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“Nenhum homem vos prive do prêmio”A Sentinela — 1985 | 15 de julho
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“Nenhum homem vos prive do prêmio”
“Nenhum homem vos prive de prêmio, tendo ele deleite numa humildade fingida . . . enfunado sem causa devida pela carnalidade de sua mente.” — COLOSSENSES 2:18.
1, 2. Como têm muitos humanos trabalhado contra os interesses eternos de co-humanos, e pode você citar exemplos adicionais disso na Bíblia?
A PRIMEIRA pecadora humana, Eva, foi levada à morte por uma criatura espiritual sobre-humana astuta. O segundo pecador, Adão, foi seduzido por sua esposa — um mero ser humano. — 1 Timóteo 2:14; Gênesis 3:17.
2 Eva foi a primeira duma série de indivíduos cujas instâncias, se atendidas, teriam operado contra os interesses eternos de co-humanos. Ouça suas palavras, que ecoam através da Bíblia! A esposa de Potifar a José: “Deita-te comigo.” (Gênesis 39:7) A esposa de Jó: “Amaldiçoa a Deus e morre!” (Jó 2:9) Os israelitas a Arão: “Levanta-te, faze para nós um deus que vá adiante de nós.” (Êxodo 32:1) Pedro a Jesus Cristo: “Sê benigno contigo mesmo, Senhor; não terás absolutamente tal destino.” — Mateus 16:22.
3. Que alerta deu Paulo em Colossenses 2:18, e, em resultado, que perguntas surgem?
3 Mui amiúde tal tipo de instâncias tem resultado na ruína de um servo de Jeová. Assim, embora seja verdade que os cristãos tenham ‘uma pugna . . . contra as forças espirituais iníquas, muitas vezes são co-humanos que representam a ameaça imediata. (Efésios 6:12) O apóstolo Paulo, pois, alertou: “Nenhum homem vos prive do prêmio.” (Colossenses 2:18) Que prêmio é este? E por que alguns dos servos de Jeová o perderam por cederem à influência de humanos imperfeitos? Em resposta, examinemos as circunstâncias em Colossos que levaram Paulo a dar este alerta.
4, 5. (a) Que influências religiosas havia em Colossos? (b) O que era o gnosticismo, e que perigosos efeitos poderia a sua influência ter produzido?
4 Colossos era um cadinho religioso. Os nativos frígios eram um povo emotivo, profundamente mergulhado no espiritismo e na superstição idólatra. Havia também a população judaica da cidade, ainda algemada ao judaísmo. A localização de Colossos,, junto a uma grande rota comercial, resultou também num constante fluxo de visitantes. Provavelmente, esses forasteiros gostavam de usar seu tempo livre contando ou ouvindo alguma novidade. (Veja Atos 17:21.) Isto levou à disseminação de novas filosofias, entre as quais o gnosticismo, que lentamente emergia. Diz o erudito R. E. O. White: “O gnosticismo era um clima de pensamento tão disseminado como é hoje a teoria evolucionária. Provavelmente ganhou proeminência no primeiro século, ou antes, e atingiu o zênite no segundo. Combinava especulação filosófica, superstição, ritos semi-mágicos, e às vezes um culto fanático e até mesmo obsceno.”
5 Em meio a tal clima, a religião em Colossos parece ter-se transformado num tipo de experimento progressivo — uma mistura híbrida de judaísmo, filosofia grega e misticismo pagão. Seria o cristianismo, também, lançado no mesmo cadinho?
‘Privados do Prêmio’ — Como?
6. (a) Como poderiam as palavras de Paulo ter contra-atacado a influência de filosofias pagãs e do judaísmo? (b) Por que era necessário que os cristãos se ‘acautelassem’?
6 A poderosa carta de Paulo aos colossenses teria contra-atacado a influência de qualquer pessoa que talvez quisesse fundir o judaísmo e a filosofia pagã com o cristianismo. Repetidas vezes ele chama atenção a Cristo. Paulo escreveu: “Cuidadosamente ocultos nele [em Cristo, não em algum judaizante ou filósofo pagão] se acham todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.” Instou-se aos colossenses que ‘prosseguissem andando em união com ele [Cristo], arraigados, e sendo edificados nele e estabilizados na fé’. Senão, poderiam ser desencaminhados. Assim, Paulo advertiu: “Acautelai-vos: talvez haja alguém que vos leve embora como presa sua, por intermédio de filosofia e de vão engano, segundo a tradição de homens, segundo as coisas elementares do mundo e não segundo Cristo.” — Colossenses 2:3, 6-8.
7. (a) Por que talvez fossem atraentes para alguns cristãos os ensinos de filósofos pagãos e de judaizantes? (b) Por que eram seus ensinos realmente “vão engano”?
7 Talvez alguns seguidores novos de Jesus Cristo sentissem falta da reverência do misticismo ou da estimulação que a filosofia causava. Certos cristãos judaicos talvez ainda gostassem um pouquinho das obsoletas tradições judaicas. Os ensinos de filósofos pagãos e de judaizantes teriam, portanto, algum atrativo para tais pessoas. Todavia, por mais convincentes e eloqüentes que tais falsos instrutores parecessem, eles não ofereciam nada além de “vão engano”. Em vez de explanarem a pura palavra de Deus, eles simplesmente papagueavam “as coisas elementares do mundo” — filosofias, preceitos e crenças vãs. Abraçar tais idéias errôneas resultaria em desastre para o cristão. Assim, Paulo disse: “Nenhum homem vos prive do prêmio.” — Colossenses 2:18.
8. (a) Qual era “o prêmio”, e que textos apóiam a sua resposta? (b) Como poderiam cristãos ungidos serem privados do “prêmio”?
8 “O prêmio” era a vida imortal no céu. Foi comparado à recompensa dada ao corredor vitorioso após uma extenuante corrida a pé. (1 Coríntios 9:24-27; Filipenses 3:14; 2 Timóteo 4:7, 8; Revelação 2:7) Em última instância, apenas Jeová Deus por meio de Jesus Cristo poderia desclassificar alguém da corrida pela vida. (João 5:22, 23) Não obstante, se um cristão viesse a estar sob a tutela dum falso instrutor, isto poderia ter o efeito de privá-lo do prêmio. A pessoa enganada poderia desviar-se tanto da verdade a ponto de não terminar a corrida!
A Personalidade dos Falsos Instrutores
9. Que quatro coisas caracterizavam os falsos instrutores dentre os colossenses?
9 Havia algum modo, então, de identificar a pessoa que tivesse intenções de ‘privar um cristão do prêmio’? Sim, pois Paulo deu o perfil da personalidade dos falsos instrutores em Colossos. Tal indivíduo (1) ‘tem deleite numa humildade fingida e numa forma de adoração dos anjos’; (2) ‘“toma pé nas” coisas que viu’; (3) é “enfunado sem causa devida pela carnalidade de sua mente”; ao passo que (4) “não se apega à cabeça”, Jesus Cristo. — Colossenses 2:18, 19.
10. Em que sentido os falsos instrutores ‘se deleitavam numa humildade fingida’?
10 Que engenhoso artifício! Desconsiderando que Jesus condenou o jejum ostentoso, o falso instrutor apresentava uma atrativa fachada de humildade. (Mateus 6:16) Sem dúvida, o falso instrutor ‘se deleitava’ no jejum ostensivo e em outras formas de abstenção religiosa. (Colossenses 2:20-23) Seu rosto triste era cuidadosamente planejado para externar uma falsa piedade. O falso instrutor certamente ‘praticava a sua justiça diante dos homens, a fim de ser observado por eles’. (Mateus 6:1) Mas tudo isso era um simulacro, uma “humildade fingida”. Como diz A Bíblia do Expositor, em inglês: “O homem que sabe que é humilde, e que se sente satisfeito com isso, olhando de relance com o canto de seus olhos baixos em qualquer espelho em que possa ver a si mesmo, de modo algum é humilde.” — O grifo é nosso.
11. (a) O que era a adoração de anjos? (b) Qual a evidência de que a adoração de anjos persistia em Colossos?
11 Não obstante, esta falsa humildade acrescentava aparente credibilidade a uma prática de outro modo absurda — a “adoração dos anjos”. Paulo não explica exatamente como essa adoração era realizada. A evidência, porém, é de que se tratava duma forma de adoração falsa que persistia na região de Colossos por séculos. Um concílio do quarto século, na vizinha Laodicéia, achou necessário declarar: “Os cristãos não devem abandonar a Igreja de Deus, e . . . invocar os nomes de anjos. . . . Se se descobrir que qualquer pessoa, pois, é praticante dessa idolatria particular, seja ela amaldiçoada.” No entanto, o teólogo e erudito Theodorete, do quinto século, menciona que “este vício” da adoração de anjos ainda existia nos seus dias. Até os dias de hoje, a Igreja Católica “incentiva o fiel a amar, respeitar e invocar os anjos”, promovendo “Missas e Serviços Religiosos em honra de anjos-da-guarda”. — New Catholic Encyclopedia, Volume I, página 515.
12. Como talvez julgassem os falsos instrutores que a adoração de anjos era aceitável?
12 Usando uma linha de raciocínio básica similar à dos teólogos católicos, o falso instrutor talvez dissesse: ‘Que privilégio maravilhoso têm os anjos! Não foi a Lei mosaica transmitida por meio deles? Não estão eles próximos a Deus no céu? Certamente devemos dar a esses poderosos a honra que merecem! Não mostraria isso verdadeira humildade de nossa parte? Afinal, Deus é tão elevado, e nós humanos somos tão pequenos! Os anjos podem, portanto, servir quais nossos mediadores no acesso a Deus.’
13. (a) É aceitável a adoração de anjos? (b) Como é que o instrutor falso “‘tomava pé” nas coisas que havia ouvido’?
13 A adoração de anjos sob qualquer forma, porém, é errada. (1 Timóteo 2:5; Revelação 19:10; 22:8, 9) Mas, o falso instrutor tentaria descartar tal objeção por “‘tomar pé nas” coisas que viu’. Segundo o Vocabulário do Testamento Grego, (em inglês), essa expressão era usada “nas religiões de mistérios para denotar o clímax da iniciação, quando o mystês [iniciado] ‘toma pé’ na entrada da nova vida que então vai partilhar com o deus”. Por usar fraseologia pagã, Paulo zombava de como o instrutor falso se orgulhava de ter perspicácia especial — talvez até mesmo afirmando ter tido visões sobrenaturais.
14. Em que sentido estavam os instrutores falsos ‘enfunados pela carnalidade de sua mente’?
14 Embora afirmasse ser espiritual, porém, o instrutor falso realmente estava enfunado sem causa devida pela carnalidade de sua mente. A carne pecaminosa contaminava sua perspectiva e motivações. “Enfunado” de orgulho e arrogância, a sua mente ‘se fixava nas obras iníquas’. (Colossenses 1:21) Pior de tudo, ele não se apegava à cabeça, Cristo, pois atribuía maior peso às especulações de pessoas mundanas do que aos ensinos de Jesus.
Ainda um Perigo?
15. (a) Que atitudes percebem-se hoje entre alguns cristãos? (b) De onde se originam tais atitudes, e como se comparam com o conselho da Bíblia?
15 O prêmio da vida eterna — seja ela no céu ou no paraíso terrestre — ainda está sendo oferecido aos servos de Jeová. É verdade que os gnósticos e os judaizantes há muito não existem mais. Todavia, há indivíduos hoje que talvez impeçam um cristão de ganhar esse prêmio. Talvez não o façam deliberadamente. Contudo, visto que se permitiram ficar indevidamente afetados pela ‘filosofia e vão engano’ deste sistema, talvez digam:
‘Eu tento ser honesto, mas é duro quando você é dono dum negócio. Este é um mundo de “lobo-devora-lobo”, e às vezes a gente simplesmente tem de transigir.’ (Compare este conceito com Provérbios 11:1; Hebreus 13:18.)
‘Quer dizer que você ainda é apenas uma dona-de-casa? Os tempos mudaram! Por que não arranja um emprego e faz alguma coisa da sua vida?!’ (Compare com Provérbios 31:10-31.)
‘Eu sei que o meu emprego me impede bastante de assistir às reuniões e de participar no serviço de campo. Mas é preciso muito dinheiro para sustentar o nosso padrão de vida. E que há de errado em se ter umas coisas boas?’ (Contraste este raciocínio com Lucas 21:34, 35; 1 Timóteo 6:6-8.)
‘Fico entediado de ouvir os anciãos sempre falarem sobre o serviço de campo! Trabalho a semana toda e mereço descansar nos fins-de-semana.’ (Compare com Lucas 13:24; Marcos 12:30.)
‘Trabalhar de pioneiro não é para todo mundo. Além do mais, na atual economia a pessoa, para sobreviver, precisa ter educação universitária.’ (Contraste isto com Mateus 6:33; 1 Coríntios 1:19, 20; 1 Timóteo 6:9-11.)
Raciocínio materialista e carnal é parte integrante das “coisas elementares do mundo” — os preceitos e as crenças fundamentais de pessoas do mundo! Render-se a tais pode causar irreparável dano espiritual.
16. De que modo alguns hoje podem tornar-se juízes hipócritas?
16 Juízes e instrutores autodesignados representam ainda outro perigo. Como os em Colossos, talvez criem caso de assuntos puramente pessoais. Amiúde caracterizam-se por uma “humildade fingida”. (Colossenses 2:16-18) Sua atitude de ‘mais santo do que os outros’ revela uma motivação errada — o desejo de elevar-se acima dos outros. Amiúde são ‘justos demais’, prontos a irem além do que o ‘escravo fiel’ disse ou publicou. Assim, talvez acendam controvérsias sobre assuntos como recreação, tratamentos de saúde, estilos de roupa ou maneira de se arrumar, ou o consumo de bebidas alcoólicas. (Eclesiastes 7:16; Mateus 24:45-47) Deste modo, a atenção se desvia de coisas espirituais e se focaliza nos desejos carnais. — Veja 1 Timóteo 6:3-5.
17, 18. (a) Como têm alguns ‘tomado pé’ quanto a conceitos pessoais, e por que é isso perigoso? (b) O que considerará a nossa próxima lição?
17 Hoje, alguns vão a ponto de ‘tomar pé’ em conceitos pessoais das Escrituras, ou afirmam ter perspicácia especial. Certa mulher, batizada há apenas um ano, afirmava ser do restante e pensava que isto acrescentava um peso adicional às suas opiniões. Assim, ela expressou forte desejo de “ensinar e encorajar outros” em algum cargo oficial. (Mas veja 1 Timóteo 2:12.) Visto que Jeová odeia a “exaltação de si próprio e o orgulho”, os cristãos devem ter um conceito modesto sobre suas próprias opiniões. (Provérbios 8:13) Evitam o laço de ficarem ‘enfunados sem causa devida pela carnalidade de sua mente’. (Colossenses 2:18) Qualquer um que promove suas idéias pessoais e põe o conselho do ‘escravo fiel’ de Cristo em luz desfavorável, não está se apegando ao cabeça. Certamente, pois, as testemunhas leais de Jeová devem proteger-se contra a influência impiedosa que poderia privá-las do prêmio da vida.
18 Satanás ainda usa o próprio homem para impedir que co-humanos ganhem a vida. Quais são algumas das outras maneiras de o Diabo empregar esse estratagema? E como pode uma Testemunha de Jeová apegar-se tenazmente ao prêmio?
Lembra-se?
◻ Que influências religiosas ameaçavam os cristãos na antiga Colossos?
◻ Quais eram os traços identificadores dos que tentariam privar cristãos de ganhar o “prêmio”?
◻ Como mostram alguns cristãos hoje que têm sido influenciados pelas “coisas elementares do mundo”?
◻ Como podem falsos instrutores induzir cristãos a um proceder errado?
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‘Corra para alcançar o prêmio’A Sentinela — 1985 | 15 de julho
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‘Corra para alcançar o prêmio’
“Não sabeis que os corredores numa corrida correm todos, mas apenas um recebe o prêmio? Correi de tal modo, que o possais alcançar.” — 1 Coríntios 9:24.
1, 2. (a) O que seria hoje uma grande tragédia para um cristão? (b) Que conselho deu Paulo em 1 Coríntios 9:24, e que aplicação teve aos cristãos em Corinto?
ERA para ter sido o grande clímax de 12 anos de estafante preparação. Mas, faltando um pouco menos do que a metade para terminar a corrida, a jovem atleta tropeçou irremediavelmente, terminando abruptamente o seu sonho de ganhar uma medalha de ouro olímpica. A imprensa qualificou a sua queda de “tragédia”.
2 Muito mais trágico, porém, seria uma Testemunha de Jeová deixar de terminar a corrida em busca da vida, especialmente estando a prometida Nova Ordem tão próxima! (2 Pedro 3:13) Apropriadamente, pois, o apóstolo Paulo disse: “Não sabeis que os corredores numa corrida correm todos, mas apenas um recebe o prêmio? Correi de tal modo, que o possais alcançar.” (1 Coríntios 9:24) Alguns na antiga Corinto corriam o risco de fracassar porque egoistamente faziam o que bem entendiam, mesmo ao custo de ‘ferir a consciência’ de outros. (1 Coríntios 8:1-4, 10-12) Ganhar a corrida, contudo, impunha sacrifício, pois Paulo disse: “Cada homem que toma parte numa competição exerce autodomínio . . . Surro o meu corpo e o conduzo como escravo, para que, depois de ter pregado a outros, eu mesmo não venha a ser de algum modo reprovado.” — 1 Coríntios 9:25-27.
3. (a) Que situação, que poderia ter impedido cristãos ali de terminarem a corrida, existia em Colossos? (b) Era aconselhável que os cristãos em Colossos estudassem filosofia e misticismo?
3 Mais tarde, escrevendo aos colossenses, Paulo advertiu de ainda outro perigo em potencial — homens que ‘os privariam do prêmio’ da vida. (Colossenses 2:18) Assim, como poderiam os cristãos ‘correr de tal modo que o pudessem alcançar’? Será que Paulo sugeriu que estudassem filosofia e misticismo a fim de debaterem com êxito com os instrutores falsos? Não, pois os cristãos haviam ‘morrido para com as coisas elementares do mundo’ e deveriam não querer ter nada a ver com as suas filosofias e tradições. — Colossenses 2:20.
4. De que maneira a obtenção de “conhecimento exato” ajudaria os cristãos em Colossos?
4 Paulo, portanto, incentivou seus concrentes a concentrarem seus esforços em ficar “cheios do conhecimento exato da sua [de Deus] vontade, em toda a sabedoria e compreensão espiritual”. Sim, “conhecimento exato” — não vãs especulações — os ajudaria a ‘andarem dignamente de Jeová, com o fim de lhe agradarem plenamente’. (Colossenses 1:9, 10; veja também Colossenses 3:10.) É verdade que a maioria dos cristãos em Colossos provavelmente seriam capazes de recitar os ensinos básicos das Escrituras. Mas, por meio de estudo e meditação, deviam ir além das coisas básicas e se tornar firmemente “estabelecidos no alicerce” de Cristo. (Colossenses 1:23; 1 Coríntios 3:11) Depois de atingirem tal profundeza, ‘nenhum homem os iludiria com argumentos persuasivos’. (Colossenses 2:4) Por meio de uso perito da Palavra de Deus poderiam refutar eficazmente as afirmações de quaisquer adoradores de anjos ou judaizantes. — Deuteronômio 6:13; Jeremias 31:31-34.
5. (a) Dê alguns exemplos de “coisas profundas” que o cristão maduro deve conhecer e entender. (b) Como mostra a experiência duma irmã o perigo de não se absorver “conhecimento exato”?
5 Mas, tem você ido além da “doutrina primária” e perscrutado “as coisas profundas de Deus”? (Hebreus 6:1; 1 Coríntios 2:10) Por exemplo, é capaz de identificar as feras de Revelação ou explicar o que é o templo espiritual? (Revelação, capítulo 13; Hebreus 9:11) Sabe explicar a base bíblica que justifica a existência da hodierna organização das Testemunhas de Jeová? Está bem fundamentado quanto a doutrinas bíblicas? Certa irmã cristã teve dificuldades em defender as suas crenças ao palestrar com certa mulher sobre a Trindade. Mais tarde, aquela mulher deu à nossa irmã certa publicação que caluniava a organização de Jeová. “Fiquei espiritualmente muito deprimida”, lembra-se essa irmã. Felizmente, um ancião pôde expor as afirmações falsas dos opositores e restaurar a fé da nossa irmã. (Judas 22, 23) “Agora eu entendo”, diz ela, “por que a Sociedade sempre recomenda orar, estudar e meditar”.
“Tremer Diante de Homens”
6. (a) O que tem sido uma pedra de tropeço para alguns servos de Deus? Dê alguns exemplos bíblicos. (b) O que muitas vezes causa o medo de homem?
6 “Tremer diante de homens é o que arma um laço”, advertiu o sábio. (Provérbios 29:25) E às vezes um mórbido “medo da morte”, ou um descomedido desejo de ser bem-visto por todos, arrasta a pessoa a este laço.(Hebreus 2:14, 15) Elias, por sua vez, destemidamente opôs-se aos praticantes da adoração de Baal. Mas, quando a rainha Jezabel ordenou a sua execução, “ele ficou com medo . . . e começou a ir embora, pela sua alma, e chegou a Berseba”. (1 Reis 19:1-3) O apóstolo Pedro também sucumbiu ao medo do homem na noite em que Jesus foi preso. Embora Pedro tivesse se jactado: “Senhor, estou pronto a ir contigo tanto para a prisão como para a morte”, quando foi acusado de ser um dos discípulos de Cristo, ‘ele principiou . . . a praguejar e a jurar: ‘Não conheço este homem!’” — Lucas 22:33; Mateus 26:74.
7. (a) Provavelmente, qual era a verdadeira razão de alguns em Colossos tentarem misturar o cristianismo com o judaísmo? (b) Quem, hoje, parece similarmente motivado?
7 O desejo temeroso de serem bem-vistos talvez tenha sido a verdadeira razão por que alguns tentaram misturar cristianismo e judaísmo. Quando surgiram judaizantes na Galácia, Paulo expôs a hipocrisia deles, dizendo: “Todos os que querem apresentar uma aparência agradável na carne são os que tentam compelir-vos a ser circuncidados, apenas para que não sejam perseguidos.” (Gálatas 6:12) Poderia ser que um similar desejo de popularidade tenha também sido a força que motivou alguns que recentemente deixaram a organização de Jeová?
8, 9 (a) De que modo é possível um cristão hoje manifestar o medo do homem? (b) Como pode este medo ser vencido?
8 Os cristãos devem empenhar-se em vencer tais temores. Se você reluta em pregar em territórios próximos à sua casa, ou evita testemunhar a parentes, a colegas de trabalho ou de escola, lembre-se da pergunta que Jeová fez em Isaías 51:12: “Quem és tu para temer o homem mortal que morrerá, e o filho da humanidade que será constituído em mera erva verde?” (Compare com Mateus 10:28.) Lembre-se de que todo aquele que “confia em Jeová será protegido”. (Provérbios 29:25) Pedro venceu seu medo do homem, tendo por fim uma morte de mártir. (João 21:18, 19) E muitos irmãos hoje mostram coragem similar.
9 Uma missionária que servia num país onde a obra de pregação estava banida disse: “Exige fé ir à uma reunião ou ao serviço de campo, sabendo que você poderá ser apanhado pela polícia.” Mas, como o salmista, os irmãos ali diziam: “Jeová está do meu lado; não terei medo. Que me pode fazer o homem terreno?” (Salmo 118:6) A obra naquele país floresceu e obteve recentemente o reconhecimento legal. A participação regular no ministério de campo com certeza ajudará a você a desenvolver essa mesma confiança em Jeová.
Vínculos Familiares
10. (a) Que necessidade emocional é universal, e como é esta em geral satisfeita? (b) Dê exemplos bíblicos de homens cujo apego a suas esposas era mais forte do que sua relação com Jeová.
10 Um livro intitulado O Indivíduo, o Casamento e a Família (em inglês), diz: “Uma necessidade universal do indivíduo, em todas as sociedades e em todos os segmentos da sociedade, é a necessidade de ‘pertencer’ e de ter um importante outro que ‘pertença’ a, ele.” Esta necessidade usualmente é preenchida pelo arranjo familiar, uma instituição de Jeová. (Efésios 3:14, 15) Satanás, porém, amiúde explora o apego que sentimos por membros da família. Os fortes sentimentos que Adão nutria por sua esposa evidentemente o levaram a desconsiderar as conseqüências e a juntar-se a ela na rebelião. (1 Timóteo 2:14) E que dizer de Salomão? Apesar de sua famosa sabedoria, “sucedeu, no tempo da velhice de Salomão, que as próprias esposas dele lhe haviam inclinado o coração para seguir outros deuses; e seu coração não se mostrou pleno para com Jeová, seu Deus . . . e Salomão começou a fazer o que era mau aos olhos de Jeová”. — 1 Reis 11:4-6.
11. Como foi que Eli ‘honrou seus filhos mais do que a Jeová’?
11 Lembra-se do idoso Eli, um sumo sacerdote de Israel? Seus filhos Hofni e Finéias eram “homens imprestáveis” que “não reconheciam a Jeová”. Mostravam descarado desrespeito aos sacrifícios de Jeová e praticavam imoralidade sexual “com as mulheres que prestavam serviço à entrada da tenda de reunião”. No entanto, Eli apresentava apenas o mais brando dos protestos (“Por que continuais a fazer tais coisas?”), não fazendo nenhum esforço para removê-los de seu cargo privilegiado. Com efeito, ele ‘honrava seus filhos mais do que a Jeová’, e isto resultou na morte dele — e deles! — 1 Samuel 2:12-17, 22, 23, 29-34; 4:18.
12. (a) Que advertência deu Jesus quanto a laços familiares? (b) Que linha de raciocínio típica do mundo talvez sigam alguns quando se trata de parentes, mas é isso biblicamente correto?
12 Lealdades mal orientadas podem, portanto, estorvá-lo na corrida em busca da vida. Jesus disse a seus discípulos: “Quem tiver maior afeição pelo pai ou pela mãe do que por mim, não é digno de mim; e quem tiver maior afeição pelo filho ou pela filha do que por mim, não é digno de mim.” (Mateus 10:37; Lucas 14:26) Mas, que dizer se um ente querido abandona a verdade ou é desassociado? Adotaria a noção “o sangue fala mais alto”, que é comum no mundo, e seguiria aquele parente à destruição? Ou depositaria fé nas palavras do Salmo 27:10: “Caso meu próprio pai e minha própria mãe me abandonassem, o próprio Jeová me acolheria”?
13. Como provaram os filhos de Corá a sua lealdade para com Jeová, e como foram abençoados por isso?
13 Os filhos de Corá tinham tal fé. O pai deles liderou uma rebelião contra a autoridade de Moisés e Arão. Mas Jeová, de modo impressionante, provou que apoiava a Moisés e Arão, por executar a Corá e seus co-conspiradores. No entanto, “os filhos de Corá não morreram”. (Números 16:1-3, 28-32; 26:9-11) Aparentemente, eles se recusaram a juntar-se ao pai na rebelião, e Jeová abençoou a sua lealdade por preservá-los vivos. Mais tarde, seus descendentes tiveram o privilégio de escrever partes da Bíblia! — Veja os cabeçalhos dos Salmos 42, 44-49, 84, 85, 87, 88.
14. Que experiência ilustra a bênção resultante de se pôr a lealdade a Jeová acima da lealdade a parentes?
14 A lealdade hoje também resulta em bênçãos. Certo jovem Testemunha de Jeová lembra-se da postura que ele e seus irmãos adotaram quando a mãe deles, há muito uma cristã inativa, entrou numa relação marital adúltera. “Relatamos o assunto aos anciãos”, ele se lembra, “e visto que ela não morava em casa, decidimos limitar a associação com ela até que os anciãos considerassem o assunto. Foi a coisa mais difícil que já tivemos que fazer.” A mãe protestou: “Será que para vocês a vida eterna vale mais do que eu?” A isto eles responderam: “A nossa relação com Jeová significa mais do que qualquer outra coisa.” A mulher sentiu um tremendo impacto, que a levou ao arrependimento sincero; foi restaurada espiritualmente e serve de novo qual publicadora ativa das boas novas.
15. (a) Como é que alguns pais permitiram que seus próprios filhos, se tornassem para eles pedras de tropeço? (b) Como pode o genitor ajudar tanto a si mesmo como a sua prole a ganhar a vida?
15 Alguns permitiram que seus próprios filhos servissem de pedras de tropeço. Deixando de reconhecer que “a tolice está ligada ao coração” dos jovens, alguns pais permitem que seus filhos se associem intimamente com pessoas do mundo, freqüentem eventos sociais indecentes e até mesmo que namorem quando ainda jovens demais para se casar. (Provérbios 22:15) Quais são, amiúde, as trágicas conseqüências de tal permissividade? Naufrágio espiritual. (1 Timóteo 1:19) Alguns até mesmo pactuam com o erro por enganosamente encobrirem o mau procedimento de seus filhos! (Provérbios 3:32; 28:13) No entanto, por apegar-se lealmente aos princípios bíblicos, o genitor ajuda tanto a si mesmo como a seus filhos a ganharem o prêmio da vida. — 1 Timóteo 4:16.
Seus Amigos — ‘Sábios’ ou “Estúpidos”?
16. (a) Como podem os nossos amigos ser uma poderosa influência? (b) Quem, especialmente, é vulnerável à influência de amigos, e por quê?
16 O livro Sociologia: Sociedade Humana, em inglês, observa: “O desejo de granjear a estima de amigos íntimos exerce sobre a pessoa uma forte pressão para se acomodar às normas deles.” O livro Adolescência, também em inglês, mostra que especialmente os jovens são vulneráveis a essa pressão. Diz: “[Isto se dá] devido às mudanças que se processam no seu organismo, nos seus conceitos pessoais e no relacionamento com a família. Como resultado, os adolescentes passam a gastar mais tempo com seus amigos e menos com a família.”
17. (a) Ilustre a veracidade das palavras de Provérbios 13:20. (b) Que espécie de amigos poderiam ser considerados ‘sábios’? (c) Como podem os jovens hoje seguir o exemplo do jovem Samuel?
17 Não se deve desperceber as palavras de Provérbios 13:20: “Quem anda com pessoas sábias tornar-se-á sábio, mas irá mal com aquele que tem tratos com os estúpidos.” Certa moça cristã admite: “Toda a má associação que eu tenho na escola realmente começa a me influenciar. Hoje na escola surpreendi a mim mesma com um palavrão na ponta da língua. . . . quase que eu disse, mas acabei não dizendo.” Lamentavelmente, alguns cristãos jovens têm sido induzidos a cometer sérios atos de má conduta por supostos amigos. Mas, se você for jovem desejoso de ganhar o prêmio, escolha amigos sábios — os de mentalidade voltada às coisas espirituais, de conduta correta, de linguagem edificante. Lembre-se, o jovem Samuel não se associou com os maus filhos de Eli. Mantinha-se ocupado ‘ministrando a Jeová’, mantendo-se assim livre da corrupção deles. — 1 Samuel 3:1.
Obtenha o Prêmio!
18. (a) Como podem alguns dos nossos irmãos, talvez inadvertidamente, estorvar-nos na corrida em busca da vida? (b) O que nos poderá proteger contra tais influências não salutares?
18 Acautele-se, pois, contra qualquer pessoa que gostaria de privá-lo do prêmio da vida. Isto, é claro, não significa que deveria encarar os irmãos com suspeita. Às vezes, no entanto, é possível que alguns irmãos, talvez inadvertidamente, digam coisas que o desencorajem. (‘Por que você se esforça tanto? Acha que é o único que vai ganhar a vida?’) Poderão até mesmo julgar duramente seus esforços sinceros. (‘Simplesmente não vejo como você pode ser pioneiro tendo família. Certamente não é justo fazer isso com seus filhos.’) Contudo, lembre-se de que Jesus rejeitou a admoestação de ‘poupar-se’, feita por Pedro. (Mateus 16:22, 23) Use seus ouvidos biblicamente treinados para ‘provar as palavras’, e não se deixe influenciar por aquelas que não soarem certas. (Jó 12:11) Lembre-se de que Paulo disse: “Quando alguém compete, mesmo nos jogos, não é coroado a menos que tenha competido segundo as regras.” (2 Timóteo 2:5) Sim, as “regras” de Deus — não opiniões antibíblicas — devem guiar seu raciocínio. — Veja 1 Coríntios 4:3, 4.
19, 20. (a) Como tentaram os irmãos de José causar-lhe dano, e como reagiu José à maldade deles? (b) Como podemos evitar que humanos imperfeitos sejam causa de tropeço para nós? (c) Qual deve ser a nossa decisão quanto ao prêmio, e por quê?
19 É verdade que pode acontecer que um co-cristão lhe dê uma ‘estocada’ com alguma palavra irrefletida. (Provérbios 12:18) Não permita que isto o faça desistir da corrida pela vida! Lembre-se de José. Seus próprios irmãos cogitaram assassiná-lo, e, embora se refreassem disso, finalmente o venderam à cruel escravidão. José, porém, não permitiu que isso o amargurasse ou que o deixasse “furioso com o próprio Jeová”. (Provérbios 19:3) Em vez de se vingar, ele mais tarde lhes deu a oportunidade de mostrar uma atitude mudada. E após constatar seu arrependimento, “passou a beijar a todos os seus irmãos e a chorar sobre eles”. Como Jacó disse mais tarde: “Os arqueiros [irmãos enciumados de José] o hostilizavam e atiravam contra ele, e lhe tinham rancor.” Todavia, José retribuiu o ódio deles com bondade. Em vez de se sair enfraquecido da experiência, “a força das suas mãos era ágil”. — Gênesis 37:18-28; 44:15-45:15; 49:23, 24.
20 Portanto, em vez de tropeçar por causa de humanos imperfeitos, ‘corra de tal modo que possa alcançar’ o prêmio! Como José, permita que confrontações provadoras o fortaleçam, em vez de o enfraquecerem. (Veja Tiago 1:2, 3.) Permita que seu amor a Deus seja tão forte que humano nenhum se torne pedra de tropeço para você. (Salmo 119:165) Lembre-se sempre de que Deus oferece o prêmio da vida eterna — um prêmio além de descrição, além de compreensão. Que nenhum homem o prive dele!
Lembra-se?
◻ Por que é o conhecimento exato de tanto valor para os cristãos?
◻ Como pode a pessoa vencer o temor do homem, que tem privado alguns de ganharem a vida?
◻ Como poderia a própria família da pessoa ser pedra de tropeço?
◻ Como deveria o cristão reagir a palavras desencorajadoras, ou até mesmo dolorosas, da parte de co-cristãos?
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