Mantenha um conceito equilibrado sobre os desassociados
1, 2. (a) Por que é correto que a congregação cristã tome ação contra os que exercem influência imoral no seu meio, e quem leva a responsabilidade especial neste respeito? (b) Que perigos paralelos existem no manejo de tais coisas?
UM POUCO de fermento pode levedar a massa inteira. Do mesmo modo também pode a influência imoral infiltrar-se e corromper toda uma congregação. Corretamente, pois, toda congregação desejará proteger-se contra tal influência, e especialmente os anciãos da congregação devem estar interessados em fazer isso. — 1 Cor. 5:6; Atos 20:28-30.
2 Há um verdadeiro perigo em ser remisso neste assunto, assim como a congregação de Corinto foi remissa para com um transgressor no seu meio, deixando de agir para eliminar tal influência ‘fermentante’. Mas há um perigo paralelo. Qual? O de ir ao outro extremo, de passar de remisso para rígido e duro.
3, 4. Qual e o significado das palavras de Paulo em 2 Coríntios 2:11?
3 Podemos observar a advertência dada pelo apóstolo Paulo na sua segunda carta aos Coríntios, evidentemente relacionada, (no contexto) com o pecador descrito na sua primeira carta, que foi preciso ‘remover de seu meio’. (1 Cor. 5:1-5, 13) Neste caso, este transgressor evidentemente se arrependeu. Depois de mencionar de a congregação perdoar a tal, pela tristeza que lhes havia causado qual congregação, Paulo prosseguiu, dizendo, “para que não sejamos sobrepujados por Satanás, pois não desconhecemos os seus desígnios”. (2 Cor. 2:5-11) O que queria dizer com isso o apóstolo?
4 Os “desígnios” de Satanás são devorar todo servo de Deus que ele possa, e ele anda em volta “como leão que ruge” para alcançar este objetivo. (1 Ped. 5:8) O homem que fora desassociado em Corinto havia sido ‘entregue’ a Satanás no sentido de que fora expulso da congregação e assim lançado fora, no mundo sob o domínio de Satanás. (1 Cor. 5:5; Atos 26:18; 1 João 5:19) Assim como um ‘pouco de fermento’ na “massa toda”, este homem havia sido a “carne” ou o elemento carnal dentro da congregação; e ao remover este homem incestuoso, a congregação de mentalidade espiritual havia destruído a “carne” no seu meio. Então, o desígnio ou objetivo de Satanás seria reter tal presa até conseguir devorar completamente o homem, destruindo-o espiritualmente. Se a congregação, embora em boa consciência, fosse cautelosa e relutante demais em acolher de volta o transgressor então realmente arrependido, adiando desnecessariamente sua readmissão, isto poderia servir o objetivo do Adversário. (Veja 2 Coríntios 2:7.) Por isso, outras traduções de 2 Coríntios 2:11 rezem: “Para que Satanás não se aproveite de nós, pois conhecemos bem os planos dele.” (A Bíblia na Linguagem de Hoje) “Para não sermos vítimas dos ardis de Satanás, já que não ignoramos as suas tramas [intenções, Taizé].” — Mateus Hoepers.
5, 6. (a) No que se refere aos desassociados, que atitude errada precisam evitar os anciãos cristãos e os membros da congregação? (b) Ilustre isso.
5 Os anciãos congregacionais, bem como os membros individuais da congregação, portanto, devem precaver-se contra criar uma atitude parecida à que alguns escritores rabínicos, judaicos fomentaram para com os gentios, ao considerá-los como virtuais inimigos. É correto odiar o mal cometido pelo desassociado, mas não é correto odiar a pessoa, nem é correto tratar a tais de modo desumano. Conforme já observamos, alguns escritos rabínicos afirmavam que, mesmo quando há perigo de morte, não se devia prestar ajuda aos gentios. Suponhamos, pois, que um membro duma congregação cristã, que anda de barco num lago, visse outro barco com um desassociado soçobrar, lançando o desassociado na água, onde este luta para se manter à tona. Pode o cristão desconsiderar o perigo do outro, remar para longe e sentir-se livre de culpa perante Deus — visto que aquele que está em perigo de se afogar é desassociado, considerado como “homem das nações”? Certamente que não. Isto seria cruel e desumano. Não podemos imaginar Cristo Jesus agir assim; tampouco teria outro judeu do primeiro século, com conceito equilibrado, reagido assim para com um gentio ou cobrador de impostos em tais apuros.
6 Mas, considere uma situação menos extrema. O que se daria se uma mulher desassociada, que assistiu a uma reunião congregacional, ao sair do salão, verificasse que seu carro, estacionado perto, está com um pneu vazio? Devem os membros varões da congregação, vendo seus apuros, negar-se a ajudá-la, deixando talvez que uma pessoa mundana apareça e o faça? Isto também seria desnecessariamente rude e desumano. No entanto, surgiram situações assim, talvez em boa consciência, contudo, por causa da falta de equilíbrio no conceito.
7. O que podemos aprender do próprio exemplo de Jeová Deus neste respeito?
7 Se imitamos nosso Pai celestial, lembrar-nos-emos de que ele até mesmo mostrou certa consideração para com o primeiro casal humano, depois da desassociação deles no Éden, fornecendo-lhes vestimenta. (Gên. 3:21) Isto foi benignidade imerecida para com eles. Conforme Jesus fez seus discípulos lembrar, Jeová Deus “faz o seu sol levantar-se sobre iníquos e sobre bons, e faz chover sobre justos e sobre injustos”. (Mat. 5:45) O apóstolo Paulo mostrou que, apesar do proceder independente adotado pelas nações gentias, contrário ao proceder de Deus, Jeová “não se deixou sem testemunho, por fazer o bem, dando[-lhes] chuvas do céu e estações frutíferas, enchendo os [seus] corações plenamente de alimento e de bom ânimo”. (Atos 14:16, 17) Portanto, não “ter convivência” com alguém, ou tratar a tal como “homem das nações”, não nos impede de sermos decentes, corteses, atenciosos e humanitários.
O QUE ESTÁ ENVOLVIDO NO COMPANHEIRISMO ESPIRITUAL
8. (a) O que dá a entender a expressão grega para “ter convivência com”, usada pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 5:9, 11? (b) O que significa ter “companheirismo” com alguém? (c) Será que exortar os transgressores ao arrependimento é ter tal companheirismo com eles?
8 A expressão grega usada por Paulo para “ter convivência com” é o verbo sunanamígnymi, significando “misturar com”. O verbo básico envolvido (mígnmi) é usado em Mateus 27:34 para descrever a mistura de vinho com fel, e em Lucas 13:1 para descrever a mistura de sangue com sacrifícios, por Pilatos. Por isso, envolve uma verdadeira fusão ou combinação, a unificação num conjunto ou complexo. Para nós, “ter convivência” com outros significaria haver companheirismo entre nós. O termo português “companheirismo” tem o sentido de “convivência íntima, camaradagem, solidariedade”, havendo “dedicação às pessoas com quem se convive, espírito de classe”. (Enciclopédia Brasileira Mérito) Portanto, manter companheirismo com outro significa aceitar o outro como igual a si mesmo, estando interessado nos seus conceitos e acolhendo-os, compartilhando-os com atitude franca e favorável. Ter companheirismo espiritual com outro, de fato, seria passarem juntos ‘agradáveis momentos’ espirituais. Mas quando exortamos alguém ao arrependimento, não nos juntamos a ele numa associação amigável; não compartilhamos com ele nenhuma atitude e sentimento impróprio que possa ter evidenciado, mas, antes, tratamos com ele como alguém que precisa de correção.
9. (a) O que determina se é correto ou não que um ancião congregacional dirija palavras de exortação ao desassociado com quem se encontra? (b) Por que seria correto que o ancião exortasse o desassociado que não segue o proceder descrito em 2 João 7-11?
9 Então, o que acontece quando um ancião da congregação se encontra com alguém que foi desassociado, talvez na rotina diária do ancião, na rua, no trabalho secular ou em atividade similar? Estaria o ancião agindo em desacordo com a ação da desassociação feita pela congregação, se falasse com tal pessoa, exortando-a a ‘dar meia-volta’ e a procurar novamente a reconciliação com seu Pai celestial? Isto seria governado pelas circunstâncias. Naturalmente, se o desassociado adotasse um proceder semelhante ao dos falsos instrutores e propagandistas descritos em 2 João 7-11, procurando deliberadamente influenciar outros a seguir crenças falsas ou práticas imorais, o ancião não desejaria ter nada que ver com tal pessoa. Mas nem todos os que caem num proceder pecaminoso tornam-se ‘enganadores e anticristos’. Portanto, se ele não for desta classe, não permitiria o próprio exemplo de Jeová Deus que o ancião proferisse palavras que exortassem o desassociado a procurar recuperar a boa posição perante Deus? Antes, em vez de estar em desacordo com a desassociação, o ancião realmente mostraria pelas suas palavras de exortação seu apoio a tal desassociação, como tendo sido certa e necessária.
10-12. (a) Será que todos os desassociados continuam a manifestar as tendências ou modos que os tornaram “fermento”? Ilustre isso. (b) Portanto, que circunstâncias precisam receber a devida consideração para se saber a atitude correta para com os desassociados? (c) Como é este entendimento do assunto ilustrado pela parábola do filho pródigo?
10 Podemos notar, também, que o apóstolo adverte em 1 Coríntios 5:11 contra a convivência com alguém que “for” fornicador ou praticante de outra espécie de transgressão séria. Mas o que se dá no caso de alguém que foi desassociado por ser tal espécie de pessoa, mas que depois, quer logo cedo, quer mais tarde, apresenta evidência constante de ter descontinuado tal prática errada, parando com ela? Pode-se dizer que ele ou ela ainda ‘é’ fornicador ou outro tipo de transgressor assim, que fez com que ele ou ela fosse como que “fermento” para com a congregação?
11 Por exemplo, um jovem desassociado por fornicação poderá depois casar-se, constituir família e levar uma vida respeitável. Ou alguém desassociado por embriaguez poderá abandonar tal prática, e se é que bebe, talvez o faça apenas em moderação. Por tais mudanças, estas pessoas poderão então recuperar o respeito da comunidade. Estes talvez ainda não tenham chegado e procurado formalmente a readmissão da congregação. Não há, porém, uma diferença evidente entre estes e os outros que continuam na sua transgressão, que causou sua desassociação? Os que renunciam à prática errada ainda poderão mostrar certo apreço da verdade cristã, talvez até mesmo defendendo a verdadeira congregação cristã quando alguém fala mal dela. Não se deve dar a devida consideração a tais circunstâncias e não devem afetar nossa atitude, como congregação, para com tais?
12 Certamente, se o filho pródigo da parábola tivesse voltado embriagado para casa, talvez arrastando consigo uma de suas companheiras meretrícias, a reação do pai não teria sido a mesma. Mas o pai teve motivos para crer que o filho se chegava com a motivação correta, e, em vez de suspeitar o pior, o pai esperava o melhor e foi ao encontro de seu filho errante.
13. (a) Que evidência de arrependimento ultrapassa a das palavras, conforme mostram as declarações de João Batista e do apóstolo Paulo? (b) Como se aplica então este princípio no caso dum desassociado?
13 Nós também queremos hoje reconhecer que a melhor das evidências do arrependimento não são apenas palavras, formalmente declaradas, mas sim ações. (Veja 1 João 3:18.) Assim, quando alguns se chegaram a João Batista, (que batizava as pessoas em símbolo de arrependimento para o perdão de pecados), João não encarou sua ação formal como o fator mais importante ou como tudo o necessário. Antes, disse-lhes que fossem e ‘produzissem frutos próprios de arrependimento’, citando-lhes exemplos de tais frutos ou boas obras, tais como ter generosidade misericordiosa, abandonar a fraude e a extorsão, abster-se da hostilização de outros ou do falso testemunho contra eles. (Mat. 3:7, 8; Luc. 3:7-14) O apóstolo Paulo exortou similarmente as pessoas a que “se arrependessem e se voltassem para Deus por fazerem obras próprias de arrependimento”. (Atos 26:20) Assim, quando um desassociado abandona a prática errada que fez com que a congregação o removesse qual “fermento”, esta mudança pode ser considerada pelo menos como algum indício de que ele dá ‘meia-volta’ e se arrepende de seu proceder anterior. — Atos 3:19.
14. De que outro modo poderá o desassociado manifestar ‘frutos próprios de arrependimento’, e em que circunstância poderá um ancião achar bom dirigir-se a tal?
14 O desassociado poderá também fornecer evidência de ‘frutos próprios de arrependimento’ por freqüentar as reuniões cristãs acessíveis ao público. Novamente, se ele ou ela viesse ali para argumentar a favor dum proceder errado ou para justificá-lo e tentar convencer outros do conceito antibíblicos, então se enquadraria na descrição de 2 João 7-11. Mas quando não há tal tentativa, não estaria em desacordo com o conselho bíblico se o ancião se chegasse a tal (talvez ao observar a presença dele ou dela nas reuniões por várias vezes) e lhe dirigisse palavras de exortação, visando produzir uma cura espiritual e o pleno restabelecimento como membro aprovado da congregação. — Tia. 5:19, 20.
15. Quando um desassociado tiver sério impedimento para pôr em prática seu desejo de freqüentar às reuniões, o que se poderá fazer corretamente?
15 Em alguns casos, o desassociado talvez tenha um impedimento real para chegar a tais reuniões cristãs, embora tenha o desejo de fazê-lo. O lugar de reunião talvez esteja muito distante e não seja servido por transportes públicos. Ou talvez outras circunstâncias pessoais ou físicas possam ser um obstáculo sério a ir às reuniões. Num caso, uma senhora que havia sido desassociada gastou oito dólares de taxi para chegar a uma reunião. Ela informou os anciãos que queria assistir, mas não podia financeiramente continuar a arcar com tal despesa. Até mesmo demonstrou a genuinidade de seu desejo, certo domingo, por andar a pé toda esta distância. Se os membros da congregação vissem alguém assim ir tal distância até o lugar de reunião e tivessem lugar no carro para dar carona, não seria humanitário ajudar a tal pessoa?
16. Por que é preciso ter cautela em tais arranjos, e, por isso, o conselho de quem se deve procurar sabiamente?
16 Naturalmente, onde não houver evidência de “frutos próprios de arrependimento” e se souber que a pessoa ainda continua num proceder imoral, isto mudaria a situação, visto que prover condução ou outra ajuda regular, similar, a tal pessoa seria causa de vitupério para a congregação na comunidade. Por este motivo, quando os membros da congregação souberem de alguém desassociado e que aparentemente necessita e deseja ajuda para poder freqüentar as reuniões, fariam bem em procurar o conselho dos anciãos da congregação, antes de providenciarem isso eles mesmos. — 1 Ped. 2:12; 3:16.
DENTRO DO CÍRCULO FAMILIAR
17. Que obrigações e relações bíblicas permanecem em vigor dentro do círculo familiar, apesar de desassociação?
17 Visto que as relações consangüíneas e maritais não são dissolvidas pela desassociação congregacional, a situação dentro do círculo familiar exige consideração especial. A mulher cujo marido foi desassociado não está livre do requisito bíblico de respeitar a chefia marital dele sobre ela; apenas a morte ou o divórcio bíblico, separando-se do marido, resulta em tal livramento. (Rom. 7:1-3; Mar. 10:11, 12) Tampouco o marido fica desobrigado de amar sua esposa como “uma só carne” com ele, embora ela possa ter sido desassociada. (Mat. 19:5, 6; Efé. 5:28-31) De modo similar, os pais continuam sob a injunção de ‘prosseguir criando os filhos na disciplina e na regulação mental de Jeová’, embora o filho ou a filha batizados, ainda menores, tenham sido desassociados. (Efé. 6:4, ed. ingl. 1971) E os filhos e as filhas, de qualquer idade, continuem sob a obrigação de ‘honrar pai e mãe’, embora um ou ambos possam ter sido desassociados. (Mat. 15:4; Efé. 6:2) Isto não é difícil de entender, quando consideramos que, segundo as Escrituras, os cristãos devem mostrar a devida honra até mesmo às autoridades políticas deste mundo. — Rom. 13:1, 7.
18. Como podem os pais cumprir com sua obrigação de criar os filhos na disciplina e regulação mental de Jeová e ainda respeitar a ação de desassociação por parte da congregação?
18 Os membros da família podem desincumbir-se destas obrigações bíblicas e ainda assim não estar em desacordo com a desassociação congregacional de um dos do seu círculo familiar. Fazem isso por não manterem companheirismo espiritual com este. Mas então, como podem os pais desincumbir-se da obrigação de disciplinar seus filhos em harmonia com a Palavra de Deus, quando um de seus filhos foi desassociado? Ainda podem usar a Palavra de Deus ou outras publicações que consideram a Bíblia na educação do filho, ou da filha, mas as usam de modo corretivo, não como que passando ‘agradáveis momentos’ espirituais com tal, assim como fariam com outros filhos. Como isto deve ser manejado, cabe aos pais decidir. Isto não significa ser rude, mas eles não concedem a tal filho, ou filha, desassociado a mesma relação espiritual, aprovada, que concedem aos outros. O filho, ou a filha, desassociado deve ser estimulado a freqüentar o estudo familiar da Bíblia, para receber a “regulação mental de Jeová”.
19. Como pode o cristão ou a cristã casado contribuir para a readmissão de seu cônjuge sem estar em desacordo com a ação de desassociação por parte da congregação?
19 Do mesmo modo, quando o cônjuge de alguém é desassociado, o outro cônjuge, sendo “uma só carne” com este, poderá de direito fazer o que ele, ou ela, possa para levar tal ao arrependimento e à readmissão na congregação. Refrear-se do companheirismo espiritual não excluiria o uso da Bíblia ou de publicações que explicam a Bíblia, pois, conforme já vimos, companheirismo significa reciprocidade de sentimentos e conceitos, igualdade camaradesca. Se o cônjuge em boa situação usar a Palavra de Deus ou publicações baseadas nela apenas como meio restaurador e corretivo, isto não seria tal companheirismo. Assim, o marido que planeja fazer leitura de matéria bíblica poderá animar a esposa desassociada a escutar a sua leitura. Ou a esposa, cujo marido foi desassociado, poderá perguntar-lhe se gostaria de escutar enquanto ela fizesse tal leitura. Naturalmente, esta leitura poderá resultar numa palestra. Neste caso, mantém-se a abstenção do companheirismo de modo espiritual por cuidar de que não haja participação em sentimentos ou atitudes erradas manifestadas pelo desassociado, nem disposição de aceitar a tolerância da ação errada, que levou à desassociação dele ou dela. (Veja o livro Organização Para Pregar o Reino e Fazer Discípulos, página 172.)
20. (a) Seria necessário remover dum cargo de responsabilidade congregacional o pai que permitisse que o filho ou a filha desassociado voltasse para casa? O que está envolvido nisso? (b) O que poria em dúvida ser aconselhável sua continuação em tal cargo de responsabilidade?
20 Em alguns casos, o filho ou a filha menores talvez sejam desassociados por algum proceder imoral e abandonem o lar. Mais tarde, tal pessoa poderá reconsiderar isso e pedir permissão de voltar para casa. A concessão disso cabe aos progenitores decidir, especialmente ao pai. Quando o filho ou a filha expressarem a disposição de respeitar a chefia parental, o pai talvez decida permitir tal retorno e use isso como meio para conseguir a possível reabilitação do filho ou da filha. Se o pai for ancião ou servo ministerial, isto não necessariamente exija que seja removido do cargo, enquanto ainda gozar do respeito da congregação. Naturalmente, se o filho ou a filha quiserem voltar e ainda continuar na prática imoral que levou à desassociação, dificilmente o pai cuidaria bem dos interesses espirituais de sua família, se permitisse tal proceder de contaminação espiritual a retornar ao círculo familiar. Isto corretamente lançaria dúvida sobre suas qualificações para qualquer cargo de responsabilidade na congregação. — 1 Tim. 3:4, 5, 12.
21. Quem precisa corretamente decidir até onde vai a associação com parentes desassociados que não moram no mesmo lar? Quando somente se envolveriam os anciãos congregacionais?
21 Quanto a membros desassociados da família (não filhos ou filhas menores), que moram fora do lar, cada família terá de decidir até que ponto mantenham associação com tais. Não é algo que os anciãos congregacionais podem decidir por eles. O que interessa aos anciãos é que o “fermento” não seja novamente introduzido na congregação pelo companheirismo espiritual com os que foram removidos por serem tal “fermento”. Assim, quando um progenitor desassociado visitar o filho ou a filha, ou for ver os netos, e se lhe permitir entrar no lar cristão, não é isto de interesse para os anciãos. Tal pessoa tem o direito natural de visitar seus parentes consangüíneos e a sua prole. De modo similar, quando filhos ou filhas honram um progenitor, embora desassociado, por visitá-lo para ver como está passando ou quais as necessidades que possa ter, este ato em si mesmo não é companheirismo espiritual.
22. Além dos filhos desassociados, por que talvez possam outros membros desassociados da família ser aceitos como moradores no lar cristão, e a quem cabe tal decisão?
22 Em alguns casos, quando o progenitor desassociado é idoso ou não goza de boa saúde e precisa de cuidados, o filho ou a filha talvez achem aconselhável trazer tal progenitor ao lar, para cumprirem corretamente com as obrigações filiais. Do mesmo modo, também, os pais cristãos dum filho ou duma filha desassociado, que não é mais menor, talvez decidam aceitar a tal de volta no lar, por ter um grave problema de saúde ou ter sido incapacitado num acidente, ou estar financeiramente destituído. Estas são decisões humanitárias que a família cristã precisa fazer, e não se requer que os anciãos congregacionais intervenham quando não houver evidência válida da reintrodução duma influência corrompedora na congregação.
23. Em que circunstâncias seria correto negar até mesmo aos membros da família a entrada no lar cristão?
23 No entanto, mesmo quando se trata de parentes, quando o desassociado usar seus vínculos familiares como meio para se entregar a uma atividade tal como a descrita em 2 João 7-11, seus parentes cristãos negarão corretamente a tal a entrada no seu lar, informando o desassociado que não está bem-vindo, visto que a visita tem o objetivo de promover crenças ou conduta errada. — Judas 3, 4; veja Deuteronômio 13:6-8.
24. Não estando envolvidas relações carnais, de quem devem os membros da congregação esperar corretamente que tomem a dianteira na possível readmissão dos desassociados?
24 Quando não está envolvida uma relação carnal, os membros da congregação farão bem em reconhecer que é melhor que os anciãos, como pastores do rebanho, assumam a responsabilidade primária de exortar ou fazer empenho em prol da reabilitação dos desassociados que, embora em certo sentido ‘ainda estejam longe’, iguais ao filho pródigo, não obstante, dão evidência de que desejam adotar o proceder certo. Em alguns casos, os anciãos talvez achem que certas pessoas poderiam ajudar na reabilitação dum desassociado, talvez por terem sido os primeiros a ajudá-lo a obter conhecimento da verdade bíblica.
PROVEITO DO CONCEITO EQUILIBRADO
25. (a) O que nos habilitará a manter o conceito equilibrado para com os desassociados? (b) Como se entrega alguém a Satanás para a destruição da carne a fim de que o espírito seja salvo’, conforme diz 1 Coríntios 5:5?
25 Por nos apegarmos às Escrituras, nem menosprezando o que elas dizem, nem ler nelas coisas que não dizem, seremos habilitados a manter um conceito equilibrado para com os desassociados. Sempre nos lembraremos do motivo da desassociação, de manter a congregação pura e aprovada por Deus, livre de influência corrompedora. Tal “fermento” ‘levedaria’ espiritualmente a “massa” inteira, a congregação. De modo que a congregação, com efeito, ‘destrói’ esta pecaminosa influência carnal, eliminando-a de seu meio por expulsar o transgressor impenitente para o mundo dominado por Satanás, fazendo isso para preservar, salvar, o “espírito”, o conceito predominante, sentimento e motivação da congregação. — 1 Cor. 5:5.
26. (a) O que serão habilitados a refletir os membros da congregação pelo conceito equilibrado e que efeito bem proveitoso e animador pode isso ter sobre os desejosos de serem readmitidos na congregação? (b) O que poderão os anciãos agora achar aconselhável fazer no caso de certos desassociados que moram no território servido pela congregação?
26 Ao mesmo tempo, o conceito equilibrado fará com que continuemos a refletir harmoniosamente as qualidades divinas de nosso Pai celestial, que é tanto justo como misericordioso. Os que talvez tenham sido desassociados e cujo coração sinceramente os induz a querer retornar, portanto, não terão motivo para hesitar ou duvidar quanto ao modo em que serão acolhidos seus esforços de retornar. Não temerão ser repelidos em frieza e indiferença. Reconhecerão que sua situação não é irremediável e que os anciãos da congregação lhes mostrarão prestimosamente o que terão de fazer para recuperar uma posição aprovada na congregação do povo de Deus e para usufruir plenamente todos os seus benefícios. Quando os anciãos tiverem motivo real para crer que alguns desassociados no território servido pela congregação desconheçam tais provisões, poderão achar aconselhável comunicar-lhes esta informação.
27. (a) O que é essencial para alguém ser readmitido numa condição aprovada na congregação? (b) Por que devem os desejosos de serem readmitidos ser induzidos a mostrar esta qualidade e dar os passos necessários para a alegria de toda a família de Deus no céu e na terra?
27 É verdade que, recuperar a condição aprovada na congregação, exigirá genuína evidência de humildade da parte do desassociado. (Isa. 57:15; Tia. 4:8-10) Mas a própria vida está em jogo, e, visto que o “tempo aceitável” da boa vontade e tolerância de Deus já ficou agora tão curto, eles certamente não desejarão que o orgulho lhes impeça voltarem ao seu Pai celestial e procurarem novamente uma situação boa perante ele e a plena associação com seus filhos espirituais ou prospectivos filhos na sua relação familiar feliz. (2 Cor. 6:1, 2) Antes, serão gratos a Deus por ter feito tais provisões misericordiosas para o perdão e a readmissão, reconhecendo que ‘esta qualidade benévola de Deus está tentando levá-los ao arrependimento’. — Rom. 2:4.