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Perguntas dos LeitoresA Sentinela — 1973 | 1.° de setembro
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Perguntas dos Leitores
● É correto que o cristão mande esterilizar ou “adormecer” um animal de estimação?
As Escrituras Sagradas não contêm nenhuma declaração específica que não permita que o cristão esterilize um animal ou lhe tire a vida.
Segundo a lei mosaica, o animal castrado não servia para sacrifício. Ela declara: “Não deveis ofertar a Jeová um animal que tenha os testículos machucados, ou esmagados, ou arrancados, ou cortados, e não deveis ofertá-los na vossa terra.” (Lev. 22:24) Esta lei não proibia especificamente a castração, mas evidentemente fez com que os israelitas se refreassem de tal prática.
Os cristãos, porém, não oferecem sacrifícios de animais, não estão sob a lei mosaica. (Rom. 6:14) Portanto, a ordem em Levítico 22:24 não lhes proíbe esterilizar um animal de estimação. Há outros fatores que governam a decisão do cristão com respeito ao que pode fazer aos seus animais ou para eles.
A Bíblia mostra que Jeová Deus deu ao homem domínio sobre a criação animal. (Gên. 1:28) Portanto, este pode usar animais para alimento e para fazer roupa. Pode também matar os animais que são decididamente prejudiciais para o seu bem-estar. (Gên. 3:21; 9:3; Êxo. 21:28, 29; 1 Sam. 17:34, 35) Os interesses legítimos e o bem-estar do homem sempre têm precedência.
Portanto, o cristão tem o direito de decidir o que acha melhor com respeito aos seus animais, inclusive os de estimação. Pode decidir se está nos melhores interesses dele ou de sua família mandar esterilizar ou “adormecer” um animal de estimação. Naturalmente, deve reconhecer que o cristão não maltrata cruelmente os animais. Provérbios 12:10 diz: “O justo importa-se com a alma do seu animal doméstico, mas as misericórdias dos iníquos são cruéis.” Quem é brutal com seus animais, fazendo-os sofrer desnecessariamente, mostra falta de consideração com a criação de Deus; o que ele considera ser ‘tratamento misericordioso’ é na realidade ‘crueldade’. O cristão, por outro lado, reconhece as necessidades de seus animais e é sensível ao bem-estar deles. No caso dum animal que padece de séria doença ou dum sério ferimento, ou do qual não se possa cuidar devidamente sem impor um fardo indesejável, ele talvez ache sábio e misericordioso matá-lo. O cristão é responsável pela sua própria decisão neste sentido.
● O que quer dizer 2 Coríntios 6:7 quando se refere às “armas da justiça à direita e à esquerda”?
Segunda Coríntios 6:7 faz parte duma consideração de como o apóstolo Paulo e seus companheiros de trabalho se recomendavam como ministros de Deus. Um dos modos que faziam isso era “por intermédio das armas da justiça à direita e à esquerda”. Isto talvez se refira a que, nos tempos antigos, usava-se a direita para brandir a espada e a esquerda para segurar o escudo. De qualquer modo, quando atacados de todos os lados, Paulo e seus companheiros estavam plenamente armados para a guerra espiritual.
Esta guerra espiritual é descrita em 2 Coríntios 10:3-5. “Embora andemos na carne, não travamos combate segundo o que somos na carne. Porque as armas de nosso combate não são carnais, mas poderosas em Deus para demolir as coisas fortemente entrincheiradas. Pois estamos demolindo raciocínios e toda coisa altiva levantada contra o conhecimento de Deus.” A fim de que a congregação cristã em Corinto não fosse desviada da devoção fiel a Cristo, Paulo travou esta guerra espiritual contra os falsos instrutores e “superfinos apóstolos”. — 2 Cor. 10:8-10; 11:12-14; 12:11.
Quanto à carne, Paulo e seus companheiros de trabalho eram homens imperfeitos, com inclinações pecadoras. Mas não recorriam às armas da carne decaída — a astúcia, a fraude ou os ardis. (2 Cor. 11:3, 13; 12:16) Não se estribavam na capacidade, na sabedoria e no poder do homem. Por evitarem a extravagância de linguagem ou a exibição de sabedoria humana e seu poder de persuasão, podiam ajudar outros a edificar-se na fé por meio do espírito e do poder de Deus. (1 Cor. 2:2-5) A arma principal para derrubar raciocínios errados era a “espada” ou ‘mensagem’ de Deus. — Heb. 4:12; Tito 1:9.
O profundo amor e a preocupação com outros induziu-os a travar uma guerra espiritual. Suas motivações de modo algum eram carnais. Não procuravam honra, riqueza ou influência. Conforme Paulo disse aos coríntios: “Se temos
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