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O julgamento simulado de cristãos — a vergonha de PortugalA Sentinela — 1966 | 1.° de dezembro
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detestam a perseguição das minorias religiosas, e desejam registrar seu protesto. Se for uma pessoa assim, instamos a que escreva às autoridades portuguesas a respeito deste assunto, e deixe que conheçam seus sentimentos.
Dirija seu protesto ao Primeiro Ministro:
Exmo. Sr.
Prof. Doutor António de Oliveira Salazar
Rua da Imprensa, 8
LISBOA, Portugal
Também ao Presidente da República:
Exmo. Sr.
Contra-Almirante Américo Deus Rodrigues Tomás
Rua Almirante António Saldanha, lote 402
LISBOA, Portugal
Também ao Ministro do Interior:
Exmo. Sr.
Dr. Alfredo Rodrigues dos Santos Júnior
Rua General Sinel de Cordes, 11-2
LISBOA 1, Portugal
Também ao Ministro da Justiça:
Exmo. Sr.
Prof. Doutor João de Matos Antunes Varela
Avenida António Augusto Agular, 27-4
Dt. LISBOA 1, Portugal
Também ao Ministro dos Negócios Estrangeiros:
Exmo. Sr.
Dr. Alberto Marciano Gorjão Franco Nogueira
Largo do Rilvas Palácio das Necessidades
LISBOA, Portugal
Também ao Ministro de Estado:
Exmo. Sr.
Dr. António Jorge Martins da Mota Veiga
Rua Castilho, 71-4
Dt. LISBOA 2, Portugal
Também ao Diretor da Policia Internacional e de Defesa do Estado:
Exmo. Sr.
Fernando Eduardo da Silva Pais
Rua António Maria Cardoso, 8
LISBOA 2, Portugal
Também ao embaixador e aos cônsules de Portugal no seu país.
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Perguntas dos LeitoresA Sentinela — 1966 | 1.° de dezembro
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Perguntas dos Leitores
● Seria correto usar as expressões “outras ovelhas” (João 10:16) e “grande multidão” (Rev. 7:9) alternadamente em todas as ocasiões? — G. S.
Não, isto não seria biblicamente apropriado. Todos os que compõem a “grande multidão” de Revelação 7:9 são das “outras ovelhas”, mas nem todos dentre as “outras ovelhas” de João 10:16 constituem parte da “grande multidão”. Estes termos não são inteiramente sinônimos.
Todas as pessoas que têm a aprovação de Deus podem ser biblicamente consideradas como ovelhas. E disse Jesus Cristo: “Entrego a minha alma em beneficio das ovelhas.” (João 10:15) Ao passo que há um “pequeno rebanho” de 144.000 “ovelhas” com a perspectiva de ressurreição para a vida celeste, muitas outras pessoas semelhantes a ovelhas têm a perspectiva de vida na terra, na nova ordem prometida por Deus. (Luc. 12:32; Rev. 14:1-4; Sal. 37:11, 29) Todas as pessoas que têm esperanças e possibilidades terrestres são mencionadas como as “outras ovelhas” em João 10:16, para diferençá-las daquelas “ovelhas” que recebem a vida celeste. As “outras ovelhas” terrestres incluirão homens fiéis da antiguidade, como Abraão, Davi e Daniel. (Heb. 11:8-19, 32-35; Dan. 12:13) Muitas outras pessoas, ressuscitadas durante o reinado milenar de Cristo, mostrar-se-ão obedientes a Deus e, assim, mostrarão que também são das “outras ovelhas” do Pastor Excelente. Este termo também se aplica à “grande multidão” de pessoas de disposição justa que passará com vida o fim destrutivo deste sistema de coisas e a quaisquer de sua descendência justa durante o reinado milenar de Cristo.
Assim, “outras ovelhas” é expressão ampla. No entanto, a “grande multidão” constitui apenas uma parte da classe das “outras ovelhas”. Revelação 7:9, 14 nos diz: “Depois destas coisas eu vi, e eis uma grande multidão, que nenhum homem podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, trajados de compridas vestes brancas; e havia palmas nas suas mãos. . . . ‘Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro.’” Deve ser notado que os da “grande multidão”, que é diferençada dos 144.000 do Israel espiritual, “saem da grande tribulação” que marca os “últimos dias”. (Mat. 24:20, 21) A “grande multidão” de Revelação 7:9 não saiu antes de chegar ‘o tempo do fim’.
Por isso, a expressão “outras ovelhas” abrange todas as pessoas de disposição justa com perspectivas terrestres e abrange a “grande multidão”. A “grande multidão”, contudo, compõe-se apenas das pessoas semelhantes a ovelhas que têm esperanças terrestres e que se associaram com a organização terrestre de Jeová Deus durante o tempo assinalado pela “grande tribulação” que acompanha estes últimos dias.
● Diz-se que no tabernáculo de Israel e, posteriormente, no templo que Salomão construiu, havia a Shekinah. O que era isso? — A. G., EUA.
A palavra hebraica Shekinah significa “aquilo que habita” ou “a habitação”. Embora este termo não seja usado na Bíblia, acha-se no Targumim ou Targuns, as paráfrases aramaicas das Escrituras Hebraicas. Shekinah é usada nos Targuns em trechos bíblicos tais como os relacionados à habitação de Deus, ou a estar ele no tabernáculo ou morando entre seu povo escolhido. (Ex.: Êxo. 25:8; 29:45, 46; Núm. 5:3; 35:34) Nos Targuns, a palavra hebraica “habitar” ou “residir [temporàriamente, como num tabernáculo]” é traduzida “que descanse a Shekinah”. — Veja-se o Targum de Isaías 48:11; 63:17; 64:3, 6.
A Shekinah estava em evidência no Santíssimo tanto do tabernáculo como no templo de Salomão. Em seu compartimento mais intimo se achava a arca sagrada do pacto, ou testemunho, com dois querubins de ouro esculpidos para sua tampa ou cobertura. Fazendo referência a esta Arca, Deus disse a Moisés: “Colocarás a tampa sobre a arca e porás dentro da arca o testemunho que te darei. Ali virei ter contigo, e é de cima da tampa, do meio dos querubins que estão sobre a arca da aliança, que te darei todas as minhas ordens para os Israelitas.” (Êxo. 25:21, 22, CBC) Mas, como é que Jeová se poderia apresentar ali a Moisés? Um modo apropriado seria por meio duma luz miraculosa. Também, o sumo sacerdote precisaria de luz enquanto estivesse no Santíssimo, no dia de expiação. — Lev. 16:11-16.
A Shekinah no tabernáculo e no templo de Salomão era tal luz ou brilho sobrenatural. Brilhava entre os dois querubins de ouro sobre a tampa de Arca. Não se pode determinar com exatidão a que altura ela se estendia acima dos querubins ou que tinha a sua fonte. No entanto, a luz Shekinah era a única fonte de iluminação no Santíssimo.
Qual é, então, o significado da luz Shekinah? Este fulgor do Santíssimo significava ou representava a presença de Deus. Naturalmente que Jeová mesmo não se poderia limitar a qualquer tabernáculo ou templo literal. (2 Crô. 6:18; Atos 17:24) Mas, esta luz maravilhosa era indicação para os israelitas de que o favor de Jeová os acompanhava.
Segundo a Mishnah judaica, a luz Shekinah no Santíssimo era uma das coisas que faltavam no templo construído sob a supervisão do Governador Zorobabel. — Yoma. 21, 2.
● Procurar adivinhações é condenado na Bíblia. (Deu. 18:10) Como, então, podemos explicar Gênesis 44:5, que indica que José, que tinha o favor de Deus, possuía um cálice por meio do qual fazia adivinhações? — A. J., Rep. do Congo.
José era o administrador de alimentos do Egito, alta autoridade dum país pagão. Por causa duma severa fome, seus irmãos vieram desde Canaã para obter suprimentos alimentícios no Egito. (Gên. 42:1-7) Anos antes, venderam José para ser escravo. Então, embora não o imaginassem, pediam alimento a seu próprio irmão. José ainda não resolvera revelar-se a eles. Antes, estava determinado a experimentá-los. Gênesis 44:5 deveria ser considerado com isto em mente.
Evidentemente, José procedia segundo certo projeto, representando a si mesmo, não como seu irmão que tinha fé em Jeová Deus, mas como administrador dum pais pagão. Em linha com seu propósito, José ordenou ao homem que cuidava de sua casa que enchesse suas sacolas de alimento, colocasse o dinheiro de cada um na boca da sacola e pusesse o cálice de prata de José na boca da sacola do caçula. (Gên. 44:1, 2) Os irmãos de José não tinham ido longe quando ele disse a seu servo: “Levanta-te e persegue estes homens, e, quando os tiveres alcançado, dir-lhes-á: ‘Por que pagastes o bem com o mal? (A taça que roubastes) é aquela em que bebe o meu senhor e da qual se serve para suas adivinhações. Fizestes muito mal.’” (Gên. 44:3-5, CBC) José, agindo de modo coerente com o que procurava conseguir, disse ao homem encarregado de sua casa o que este deveria falar. Fez que ele descrevesse o cálice como “a taça . . . em que bebe o meu senhor e da qual se serve para suas adivinhações”, possivelmente visando mostrar o grande valor deste cálice e assim destacar a seriedade do evento.
Quando José confrontou seus irmãos, continuou com este subterfúgio, perguntando-lhes: “Não sabeis que sou um homem dotado da faculdade de adivinhar?” (Gên. 44:15, CBC) Mais tarde, não mais se podendo controlar, José revelou sua verdadeira identidade. — Gên. 45:1-15.
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