Superintendentes da vida
1. Para assegurar que a sua criação estivesse em harmonia com ele, o que arranjou Jeová, e o que é necessário para se obter a vida?
JEOVÁ é o grande supervisor. Ele supervisiona fielmente toda a sua criação, a fim de assegurar que a sua vontade seja feita e que todos os que têm o direito de viver andem de modo a reter a vida. Ele é um Deus de propósito e de ordem. Para manter uma boa organização, as criaturas espirituais e os corpos animados e inanimados foram todos colocados nas suas posições respectivas, e foram estabelecidas leis tanto morais como físicas para manter toda a criação em harmonia com Ele. Embora esteja incalculavelmente distante de algumas de suas criações, assim mesmo ele pode supervisioná-las de perto. Comentando sobre os extensos domínios de Jeová, o salmista Davi exclamou: “O SENHOR [Jeová] está no seu santo templo; nos céus tem o SENHOR [Jeová] seu trono; os seus olhos estão atentos, as suas pálpebras sondam os filhos dos homens.” (Sal. 11:4, ALA) Como grande Supervisor, ele inspeciona, dirige e corrige conforme a necessidade. Significa a vida estar em harmonia com seus propósitos, quer isto tenha sido outrora quer nesta geração moderna. O dia de sua inspeção impende sobre nós. — 1 Ped. 2:12.
2. Qual é o significado da palavra “superintendente” segundo o hebraico e o grego?
2 As palavras hebraica (pagíd) e grega (epískopos) que correspondem a “superintendente” são ambas procedentes de uma raiz, significando aquele que visita com o propósito de inspecionar. A visita ou inspeção pode ser amistosa ou hostil, dependendo das condições encontradas e do que for necessário corrigir. Para cumprir as suas responsabilidades corretamente, o superintendente precisa saber o que olhar, onde olhar e como administrar os princípios do Supremo, quando confrontado com certa situação. Nas suas mãos se encontra o poder de abençoar e de recomendar, bem como de punir e de corrigir; sendo também responsável perante Jeová quanto à maneira em que se desincumbe destas atribuições.
3. Como se provou o Filho unigênito de Deus um bom superintendente?
3 A primeira criação de Jeová, o Filho unigênito provou ser um superintendente fiel. Trabalhando junto com seu Pai como Administrador, ele fez “todas as cousas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades”. (Col. 1:16, ALA) Pela sua fidelidade na superintendência terrestre, deu-se-lhe maior glória e poder como o Rei do reino de Jeová, “para que no nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra”. — Fil. 2:10, ALA.
4. Contraste o procedimento do Filho unigênito com o do querubim.
4 A vida deste Filho unigênito está em pleno contraste com a de outro dos filhos espirituais de Jeová, um querubim, que foi colocado sobre certas funções no planeta terra. Não se tratava de uma designação insignificante, mesmo sendo o nosso planeta, em comparação com a vasta criação do universo, um mero argueiro de pó. Chegara o tempo de Deus criar animais inteligentes de carne e osso, que pudessem, em miniatura, pensar e agir como Ele. “A imagem de Deus o criou.” (Gên. 1:27, ALA) Não há indicação de que estas criaturas estivessem destinadas a outras partes do universo. Deviam multiplicar-se, encher a terra e transformá-la num paraíso. O superintendente espiritual devia estar principalmente interessado no cumprimento da vontade de Deus sobre a terra e em dirigir todo o louvor e adoração ao Criador, tanto dele próprio como das criaturas humanas. Não era ocasião para se depender do entendimento próprio.
5. (a) Como foi que o querubim, bem como Adão e Eva demonstraram desconsideração para com a supervisão de Jeová? (b) Qual é o perigo de se nomear um “neófito” como superintendente?
5 Este filho perfeito e obediente de Deus se voltou contra o Supervisor Principal, Jeová, e tornou-se um caluniador, um opositor, um corruto de coração. Junto com o primeiro homem e a primeira mulher, ele foi sentenciado à morte, sem o privilégio adicional da superintendência sobre a extensão do Paraíso à terra toda. A mulher, Eva, desconsiderou o arranjo organizacional de buscar a orientação de seu cabeça, Adão. Adão, por sua vez, se deixou cegar pelo egoísmo, ao ponto de ser dirigido por uma criatura abaixo dele na organização, antes que por Jeová, que lhe tinha dado instruções específicas. Fracassaram à inspeção, quando o grande Supervisor; que “andava no jardim pela viração do dia”, veio acertar as contas. (Gên. 3:8, ALA) Anos mais tarde, o apóstolo Paulo fez referência à queda do superintendente espiritual da terra, quando deu instruções ao jovem superintendente, Timóteo; e estabeleceu requisitos para superintendentes da congregação cristã. O superintendente não deve ser “neófito, para não suceder que se ensoberbeça, e incorra na condenação do diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo”. (1 Tim. 3:6, ALA) O poder concedido ao superintendente não deve ensoberbecê-lo, e um homem recém-convertido precisava demonstrar que se lhe podia confiar com segurança esta autoridade. A vida está envolvida.
6. Como têm demonstrado apreciação pela supervisão de Jeová os seus poucos servos fiéis em contraste com os muitos infiéis do passado?
6 As primeiras criaturas humanas não quiseram ser apascentadas por Jeová e, por isso, tanto elas como seus descendentes ficaram sob a condenação do pecado e da morte. Só algumas criaturas humanas, no decorrer da história, têm buscado o favor de Jeová e se reconciliado com ele, mas estas têm sido felizes, com os olhos de Jeová sobre elas. Têm estado contentes com o que ele tem feito por elas. Quando o seu número aumentou ao ponto de requerer uma organização, leis e estatutos, elas submeteram-se alegremente às suas instruções. Alegraram-se também porque a história da terra, as atividades do homem sobre ela, o bem e o mal e os propósitos de Deus quanto ao futuro, tudo foi escrito num Livro, sob inspiração divina. Considerando isto, vemos como Deus tem tratado os que escolheram servi-lo e como tem recompensado os que se submetem à sua direção.
7. Antes do dilúvio, quem são mencionados favoravelmente, e que coisas trouxe o dilúvio nos dias de Noé?
7 Antes do dilúvio global, que ocorreu cerca de mil e seiscentos anos depois da ruína de Adão, muito poucos estão mencionados favoravelmente na Bíblia. Abel, que morreu como servo fiel de Jeová, Enoque, um profeta fiel de Jeová, são os mais destacados. Noé, bisneto de Enoque, tornou-se pai de Sem, Cão e Jafé quando tinha mais de quinhentos anos de idade. Pouco antes do dilúvio, Jeová inspecionou a maneira corruta em que a humanidade se desenvolvia então na terra, e encontrou apenas oito exceções, numa ocasião em que os ‘pensamentos do coração [do homem] estavam continuamente voltados para o mal’. — Gên. 6:5, Maredsous.
8. Como Noé provou ser bom organizador sob a orientação de Jeová, e com que resultado para ele e sua família?
8 Noé se submeteu à supervisão de Jeová, e Jeová organizou-o juntamente com sua família, a fim de que construíssem a arca, preservando-se vivos, junto com certo número de animais, para um novo começo sobre a face da terra. A boa supervisão de Noé era absolutamente necessária, a fim de que se completasse a arca antes que as águas do dilúvio fossem derramadas, para que se ajuntassem os animais e se verificasse que havia alimento suficiente a bordo, tanto para os animais como para a sua família. Nada podia ser deixado ao acaso. A vida estava em jogo. Tudo tinha de ser verificado, e foi só quando tudo estava em ordem, que Jeová “fechou a porta após ele”. “Assim fez Noé, consoante a tudo o que Deus lhe ordenara.” (Gên. 7:16; 6:22, ALA) Foi isto que fez de Noé um superintendente bem sucedido.
9. Como nos serve de aviso o que aconteceu nos dias de Noé?
9 O grande dilúvio provou ser um quadro do modo que Jeová destruirá a iniqüidade nos últimos dias e que preservará com vida os que desejam servi-lo corretamente num novo mundo de justiça. Vivemos agora neste dia, e fazemos bem lembrar-nos do bom exemplo de Noé e de sua família, correspondendo à supervisão de Jeová, o Grande Pastor, e de sua organização. — Isa. 26:20, 21; Mat. 24:36-42.
10. Como foi que Jeová organizou a nação de Israel em cumprimento de sua promessa a Abraão?
10 Cerca de 426 anos após o dilúvio falaram da grande fé demonstrada por Abraão, que resultou num pacto para a produção da semente para a bênção de toda a humanidade. Os doze filhos do seu neto, Jacó, foram os cabeças das famílias da nação de Israel. O grande Supervisor, Jeová, provou-se leal à sua promessa a Abraão; e mesmo que no decorrer dos acontecimentos os israelitas acabassem escravos no Egito, Jeová organizou-os amavelmente e superintendeu a volta deles à terra prometida. “O SENHOR [Jeová] ia adiante deles, durante o dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, durante a noite numa coluna de fogo.” — Êxo. 13:21, ALA.
11. Como foi que Moisés organizou a nação de Israel em harmonia com a sabedoria divina?
11 Imagine dirigir uma caravana de dois ou três milhões de pessoas, com todos os seus pertences e todas as peças do tabernáculo, sem as facilidades de transporte que temos hoje. Não era tarefa insignificante de organização; mas os setenta chefes organizadores sob a orientação de Moisés, os sacerdotes, os chefes de mil, de cem, de cinqüenta e de dez, todos sabiam o que fazer e cooperavam intimamente para unir a organização. A cada tribo foi designado um lugar em volta do tabernáculo e um lugar na ordem da marcha. Havia então a administração das leis e dos princípios para resolver as questões e disputas. A tarefa provou-se grande demais para Moisés sozinho, então ele seguiu o conselho de Jetro, seu sogro, que provou ser sabedoria prática de Deus, e designou outros para ajudá-lo naquela função: “Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza, põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta, e chefes de dez, para que julguem este povo em todo tempo. Toda causa grave trarão a ti, mas toda causa pequena eles mesmos julgarão.” — Êxo. 18:21, 22, ALA.
12. Submeterem-se à supervisão de Jeová resultaria em que benefícios para os judeus?
12 A nação devia ser um “reino de sacerdotes e nação santa” preparatória para o vindouro Messias. Depois de receber as leis e os mandamentos de Jeová, Moisés “chamou os anciãos do povo, e expôs diante deles todas estas palavras, que o SENHOR [Jeová] lhe havia ordenado. Então o povo respondeu à uma: Tudo o que o SENHOR [Jeová] falou, faremos.” (Êxo. 19:6-8, ALA) A fidelidade a este pacto traria prosperidade da parte de Jeová sobre eles, mas a desobediência implicava na sua rejeição. “Porquanto o SENHOR [Jeová] teu Deus anda no meio do teu acampamento para te livrar, e para entregar-te os teus inimigos; porquanto o teu acampamento será santo, para que ele não veja em ti cousa indecente, e se aparte de ti.” — Deu. 23:14, ALA.
13. Em contraste com a promessa que fizeram, o que mostra a história bíblica quanto a se a cumpriram?
13 Quanto à maioria, a resposta: “Tudo o que o SENHOR [Jeová] falou, faremos”, provou ser palavras vazias. A história da nação judaica narra um período turbulento após outro, caracterizado pela desobediência, rebelião, queixas, apostasia e corrupção. Quando chegaram na Terra Prometida, não estavam contentes com Jeová por Rei nem com os juízes e sacerdotes que administravam os assuntos nacionais. Pediram um rei só para serem escravizados por ele. Entre outras coisas detestáveis, Saul, o primeiro rei, começou a oferecer presunçosamente sacrifícios a Jeová, antes de as tropas saírem à batalha, sem esperar que o profeta Samuel chegasse. O reino foi tirado dele e dado a Davi, um homem segundo o coração de Jeová. Jeová usou Davi e o seu reinado qual quadro da regência do seu Rei celestial, Cristo Jesus. Davi não deu o golpe para destronar Saul prematuramente, mas esperou até que Jeová achou apropriado remover aquele infiel — um bom exemplo para nós hoje em dia.
14. Como foi que Jeová organizou o seu povo para o restabelecimento da verdadeira adoração em Jerusalém?
14 A contínua infidelidade levou a nação à ruína completa e a setenta anos de cativeiro em Babilônia, a sede da falsa adoração. Fiel à sua promessa, Jeová fez que fossem libertos e recebessem instruções para reconstruir a casa de Jeová em Jerusalém. Os trabalhos do templo foram organizados sob a direção do Governador Zorobabel e do Sumo Sacerdote Jesua. Jeová abençoou os esforços destes superintendentes, que inspecionaram, dirigiram e corrigiram as coisas em conexão com seu grande projeto. Quando completaram os trabalhos do templo, oficializou-se uma inauguração. E “estabeleceram os sacerdotes nos seus turnos e os levitas nas suas divisões para o serviço de Deus em Jerusalém; segundo está escrito no livro de Moisés.” — Esd. 6:18, ALA.
15. Como foi que Esdras e Neemias se provaram bons superintendentes?
15 Jeová moveu o coração do Rei Artaxerxes I a dirigir Esdras com relação à organização. “Tu, Esdras, segundo a sabedoria do teu Deus, que possuis, nomeia magistrados e juízes, que julguem a todo o povo que está dalém do Eufrates, a todos os que sabem as leis de teu Deus, e ao que não as sabe, que lhas façam saber.” (Esd. 7:25, ALA) As muralhas e o restante do trabalho da cidade foram completados sob a orientação de Neemias. Ele não foi como outros superintendentes de outrora, que oprimiam o povo ou exigiam favores especiais. “Eu assim não fiz, por causa do temor de Deus. Antes também na obra deste muro fiz reparação, e terra nenhuma compramos; e todos os meus moços se ajuntaram ali para a obra.” Orou então com uma consciência limpa: “Lembra-te de mim para meu bem, ó meu Deus, e de tudo quanto fiz a este povo.” — Nee. 5:15, 16, 19, ALA.
16. Até que ponto tinha deteriorado a verdadeira adoração por ocasião da vinda de Cristo, e por que era este um tempo crítico?
16 Isto aconteceu cerca de 450 anos antes de Cristo, e durante este tempo surgiram mais duas potências mundiais, Grécia e Roma, destinadas a dominar Jerusalém e impor-lhe opressivo domínio estrangeiro. Houve uma súbita depreciação da verdadeira adoração de cima a baixo e de baixo a cima. As contínuas rebeliões dos judeus não trouxeram alívio, mas trouxeram mais opressão da parte das nações. No primeiro século, o sistema judaico de coisas revolvia-se em volta do Sinédrio e em volta de imponentes tradições antes que em volta da cândida Palavra de Deus. Ainda havia sumos sacerdotes e sacerdotes auxiliares para oferecerem sacrifícios e administrarem no templo, mas as práticas e doutrinas sectárias violavam completamente o espírito da lei mosaica. Quão necessitado estava o povo de um líder, um superintendente fiel, que os conduzisse novamente à verdadeira adoração! A própria vida dependia disto, pois o tempo do acerto de contas tinha chegado.
17. Como superintendente do novo sistema de coisas, o que fez Jesus enquanto estava na terra?
17 O governo romano era representado em Jerusalém pelo Governador Pilatos na ocasião em que Jesus Cristo começou o seu ministério. Jesus não procurou estabelecer-se como rei sobre Israel nem tentou deslocar o poder imperial de Roma. Ele veio apenas “buscar e salvar o perdido” e preparar o caminho para o novo sistema de coisas que haveria de cumprir todas as promessas de Deus, eliminando a desobediência, o pecado, a morte e todas as suas conseqüências maléficas. Jesus estava destinado a ser o verdadeiro superintendente e ele se identificou como Excelente Pastor. “As ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelos nomes as suas próprias ovelhas e as conduz para fora.” “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.” — Luc. 19:10; João 10:3, 10, 11, ALA.
18. De que modo treinou Jesus os que obedeciam à sua mensagem, e o que resultou aos que a rejeitaram?
18 Por três anos e meio, a sua mensagem foi dirigida aos judeus. Além de sua própria campanha vigorosa de pregação, ele treinou os seus apóstolos e discípulos para prosseguirem com o trabalho, depois que ele tivesse voltado para os céus. O amor se manifestava em todas as suas atividades. Correção e castigo eram necessários de vez em quando, mas eram administrados com discernimento, sabendo o que era preciso e como ser administrado. Ele era um líder e chamou os seus seguidores para o acompanharem. Os judeus, como nação, rejeitaram-no por superintendente e dador da vida. Por isso, disse ele: “Quantas vezes quis eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta.” Foi horrível o ano de 70, quando os romanos saquearam a cidade e tudo, ‘porque não tinham discernido o tempo de sua inspeção’. — Luc. 13:34, 35, ALA; 19:44.
19. Como se desenvolveu a congregação cristã após a morte de Cristo, e com que resultado?
19 A morte de Jesus e a perseguição que veio sobre os seus seguidores depois de Pentecostes não paralisou a obra, mas fez com que as boas novas se espalhassem. Em Pentecostes, receberam o prometido espírito santo como ajudador: Um grupo de homens maduros, inclusive os apóstolos, se incumbiram da obra e enviaram representantes desde Jerusalém a várias partes do país. “Quando ele [Jesus] subiu às alturas . . . concedeu dons aos homens . . . uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço.” (Efé. 4:8, 11, 12, ALA) A congregação dos santos foi então organizada. Nomearam-se superintendentes. Enviaram instruções do corpo governante em Jerusalém, para fortalecê-los e confirmá-los na fé. Um dos editos notáveis do corpo governante é aquele descrito em Atos, capítulo 15. A adesão estrita à Palavra de Deus e a obediência à direção do espírito santo, fizeram com que as decisões fossem de acordo com o princípio, mas não indevidamente restritivas. A obediência fiel à direção da organização terrestre de Jeová naquele tempo resultou em as congregações serem continuamente ‘fortalecidas na fé e aumentarem em número dia a dia’. — Atos 16:5, ALA.
20. Para que propósito deixou Paulo a Tito em Creta, e o que procurava ele no prospectivo superintendente?
20 Quando Paulo, Barnabé e outros representantes fiéis do corpo governante visitavam as congregações, eles liam as suas decisões e serviam como bons superintendentes. Numa de suas viagens missionárias, Paulo deixou Tito em Creta. Este recebeu ordem de ‘corrigir as coisas deficientes’ e de ‘designar homens de cidade em cidade’ conforme Paulo lhe tinha autorizado. (Tito 1:5-9) Instruções similares foram dadas ao jovem superintendente, Timóteo. (1 Tim. 3:1-7) O superintendente precisa ser irrepreensível em todos os sentidos. Precisa haver ordem na sua casa e precisa estar produzindo os frutos do espírito e apegando-se “à palavra fiel que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder, assim para exortar pelo reto ensino como para convencer os que contradizem”. — ALA.
21. Além de ser moralmente respeitável, o que mais se requer de um superintendente?
21 O superintendente na congregação cristã precisa ser realmente um homem irrepreensível, mas precisa ser mais do que um homem limpo moralmente e um que tenha bom testemunho dentro e fora da congregação. Ele precisa ser um homem cheio de boas obras e precisa ter uma preocupação amorosa por todos os que estão sob a sua superintendência. Deve proteger o rebanho como um pastor protege as ovelhas sob seu cuidado. O apóstolo Paulo, na sua viagem de barco a Jerusalém, aportou em Mileto, e o relato de Atos, capítulo 20, informa-nos que ele mandou chamar os homens mais maduros da congregação de Éfeso. Ele disse-lhes que estava limpo do sangue de todos os homens, pois não se refreara de dizer-lhes todos os conselhos de Deus, e, então, acrescentou: “Prestai atenção a vós mesmos e a todo rebanho, entre o qual o espírito santo vos nomeou superintendentes para apascentardes a congregação de Deus, a qual ele comprou com o sangue de seu próprio Filho. . . . Em tudo vos mostrei que, trabalhando assim, precisais socorrer os fracos e lembrar-vos das palavras do Senhor Jesus, quando ele mesmo disse: ‘Há mais felicidade em dar do que há em receber.’” — Atos 20:27-35.
22. (a) Como foi o apóstolo João um bom superintendente para as congregações no fim de seu ministério? (b) Em Apocalipse, capítulo 1, como é representado Cristo, indicando que ele é um superintendente completo?
22 Os apóstolos, até o último deles, o apóstolo João, estavam muito interessados nas congregações. Além de viajarem a estas, dando pessoalmente encorajamento, instruções e corrigindo, enviavam-lhes cartas, que eram então colocadas em circulação geral e que nós estamos contentes em possuir como partes da Bíblia Sagrada. Entretanto, segundo a profecia, o “homem da iniqüidade”, os líderes apóstatas dos cristãos professos, devia exercer influência cada vez mais forte sobre a congregação cristã. O idoso apóstolo João estava no fim da vida, cerca do ano 100 E. C., e então o último dos que agiam como restrição contra a usurpação estaria fora do caminho. (2 Tes. 2:1-12, ALA) Havia necessidade de um conselho forte, porém, encorajador, da parte de Jeová Deus, mediante seu Filho, Cristo, que, por sua vez, transmitisse a João para que este distribuísse a todos os superintendentes das congregações. As sete congregações da Ásia Menor representaram todas as congregações de então, mas, primariamente, todas as congregações dos gerados do espírito atualmente na terra, visto que, por inspiração, João veio a estar no “dia do Senhor”, quando recebia a visão. Ele viu sete candeeiros, representando todas as congregações dos gerados pelo espírito. Andando entre os candeeiros estava Cristo Jesus, o fiel superintendente, verificando, instruindo e corrigindo as coisas que impediam a verdadeira adoração e o progresso teocrático. Havia um superintendente para cada congregação, o qual era representado por uma estrela. As sete (um número completo) estavam na destra de Cristo, sob o controle dele. Eles precisam seguir a sua direção e se lembrar sempre que foram postos no cargo pelo espírito santo, que opera mediante Cristo e que são responsáveis perante ele. A luz das estrelas é mais forte do que de candeeiro, assim eles precisam reluzir mediante as boas novas, a boa conduta e exemplo.
23. Em que sentidos foram elogiadas algumas das congregações, e como falhavam algumas?
23 As condições nas sete congregações de outrora prefiguraram o que pode existir nas congregações de hoje e, seguindo os conselhos dados então, os superintendentes podem saber como resolver as coisas. Algumas congregações foram elogiadas pelo seu trabalho árduo e perseverança, mas tinham ficado desatentas quanto ao serviço e freqüência às reuniões. Algumas estavam mortas espiritualmente, tendo falhado no cumprimento de todas as fases do serviço de Deus e precisavam despertar e ser diligentes no estudo pessoal, na freqüência às reuniões e na atividade ministerial. O superintendente é quem deve tomar a dianteira para reconduzir a congregação ao seu amor anterior. Algumas foram elogiadas por não se entregarem às influências materialistas, mas estavam em perigo de sucumbir ao espírito do nacionalismo e do sectarismo religioso. O superintendente devia cuidar de não comercializar o seu cargo, não cair vítima da imoralidade sexual nem permitir que a congregação se corrompesse com ela. As irmãs tinham de manter o seu lugar na congregação e cooperar com um espírito manso e quieto, que convém às mulheres cristãs. Não havia lugar para a mornidão. A pessoa precisa estar inteiramente do lado de Jeová e apreciar as riquezas espirituais que vêm de se prestar devoção exclusiva a Jeová. — Apo., capítulos 1 a 3.
24. O que deve ser protegido numa congregação, e como foram transmitidas as instruções às congregações?
24 O conselho dado aos superintendentes das sete congregações da Ásia devia ser aplicado plenamente, a fim de que as congregações pudessem prosperar e não tivessem nenhuma condição interna que impedisse o pleno derramamento do espírito santo de Jeová. É digno de nota neste ponto que as instruções eram primeiramente dadas a João, sobre a terra, e então transmitidas aos superintendentes para estes agirem segundo as direções. Jeová sempre agiu por intermédio de sua organização para cumprir a sua vontade. Ele é um Deus ordeiro, um Deus de propósito e um Deus de princípios. A harmonia com a sua organização e o trabalho harmonioso com os seus superintendentes sempre têm resultado em bênçãos e prosperidade, não importa a ocasião em que o seu servo tenha vivido. A vida eterna é a recompensa para os que obedecem à supervisão amorosa de Jeová.