Perguntas dos Leitores
● Peço que minha pergunta seja respondida na Sentinela. — Sem assinatura.
Entre os muitos leitores de A Sentinela que nos escrevem pedindo informações há alguns que fazem perguntas pessoais, que desejam ter respondidas pela Bíblia, mas eles não fornecem nem nome nem endereço. Outros dão o endereço, mas não o nome. Em beneficio de todos, desejamos especificar aqui a orientação seguida pela Sociedade Torre de Vigia em fornecer respostas às perguntas recebidas.
A Sociedade tem prazer em ajudar a todos os que sinceramente procuram respostas às perguntas que exigem uma resposta bíblica. Em primeiro lugar, envia-se uma resposta pessoal por correio à pessoa que faz a pergunta. Daí, as perguntas que são de interesse e importância suficiente, são impressas nesta seção de Perguntas dos Leitores, na Sentinela. As perguntas de natureza pessoal são de interesse apenas para os envolvidos, de modo que não são publicadas. Em outros casos, as perguntas feitas são das que já foram respondidas em números recentes de A Sentinela; naturalmente, estas não serão logo novamente impressas, mas se enviará uma resposta pessoal, e, em muitos casos, indicar-se-ão as publicações da Torre de Vigia que consideram o ponto em questão.
Contudo, é a orientação da Sociedade Torre de Vigia de nunca responder à correspondência que não fornece o nome de quem faz a pergunta. Todos os que desejam aproveitar-se da ajuda dada pelos editores da Sentinela, no que se refere a dar respostas bíblicas às perguntas de natureza pessoal ou doutrinal, devem assim dar seu nome (não apenas as iniciais) e o endereço, para ter a certeza de receber atenção direta e pessoal.
● Haverá terremotos no novo mundo? — D. S., E. U. A.
Acredita-se hoje que a maioria dos terremotos seja causada pelo deslize de grandes partes de terra ao longo de falhas ou frestas na terra, ao passo que outros são devidos à atividade vulcânica ou ao colapso de cavernas calcáreas. Entre as teorias apresentadas para explicar o deslize nas frestas está a tensão causada pela contração da terra devido ao esfriamento. Em vista desta causa natural, não devemos pensar que Jeová Deus ou Satanás, o Diabo estejam causando os terremotos da atualidade.
Terremotos são repetidas vezes mencionados nas Escrituras. É evidente que alguns deles foram causados por Jeová, ou sincronizados por ele. Entre estes podem ser mencionados o que tragou as famílias de Coré, Datã e Abirão, e os que ocorreram por ocasião da morte e da ressurreição de Jesus. — Núm. 16:31-33; Mat. 27:51-54; 28:2.
Jesus, que participou na criação, previu, sem dúvida, o assentamento da crosta terrestre e o aumento da pressão por dentro, que procuraria escape. Como Mestre de Obra, bem podia ter sabido que este tempo do fim seria uma época de aumento em tais perturbações. — Mat. 24:7.
No entanto, não há razão para se temer a possibilidade de tal ocorrência no novo mundo. Jesus Cristo, Mestre de Obra de Jeová e aquele de quem se disse que “todas as cousas foram feitas por intermédio dele”, foi entronizado no céu como rei imortal do novo mundo. (Pro. 8:30; João 1:3, ALA) Ele, com preocupação amorosa, cuidará, que nenhum dano seja causado aos seus súditos do novo mundo, proveniente das forças da natureza, do mesmo modo como certa vez acalmou as águas turbulentas do Mar da Galiléia, quando um barco “estava a encher-se de água”. (Mar. 4:37-41, ALA) Conhecendo bem a estrutura da terra, ele poderá cuidar de que a pressão interna encontre saída em áreas não povoadas da terra ou sob o oceano, para não causar dano ao homem, ou ele pode tornar possível que os homens se mudem de tais regiões, antes de ocorrer o sismo. De uma coisa podemos estar certos: ninguém sofrerá dano de quaisquer de tais fenômenos no novo mundo. E, sem dúvida, quando a terra inteira tiver sido feita um paraíso, os terremotos cessarão.
● Podem informar-me por que razão Jesus não batizou? Há quaisquer textos que mostrem por que não o fez? — F. P., Canadá.
Em João 4:1-3 (ARA) lemos: “Quando, pois, o Senhor veio a saber que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos que João, (se bem que Jesus mesmo não batizava, e, sim, os seus discípulos), deixou a Judéia, retirando-se outra vez para a Galiléia.”
Em vista do grande número dos que vieram a Jesus para ser batizados, é razoável concluir-se que Jesus deixou o batismo para os seus discípulos, a fim de ficar mais livre para a obra mais Importante de curar espiritual e fisicamente. Por outro lado, Jesus, sem dúvida, refreava-se de batizar alguém para que ninguém pudesse mais tarde sentir-se superior, por ter sido batizado pelo Filho de Deus, ou sentir-se menos favorecido por não ter tido este privilégio. O mesmo escreveu o apóstolo Paulo mais tarde quanto ao seu próprio caso: “Dou graças porque a nenhum de vós batizei, exceto Crispo e Gaio; para que ninguém diga que fostes batizados em meu nome.” — 1 Cor. 1:14, 15, ARA.
Além disso, o batismo realizado pelos discípulos de Jesus antes de Pentecostes foi o mesmo que o de João e seus discípulos; a saber, tinha por fim simbolizar o arrependimento em preparação para o prometido Messias. Se o próprio Jesus tivesse batizado, não teria sido lógico que fizesse isso em preparação para si próprio. Seria obrigado a começar algo novo; um batismo em seu próprio nome, sendo que o tempo para isso chegou só no dia de Pentecostes.
Temos assim amplas e fortes razões por que Jesus Cristo, quando na terra, deixou entregue aos discípulos o batismo em água, em símbolo de arrependimento.
● Qual é o pecado imperdoável contra o espírito santo, de que Jesus falou? — B. E., Nova Iorque.
Jesus acabara de curar um homem possesso de demônios, que tinha estado cego e mudo. As multidões maravilhavam-se, mas os fariseus zombavam e diziam que Jesus fazia isso por meio de Belzebu. Jesus refutou a afirmação deles por mostrar que, se Satanás expulsasse a Satanás, estaria dividido contra si mesmo, e seu reino não ficaria de pé. Também, se Jesus expulsava os demônios por meio de Belzebu, por meio de quem, então, os expulsavam os filhos deles? Daí ele disse: “Toda espécie de pecado e blasfêmia será perdoada aos homens, mas a blasfêmia contra o espirito não será perdoada. Por exemplo, qualquer que falar uma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas, qualquer que falar contra o espirito santo, não lhe será perdoado, não, nem no presente sistema de coisas, nem no vindouro.” — Mat. 12:22-32, NM.
Não podiam falar contra o Filho do homem e mais tarde ser perdoados na base de sua ignorância dos fatos a respeito dele. Seus pecados de ignorância eram perdoáveis se não resistissem ao conhecimento da verdade quando confrontados com ela. No entanto, era diferente quando os fariseus diziam: “Este não expulsa os demônios senão por meio de Belzebu, o dominador dos demônios.” Por quê? Porque era um pecado contra o espírito santo, pois era manifesto que uma cura tal como Jesus acabara de realizar não podia ser feita por poder humano. E dizer que foi Satanás, era ilógico, conforme Jesus lhes mostrou. Os fariseus não diziam que tais curas eram de Satanás quando os filhos deles expulsavam demônios. Por que dizê-lo agora, arbitrariamente, no caso de Jesus? Por que dizerem então que era o espírito de Deus quem o fazia no caso dos filhos deles, mas negarem a operação manifesta do espírito santo quando Jesus o fazia? Por quê? Porque não amavam a verdade e não queriam ser induzidos à conclusão verídica de que eram falsos instrutores e que Jesus era o Messias. Admitirem isto, significaria que teriam de abandonar as práticas egoístas. Demasiadas coisas egoístas estavam em jogo para eles.
Por isso resistiram à conclusão verídica à qual as obras de Jesus os deviam ter levado. Que falassem contra o Filho do homem, se quisessem; contudo, deviam ter atendido o testemunho dado a eles pelas suas obras, obras feitas pelo poder do espírito santo. Jesus disse: “Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. Mas, se as faço, embora não me, creiais a mim, crede nas obras.” (João 5:36; 10:37, 38, NTR) Quando disseram que estas obras milagrosas foram feitas por Satanás, eles pecaram contra o espírito. Blasfemaram do espírito de Deus, dizendo que era de Satanás. Resistiram deliberadamente e por razões egoístas à demonstração do seu poder. Estêvão disse a tais: “Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao espírito santo.” — Atos 7:51, NTR.
Foi esta qualidade deliberada que fazia o pecado imperdoável, porque os fazia indóceis, além de correção e opostos à provisão divina de perdão. Conforme Jesus disse: “Aquele que blasfemar contra o espírito santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno.” (Mar. 3:28-30, ALA) Não há sacrifício para cobrir tal pecado deliberado contra o espírito santo, “nem no presente sistema de coisas, nem no vindouro”. Isto não significa que tais fariseus voltarão no dia milenar de juízo, mas ainda sem perdão; isto não serviria para nada. Significa que a operação do espírito de Deus será então bem manifesta, como foi quando Jesus estava na terra, e que então, como quando Jesus estava na terra, alguns pecarão contra a operação manifesta do espírito santo, especialmente no fim do reinado de mil anos, quando Satanás será solto para a prova final dos habitantes da terra. Tal pecado ainda será Imperdoável, naquele tempo distante.
João escreve: “Se alguém vir seu irmão cometer um pecado que não é para morte, pedirá, e Deus lhe dará a vida para aqueles que não pecam para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore. Toda injustiça é pecado; e há pecado que não é para morte.” (1 João 5:16, 17, NTR) Quando alguém peca por ignorância ou por imperfeição humana, há perdão disponível. Mas, para o pecado deliberado, não há sacrifício expiador de pecados: “Se praticarmos o pecado deliberadamente após termos recebido o conhecimento acurado da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas há uma certa expectação terrível de juízo e há um ciúme ardente que há de devorar os que estão em oposição.” (Heb. 10:26, 27, NM) O pecado deliberado, com os olhos bem abertos para a operação inegável do espírito santo ou a força ativa de Deus, é imperdoável e nós não devemos orar pelo perdão de tais pecadores. Mesmo antes do tempo de Cristo não se fazia intercessão para tais. (Jer. 7:1-16; 11:14; 14:11) Os pecadores deliberados, insinceros e impenitentes, determinados no seu proceder mau e não dispostos a se harmonizar com os requisitos de Deus, ‘não têm perdão para sempre’, o que significa que, na morte, sofrem a segunda morte.
Vemos assim que a pessoa não precisa ser da classe dos ungidos para pecar contra o espírito santo, nem precisa ter o espírito de Deus sobre si, como a classe das “outras ovelhas”, para pecar contra ele. Muitos na organização visível de Satanás pecam contra o espírito santo por deliberada e obstinadamente desobedecerem ao que sabem estar escrito na Palavra de Deus e por não se conformarem à sociedade do Novo Mundo ao verem a operação manifesta do espírito de Deus sobre a sua organização visível.