Tem “fé para preservar viva a alma”?

“Ora, nós não somos dos que retrocedem para a destruição, mas dos que têm fé para preservar viva a alma.” — Heb. 10:39.

 1. Por que crêem os cristãos na ressurreição de Jesus Cristo?

TERTULIANO, convertido ao cristianismo perto do fim do segundo século de nossa Era Comum, escreveu certa vez a respeito de Jesus Cristo: “Enterrado, Ele foi ressuscitado dentre os mortos; isto é certo porque é impossível.” Julgada pela capacidade humana, a ressurreição de Cristo é isso — “impossível”. Todavia, as Escrituras Sagradas nos asseguram que é fato. Por exemplo, registram as seguintes palavras do apóstolo cristão Pedro a respeito de “Jesus, o nazareno”: “Deus o ressuscitou por afrouxar as ânsias da morte, porque não era possível que ele continuasse a ser segurado por ela.” (Atos 2:22-24) Os primeiros discípulos de Cristo viram realmente o ressuscitado Jesus, alguns deles até mesmo comendo, bebendo e palestrando com ele. (Mat. 28:5-10, 16-20; Atos 10:40, 41; 1 Cor. 15:3-8) Os cristãos crêem hoje na ressurreição de Jesus Cristo porque é fato registrado na Palavra inspirada de Deus. Além disso, discernem à base do cumprimento das profecias bíblicas nos acontecimentos atuais que Jesus Cristo vive e já rege agora no reino celestial de Deus. — 2 Tim. 3:16, 17; Mateus, capítulos 24 e 25.

 2. Quão importante é a fé?

² Exige-se fé dos servos de Deus. Jesus Cristo disse: “Tende fé em Deus.” (Mar. 11:22) O profeta hebreu Habacuque citou o próprio Jeová como dizendo: “Mas, quanto ao justo, continuará a viver pela sua fidelidade.” (Hab. 2:2, 4) Assegura-se-nos que “quem exerce fé no Filho [de Deus, Jesus Cristo] tem vida eterna”. (João 3:36) Portanto, todos os que desejam o favor divino e a vida eterna precisam demonstrar fé verdadeira.

 3. O que é fé?

³ A declaração de Tertuliano, sobre a ressurreição de Jesus Cristo, tem sido citada como exemplo da “forma mais extrema” de fé. Mas, o que é fé? Ela tem sido definida como “o estado mental que trata certa proposição como sendo veraz, independente de se ter demonstrado completamente a sua veracidade”. (The Encyclopedia Americana, Ed. de 1956, Vol. X, p. 723) O apóstolo Paulo, que se tornou cristão depois de lhe aparecer milagrosamente o ressuscitado e glorificado Jesus Cristo (Atos 9:1-19), forneceu a seguinte definição divinamente inspirada da fé: “A fé é a expectativa certa de coisas esperadas, a demonstração evidente de realidades, embora não observadas.” Pela fé, “os antigos receberam testemunho” de que haviam agradado a Jeová. — Heb. 11:1, 2.

 4. O que fez Abel ter uma “expectativa certa” de que se cumpririam as palavras de Deus a respeito do ‘descendente da mulher’?

⁴ A fé bíblica é uma expectativa bem baseada, não uma esperança sem fundamento. Abel, segundo filho do primeiro casal humano, Adão e Eva, demonstrou ter fé. Abel se dava conta de que se cumpria o que Deus dissera a respeito da morte resultante de se comer em desobediência do fruto da “árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau”. (Gên. 2:16, 17) Podia observar em si mesmo os efeitos mortíferos herdados do pecado. (Rom. 5:12) Observava também o cumprimento do decreto de Deus que resultou em trabalho laborioso para seu pai desobediente, Adão. Também, em harmonia com a sentença de Jeová sobre Eva, ela sentia maiores dores durante a gravidez. (Gên. 3:16-19) Estes fatos provavam a veracidade de Deus e davam convicção a Abel, a “expectativa certa” de que as outras coisas que Deus disse que se realizariam, tais como as palavras proféticas que Jeová dirigiu ao Diabo, quando Deus falou à serpente, usada por aquele iníquo para causar o pecado humano: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre o teu descendente e o seu descendente. Ele te machucará a cabeça e tu lhe machucarás o calcanhar.” — Gên. 3:15.

 5. (a) Como demonstrou Abel a sua fé na vinda do Descendente da “mulher” de Deus? (b) De que modo deu Deus testemunho a respeito das dádivas de Abel?

⁵ Abel demonstrou a sua fé na vinda daquele Descendente da “mulher” de Deus por oferecer a Jeová um animal em sacrifício, que substituiria figuradamente a sua própria vida. Seu irmão mais velho, Caim, que não tinha fé, ofereceu apenas vegetais sem sangue. Caim derramou depois o sangue de seu irmão, tornando-se assassino, mas Abel morreu sabendo que havia agradado a Jeová, “dando Deus testemunho com respeito às suas dádivas”, por aceitar o sacrifício que Abel havia oferecido em fé. (Heb. 11:4; Gên. 4:1-8) Compara-se a sua fé, leitor, no sacrifício resgatador de Jesus Cristo, à fé que encontrou expressão no sacrifício de Abel?

 6. Explique de que modo a fé é “a demonstração evidente de realidades, embora não observadas”.

⁶ A fé é também “a demonstração evidente de realidades, embora [estas realidades] não [sejam] observadas”. Por exemplo, a existência de coisas criadas — o sol, a lua, as estrelas e a própria terra — tornam evidente para os cristãos que há um Criador, que Este é real, embora não possa ser visto com olhos humanos por ser um Espírito invisível. (João 4:24; Rom. 1:20-23) Portanto, os cristãos têm evidência de que Deus existe, e pela fé percebem “que os sistemas de coisas foram postos em ordem pela palavra de Deus, de modo que aquilo que se observa veio a existir das coisas que não aparecem”. — Heb. 11:3.

A FÉ PRESERVA VIVA A ALMA

 7. O que é a alma, e o que lhe pode acontecer?

⁷ Antes de definir a fé, Paulo havia declarado a respeito dos cristãos: “Ora, nós não somos dos que retrocedem para a destruição, mas dos que têm fé para preservar viva a alma.” (Heb. 10:39) Mas qual é a alma que pode ser preservada viva por se ter fé? Você, leitor, é uma alma vivente. As Escrituras declaram: “Jeová Deus passou a formar o homem do pó do solo e a soprar nas suas narinas o fôlego de vida, e o homem veio a ser uma alma vivente.” (Gên. 2:7) Nem aqui, nem em outra parte, se diz na Bíblia que o homem tem uma alma imortal capaz de continuar a existir após a morte do corpo. De fato, Jeová declarou por meio de seu profeta Ezequiel: “A alma que pecar — ela é que morrerá.” (Eze. 18:4) Isto não exclui o homem imperfeito, “pois não há homem que não peque, e se fizermos a declaração: ‘Não temos pecado’, estamos desencaminhando a nós mesmos e a verdade não está em nós”. — 1 Reis 8:46; 1 João 1:8.

 8. Que perspectiva de vida há para os servos fiéis de Jeová que já faleceram há muito, e para os que hoje demonstram ter fé?

⁸ Todavia, os servos fiéis de Jeová, já há muito mortos no pó da terra, vivem do ponto de vista de Deus. Ele os ressuscitará dentre os mortos, usando seu Filho Jesus Cristo para restaurar-lhes a vida como almas viventes. (João 5:28, 29) Abraão, Isaque e Jacó estão entre eles. (Luc. 20:37, 38) Hoje em dia, pode-se ser semelhante a eles por meio de obras de fé. E visto que os acontecimentos em cumprimento da profecia bíblica mostram que vivemos nos “últimos dias” deste sistema de coisas, é agora possível ter fé que preservará a alma eternamente viva. (2 Tim. 3:1-5) Outros exemplos de fé em Deus, no passado, o ajudarão a cultivar “fé para preservar viva a alma”.

FÉ EXISTENTE NOS TEMPOS PATRIARCAIS

 9. De que modo foi Enoque “transferido para não ver a morte”?

⁹ “O sétimo homem na linhagem de Adão”, Enoque, igual a Abel, manifestou ter fé em Jeová. Enoque profetizou a respeito da execução do julgamento de Deus nos ímpios. (Jud. 14, 15) Como as palavras de Enoque devem ter afligido os adversários religiosos dele! Sem dúvida, procuravam até mesmo matá-lo por proclamar o julgamento de Jeová. Mas Deus “o tomou”, de modo que Enoque não passou pelas ânsias da morte. (Gên. 5:24) Enoque foi assim “transferido para não ver a morte”, mas primeiro “ele teve o testemunho de que agradara bem a Deus”. (Heb. 11:5) Como? A palavra grega traduzida aqui por “transferido”, em Hebreus 11:5, significa “transferir”, “transportar” ou “mudar de lugar”, e sugere aquilo que aconteceu a Paulo. Ele foi transferido ou arrebatado milagrosamente até o “terceiro céu”, recebendo uma visão do futuro paraíso espiritual da congregação cristã. (2 Cor. 12:1-4) Enoque, que não sabia nada sobre um paraíso espiritual, encontrava-se evidentemente numa condição similar de arrebatamento, tendo uma visão do vindouro paraíso terrestre, pondo-o Deus então a dormir na morte, a salvo das mãos inimigas. Não se concedeu a você, leitor, nenhuma visão divina do paraíso restabelecido na terra. Mas, se for cristão, crê que existirá? Deve crer nisso. — 2 Ped. 3:13; Heb. 11:6.

10. O que fez Noé, no que se referia ao mundo do seu tempo, por ter fé?

¹⁰ Em fé, Noé “mostrou temor piedoso e construiu uma arca para a salvação de sua família”. Por ter tal fé, fazendo obras justas e obedientes, Noé condenou o mundo incrédulo pelas suas obras iníquas e mostrou que merecia a destruição. (Heb. 11:7; Gên. 6:13-22) Demonstra pessoalmente ter fé tal como Noé teve? Hoje em dia, como nos dias de Noé antes do dilúvio global, as massas da humanidade comem, bebem, casam-se e se empenham nos empreendimentos normais da vida, desatentas aos propósitos divinos. Não fazem caso da realidade da prometida segunda presença do Filho do homem, Jesus Cristo. Mas não precisa ser igual a elas. Antes, esteja espiritualmente atento, demonstrando fé. Sua vida depende disso! — Mat. 24:36-42.

11, 12. Embora a obtenção da Terra da Promessa fosse uma perspectiva grandiosa, que coisa maior aguardava Abraão?

¹¹ Também Abraão (Abrão) teve muita fé. Sua cidade natal, Ur dos Caldeus, podia oferecer muito em sentido material. Mas Abraão deixou Ur e passou a residir em tendas, na terra de Canaã. Fez isso porque tinha fé em Jeová. Abraão acatou a ordem de Deus e creu na Sua promessa de fazê-lo uma grande nação de bênção para a humanidade. Jeová prometeu também dar uma terra ao descendente ou à descendência de Abraão. O filho de Abraão, Isaque, e seu neto Jacó eram “herdeiros com ele da mesmíssima promessa”. — Heb. 11:9; Gên. 12:1-9; 15:18-21.

¹² Obter aquela Terra da Promessa era uma perspectiva grandiosa. Mas Abraão, em fé, aguardava algo ainda maior. “Aguardava a cidade que tem verdadeiros alicerces, cujo construtor e criador é Deus.” Este patriarca fiel aguardava um governo celestial sob o qual viveria no futuro. Abraão, Isaque e Jacó não abandonaram sem fé a sua relação com Jeová, nem voltaram a Ur, o que teria resultado na destruição de suas almas. Por isso, Jeová “não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus”. Mantiveram a fé em Deus até à morte, e dentro em pouco serão ressuscitados à vida aqui na terra, que é parte do domínio daquela “cidade” ou governo celestial, o reino messiânico de Deus. (Heb. 11:10, 13-16, 20, 21) Deus não lhe manda que adote tal espécie de vida nômade como Abraão, Isaque e Jacó levavam. No entanto, é a sua fé bastante forte para induzi-lo a abandonar confortos materiais, caso uma designação no ministério cristão o exija? É sua fé de qualidade tal que a possível perda de coisas materiais, pelas mãos de perseguidores violentos, não o farão abandonar a Jeová?

13. O que aconteceu no caso de Sara, por causa de sua fé?

¹³ Noé, Abraão, Isaque, Jacó e outros homens fiéis da antiguidade tinham esposas que também mantiveram a fé em Jeová. Tome, por exemplo, a esposa de Abraão, Sara. Embora ela fosse estéril até ter cerca de noventa anos de idade e “estivesse além do limite da idade”, tendo cessado seu ciclo menstrual, ela, pela fé, “recebeu poder para conceber um descendente, . . . visto que considerava fiel aquele [Deus] que prometera”. Do próprio Abraão, “já como que morto” no que se referia às suas faculdades reprodutivas, resultou um descendente. Ela deu à luz Isaque, e por meio dele produziu por fim filhos “em multidão como as estrelas do céu e como a areia que está à beira do mar, inumeráveis”. — Heb. 11:11, 12; Gên. 17:15-17; 18:11; 21:1-7.

14. O que habilitou Abraão a quase sacrificar Isaque?

¹⁴ Abraão foi provado, de modo que “a bem dizer ofereceu Isaque”, seu “unigênito”, quer dizer, o único filho que teve de Sara. (Heb. 11:17, 18) O que tornou possível que Abraão fizesse isso? A fé em Jeová. É interessante que, embora na narrativa de Gênesis não se mencione a ressurreição dos mortos, Abraão tinha conhecimento dela e tinha fé que Jeová podia ressuscitar Isaque, sendo que o apóstolo Paulo declara: “Mas ele achava que Deus era capaz de levantá-lo até mesmo dentre os mortos; e dali o recebeu também em sentido ilustrativo.” (Heb. 11:19) Em poucos instantes, o cutelo na mão de Abraão teria acabado com a vida de Isaque, mas a voz dum anjo impediu isso, de modo que, com efeito, Abraão recebeu seu filho de volta da morte. — Gên. 22:1-19.

15. Em que expressou José fé quando estava perto da morte?

¹⁵ Muitos anos depois, no Egito, José, filho de Jacó, disse aos seus irmãos: “Estou morrendo; mas Deus, sem falta, voltará a sua atenção para vós, e certamente vos fará subir desta terra para a terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó.” (Gên. 50:24-26) José tinha fé em que haveria um êxodo dos israelitas do Egito, mencionando-o quando se aproximava do seu fim. (Heb. 11:22) Até à morte dele teve fé irrestrita em Jeová. Tem uma fé assim em Deus?

FÉ EM JEOVÁ COMO LIBERTADOR

16, 17. (a) Que decisão tomou Moisés pela fé? (b) Ele olhava atentamente para o pagamento de que recompensa?

¹⁶ Moisés foi o homem que Deus usou em 1513 A. E. C. ao realizar a libertação de Israel da escravidão egípcia. (Êxo. 3:1-10; 12:37, 38) Agindo em fé, os pais de Moisés o mantiveram oculto por três meses após o seu nascimento, pondo-o por fim a flutuar numa arca de papiro no rio Nilo. Isto levou a ele ser descoberto pela filha do Faraó, que “o criou como seu próprio filho”, de modo que ele “foi instruído em toda a sabedoria dos egípcios”. Tornou-se “poderoso nas suas palavras e ações”. (Êxo. 2:1-10; Atos 7:21, 22; Heb. 11:23) Mas a educação egípcia e o materialismo da corte real não transformaram Moisés num adorador dos muitos deuses falsos do Egito. Não! “Pela fé Moisés, quando cresceu, negou-se a ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus [os israelitas] do que ter o usufruto temporário do pecado.” Por quê? “Porque estimava o vitupério do Cristo [o privilégio de ser o ungido de Deus] como riqueza maior do que os tesouros do Egito.” (Heb. 11:24-26) Como membro da família real, Moisés poderia ter procurado fama no Egito. Mas, se tivesse feito isso, provavelmente teria sido esquecido, assim como dezenas de faraós egípcios, cuja principal fama é talvez terem um túmulo pomposo, mera curiosidade recuperada do pó da terra pela pá do arqueólogo. Moisés, dessemelhante deles, é lembrado como homem de fé a quem Deus deu um maravilhoso privilégio.

¹⁷ Moisés tinha fé e “olhava atentamente para o pagamento da recompensa”, a vida humana eterna por meio da ressurreição, na terra, na nova ordem de Deus. (Heb. 11:26) Em fé, Moisés abandonou o Egito e retornou anos depois, celebrando ali a primeira páscoa com seus companheiros israelitas e depois marchou com eles para fora do Egito. “Pela fé passaram através do Mar Vermelho como em terra seca, mas, quando os egípcios se aventuraram nele, foram tragados.” Depois da morte de Moisés, a fé levou Israel de uma vitória a outra, em Canaã, incluindo a conquista de Jericó, onde Raabe, a meretriz, foi poupada por ter acolhido os espiões israelitas de modo pacífico. (Heb. 11:27-31) Tem também uma fé duradoura em Jeová e no seu poder de realizar a libertação?

OUTROS EXEMPLOS DE FÉ

18. A que habilitou Jeová a Gideão e Baraque por causa da fé que tinham?

¹⁸ Paulo admitiu que lhe faltaria tempo para falar dos outros exemplos de fé (Heb. 11:32), tais como a de Gideão, que, pelo poder de Jeová e com um grupo de apenas trezentos homens pôs em fuga os midianitas opressores e esmagou o poderio militar deles. (Juízes, capítulo 7) E que dizer de Baraque, que foi encorajado pela profetisa Débora? Em fé, ele enfrentou a força militar muito superior de Sísera, e Jeová deu a Baraque a vitória, celebrada na canção comovente de Débora e de Baraque. — Juízes, capítulos 4 e 5.

19. Qual foi o último ato de fé de Sansão?

¹⁹ Depois houve também Sansão, forte adversário dos filisteus. Embora, por fim, se tornasse cativo cego deles, causou a destruição de muitos deles por ocasião de sua própria morte, derrubando as colunas da casa em que estavam reunidos para oferecer sacrifício ao deus falso Dagão. Mas Sansão não era suicida medroso e de mentalidade mórbida. Não foi em desespero que ele causou o desmoronamento da casa, querendo assim acabar com a vida miserável que levava e pensando que era um fracasso completo. Não. Exigiu fé ele pedir a Deus força suficiente para trazer vingança sobre os filisteus reunidos, inimigos de Jeová e do Seu povo. — Juí. 16:18-30.

20, 21. (a) Como demonstraram Jefté e sua filha terem fé? (b) Cite outros exemplos pré-cristãos de fé.

²⁰ Jefté, a quem Jeová concedeu vitória sobre os amonitas opressivos, também demonstrou muita fé. Por exemplo, fez isso quando cumpriu o voto que havia feito a Deus, devotando sua filha ao serviço de Jeová como virgem perpétua. (Juí. 11:29-40) Tem fé tão forte como Baraque, Débora, Sansão e outras testemunhas pré-cristãs de Jeová? E cumpre fielmente seu voto de servir a Deus, assim como Jefté e a filha dele? — Sal. 50:14; Ecl. 5:4, 5.

²¹ Davi, com fé em Jeová, derrotou o gigante filisteu Golias e passou a tornar-se valente rei-guerreiro, lutando nos interesses do povo de Jeová. Devido à sua fé, foi homem que agradou ao coração de Jeová. (1 Sam. 17:4, 45-51; Atos 13:22) Samuel serviu a Jeová desde a infância e nunca abandonou a sua fé em Deus. (1 Sam. 1:19-28; 7:15-17) Naturalmente, houve também outros profetas que demonstravam ter muita fé em Jeová. Referindo-se a diversos atos de fé, Paulo fala dos que, “pela fé, derrotaram reinos, puseram em execução a justiça, obtiveram promessas, taparam as bocas de leões, pararam a força do fogo, escaparam do fio da espada, dum estado fraco foram feitos poderosos, tornaram-se valentes na guerra, desbarataram os exércitos de estrangeiros”. — Heb. 11:33, 34.

22. (a) Visto que algumas testemunhas pré-cristãs de Jeová procuravam alcançar uma “ressurreição melhor”, em que sentido será uma “ressurreição melhor”? (b) Em que sentido não são “aperfeiçoados” à parte dos cristãos ungidos?

²² Os fiéis Elias e Eliseu foram capacitados por Jeová para devolver a vida aos filhos falecidos de duas mulheres (1 Reis 17:17-24; 2 Reis 4:17-37), e Paulo fala de mulheres que receberam de volta os seus mortos pela ressurreição. “Mas”, continua ele, “outros homens foram torturados porque não queriam aceitar um livramento por meio de algum resgate, a fim de que pudessem alcançar uma ressurreição melhor”. (Heb. 11:35) Trata-se duma “ressurreição melhor” do que as realizadas por Deus mediante Elias e Eliseu. Por quê? Porque as pessoas revivificadas tinham de morrer mais uma vez, ao passo que as fiéis testemunhas pré-cristãs de Jeová serão ressuscitadas na terra, na nova ordem prometida de Deus, e nunca mais precisarão morrer. Estas testemunhas, conforme Paulo mostra a seguir, “embora . . . recebessem testemunho por intermédio de sua fé, não obtiveram o cumprimento da promessa, visto que Deus previu algo melhor para nós [seguidores ungidos de Cristo], a fim de que eles não fossem aperfeiçoados à parte de nós”. (Heb. 11:39, 40) A ressurreição dos cristãos ungidos, que ascendem a 144.000, é à vida espiritual no céu e começou em 1918 E. C., após o estabelecimento do Reino celestial em 1914. (Rev. 12:1-5; 14:1, 4; 20:4-6; 1 Cor. 15:50-55) Tais cristãos são “aperfeiçoados” nos céus antes da ressurreição terrestre das fiéis testemunhas pré-cristãs de Jeová.

23. Quais são alguns outros exemplos de fé dados por Paulo?

²³ Lembrando outros exemplos de fé destas testemunhas, Paulo escreve: “Sim, outros receberam a sua provação por mofas e por açoites, deveras, mais do que isso, por laços e prisões. Foram apedrejados, foram provados, foram serrados em pedaços [Isaías, segundo certa tradição judaica incerta, sofreu esta morte às ordens do Rei Manassés], morreram abatidos pela espada, andavam vestidos de peles de ovelhas e de peles de cabras, passando necessidade, tribulação, sofrendo maus tratos; . . . Vagueavam pelos desertos, e pelas montanhas, e pelas covas, e pelas cavernas da terra.” Ao observar seus muitos atos de fé, sem dúvida concordará com Paulo, que disse: “E o mundo não era digno deles.” — Heb. 11:36-38.

24, 25. (a) Demonstraram os primitivos cristãos ter fé? (b) Que fé comparável em Jeová existe ainda?

²⁴ Fortalece a fé ver a fidelidade desta “grande nuvem” de testemunhas pré-cristãs de Jeová. (Heb. 12:1) Mas os primitivos cristãos demonstravam ter fé similar, conforme mostram as Escrituras Gregas Cristãs. Declarou-se também a respeito dos primitivos cristãos: “Às vezes foram torturados e lançados diante de feras famintas na arena para divertir a populaça. Mas a perseguição só serviu para fortalecer-lhes a fé e trazer muitos conversos à sua causa.” — From the Old World to the New, de Eugene A. Colligan e Maxwell F. Littwin, 1932, páginas 90 e 91.

²⁵ Mas tal fé em Jeová Deus ainda existe. As testemunhas de Jeová a demonstram destemidamente. (Mat. 10:28) A Senhorita Genevieve de Gaulle, sobrinha de Charles de Gaulle, da França, declarou a respeito das moças e senhoras das Testemunhas no campo de concentração nazista em Ravensbruck: “Todas demonstraram a máxima coragem e sua atitude eventualmente inspirou respeito até a S. S. Podiam ser livres imediatamente se houvessem renunciado à sua fé. Ao contrário, porém, não cessaram em sua resistência, e até conseguiram introduzir no campo livros e tratados, o que ocasionou o enforcamento de várias delas.” Eugen Kogan escreveu no seu livro The Theory and Practice of Hell (A Teoria e a Prática do Inferno): “Não se pode deixar de ter a impressão de que, falando-se psicologicamente, a SS nunca estava bem à altura do desafio que as Testemunhas de Jeová representavam para eles.” (Página 43) E o Professor Ebenstein, da Universidade de Princeton, declarou: “Os sofrimentos das Testemunhas de Jeová nos campos foram ainda piores do que os a que foram sujeitos judeus, pacifistas ou comunistas. Pequena como é a seita, cada membro dela parece ser uma fortaleza que pode ser destruída, mas nunca tomada.” — The Nazi State.

26. Em que resultará a fé cristã?

²⁶ Se tiver e mantiver uma fé similar em Deus, ela lhe trará vida eterna. O apóstolo Pedro escreveu que os cristãos recebem ‘o objetivo da sua fé, a salvação das suas almas’. (1 Ped. 1:9) Mas, talvez pergunte: “O que posso fazer para ter uma fé sã e sustentadora?” Pode estar certo de que se pode fazer muito com o auxílio de Jeová.

[Foto na página 710]

Compara-se a sua fé no sacrifício resgatador de Jesus à fé que se expressou no sacrifício de Abel?

[Foto na página 711]

Noé construiu com fé uma arca para salvar a sua família. Embora muitos outros hoje não tenham fé, é a sua fé igual à de Noé?

[Foto na página 712]

Abraão mostrou ter fé por abandonar os confortos materiais e viver em tendas, em Canaã.

[Foto na página 713]

Tem fé em Jeová como libertador? Moisés a teve e foi liberto no Mar Vermelho.