Capítulo 11
Viva na expectativa do cumprimento da promessa
1, 2. (a) O que deverá acontecer ainda segundo a imutável “palavra de Deus”, suscitando que perguntas? (b) Como descreveu o apóstolo Pedro o que acontecerá à atual ordem?
TODA uma ordem mundial está prestes a mudar. Isso afetará forçosamente cada aspecto da vida humana. Tal mudança é inevitável, visto que a infalível “palavra de Deus” decretou o fim dos atuais céus e terra, e sua substituição por gloriosos novos céus e uma nova terra. O que significarão para nós tais acontecimentos? Como podemos mostrar que vivemos na expectativa do cumprimento do que Jeová Deus prometeu?
2 Depois de mencionar o dilúvio global dos dias de Noé, o apóstolo Pedro escreveu: “Os céus e a terra que agora existem estão sendo guardados para o fogo e estão sendo reservados para o dia do julgamento e da destruição dos homens ímpios.” (2 Pedro 3:7) O apóstolo prosseguiu, dizendo que “passarão os céus com som sibilante, mas os elementos, estando intensamente quentes, serão dissolvidos, e a terra e as obras nela serão descobertas”. — 2 Pedro 3:10.
3. Em vista do relato de Gênesis, o que devemos, logicamente concluir sobre o universo material, inclusive nossa terra?
3 Baseados nestas palavras inspiradas, devemos concluir que nossa terra literal, bem como o sol, a lua e as estrelas serão destruídos? Para responder a esta pergunta, temos de considerar como Deus encara suas próprias obras. Com respeito ao fim do período criativo, o relato de Gênesis nos diz: “Deus viu tudo o que tinha feito, e eis que era muito bom.” (Gênesis 1:31) Aos primeiros humanos apresentava-se a perspectiva duma eternidade de vida feliz na terra, desde que permanecessem obedientes. (Gênesis 2:16, 17; 3:3) Nada no relato de Gênesis dá a entender que a terra seria apenas um lar temporário para o homem, para ser finalmente destruída em algum futuro dia do juízo. Segue-se logicamente que o propósito de Deus para com o universo material, incluindo nossa terra, é que continue a ter uma existência infindável.
4. (a) Que diferença fez Pedro com respeito à situação antes e depois do Dilúvio? (b) O que não foi feito pelo Dilúvio?
4 Além disso, o apóstolo Pedro fez uma diferença entre (1) “os céus, e uma terra sobressaindo compartimente à água”, na “antiguidade”, e (2) “os céus e a terra que agora existem”. (2 Pedro 3:5, 7) Mas, a terra que existia antes do Dilúvio é o mesmo planeta de agora. É verdade que o dilúvio causou algumas mudanças nos aspectos físicos da terra. Visto que a água não estava mais suspensa muito acima da superfície da terra, isto afetou a aparência do universo visível, do ponto de vista dum observador humano. Todavia, essas mudanças foram apenas efeitos colaterais do Dilúvio. O objetivo deste não era destruir o planeta literal, mas sim a sociedade humana ímpia fora da arca. Por meio do dilúvio, todas as obras e todos os arranjos elaborados pela sociedade humana ímpia pereceram.
5. Para haver correspondência com o dilúvio global, o que tem de acontecer no dia do juízo?
5 Assim, para haver correspondência com o dilúvio global, tudo o que está associado com a atual sociedade humana iníqua tem de perecer, como que consumido por fogo. Sim, toda a estrutura dos assuntos humanos, que veio à existência após o Dilúvio, esta reservada para a destruição, e para um dia de julgamento ou juízo.
6. É literal o “fogo” por meio do qual a velha ordem terá fim?
6 Que o “fogo” é usado aqui como representativo da totalidade da destruição é confirmado pelo livro bíblico de Revelação ou Apocalipse, onde o Senhor Jesus Cristo é retratado como rei guerreiro Diz-se que sua batalha deixa muitos cadáveres espalhados sobre a superfície da terra, para serem consumidos por aves necrófagas. (Revelação 19:15-18) Esse quadro não se poderia cumprir em certo grau se este planeta fosse literalmente reduzido a cinzas sem vida.
7. O que indicam as palavras de 2 Pedro 3:10 sobre a vindoura destruição?
7 Portanto, a descrição que Pedro fez da destruição dos atuais terra e céus relaciona-se com o aniquilamento da sociedade humana ímpia. Os governos dos homens, que têm dominado a sociedade humana quais “céus”, deixarão de existir. (Veja Isaías 34:2-5; Miquéias 1:3, 4) O ruído de sua dissolução em ruínas, descrito como “som sibilante”, como o de vapor escapando sob pressão, aumentará em intensidade. Os “elementos”, quer dizer, o espírito que motiva a humanidade ímpia a pensar, planejar, falar e agir de sua maneira desonrosa para Deus, serão dissolvidos ou reduzidos a nada. (Veja Atos 9:1; Efésios 2:1-3.) Isto significará o fim de todas as filosofias, teorias, arranjos e planos, que refletem o espírito da humanidade apartada do Altíssimo. “A terra e as obras nela serão descobertas” ou expostas como merecedoras da destruição. Não haverá escapatória para nenhum membro da iníqua sociedade humana, a “terra”. (Veja Gênesis 11:1; Isaías 66:15, 16; Amós 9:1-3; Sofonias 1:12-18) Todas as obras de homens contra a lei — as instituições e as organizações, bem como o que foi desenvolvido em conexão com elas — serão reveladas como divinamente desaprovadas, para serem eliminadas como refugo sem valor.
8. Visto que cada parte do atual sistema será destruída, que conselho de Pedro devemos tomar a peito?
8 Nós, servos de Deus, portanto, queremos viver dum modo que revele que realmente cremos que cada parte deste atual sistema ímpio perecerá eternamente. Isto é o que o apóstolo Pedro nos exortou a fazer, dizendo:
“Visto que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que sorte de pessoas deveis ser em atos santos de conduta e em ações de devoção piedosa, aguardando e tendo bem em mente a presença do dia de Jeová, pelo qual os céus, estando incendiados serão dissolvidos, e os elementos, estando intensamente quentes, se derreterão!” — 2 Pedro 3:11, 12.
9. Quem somente sobreviverá à vindoura destruição, aguardando-os bênçãos eternas?
9 Quando cada parte do atual sistema for dissolvida pelo “fogo” da ira de Deus, expressa por meio do Senhor Jesus Cristo, escaparão apenas os que tiverem antecedentes de conduta reta e devoção piedosa. A verdadeira adoração não é passiva, mostrando-se exclusivamente em alguém se abster de certas coisas erradas. Embora manter a pureza moral e espiritual seja essencial, temos também a obrigação de demonstrar nosso amor ao próximo por estar dispostos e ansiosos a atender suas necessidades físicas e espirituais. E isto contribui para grande alegria, pois, “há mais felicidade em dar do que há em receber”. — Atos 20:35.
AÇÕES QUE INDICAM QUE RECONHECEMOS A IMINÊNCIA DO FIM
10. Por causa da iminência do “fim de todas as coisas”, que admoestação deu Pedro?
10 As palavras seguintes do apóstolo Pedro ampliam o que precisamos fazer em vista da iminência do “fim de todas as coisas”: “Sede ajuizados, portanto, e sede vigilantes, visando as orações. Acima de tudo, tende intenso amor uns pelos outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados. Sede hospitaleiros uns para com os outros, sem resmungar.” — 1 Pedro 4:7-9.
11. De que precisamos para permanecer “ajuizados”?
11 Em harmonia com esta admoestação, para permanecermos moralmente limpos ou retos em conduta e sermos ativos na promoção do bem-estar espiritual dos outros, precisamos ser “ajuizados”. Isto requer que nos previnamos contra deixar-nos governar pelas emoções e permitir que nos desequilibrem mentalmente. É vital que reconheçamos as coisas realmente importantes na vida, que tenhamos um senso equilibrado do que merece prioridade. — Fil. 1:9, 10.
12. (a) Por que é importante que sejamos “vigilantes, visando as orações”? (b) Como veio Pedro a reconhecer a importância disso por experiência própria?
12 Se quisermos permanecer servos fiéis de Deus, não podemos esperar ser bem sucedidos na nossa própria força. Precisamos olhar para Jeová Deus em busca de ajuda, ser “vigilantes, visando as orações”. O apóstolo Pedro, por experiência própria, aprendeu a importância de ser ‘vigilante’, atento ou alerta com respeito às orações. Pouco antes de Jesus Cristo ser preso por uma turba armada, no jardim de Getsêmani, o Filho de Deus havia exortado Pedro, Tiago e João a orarem, para não serem vítimas da tentação. No entanto, todos os três apóstolos adormeceram naquela ocasião crítica. (Mateus 26:36-46; Marcos 14:32-42; Lucas 22:39-46) Enfraquecido por esta falha de ficar “vigilante” com respeito à oração, Pedro, mais tarde, negou a Jesus Cristo três vezes. (João 18:17, 18, 25-27) Todavia, antes disso, Pedro havia declarado com confiança: “Senhor, estou pronto a ir contigo tanto para a prisão como para a morte.” (Lucas 22:33) “Ainda que todos os outros tropecem em conexão contigo, eu nunca tropeçarei!” — Mateus 26:33.
13. O que podemos aprender da experiência de Pedro, quando deixou de ser ‘vigilante, visando as orações’?
13 Há uma lição vital para nós no que aconteceu com Pedro. Pode incutir em nós o perigo do excesso de confiança. Por causa de nossas limitações e fraquezas, é somente com a ajuda divina que podemos ser bem sucedidos em resistir à tentação. Portanto, continuemos a orar com mente atenta e com coração inabalável no seu afeto por Jeová Deus e Jesus Cristo.
14. Qual deve ser nossa motivação para cumprirmos com nossa responsabilidade cristã, e como se mostra isso nos nossos tratos com concrentes?
14 Além de permanecermos atentos e equilibrados com respeito ao discipulado cristão, faremos bem em considerar se somos motivados pelo amor a cumprir com nossas responsabilidades. (1 Coríntios 13:1-3) O apóstolo Pedro exortou-nos a ter “intenso amor” pelos concrentes. Demonstramos tal intenso amor por termos um espírito perdoador. Neste caso, não exageraremos as faltas de nossos irmãos, nem chamaremos indevida atenção para as suas falhas. Não procuramos erros, apresentando as transgressões dos outros na pior luz possível. Por perdoarmos assim, nosso amor cobrirá uma multidão de pecados, em vez de expô-los plenamente para outros os verem.
15. Por que talvez seja necessário mostrar hospitalidade, e com que atitude deve ser oferecida?
15 Mostrar hospitalidade também é expressão de amor. Quão bom é quando compartilhamos nosso alimento e o necessário com outros, especialmente com os necessitados! (Lucas 14:12-14) Quando concrentes perdem tudo por causa de calamidades naturais ou perseguição, isto talvez signifique colocar nosso lar à disposição deles por um período prolongado. Isto talvez seja muito inconveniente para nós e podemos estar inclinados a nos queixar das demandas extras impostas aos nossos recursos e energias. Nestas ocasiões, faremos bem em cuidar de que não resmunguemos por ter de mostrar hospitalidade vez após vez, reconhecendo que este é um modo excelente de demonstrarmos nosso amor aos que Deus ama.
16, 17. (a) Como devemos encarar os dons que temos? (b) Que bela atitude recomendou Paulo e teve ele mesmo?
16 Todos nós temos dons ou dotes que podemos usar em beneficio dos outros. Nossa permanência como servos aprovados de Deus depende de usarmos esses dons com prontidão e alegria. Evitamos sabiamente comparar-nos com outros. Isto poderá impedir que fiquemos desanimados ao ver que outros podem fazer muito mais do que nós. Por outro lado, não nos entregaremos a um sentimento de superioridade quando podemos fazer mais em algum campo de atividade do que os outros. (Gálatas 6:3, 4) Note o que disse o apóstolo Pedro: “Na proporção em que cada um recebeu um dom, usai-o em ministrar uns aos outros como mordomos excelentes da benignidade imerecida de Deus, expressa de vários modos.” (1 Pedro 4:10) Portanto, somos responsáveis por usar plenamente os dons que tivermos. Pela benignidade imerecida de Deus, somos o que somos e temos o que temos. Portanto, as nossas energias, capacidades e talentos podem todos ser encarados como dons que nos foram concedidos pela benignidade imerecida de Jeová, para serem usados para o louvor e a honra do Altíssimo.
17 O apóstolo Paulo salientou a atitude correta por meio das seguintes perguntas: “Quem te faz diferir de outro? Deveras, o que tens que não tenhas recebido? Se, agora, deveras o tens recebido, por que te jactas como se não o tivesses recebido?” (1 Coríntios 4:7) Embora o próprio Paulo pudesse dizer que ‘labutou mais’ do que todos os outros apóstolos, não atribuiu o mérito a si mesmo, mas acrescentou, “contudo, não eu, mas a benignidade imerecida de Deus que está comigo”. — 1 Coríntios 15:10.
18. De que maneira devemos usar nossos dons?
18 Como mordomos fiéis, desejaremos preocupar-nos com fazer pleno uso de quaisquer dons que tenhamos, para ajudar outros de maneira espiritual e material. A maneira em que fazemos isso também é muito importante. Sobre isso, Pedro escreveu:
“Se alguém falar, fale como que as proclamações sagradas de Deus; se alguém ministrar, ministre ele como dependente da força que Deus fornece; para que, em todas as coisas Deus seja glorificado por intermédio de Jesus Cristo. Dele são a glória e o poderio para todo o sempre. Amém.” — 1 Pedro 4:11.
19. Como podemos glorificar a Deus quando ajudamos outros em sentido espiritual e material?
19 Portanto, se ajudarmos outros de maneira espiritual, desejaremos falar de tal modo que mostremos que a fonte de nossas palavras consoladoras e amorosas é Jeová Deus. Quando isso se dá, nossa pregação e nosso ensino serão edificantes, não criando o sentimento de inferioridade e vergonha naqueles a quem nos esforçamos a ajudar. De modo similar, se contribuirmos nosso tempo e nossa energia para prestar ajuda física, desejaremos estribar-nos em Deus para ter força. Isto tiraria a ênfase de nossa própria capacidade e salientaria que Deus usa nossa capacidade para fazer o bem. Assim será glorificado nosso Pai celestial. (1 Coríntios 3:5-7) Visto que se dá ao Pai tal glória ou honra por sermos discípulos de seu Filho, Jeová Deus é “glorificado por intermédio de Jesus Cristo”. Sim, o Altíssimo é responsável por nos dar a capacidade e a força para fazer o bem.
20. Por que devemos aguardar a vinda do grande dia de Jeová, e, por isso, o que devemos estar fazendo?
20 Usando nosso tempo, nossos recursos e nossa energia para ajudar outros, mostramos que estamos numa condição de alerta espiritual, prontos para enfrentar o grande dia de Jeová. De fato, reconhecermos que o Senhor Jesus Cristo poderia vir a qualquer hora como executor da vingança divina poderá estimular-nos a permanecer espiritualmente acordados. Por isso, queremos sempre manter diante de nós a certeza da vinda do grande dia de Jeová. Visto que ele abrirá grandiosas oportunidades para todos os discípulos leais de Jesus Cristo, podemos aguardá-lo corretamente com viva expectativa. O dia de Jeová significará sermos libertos para sempre da injustiça e das pressões do atual sistema de coisas, a fim de usufruir as bênçãos dos “novos céus e uma nova terra”. Quão vital é mantermos “bem em mente” este dia, desejando-o ardentemente! (2 Pedro 3:12, 13) Participarmos zelosamente em divulgar o propósito de Deus aos outros dá evidência de termos a atitude correta. Mostra que estamos convencidos de que o dia de Jeová virá, e que outros precisam saber disso e agir em harmonia com este conhecimento vital.
21. (a) De que podemos ter certeza com relação à promessa de Deus de “novos céus e uma nova terra”? (b) Como nos deve afetar isso?
21 A promessa de Deus, de “novos céus e uma nova terra”, primeiro feita por meio do profeta Isaías, cumprir-se-á no seu significado mais pleno. (Isaías 65:17; 66:22) O domínio justo nas mãos de Jesus Cristo e de seus reis-sacerdotes associados, sobre a sociedade humana que se harmoniza com a lei divina, precisa tornar-se realidade. (Revelação 5:9, 10; 20:6) A certeza disso pode incitar-nos à ação, induzindo-nos a fazer o máximo para estar entre aqueles que terão as bênçãos resultantes. O apóstolo Pedro admoestou: “Amados, visto que aguardais estas coisas, fazei o máximo para serdes finalmente achados por ele sem mancha nem mácula, e em paz.” (2 Pedro 3:14) Como servos de Deus, devemos preocupar-nos de ser aprovados pelo Senhor Jesus Cristo, não ficando manchados ou maculados pelas atitudes, modos e ações do mundo. Queremos ficar livres da mancha do pecado. Visto que o pecado perturba nossa paz com Deus, então apenas por permanecermos numa condição em que nossos pecados podem ser expiados é que podemos ser achados “em paz” na vinda de seu grande dia.
APRECIE A PACIÊNCIA DIVINA
22. Por que não devemos ficar impacientes quanto ao cumprimento da promessa de Deus?
22 Embora aguardemos corretamente os “novos céus e uma nova terra”, não queremos ficar impacientes com o cumprimento da promessa. O fato de que o grande dia de Jeová não chegou já há muito tempo permitiu a nossa própria salvação. O apóstolo Pedro declarou:
“Considerai a paciência de nosso Senhor como salvação, assim como vos escreveu também o nosso amado irmão Paulo, segundo a sabedoria que lhe foi dada, falando destas coisas, como faz também em todas as suas cartas. Nelas, porém, há algumas coisas difíceis de entender, as quais os não ensinados e instáveis estão deturpando, assim como fazem também com o resto das Escrituras, para a sua própria destruição.” — 2 Pedro 3:15, 16.
23. (a) Por que não devemos abusar da paciência de Deus? (b) Como foi que alguns, no primeiro século, deixaram de reconhecer o motivo da paciência de Deus?
23 Nós, como pessoas que apreciamos a paciência de Jeová, queremos ter cuidado para não abusar dela, justificando determinado proceder egoísta com a alegação de que o grande dia de Deus ainda pode estar longe. Pelo visto, havia no primeiro século E. C. alguns crentes que fizeram isso. O apóstolo Pedro os descreveu como “não ensinados e instáveis”, a quem faltava um entendimento claro da Palavra de Deus e que eram instáveis com referência a doutrina e à prática cristãs. Essas pessoas até mesmo tentaram usar declarações das cartas do inspirado apóstolo Paulo e outras partes das Escrituras como desculpa para a sua conduta errada. Talvez tenham indicado o que Paulo escreveu sobre o exercício da consciência e sobre ser declarado justo pela fé, não pelas obras da lei mosaica, como dando margem para toda espécie de atos contrários à vontade de Deus. (Veja Romanos 3:5-8; 6:1; 7:4; 8:1, 2; Gálatas 3:10.) Talvez tenham usado mal pontos assim como os seguintes:
“Cristo nos libertou. Portanto, ficai firmes e não vos deixeis restringir novamente num jugo de escravidão.” (Gálatas 5:1) “Todas as coisas me são lícitas.” (1 Coríntios 6:12) “Todas as coisas são puras para os puros.” (Tito 1:15)
Mas, não faziam caso de que Paulo disse também:
“Não useis esta liberdade como induzimento para a carne, mas, por intermédio do amor, trabalhai como escravos uns para os outros. Pois a Lei inteira está cumprida numa só expressão, a saber: ‘Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.’” (Gálatas 5:13, 14) “Cada um persista em buscar, não a sua própria vantagem, mas a da outra pessoa.” — 1 Coríntios 10:24.
24. Por que devemos cuidar de nossas associações mesmo dentro da congregação?
24 Assim como na congregação do primeiro século, assim também hoje, há alguns que gostariam de ampliar os limites da liberdade cristã a ponto de ficarem escravizados ao pecado. Portanto, faremos bem em cuidar de nossas associações, para que não calamos sob alguma influência imprópria e não sejamos desviados. Trazendo isso à atenção, o apóstolo Pedro escreveu: “Vós, portanto, amados, tendo este conhecimento adiantado, guardai-vos para que não sejais desviados com eles pelo erro dos que desafiam a lei e não decaiais da vossa firmeza.” — 2 Pedro 3:17.
PROGRIDA COMO CRISTÃO
25, 26. Depois de obtermos fé, o que devemos fazer em harmonia com 2 Pedro 1:5-7?
25 Para não perdermos as bênçãos que Jeová Deus tem em reserva para nós, devemos querer progredir na vida e atividade cristã. (2 Pedro 3:18) Fazermos isso harmoniza-se com a exortação do apóstolo Pedro:
“Sim, por esta mesma razão, por contribuirdes em resposta todo esforço sério, supri à vossa fé a virtude, à vossa virtude, o conhecimento, ao vosso conhecimento, o autodomínio, ao vosso autodomínio, a perseverança, à vossa perseverança, a devoção piedosa, à vossa devoção piedosa, a afeição fraternal, à vossa afeição fraternal, o amor.” — 2 Pedro 1:5-7.
26 Jeová Deus nos deu por meio de seu Filho a capacidade de ter fé. Portanto, em resposta ou em conseqüência do que se fez a nosso favor, devemos querer desenvolver outras qualidades excelentes, que evidenciem que temos fé genuína. Fazemos isso por deixar que a Palavra de Deus e o seu espírito exerçam plena força na nossa vida. (2 Pedro 1:1-4) O apóstolo Pedro admoestou que devemos ‘contribuir todo esforço sério’, fazendo empenho diligente, com toda a força que temos, para cooperar com a obra que nosso Pai celestial faz para nos tornar cristãos completos. — Veja 1 Coríntios 3:6, 7; Tiago 1:2-4.
27. Que se quer dizer com acrescentar virtude à nossa fé?
27 Acrescentarmos virtude à fé significa esforçar-nos a ser pessoas de excelência moral, imitando nosso Exemplo, Cristo. Tal virtude ou excelência moral é uma qualidade positiva. Quem a possui não só se refreia de fazer o mal ou causar dano ao próximo, mas procura também fazer o bem, reagindo de modo positivo às necessidades espirituais, físicas e emocionais dos outros.
28. Por que é importante aumentar em conhecimento?
28 A excelência moral não pode existir separada do conhecimento. Precisamos de conhecimento para diferençar o certo do errado. (Hebreus 5:14) Ele é também essencial para avaliarmos exatamente como devemos expressar um bem positivo em determinada situação. (Filipenses 1:9, 10) Diferente da credulidade, que zomba do conhecimento ou mesmo resiste a ele, a fé sólida baseia-se no conhecimento e sempre tira proveito dele. Portanto, nosso empenho diligente em aplicar as Escrituras Sagradas fortalecerá nossa fé, ao passo que continuamos a aumentar em conhecimento de Jeová Deus e de seu Filho.
29. (a) Por que é essencial o conhecimento para cultivar o autodomínio? (b) Que relação há entre o autodomínio e a perseverança?
29 Este conhecimento contribui para nos refrear de nos entregarmos a paixões pecaminosas, de ficarmos imoderados e desenfreados na conduta, ou de nos tornarmos de outro modo culpados dum sério fracasso quanto a refletir a imagem divina em atitude, palavra e ação. O conhecimento contribui para termos autodomínio, a capacidade de frear a nós mesmos, nossas ações e nossas palavras. Pelo contínuo exercício do autodomínio, teremos a qualidade essencial da perseverança. A força íntima produzida pela perseverança também nos pode ajudar a resistir a paixões pecaminosas, a transigência quando sofremos perseguição ou a ficar preocupados com os cuidados diários, os prazeres ou os bens materiais. Esta perseverança provém de confiarmos no Altíssimo para ter força e orientação. — Veja Filipenses 4:12, 13; Tiago 1:5.
30. (a) O que é devoção piedosa, e como se manifesta? (b) O que mostra que a piedade não pode existir à parte da afeição fraternal?
30 A devoção piedosa ou reverência deve ser acrescentada à perseverança. Esta atitude distingue toda a vida do genuíno cristão. Manifesta-se na consideração sadia e honra dada ao Criador, e no profundo respeito e na preocupação com os pais ou outros a quem se deve devoção. (1 Timóteo 5:4) Sem a afeição fraternal, porém, não pode haver piedade. O apóstolo João declarou:
“Se alguém fizer a declaração: ‘Eu amo a Deus’, e ainda assim odiar o seu irmão, é mentiroso. Pois, quem não ama o seu irmão, a quem tem visto, não pode estar amando a Deus, a quem não tem visto.” (1 João 4:20)
Quem se orgulha de ter reverência e devoção ainda seria lamentavelmente faltoso se deixasse de mostrar afeição, bondade e amizade aos seus irmãos. Não podemos ser cordiais para com Deus e frios para com os nossos irmãos.
31. A quem devemos ter amor, e por quê?
31 O amor é a qualidade destacada que se deve evidenciar de modo especial na nossa vida. Esta espécie de amor não deve ser limitada aos nossos irmãos cristãos. Ao passo que devemos ter afeição aos nossos irmãos espirituais, devemos mostrar amor para com toda a humanidade. Este amor não depende da condição moral da pessoa a quem é expresso. Deve ser expresso até mesmo aos inimigos, em especial com o desejo de ajudá-los espiritualmente. — Mateus 5:43-48.
32. O que resulta da aplicação do conselho de 2 Pedro 1:5-7?
32 o que resulta quando se acrescentam à fé a virtude, o conhecimento, o autodomínio, a perseverança, a devoção piedosa, a afeição fraternal e o amor? O apóstolo Pedro responde: “Se estas coisas existirem em vós e transbordarem, impedirão que sejais quer inativos quer infrutíferos no que se refere ao conhecimento exato de nosso Senhor Jesus Cristo.” (2 Pedro 1:8) Não ficaremos então parados, inativos e espiritualmente mortos. Tendo no coração as qualidades piedosas como realmente fazendo parte de nós, seremos motivados a pensar, falar e agir dum modo aprovado por Deus. (Veja Lucas 6:43-45.) Quando isso se dá em nosso caso, a vinda do Senhor Jesus Cristo, para assumir o pleno controle dos assuntos da terra, será o início de bênçãos muito maiores do que agora podemos imaginar.
33-35. Que proveito tiramos de viver como discípulos de Jesus Cristo?
33 Portanto, que nunca fiquemos descuidados na nossa conduta ou no cumprimento de nossas responsabilidades cristãs, inclusive na obra vital de divulgar a outros a mensagem de Deus. Tendo escolhido uma vida como discípulos de Jesus Cristo, podemos ter uma consciência limpa e companheirismo sadio com concrentes. Podemos sentir a ajuda fortalecedora de Deus em tempos de provação, e nossa relação com os outros melhorará ao passo que aplicamos conscienciosamente os princípios bíblicos.
34 Não há nenhum aspecto da vida — no lar, no trabalho, nos tratos com autoridades governamentais, em todos os níveis — que não fique afetado para o bem, se nos esforçarmos a seguir a Palavra de Deus. Isto fará também que estejamos mais apercebidos da importância de empenhar todo o coração em contatar o maior número possível de pessoas com a mensagem consoladora da Bíblia. Teremos grande felicidade e verdadeiro senso de realização em cuidar das necessidades de nossos semelhantes, especialmente de suas necessidades espirituais.
35 O mais importante é que viver como genuínos discípulos de Jesus Cristo é o único proceder que oferece a promessa dum futuro eterno de vida feliz. Certamente, não queremos perder o que já ganhamos. Que cada dia que passa nos encontre num estado de alerta para a vinda de nosso Amo na qualidade de rei que é completamente vitorioso. Somente assim podemos ter parte na ilimitada alegria de termos escolhido apegar-nos ao nosso compromisso de servir fielmente a Jeová Deus.