A atitude correta é proteção
1. (a) Quando escreveu Pedro, exortando os cristãos a ‘terem bem em mente a presença do dia de Jeová’? (b) Depois disso, quanto tempo demoraria até à vinda do “dia” de Jeová?
POR volta do ano 64 E. C., o apóstolo Pedro escreveu a congregação cristã, exortando-a a ‘ter bem em mente a presença do dia de Jeová’. Quando os cristãos leram pela primeira vez estas palavras, ainda faltavam cerca de seis anos antes da destruição de Jerusalém pelos romanos, antes do “dia” de julgamento de Deus sobre aquela cidade. Isto foi mais de 1.900 anos antes da presença do “dia” de julgamento de Jeová sobre a cristandade e o atual sistema de coisas. Entretanto, as palavras de Pedro tiveram aplicação aos cristãos que viviam naquele tempo.
2, 3. Por que era vital que os cristãos ungidos, durante todos os dezenove séculos passados, ‘tivessem bem em mente o dia de Jeová’?
2 Por que era preciso que cristãos que viviam tão longe do “dia” do julgamento final de Deus pensassem assim? Porque qualquer outra atitude os teria levado ao laço do envolvimento com o mundo e a depositarem sua confiança e esperança em coisas mundanas. Deviam ter em mente que as coisas em volta deles seriam destruídas. Além disso, deviam provar sua integridade a Deus por ‘não amarem nem o mundo, nem as coisas no mundo’, porque morreriam com o tempo, e qual seria então a sua situação como cristãos gerados pelo espírito e ungidos, irmãos de Jesus Cristo, — 1 João 2:15.
3 A questão que tem confrontado os cristãos ungidos durante os últimos dezenove séculos é: Qual é a minha situação agora perante Jeová Deus? Asseguro-me da minha escolha e chamada por Deus, a fim de me habilitar para ser um dos do seu “sacerdócio real”, tendo a esperança de reinar com Cristo! (1 Ped. 2:9; 2 Ped. 1:10; Rev. 20:4, 6) Não precisavam viver no “dia de Jeová” para ser julgados por Jeová como dignos ou indignos desta posição celestial, para a qual foram chamados. — Heb. 3:1.
4. Por que precisamos hoje, e cada dia, dar atenção séria ao que fazemos com a nossa vida?
4 Que dizer de nós hoje? É a situação diferente, por estarmos perto do fim deste sistema de coisas, Não, não é uma questão de esperarmos até que venha a “grande tribulação”. Pois, como sabemos se estaremos vivos naquele tempo? Em Tiago 4:14, a Bíblia nos faz lembrar: “Nem sabeis qual será a vossa vida amanhã. Porque sois uma bruma que aparece por um pouco de tempo e depois desaparece.” (Tia. 4:14) Se encararmos o assunto levianamente, não saberemos quando nosso coração instável poderá desviar-nos. (Jer. 17:9) Além disso, não sabemos quando podem surgir condições que talvez nos apanhem desprevenidos, para a nossa calamidade, mesmo antes de vir a “grande tribulação”. Como se poderia dar isso? Vejamos.
O SIGNIFICADO DA PERSEVERANÇA ATÉ O FIM
5. (a) Qual é o significado da declaração de Jesus: “Quem tiver perseverado até o fim é o que será salvo”? (b) De que fato a respeito do possível “fim” de nossa vida atual nos faz lembrar Salomão?
5 Quando Jesus falou a respeito do tempo em que os apóstolos viviam e que prefigurava o tempo em que nós vivemos, ele disse: “Quem tiver perseverado até o fim é o que será salvo.” (Mat. 24:13) Ele falava sobre perseverar em perseguição, crescente violação da lei e ódio mundial. Disse que alguns de seus discípulos seriam mortos durante esta perseguição. Mas, se o cristão perseverasse em tudo isso até a própria morte ou até o fim deste estado violento da hostilidade mundial, ele seria salvo por causa de sua integridade. (Mat. 24:9-12) Talvez não vivesse até o fim do sistema de coisas, mas seria julgado quanto a se fazia parte deste mundo ou não, sem tomar em conta quando viria para ele o “fim”. (1 João 2:15; Tia. 4:4) Qualquer de nós, quer dos irmãos gerados pelo espírito, ungidos, de Jesus Cristo, quer das “outras ovelhas”, que têm esperanças terrestres, jovens ou idosos, podemos morrer muito depressa, hoje ou amanhã, por causa de circunstâncias imprevistas, inclusive o repentino irrompimento de perseguição religiosa. O sábio Rei Salomão falou a respeito da situação que confronta os homens em geral, dizendo: “O tempo e o imprevisto sobrevêm a todos. Pois o homem tampouco sabe o seu tempo. Iguais aos peixes que estão sendo apanhados numa rede má e como os pássaros que estão sendo apanhados numa armadilha, assim os próprios filhos dos homens estão sendo enlaçados num tempo calamitoso, quando cai sobre eles repentinamente.” — Ecl. 9:11, 12.
6. Que “imprevisto” sobreveio recentemente a um dos membros do pessoal da sede da Sociedade, mas o que havia ele feito até então?
6 Temos exemplos de quão repentinamente pode vir nosso fim individual, salientando a importância de estarmos na condição correta perante Deus e termos uma situação boa no seu favor, todo o tempo. Há pouco tempo atrás, um dos membros do pessoal da sede da Sociedade Torre de Vigia, nos Estados Unidos, trabalhava num Salão do Reino em Nova Iorque, junto com outro irmão. Um jovem veio dirigir-se a ele no Salão do Reino e pedir informações, que o irmão lhe deu bondosamente. O jovem, de repente, sacou duma faca e matou o irmão a facadas. Quão bom é saber que ele servia fielmente até esta ocasião!
7, 8. O que devemos aprender da experiência de nossos irmãos em Malaui?
7 Novamente, vemos o que aconteceu aos irmãos em Malaui. Este era um país em que as pessoas aceitavam maravilhosamente a mensagem do Reino. Em 1972, havia a proporção de uma testemunha de Jeová para cada 194 dos habitantes de Malaui. Naquele ano foram batizados 1.617 novos. Podemos dizer que houve verdadeira “prosperidade” para as 447 congregações das testemunhas de Jeová naquele país e para as mais de 22.000 Testemunhas associadas ativamente com estas congregações. Houve perseguição em 1967, é verdade. Mas, talvez se pensasse em 1972: ‘Em vista de tal prosperidade espiritual, certamente estamos longe duma calamidade.’ Contudo, o que sobreveio aos irmãos em Malaui quase da noite para o dia? Por causa de sua neutralidade fiel para com a política deste mundo, seus lares foram incendiados, algumas de suas mulheres foram estupradas, foram atacados por turbas de amotinados, alguns foram torturados ou mortos e a maioria deles foi expulsa para países vizinhos, com perigo para a sua vida.
8 O que aprendemos disso? Que o cristão deve viver cada dia como se fosse o último de sua atual vida terrestre. Precisa tornar o verdadeiro cristianismo um modo de vida, estar intimamente unido com seus irmãos nas congregações e servir ativamente a Jeová com toda a sua força. Em que situação teriam ficado estes irmãos de Malaui se tivessem sido apáticos e negligentes quanto à sua condição espiritual? Apenas os com força espiritual puderam manter-se firmes quando chegou a prova, e, para o crédito de nossos irmãos de Malaui, a grande maioria deles fez isso.
9. O que determinará sermos achados agradáveis a Jeová quando vier a “grande tribulação”?
9 Deus nos revela o que precisamos saber, para que possamos adotar o proceder sábio e ajudar outros, por alertá-los ao perigo e à iminência do “dia” de Jeová. Mas ele não nos disse precisamente em que ano, ou em que dia, ou mesmo em que hora ele iniciará a “grande tribulação” sobre este mundo. Não é o conhecimento do tempo exato de quando começa a “grande tribulação” que decide se seremos ativos no seu serviço ou não, ou se viveremos ou não dum modo que lhe agrade. Para agradarmos a Deus, teremos de servi-lo todo o tempo, sendo nossa verdadeira motivação, não a proximidade do fim, mas o amor que temos a ele, nosso maravilhoso Pai celestial.
POR QUE A CRONOMETRAGEM DE DEUS É CORRETA
10-12. (a) Em que sentido vem o “dia” de Jeová como um “laço”? (b) Como mostram aqueles que perdem a fé quando as coisas não acontecem no tempo esperado que eles deixam de reconhecer a superioridade da posição de Jeová?
10 Já vimos que a “grande tribulação” virá repentinamente. Jesus disse que virá como “laço”. Um animal prestes a ser apanhado num laço talvez nem se aperceba de que está tão perto do perigo, quando de repente é apanhado sem esperança. A Bíblia não nos adverte a respeito duma situação fictícia. Ela é real e ocorrerá exatamente no tempo e na maneira em que deve. Deus tem um tempo fixo para destruir este sistema de coisas. Mas alguns ficam impacientes e perdem a fé, porque as coisas não acontecem conforme esperavam e porque a ação de Deus parece demorar. Isto se dá por causa da brevidade da vida do homem e de sua conseqüente impaciência de que se façam as coisas no tempo curto que ele tem. Por isso, talvez esteja inclinado a julgar a Deus à base de tal experiência humana, com suas limitações. — Hab. 2:3.
11 Por outro lado, Jeová vive para sempre. Ele não precisa ficar impaciente. Pode esquadrinhar a situação e ver exatamente onde, na corrente do tempo, seus atos produzirão o maior bem para todos os envolvidos, bem como para a execução cabal de seu propósito. — Pro. 15:3.
12 Pedro expressa isso da seguinte maneira: “Não vos escape este único fato, amados, que um só dia é para Jeová como mil anos, e mil anos, como um só dia. Jeová não é vagaroso com respeito à sua promessa, conforme alguns consideram a vagarosidade, mas ele é paciente convosco, porque não deseja que alguém seja destruído, mas deseja que todos alcancem o arrependimento.” — 2 Ped. 3:8, 9.
13. (a) Quem tira realmente proveito de Jeová ainda não ter executado o julgamento sobre este sistema de coisas? (b) Como é que “um só dia é para Jeová como mil anos, e mil anos, como um só dia”?
13 Portanto, qualquer aparente demora da parte de Jeová não é para seu benefício pessoal, nem se deve a qualquer vagarosidade de agir. É para o benefício de nós, homens. Quão depressa Jeová poderia destruir este mundo! Conforme Pedro observa, ele pode fazer mais em um só dia do que os homens poderiam fazer em mil anos. Por exemplo, quando Jesus estava na terra, ele restabeleceu mãos ressequidas, olhos cegos, e até mesmo ressuscitou um homem cujo cadáver já se decompunha parcialmente. Ele realizou estas obras poderosas instantaneamente. Pense em quanto tempo levaria, em circunstâncias comuns, para que crescesse um novo braço em alguém, ou para que um homem ressuscitado substituísse as partes decompostas do corpo por meio do crescimento normal. Daí, encarando a questão do outro ângulo, do de Jeová, que vive para sempre e que projetou as coisas com séculos de antecedência, a passagem de mil anos é “como uma vigília durante a noite”. (Sal. 90:4) Ele não é limitado pelo tempo assim como nós. Portanto, se ele agir dum modo que pareça vagaroso a nós, teremos de lembrar-nos de que isto se dá por ter consideração para conosco e porque é a melhor maneira para todos os envolvidos.
14. Por que não precisamos saber exatamente quando virá o “dia” de Jeová, mas o que devemos estar fazendo?
14 Aquele que entende a sua posição perante Deus e tem fé em Deus não precisa ficar ansioso. O apóstolo assegura aos cristãos: “Vosso labor não é em vão em conexão com o Senhor.” (1 Cor. 15:58) Se conhecermos seu propósito e sua vontade para nós agora, bem como o que podemos esperar no futuro, não precisamos saber o horário exato dos acontecimentos. Não importa quando chegue o “dia de Jeová”, estaremos ocupados em fazer a vontade divina. Está decidido a isso?
TEM O “SINAL”?
15. (a) Qual é o “sinal” que precisam ter todos os que hão de ser poupados com vida na terra na nova ordem de Deus? (b) Que perguntas a respeito da reação da pessoa às condições más do mundo a ajudarão a saber ser realmente tem o conceito que Deus exige?
15 Pouco antes da destruição da antiga Jerusalém pelos babilônios, Jeová deu a Ezequiel uma visão em que um homem simbólico percorria Jerusalém fazendo um sinal nas testas de todos os que ‘suspiravam e gemiam por causa de todas as coisas detestáveis’ que se faziam em Jerusalém. (Eze. 9:4) Isto foi profético duma obra que se faz hoje em dia. Cada um dos que professam ser das “outras ovelhas” com esperança de vida aqui na terra, na nova ordem de Deus, deve perguntar-se: ‘Tenho realmente o sinal? Evidencia minha vida, tão claramente como se fosse um sinal na testa, que tenho mesmo uma personalidade cristã? Odeio mesmo o que vejo acontecer, especialmente na cristandade? Sinto-me mal só porque estas coisas me põem em perigo e me causam aborrecimentos ou lamento-as porque vejo que vituperam o nome de Deus?’
16. (a) Embora alguém talvez sempre fosse moralmente casto, por que não significa em si mesmo que ele tem o “sinal”? (b) Contudo, por que é vital evitar a imoralidade sexual?
16 Os que realmente mostram que têm o “sinal” da personalidade cristã têm muito cuidado para que o dia de Jeová não lhes sobrevenha quando estão praticando coisas que os classificariam junto com os amantes do mundo. Dá-se isso no seu caso? Por exemplo, o que acha de coisas tais como conduta desenfreada, fornicação e adultério? Não importa qual tenha sido seu modo de vida no passado, está agora de pleno acordo com o julgamento de Jeová contra os que praticam tais coisas, (1 Cor. 6:9-11; Heb. 13:4) Naturalmente, alguns nunca cometeram tais coisas. Contudo, isto em si mesmo não significa que foram ‘marcados’ para a sobrevivência. Os que têm o “sinal” não são apenas os que evitam tal conduta porque ela pode levar a conseqüências desagradáveis. Eles odeiam o que é errado porque é uma violação dos modos justos de Jeová. Apercebem-se, assim como o fiel José, de que a fornicação ou o adultério não só é aviltante, mas realmente é uma “grande maldade” e um ‘pecado contra Deus’. (Gên. 39:9) O que lhes é de maior preocupação é o conceito de Jeová. Sabendo que a imoralidade sexual é um dos laços principais de Satanás, é vital que evitem situações que possam tentá-los a cometer este pecado e a sair perdendo, quando já estão próximos dos portais da Nova Ordem. Tenha em mente o exemplo de Israel, em Monte, na fronteira da Terra da Promessa. Vinte e quatro mil perderam sua vida ali no laço da imoralidade sexual. — Núm. 25:1-9.
17. (a) Se realmente tivermos o “sinal”, qual será nossa atitude para com a veracidade, e por quê?
17 Que dizer da veracidade? Respeitamos realmente a verdade ou estamos dispostos a torcer a verdade um pouco, para nos livrar duma situação inconveniente ou para obter algo que desejamos? Mentir é atualmente uma prática comum no comércio. Mas, onde se originou a mentira? Jesus disse que o Diabo “é mentiroso e o pai da mentira”. (João 8:44) O mentiroso, portanto, realmente está servindo o Diabo. Mas evidenciaremos que nos revestimos da nova personalidade, que realmente temos o “sinal”, se sempre falarmos a verdade. A Palavra de Deus diz: “Sendo que agora pusestes de lado a falsidade, falai a verdade, cada um de vós com o seu próximo.” (Efé. 4:25) Sente-se tentado a mentir, como saída fácil, quando está em apuros? Ou é semelhante ao escritor dos Provérbios, que disse: “Afasta para longe de mim a inveracidade e a palavra mentirosa”? — Pro. 30:8.
18, 19. Por que se exige mais do que apenas vir às reuniões e associar-se com as testemunhas de Jeová, se quisermos ter um boa consciência perante Deus?
18 Há muitos recém-chegados ao caminho da verdade, neste tempo próximo do “dia de Jeová”. Antes, praticavam o que era prejudicial para sua própria mente e seu próprio corpo. Mas agora são batizados, solicitando a Deus uma boa consciência. (1 Ped. 3:21) Se estiver entre os que pretendem dar este passo do batismo ou se já deu este passo há algum tempo atrás, poderá obter ou receber uma boa consciência limpa, da parte de Deus se se empenhar numa prática de que se sabe que tem efeito prejudicial sobre a mente e o corpo? Poderá obter uma consciência limpa só por se associar com as testemunhas de Jeová, que se empenham a viver segundo a norma elevada da Bíblia quanto à limpeza, se ao mesmo tempo se entregar a uma prática que elas rejeitam? Poderá dizer que pertence mesmo a elas? Quer pertencer a elas?
19 A consciência limpa é essencial se espera receber de Deus favor e vida. Portanto, em tudo o que fizermos, nossa primeira consideração deve ser: Como repercutem estas coisas sobre o nome de Deus? E, segundo: Como repercutem estas coisas sobre a sua congregação cristã, que representa seu nome e seu reino? Fazermos isto nos ajudará a manter uma boa consciência no proceder que escolhemos. Temos de ponderar que Deus fez da congregação cristã “coluna e amparo da verdade” na terra. (1 Tim. 3:15) Devemos viver em harmonia com o que esta congregação ensina. Termos bem em mente a presença do dia de Jeová nos protegerá contra nos apegarmos a algo que, em comparação com o tesouro glorioso do favor de Jeová, é “uma porção de refugo”. (Fil. 3:8) Fará com que a pessoa se esforce a manter uma boa consciência. Controlará seu corpo para que, depois de ter pregado a outros, ela mesma não venha a ser de algum modo reprovada por Deus. — 1 Cor. 9:27.
CONTRA QUE ADVERTIU JESUS SEUS DISCÍPULOS?
20-23. (a) Contra que nos advertiu Jesus, que poderia enfraquecer nossa fé, conforme se mostra em Lucas 21:34-36? (b) Explique como tais preocupações cotidianas da vida poderiam ter tal efeito destruidor da fé. (c) Se quisermos mesmo que o espírito de Deus nos dirija, deveremos estar onde?
20 Entretanto, não necessariamente é uma coisa grande que pode derrubar a fé de alguém. Salientando o assunto de se viver cada dia pela fé, o Senhor Jesus Cristo advertiu: “Prestai atenção a vós mesmos, para que os vossos corações nunca fiquem sobrecarregados com o excesso no comer, e com a imoderação no beber, e com as ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vós instantaneamente como um laço. Pois virá sobre todos os que moram na face de toda a terra. Portanto, mantende-vos despertos, fazendo todo o tempo súplica para que sejais bem sucedidos em escapar de todas estas coisas que estão destinadas a ocorrer, e em ficar em pé diante do Filho do homem.” — Luc. 21:34-36.
21 Contra que espécie de coisas advertia Jesus ali? Não falava de coisas tais como fornicação, adultério e ladroagem. Estas coisas, naturalmente, excluiriam a pessoa do reino de Deus. Mas Jesus os advertia contra coisas comuns que podem facilmente afetar qualquer de nós, envolvendo o comer, o beber e os cuidados diários da vida. Mas é muito fácil entregar-se a todas estas coisas num excesso pecador. É nisto que está a sua sutileza e o perigo. Alguém poderá facilmente ser enganado a pensar que está seguindo um proceder seguro e depois ser apanhado desprevenido. Alguém poderá ficar envolvido e enlaçado nos assuntos deste mundo e nas ansiedades que trazem, com sério prejuízo para a sua espiritualidade. Poderá ficar preocupado demais com a adquisição de coisas desta vida, de que talvez ache ter necessidade. Talvez pense que tenha de ter “o melhor” de todas as comodidades e confortos que o mundo em geral tem. Talvez ache que isto justifique trabalhar horas extras no emprego secular para obtê-las.
22 Em resultado, ele negligencia sua vida espiritual; não toma tempo para estudar; não dá a necessária ajuda para manter sua família espiritualmente sadia; perde a associação com seus irmãos cristãos. Por conseguinte, tem pouco zelo para se empenhar no serviço de campo. Até mesmo aquilo que faz costuma ser serviço perfunctório, sem se esforçar em ajudar outros a se tornarem discípulos. Demonstra deveras que não crê realmente em que o Rei esteja reinando e que o dia de Jeová esteja próximo.
23 Por outro lado, quando alguém faz mesmo súplica a Deus, deseja ter o espírito de Deus para orientá-lo. Ele se colocará onde o espírito de Deus está ativo, associando-se com os que têm o espírito de Deus e sendo verdadeiro companheiro e co-trabalhador.
MOTIVAÇÃO CORRETA PARA A OBRA DE PREGAÇÃO
24. O que motivou Jesus na sua pregação das “boas novas”?
24 O que motivou a Jesus Cristo, o maior Pregador que já esteve na terra? Seu amor a Jeová e às “ovelhas” de Jeová. “Vendo as multidões”, relata Mateus, capítulo 9, versículo 36, “sentia compaixão delas, porque andavam esfoladas e empurradas dum lado para outro como ovelhas sem pastor”. Lastimava-as Jesus apenas ou falava meramente aos discípulos sobre o estado lastimável delas? Não, ele amava as pessoas de coração e isto o motivava a atuar estrenuamente a favor delas. Logo as próximas palavras do relato de Mateus (Mat. 9 vers. 37, 38) rezam: “E ele disse então aos seus discípulos: ‘Sim, a colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, rogai ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita.’” E Jesus e seus discípulos colheram uma grande safra. Em Atos 4:4 encontramos que o número de homens que creram naquela ocasião era de cinco mil, e mais tarde, em Atos 6:7, lemos: “Conseqüentemente, a palavra de Deus crescia e o número dos discípulos multiplicava-se grandemente em Jerusalém; e uma grande multidão de sacerdotes começou a ser obediente à fé.”
25, 26. (a) Visto que as pessoas precisam aprender a verdade, que perguntas confrontam a cada um de nós? (b) Conforme ilustrado pela experiência dum casal na Irlanda, o que deve motivar-nos a continuar a pregar?
25 Assim também hoje, a necessidade é muito grande. Nunca estiveram as pessoas em todo o mundo em maior necessidade da verdade. Cada um de nós se confronta com a pergunta: Amo as “ovelhas” espalhadas de Jeová, Estou disposto, não apenas a condenar e a lamentar as condições péssimas, mas a fazer alguma coisa, a única coisa que realmente ajudará a estas pessoas, Amo a Jeová o bastante para provar meu amor desta maneira?
26 Um cristão que, com sua esposa, serviu como pioneiro na Irlanda durante quatorze anos disse: ‘Dia após dia, íamos o dia todo de casa em casa sem encontrar uma única aceitação. A noite, quando eu voltava para casa, tinha de perguntar-me: Por que faço isso, E a resposta sempre tinha de ser: Porque amo a Jeová.’
27. Se enfrentarmos indiferença ou oposição no nosso ministério, que conselho bíblico poderemos recordar com proveito?
27 O que se dá no seu caso? Enfrenta indiferença ou oposição no seu território? Neste caso, lembre-se das palavras do apóstolo Paulo em Hebreus 10:36-39: “Tendes necessidade de perseverança, a fim de que, depois de terdes feito a vontade de Deus, recebais o cumprimento da promessa. Pois, ainda ‘por um pouco’, e ‘aquele que vem chegará e não demorará’. ‘Mas o meu justo viverá em razão da fé’, e, ‘se ele retroceder, minha alma não tem prazer nele’. Ora, nós não somos dos que retrocedem para a destruição’ mas dos que têm fé para preservar viva a alma.
28. Portanto, o que devemos achar do privilégio de ser testemunhas de Jeová?
28 Em vista de tudo isso, convém que todos nós examinemos a nós mesmos para nos certificarmos de que espécie de espírito temos. Se nos tivermos tornado testemunhas batizadas de Jeová, certamente não desejaremos desenvolver uma atitude negativa para com a posição gloriosa que ocupamos. Este grandioso favor de Jeová deve motivar-nos a ter um vivo interesse nos outros e um desejo de ajudá-los. Deve impelir-nos a prestar serviço a Jeová de toda a alma. (Ecl. 9:10) Visto que possuímos o tesouro da verdade e somos favorecidos com o ministério cristão, não podemos agora esquivar-nos de nossa responsabilidade por um raciocínio apático ou por desculpas.
29. O que nos habilitará a aguardar o “dia” de Jeová com confiança alegre?
29 Jeová anima-nos por meio do profeta Isaías, dizendo: “Eis que lanço por alicerce em Sião uma pedra, uma pedra provada, ângulo precioso de um alicerce seguro. Ninguém que exercer fé ficará em pânico.” (Isa. 28:16) Lá nos dias de Isaías, o povo confiava numa falsa paz e segurança. Hoje em dia, sabemos que o Rei Jesus Cristo está reinando e que está muito próxima a gloriosa nova ordem de verdadeira paz e segurança. Se tivermos fé, seremos firmes, sem nos abalarmos com dúvidas. Não há dúvida sobre o que se exige para vivermos nesta nova ordem. Fé firme, conjugada com “atos santos de conduta e . . . ações de devoção piedosa”, nos assegurará a salvação. Isto se dará por que estaremos aprovados em pé diante do Filho do homem, quando chegar o “dia” ardente de Jeová.