Sujeita-se hoje à chefia de Cristo?
NO PRIMEIRO século de nossa Era Comum, Jesus Cristo deu ao apóstolo João uma revelação divina. Revelou nela sua chefia ativa sobre as congregações cristãs naquele tempo. A revelação mostrou que Cristo fazia pessoalmente uma inspeção das condições dentro das congregações. Preocupava-se com a sua saúde espiritual, suas obras e suas atividades cristãs. Mas não estava só inspecionando. Estava também preparado para tomar a ação apropriada em harmonia com o que sua inspeção revelasse a respeito da aceitação de seu conselho. — Revelação, capítulos 1 a 3; veja também A Sentinela de 1.º de junho de 1972, página 335.
Cristo Jesus continua a exercer a plena chefia sobre a verdadeira congregação cristã em toda a terra hoje em dia. E assim como fez naquele tempo, usa também hoje instrumentos terrestres para expressar esta chefia. A congregação cristã do primeiro século tinha um corpo governante composto de apóstolos e anciãos em Jerusalém. Hoje funciona um corpo similar de cristãos ungidos. Este corpo governante é a parte administrativa da classe do “escravo fiel e discreto” ou “mordomo”, a respeito de quem Jesus prometeu: “Seu amo . . . o designará sobre todos os seus bens.” (Mat. 24:45-47; Luc. 12:42-44) Portanto, o reconhecimento deste corpo governante e de seu lugar no arranjo teocrático de Deus é necessário para haver sujeição à chefia do Filho de Deus.
OS CORPOS LOCAIS DE ANCIÃOS ESTÃO EM HARMONIA
Assim como se deu no primeiro século, porém, cada congregação tem seu corpo local de anciãos. O apóstolo Paulo escreveu aos cristãos nos seus dias a respeito de tais homens: “Sede obedientes aos que tomam a dianteira entre vós e sede submissos, pois vigiam sobre as vossas almas como quem há de prestar contas.” (Heb. 13:17) Ou vertendo mais literalmente a palavra grega usada pelo apóstolo, devem obedecer aos que os “governam”. (Veja a Tradução Interlinear do Reino, em inglês.) Significa isso que cada corpo local de anciãos constitui um corpo governante separado que age de modo independente do corpo governante da classe do ‘mordomo fiel e discreto’?
Não, não poderia ser assim. Por que não? Porque significaria desligar-se da chefia de Cristo Jesus. A relação de todos os que constituem a congregação cristã com seu Chefe, Cristo Jesus, é comparada à maneira em que os membros do corpo humano estão ligados à cabeça. O apóstolo escreveu a respeito de Jesus: “Da parte dele, todo o corpo, por ser harmoniosamente conjuntado e feito cooperar por toda junta que dá o necessário, segundo o funcionamento de cada membro respectivo, na devida medida, produz o desenvolvimento do corpo para a edificação de si mesmo em amor.” (Efé. 4:16) De modo que o Chefe ou a Cabeça, Cristo Jesus, tem diversos arranjos para ‘conjuntar’ os membros individuais da congregação consigo mesmo, e estes não podem ser desconsiderados.
O que aconteceria se alguém ficasse “enfunado” por ter mentalidade carnal, em vez de espiritual, e quisesse desconsiderar tais provisões? Ele se enquadraria na descrição que o apóstolo dá a respeito de alguém que “não se apega à cabeça, àquele de quem todo o corpo, suprido e harmoniosamente conjuntado por meio de suas juntas e ligamentos, vai crescendo com o desenvolvimento que Deus dá”. (Col. 2:18, 19) Portanto, para que qualquer um de nós, quer ancião cristão, quer não, esteja ligado a Cristo Jesus como nossa Cabeça, exige-se nossa harmonia com a sua congregação como um todo. Exige cooperarmos com todas as suas partes, por meio de “juntas e ligamentos” que relacionam e vinculam a congregação num todo unido, os meios e arranjos de suprir nutrição espiritual, comunicação e coordenação. Isto produz “o desenvolvimento [espiritual] do corpo para a edificação de si mesmo em amor”. Sim, o amor produz humildade e o espírito de união, não independência ou presunção. Mostra que reconhece a Cristo Jesus como seu Chefe por estar assim harmoniosamente conjuntado e por cooperar em amor?
DEIXAR PREVALECER AS ESCRITURAS, O ESPÍRITO E O EXEMPLO DE CRISTO
Os corpos de anciãos mostram que ‘se apegam a Cristo como Cabeça’ pelo profundo respeito pela Palavra de Deus, ensinada por Jesus, deixando que ela controle e dirija seus pensamentos. Ao fazerem isso, não são desencaminhados por aquilo que superficialmente parece ser “prático” ou pelos métodos que parecem funcionar melhor no mundo, conforme está atualmente organizado. Além disso, procuram o espírito de Deus e sua orientação na aplicação de princípios bíblicos. Precisam estar em harmonia com este espírito, produzindo seus frutos, e não ‘contristando-o’ pela obstinação. — Efé. 4:30.
E há ainda outra maneira em que precisam mostrar seu apego a Cristo, como Chefe. Precisam imitar seu exemplo, refletir sua personalidade e seu modo de proceder. O exemplo dos apóstolos de Cristo ajuda-os a ver como fazer isso. (Veja Filipenses 4:9.) Assim podem alcançar a maior harmonia possível com seus co-anciãos e com todos os seus irmãos e suas irmãs.
Quando os anciãos olham assim para Cristo Jesus, o Chefe ou a Cabeça, podem ter confiança na sua orientação. Sua devoção e sujeição sinceras mostram que estes anciãos realmente ‘dobram o joelho’ no “nome” enaltecido que Jeová Deus deu ao seu Filho. Mesmo que apenas dois ou três deles estejam reunidos em nome de Jesus, têm a sua promessa: “Ali estou eu no meio deles.” (Fil. 2:9-11; Mat. 18:20) Reunidos assim, estarão muito cônscios da chefia dele nas suas palestras e considerações.
Cooperar como corpo exige humildade e profunda preocupação com a prosperidade dos interesses do Amo. Nenhum ancião individual, portanto, achará que seu modo, seu ponto de vista ou sua preferência deve prevalecer e que ‘de outro modo não se fará nada ou nada sairá certo’. Talvez tenha maior ‘antiguidade’ do que outros quanto aos anos que já é cristão ou talvez tenha mais experiência em pastorear do que os outros. Isto é para seu crédito. Deve aumentar o peso de suas palavras no critério de seus co-anciãos. Mas ele não se torna com isso infalível. Seu conhecimento, seu critério e sua experiência nunca podem ser iguais ao seu Chefe, Cristo Jesus, nem ultrapassam a sabedoria encontrada na Palavra de Deus. Sua sujeição ao Chefe revelar-se-á na sua prontidão de cooperar com os outros anciãos como corpo e de reconhecer que a Cabeça da congregação pode usar tanto os outros como a ele próprio. — 1 Cor. 3:5-9, 21-23; veja Romanos 12:3-8.
Modéstia, ter os outros na devida estima e atribuir a cada um a medida de dignidade que merece — estas qualidades levam a palestras frutíferas e produtivas em qualquer corpo de anciãos. A “sabedoria de cima” é pacífica, branda e razoável, e não admite altercações fúteis ou gabanças de realizações ou capacidades, coisas que mostram falta do espírito de Deus e um conceito carnal. — Tia. 3:13-18; 1 Cor. 3:3.
Quando uma consideração entre anciãos parecer vacilar ou se achar que a tendência de seu rumo se desvia da verdadeira sabedoria, o que poderá fazer? Poderá fazer uma oração silenciosa para que se manifeste e prevaleça o espírito de Deus por meio de seu Filho. Daí, suas contribuições pessoais para a consideração deverão refletir a sua confiança na chefia de Cristo. Indicaria falta de fé nesta chefia se achasse que precisa ‘impor’ a questão ou de algum modo tentar coagir os outros a aceitar sua idéia. Seguirá sabiamente o conselho do apóstolo cheio de espírito: “Tomai a dianteira em dar honra uns aos outros.” — Rom. 12:10.
OBEDIÊNCIA À “LEI DE CRISTO”
Exorta-se os cristãos a serem “obedientes aos que tomam a dianteira” entre eles ou que os governam. (Heb. 13:17) Mas, naturalmente, isto não significa que os corpos de anciãos façam vigorar suas próprias leis ou formulem regras segundo o seu próprio conceito pessoal, exigindo então que todos os da congregação local as acatem. Antes, estes anciãos tomam a dianteira em dar um exemplo de aderência fiel ao que o apóstolo chama de “lei do Cristo”, a “lei da fé”, encontrada na Palavra de Deus. É à obediência a esta lei que eles exortam seus irmãos. (Gál. 6:2; Rom. 3:27) Recebem também orientação na aplicação desta lei da fé por meio do corpo governante e dos instrumentos que este usa.
Os anciãos, por exemplo, devem usar de bom juízo ao convidarem membros da congregação para participar em apresentar informação na tribuna, nas reuniões cristãs, e isto pode incluir ter o cuidado de que a aparência da pessoa não seja tal que produza um efeito adverso sobre a congregação em geral. Mas, certamente não devem tentar controlar como os membros da congregação se devem vestir no seu próprio lar ou na sua atividade diária, a menos, naturalmente, que sua maneira de se vestir seja tão extrema, que cause vitupério público na comunidade.
Sim, dar-se-ão conta de que, nos assuntos em que a consciência pessoal dita o que se deve fazer, eles devem seguir sabiamente o exemplo de Cristo, assim como fez o apóstolo Paulo. Quando Paulo disse: “Tornai-vos meus imitadores, assim como eu sou de Cristo”, ele acabava de considerar o assunto da consciência. Em alguns casos, Paulo sabia que outros tinham o conceito errado por causa duma consciência fraca, mas ele não tentou sobrepor-lhes sua própria consciência e aconselhou outros contra isso, dizendo que devem antes “suportar as fraquezas dos que não são fortes”. — 1 Cor. 10:25-33; 11:1; Rom. 14:1-23; 15:1.
Todos nós temos a necessidade de nos certificar de que não só estejamos certos em nossa atitude numa questão, mas que também atuemos de maneira certa, seguindo o exemplo de Cristo Jesus. O espírito com que nos tratamos uns aos outros contribui muito para se obter a harmonia amorosa que produz desenvolvimento espiritual e aumento.
Cristo Jesus guia agora todos os seus discípulos, em toda a terra, numa poderosa obra de pregar o Reino e fazer discípulos. Não só estão em jogo vidas humanas, mas também a honra do nome de Deus e do de seu Filho. Mais do que nunca, é agora o tempo de ‘sermos da mesma mentalidade e termos o mesmo amor, conjuntados em alma, tendo um só pensamento na mente, não fazendo nada por briga ou por egotismo, mas, com humildade mental’. Mostremos assim que temos ‘a atitude mental de Cristo’ e que deveras nos sujeitamos hoje à sua chefia. — Fil. 2:1-8.