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5C “Estaca de tortura”Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências
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O livro Das Kreuz und die Kreuzigung (A Cruz e a Crucificação), de Hermann Fulda, Breslau, 1878, p. 109, diz: “Nem sempre havia árvores disponíveis nos lugares escolhidos para a execução pública. De modo que uma simples viga era fincada no chão. Os renegados eram amarrados ou pregados nela pelas mãos erguidas e muitas vezes também pelos pés.” Depois de apresentar muita prova, Fulda conclui nas pp. 219, 220: “Jesus morreu numa simples estaca de morte: Em apoio disto falam (a) o uso então costumeiro deste meio de execução no Oriente, (b) indiretamente, a própria história dos sofrimentos de Jesus e (c) muitas expressões dos primitivos padres da igreja.”
Paul Wilhelm Schmidt, que fora professor na Universidade de Basiléia, na sua obra Die Geschichte Jesu (A História de Jesus), Vol. 2, Tübingen e Leipzig, Alemanha, 1904, pp. 386-394, fez um estudo detalhado da palavra grega stau·rós. Na p. 386 de sua obra ele diz: “σταυρός [stau·rós] refere-se a todo poste ou tronco de árvore ereto, vertical.” A respeito da execução da punição imposta a Jesus, P. W. Schmidt escreveu nas pp. 387-389: “Além dos açoites, segundo os relatos evangélicos, só entra em consideração a forma mais simples de crucificação romana para a punição imposta a Jesus, a suspensão do corpo despido numa estaca, a qual, a propósito, Jesus teve de carregar ou arrastar até o lugar da execução, para intensificar a ignominiosa punição. . . . Tudo o mais, além duma simples suspensão, é refutado pela grande escala em que esta execução muitas vezes era realizada: 2000 de uma só vez por Varo (Ant. Jos. XVII 10. 10), por Quadrato (Guerras Judaicas [em inglês] II 12. 6), pelo Procurador Félix (Guerras Judaicas II 15. 2 [13. 2]), por Tito (Guerras Judaicas VII. 1 [V 11. 1]).”
Portanto, falta totalmente qualquer evidência de que Jesus Cristo tenha sido crucificado em dois pedaços de madeira colocados em ângulo reto. Não queremos acrescentar nada à Palavra escrita de Deus pela inserção nas Escrituras inspiradas do conceito pagão da cruz, mas vertemos stau·rós e xý·lon de acordo com o significado mais simples. Visto que Jesus usou stau·rós para representar o sofrimento e a vergonha ou tortura de seus seguidores (Mt 16:24), traduzimos stau·rós por “estaca de tortura”, para diferenciá-la de xý·lon, que traduzimos por “madeiro”, ou, na nota ao pé da página, por “árvore”, como em At 5:30.
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5D O livramento para estar com CristoTradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências
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5D O livramento para estar com Cristo
Fil 1:23 — “livramento”. Gr.: a·na·lý·sai; lat.: dis·sól·vi
O verbo a·na·lý·sai é usado aqui como verbo substantivado. Ocorre apenas mais uma vez nas Escrituras Gregas Cristãs, em Lu 12:36, onde se refere à volta de Cristo. O substantivo relacionado, a·ná·ly·sis, ocorre uma vez, em 2Ti 4:6, onde o apóstolo diz: “O tempo devido para o meu livramento é iminente.” Em Lu 12:36 vertemos este verbo por “voltar”, porque se refere à saída ou partida do amo dos servos da festa de casamento, terminando assim a festa. Mas aqui, em Fil 1:23, não traduzimos o verbo por “volta” ou “partida”, mas por “livramento”. O motivo é que esta palavra pode transmitir duas idéias: o livramento do próprio apóstolo para estar com Cristo na sua volta e livrar-se o Senhor das restrições celestiais para voltar conforme ele prometeu.
De modo algum diz o apóstolo aqui que assim que morresse seria mudado para ser espírito, a fim de estar para sempre com Cristo. Ficar assim com Cristo, o Senhor, só será possível na volta de Cristo, quando os mortos em Cristo serão ressuscitados primeiro, segundo a declaração inspirada do próprio apóstolo em 1Te 4:15-17. É a esta volta de Cristo e ao livramento do apóstolo para sempre estar com o Senhor que Paulo se refere em Fil 1:23. Ele diz ali que lhe eram possíveis imediatamente duas coisas, a saber, (1) continuar a viver na carne e (2) morrer. Em vista das circunstâncias a serem consideradas, ele se expressa como estando sob pressão destas duas coisas, sem dar a conhecer qual dessas coisas ele preferiria. Daí, ele apresenta uma terceira coisa, a qual ele realmente deseja. Não há dúvida de que preferia esta coisa, a saber, “o livramento”, porque significava ele estar com Cristo.
Portanto, a expressão to a·na·lý·sai, “o livramento”, não pode ser aplicada à morte do apóstolo como criatura humana e sua partida desta vida. Deve referir-se aos eventos por ocasião da volta e presença de Cristo (veja Ap. 5B), e à ressurreição de todos os mortos em Cristo, para estarem com ele para sempre.
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