Apreciemos a salvação por nosso Deus
1, 2. Que grande engano cometem muitos da humanidade e com que resultado?
SERÁ que Deus nos deve alguma coisa? Muitos agem como se devesse. Encaram a vida como algo a ser usado apenas para lucro e prazer egoísta. Mas não derivam nenhuma satisfação real da vida. Isto se dá porque violam o primeiro e o segundo mandamento declarado por Jesus Cristo: “O primeiro é: ‘Ouve, Israel, Jeová, nosso Deus, é um só Jeová, e tens de amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de toda a tua mente, e de toda a tua força.’ O segundo é este: ‘Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.’” — Mar. 12:29-31.
2 Muito poucos da humanidade estão hoje interessados em obedecer a estas ordens. São semelhantes ao rico que disse em uma das parábolas de Jesus: “Alma, tens muitas coisas boas acumuladas para muitos anos; folga, come, bebe, regala-te.” Mas este homem perdeu sua alma naquela mesma noite. (Luc. 12:16-21? Assim se dá também hoje. Os que deixam de ser ricos para com Deus, mas que antes criam seu próprio paraíso materialista neste sistema de coisas perderão tudo durante a “grande tribulação” que está prestes a assolar a terra. Seus interesses são materiais, físicos — não espirituais. — Mat. 24:21, 22; Jer. 25:31-36; Tia. 5:1-5.
3. Contraste a perspectiva do “homem físico” com a do “homem espiritual”.
3 Quão míope é tal “homem físico”! Para ele, as coisas do espírito de Deus são tolice, de modo que não consegue enxergar além duma vida de setenta ou oitenta anos, no máximo. Mas o “homem espiritual” pode ver a eternidade. Mesmo os homens espirituais’ que têm bens materiais são aconselhados a “praticarem o bem, para serem ricos em obras excelentes, para serem liberais, prontos para partilhar, entesourando para si seguramente um alicerce excelente para o futuro, a fim de que se apeguem firmemente à verdadeira vida”. “Obras excelentes” são exigidas de todos nós os que buscamos a “verdadeira vida”. No espelho da lei perfeita de Deus podemos ver até que ponto nos enquadramos nos requisitos da vida eterna. “Aquele que olha de perto para a lei perfeita que pertence à liberdade e que persiste nisso, este, porque se tornou, não ouvinte esquecediço, mas fazedor da obra, será feliz em fazê-la.” — 1 Cor. 2:14, 15; 1 Tim. 6:18, 19; Tia. 1:25.
4. O que é necessário, se havemos de pesquisar a sabedoria de Deus?
4 Falando a respeito da salvação que primeiro é para os judeus e depois para as nações, Paulo declara: “Ó profundidade das riquezas, e da sabedoria, e do conhecimento de Deus! Quão inescrutáveis são os seus julgamentos e além de pesquisa são os seus caminhos!” (Rom. 11:33) Significa isso que a sabedoria de Deus é tão profunda que nunca poderemos entender seus caminhos? Longe disso! Mas temos de chegar-nos à Palavra de Deus com a correta atitude mental e de coração. Não devemos esperar que a Bíblia reze igual a uma novela do mundo, cujo objetivo é apenas entreter. A Bíblia exige estudo com a motivação correta. Nos dias de Jesus, houve alguns que se chegaram a ele com a motivação errada, procurando alguma vantagem egoísta ou alguma falha para enlaçá-lo. (João 6:26, 27; Luc. 20:20-26) Contudo, foi apenas aos que o procuraram humildemente, com um coração puro, que Jesus concedeu um entendimento das coisas espirituais mais profundas da Palavra de Deus. (Mat. 13:10-15; Luc. 13:23, 24) É urgente que também nós obtenhamos apreço de coração pelos ensinos da Bíblia, que são bem diferentes das filosofias mundanas.
“PECADO” E “RESGATE”
5. (a) Qual é o conceito bíblico sobre o “pecado”? (b) De que modo é o livramento do pecado uma benignidade imerecida?
5 Por exemplo, tome o assunto do “pecado”. Talvez vivamos no meio duma sociedade permissiva ou de outra espécie, que não reconhece o significado do “pecado”. Mas, o “pecado” tem existido desde a rebelião no Éden. Significa errar o alvo da perfeição ou não atingir a justiça de Deus. (Rom. 3:23, 24) Herdamos o pecado de nosso antepassado desobediente, Adão, e por isso todos nós somos pecadores. Na antiguidade, foi necessária a lei de Deus dada mediante Moisés para identificar bem o que era o pecado, embora a morte resultante do pecado já tivesse reinado por milhares de anos sobre a humanidade. Esta lei demonstrava também de modo claro que o próprio homem não pode achar livramento do pecado. Também hoje, devemos estar profundamente apercebidos do pecado e de suas conseqüências. (Rom. 5:12-14; 7:7, 21-25) Quão indignos somos em nos mesmos do livramento do pecado e de seus efeitos! Então, quanta benignidade imerecida é mostrada por Deus ao prover o livramento do pecado, à base do sacrifício perfeito do seu Filho! — Efé. 2:4-8.
6. (a) Qual é a base do livramento do pecado? (b) Quem são os que não acham difícil de entender o resgate?
6 Isto leva ao ensino bíblico do “resgate”. O livramento do pecado resulta à base do sacrifício resgatador de Jesus. É esta questão do “resgate” tão difícil que não possamos entendê-la, ao ponto de poder explicá-la bem aos outros? Nunca se diga isso! De fato, a doutrina bíblica do resgate, quando corretamente entendida, é fascinante e inspira fé! Se adotássemos os ensinos dos clérigos da cristandade, que descrevem a Jesus como sendo “Deus encarnado” e por isso como uma espécie de semideus, semi-homem, ou se ficássemos absortos na filosofia oriental de que o objetivo do homem deve ser o oblívio do nirvana, talvez acharíamos o resgate difícil de compreender. Mas, se nos empenharmos “pela justiça, pela fé, pelo amor, pela paz, ao lado dos que invocam o Senhor dum coração puro”, então não será muito difícil de entender e de se alegrar com a provisão maravilhosa do resgate por Jeová. — 2 Tim. 2:22.
7. Como se pode definir “resgate”?
7 Jesus, como homem perfeito — nada mais, nada menos — e como equivalente exato do anteriormente perfeito Adão, pôde entregar-se “como resgate correspondente por todos”, quer dizer, por todos os da descendência imperfeita do pecador Adão. (1 Tim. 2:5, 6) A palavra grega antílytron, usada apenas neste único lugar nas Escrituras, é definida: “um resgate, preço de redenção, ou antes, um resgate correspondente. ‘Significa propriamente um preço com o qual se redimem do inimigo os cativos; e aquela espécie de troca em que a vida de um é remida pela vida de outro.’ Por isso, Aristóteles usa o verbo antilytróo para remir vida com vida.”a Sim, até mesmo o orgulhoso Aristóteles entendia a idéia do “resgate”. Mas, se tivesse vivido quatro séculos mais tarde, suas filosofias — incluindo deuses trinos, a evolução e a imortalidade da alma — sem dúvida o teriam impedido de apreciar o significado do resgate de Jesus.b
8. Como e em que ordem são todos “vivificados”?
8 A alma do homem pecador não é imortal! Ele não tem direito à vida. O ensino bíblico é claro: “A alma que pecar — ela é que morrerá.” (Eze. 18:4, 20; Mat. 10:28) Sim, a alma do homem pecador morre, mas a Bíblia apresenta uma esperança maravilhosa: “Porque, assim como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos serão vivificados. Mas, cada um na sua própria categoria: Cristo, as primícias, depois os que pertencem a Cristo durante a sua presença.” Tão certamente como Cristo ressuscitou dentre os mortos, também agora, no tempo de sua presença invisível, os do pequeno grupo de seus seguidores ungidos são “vivificados” com ele. (1 Cor. 15:20-23) Na devida ordem, também outros da humanidade que exercem fé podem esperar ser libertos “da escravização à corrução e [ter] a liberdade gloriosa dos filhos de Deus”. — Rom. 8:21.
DUAS Famílias
9. Em que sentido se contrastam os seguidores de Jesus com a família de Adão?
9 Este ensino do resgate traz à nossa atenção duas famílias — a família de Adão e a família de Jesus Cristo. Ambas as famílias são descritas como sendo de “muitos”. (Rom. 5:15) Não há requisito especial para se tornar um dos da família pecadora de Adão. Todos nascem nela pelo processo natural da procriação. Mas, a respeito do que Jesus fez, está escrito: “Pois até mesmo o Filho do homem veio, não para que se lhe ministrasse, mas para ministrar e dar a sua alma como resgate em troca de muitos.” (Mar. 10:45; Mat. 20:28) Quantos destes “muitos”? Conforme já vimos, entregou-se “como resgate correspondente por todos”. Provou a morte “por todo homem”. (1 Tim. 2:5, 6; Heb. 2:9) Durante os últimos seis mil anos, a família de Adão se multiplicou em bilhões. Cristo comprou a todos estes. Mas, para usufruírem uma condição aprovada perante Deus, têm de exercer fé em Jesus Cristo como aquele por meio de quem Deus lhes torna disponível a vida eterna. (João 3:16, 36) A respeito dos seguidores de Jesus está escrito: “A tantos quantos o receberam, a estes deu autoridade para se tornarem filhos de Deus, porque exerciam fé no seu nome [no de Jesus]; e nasceram, não do sangue, nem da vontade carnal, nem da vontade do homem, mas de Deus.” — João 1:12, 13.
10. Por que não constituiu Jesus uma família natural?
10 Assim é também com aqueles que, mediante o valor expiatório de pecados do sacrifício de Jesus, obtêm a vida eterna na família de Jesus na terra. Eles também têm de exercer fé no sangue de Jesus, que é a base de sua redenção do pecado e da morte. (Heb. 9:12, 28; Rom. 5:8-11) Jesus, como homem perfeito poderia ter-se casado e constituído sua própria família, e que família talentosa e notável esta teria sido! Mas era isto o que Jesus queria? Era este o propósito de Jeová ao enviar Jesus à terra, Jesus preocupava-se em fazer a vontade de seu Pai, que envolvia questões muito mais importantes do que constituir uma nova família própria. (João 5:30; 6:37-40) Acima de tudo, Jesus estava interessado na vindicação do santo nome e propósito de Jeová com relação à família humana original. Pois, Deus havia descansado de suas obras criativas, confiando na realização de seu grandioso propósito, de encher uma terra paradísica com descendentes justos de Adão, até o fim de seu ‘dia de repouso’, de sete mil anos de duração. — Gên. 2:1-3; 1:27, 28.
11. (a) De que modo torna-se Jesus o “Pai Eterno”? (b) A quem adota Deus primeiro como filhos espirituais?
11 O homem, como criação de Deus, havia sido perfeito, e havia um modo em que se podia restabelecer a perfeição. Portanto, por que se deveria iniciar uma nova família humana? Antes, o que se exigia era o sacrifício do perfeito Jesus, para que os obedientes e amantes de Deus dentre a descendência de Adão pudessem ser transferidos para a família de Jesus ou como que adotados nela, sendo ele seu “Pai Eterno” em virtude do resgate. (Isa. 9:6) Mas em primeiro lugar, no propósito de Deus, seriam adotadas certas “primícias”, um pequeno número dos da família de Adão, à base de sua fé no sacrifício de Jesus, para ser filhos espirituais, compartilhando com Jesus por meio duma ressurreição espiritual no seu reino celestial sobre a família humana. — Rom. 8:23; Tia. 1:18.
12. (a) O que torna possível o resgate para a humanidade? (b) Qual deve ser nossa reação diante da provisão do resgate?
12 O resgate abre o caminho para incomparáveis bênçãos para a humanidade em geral — o paraíso restabelecido em toda a terra, a sobrevivência de muitos amantes da justiça para aquele paraíso, a ressurreição de bilhões de humanos mortos e a eliminação da doença, do pecado e da morte. Isto torna possível a paz, o contentamento e a harmonia de toda a criação de Jeová. (Sal. 37:10, 11; 72:7, 8; João 5:28, 29; Isa. 33:24) Quanto a contemplação destas glórias vindouras nos anima com apreço do maravilhoso amor e da benignidade imerecida de Jeová, conforme expressos mediante seu Filho! É deveras “benignidade imerecida sobre benignidade imerecida”! (João 1:14, 16, 17) Não é de se admirar que os discípulos de Jesus tenham escrito com tanto apreço a respeito do resgate! (Rom. 3:21-26; 1 Ped. 1:18, 19; 1 João 1:7; Jud. 20, 21) Não se enche o seu coração de gratidão pelo grande amor de Deus em prover o resgate e tudo o que resulta dele? — Rom. 8:38, 39; Isa. 65:17, 18.
MOSTREMOS NOSSA GRATIDÃO
13, 14. (a) O apreço do resgate deve fazer com que abundemos em quê? (b) O que nos deve desencorajar de praticarmos o pecado?
13 O apóstolo Paulo escreveu aos seus concrentes: “E isto é o que continuo a orar: que o vosso amor abunde ainda mais e mais com conhecimento exato e pleno discernimento; que vos certifiqueis das coisas mais importantes, para que sejais sem defeito e não façais outros tropeçar, até o dia de Cristo, e estejais cheios de fruto justo, que é por intermédio de Jesus Cristo, para a glória e o louvor de Deus.” (Fil. 1:9-11) Se o apreço pelo resgate nos induzir a abundar mais e mais em amor, deve também fazer com que abundemos em ódio ao que é mau.
14 Deus provê o perdão dos pecados à base do sacrifício de Jesus, mas isto não nos dá uma licença para pecar. É verdade que, conforme declarado em 1 João 2:1, se por causa da imperfeição herdada “alguém cometer pecado, temos um ajudador junto ao Pai, Jesus Cristo, um justo”. Ora, recebemos tal ajuda se deliberadamente tomamos liberdades em cometer pecado? Podemos esperar que seja aplicado a nós o valor expiatório de pecados do sacrifício de Jesus se nos endurecermos no proceder pecador? Somos informados em 1 João 3:2, 6, 8: “Amados, agora somos filhos de Deus . . . Todo aquele que permanece em união com ele não pratica pecado; ninguém que pratica pecado o tem visto, nem o chegou a conhecer. Quem estiver praticando pecado origina-se do Diabo, porque o Diabo tem estado pecando desde o princípio. Com este objetivo foi manifestado o Filho de Deus, a saber, para desfazer as obras do Diabo.” Ele faz isso por meio de sua provisão amorosa do resgate. Certamente, ninguém que apreciar esta provisão maravilhosa por Cristo jamais desejará empenhar-se na prática do pecado!
15. Por que não é sábio entregar-se ao pecado com a idéia de que o sacrifício de Jesus ira trazer o perdão?
15 Alguém talvez ache que ‘arriscar-se’ ou obter certos prazeres marginais sem se meter plenamente no pecado não é tão ruim assim. Ou outro talvez pense: ‘Apenas mais uma vez, e depois nunca mais, e o sacrifício de Jesus me trará o perdão.’ Mas é tal raciocínio válido? É o começo de se cultivar um gosto pelas obras da carne, o inverso de se cultivarem os frutos do espírito, e a Bíblia adverte claramente “de que os que praticam tais coisas não herdarão o reino de Deus”. (Gál. 5:19-24) É muito fácil cair nas práticas erradas! Resista ao engodo, motivado por um coração puro. (Mat. 5:8) Quando confrontados com a tentação de fazer o errado, devemos ficar induzidos a dizer: ‘Não. Não participarei nisso. Depois do que Deus e Cristo fizeram por nós em prover o resgate, como poderia eu jamais fazer algo assim que mostraria tão grande falta de apreço?’ Refletindo sobre o resgate, que sempre digamos de coração: Ora, nos não somos dos que retrocedem para a destruição, mas dos que têm fé para preservar viva a alma.” — Heb. 10:39, e veja também o versículo Heb. 10:29.
16. Como podemos evitar ‘retroceder’ ao pecado?
16 Em vez de ‘retrocedermos’ ao pecado e à falta de fé, que sempre nos acheguemos ainda mais ao nosso Deus. Isto significa também achegarmos mais aos nossos irmãos. Devemos amar nossos irmãos de coração. “Todo aquele que não está praticando justiça não se origina de Deus, nem aquele que não ama seu irmão. Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio, que devemos ter amor uns pelos outros.” (1 João 3:10, 11) Como mostramos este amor uns aos outros? Por gastarmos tempo uns com os outros — antes das reuniões, após as reuniões e em outras oportunidades. (Sal. 133:1; Rom. 12:9, 10) Sim, por tomarmos interesse uns nos outros, por nos edificarmos mutuamente no amor, por nos alegrarmos em compartilhar uns com os outros as boas bênçãos espirituais providas por Jeová, mediante o Senhor Jesus Cristo. — 1 Tes. 5:11-13.
APREÇO POSITIVO
17. (a) Que expressão positiva de nossa fé podemos fazer? (b) O que envolve isso amiúde?
17 O resgate deve motivar-nos a atos positivos, a obras de fé que reflitam nosso agradecimento de coração por tudo o que Jeová e Cristo fizeram por nós. Assim podemos estar certos de estar entre os mencionados no Salmo 11:7: “Pois Jeová é justo; deveras ama atos justos. Os retos são os que observarão a sua face.” Hoje há mais de um milhão e meio de testemunhas de Jeová em toda a terra que realizam atos justos a favor de outros de coração sincero. Seu ministério inclui visitar os lares dos outros, ensinando-lhes gratuitamente a Bíblia e mostrando-lhes o caminho para a vida eterna, que pode ser alcançada apenas por meio dum conhecimento exato a respeito de Deus, de Cristo e da provisão do resgate. (João 17:3; 14:6) Todo este ministério é realizado voluntariamente e sem idéia de recompensa material. Também, muitas vezes envolve manter a integridade em face de oposição desamorosa e até mesmo cruel. — Mat. 10:28-39.
18. Como mostrou uma menina de cinco anos seu apreço da provisão de Jeová?
18 Tome, por exemplo, esta mocinha de cinco anos de idade. Sua mãe instruiu-a fielmente, de modo que ela desenvolveu um amor profundo a Jeová e a seu Filho. Mas o seu pai incrédulo a enviou a um jardim de infância budista. Sua fé cristã foi ali submetida a uma severa prova. Ao entrar pelo portão da escola, ela se negava a cultuar Buda. Na aula, negava-se a se curvar diante da imagem de Buda. Sua professora freqüentemente a censurava. Mas havia uma adoração da espécie correta em que se podia empenhar, mesmo naquele jardim de infância. Antes de seu almoço, diariamente curvava sua pequena cabeça em oração calada a Jeová, mediante Cristo. A professora também se zangava com isso e procurava impedi-la, mas em vão! Por fim, quando a professora falhou em fazê-la participar numa festividade budista, ela perguntou à menina: “Faz isso porque sua mãe lhe disse que não o deve fazer?” A menininha respondeu: “Não, é porque não seria agradável a Jeová Deus.” Esta foi deveras uma expressão excelente de fé que se baseia no resgate!
19. (a) Como abençoa Jeová os que o buscam de coração puro? (b) Como mostrou uma pessoa idosa seu apreço de tal bênção?
19 A provisão de resgate feita por Jeová torna possível que pessoas de toda espécie tenham a vida eterna. Ele ajuntou por meio de seus anjos aqueles que mostram um desejo sincero de aprender e fazer a Sua vontade. (Rev. 14:6, 7) Uma filial da Sociedade Torre de Vigia recebeu a seguinte carta: “Tenho sessenta e oito anos de idade e estou totalmente cega. Por muitos anos, vivo num hospital, sem ter alguém de quem depender. Por fim, em novembro de 1970, perdi a vontade de viver e resignei-me a morrer. Daí, certa manhã, parei junto do santuário de xintó na varanda e proferi esta oração: ‘Seja-me concedido apenas uma vez, antes de eu morrer, chegar a encontrar o verdadeiro Deus, que não é a espécie de Deus que está neste santuário.’ Mesmo enquanto eu ainda orava, fiquei espantada de ouvir uma voz à porta. Para a minha surpresa, a pessoa disse: ‘Eu estou proclamando as boas novas como testemunha do verdadeiro Deus, Jeová’. Imediatamente, convidei a pessoa a entrar e escutei avidamente tudo o que me disse. A partir daquele dia, nunca perdi uma reunião das Testemunhas locais. Em maio de 1971, eu mesma me tornei pregadora de casa em casa, e em 4 de dezembro do mesmo ano, simbolizei minha dedicação pelo batismo em água numa assembléia de circuito das testemunhas de Jeová. A partir do dia 25 daquele mesmo mês, ingressei no ministério de pioneira temporária. Em todos os sessenta e oito anos passados da minha vida, inclusive nos vinte e oito anos em que eu ainda podia usar os meus olhos, nunca estiveram meus dias tão cheios de esperança e alegria.” Numa expressão tangível de sua alegria, esta querida irmã cristã juntou à sua carta um donativo generoso para o programa de construção da expansão teocrática no seu país.
20. Como e que Jeová chega e salva seu povo?
20 Deveras, Jeová cumpriu sua promessa de ‘chegar e salvar’ seu povo. Ele o salvou da religiosa Babilônia, a Grande, e o trouxe a uma relação amigável consigo mesmo, sim, a um paraíso espiritual. Estarem neste paraíso espiritual significa inúmeras bênçãos para os crentes resgatados. “Naquele tempo abrir-se-ão os olhos dos [espiritualmente] cegos e destapar-se-ão os próprios ouvidos dos [espiritualmente] surdos. Naquele tempo o [espiritualmente] coxo estará escalando como o veado e a língua do [espiritualmente] mudo gritará de júbilo.” Até mesmo nos nossos próprios dias cumpre-se a profecia: “E certamente virá a haver ali uma estrada principal, sim, um caminho [de saída de Babilônia, a Grande]; e chamar-se-á Caminho de Santidade. O impuro não passará por ela. E será para aquele que anda no caminho, e nenhuns tolos vaguearão nele.” A entrada para esta estrada é gratuita para todos os que usam de verdadeira sabedoria por aprenderem humildemente os requisitos de Jeová e aceitarem sua provisão de vida mediante Cristo. “E retornarão os próprios remidos por Jeová [da servidão em Babilônia, a Grande] e certamente chegarão a Sião [o reino messiânico de Deus] com clamor jubilante; e sobre a sua cabeça haverá alegria por tempo indefinido. Alcançarão exultação e alegria, e terão de fugir o pesar e o suspiro.” — Isa. 35:4-6, 8, 10.
21. Que esperança temos e como deverá afetar-nos?
21 Estes milagres espirituais se duplicarão em breve! Quando? Sob o vindouro reino de Deus, de mil anos, mediante seu Filho Jesus Cristo. Já quando estava na terra, há dezenove séculos atrás, Jesus Cristo realizou literalmente milagres desta espécie. Como Rei, fará tais coisas novamente, no restabelecido paraíso terrestre, literal. (Luc. 23:43) Que esperança alegre! E a profecia que agora se cumpre mostra que estamos no próprio limiar deste tempo de exultação. Por certo, agora é o tempo dos tempos de nos esforçarmos vigorosamente para que deveras andemos em amizade com o Deus da salvação — através da própria “grande tribulação” e para as bênçãos eternas mais além. — Luc. 13:24.
[Nota(s) de rodapé]
a A Greek and English Lexicon of the New Testament, de Parkhurst, p. 47.
b “No Quarto Século A. C., Aristóteles escreveu: ‘Todas as coisas são três, e tudo é triplo: usemos esse número na adoração dos deuses; pois, conforme dizem os pitagoristas, tudo e todas as coisas estão ligadas aos três, pois o fim o meio e o princípio têm este número em tudo, e estes compõem o número da Trindade.’” — Arthur Weigall, no seu livro The Paganism in Our Christianity, p. 198.
[Foto na página 80]
Deus proveu o livramento do pecado à base do sacrifício de Cristo.