do Reino não adoram a fera, nem recebem a sua marca na testa ou na mão?
14 Os 144.000 herdeiros do Reino não adoram a “fera” simbólica, nem se metem na sua política, nem se candidatam a cargos políticos, nem participam nas suas guerras sangrentas. Não recebem assim a marca nem na testa, nem na mão, o que simbolizaria serem escravos do estado e darem a mão na execução de suas atividades mundanas, amiúde animalescas. Os 144.000 tampouco adoram a “imagem da fera”, nem atribuem a salvação à organização internacional feita pelo homem em prol de paz e segurança mundiais. Adoram apenas o Deus sobre quem falam e dão a sua lealdade a Ele, como o Soberano Universal. Não enaltecem o estado político, terrestre, mas dão testemunho de Jesus, o Filho de Deus, como sendo o Cristo, o Messias, a quem o Deus Altíssimo designou para governar o mundo da humanidade por mil anos. Não é de admirar que a “fera” execute os 144.000 como que com um machado!
15. O que sofrem finalmente todos os 144.000 na terra e de que modo podem sentar-se em tronos Judiciais no céu?
15 Quer terminem sua carreira terrestre em morte violenta de mártir, quer não, todos os 144.000 herdeiros do Reino por fim morrem de modo físico. Então, como podem entrar no reino dos céus e assentar-se ali naqueles tronos judiciais? Não é por qualquer imortalidade da alma humana, mas sim pela ressurreição dentre os mortos. João diz a respeito “dos executados com o machado, pelo testemunho que deram de Jesus e por terem falado a respeito de Deus”: “E passaram a viver e reinaram com o Cristo por mil anos.” — Revelação 20:4.
16. Ao passarem a viver outra vez, é como que espécie de criaturas e qual é então a medida de sua vida?
16 “Passaram a viver” novamente, não na terra como criaturas humanas ou almas humanas, mas lá no céu, como filhos espirituais de Deus. É como tais que são vistos na visão pelo apóstolo João. Eles têm uma duração de vida mais longa do que a da humanidade atual. Podem viver mais do que Metusalém, que viveu 969 anos. (Gênesis 5:25-27) Podem viver durante os mil anos de seu reinado com Cristo e depois continuarem pela eternidade infindável, pois são revestidos da imortalidade ao serem ressuscitados dentre os mortos. (1 Coríntios 15:50-57) No momento de sua ressurreição estão na plenitude da vida, sem fraqueza, sem corrução, sem quaisquer das imperfeições anteriores de seus corpos físicos, moribundos, que herdaram dos pecadores Adão e Eva. Estão perfeitamente vivos, justificados pelo Deus Todo-poderoso para a vida eterna no espírito. — 1 Coríntios 15:42-55.
17. (a) Serão os da “grande multidão” que sobreviverão à “grande tribulação” feitos instantaneamente perfeitos após o lançamento de Satanás no abismo? (b) quando poderão guardar a lei de Deus de modo imaculado, e por que?
17 A fim de salientar esta diferença entre seu estado instantâneo na ressurreição e o estado dos demais do mundo da humanidade no começo dos mil anos, o apóstolo João passa a dizer: “Receberam a vida, e reinaram com Cristo mil anos. Os restantes mortos não tornaram a viver até terminados os mil anos.” (Revelação 20:4, 5, Mateus Hoepers) Isto prova que nem mesmo os da grande multidão” de adoradores no templo espiritual de Deus, que sobreviverem à “grande tribulação”, serão instantaneamente tornados perfeitos na carne e declarados dignos da vida eterna na terra, logo após a amarração e o lançamento no abismo de Satanás, o Diabo, e seus demônios. Pelas ajudas e bênçãos soerguedoras do reinado milenar de Jesus Cristo, progredirão gradualmente até a perfeição humana e a capacidade de viver sem pecados na carne e de guardar as leis de Deus de modo imaculado. Mas que dizer dos bilhões de humanos adormecidos em túmulos memoriais terrestres e em sepulturas aquosas?
18. (a) Que simpatizante humano de Jesus estará incluído entre os que sairão do Hades, durante o milênio? (b) Quando chegarão a ter perfeição humana estes mortos humanos ressuscitados, e como?
18 A respeito destes, a previsão de João a respeito dos mil anos nos mostra o que lhes acontecerá, dizendo: “E o mar entregou os mortos nele, e a morte e o Hades entregaram os mortos neles, e foram julgados individualmente segundo as suas ações.” (Revelação 20:13) Entre os que assim saem do Hades ou da sepultura comum da humanidade morta estará aquele malfeitor pendurado numa estaca de execução ao lado de Jesus, a quem Jesus disse: “Na verdade te digo hoje, que serás comigo no Paraíso.” (Lucas 23:43, Trinitária, 1883; Tradução do Novo Mundo) Este malfeitor sairá do Hades para o Paraíso terrestre restabelecido para a humanidade pelo reino de Jesus Cristo. Neste Paraíso, o malfeitor terá a oportunidade, junto com todos os mortos humanos ressuscitados, de corrigir seu proceder na vida e ser curado da imperfeição e pecaminosidade humanas. Deste modo, ao fim dos mil anos do reinado de Cristo, poderá alcançar o objetivo da perfeição humana à imagem e semelhança de Deus. Todos os que atingirem a perfeição humana e a condição sem pecado na terra, ao fim dos mil anos, porém, terão de passar por uma prova final de sua lealdade à regência soberana, universal, de Deus, para manter a sua vida perfeita.
19. (a) Assim, como é que “os demais mortos não passaram a viver até terem terminado os mil anos”? (b) O que se fará com os que não passarem pela prova de lealdade à soberania de Deus?
19 Aqueles homens aperfeiçoados, na terra, que mantiverem sua integridade e se mostrarem fiéis à regência legítima de Deus, serão declarados justos pelo Juiz Supremo, Jeová Deus. Ele declarará que estes inocentes são dignos da vida eterna e lhes atribuirá o direito à vida infindável em felicidade no Paraíso terrestre. Estes obedientes, livres de toda a condenação, viverão então realmente, do ponto de vista perfeito de Deus. Desta maneira, então, é que “os demais mortos não passaram a viver até terem terminado os mil anos”. (Revelação 20:5) Os humanos aperfeiçoados que não passarem em fidelidade por aquela prova de lealdade piedosa, depois de terminarem os mil anos, serão destruídos eternamente, assim como João apresenta o assunto na sua previsão, dizendo: “E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Este significa a segunda morte, o lago de fogo. Outrossim, todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida foi lançado no lado de fogo.” (Revelação 20:14, 15) Portanto, estes desleais não alcançam a vida eterna.
“A PRIMEIRA RESSURREIÇÃO”
20-22. (a) Ao João voltar a considerar a “primeira ressurreição” por que surge uma pergunta sobre Efésios 2:1-6? (b) Do mesmo modo, também sobre Colossenses 2:11-13, onde Paulo fala sobre a circuncisão cristã?
20 Depois de intercalar esta declaração sobre os “demais mortos”, o apóstolo João volta a falar novamente de tornarem a vida os que foram “executados com o machado, pelo testemunho que deram de Jesus e por terem falado a respeito de Deus”, e passa a dizer: “Esta é a primeira ressurreição. Feliz e santo é todo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes a segunda morte não tem autoridade, mas serão sacerdotes de Deus e do Cristo, e reinarão com ele por mil anos.” — Revelação 20:5, 6.
21 Será que o apóstolo Paulo fala em Efésios 2:1-6 desta “primeira ressurreição” de tais 144.000 co-herdeiros de Cristo no Reino? O apóstolo escreve ali aos cristãos do primeiro século na cidade de Éfeso, na Ásia Menor, e diz: “Vós estáveis mortos por causa de vossos delitos e pecados, nos quais andáveis outrora, segundo as máximas deste mundo, segundo o príncipe do império do ar, espírito este que domina agora sobre os filhos da desobediência. . .. Mas Deus, que é rico em misericórdia, movido pelo grande amor com que nos amou, nos fez reviver com Cristo, quando estávamos mortos por causa dos pecados. — É por graça que fostes salvos! — Com ele nos ressuscitou e com ele nos fez assentar no céu, unidos a Cristo Jesus.” — Versão católica romana de Lincoln Ramos, de 1958.
22 De modo similar, ao considerar a circuncisão cristã com os cristãos em Colossos, na Ásia Menor, o apóstolo Paulo escreveu: “E a circuncisão de Cristo . . . Sepultados com ele no batismo, ressuscitastes igualmente com ele por vossa fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. E a vós que estáveis mortos por vossos pecados e pela incircuncisão de vossa carne, Deus vos fez reviver com ele. Perdoou-nos todos os nossos pecados!” — Colossenses 2:11-13, Lincoln Ramos.
23. (a) Visto que os textos precedentes se referem a uma das “primeiras” experiências na vida do cristão. o que diz a Nova Enciclopédia Católica sobre a “primeira ressurreição”? (b) Assim, o que diz sobre Satanás ser preso por mil anos?
23 Temos de admitir que esta passagem da morte para a vida de modo figurado ou em sentido espiritual é uma das “primeiras” experiências na carreira do cristão. Portanto, tomando esta experiência como sendo a “primeira ressurreição” mencionada em Revelação 20:5, 6, a Nova Enciclopédia Católica (em inglês; direitos autorais de 1967) prossegue dizendo sob o verbete “Milenarismo”:
. . . A “primeira ressurreição” simboliza o Batismo, . . . pelo qual se compartilha da ressurreição de Cristo. . .. Todos os fiéis, tanto os na terra como os no céu, compartilham do reinado de 1.000 anos de Jesus, símbolo de toda a duração da vida da Igreja, considerada no seu aspecto glorioso, desde a Ressurreição de Cristo até o Juízo Final... O acorrentamento de Satanás durante este mesmo período significa que a influência de Satanás foi notavelmente reduzida, não completamente removida. A diminuição da influência de Satanás é o resultado da eficácia da Redenção de Cristo. Depois duma luta final perto do fim do tempo . . . Satanás será completamente vencido por Cristo. . ..
24, 25. Qual tem sido a duração da Igreja desde Pentecostes de 33 E.C., e o que diz Paulo sobre reinar na congregação cristã durante seu tempo?
24 Harmoniza-se tal explicação da “primeira ressurreição” com o que João escreveu em Revelação 20:1-6? Ora, desde o dia da Festividade das Semanas, no ano 33 E.C., quando a congregação cristã em Jerusalém começou a ser batizada com o espírito santo de Deus, até agora, a “duração da vida da Igreja” não mostrou ser apenas mil anos, mas quase o dobro disso. Durante todos estes quase dois milênios, ‘reinou’ qualquer membro da verdadeira congregação, mesmo no meio da própria congregação?
25 Qual dos apóstolos ‘reinou’ assim? Não o apóstolo Paulo! Pois ele escreveu a certos membros ambiciosos da congregação em Corinto: “Será que já começastes a reinar SEM nós? E eu bem que queria que já tivésseis começado a reinar, para que nós também reinássemos convosco. Pois, parece-me que Deus tem posto a nós, os apóstolos, por último em exibição, como homens designados à morte, porque nos temos tornado um espetáculo teatral para o mundo, tanto para anjos como para homens.” (1 Coríntios 4:8, 9) Ao seu companheiro missionário Timóteo, ele apresentou o assunto de reinar como acontecendo depois da morte física do cristão, dizendo: “Fiel é a palavra: Se morrermos juntos, certamente havemos também de viver juntos; se perseverarmos, havemos também de reinar juntos; se negarmos, ele também nos negará.” — 2 Timóteo 2:11, 12.
26. Segundo as palavras de Jesus aos laodicenses, o que se mostra quanto ao cristão reinar na terra desde o dia de seu batismo?
26 E que dizer do apóstolo João? Enquanto era exilado na ilha penal romana de Patmos, ele citou o ressuscitado Senhor Jesus Cristo como dizendo aos cristãos em Laodicéia: “Aquele que vencer, concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono.” (Revelação 3:21) Todo o reinar era no futuro, depois da morte física dos discípulos fiéis de Jesus Cristo. Não haveria nenhum reinar nesta terra, desde o dia do batismo do cristão em água.
27, 28. (a) São eles representados em Revelação 20:4 como passando a viver, pelo batismo voluntário em água, depois duma morte figurativa? (b De que modo se retrata a morte como ocorrendo, e por causa de quê? E assim, de que espécie de morte deve haver a “primeira ressurreição”?
27 Por meio de que espécie de ressurreição é que “passaram a viver e reinaram com o Cristo por mil anos”? Por uma ressurreição figurativa ou por uma ressurreição literal da própria morte e da sepultura? Revelação 20:4 não fala de passarem a viver depois da morte figurativa que sofrem voluntariamente ao serem batizados em água, assim como o próprio Jesus foi. Não, mas é a morte que sofrem quando são “executados com o machado, pelo testemunho que deram de Jesus e por terem falado a respeito de Deus”.
28 Esta ‘execução com o machado’ não lhes sobrevêm por sua vontade, mas sim pela vontade dos inimigos de Deus e de Cristo, e ela ocorre depois de seu batismo em água e por darem testemunho de Jesus, como o Cristo, e falarem sobre Deus, como o Governante legítimo do universo (inclusive de nossa terra). Esta ‘execução com o machado’ resulta finalmente na morte física, real. Por conseguinte, ‘passarem a viver novamente’ para reinar dá-se depois da morte física, literal, e não depois duma figurativa que ocorra na ocasião do batismo em água. Do mesmo modo, reinarem assim não começa na terra depois duma ressurreição espiritual após o seu batismo em água. A ressurreição a que se refere Revelação 20:4-6 é a ressurreição real, literal, do sono da morte no Seol ou na sepultura comum da humanidade.
29, 30. (a) Aplica-se aos que têm apenas uma ressurreição figurativa que “sobre estes a segunda morte não tem autoridade’? (b) O que diz Paulo sobre isso em Hebreus 10:26-31?
29 Não se deve desperceber outro ponto em prova disso: Revelação 20:6 diz: “Feliz e santo é todo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes a segunda morte não tem autoridade.” Esta segunda morte é simbolizada pelo “lago ardente que queima com enxofre”. (Revelação 19:20; 20:14) Dá-se isso no caso dos que apenas foram batizados com água e que foram vivificados espiritualmente da morte em falhas e pecados, e que foram juntos levantados espiritualmente e ‘assentados nos lugares celestiais, em união com Cristo Jesus’? (Efésios 2:1, 5, 6) Não, ainda é possível que estes batizados se mostrem infiéis enquanto na terra, sob prova, e que sofram a penalidade da “segunda morte”, do aniquilamento total. E por isso que o apóstolo Paulo advertiu os cristãos batizados e ungidos, em Corinto, na Grécia: “Quem pensa estar de pé, acautele-se para que não caia.” (1 Coríntios 10:12) Também Hebreus 10:26-31 adverte os cristãos batizados e ungidos:
30 “Se praticarmos o pecado deliberadamente, depois de termos recebido o conhecimento exato da verdade, não há mais nenhum sacrifício pelos pecados, mas há uma certa expectativa terrível de julgamento e há um ciúme ardente que vai consumir os que estão em oposição. Qualquer homem que tiver desconsiderado a lei de Moisés morre sem compaixão, pelo testemunho de dois ou três. De quanto mais severa punição, achais, será contado digno aquele que tiver pisado o Filho de Deus e que tiver considerado de pouco valor o sangue com que foi santificado, e que tiver ultrajado com desdém o espírito de benignidade imerecida? Pois, conhecemos aquele que disse: ‘Minha é a vingança; eu recompensarei’; e, novamente: ‘Jeová julgará o seu povo.’ Coisa terrível é cair nas mãos do Deus vivente.”
31. O que diz sobre isso Hebreus 6:4-8?
31 Lemos também em Hebreus 6:4-8: “É impossível, quanto aos que de uma vez para sempre foram esclarecidos, e que provaram a dádiva celestial gratuita, e que se tornaram participantes de espírito santo, e que provaram a palavra excelente de Deus e os poderes do vindouro sistema de coisas, mas que se afastaram, reanimá-los novamente ao arrependimento, porque eles de novo penduram para si mesmos o Filho de Deus numa estaca e o expõem ao opróbrio público. Por exemplo, o solo que absorve a chuva que freqüentemente cai sobre ele, e que então produz vegetação apropriada para aqueles para quem é também lavrado, recebe por sua vez uma bênção de Deus. Mas, se produzir espinhos e abrolhos, é rejeitado e está prestes a ser amaldiçoado e acaba sendo queimado.”
32. Apenas os cristãos que passam por que espécie de ressurreição não estão sujeitos à “autoridade” da “segunda morte”, nem são prejudicados por ela?
32 Em vista disso, a “primeira ressurreição” não é aquela ressurreição figurativa que se segue ao batismo em água e que deixa o batizado ainda exposto à possibilidade da “segunda morte”, sujeito à sua autoridade. É a ressurreição literal, real, do Seol para a vida, como filho espiritual de Deus nos céus invisíveis, aos quais o próprio Jesus Cristo ascendeu. A estes se aplica a promessa de Jesus: “Mostra-te fiel até a morte, e eu te darei a coroa da vida. Quem tem ouvido ouça o que o espírito diz às congregações: Aquele que vencer, a segunda morte de modo algum fará dano.” (Revelação 2:10, 11) Os que têm parte na “primeira ressurreição” não podem ser prejudicados pela “segunda morte” e não estão sujeitos à sua “autoridade”, porque nesta ressurreição são revestidos da imortalidade e da incorrução. — 1 Coríntios 15:53, 54.
33. De que dois modos pode ela ser chamada de “primeira ressurreição?
33 Podemos agora apreciar o motivo pelo qual esta é chamada de “primeira ressurreição”. É porque é a mesma espécie de ressurreição que Jesus Cristo teve no terceiro dia de sua morte, uma ressurreição para a plenitude instantânea da vida, de modo que o ressuscitado Jesus Cristo se tornou “o primogênito dentre os mortos”. (Revelação 1:5; Colossenses 1:18) Precede no tempo a ‘passarem a viver’ os “demais mortos”. Não é só primeira no tempo, mas também “primeira” por ser a melhor ressurreição que os mortos podem ter. É uma ressurreição à vida incorrutível e imortal como filho espiritual de Deus nos próprios céus de Deus.
34. De que modo são santos os que têm parte na “primeira ressurreição?
34 Deveras, pode-se exclamar então: “Feliz e santo é todo aquele que tem parte na primeira ressurreição.” (Revelação 20:6) São deveras ‘santos’ por não lhes ser possível nenhuma infidelidade da sua parte, que merecesse a “segunda morte”. Também, por meio desta ressurreição torna-se-lhes possível ser celestiais “sacerdotes de Deus e do Cristo” e ‘reinar com ele por mil anos’. Satanás, o Diabo, não será então o governante do mundo.
“MIL ANOS” REAIS, CONCRETOS
35, 36. (a) Sentiram os cristãos, desde o batismo, uma diminuição da influência de Satanás por causa da “eficácia da Redenção de Cristo”? (b) O que Indicam sobre isso os conselhos de Pedro e Paulo?
35 De modo que serem Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos acorrentados e lançados no abismo não significa aquilo que a Nova Enciclopédia Católica diz, a saber, a redução notável da influência de Satanás durante este atual sistema de coisas, tal como a diminuição da influência de Satanás resultante da “eficácia da Redenção de Cristo”. Os verdadeiros cristãos na terra, certamente, não sentiram tal diminuição da influência de Satanás ou qualquer redução notável dela desde o seu batismo em água. Antes, o apóstolo Pedro achou necessário escrever a seguinte advertência aos cristãos, perto do fim de sua vida terrestre: “Mantende os vossos sentidos, sede vigilantes. Vosso adversário, o Diabo, anda em volta como leão que ruge, procurando a quem devorar.” (1 Pedro 5:8) Pelo mesmo motivo, o apóstolo Paulo deu-lhes o seguinte conselho:
36 “Revesti-vos da armadura completa de Deus, para que vos possais manter firmes contra as maquinações do Diabo; porque temos uma luta, não contra sangue e carne, mas contra os governos, contra as autoridades, contra os governantes mundiais desta escuridão, contra as forças espirituais iníquas nos lugares celestiais. Por esta razão, tomai a armadura completa de Deus, para que possais resistir no dia iníquo, e, depois de terdes feito cabalmente todas as coisas, manter-vos firmes.” — Efésios 6:11-13.
37. O que Indica Revelação 12:17 sobre se Satanás já foi figurativamente acorrentado desde o ato de redenção de Cristo?
37 Além disso, em Revelação 12:1-17, o apóstolo João descreve com símbolos o nascimento do reino messiânico de Deus e as operações do “grande dragão”, “a serpente original, o chamado Diabo e Satanás”, depois de este ter sido lançado fora do céu e para a nossa terra. Daí, como advertência especial para os verdadeiros cristãos neste século vinte, quando estas coisas ocorrem, João acrescenta as seguintes palavras: “E o dragão ficou furioso com a mulher e foi travar guerra com os remanescentes da sua semente, que observam os mandamentos de Deus e têm a obra de dar testemunho de Jesus.” (Revelação 12:17) Assemelha-se isto a qualquer redução notável do poder e da influência de Satanás para com os cristãos, após o batismo deles em água? É este o acorrentamento de Satanás?
38. Satanás é acorrentado e lançado no abismo a fim de não mais desencaminhar a quem?
38 Entretanto, segundo o que o apóstolo diz realmente, por que é Satanás, o Diabo, preso, acorrentado e lançado no abismo? E “para que não mais desencaminhasse as nações até que tivessem terminado os mil anos.” (Revelação 20:1-3) Com a palavra “nações”, João não se referia aos 144.000 herdeiros batizados e ungidos do Reino, mas às pessoas que não são seguidores e imitadores fiéis e genuínos de Jesus Cristo. Na ocasião em que o Diabo é lançado para fora do céu fala-se dele como “Satanás, que está desencaminhando toda a terra habitada”. (Revelação 12:9) Os 144.000 herdeiros fiéis do Reino não fazem parte destas “nações” na terra habitada, que estão sendo desencaminhadas. Portanto, não é o desencaminhamento adicional dos 144.000 participantes da “primeira ressurreição”, mas sim o das “nações”, que é impedido, por Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos serem amarrados e lançados no abismo.
39. Reduziu-se o desencaminhamento das nações por Satanás desde Pentecostes de 33 E.C., e o que prediz Revelação 12:12?
39 Pois bem, diminuiu, reduziu-se e decresceu o desencaminhamento de tais nações por Satanás, o Diabo, durante estes mais de mil e novecentos anos desde o batismo da congregação cristã com o espírito santo de Deus, no dia da Festividade das Semanas, em Jerusalém, em 33 E.C.? Quem é tão cego e tão ignorante da história humana ao ponto de responder sim a esta pergunta? Aconteceu o contrário. Atualmente, nesta era do maior esclarecimento da humanidade em sentido científico, as “nações” do mundo são desencaminhadas a um ponto nunca antes conhecido, e com conseqüências mais sérias. Por quê? Porque esta fraude internacional por parte de Satanás e seus demônios significa a destruição de todas estas nações desencaminhadas no futuro muito próximo. Foi com boa razão que a “voz alta no céu” disse por ocasião da expulsão de Satanás, o Diabo: “Ai da terra e do mar, porque desceu a vós o Diabo, tendo grande ira, sabendo que ele tem um curto período de tempo.” — Revelação 12:10-12.
40, 41. (a) Que argumento pelos religiosos, a respeito de Satanás ser acorrentado por mil anos é assim mostrado falso? (b) O que precisa a humanidade, que aconteça realmente, e quem deposita hoje sua esperança no reino milenar de Cristo?
40 De modo que este argumento da parte dos religiosos da cristandade, de que os “mil anos” do lançamento de Satanás, o Diabo, no abismo não significam literalmente mil anos, mas se aplicam a “toda a duração vida da igreja, na terra (já de mas de 1.900 anos de duração), é provado falso!
41 Segundo a cronologia da Bíblia, o começo do sétimo milênio da existência da humanidade na terra está muito próximo, dentro desta geração. Agora, como em nenhum tempo anterior, os habitantes da terra precisam que Satanás, o Diabo, seja amarrado e lançado no abismo de modo bem real. Os acontecimentos mundiais imediatamente precedentes a isso estão prestes a ocorrer, e o maior adversário e opressor da humanidade será selado no abismo por dez séculos de tempo. O reinado de Cristo e de sua congregação ressuscitada durante mil anos de paz e bênção para a família humana está diante de nós com todas as suas gloriosas possibilidades! Uma “grande multidão” de dedicados crentes na Bíblia, que agora depositam sua esperança no reinado milenar de Cristo, terá a garantia divina de ser preservada da morte e introduzida neste período mais brilhante de toda a história humana. Que perspectiva abençoada para eles!
42. Que perguntas surgem quanto à atitude da “grande multidão” para com seus governantes milenares, e, assim, o que é oportuno considerarmos agora?
42 Não se cansarão os desta “grande multidão” de ter os mesmos governantes sobre eles por mil anos? Não desejarão uma mudança de governo muito antes do fim deste período, clamando por eleições populares para ter uma série de governantes diferentes? Ou, antes, não aprenderão a amar cada vez mais estes sacerdotes e reis celestiais sobre eles e não serão gratos de que permaneçam no cargo durante todo o tempo designado por Deus? Estas são perguntas sérias, porque os desta “grande multidão”, sob tal reino milenar, terão a oportunidade de viver enquanto este governo celestial durar — por mil anos, e depois por tempo infindável. Ao considerarmos agora estas perguntas interessantes, torna-se oportuno que examinemos mais plenamente que espécie de reis e sacerdotes haverá e quão preciosos serão seus serviços para toda a humanidade, para os sobreviventes vivos e para os mortos. (2 Timóteo 4:1) Isto requer que examinemos seu passado e o que o Deus Altíssimo exigiu deles para serem contados dignos de servir como reis e sacerdotes milenares.
[Foto na página 32]
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