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4C “Geena” — símbolo da destruição totalTradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências
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em Mt 5:22, 29, 30; 10:28; 18:9; 23:15, 33; Mr 9:43, 45, 47; Lu 12:5; Tg 3:6.
O vale de Hinom encontrava-se ao oeste e ao sul da antiga Jerusalém. (Jos 15:8; 18:16; Je 19:2, 6) Debaixo dos posteriores reis de Judá, foi usado para a idolatria do deus pagão Moloque, ao qual se ofereciam holocaustos humanos. (2Cr 28:3; 33:6; Je 7:31, 32; 32:35) Para impedir que fosse usado de novo para tais fins religiosos, o fiel Rei Josias mandou poluir o vale, especialmente a parte chamada Tofete. — 2Rs 23:10.
O comentador judaico David Kimhi (1160?-1235?), no seu comentário sobre o Sal 27:13, fornece a seguinte informação histórica sobre “Gehinnom”: “E é um lugar na terra adjunta a Jerusalém, e é um lugar repugnante, e lançam ali coisas impuras e cadáveres. Havia também um fogo contínuo para queimar as coisas impuras e os ossos dos cadáveres. Por isso, o julgamento dos iníquos é parabolicamente chamado de Gehinnom.”
O vale de Hinom tornou-se o depósito e incinerador do lixo de Jerusalém. Lançavam-se ali cadáveres de animais para serem consumidos pelos fogos, aos quais se acrescentava enxofre para ajudar na queima. Também se lançavam ali os cadáveres de criminosos executados, considerados imerecedores dum sepultamento decente num túmulo memorial. Quando esses cadáveres caíam no fogo, então eram consumidos por ele, mas, quando os cadáveres caíam sobre uma saliência da ravina funda, sua carne em putrefação ficava infestada de vermes, ou gusanos, que não morriam até terem consumido as partes carnais, deixando somente os esqueletos.
Nenhum animal ou criatura humana vivos eram lançados na Geena, para ser queimados vivos ou atormentados. Portanto, este lugar nunca poderia simbolizar uma região invisível em que almas humanas fossem eternamente atormentadas em fogo literal ou atacadas para sempre por vermes imorredouros. Visto que se negava aos criminosos mortos lançados ali um sepultamento decente num túmulo memorial, que é o símbolo da esperança de ressurreição, a Geena foi usada por Jesus e pelos seus discípulos para simbolizar a destruição eterna, o aniquilamento dentre o universo de Deus, ou “a segunda morte”, a punição eterna.
Portanto, lançar-se o cadáver de alguém na Geena era considerado como a pior espécie de punição. Da Geena literal e de seu significado deriva o símbolo do ‘lago que queima com fogo e enxofre’. — Re 19:20; 20:10, 14, 15; 21:8.
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4D “Tártaro”Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências
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4D “Tártaro”
2Pe 2:4 — “Lançando-os no Tártaro”
Gr.: Tar·ta·ró·sas; lat.: de·trác·tos in Tár·ta·rum;
sir.: ‛a·gen ’e·nun beThahh·ta·ya·tha’
A palavra “Tártaro” só é encontrada em 2Pe 2:4. Está incluída no verbo grego tar·ta·ró·o, e, por isso, na tradução deste verbo usou-se a frase “lançando-os no Tártaro”.
Na Ilíada, do antigo poeta Homero, a palavra tár·ta·ros denota uma prisão subterrânea tanto abaixo do Hades, como a terra está abaixo do céu. Os detidos nele não eram almas humanas, mas os deuses inferiores, espíritos, a saber, Cronos e os outros titãs que se haviam rebelado contra Zeus (Júpiter). Era a prisão estabelecida pelos deuses míticos para os espíritos que haviam expulsado das regiões celestiais, e encontrava-se abaixo do Hades, no qual se pensava que as almas humanas eram confinadas na morte. Na mitologia, tár·ta·ros era a mais baixa das regiões inferiores e um lugar de escuridão. Envolvia todo o submundo, assim como os céus envolviam tudo o que havia por cima da terra. Portanto, na mitologia grega pagã, tár·ta·ros representava um lugar de confinamento, não de almas humanas, mas de espíritos titânicos, e um lugar de escuridão e de rebaixamento.
Em Jó 40:20, na LXX, lemos a respeito do beemote: “E depois de subir a um monte íngreme, deu alegria às criaturas quadrúpedes na profundeza [ἐν τῷ ταρτάρῳ (“no tártaro”)].” Em Jó 41:31, 32 (41:23, 24, LXX) lemos a respeito do leviatã: “Ele faz a profundeza ferver como um caldeirão de latão; e considera o mar como pote de ungüento, e a parte mais baixa da profundeza [τὸν δὲ τάρταρον τῆς ἀβύσσου (“o tártaro do abismo”)] como cativa: ele encara a profundeza como seu território.” O uso de tár·ta·ros nestes versículos, na LXX, torna claro que esta palavra foi usada para indicar um lugar inferior, sim, a “parte mais baixa” do abismo.
As Escrituras Sagradas não consignam nenhuma alma humana ao tár·ta·ros, mas consignam ali apenas criaturas espirituais, a saber, “os anjos que pecaram”. Serem estes lançados no tár·ta·ros denota o mais profundo rebaixamento deles enquanto ainda estão vivos. Isto serve de punição pelo seu pecado de rebelião contra o Deus Altíssimo. O apóstolo Pedro associa a escuridão com a condição rebaixada deles, dizendo que Deus “entregou-os a covas de profunda escuridão, reservando-os para o julgamento”. — 2Pe 2:4.
Os pagãos, nas suas tradições mitológicas a respeito de Cronos e os rebeldes deuses titãs, apresentavam um conceito deturpado sobre o rebaixamento de espíritos rebeldes. Em contraste com isso, o uso que Pedro faz do verbo tar·ta·ró·o, “lançar no Tártaro”, não significa que “os anjos que pecaram” tenham sido lançados no mitológico Tártaro pagão, mas que eles foram rebaixados pelo Deus Altíssimo do lugar celestial que ocupavam e dos seus privilégios ali, e foram entregues a uma condição de mais profunda escuridão mental quanto aos luminosos propósitos de Deus. Tinham também apenas uma perspectiva lúgubre quanto ao que finalmente lhes iria acontecer, que, segundo mostram as Escrituras, é a destruição eterna, junto com seu governante, Satanás, o Diabo. Portanto, o Tártaro denota a condição mais inferior de rebaixamento desses anjos rebeldes.
Nas Escrituras inspiradas, o Tártaro não tem nenhuma relação com o Hades, o qual é a sepultura comum dos humanos mortos. Os anjos pecadores e as almas humanas falecidas não são associados como estando juntos no tár·ta·ros, como num lugar de eterno tormento consciente de criaturas. O Tártaro desaparecerá quando o Juiz Supremo destruir os anjos rebeldes, atualmente existentes em tal condição rebaixada.
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