Capítulo 18
Reduzido a nada o “homem que é contra a “lei”
1. Por que há mais do que nunca uma demanda de paz entre as nações, por parte de tantas pessoas?
NUNCA antes houve tanta demanda de paz entre as nações por parte de tantas pessoas. Aparentemente, isto se dá porque vivemos na “era nuclear”, na qual seis nações destacadas possuem a bomba nuclear e muitas outras nações estão destinadas a se tornar possuidoras da bomba nuclear dentro em breve, visto que o segredo dela se torna mais amplamente conhecido e aproveitado. As bombas nucleares ameaçam agora a humanidade não só de lugares de lançamento de mísseis em terra seca, mas também de submarinos lançadores de mísseis ocultos em lugares estratégicos debaixo das águas dos mares.
2. Que manobras incomuns em prol duma paz internacional presenciamos por isso hoje em dia?
2 Não causa grande espanto, pois, ver os governantes políticos fazer o que parecem ser esforços honestos para impedir a primeira guerra nuclear. Confrontados com um verdadeiro holocausto nuclear, os governantes do mundo se inclinam a ter cada vez mais consideração nas suas atitudes mútuas. Adversários até agora intransigentes entre si tomam medidas transigentes visando a paz. Sente-se cada vez mais que é preciso fazer tudo para garantir a paz do futuro. Surge a esperança de uma “paz por uma geração”. A Conferência de Segurança e Cooperação Européia de 1973, de trinta e quatro nações, evidenciou o sentimento internacional sobre o assunto. O objetivo é coibir o desrespeito internacional à lei!
3. (a) Os atuais assuntos do mundo parecem ter quase atingido o ponto em que se fará que clamor em congratulação de si mesmos? (b) O dia de quem estará então à mão, e por que será ele uma surpresa para os que clamarem?
3 Os atuais acontecimentos mundiais parecem ir na direção da situação em que os homens no domínio dos assuntos clamarão jubilantemente em congratulação de si mesmos: “Paz e segurança!” Quando se atingir tal estágio dos assuntos, sob o sorriso de aprovação benigna das Nações Unidas, significará isso o início duma “geração de paz para a humanidade”? A profecia bíblica tem algo a dizer sobre isso. Tem muito a dizer sobre os tempos e as épocas em que as coisas hão de ocorrer, porque o Autor da Bíblia, o Criador do homem, é Cronometrista. Ele terá o Seu dia! O aparente bom êxito da política internacional em finalmente estabelecer “paz e segurança” não adiará o Seu dia. Seu dia não é fixo por homens. Providenciarem eles um acordo internacional, à base do qual se sentirão justificados em clamar: “Paz e segurança!” será o sinal predito de que Seu dia já amanheceu. O que este trará surpreenderá a humanidade. Ficará surpresa porque não acreditou no que ele predisse na sua Palavra e no que fez proclamar por suas testemunhas.
4. O que escreveu Paulo aos cristãos tessalonicenses a respeito do tempo de se clamar: “Paz e segurança!”?
4 Já séculos atrás houve pesquisadores de Sua Palavra inspirada de profecia, que procuravam a vinda de Seu dia. Há dezenove séculos atrás, o apóstolo Paulo escreveu à recém-estabelecida congregação cristã em Tessalônica, na Macedônia, e disse àqueles pesquisadores da Bíblia: “Ora, quanto aos tempos e às épocas, irmãos, não necessitais de que se vos escreva. Pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia de Jeováa vem exatamente como ladrão, de noite. Quando estiverem dizendo: ‘Paz e segurança!’ então lhes há de sobrevir instantaneamente a repentina destruição, assim como as dores de aflição vêm sobre a mulher grávida, e de modo algum escaparão. Mas vós, irmãos, não estais em escuridão, de modo que aquele dia vos sobrevenha assim como a ladrões, porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não pertencemos nem à noite nem à escuridão. Assim, pois, não estejamos dormindo assim como fazem os demais, mas fiquemos despertos e mantenhamos os nossos sentidos.” — 1 Tessalonicenses 5:1-6.
5. (a) Paulo escreveu a sua carta aos cristãos tessalonicenses aproximadamente no meio dum período para o qual Jesus predisse o quê? (b) Contudo, alguns deles pensavam que estava perto o quê, e por isso estavam inclinados a desejar o quê?
5 O apóstolo Paulo escreveu aquela primeira carta à congregação em Tessalônica, na Macedônia, por volta do ano 50 E.C. Isto foi aproximadamente no meio do período de tempo entre 33 E.C. e 70 E.C., período de que Jesus Cristo disse na sua profecia no Monte das Oliveiras, que ficaria assinalado por “guerras e relatos de guerras”, pois, durante este período, “nação se levantará contra nação e reino contra reino”. Tudo menos um tempo pacífico. (Mateus 24:4-7) Contudo, durante o ano que se seguiu à escrita da primeira carta de Paulo, veio a haver em Tessalônica cristãos que cederam à impressão de que “o dia de Jeová está aqui”. No entanto, não havia nenhuma evidência de que durante aquele tempo, 50/51 E.C., homens de destaque dissessem: “Paz e segurança!”, declaração que, conforme Paulo havia escrito na sua carta, precederia imediatamente à vinda da “repentina destruição” sobre os pacificadores do mundo. Os cristãos tessalonicenses atravessavam um tempo de tribulação, por causa da perseguição por parte de opositores religiosos, e estavam inclinados a querer ser imediatamente ajuntados ao céu, para estar com o Senhor Jesus Cristo e longe das dificuldades.
6, 7. O que escreveu Paulo àqueles tessalonicenses, visto que precisavam demonstrar fé sob mais tribulação?
6 Por conseguinte, por volta do ano 51 E.C., o apóstolo Paulo achou aconselhável escrever aos cristãos tessalonicenses outra carta, para restabelecer seu equilíbrio espiritual. Expressou satisfação com sua perseverança e fé sob perseguição e tribulação, e disse: “Esta é uma prova do julgamento justo de Deus, resultando em serdes contados dignos do reino de Deus, pelo qual, deveras, estais sofrendo.” Não lhes assegurou que dentro em breve fossem aliviados dos que lhes causavam dificuldades, mas apontou para o futuro, para a “revelação do Senhor Jesus desde o céu, com os seus anjos poderosos”. Reconhecendo que tinham de prosseguir demonstrando sua fé cristã sob as circunstâncias difíceis, ele disse:
7 “Com este mesmo fim, deveras, estamos sempre orando por vós, para que o nosso Deus vos conte dignos de sua chamada e realize completamente tudo o que lhe agradar da bondade e a obra de fé com poder, a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós em união com ele, de acordo com a benignidade imerecida de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.” — 2 Tessalonicenses 1:5-12.
8. Paulo pediu que não ficassem agitados por causa de que idéia, a fim de que não ficassem desapontadas suas expectativas relacionadas com a vindoura destruição de Jerusalém?
8 A destruição da Jerusalém terrestre (em 70 E.C.) avizinhava-se dentro daquela geração e o apóstolo Paulo não quis que os cristãos tessalonicenses ficassem desapontados nas suas expectativas infundadas logo antes ou depois daquela calamidade nacional judaica. Vendo a necessidade de reajustarem seu modo de pensar, passou então a escrever: “No entanto, irmãos, com respeito à presença [em grego: parousia] de nosso Senhor Jesus Cristo e de sermos ajuntados a ele, solicitamo-vos que não sejais depressa demovidos de vossa razão, nem fiqueis provocados, quer por uma expressão inspirada, quer por intermédio duma mensagem verbal, quer por uma carta, como se fosse da nossa parte, no sentido de que o dia de Jeová está aqui.” — 2 Tessalonicenses 2:1, 2.
9. Na sua primeira carta, o que disse Paulo aos tessalonicenses sobre a presença de Cristo e sobre os cristãos serem ajuntados a ele?
9 Junto com seus companheiros missionários Silvano (Silas) e Timóteo, o apóstolo Paulo havia fundado aquela congregação de Tessalônica, e na sua primeira carta, depois de ter de deixar aquela congregação, escreveu-lhes sobre o que ele chama de “presença de nosso Senhor Jesus Cristo e de sermos ajuntados a ele”. Em 1 Tessalonicenses 4:14-18 ele escreveu: “Pois, se a nossa fé é que Jesus morreu e foi levantado de novo, então, também, Deus trará com ele os que adormeceram na morte por intermédio de Jesus. Pois, nós vos dizemos pela palavra de Jeová o seguinte: que nós, os viventes, que sobrevivermos até a presença do Senhor, de modo algum precederemos os que adormeceram na morte; porque o próprio Senhor descerá do céu com uma chamada dominante, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus, e os que estão mortos em união com Cristo se levantarão primeiro. Depois nós, os viventes, que sobrevivermos, seremos juntamente com eles arrebatados em nuvens, para encontrar o Senhor no ar; e assim estaremos sempre com o Senhor. Conseqüentemente, persisti em consolar-vos uns aos outros com estas palavras.”
10, 11. Em vista da narrativa do apóstolo Mateus sobre a vida de Cristo, que particularidade de sua profecia talvez fosse trazida à atenção deles?
10 Além desta informação por intermédio de Paulo, naquele tempo circulava o Evangelho de Mateus, tendo sido escrito por volta do ano 41 E.C., tanto em hebraico como no grego comum do primeiro século E. C. Por isso é possível que aos da congregação de Tessalônica se tivesse trazido à atenção o que o apóstolo Mateus registrou sobre a profecia de Jesus no Monte das Oliveiras. A narrativa de Mateus nos conta que Jesus, depois de predizer a destruição de Jerusalém (em 70 E.C.), prosseguiu:
11 “Imediatamente depois da tribulação daqueles dias, o sol ficará escurecido, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se baterão então em lamentação, e verão o Filho do homem vir nas nuvens do céu, com poder e grande glória. E enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e eles ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma extremidade dos céus até à outra extremidade deles.” — Mateus 24:29-31.
12. (a) Esperava Paulo o ajuntamento dos cristãos ao Cristo celestial imediatamente depois da destruição de Jerusalém? (b) O que lhes lembrou Paulo, que tinha de vir primeiro, antes do dia destrutivo de Jeová?
12 Ora, o apóstolo Paulo sabia que não ocorreria logo após a destruição de Jerusalém, dentro daquela geração, o ajuntamento dos escolhidos por meio dos anjos, resultando num ajuntamento dos cristãos de Tessalônica com o Senhor Jesus Cristo. Ele sabia que, antes da chegada do destrutivo “dia de Jeová”, havia de acontecer mais do que a destruição de Jerusalém pelos romanos e o brado enganoso de “Paz e segurança!” por parte dos governantes políticos. O apóstolo Paulo lembrou aos cristãos tessalonicenses esta coisa preliminar, adicional, nas seguintes palavras: “Que ninguém vos seduza, de maneira alguma, porque não virá a menos que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem que é contra a lei, o filho da destruição.” — 2 Tessalonicenses 2:3.
13. (a) A que não se referia Paulo com a palavra “apostasia”? (b) Como sabia Paulo o significado da palavra por ele mesmo ter sido acusado de apostasia?
13 Sim, primeiro tinha de vir uma apostasia. O que queria dizer o apóstolo Paulo com “apostasia”? Referia-se ele a mero desvio negligente, a um afastamento indiferente de discípulos de Cristo no que se referia à fé e prática cristãs? Não! A palavra significa algo muito mais forte. O apóstolo Paulo sabia disso. Ora, ele mesmo fora acusado de ser culpado de apostasia, mas tal acusação fora feita por judeus circuncisos, descrentes. Este foi o motivo pelo qual, na sua última visita a Jerusalém, Paulo recebeu um conselho do corpo governante da congregação cristã, a saber: “Observas, irmão, quantos milhares de crentes há entre os judeus; e todos eles são zelosos da Lei. Mas eles ouviram rumores a respeito de ti, de que tens ensinado a todos os judeus entre as nações uma apostasia contra Moisés, dizendo-lhes que não circuncidem os seus filhos nem andem nos costumes solenes. O que se há de fazer, então, a respeito disso? Em qualquer caso, eles vão ouvir que chegaste [em grego: elélythas]. Faze, portanto, o que te vamos dizer.” (Atos 21:18-23) Na mente dos judeus, dar Paulo as costas a Moisés significava uma apostasia.
14. O que significa literalmente a palavra grega original, em si mesma, e que significado assumiu?
14 Segundo a palavra grega usada, “apostasia” significa literalmente “apartar-se de”, “desvio”, “afastamento”. Por exemplo, lemos em Lucas 8:13: “Na hora da provação se desviam.” (ALA) Também, em 1 Timóteo 4:1: “Nos últimos tempos alguns se apartarão da [abandonarão a] fé.” (J. Basílio Pereira; Negromonte; BLH) “Alguns renegarão a fé.” (LEB; CT) Também Hebreus 3:12: “Meus irmãos, cuidado para que nenhum de vocês tenha coração tão mau e incrédulo que se afaste do Deus vivo.” (BLH) “Vede, irmãos, que não se ache nalgum de vós um coração corrompido de incredulidade, que o faça apostatar do Deus vivo.” (J. Pedreira de Castro; H. Rohden) “Um coração corrompido pela incredulidade, que o aparte do Deus vivo.” (So) Portanto, para os antigos gregos, a palavra deles da qual se deriva a nossa “apostasia” significava “defecção” ou “revolta”, bem como “afastamento; desaparecimento”. Este é o motivo por que algumas traduções modernas transmitem a idéia de “revolta” em 2 Tessalonicenses 2:3.
15. Como mostram traduções modernas que a palavra “apostasia” transmite um conceito forte?
15 Por exemplo, a versão católica romana do Pontifício Instituto Bíblico de Roma reza ali: “É necessário que antes venha a defecção e que se manifeste o homem da impiedade, o filho da perdição.” Uma Tradução Americana, em inglês, reza: “Pois isto não se dá até que ocorra a rebelião e apareça a personificação da desobediência — aquele que está condenado à destruição.” A Versão Normal Revisada, em inglês, reza: “Pois aquele dia não virá a menos que venha primeiro a rebelião e se revele o homem sem lei, o filho da perdição.” A Bíblia na Linguagem de Hoje verte isso: “Terá de vir a Revolta contra Deus, e aparecer o Perverso, que está condenado.” E A Nova Bíblia Inglesa reza: “Aquele dia não pode vir antes da rebelião final contra Deus, quando a iniqüidade será revelada em forma humana, o homem condenado à perdição.” Em base destas diversas traduções de 2 Tessalonicenses 2:3 podemos ver que se tem um conceito forte da palavra “apostasia”.
CONTRA QUEM?
16. (a) Como sabemos de que se dá a apostasia ou deserção? (b) O que indica se este “homem que é contra a lei’’ é um único homem e se este “homem” é apenas um anticristo?
16 Então, contra quem é esta apostasia, esta revolta, esta rebelião, esta defecção? A descrição adicional deste desenvolvimento rebelde torna claro que é contra Jeová Deus, cujo Dia é precedido por esta apostasia. Tal apostasia havia de resultar em se revelar “o homem que é contra a lei, o filho da destruição”. Um homem literal? Não, pois nenhum único homem poderia ter vivido durante todo o longo período de tempo abrangido no cumprimento desta profecia. Bem em harmonia com esta explicação está a versão de Uma Tradução Americana, que usa a expressão “personificação da desobediência, . . . que está condenado à destruição”. Notamos que este não é chamado “O Anticristo”. É verdade que ele resulta em ser um anticristo. Assim como o apóstolo João disse a respeito de seus próprios dias, escrevendo por volta do ano 98 E.C.: “Já está havendo agora muitos anticristos; . . . Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, aquele que nega o Pai e o Filho.” (1 João 2:18, 22) Não só se nega o Filho de Deus, mas também Deus, o Pai.
17. O que se quer dizer por se chamar este antideus de “filho da destruição”, e quando vem a destruição dele?
17 Portanto, é mais apropriado chamar o “homem que é contra a lei” de antideus. Este antideus é contra a lei no que se refere a Deus, e sendo contra Deus, o Pai, ele é também contra o Filho de Deus, Jesus Cristo. Antes de aparecer, o “homem que é contra a lei” já é chamado de “filho da destruição”. Esta expressão figurativa significa que ele é herdeiro da destruição, que está sentenciado à destruição, “condenado à destruição”. O “homem que é contra a lei” merece a destruição; não pode escapar dela. Esta destruição merecida virá sobre ele no “dia de Jeová”. Este antideus é revelado antes daquele dia.
18. (a) Visto que aquele que é contra a lei está relacionado com a apostasia, o que indica isso quanto à relação daquele com Deus? (b) Estavam os judeus naturais dos dias de Paulo numa relação pacífica com Deus, da qual apostataram?
18 Tal “homem que é contra a lei” destinado à destruição, é relacionado com a predita “apostasia”, revolta ou rebelião contra Deus. Isto torna certo que o “homem que é contra a lei” estava originalmente associado com Deus, em relações pacíficas com Deus. Quando o apóstolo Paulo escreveu sua carta aos cristãos tessalonicenses, não eram os judeus naturais, circuncisos, que estavam em paz com Deus e em relação harmoniosa com Ele. Foram os judeus que instigaram um distúrbio em Tessalônica e obrigaram o apóstolo Paulo a fugir daquela cidade, e, mais tarde, também da Beréia. (Atos 17:5-15) Paulo escreveu na sua primeira carta aos tessalonicenses: “Eles [os das congregações na Judéia] também estão sofrendo às mãos dos judeus, que mataram até mesmo o Senhor Jesus e os profetas, e que nos perseguiram. Outrossim, eles não estão agradando a Deus, mas são contra os interesses de todos os homens, visto que tentam impedir-nos de falar a pessoas das nações para que essas se salvem, com o resultado de que sempre enchem a medida de seus pecados. Mas, por fim veio sobre eles o furor dele.” — 1 Tessalonicenses 2:14-16.
19. Então, com que se podia esperar que começasse a apostasia, e por que com eles?
19 Donde mais, senão da congregação cristã, podia esperar-se o começo da apostasia? Foi aos cristãos, representados pela congregação de Tessalônica, que o apóstolo escreveu: “Paulo, e Silvano, e Timóteo, à congregação dos tessalonicenses em união com Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo: Que tenhais benignidade imerecida e paz da parte de Deus, o Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (2 Tessalonicenses 1:1, 2) Estes cristãos podiam apostatar de Deus, podiam revoltar-se e rebelar-se contra Deus, porque estavam em união com Ele e com seu Messias Jesus, e recebiam benignidade imerecida e paz de Deus, seu Pai celestial, mediante o Filho dele, Jesus Cristo. Portanto, quem são tais rebeldes procedentes da congregação cristã?
20, 21. (a) Por que começaria a apostasia não dentro da nação judaica, mas dentro da congregação cristã? (b) Com que palavras advertiu Paulo o presbitério de Éfeso a respeito da vindoura apostasia?
20 O próprio apóstolo Paulo advertiu que viria a apostasia, a revolta ou rebelião religiosa do meio da congregação que então pertencia a Deus, visto que Ele havia rejeitado a nação judaica como seu povo escolhido. A congregação de Deus compunha-se então de israelitas espirituais, de judeus espirituais, e não era mais a nação dos judeus naturais, circuncisos. Alguns anos depois de Paulo escrever sua segunda carta aos tessalonicenses, ele estava na cidade de Mileto, na Ásia Menor, na sua última viagem a Jerusalém. Em Mileto, dirigiu-se ao presbitério ou “corpo de anciãos” da vizinha congregação de Éfeso. Indicando a futura apostasia, Paulo disse àqueles anciãos ou superintendentes:
21 “Prestai atenção a vós mesmos e a todo o rebanho, entre o qual o espírito santo vos designou superintendentes para pastorear a congregação de Deus, que ele comprou com o sangue do seu próprio Filho. Sei que depois de eu ter ido embora entrarão no meio de vós lobos opressivos e eles não tratarão o rebanho com ternura, e dentre vós mesmos surgirão homens e falarão coisas deturpadas, para atrair a si os discípulos.” — Atos 20:28-30.
22, 23. (a) Em qual das suas cartas, dirigida a quem, advertiu também Pedro contra a vindoura apostasia? (b) Como nos ajuda Pedro, por meio do que ele diz, a identificar o “filho da destruição”, que é contra a lei?
22 Igual ao apóstolo Paulo, seu co-apóstolo Pedro também se apercebia da vindoura apostasia. Na sua segunda e última carta, escrita por volta do ano 64 E.C., Pedro dirigiu-se “aos que obtiveram uma fé, tida por igual privilégio como a nossa, pela justiça de nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo”.
23 No decorrer de sua carta a estes, Pedro passou a dizer: “A profecia nunca foi produzida pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo. No entanto, houve também falsos profetas entre o povo, assim como haverá falsos instrutores entre vós. Estes mesmos introduzirão quietamente seitas destrutivas e repudiarão até mesmo o dono que os comprou, trazendo sobre si mesmos uma destruição veloz. Outrossim, muitos seguirão os seus atos de conduta desenfreada, e, por causa destes, falar-se-á de modo ultrajante do caminho da verdade. Explorar-vos-ão também em cobiça com palavras simuladas. Mas, quanto a eles, o julgamento, desde tempos antigos, não está avançando vagarosamente e a destruição deles não está cochilando.” (2 Pedro 1:1, 2 Ped. 1:21 a 2:3) Isto nos ajuda a identificar o “filho da destruição” que é contra a lei.
24, 25. Em vista do que Paulo e Pedro disseram, que perguntas fazemos sobre a identificação do que é o “homem que é contra a lei”?
24 À luz do que os apóstolos Paulo e Pedro disseram sobre a apostasia, quem é realmente “o homem que é contra a lei, o filho da destruição”? O apóstolo Paulo disse aos “anciãos”, aos “superintendentes”, que representavam a congregação de Éfeso, que surgiriam homens e ‘falariam coisas deturpadas’ no campo religioso. Isto limita o assunto aos líderes religiosos da congregação cristã, os ordenados ou designados para ‘pastorear a congregação de Deus’. Então, quem são os líderes religiosos que professam ser da congregação de Deus e que são como “lobos opressivos”? Quem são os professos líderes cristãos que não ‘tratam o rebanho com ternura’? Quem são os guias religiosos que se levantam e falam “coisas deturpadas”, a fim de “atrair a si os discípulos” na congregação? Quem são os homens que, tais quais os falsos profetas entre o povo do antigo Israel, mostram ser “falsos instrutores” entre os israelitas espirituais?
25 Sim, quem são os líderes religiosos que introduziram “seitas destrutivas” entre os que se consideram congregação de Deus? Quem são os líderes sectários que, pelos seus ensinos religiosos e pelas suas práticas, realmente repudiam o celestial “dono que os comprou”? Quais os líderes religiosos que se mostraram culpados de “conduta desenfreada” nas suas relações com as autoridades seculares, mundanas? Quais os líderes religiosos que deram o mau exemplo a ser imitado pelos seus rebanhos, de modo que se começou a falar “de modo ultrajante do caminho da verdade”? Quais os líderes religiosos que cobiçam as coisas que as pessoas de sua congregação possuem e depois as exploram “com palavras simuladas”?
IDENTIFICAÇÃO DO “HOMEM QUE É CONTRA A LEI”
26. Para quem aponta o dedo de identificação, e como é o identificado descrito na Enciclopédia Americana?
26 O dedo identificador da história humana, durante os últimos dezesseis séculos, aponta para o clero religioso da cristandade. Será que alguém não tem certeza sobre o que se quer dizer com “clero” da cristandade? Neste caso, deixemos que a Enciclopédia Americana (edição de 1929, em inglês), Volume 7, página 90, lhe esclareça isso nas seguintes palavras:
CLERO (latim clericus, do grego kléros, quinhão) na Igreja cristã, aquela parte dos fiéis que é posta à parte para o ministério da religião. A separação dos leigos tornou-se mais acentuada por meio da multiplicação de cargos e títulos, privilégios, direitos, vestimenta e hábitos peculiares. Na Igreja Católica Romana, há oito graus ou distinções de clero, a saber, o do simples clérigo, os de quatro ordens menores e os de três ordens sacras de subdiácono, diácono e sacerdote. . . . Os últimos três são considerados como sendo de instituição divina. O simples clérigo é aquele que recebeu a tonsura clerical por meio deste rito, ele torna-se clérigo ou clerical e como tal cabem-lhe certos direitos, privilégios e imunidades, e ele assume certas obrigações não atribuídas aos leigos. Nas igrejas protestantes, a distinção entre clero e leigos é muito menos ampla.
27. (a) Que palavras de Jesus são contrárias à divisão da congregação em clero e leigos? (b) Como classificou João todos os membros da congregação, na Revelação?
27 Será que Jesus Cristo, Cabeça da congregação cristã, deu aos seus discípulos instruções para se dividirem em clérigos e leigos? Em parte alguma dos quatro Evangelhos, de Mateus, Marcos, Lucas e João, nem no livro dos Atos dos Apóstolos, nem no livro de Revelação, encontramos instruções da divisão de seus discípulos em duas classes gerais. Suas instruções foram exatamente ao contrário. No templo em Jerusalém, Jesus disse aos seus discípulos e às multidões de judeus: “Mas vós, não sejais chamados Rabi, pois um só é o vosso Instrutor, ao passo que todos vós sois irmãos. Além disso, não chameis a ninguém na terra de vosso pai, pois um só é vosso Pai, o Celestial. Tampouco sejais chamados ‘líderes’, pois o vosso Líder é um só, o Cristo. Mas o maior dentre vós tem de ser o vosso ministro.” (Mateus 23:8-11) Na Revelação que lhe foi dada mediante Jesus Cristo, o apóstolo João refere-se a todos os discípulos de Cristo como sendo sacerdotes, dizendo: “Ele fez de nós um reino, sacerdotes para seu Deus e Pai. . . .” “Fizeste deles um reino e sacerdotes para o nosso Deus, e reinarão sobre a terra.” — Revelação 1:6; 5:10.
28. Como classificou também a primeira carta de Pedro todos da congregação como iguais?
28 Do mesmo modo, o apóstolo Pedro escreveu aos cristãos, que todos eles são sacerdotes, dizendo: “Vós mesmos, como pedras vivas, entrai na construção deste templo espiritual, para nele constituirdes um sacerdócio santo, que ofereça, por intermédio de Jesus Cristo, sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus. Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus para que anuncieis as perfeições d’Aquele que vos chamou das trevas à sua luz admirável.” — 1 Pedro 2:5, 9, versão católica romana de Lincoln Ramos.
29, 30. (a) Em 1 Pedro 5:1-3, como aplica a Versão Douay da Bíblia a palavra “clero”? (b) Como vertem traduções católicas modernas a palavra grega usada aqui?
29 A palavra inglesa para “clero” ocorre uma vez na Versão Douay da Bíblia, em inglês, na primeira carta de Pedro, como segue: “Aos anciãos, portanto, que há entre vós, rogo eu, que também sou ancião e testemunha dos sofrimentos de Cristo, também como partícipe daquela glória que há de ser revelada no tempo futuro: Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, cuidando dele, não constrangidos, mas voluntariamente, segundo Deus: não por causa de lucro vil, mas voluntariamente: Nem como dominando sobre o clero, mas sendo feito modelo do rebanho, de coração.” (1 Pedro 5:1-3, Dy) Contudo, mesmo nesta tradução da Bíblia, todo o rebanho das ovelhas espirituais de Deus é chamado de “clero”, e manda-se que os “anciãos”, tais como o apóstolo Pedro, não dominassem sobre este “clero”. Entretanto, divergindo desta forma de a Versão Douay traduzir a palavra grega kléros (na forma plural) em 1 Pedro 5:3, modernas traduções católicas romanas da Bíblia vertem a palavra grega de modo diferente em inglês, e também em português. Por exemplo:
30 “Nem sejais ditadores sobre qualquer grupo de que sois encarregados, mas sede exemplo que todo o rebanho possa seguir.” (The Jerusalem Bible) “Não como dominadores tirânicos das ovelhas entregues a vossos cuidados, mas tornando-vos modelos do rebanho.” (Lincoln Ramos) “Nem como opressores dos dependentes, mas tornando-vos modelos do rebanho.” — Pontifício Instituto Bíblico de Roma.
31. Em vista do que Jesus disse, em Mateus 23:10-12, 14, 33, por que perguntamos sobre o motivo de os homens se distinguirem dos leigos” como “clero”?
31 Visto que os apóstolos inspirados de Jesus Cristo aplicaram os termos “sacerdócio” e “clero” (Versão Douay) a todo o rebanho de Deus e não os restringiram aos “anciãos”, tais como o apóstolo Pedro, não é impertinente perguntar aqui: Quem são os líderes religiosos da cristandade que se intitulam “sacerdotes” e que se chamam de “clero”, como separados e distintos do que chamam de “laicado”, termo que não ocorre nas inspiradas Escrituras Sagradas? Qual é a motivação destes líderes religiosos ao se diferenciarem assim? Em que procuram constituir-se? Lembramo-nos de que Jesus Cristo, ao denunciar os escribas e fariseus judaicos como “hipócritas” e “serpentes, raça de víboras”, ele disse: “Nem queirais que vos chamem mestres, porque um só é o vosso Mestre, Cristo. O maior entre vós seja vosso servidor. Todo aquele que se exaltar será humilhado e todo aquele que se humilhar será exaltado.” — Mateus 23:10-12, 14, 33, PIB.
32. Quando foi que os líderes religiosos da cristandade começaram a chamar-se “clero”, diferenciando-se dos “leigos”?
32 Ora, quando começaram os clérigos religiosos da cristandade a chamar-se de clérigos e a reservar-se o título de “sacerdote”? Sob o título: “2. Distinção entre Clero e Laicado”, a Cyclopœdia de M’Clintock e Strong, Volume II, página 386, diz a respeito da “antítese” ou do contraste entre clérigos e leigos:
A antítese judaica de clero e leigos era de início desconhecida entre os cristãos; e foi “somente ao se desviarem os homens do ponto de vista evangélico para o judaico” que a idéia do sacerdócio geral cristão de todos os crentes cedeu seu lugar, mais ou menos completamente, à do sacerdócio especial ou clero. . . . Assim, mesmo Tertuliano (De Baptismo, c. 17, antes de ele se tornar montanista): “Os leigos também têm o direito de administrar os sacramentos e de ensinar na comunidade. A Palavra de Deus e os sacramentos foram comunicados a todos, pela graça de Deus, e por isso podem ser comunicados por todos os cristãos como instrumentos da graça divina. Mas a questão aqui não se relaciona apenas com o que é permitido em geral, mas também com o que é conveniente sob as circunstâncias existentes. Podemos usar aqui as palavras de S. Paulo: ‘Todas as coisas são lícitas aos homens, mas nem todas as coisas são convenientes.’ Se olharmos para a ordem que precisa ser mantida na Igreja, portanto, os leigos devem exercer seu direito sacerdotal de administrar os sacramentos apenas quando o tempo e as circunstâncias o exigirem.” Desde o tempo de Cipriano . . . pai do sistema hierárquico, passou a destacar-se a distinção entre clero e laicado, e em pouco tempo foi admitida universalmente. De fato, a partir do terceiro século, o termo clerus (kléros, ordo) foi aplicado quase que exclusivamente ao ministério, para distingui-lo do laicado. Ao se desenvolver a hierarquia romana, o clero veio a ser não só uma ordem distinta (que podia consistir em todos os regulamentos e doutrinas apostólicos), mas também a ser reconhecido como o único sacerdócio, e o meio essencial de comunicações entre o homem e Deus.
33. Quem era este Cipriano e que cargo ocupava na congregação durante o terceiro século?
33 Segundo a Enciclopédia Americana, em inglês, Volume 8, página 368, o já mencionado Tácio Cecílio Cipriano nasceu por volta de 200 E.C. e morreu em Cartago, na África, em 14 de setembro de 258. “Pouco depois de ser batizado (246), foi ordenado sacerdote e depois eleito pelos cristãos de Cartago para ser seu bispo (248). . . . Ele fez muito para aliviar e fortalecer seu episcopado. Sob ele, realizaram-se sete concílios, o último em 256.” Embora este bispo africano fosse considerado como um dos “padres” da Igreja e fosse santificado pela Igreja Católica Romana, resta o fato de que era clérigo, um dos do clero que veio à existência após a morte dos apóstolos de Jesus Cristo e seus associados íntimos.
34. Pela expressão “homem que é contra a lei” a Bíblia se refere a que espécie de indivíduo, e por quê?
34 É este chamado clero “cristão” que mostra ser o “homem que é contra a lei, o filho da destruição”, relacionado com a “apostasia”, “revolta” ou “rebelião”. É evidente que o uso desta expressão na Bíblia Sagrada refere-se a um “homem” composto, que existe durante um longo período de tempo e cuja constituição ou pessoal muda com o passar do tempo. Assim, os membros deste “homem que é contra a lei” são hoje diferentes daqueles do terceiro século.
PRETENSÕES À DIVINDADE
35. Por que não deve surpreender que o ‘homem contra a lei’ aspire à divindade? Até que ponto?
35 Visto que a “apostasia” ou “revolta” deste clerical “homem que é contra a lei” é contra Jeová Deus, não é de surpreender que tal “homem” composto aspire à divindade, tentando fazer-se deus. O primeiro rebelde contra Jeová Deus, a saber, Satanás, o Diabo, constituiu-se em deus, de modo que o apóstolo Paulo o chama de “deus deste sistema de coisas”. (2 Coríntios 4:4) O rei pagão da antiga Babilônia, debaixo de Satanás, o Diabo, procurou fazer-se parecer igual a Jeová Deus, cujo templo estava em Jerusalém. Segundo Isaías 14:14, o rei da antiga Babilônia disse no seu coração: “Subirei acima dos altos das nuvens; assemelhar-me-ei ao Altíssimo.” Ele pensava ter alcançado sua ambição quando destruiu Jerusalém e o templo de Jeová Deus, no ano 607 A.E.C. No entanto, a destruição de Jerusalém e de seu templo por aquele aspirante babilônico à igualdade com Jeová Deus é algo menor em comparação com toda a destruição de coisas, relacionada com Jeová Deus, conforme causada por tal clerical “homem que é contra a lei”.
36. De que modo age este “homem” composto como se não fosse responsável perante Jeová, e o que usou Paulo para falar aos tessalonicenses a respeito deste “homem”?
36 Sendo um rebelde contra a lei nas coisas religiosas, atuou como se não fosse responsável perante o Deus Altíssimo e Todo-poderoso, Jeová, como se estivesse acima da lei do único Deus vivente e verdadeiro. O apóstolo Paulo não vai ao extremo ao dizer profeticamente a respeito deste composto “homem que é contra a lei” a seguinte coisa espantosa: “Ele se coloca em oposição e se ergue acima de todo aquele que se chame ‘deus’ ou objeto de reverência, de modo que se assenta no templo de O Deus, exibindo-se publicamente como sendo deus. Não vos lembrais de que, enquanto eu estava ainda convosco, costumava dizer-vos estas coisas?” — 2 Tessalonicenses 2:4, 5.
37. Em confirmação de como se cumpriu a profecia de Paulo, que destacado personagem religioso poderia ser indicado, e por quê?
37 Naturalmente, em confirmação de como o clerical “homem que é contra a lei” cumpriu esta profecia, poder-se-ia salientar como certo membro do chamado clero “cristão” falou e atuou ou quais as afirmações de divindade que se fizeram a seu respeito. Por exemplo, poder-se-ia apontar para o papa da Igreja Católica Romana e citar o que foi dito a respeito deste bispo papal de Roma no dicionário eclesiástico de Ferraris,b a saber:
O papa é de tal dignidade e alteza, que ele não é mero homem, mas como que Deus e Vigário de Deus. . . . Por isso, o papa é coroado com uma coroa tríplice, como rei do céu, da terra e do inferno. . . . Não, a excelência e o poder do papa não são só sobre coisas celestiais, terrestres e infernais, mas ele está também acima dos anjos e é seu superior . . . De modo que, se fosse possível que os anjos se desencaminhassem da fé ou tivessem sentimentos contrários a ela, poderiam ser julgados e excomungados pelo papa. . . . Ele é de tão grande dignidade e poder, que ocupa o mesmíssimo tribunal com Cristo . . . De modo que tudo o que o papa faz parece proceder da boca de Deus. . . . O papa é, como que, Deus na terra, o único príncipe dos fiéis de Cristo, o maior rei de todos os reis, possuindo a plenitude do poder; a quem se confiou o governo do reino terrestre e celeste. . . . O papa é de tão grande autoridade e poder, que pode modificar, declarar ou interpretar a lei divina. . . . O papa pode às vezes contrariar a lei divina por limitação, explicação”, etc.
38. No entanto, ao se apontar para determinado clérigo, o que deve ser lembrado, e, portanto, como se cumpriu realmente esta profecia a respeito do “homem que é contra a lei”?
38 No entanto, não deve ser esquecido que o “homem que é contra a lei” não é um único líder religioso, individual, tal como o papa de Roma, o patriarca ortodoxo grego de Atenas, o patriarca ortodoxo grego de Constantinopla (Istambul) ou outros patriarcas religiosos. O predito homem “que é contra a lei” é um “homem” composto, todo o clero religioso da igreja que professa ser “cristã”. Naturalmente, o que for feito por um membro destacado deste “homem” clerical lança culpa sobre todos os outros membros da classe clerical, por concordarem com o que é feito ou por não protestarem contra isso, ou por anuírem e permanecerem na organização clerical. Todos compartilham da responsabilidade e culpa comunal pelo que um membro da classe clerical faz de modo representativo, ao falar ou agir pelo grupo inteiro. É o que a classe clerical como um todo faz ou participa em fazer durante os séculos que cumpre a profecia a respeito do “homem que é contra a lei”.
39. Como mostrou-se a classe do “homem que é contra a lei” “em oposição” a Jeová?
39 A classe do “homem que é contra a lei” mostrou-se “em oposição” por se constituir “amigo” do mundo, segundo a regra declarada pelo inspirado discípulo Tiago, na sua carta: “Não sabeis que a amizade do mundo é inimizade de Deus? Aquele, portanto, que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:4, PIB) Ele se opõe a Jeová Deus quando se opõe à inspirada Palavra escrita de Deus e procura anulá-la, ou mesmo procura tirar a Bíblia dos membros que apóiam as igrejas ou mantê-los afastados dela. Opõe-se a Jeová Deus quando persegue e se opõe aos discípulos de Cristo que adoram a Jeová Deus com espírito e verdade mediante Jesus Cristo. (João 4:24) Opõe-se ao único Deus vivente e verdadeiro por tirar a adoração e o culto que pertencem a este Deus e atrai tal adoração e culto a uma classe clerical glorificada.
40. Como se esforçou a classe do “homem que é contra a lei” a ser o único deus terreno em cena, como na questão da Igreja e do Estado?
40 A classe do “homem que é contra a lei” quer ser o único deus no cenário terrestre, de fato o deus dos deuses terrenos. Isto ficou demonstrado durante as relações que a Igreja religiosa da cristandade manteve com o Estado político. Neste casamento entre Igreja e Estado, o clero sempre se esforçou a estar por cima, a poder ditar. Desde o tempo de Constantino, tem havido tal casamento entre Igreja e Estado. Tem sido realmente um casamento de conveniência, por causa daquilo que o clero pode tirar dele em matéria de autoridade, prestígio, proteção e imunidades, apoio e outros benefícios egoístas. A Enciclopédia Americana, Volume 6, páginas 657, 658, diz a respeito de “Igreja e Estado”:
Entre essas duas instituições, nos tempos modernos, se é que existiu alguma vez, raras vezes houve perfeita harmonia. Esta luta, tão prolongada, promete durar para sempre, a menos que ocorra algum transtorno espantoso. Tem sido amarga. Tem envolvido grandes interesses e trazido à tona discussões momentosas. Tem fomentado levantes de todas as espécies e originado uma literatura de vitupérios sem paralelo fora da luta política. Não raras vezes tem sido mera disputa política. . . . Debaixo de Constantino, a Igreja entrou na arena de atividade universal como colaboradora na tarefa de civilizar os povos. Reconhecida como governante espiritual, aos poucos adquiriu domicílio local e um nome como potentado temporal. Tornou-se potência mundial. Tal êxito foi o começo de todos os muitos desastres da Igreja. . . . Desde Constantino até Carlos Magno o poder civil, embora concedendo reconhecimento legal à Igreja, interferiu no seu governo. Desde Carlos Magno até um período aproximado ao da Reforma, a Igreja e o estado estavam intimamente unidos e houve uma geralmente reconhecida subordinação da autoridade civil à espiritual.
41. (a) Que classificação religiosa tinham os imperadores romanos acima dos quais “o homem que é contra a lei” precisava erguer-se? (b) Que cargo religioso ocupava o imperador romano, e como foi este usado com respeito à igreja apóstata?
41 É um fato da história que os imperadores do Império Romano pagão foram classificados como deuses e que se lhes oferecia incenso como a deuses ou divindades. A partir do tempo do Imperador Constantino, o Grande, no quarto século, os bispos da “apostasia” ficaram vinculados com o Estado e procuraram obter a ascendência sobre o deificado imperador romano. O Imperador Constantino esforçou-se a criar uma religião amalgamada entre o paganismo e o cristianismo, e decretou que a religião dos bispos apóstatas era a religião do Estado. Até o dia de sua morte em 337 E.C., levou o título pagão de Sumo Pontífice, chefe dos assuntos religiosos; e foi como Sumo Pontífice que o ainda não batizado Constantino convocou o Concílio de Nicéia de 325 E.C., para a solução das disputas religiosas dos bispos da igreja. Naquele tempo, ele decidiu a favor da doutrina pagã da Trindade (Um Deus em Três Pessoas), ensinada pela maioria dos bispos da igreja.
42. Na primeira oportunidade, como e por meio de quem ergueu-se o “homem que é contra a lei” “acima de todo aquele que se chama ‘deus’ ou objeto de reverência”?
42 No ano 379c surgiu a grande oportunidade para o bispo papal de Roma. Isto foi quando o Imperador Graciano, que professava ser cristão, renunciou ao título e cargo pagão de Sumo Pontífice. Sem escrúpulos de consciência, o Papa Damásio o adotou por causa de todo o poder religioso, autoridade, influência e domínio que lhe daria sobre toda a população, cuja maior parte ainda era pagã e reconhecia o título pagão. Isto elevou o bispo papal de Roma acima do imperador romano em assuntos religiosos. Até os dias atuais, o papa da Igreja Católica Romana tem continuado a reivindicar e usar este título pagão. Conforme representado pelo papa, membro mais destacado da classe clerical, o “homem que é contra a lei” ergueu-se “acima de todo aquele que se chama ‘deus’ ou objeto de reverência”. Todos sabem que os sacerdotes e pregadores da cristandade gostam de ser chamados e apelidados “Reverendo”, “Reverendíssimo” e “Eminência”. Demandam e exigem a reverência de seus paroquianos ou membros das igrejas.
43. Em que templo é que a classe do “homem que é contra a lei” se senta como “deus”, e a quem obriga a reconhecer seu poder?
43 O “templo de O Deus”, no qual o “homem que é contra a lei” se assenta, “exibindo-se . . como sendo deus”, é aquilo que professa ser a igreja de Deus. O apóstolo Paulo escreveu aos verdadeiros cristãos do primeiro século: “Não sabeis que vós sois templo de Deus e que o espírito de Deus mora em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; pois o templo de Deus é santo, templo esse que sois vós.’ (1 Coríntios 3:16, 17; também 2 Coríntios 6:16) Foi desta classe do “templo” espiritual que se separaram os primeiros fundadores da “apostasia”. Recusam reconhecer a verdadeira classe original do “templo” e chamam a congregação apóstata que estes apóstatas estabeleceram de “templo de Deus”. É neste “templo” apóstata que se assentam e mantêm sua sé como “clero”, distinto dos que chamam de “leigos”. Ali, a classe clerical da cristandade exibe-se como “deus”. Obriga os políticos, os homens de negócios e os oficiais militares a reconhecer seu poder. O poder e o apoio da classe clerical são invariavelmente procurados pelos governos políticos em tempo de guerra.
A “RESTRIÇÃO” DO PRIMEIRO SÉCULO
44, 45. (a) O que agiu como “restrição” contra o desenvolvimento e a formação do “homem que é contra a lei” no primeiro século? (b) Como ilustrou o apóstolo João tal influência restritiva, conforme descrita na sua terceira carta?
44 Agora, depois de um tempo tão longo, o “homem que é contra a lei” já ficou revelado por séculos. Mas isto não se deu no primeiro século, nos dias dos genuínos apóstolos de Jesus Cristo. Naquele tempo, ainda havia de ser revelado. Por isso, o apóstolo Paulo escreveu aos cristãos tessalonicenses, na sua carta de aproximadamente 51 E.C.: “E assim, agora sabeis o que age como restrição, visando que ele seja revelado no seu próprio tempo devido.” (2 Tessalonicenses 2:6) Aqueles cristãos do primeiro século sabiam qual era a “restrição”, porque Paulo a deu a conhecer a eles, de fato, a demonstrou a eles. Ora, o que agiu naquele tempo como “restrição”? Foi o corpo de apóstolos genuínos de Jesus Cristo, inclusive o apóstolo Paulo. Resistiram unidamente ao desenvolvimento e à formação do “homem que é contra a lei, o filho da destruição”. Em ilustração disso, temos o que o apóstolo João, escrevendo por volta do ano 98 E.C., disse na sua terceira e última carta aos cristãos:
45 “Escrevi algo à congregação, mas Diótrefes, que gosta de ocupar o primeiro lugar entre eles, não recebe nada de nós com respeito. É por isso que, se eu for aí, farei lembrar as obras dele, que ele prossegue fazendo, parolando acerca de nós com palavras iníquas. Também, não contente com estas coisas, nem ele mesmo recebe os irmãos com respeito, e, os que querem recebê-los, ele procura impedir e lançar fora da congregação.” (3 João 9, 10) Este Diótrefes realmente mostrava as tendências do “homem que é contra a lei”. O apóstolo João fez um esforço para refreá-lo, para impor-lhe a devida “restrição”. Outros apóstolos agiram de modo similar em casos similares.
46. Como indicou Paulo aos tessalonicenses que mesmo então já havia uma tendência para se formar a classe do “homem que é contra a lei”?
46 Mesmo lá naquele tempo, menos de vinte anos depois da fundação da classe cristã do “templo”, no dia de Pentecostes de 33 E.C., o apóstolo Paulo apercebia-se de que havia evidências da tendência de formar o “homem que é contra a lei, o filho da destruição”. Foi por isso que prosseguiu dizendo à congregação de Tessalônica: “Verdadeiramente, o mistério daquilo que é contra a lei já está operando; mas apenas até que aquele que agora mesmo age como restrição esteja fora do caminho.” — 2 Tessalonicenses 2:7.
47. Por que falou Paulo sobre o que já operava como “mistério daquilo que é contra a lei”?
47 Havia um mistério ou segredo religioso a respeito da identidade deste vindouro “homem que é contra a lei”. Até hoje há alguns explanadores da Bíblia, na cristandade, que argumentam que este “homem” é uma pessoa masculina, a quem chamam de O Anticristo. Mas Uma Tradução Americana, em inglês, verte apropriadamente a denominação desta figura misteriosa como “a personificação da desobediência”. (2 Tessalonicenses 2:3) Isto concorda com o fato de que o “homem que é contra a lei” resulta em ser um homem composto, uma classe clerical que é contra a lei quanto a Jeová Deus e que persiste durante séculos de tempo. O apóstolo Paulo podia dizer com bons motivos que o “mistério daquilo que é contra a lei” já estava operando nos seus dias. Ainda não havia tomado a forma definitiva para ser denominado sob o símbolo dum homem. Mas, na congregação cristã operava algo que finalmente resultaria em produzir esta classe definitivamente estabelecida e identificável. Mas nos dias de Paulo, ainda havia um “mistério” relacionado com a vinda do que era “contra a lei”.
48. Como evidência de que já operava aquele “mistério daquilo que é contra a lei”, o que se tornou necessário que Paulo escrevesse aos cristãos coríntios?
48 Provando que o “mistério daquilo que é contra a lei” já operava na congregação cristã, o apóstolo Paulo achou necessário, apenas poucos anos depois da já mencionada consideração do assunto, escrever à congregação em Corinto, na Grécia: “Ora, o que venho fazendo, fá-lo-ei ainda mais, a fim de decepar o pretexto daqueles que estão querendo um pretexto para ser achados iguais a nós no cargo de que se jactam. Porque tais homens são falsos apóstolos, trabalhadores fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de se admirar, pois o próprio Satanás persiste em transformar-se em anjo de luz. Portanto, não é grande coisa se os ministros dele também persistem em transformar-se em ministros de justiça. Mas o fim deles será segundo as suas obras.” — 2 Coríntios 11:12-15.
49. Como se salientou, por meio de João, que a operação do “mistério daquilo que é contra a lei” ainda prosseguia na última década do primeiro século?
49 Esta operação religiosa para a produção de falsos líderes, “falsos apóstolos”, persistiu mesmo até a última década do primeiro século E. C. Em prova disso, o idoso apóstolo João recebeu a Revelação por volta do ano 96 E.C., e nela foi mandado, pelo glorificado Jesus Cristo, a escrever ao “corpo de anciãos” da congregação de Éfeso, na Ásia Menor. Dizendo o que Jesus o mandou fazer, na visão, João diz: “Ao anjo da congregação em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que segura na sua direita as sete estrelas, aquele que anda no meio dos sete candelabros de ouro: ‘Conheço as tuas ações, e o teu labor e a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos, mas não são, e que os achaste mentirosos. . . . Não obstante, tenho contra ti que tens abandonado o amor que tinhas no princípio.”’ — Revelação 2:1-4; 1 Timóteo 4:14, nota ao pé da página na edição inglesa de 1971.
50. Provando que até mesmo nos dias dos apóstolos operava o “mistério daquilo que é contra a lei”, o que escreveu João, na sua primeira carta, a respeito dos anticristos?
50 Antes de terminar sua carreira terrestre, o idoso apóstolo João escreveu três cartas aos cristãos. Em evidência de estar em operação o “mistério daquilo que é contra a lei” mesmo nos dias dos apóstolos de Cristo, João escreveu na sua primeira carta: “Criancinhas, é a última hora, e, assim como ouvistes que vem o anticristo, já está havendo agora muitos anticristos; sendo que deste fato obtemos o conhecimento de que é a última hora. Saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos; pois, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco. Mas, saíram para que se mostrasse que nem todos são dos nossos. E vós tendes uma unção do santo; todos vós tendes conhecimento. Amados, não acrediteis em toda expressão inspirada, mas provai as expressões inspiradas para ver se se originam de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora.” (1 João 2:18-20; 4:1; escrito por volta de 98 E.C.) Por não terem mais o filho de Deus como Messias ou Cristo, estes anticristos tampouco tinham Deus, o Pai. — 1 João 2:22-24.
51. O que se quer dizer com a expressão “aquele que agora mesmo age como restrição”, e quando foi este tirado “fora do caminho”?
51 Em vista de tais escritos apostólicos, expondo as más condições que surgiam cá e acolá nas congregações, podemos identificar a quem o apóstolo Paulo se referia com a expressão “aquele que agora mesmo age como restrição”. (2 Tessalonicenses 2:7) Ele não se referia a um determinado varão na congregação inteira de Deus na terra, não a um determinado apóstolo, igual a ele, mas ao corpo inteiro dos verdadeiros apóstolos de Jesus Cristo naquele primeiro século. Aquele corpo de apóstolos, como uma pessoa composta, naquele tempo, ou conforme Paulo o cronometra, “agora mesmo”, interpunha-se no caminho da organização dum coletivo “homem que é contra a lei” dentro da congregação cristã inteira e no domínio dela. Conseqüentemente, aquilo que “agora mesmo age como restrição” foi tirado “fora do caminho” do “mistério daquilo que é contra a lei”, em desenvolvimento, quando o último dos verdadeiros apóstolos de Cristo foi levado na morte. Este talvez fosse o apóstolo João, que morreu perto do fim do primeiro século E. C.
52. Por meio de quem se causará a destruição do “filho da destruição”, e em que tempo?
52 Tal composto “homem que é contra a lei” foi chamado de “filho da destruição”. Esta é outra maneira de dizer que este que é contra a lei foi condenado à destruição por Jeová Deus. No cumprimento de Sua sentença de destruição de tal que é contra a lei, Jeová Deus usa seu glorificado Filho Jesus Cristo. Assim, ao dizer o que há de acontecer depois de a “restrição” apostólica ser tirada do caminho, pela morte de todos os apóstolos, Paulo diz: “Então, deveras, será revelado aquele que é contra a lei, a quem o Senhor Jesus eliminará com o espírito de sua boca e reduzirá a nada pela manifestação de sua presença.” — 2 Tessalonicenses 2:8.
53. (a) Então, por que é nosso o tempo ou nossa a geração para se eliminar o “homem que é contra a lei”? (b) Por outro lado, ser este “homem” reduzido a nada provará que fato?
53 O Senhor Jesus não elimina imediatamente o “homem que é contra a lei” depois de se revelar na forma plena, identificável, sentado no “templo de O Deus” e “exibindo-se publicamente como sendo deus”. O apóstolo Paulo situa o tempo de se reduzir a nada o “homem que é contra a lei” como sendo durante a “presença” ou parusia do Senhor Jesus. Isto significa que é agora, na nossa geração, pois a “presença” ou parusia régia do Senhor Jesus começou no fim dos Tempos dos Gentios no ano 1914 E.C. Em prova disso, observamos o “sinal”, e sabemos que estamos na “terminação do sistema de coisas”. (Mateus 24:3 a 25:46) Então, o nosso é o tempo de as pessoas desta geração presenciarem a eliminação do “homem que é contra a lei” por meio do “espírito” da boca do Senhor Jesus e de se reduzir a nada “aquele que é contra a lei” por meio da manifestação da presença do Senhor Jesus, de sua parusia! Esta obra destrutiva será uma “manifestação”, provando que o Senhor Jesus está invisivelmente presente, que sua parusia é uma realidade. O “espírito”, a força motivadora, procedente de sua boca, será para a destruição de todo o “homem que é contra a lei”.
EVIDÊNCIA DA “PRESENÇA” DAQUELE QUE É CONTRA A LEI
54. (a) Quando começa a presença “daquele que é contra a lei” em comparação com a presença do Senhor Jesus? (b) O que assinala a parusia “daquele que é contra a lei”?
54 Neste ponto da consideração, o apóstolo Paulo passa da menção da “presença” do Senhor Jesus para uma consideração da “presença” ou parusia do “homem que é contra a lei”. A presença ou parusia deste que é contra a lei precede a “presença” do Senhor Jesus no poder do Reino ou começa antes dela. Observe como Paulo apresenta a evidência da presença daquele que é contra a lei. Ele escreve: “Mas a presença [em grego: parousia] daquele que é contra a lei é segundo a operação de Satanás, com toda obra poderosa, e sinais e portentos mentirosos, e com todo engano injusto para com os que estão perecendo.” — 2 Tessalonicenses 2:9, 10a.
55. Como sabemos que a parusia mencionada em 2 Tessalonicenses 2:9 se refere à “daquele que é contra a lei” em vez de à de Jesus?
55 Aqui, a versão católica romana da Bíblia de Jerusalém, em inglês, reza: “Mas quando vier o Rebelde, Satanás passará a agir: haverá toda espécie de milagres e uma exibição enganosa de sinais e portentos, e tudo o que é mau, que possa enganar os destinados à destruição.” (2 Tessalonicenses 2:9, 10; veja também a versão de Lincoln Ramos e a de João José Pedreira de Castro; bem como a edição atualizada da Versão Almeida.) O início do versículo 9 reza literalmente no texto grego: “De quem é a presença.” No entanto, só porque as palavras “aquele que é contra a lei” não ocorrem neste versículo 9 não significa que a palavra “presença” ou parusia se aplique à “presença” (parusia) do Senhor Jesus, mencionada no versículo precedente (8). Antes, a referência é à “presença” daquele outro que está em consideração, a saber, aquele que é contra a lei. É por isso que Uma Tradução Americana, em inglês, inicia o versículo por dizer: “O aparecimento do outro, pela artimanha de Satanás.” A edição revista e corrigida da Versão Almeida reza de modo similar: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás.” De modo que o pronome relativo grego para “de quem” no versículo 9 harmoniza-se com “quem” no versículo 8, que se aplica àquele que é contra a lei. A ligação seria assim: “Aquele que é contra a lei será revelado, a quem o Senhor Jesus eliminará . . . de quem é a presença.”
56. A quem somente pode ser atribuída a “presença” do “homem que é contra a lei”, e por quê’?
56 A “presença” ou parusia oficial do antideus, do “homem que é contra a lei”, desde depois da morte dos apóstolos de Cristo e até agora, pode ser atribuída só a Satanás, o Diabo. Só porque este composto “homem que é contra a lei” se assenta no “templo de O Deus”, não se pode argumentar que este “contra a lei” se origine de Deus, Jeová. A longa “presença” desta “personificação da desobediência” contém todos os indícios de se dever a uma “operação de Satanás” ou ser segundo ela. O nome Satanás significa “Opositor”, e ele é o instigador de toda a oposição contra Jeová Deus, no céu e na terra, inclusive a oposição daquele que é “contra a lei” ao Deus Altíssimo. Certamente não foi de Jeová Deus que os fomentadores da “apostasia” ou rebelião se elevaram para a fileira do “clero” e assim se distinguiram dos outros membros da congregação, a quem chamam de “leigos”. Este foi um truque de Satanás, o Diabo, para tentar voltar toda a congregação dos discípulos de Cristo contra Jeová Deus.
57. Que meios se usaram para elevar o clero à posição de poder e mantê-lo ali, e para que fim se usaram tais meios?
57 A fim de levar o chamado “clero” cristão ao poder e mantê-lo ali, a operação e a atividade de Satanás tinha de ser “com toda obra poderosa [milagres, BLH], e sinais e portentos mentirosos, e com todo engano injusto”. O objetivo de toda esta evidência mentirosa, enganosa, de apoio sobrenatural ao “clero” é fazer com que os membros da congregação creiam que os clérigos representam o verdadeiro Deus e têm a sua designação dele, a aprovação e o apoio dele, e que são seus agentes terrestres. Dá-se-lhes a aparência de serem os únicos exclusivamente postos à parte e designados para o ministério da Palavra de Deus, com poderes, privilégios, direitos, imunidades, categoria e títulos especiais, não compartilhados pelos “leigos” inferiores.
58. Por que não se deveriam as obras poderosas, sinais e portentos, e assim por diante, por parte do clero, a qualquer ligação com os apóstolos, mas sim à operação de Satanás?
58 Portanto, estas obras poderosas ou milagres, estes sinais e portentos, e os enganos injustos, têm um objetivo egoísta e não são para a glória e o enaltecimento de Jeová Deus. Estas manifestações da operação e atividade de Satanás foram produzidas depois da morte dos apóstolos de Cristo. Estes apóstolos deveras fizeram milagres, sinais e portentos, porque tinham o espírito de Deus mediante Cristo. Aqueles apóstolos tinham o poder e a autoridade de transmitir aos crentes batizados o espírito junto com seus diversos dons do espírito para a operação de coisas milagrosas, tais como falar em línguas estrangeiras, profecias, interpretações, curas e assim por diante. Com a morte dos apóstolos de Cristo, a transmissão do espírito acompanhada por tais dons milagrosos cessou. Do mesmo modo, quando os que possuíam tais dons por meio dos apóstolos morreram, o mais tardar no segundo século E. C., estes dons milagrosos deixaram de existir, e tais coisas não mais eram evidência para provar quem eram verdadeiros servos de Deus e quem constituía a verdadeira congregação cristã. (Atos 8:14-18; 1 Coríntios 13:8) Portanto, a aparente demonstração de tais “dons” depois disso não procedia de Deus, mas de Satanás.
59. (a) Provam as coisas impressionantes que se salientam relacionadas com os clérigos que estes são ministros de Deus? (b) O que citam os verdadeiros ministros em prova de sua designação divina?
59 Portanto, que as igrejas cheias de clérigos, da cristandade, salientem todas as obras poderosas, milagres, sinais e portentos que queiram com relação aos seus clérigos, através dos séculos. Que salientem a posição grandiosa dos clérigos neste mundo, a alta estima e reverência que se concederam aos clérigos, suas vestes suntuosas e deslumbrantes, seus títulos altissonantes, seus magnificentes edifícios de igrejas e catedrais, seus ritos eclesiásticos impressionantes, sua transubstanciação do pão e vinho na “Missa”, sua educação superior, sua situação e influência junto ao Estado político e aos militares, contudo, todas estas coisas e os efeitos de tais coisas nos chamados “leigos” provam que os clérigos da cristandade, que enaltecem a si mesmos, não se originaram de Deus, nem são seus ministros. Satanás, que se transforma em “anjo de luz”, induz os seus ministros terrestres de religião a persistir “em transformar-se em ministros de justiça”. (2 Coríntios 11:14, 15) Os verdadeiros ministros cristãos de Jeová Deus mostram que são ministros designados e aprovados, não por tais coisas externas, mas pela Palavra escrita de verdade de Deus.
60. Até que ponto foram altamente impressionantes as proporções numéricas da classe clerical do “homem que é contra a lei”, em todo o mundo?
60 As proporções numéricas atingidas mundialmente pela classe clerical do “homem que é contra a lei” são altamente impressionantes. No ano de 1971 E.C., quando a cristandade atingiu seu auge de todos os tempos de 985.363.400 membros, o número dos clérigos religiosos havia aumentado a centenas de milhares. Os algarismos só para a Igreja Católica Romana mostram 419.611 clérigos para os 566.771.600 membros da igreja em todo o mundo, naquele ano de 1971.
61. A quem se destinam tais coisas enganosas pela operação astuta de Satanás, segundo disse Paulo? E por que se dá isso com a permissão de Deus?
61 Quem são os cuja credulidade é estimulada por tais coisas externamente impressionantes? Quem são os favoravelmente impressionados e enganados por “obra poderosa, e sinais e portentos mentirosos” antibíblicos? A quem destina o astucioso Satanás tais coisas? O apóstolo Paulo diz que a “operação de Satanás”, durante a presença de tal clerical que é “contra a lei”, é “com todo engano injusto para com os que estão perecendo, em retribuição por não terem aceito o amor da verdade, para que fossem salvos. De modo que é por isso que Deus deixa que vá ter com eles a operação do erro, para que fiquem acreditando na mentira, a fim de que todos eles sejam julgados, porque não acreditaram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça”. — 2 Tessalonicenses 2:10-12.
62. Envia Deus diretamente uma “operação do erro” aos enganados? O que determina ele por meio desta “operação do erro”?
62 Deus não envia diretamente a “operação do erro” a estes enganados. Deixa que vá ter com eles, a fim de provar o que é que querem, e também por ser realmente aquilo que querem. Isto foi salientado pelo apóstolo Paulo ao seu companheiro missionário Timóteo, na última carta a ele. Paulo explicou por que queria que Timóteo pregasse a Palavra de Deus urgentemente, em todas as épocas, na congregação cristã. Paulo disse: “Pois haverá um período de tempo em que não suportarão o ensino salutar, porém, de acordo com os seus próprios desejos, acumularão para si instrutores para lhes fazerem cócegas nos ouvidos; e desviarão os seus ouvidos da verdade, ao passo que serão desviados para histórias falsas.” (2 Timóteo 4:2-4) A pessoa pode proteger-se por meio da Palavra inspirada de Deus contra a “operação do erro” durante a presença ‘daquele que é contra a lei’. Mas, ao deixar Satanás praticar uma “operação do erro” e por assim deixar esta operação agir para com os cristãos professos, Jeová Deus os testa quanto a se ‘aceitam o amor da verdade’ ou se amam a mentira.
63. A aproximação de que torna muito séria a situação para toda a humanidade, e que escolha temos de fazer agora?
63 Mais do que nunca, durante o tempo remanescente da “presença” do clerical “homem que é contra a lei” e durante a presença ou parusia do Senhor Jesus, realiza-se uma “operação do erro” para com as pessoas, pela permissão de Deus. A vindoura execução da sentença adversa contra os que não ‘aceitam o amor da verdade’ e que têm “prazer na injustiça” torna a situação mundial muito séria para todas as pessoas. Os estudantes da Bíblia, com discernimento espiritual, desde o ano de 1914 E.C. já têm visto há muito tempo o “sinal” da presença ou parusia invisível de Cristo, e reconhecem que repentinamente virá sobre nós o tempo da “manifestação de sua presença” contra o clerical “homem que é contra a lei, o filho da destruição”. (2 Tessalonicenses 2:8) Portanto, o que queremos — sofrer a destruição junto com “aquele que é contra a lei” ou ter a salvação junto com os amantes da verdade?
A ELIMINAÇÃO DO “HOMEM QUE É CONTRA A LEI”
64. De que modo se fez esta classe do “homem que é contra a lei’’ parte de Babilônia, a Grande?
64 A classe clerical do “homem que é contra a lei” tem ensinado por séculos doutrinas pagãs que se originaram na antiga Babilônia e tem colocado tais doutrinas e tradições pagãs de homens acima da inspirada Bíblia Sagrada. Os clérigos da cristandade opuseram-se e perseguiram os amantes da verdade bíblica, os quais têm pregado esta verdade a outros e têm vivido em harmonia com ela. Os clérigos fizeram-se amigos do mundo e cometeram fornicação (imoralidade) espiritual com os governantes políticos e com os homens do Alto Comércio, e serviram quais criados para os fomentadores da guerra e elementos militares. Constituíram-se assim uma parte poderosa de Babilônia, a Grande, que simboliza o império mundial da religião falsa. Sim, a classe do “homem que é contra a lei” é parte, a parte mais repreensível, de Babilônia, a Grande, a “grande meretriz” religiosa, com a qual “os reis da terra cometeram fornicação, enquanto que os que habitam na terra se embriagaram com o vinho da fornicação dela”. — Revelação 17:1, 2.
65. De que modo monta o clero do “homem que é contra a lei” a “fera cor de escarlate”, e qual é seu desejo para ela?
65 Por estar incluída na religiosa Babilônia, a Grande, a classe clerical do “homem que é contra a lei” monta a simbólica “fera cor de escarlate, que estava cheia de nomes blasfemos e que tinha sete cabeças e dez chifres”. Esta fera simbólica é a atual organização mundial em prol de paz e segurança internacionais feita pelo homem, as Nações Unidas. Este é o “oitavo rei” simbólico, a Oitava Potência Mundial da profecia bíblica. (Revelação 17:1-11) Convém à classe do “homem que é contra a lei”, ao clero da cristandade, falar favorável e elogiosamente a respeito de qualquer organização internacional em prol de paz e segurança mundiais feita pelo homem, até mesmo atribuindo àquela organização não-cristã um papel messiânico. O desejo do clero do “homem que é contra a lei” é que tal organização internacional salve o mundo dum terceiro conflito global, duma guerra nuclear.
66. Por que não durará muito esta cavalgada do clero do “homem que é contra a lei” e o que significará o fim dela para tal clero?
66 Não montará por muito tempo mais esta simbólica “fera cor de escarlate”. O que acontecer à meretriz religiosa Babilônia, a Grande, também acontecerá ao clero do “homem que é contra a lei”. Tão certamente como o prediz a visão de Revelação, os dez “chifres” governamentais da fera simbólica voltar-se-ão em ódio contra a cavaleira imunda, Babilônia, a Grande. Sim, as sete cabeças que dirigem os movimentos do corpo da fera odiarão esta fornicadora internacional. Movimentarão o corpo em ação contra ela. O que lhe farão o corpo, as cabeças e os chifres? “Estes odiarão a meretriz e a farão devastada e nua, e comerão as suas carnes e a queimarão completamente no fogo.” (Revelação 17:16) Quando ela é devastada e despida, devorada e queimada completamente com fogo, o clero do “homem que é contra a lei” é devastado, despido, devorado e incinerado.
67. Por que significará isso para o clero do “homem que é contra a lei” uma “tribulação” realmente “grande”?
67 Isto significará uma “grande tribulação” para o clero do “homem que é contra a lei”, porque o clero é a parte dominante da hodierna antitípica Jerusalém infiel, a cristandade. A destruição da Jerusalém terrestre pelos romanos, em 70 E.C., foi tipo da destruição que sobrevirá à cristandade e aos seus governantes religiosos, os professos clérigos “cristãos”. A tribulação da antiga Jerusalém, num tempo em que ela ainda tinha seu templo e seu sacerdócio oficiante, foi deveras “grande”. Mas que dizer da tribulação que em breve atingirá a cristandade e seu clero do “homem que é contra a lei”? Será a pior tribulação que já atingiu a raça humana. Aquele clerical “filho da destruição” será nela reduzido a nada, em completa destruição. — Mateus 24:15-22; Marcos 13:14-20.
68. Em vista de que exemplo histórico predito podemos imaginar o que isto significará para a cristandade religiosa?
68 Podemos imaginar o que isso significará? Os que ainda têm reverência admirada pelo clero ordenado da cristandade não podem imaginar que estes santimoniosos “homens da batina” sejam destruídos violentamente junto com Babilônia, a Grande, porque parece sacrílego até mesmo só pensar em tal coisa. Tais pessoas relutam em atrever-se a imaginar reduzidos a ruínas os edifícios das igrejas, nos quais os clérigos se assentavam e pareciam merecer reverência qual deus religioso. Para elas, tal coisa parece uma profanação do que é santo, consagrado. Mas era assim que os judeus devotos, porém, não cristianizados, do primeiro século, encaravam qualquer predição a respeito da destruição da cidade de Jerusalém e de seu santo templo. Não obstante, o que Jesus Cristo predisse na sua profecia, quando sentado no Monte das Oliveiras, veio a acontecer, com toda a sua horrível realidade. — Mateus 24:1, 2.
69. (a) Para os religiosos, a destruição da classe do “homem que é contra a lei” será espantosa por ela ser reverenciada como quê? (b) Semelhante a quem cairá e morrerá esta classe, sendo morta por quem?
69 Para os aderentes devotos da cristandade, ser a classe clerical do “homem que é contra a lei” reduzida a nada será espantoso, chocante para suas suscetibilidades religiosas. Assinalará a morte dum deus, porque a classe do “homem que é contra a lei” é aquela que “se assenta no templo de O Deus, exibindo-se publicamente como sendo deus”. (2 Tessalonicenses 2:4) O próprio Jesus Cristo concordou com as Escrituras Hebraicas inspiradas, de que há na terra homens que se classificam como “deuses”, poderosos. Para provar este ponto, segundo João 10:34-36, ele citou o salmo oitenta e dois, que diz:
“Deus se põe de pé na assembléia do Divino; julga no meio dos deuses: ‘Até quando continuareis a julgar com injustiça e sereis parciais com os próprios iníquos? . . . Sede juízes para com o de condição humilde e o menino órfão de pai; fazei justiça ao atribulado e ao de poucos meios. Ponde a salvo o de condição humilde e o pobre; livrai-os da mão dos iníquos.’
“Nada souberam [estes deuses judiciais] e não entendem; estão andando em escuridão; são abalados todos os alicerces da terra.
“‘Eu mesmo disse: “Vós sois deuses, e todos vós sois filhos do Altíssimo. De certo morrereis como os homens, e caireis como qualquer um dos príncipes!””’
A classe clerical do “homem que é contra a lei” não é deus imortal, porém, morrerá igual a um homem comum, igual ao traidor Judas Iscariotes, que também foi chamado “filho da destruição”. (João 17:12) Apesar de se erguer “acima de todo aquele que se chame ‘deus’ ou objeto de reverência”, esse principesco “homem que é contra a lei” mostrará ser igual a qualquer dos príncipes humanos infiéis e cairá, sendo morto pelo Messias de Jeová. — Salmo 82:1-7.
70. Em vista destas coisas, que perguntas precisamos fazer a nós mesmos, por causa do que Paulo escreveu a respeito da “operação do erro”?
70 Em vista disso, temos de fazer agora a nós mesmos algumas perguntas pessoais, sem protelação: Estou ainda sob o “engano injusto” criado por Satanás em conexão com a classe do “homem que é contra a lei”, da cristandade? Fui afetado pela “operação do erro”, que Deus deixa ir ter com aqueles que perecem, e assim, ainda creio na mentira? Recuso ‘aceitar o amor da verdade’, e, portanto, prefiro a mentira e tenho prazer na injustiça cometida pelos clérigos da cristandade?
71. Sermos desonestos com nós mesmos neste respeito significará para nós o que e em que “dia” que evidentemente agora está perto?
71 Não é de proveito algum ser desonesto consigo mesmo, enganar a si mesmo, na resposta a estas perguntas. Se for injusto para consigo mesmo, irá deliberadamente para a destruição, pois, conforme disse o apóstolo Paulo: o “engano injusto” destina-se aos “que estão perecendo”. Que pessoa razoável deseja perecer, quando se executar a sentença adversa de Deus contra os enganados? Tal execução está agora perto para os que persistem em crer na mentira. Não estamos enganados nisso, visto que já foi revelado e exposto o “homem que é contra a lei, o filho da destruição”. Já avançamos também muito na parusia ou “presença” do Senhor Jesus. A “apostasia” predita atingiu seu clímax. Estas são as coisas que tinham de anteceder à vinda do destrutivo “dia de Jeová”. Este dia significa o cumprimento da condenação do “homem que é contra a lei”, conforme expressa no seu apelido, “o filho da destruição”.
72. Dissociarmo-nos agora daquele “homem que é contra a lei” significará que evitaremos o quê?
72 Esta não é mera estória “para arrepiar”. É a própria Palavra de Deus, que agora proclama o aviso solene, amplificado pela caixa de ressonância das condições e dos acontecimentos na cristandade! Então, não é já tempo de que todo amante da lei de Deus se dissocie daquele revelado “homem que é contra a lei”? Fazermos isso significará evitarmos a destruição junto com ele na “grande tribulação” do mundo, que se aproxima. — Revelação 7:14, 15.
[Nota(s) de rodapé]
a Sete traduções hebraicas diferentes de Primeira Tessalonicenses rezam aqui “dia de Jeová”, ao passo que manuscritos gregos do quarto e do quinto século, bem como a Vulgata latina, rezam: “dia do Senhor”.
b Prompta bibliotheca canonica, juridicao-moralis, theologica partim ascetica, polemica, rubricistica, historica, preparada em Bolonha, na região Emília-Romana, na Itália, em 1746, por Lúcio Ferraris, Vol. VI, págs. 31-35; segundo o exemplar da Universidade de Columbia, na cidade de Nova Iorque.
c New Catholic Encyclopedia, Vol. 6, página 706, sob “Graciano”.