Como Tôda a Escritura Inspirada Por Deus É Proveitosa
1. Qual é o verdadeiro propósito da Bíblia e então, há outro livro que se compare com ela?
A MAIORIA dos livros hoje em dia são escritos para vender com proveito financeiro para o autor e para os editôres. A Bíblia não foi escrita para ser um “best seller”. Ela é realmente o livro mais vendido hoje em dia, tendo sido traduzido até agora em 1.202 idiomas e sendo vendido pelos milhões de exemplares cada ano, de modo que tem uma tiragem sem igual. Tudo isto é exatamente como deve ser. Mas o verdadeiro propósito da Bíblia não é o de proveito material, mas o de proveito espiritual, que resulta em vida eterna na gloriosa nova ordem de Deus. Assim, nenhum outro livro pode comparar-se com a Bíblia nos benefícios que ela transmite aos que a lêem e que vivem por ela. É o mais proveitoso livro na terra. Por conseguinte, devemos lê-la.
2. (a) Descreva todos os benefícios das Escrituras segundo descritos em 2 Timóteo 3:16, 17. (b) A quanto dos “escritos sagrados” se referiu Paulo pelos têrmos tôda a Escritura” e como foi isto ilustrado por êle?
2 Note quão proveitosos são os “escritos sagrados” para os leitores que desejam ser homens de Deus, ser povo que pertence a Deus pela plena dedicação de si e por servi-lo como os homens de Deus devem servi-lo. Eis o que o apóstolo Paulo escreveu ao superintendente cristão Timóteo acêrca do proveito das Sagradas Escrituras: “Tôda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para tôda boa obra.” (2 Tim. 3:16, 17) Ao dizer Paulo “tôda a Escritura”, êle se referiu à Bíblia tôda, não apenas ao chamado Novo Testamento que alguns religiosos da cristandade dizem que é tudo o que é necessário para os cristãos, e também não apenas às inspiradas Escrituras Hebraicas que os judeus dizem que é tudo o que é necessário para se obter uma vida bendita em um mundo futuro. Precisamos da Bíblia tôda, da parte pré-cristã e da parte cristã, pois ambas as partes são ‘inspiradas por Deus’, e não nos atrevemos a desconsiderar nada que Deus tenha inspirado. Tôda ela é proveitosa para os que buscam a vida eterna feliz. É exatamente como o apóstolo Paulo escreveu depois que êle tinha feito uma citação das Escrituras Hebraicas pré-cristãs e a tinha aplicado a Jesus Cristo, dizendo: “Pois até mesmo Cristo não agradou a si mesmo; mas, assim como está escrito [no Salmo 69:9]: ‘Os vitupérios daqueles que te vituperaram caíram sôbre mim: Porque tôdas as coisas escritas outrora [isto é, antes de Cristo] foram escritas para a nossa instrução, para que, por intermédio da nossa perseverança e por intermédio do consôlo das Escrituras [escritas antes de Cristo] tivéssemos esperança.” (Rom. 15:3, 4) Portanto, para qualquer “homem de Deus” ficar “plenamente competente, completamente equipado”, êle precisa ter e usar a Bíblia tôda.
“PARA ENSINAR”
3. Que qualificações tinha Paulo como instrutor e quem é o nosso maior Instrutor?
3 Note que o apóstolo Paulo disse que tôda a escritura que Deus inspirou é proveitosa para ensinar, isto é, para ser usada em ensinar a outros como ganharem o precioso prêmio da vida eterna. O próprio Paulo era um excelente exemplo dêste fato, e êle escreveu a Timóteo: “Fui designado pregador e apóstolo — estou dizendo a verdade, não estou mentindo — instrutor de nações no assunto da fé e da verdade.” (1 Tim. 2:7) Dos cristãos inspirados Paulo foi quem mais contribuiu para a escrituração da Bíblia. Êle e mais sete discípulos de Cristo escreveram as Escrituras Gregas Cristãs, e eram seguidores do maior instrutor que já pisou a terra como homem, Jesus Cristo. Além disso, o Inspirador celestial de tôda a Bíblia é o maior Instrutor de tôda a existência, e concernentes a êle as seguintes palavras foram ditas à organização de Deus: “Todos os teus filhos serão pessoas ensinadas por Jeová.” — Isa. 54:13; João 6:45.
4. Como se torna Jeová o nosso Instrutor?
4 Não nos deve ser emocionante pensarmos que somos ensinados pelo próprio Jeová? Êle realmente se torna nosso Professor, tomando nós seu Livro inspirado, lendo-o, estudando-o e aplicando-o como Seus alunos. Assim, o seu Livro Sagrado deve ter qualidades de ensino superiores às dos mais recentes livros dos homens, não, naturalmente, para ensinar assuntos das escolas do mundo, mas para ensinar-nos como têrmos êxito glorioso na vida, vivendo em harmonia com o propósito revelado do Dador da vida eterna, Jeová Deus.
5. Que fatos tornam evidente que não era sòmente os onze apóstolos fiéis que deviam ser instrutores da Palavra de Deus?
5 Não foi sòmente para os onze apóstolos fiéis, mas para todos os discípulos reunidos certa vez na província da Galiléia, que Jesus Cristo deu o mandamento: “Ide, portanto, e fazei discípulos de pessoas de tôdas as nações, batizando-as em o nome do Pai, e do Filho, e do espírito santo, ensinando-as a observar todas as coisas que vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias, até à terminação do sistema de coisas.” (Mat. 28:19, 20) Os onze apóstolos fiéis estavam todos mortos por volta do fim do primeiro século, e, assim, o mandamento de fazer discípulos, de batizar e de ensinar até à conclusão do sistema de coisas não podia ter sido dado sòmente aos apóstolos, mas tencionava-se a todos os discípulos. Não os onze apóstolos fiéis, mas todos nós vivemos na terra na “terminação do sistema de coisas” e confiamos que o ressuscitado Jesus Cristo estará conosco todos os dias até ao fim desta “terminação do sistema de coisas”. É a nós, portanto, que se aplica o mandamento de fazer discípulos, de batizar e de ensinar. Para provarmo-nos seus seguidores fiéis, temos que fazer agora estas coisas.
6. Por que se precisa de um acurado registro escrito para o ensino da verdade e mudou-se esta necessidade depois da morte e ressurreição de Jesus?
6 Para fazermos estas coisas ordenadas precisamos de um livro, de algo escrito ou impresso, não de apenas um testemunho auricular, não de alguma tradição oral cuja exatidão depende da honestidade ou de memória perfeita das pessoas que transmitem verbalmente a informação. Até mesmo Jesus Cristo, o maior instrutor na terra, não falava simplesmente o que lhe vinha à mente. Êle usou um livro de instrução e êste livro foi a Bíblia Sagrada dos seus dias, os “escritos sagrados” inspirados em hebraico e em aramaico, que êle podia ler e estudar. Foi por isso que êle sempre dizia: “Está escrito” e citava as inspiradas Escrituras Hebraicas. (Mat. 4:4-10; Luc. 24:27, 32, 44-47) Depois que êle foi ressuscitado dos mortos e ascendeu de volta ao céu, o livro de instrução dos seus discípulos não mudou nem foi substituído por outra coisa; êle foi conservado, sendo aumentado ou acrescentado com vinte e sete adições feitas sob inspiração divina, para completar o compêndio. Ao todo êle tem agora quase dezenove séculos de idade, mas não é antiquado nem necessita de algo mais moderno para substituí-lo.
7. Por que ainda é o livro “certo” para o ensino em nossos dias?
7 Segundo suas profecias êle ainda está à frente de nossos dias. Permanece sempre ‘inspirado por Deus’ e, portanto, sempre certo, correto, até mesmo nesta era nuclear e do espaço, nesta Era do Cérebro em que, em alguns sentidos, o homem está usando o cérebro que o Deus da Bíblia lhe deu. Não, não precisamos mudar o nosso compêndio de instrução. O que precisamos fazer é obedecermos ao mandamento de ensiná-lo, pois êle é a “palavra de Deus”. Neste sentido podemos imitar o nosso Instrutor exemplar, Jesus Cristo, e também os doze apóstolos. Concernente ao apóstolo Paulo, quando estava em Corinto, disse Lucas, seu companheiro de campanha missionária: “Destarte, demorou ali um ano e seis meses, ensinando entre êles a palavra de Deus.” — Atos 18:1-11.
8, 9. Com que problemas nos deparamos ao ensinarmos a verdade?
8 Hoje temos que ensinar arrodeados de clérigos religiosos que fazem comichar as orelhas dos rebanhos de suas igrejas com coisas que o povo gosta de ouvir, de modo a lhe agradarem e conseguirem um salário. É como Paulo disse a Timóteo que seria, ao escrever:
9 “Pois haverá um período de tempo em que não suportarão o ensino salutar, porém, de acôrdo com os seus próprios desejos, acumularão para si instrutores para lhes fazerem cócegas nos ouvidos; e desviarão os seus ouvidos da verdade, ao passo que serão desviados para histórias falsas.” (2 Tim. 4:3, 4) “A pronunciação inspirada diz definitivamente que nos períodos posteriores de tempo alguns se desviarão da fé, prestando atenção a desencaminhantes pronunciações inspiradas e a ensinos de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, marcados na sua consciência como que por um ferro de marcar; proibindo o casar-se, mandando abster-se de alimentos que Deus criou para serem tomados com agradecimentos pelos que têm fé e que conhecem a verdade de modo exato. Por dares tais conselhos aos irmãos, serás ministro excelente de Cristo Jesus, nutrido com as palavras da fé e do ensino excelente que seguiste de perto. Mas recusa as histórias falsas que violam o que é santo e que são contadas por mulheres velhas.” — 1 Tim. 4:1-3, 6, 7.
10, 11. (a) Em vista da presente situação, do que precisamos estar pessoalmente seguros quanto ao nosso ensino? (b) Que notável ajuda nos foi dada?
10 Confrontados com tal situação, temos que verificar, não sòmente o que os clérigos da cristandade ensinam, comparando-o com os nossos exemplares da Bíblia Sagrada, mas também o que nós mesmos ensinamos, para que sempre ensinemos o que é bíblico. Sendo instrutores, sinceramente não temos desejo de tornarmo-nos inverídicos, doentes mentalmente, doentes espiritualmente, e deveras anticristãos. Então, segundo a Palavra inspirada de Deus, temos de ensinar-nos a nós mesmos bem como a outros, seguindo nós mesmos o que ensinamos outros a seguir. Ao passo que estudamos a Bíblia como estudantes ou alunos de Jeová Deus, há uma fôrça esclarecedora de que precisamos. Qual é? É o espírito santo de Deus. A Bíblia foi produzida sob inspiração do espírito de Deus, e, para entendê-la, precisamos ter a ajuda do mesmo espírito. Demonstrando esta necessidade, Paulo escreveu concernente às coisas que Deus preparou para os que o amam:
11 “É a nós que Deus as tem revelado por intermédio de seu espírito, pois o espírito pesquisa tôdas as coisas, até mesmo as coisas profundas de Deus . . . ninguém veio a saber as coisas de Deus, exceto o espírito de Deus. Ora, não recebemos o espírito do mundo, mas o espírito que é de Deus, para que soubéssemos as coisas que nos foram dadas bondosamente por Deus. Destas coisas também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com as ensinadas pelo espírito, ao combinarmos assuntos espirituais com palavras espirituais.”
12, 13. (a) Por que os cristãos precisam hoje o espírito santo de Jeová derramado sôbre êles e onde encontram tal espírito em grande medida? (b) O que então fazem êles?
12 Em harmonia com estas palavras de 1 Coríntios 2:10-13, o próprio apóstolo Pedro foi ensinado pelo espírito derramado de Deus no dia de Pentecostes para dizer o que êle disse em cumprimento das profecias de Joel 2:28-32 e do Salmo 16:8-11 e do 110:1, textos êstes que os discípulos de Cristo nunca tinham entendido antes disto. (Atos 2:1-36) Desde o término da Primeira Guerra Mundial em 1918, nós, os estudantes da Palavra de Deus, temos necessidade da ajuda do espírito de Deus tanto quanto os primeiros cristãos tiveram no dia de Pentecostes de 33 E. C. De outro modo não poderíamos ter discernido o maravilhoso cumprimento das profecias bíblicas que apresentam provas aos nossos olhos, mente e coração de que o reino messiânico de Deus foi estabelecido no céu em 1914 E. C., a fim de lançar para baixo todos os inimigos de Deus e dar à humanidade um govêrno perfeito e justo. (Mateus, capítulos 24, 25; Marcos 13; Lucas 21; Apo. 11:15-12:10) A Bíblia de Deus está impregnada do Seu espírito, e quem a toma fervorosamente a peito, sente o efeito daquele espírito. Concernente à palavra falada Jesus disse: “É o espírito que é vivificante; . . . As declarações que eu vos tenho feito são espírito e são vida.” (João 6:63) Assim é com a Palavra escrita de Deus: ela tem o espírito de Deus, sendo, portanto, instrutiva.
13 Precisamos seguir o espírito expresso nesta Palavra antes que deixarmos os anticristos nos ensinar coisas contrárias à Palavra espiritual. Segundo o apóstolo João escreveu, depois de falar dos mentirosos anticristãos: “Quanto a vós, a unção [com o espírito de Deus] que recebestes dêle permanece em vós, e não necessitais de que alguém vos ensine; mas, como a unção da parte dêle vos ensina tôdas as coisas, e é verdadeira e não é mentira, e assim como vos tem ensinado, permanecei em união com êle”, sendo que foi recebida dêle a unção com o espírito. E assim fazemos, permanecendo em harmonia com a Palavra escrita de Deus. — 1 João 2:27.
14. Por que é Jesus um excelente exemplo para ser seguido?
14 Jesus Cristo, o nosso Instrutor exemplar, disse: “Não faço nada de minha própria iniciativa; mas assim como o Pai me ensinou, estas coisas eu falo.” (João 8:28) Como perfeito homem de Deus, êle também era ensinado pela então escrita Palavra de Deus. Sendo suficientemente humilde para adotar os ensinos de Jeová, nós, como seus seguidores, não temos motivo para ser orgulhosos demais para adotarmos os ensinos de Jeová por intermédio do seu livro e com a ajuda do seu espírito. Nada se compara com os inspirados “escritos sagrados” quanto a ser ‘proveitosos para ensinar’. Seja ensinado por intermédio dêles e, então, ensine outros por meio dêles.
“PARA REPREENDER”
15. Como “tôda a Escritura” é proveitosa para repreender?
15 O apóstolo também escreveu que tôda a Escritura inspirada é proveitosa para “repreender”. Sendo imperfeitos como mesmo nós cristãos o somos, às vezes há necessidade de cristãos receberem repreensão. Certa vez o ressuscitado Jesus Cristo repreendeu severamente tôda uma congregação de cristãos, dizendo-lhe quão materialista ela se tornara e quão miserável, deplorável, pobre, cega e nu espiritualmente estava ela. E no fim do conselho a esta congregação em Laodicéia, na Ásia Menor, êle disse: “A todos aquêles pelos quais tenho afeição, eu repreendo e disciplino. Portanto, sê zeloso e arrepende-te.” — Apo. 3:14-19.
16, 17. (a) Por que foi necessário repreender a Pedro? (b) Como Paulo repreendeu a Pedro?
16 Até mesmo um apóstolo precisou ser repreendido certa vez. Êste foi o apóstolo Pedro ou Cefas. No ano 36, quando abriu a porta para os incircuncisos gentios (não-judeus), para que entrassem na congregação cristã, êle aceitou corretamente a acolhida num lar gentio, e isto pela primeira vez. Anos mais tarde, com mêdo de possíveis criticismos, êle recusou associar-se com os cristãos gentios de Antioquia, na Síria, influenciando também a outros cristãos judeus ao mesmo modo hipócrita. Deus usou um outro apóstolo, a saber, a Paulo, para repreender a Pedro.
17 Disse Paulo: “Quando vi, porém, que não estavam andando direito segundo a verdade das boas novas, eu disse a Cefas na frente de todos êles:‘Se tu, embora sejas judeu, vives como as nações e não como os judeus, como é que compeles as pessoas das nações a viver segundo a prática judaica?’ Paulo repreendeu a Cefas, isto é, a Pedro na presença de todos os outros. Por quê? Explicando, Paulo disse: “Resisti-lhe face a face, porque se tornara condenado.” (Gál. 2:11-14; Atos 10:24-48) É subentendido que Pedro (Cefas) reconheceu seu mau comportamento e endiretou a sua conduta cristã, ficando então mais preocupado com o criticismo de Deus mediante um servo apostólico do que com o criticismo dos homens que tinham um falso conceito.
18. Explique a diferença entre repreender e reprovar.
18 Eis onde podemos ver a diferença entre reprovação e repreensão nas Escrituras, visto que palavras gregas diferentes são empregadas para estas duas palavras. Uma reprovação pode não ter base real. Por isso pode ser reprovação injusta, sendo que então não convence a pessoa reprovada de qualquer pecado ou de malfeito, porque não existe nenhum dêles. Tal reprovação não produz mudança de comportamento pelo arrependimento da parte da pessoa reprovada. Isto finalmente deve fazer o reprovador compreender que está errado.
19. (a) Como então estava Pedro reprovando em vez de repreendendo a Jesus? (b) Contudo, por que foi apropriado Jesus repreender ao demônio, a ventos tempestuosos e ao mar?
19 Êste foi o caso com o apóstolo Pedro e o Senhor Jesus Cristo. Jesus acabava de falar aos apóstolos pela primeira vez acêrca do doloroso curso abnegado que êle tinha de seguir, a fim de fazer a vontade de Deus. “E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda! Satanás; tu és para mim pedra de tropêço, porque não cogitas das cousas de Deus, e, sim, das dos homens.” (Mat. 16:21-23, ALA) Pedro reprovou seu Mestre Jesus, levantando fortes objeções ao que êste dissera. Mas Jesus não merecia tal reprovação, e, assim, em vez de se arrepender e mudar de rumo, êle corrigiu a Pedro, que falava irrefletida e precipitadamente. É claro que Jesus estava certo quando reprovou o demônio, forçando-o a deixar o rapaz de quem êle se havia apoderado. (Mat. 17:18) Em uma tempestade marítima Jesus repreendeu os ventos e o mar. Êle não podia reprovar aquelas coisas inanimadas. — Mat. 8:23-27.
20, 21. (a) Que conselho deu Jesus em Lucas 17:3 segundo a Versão Normal Revisada em inglês? (b) Por que então, em Mateus 18:15-17 fala Jesus de repreender um irmão?
20 Com referência às dificuldades entre irmãos cristãos, Jesus disse: “Prestai atenção a vós mesmos; se o teu irmão pecar, reprove-o, e se êle se arrepender, perdoa-lhe.” (Luc. 17:3, TA) Todavia, o pecador pode não se arrepender em todos os casos de modo a ser perdoado.
21 Por que então, em caso similar, falou Jesus em repreender? Disse êle: “Se o teu irmão cometer um pecado, vai expor a falta [ou, repreendê-lo] dêle entre ti e êle só. Se te escutar, ganhaste o teu irmão. Mas, se não te escutar, toma contigo mais um ou dois, para que, pela bôca de duas ou três testemunhas, todo assunto seja estabelecido. Se não os escutar, fala à congregação. Se não escutar nem mesmo a congregação, seja êle para ti apenas como homem das nações e como cobrador de impostos.” (Mat. 18:15-17) Sendo êste o caso, a pessoa acusada merece ser expulsa da congregação, sendo-lhe merecida a repreensão, mais do que mera reprovação. Comprovou-se que ela estava errada, e no íntimo ela também o sabe. Esta é a finalidade tencionada, quando aquêle contra quem alguém pecou expôs primeiramente a falta entre si e o pecador, embora o pecador jamais confessasse o seu pecado. A apresentação de provas continuou: primeiro perante diversas testemunhas e depois perante a congregação.
22, 23. (a) O que está envolvido na repreensão de um irmão? (b) Como ilustrou Paulo o significado da repreensão?
22 Assim, no caso de repreensão, o que a administra, não sòmente apresenta a acusação, mas também apresenta provas em apoio. Se a pessoa acusada disser algo em sua defesa, o repreensor não apenas o contesta; êle o refuta, o desmente. Mesmo então a pessoa repreendida pode não confessar, admitindo sinceramente a sua culpa, mas no íntimo ela se sente convicta. No íntimo ela está convicta do seu pecado ou malfeito. Isto devia levá-la a mudar de procedimento, estando ciente do seu pecado. Se ela não proceder assim, poderá ser desassociada na base das provas. O modo em que a repreensão opera foi ilustrado pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 14:24, 25, onde êle escreveu à congregação:
23 “Se [em uma reunião] todos estiverdes profetizando e entrar qualquer incrédulo ou pessoa comum, é reprovado por todos, é examinado de perto por todos; os segredos do seu coração se tornarão manifestos, de modo que se prostrará sôbre o seu rosto e adorará a Deus, declarando: ‘Deus está realmente entre vós.’”
24, 25. Que responsabilidade quanto à repreensão tem o portador de luz?
24 Declarando nós a Palavra de verdade de Deus, ela mesma faz a repreensão. Foi por isso que Jesus Cristo disse: “Quem pratica coisas ruins odeia a luz e não se chega à luz, a fim de que as suas obras não sejam repreendidas.” (João 3:20) Os que portam a luz dos “escritos sagrados” de Deus devem repreender as coisas da escuridão moral religiosa. Disse Paulo aos portadores da luz:
25 “Cessai de compartilhar com êles nas obras infrutíferas que pertencem à escuridão, mas, antes, até mesmo as repreendei, pois as coisas que êles realizam em secreto são vergonhosas até mesmo para relatar. Ora, tôdas as coisas que estão sendo repreendidas são tornadas manifestas pela luz, pois tudo o que está sendo manifestado é luz [coisa que não mais permanece secreta sob o manto da escuridão, mas coisa iluminada]. Por isso êle diz: ‘Desperta, ó tu que dormes, e surge dentre os mortos, e o Cristo brilhará sôbre ti.’” — Efé. 5:11-14.
26. Ao ser repreendida, o que faz a pessoa sábia?
26 Alguém que dorme como na escuridão da noite e que, portanto, está morto em suas transgressões e pecados, pode aceitar a repreensão que lhe é dada, ressurgir de sua condição espiritualmente morta e empreender-se a seguir a Jesus Cristo. Com sua graça e verdade, Cristo brilha sôbre êle, tornando-o um portador de luz que reflete a luz que recebe de Cristo, de quem todos os “escritos sagrados” dão testemunho.
27. Como Paulo ao escrever a Timóteo e a Tito, mostrou a necessidade de se repreender?
27 Sob certas circunstâncias um superintendente de congregação pode ter que repreender pùblicamente um membro ou membros da congregação. Assim, em sua primeira carta a Timóteo, disse-lhe Paulo: “Repreende perante todos os espectadores aquêle que pratica pecado, para que os demais também tenham temor.” E em sua última carta, Paulo escreveu a Timóteo: “Prega a palavra, ocupa-te nisso urgentemente, em época favorável, em época dificultosa, repreende, adverte [ou reprove], exorta, com tôda a longanimidade e arte de ensino.” (1 Tim. 5:20; 2 Tim. 4:2) Êle também autorizou outro superintendente, Tito, a administrar a mesma repreensão pública perante a congregação. Escreveu-lhe Paulo: “Apegando-se firmemente à palavra fiel com respeito à sua arte de ensino, para que possa tanto exortar pelo ensino que é salutar como repreender [ou refutar] os que contradizem. . . . Por esta mesma causa persiste em repreendê-los com severidade, para que sejam sãos na fé. Persiste em falar destas coisas, e em exortar e repreender com plena autoridade para mandar. Que nenhum homem jamais te despreze.” — Tito 1:9, 13; 2:15.
28. Qual então é o valor real da repreensão e de que fonte todo-importante deve vir ela?
28 Então, o propósito de repreender é recuperar o pecador, refutar e silenciar o contraditor, ajudar a pessoa materialista a ‘ficar sã na fé’. Para administrarmos tal repreensão eficientemente, em particular ou perante a congregação, o que é mais proveitoso usarmos do que os “escritos sagrados”?
29. Por que é o amor demonstrado na repreensão?
29 Jamais a pessoa repreendida deve esquecer-se de que o verdadeiro motivo por trás da repreensão é o amor. Por quê? Porque o repreensor procura corrigir o êrro da pessoa em falta, convencê-la do seu êrro, ajudando-a a confessá-lo e emendar o seu comportamento. Jesus disse que a todos pelos quais tem afeição êle repreende. (Apo. 3:19) A pessoa em falta deve compreender que pode ter benefício da repreensão e deve tentar adquirir entendimento por meio dela. Provérbios 19:25 nos diz: “Deves ferir o escarnecedor, para que o inexperiente se torne perspicaz; e deve haver repreensão do entendido, para que discirna o conhecimento.”
30. Quais são as sábias palavras sôbre repreensão contidas em Provérbios 3:11, 12, e como devemos aceitá-las?
30 Dêste modo, a pessoa repreendida não depreciará nem diminuirá a repreensão por causa de ser dada por intermédio de um instrumento ou porta-voz humano. Em Hebreus 12:4-6 se diz aos que desejam ser filhos de Deus que não se esqueçam de Provérbios 3:11, 12, que diz: “Não rejeites a disciplina de Jeová, ó meu filho, e não te indignes com a sua repreensão, porque Jeová repreende ao que ama, assim como faz o pai com o filho em quem se agrada.” Então, mesmo que a repreensão venha por intermédio de um agente humano, todavia, sendo repreensão tirada dos inspirados “escritos sagrados”, e sendo dada por intermédio de um “homem de Deus”, cristão, então podemos estar certos de que é uma repreensão de Jeová Deus e devemos aceitá-la como tal. Mas, considere-a como expressão do amor de Deus.
“PARA ENDIREITAR AS COISAS”
31. (a) Descreva outro benefi̇́cio dos “escritos sagrados”. (b) Como demonstrou Isaías a necessidade de se endireitarem as coisas?
31 Outro modo em que os inspirados “escritos sagrados” são proveitosos é “para endireitar as coisas”. (2 Tim. 3:16) Quando estávamos fora, no mundo degenerado, muito embora estivéssemos na cristandade, certamente necessitávamos de endireitar a nossa relação para com Deus. Esta é exatamente a coisa que êle deseja que façamos. Em Isaías 1:18, 19 êle falou ao seu povo desviado e disse: ‘Vinde agora, vós, povo, e endireitemos as coisas entre nós’, diz Jeová. ‘Embora os seus pecados se revelem como escarlate, êles se tornarão como a neve; embora devam ser vermelhos como o carmesim, êles se tornarão como a lã. Se vós demonstrardes voluntariedade e ouvirdes, o bom da terra comereis.’”.
32. Como Deus endireitou muitas vêzes as coisas nos tempos antigos e como êle faz o mesmo hoje?
32 Outrora Jeová enviava seus profetas para ajudar o povo pecador a endireitar as coisas e obter entendimento correto das questões, sabendo como se comportar corretamente para com Deus. Hoje em dia temos a sua Bíblia Sagrada, os seus inspirados “escritos sagrados”, para nos ajudar a endireitarmos as coisas em nossa vida, tornando-nos ‘sábios para a salvação por intermédio da fé em conexão com Cristo Jesus’. Visto que a Bíblia Sagrada nos pode ajudar dêste modo, ela é realmente um livro proveitoso, e nós a necessitamos acima de todos os outros livros. É o mais precioso livro para nós. Tendo-nos ajudado a tirar a tortuosidade de nossa vida, sabemos que podemos usá-la para ajudar outros a endireitar as coisas na mente dêles e na vida moral e religiosa. Podemos também ajudar os desanimados a se endireitarem.
33-35. (a) Como devemos manejar a Palavra de Deus, a fim de endireitarmos as coisas entre irmãos e entre os de fora? (b) Como Paulo frisou isto a Timóteo?
33 Isto é exatamente o que se nos ordena a fazer em Hebreus 12:12, 13, que diz: “Endireitai as mãos pendentes e os joelhos debilitados e persisti em endireitar as veredas para os vossos pés, para que o coxo não fique desconjuntado, mas, antes, para que sare.” Sim, às vêzes os nossos irmãos espirituais precisam ser endireitados, como se deu há muito em Antioquia, na Síria, quando Paulo viu que Pedro (Cefas) e outros judeus cristãos “não estavam andando direito segundo a verdade das boas novas”. (Gál. 2:14) Quer sejam nossos irmãos cristãos quer pessoas do mundo que perguntem, inclusive a hipócrita cristandade, temos que usar a inspirada Palavra escrita de Deus, para endireitarmos as coisas de um modo agradável a Êle, que é o único modo correto. Não sòmente temos que usar a Bíblia, mas temos que a usar de modo correto, de modo harmonioso e coerente. Do superintendente Timóteo se esperava que ajudasse os irmãos e os que buscavam a Deus para endireitarem as coisas, sendo por isso que Paulo lhe escreveu:
34 “Persiste em fazê-los lembrar essas coisas, advertindo-os perante Deus, como testemunha, de que não lutem sôbre palavras, coisa que não é de nenhuma utilidade, porque subverte os que estão escutando. Faze o máximo para te apresentar a Deus aprovado, obreiro que não tem nada de que se envergonhar, manejando corretamente a palavra da verdade.” — 2 Tim. 2:14, 15.
35 Isto significa não deixar tornar-se confuso nada que precisasse ser endireitado, deixando confuso por causa de palavras intencionadas a esconder a verdade e a perverter a fé dos crentes ou dos aprendizes, mas que deixasse que a “palavra da verdade” de Deus decidisse as questões. Isto significa ensinar doutrinas direitas. Fazendo isto, não teremos vergonha dos resultados.
“PARA DISCIPLINAR EM JUSTIÇA”
36. (a) Como muitas vêzes os clérigos religiosos defendem coisas não-bíblicas, mas o que ordena a Palavra de Deus sob tais circunstâncias? (b) Explique as palavras de Paulo aos pais em Efésios 6:4.
36 Por fim, “tôda a Escritura” que contém os inspirados “escritos sagrados” é proveitosa “para disciplinar em justiça”. (2 Tim. 3:16) Às vêzes, quando certa prática ou exigência de organizações religiosas são indicadas como contrárias aos “escritos sagrados”, os clérigos religiosos tentam justificar as coisas não-bíblicas, dizendo: “É a disciplina da Igreja.” Mas se não fôr segundo “tôda a Escritura”, então não é uma disciplina em justiça e não resulta em salvação alguma para o disciplinado. O propósito básico da disciplina é a educação, a instrução. (Atos 7:22) Esta educação pode ser transmitida dentro da norma de certas leis e regulamentos de uma organização. Nas palavras de Paulo aos pais, esta organização é o lar cristão, assim como êle disse: “Vós, pais, não estejais irritando os vossos filhos, mas prossegui em criá-los na disciplina e no conselho de autoridade de Jeová.” (Efé. 6:4) Aqui a disciplina seria uma educação acompanhada de ação ou atos de treinamento dos filhos, a fim de fazê-los entender como se conduzirem no lar cristão em sujeição aos pais cristãos. Para ajudá-los a se comportarem segundo esta disciplina, alguns conselhos autorizados ou palavras de conselho e encorajamento da parte da Palavra autorizada de Deus podem ser dados aos filhos segundo a necessidade durante o treinamento. Então, disciplina significa que êles não podem conduzir-se segundo seus caprichos imaturos e infantis, suas fantasias e seus desejos irrefletidos, mas que precisam aprender a agir em obediência às normas e aos regulamentos cristãos da casa.
37, 38. Como tal disciplina vai além de apenas pais e filhos?
37 Também, há a disciplina que precisa prevalecer na maior e mais ampla instituição, a organização de Jeová Deus, que hoje se faz representar na terra pela congregação de suas testemunhas cristãs. Esta representa a casa do grande Pai celestial, a “casa de Deus”. As suas normas, seus regulamentos e modo de operação são justos e qualquer membro de casa que pensa e age em harmonia com êles aprende a justiça.
38 Precisamos receber instrução sôbre como nos conduzir dentro da organização de Deus e foi por isso que Paulo deu instruções a Timóteo, escrevendo: “Escrevo-te estas coisas, . . . para que saibas como deves comportar-te na família de Deus, que é a congregação do Deus vivente, coluna e amparo da verdade.” (1 Tim. 3:14, 15) As instruções de Paulo a Timóteo estão nos inspirados “escritos sagrados” e, então, “tôda a Escritura” que Deus inspirou é proveitosa “para disciplinar em justiça”.
39. De nôvo, com que motivo se deve administrar a disciplina e o que significa isto para os cristãos?
39 O motivo por trás da disciplina cristã, quer em um lar em que se teme a Deus, quer na congregação das testemunhas de Jeová, é o amor. Será, portanto, estabelecida e realizada de modo correto. O modo em que esta educação por ação dentro das leis e regulamentos teocráticos deve ser dirigida os inspirados “escritos sagrados” nos dizem claramente. Sendo motivada pelo amor e devendo ser educativa, tendo-se em mente a nossa salvação, devemos sujeitar-nos a ela, embora não nos permita falar, agir e viver do modo desenfreado que o mundo vive, quer dentro quer fora da congregação.
40. Que obstáculos talvez tenhamos que enfrentar neste mundo, mas que alegria temos também?
40 Comportando-nos dêste modo disciplinado, podemos sujeitar-nos ao criticismo, oposição e perseguição do mundo, mas tudo isto acompanha a nossa disciplina neste mundo. Pode tornar-nos o trabalho de pregação das “boas novas eternas” que Deus deu uma árdua experiência “pùblicamente e de casa em casa”, mas isto nos é boa disciplina, tendo bons resultados em vista. “É verdade”, diz Hebreus 12:11, “que nenhuma disciplina parece no momento ser motivo de alegria, mas sim de pesar; no entanto, depois dá fruto pacífico, a saber, a justiça, aos que têm sido treinados por ela”. Então, amemos a Deus, o nosso Pai celestial, por isso.
41. Dando atenção a “tôda a Escritura”, o que nos tornaremos?
41 Hoje em dia devemos levar nossa vida, precisamos fazer unidamente o nosso trabalho mundial como disciplinadas testemunhas de Jeová. Precisamos agir e servir como homens de Deus, como seu povo dedicado. A nossa sabedoria para salvação eterna jaz no estudo fiel e no uso do Seu Livro de “boas novas eternas”. Êle foi amorosamente dado a nós, “a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para tôda boa obra”. — 2 Tim. 3:17; Apo. 14:6.