O único templo verdadeiro em que adorar
“E abriu-se o santuário do templo de Deus, que está no céu, e viu-se a arca do seu pacto no santuário do seu templo.” — Rev. 11:19.
1. Que espécie de cobertura recebem hoje os assuntos terrestres do mundo?
AS NOTÍCIAS atuais vêm de todos os quadrantes do globo em tal quantidade, que nós, pessoas comuns, nem nos podemos manter em dia com elas. A variedade é tanta, que ficamos perplexos. Os assuntos terrestres do mundo recebem uma cobertura bastante ampla por parte de todos os canais de notícias, tais como revistas, jornais, telégrafo, telefone, rádio e televisão.
2. Que notícia de séria consideração tem sido constantemente desconsiderada pelos meios modernos de comunicação?
2 Entretanto, há uma notícia de máxima importância que está sendo regularmente desconsiderada por todos estes canais de comunicação. Esta notícia merece a nossa mais detida atenção. Ocupa seu lugar na seqüência dos acontecimentos que passa diante da humanidade nesta era de guerras internacionais e de mudanças nos governos políticos, desde o ano noticioso de 1914 desta nossa Era Comum. Esta notícia excecional foi programada de antemão para o período de nosso século vinte da história humana. Ela foi predita e descrita para nós há quase dezenove séculos atrás, numa história inspirada, escrita de antemão, quer dizer, em profecia divina. Ao lermos agora esta reportagem profética, podemos ver a relação entre esta notícia e o que está acontecendo nos assuntos do mundo.
3. Donde tiramos esta notícia, e o que diz ela?
3 Tiramos esta notícia do último livro da Bíblia Sagrada, chamado Revelação ou Apocalipse, capítulo onze, versículos quinze a dezenove. Ela reza: “E o sétimo anjo tocou a sua trombeta. E houve vozes altas no céu, dizendo: ‘O reino do mundo tornou-se o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.’ E as vinte e quatro pessoas mais maduras [anciãos], sentadas nos seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre os seus rostos e adoraram a Deus, dizendo: ‘Agradecemos-te, Jeová Deus, o Todo-poderoso, aquele que é e que era, porque assumiste o teu grande poder e começaste a reinar. Mas as nações ficaram furiosas, e veio teu próprio furor e o tempo designado para os mortos serem julgados, e para dar a recompensa aos teus escravos, os profetas, e aos santos e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e para arruinar os que arruínam a terra.’ E abriu-se o santuário do templo de Deus, que está no céu, e viu-se a arca do seu pacto no santuário do seu templo. E houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e um terremoto, e grande saraivada.”
4. (a) Ao se comentar esta notícia, que se precisa dizer a respeito da regência do mundo pelo Reino? (b) O que representa a presença da “arca do seu pacto” no santuário do templo?
4 Pois bem, que comentário merece esta notícia profética hoje cm dia, O seguinte: Não obstante a luta, desde o ano de 1914, entre o bloco democrático de nações e o bloco ditatorial de nações, pela dominação do mundo da humanidade, foi o Deus sempre-vivo Jeová, o Todo-poderoso, que assumiu o seu grande poder e começou a reinar desde aquele ano de 1914. Naquele ano, “o reino do mundo tornou-se o reino de nosso Senhor [Deus] e do seu Cristo”, quer dizer, de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Jeová Deus, o Todo-poderoso, como atual Dono do “reino do mundo”, veio ao santuário de seu templo. A sua presença neste lugar santo é simbolizada pelo receptáculo sagrado chamado “arca do seu pacto”. O observador, o apóstolo cristão João, não nos descreve o tamanho e o formato desta “arca”; mas ela representa a presença do Senhor Deus, a quem não podemos ver nem descrever plenamente em linguagem humana. Esta “arca” simbólica é a arca do “novo pacto” de Deus com os homens, que já vigora desde o ano 33 E. C.
5. Em sentido histórico, o que é um templo, e em que templo precisarão todas as nações adorar, a fim de obter a vida eterna?
5 Os registros da história mostram que um templo é um edifício ou lugar dedicado ao serviço e à adoração duma deidade ou de deidades. No caso da simbólica “arca do seu pacto”, o santuário do templo é o de Jeová Deus, o Todo-poderoso. É a este templo divino que todas as nações ainda terão de ir para adorar em união, mesmo que seja necessário trazer os povos das nações de volta dos mortos, pela prometida ressurreição dos justos e dos injustos. (Rev. 11:18; Atos 24:15) Esta é a única maneira pela qual os povos de todas as nações podem obter vida infindável na nossa terra, a qual será devidamente transformada num paraíso global. Todos terão de reconhecer, adorar e servir o Detentor divino do “reino do mundo”, que reinará no seu santuário do templo, para todo o sempre. — Rev. 11:15.
6, 7. Que pergunta surge quanto a adoração neste templo por parte dos habitantes do Paraíso, e o que disse Salomão sobre Deus morar no edifício dum templo?
6 Significa esta adoração, realizada numa terra paradísica, que os povos das nações não irão para o céu? Se não forem para lá, como poderão ir ao templo de Deus, visto que Revelação 11:19 fala dele como sendo “o santuário do templo de Deus, que está no céu”? Esta pergunta é apropriada agora, mas ocorre porque pensamos no santuário do templo de Deus como sendo um edifício ou prédio lá nos céus invisíveis, com paredes e porta? Ora, vamos então recordar o que foi dito por um notável construtor dum templo, do século onze antes de nossa Era Comum, quando inaugurou aquele templo. Trata-se do sábio Rei Salomão, que construiu o primeiro templo de sua espécie no monte Moriá, de Jerusalém. Dirigindo-se a Deus, Salomão disse:
7 “Porém, morará Deus verdadeiramente na terra? Eis que os próprios céus, sim, o céu dos céus, não te podem conter; quanto menos, então, esta casa que construí!” — 1 Reis 8:27.
8. Onde se encontrava a “arca do pacto”, o que representava ela, e, por isso, o que representava o Santíssimo do templo?
8 A sala mais recôndita do santuário do templo construído pelo Rei Salomão chamava-se Santíssimo, e era um cubo perfeito de vinte côvados de cada lado. Certamente, era bastante grande para conter a “arca do pacto de Jeová”, terrena e material, arca que continha as duas tábuas de pedra nas quais o dedo de Deus escrevera os Dez Mandamentos. (1 Reis 6:19, 20; 8:6-9; Êxo. 34:1, 27, 28; 40:20) Mas aquela sala mais recôndita, ou o Santíssimo do templo, dificilmente era bastante grande para conter a presença pessoal de Jeová Deus, o Criador do céu e da terra. A arca do pacto era o objeto sagrado em direção do qual o sumo sacerdote de Deus aspergia o sangue dos sacrifícios expiatórios de pecados, no Dia anual da Expiação. A arca representava assim o trono de Jeová nos céus. Em harmonia com isso, o Santíssimo do templo, onde estava a arca, representava aquela parte dos céus ilimitados em que Deus tem a sua residência sagrada. Este lugar é bastante grande para contê-lo.
A “TENDA” OU O “TABERNÁCULO”
9. O modelo de que construção seguia o templo de Salomão, e quem entrava nos compartimentos desta construção?
9 O santuário do templo construído pelo Rei Salomão seguia o modelo da tenda sagrada ou do tabernáculo que o profeta Moisés construíra no ermo do monte Sinai, na Arábia. Aquela tenda tinha dois compartimentos, separados entre si por uma cortina interna. O primeiro compartimento, no qual os sacerdotes entravam por passar pela cortina externa, para o lado do pátio, chamava-se Santo. O compartimento mais recôndito, no qual o sumo sacerdote entrava passando pela cortina interna, chamava-se Santíssimo. Quando o sumo sacerdote entrava no Santíssimo, levava consigo um incensário ou turíbulo, para encher o Santíssimo de fumaça de incenso. Fazia-se isso em preparação do ambiente para o sumo sacerdote aspergir o sangue dos sacrifícios do Dia da Expiação em direção à arca dourada do pacto. Isto foi descrito pelo apóstolo cristão Paulo, em Hebreus 9:2-10:
10. Segundo Hebreus 9:2-10, o que continham estes compartimentos, quem entrava nos compartimentos e quando?
10 “Porque se construiu um primeiro compartimento de tenda, em que havia o candelabro, e também a mesa e a exposição de pães; e este é chamado de ‘Lugar Santo’. Mas, atrás da segunda cortina havia o compartimento de tenda chamado de ‘Santíssimo’. Este continha um incensário de ouro e a arca do pacto, toda recoberta de ouro, na qual havia o jarro de ouro com o maná e a vara de Arão [o Sumo Sacerdote], que brotara, e as tábuas do pacto; mas, por cima dela havia os querubins gloriosos encobrindo a tampa propiciatória. Agora, porém, não é ocasião para se falar destas coisas em pormenores. Depois de se terem construído essas coisas deste modo, os sacerdotes entram sempre no primeiro compartimento de tenda para realizar os serviços sagrados; mas, no segundo compartimento, só o sumo sacerdote entra, uma vez por ano, não sem sangue, que ele oferece por si mesmo e pelos pecados de ignorância do povo. O espírito santo esclarece assim que o caminho para o lugar santo ainda não fora manifestado enquanto a primeira tenda estava de pé. Esta mesma tenda é uma ilustração para o tempo designado que agora chegou, . . . o tempo designado para se endireitar as coisas.”
11. Foi aquela “tenda” uma ilustração de algo no passado ou de algo no futuro?
11 Notemos que o escritor diz que a tenda sagrada construída pelo profeta Moisés foi “uma ilustração para o tempo designado que agora chegou”. O ‘tempo que agora chegou’, no caso do escritor, foi por volta do ano 61 E. C. ou nove anos antes de o templo em Jerusalém ser destruído pelos exércitos romanos no ano 70 E. C. Foi também vinte e oito anos depois da morte e da ressurreição de Jesus Cristo, e da sua ascensão ao céu. De modo que aquela tenda construída por Moisés foi uma “ilustração” de algo futuro, não de algo antes dos dias do profeta Moisés. Nos dias do Sumo Sacerdote Eli, esta “tenda” ilustrativa veio a ser chamada de “templo”. (1 Sam. 1:9; 3:3; veja também 2 Samuel 22:7; Salmos 18:6; 27:4.) De modo que a tenda ou o templo construído por Moisés não era ilustração dum templo existente antes do tempo de Moisés.
12. Haviam testemunhas fiéis de Jeová, antes de Moisés, construído templos na terra, e possuía o próprio Jeová um templo no céu, naquele tempo?
12 Quando olhamos para trás, para o tempo anterior a Moisés, não encontramos nenhum registro dum templo construído na terra por algum adorador fiel de Jeová Deus, nem mesmo pelo homem Melquisedeque, que era “rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo”. (Heb. 7:1; Gên. 14:18-20) Embora testemunhas fiéis de Jeová Deus, tais como Abel, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e Jó oferecessem sacrifícios a Deus, não Lhe construíram nenhum templo. Ora, possuía então Jeová Deus um templo no céu, embora não tivesse nenhum templo material na terra? Não! Quer dizer, não um templo como o ilustrado pela tenda construída por Moisés e pelo templo construído pelo Rei Salomão.
13. Por que não havia necessidade dum templo no fim do sexto dia da atividade criativa de Deus, e como se deve entender as referências ao templo de Jeová nos escritos proféticos?
13 Por certo, quando Jeová Deus criou Adão e Eva em perfeição humana, no jardim do Éden, não havia necessidade de tal templo no céu. Por que não? Porque naquele tempo, depois da criação do homem e da mulher perfeitos, no fim do sexto dia criativo, quando “Deus viu tudo o que tinha feito, e eis que era muito bom”, não havia pecado em toda a criação, nem no céu, nem na terra. Não havia necessidade de Deus ter um sumo sacerdote para ofertar sacrifícios expiatórios de pecados, nem havia necessidade dum altar, no pátio dum templo, para se oferecer um sacrifício pelo pecado. (Gên. 1:26-31; 2:7-24) As referências a um templo como as encontradas, por exemplo, em Salmo 11:4, Miquéias 1:2 e Habacuque 2:20 foram proféticas e foram escritas depois de Moisés ter construído a tenda-templo ou de Salomão ter construído o templo em Jerusalém. Estes ilustravam ou tipificavam um templo espiritual que ainda viria a existir.
14. Por que perguntamos se o templo real de Jeová veio à existência no dia de Pentecostes do ano 33 E. C.?
14 Portanto, quando veio a existir o templo real ilustrado pela tenda construída por Moisés e pelo templo construído por Salomão? Foi no dia festivo de Pentecostes, no ano 33 E. C., quando se fundou a congregação ou igreja cristã? Fazemos esta pergunta porque o apóstolo Paulo escreveu à congregação cristã dos seus dias e disse: “Não sabeis que vós sois templo de Deus e que o espírito de Deus mora em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; pois o templo de Deus é santo, templo esse que sois vós.” (1 Cor. 3:16, 17) Em vista destas palavras, poderia raciocinar-se que a tenda construída por Moisés e os templos construídos em Jerusalém pelo Rei Salomão, pelo Governador Zorobabel e pelo Rei Herodes, o Grande, representavam ou tipificavam a congregação cristã como templo figurativo. Mas é isto verdade? Como responde o próprio Paulo a esta pergunta?
15. O que diz Hebreus 9:11, 12 sobre Jesus Cristo como sumo sacerdote?
15 Voltemos, pois, a Hebreus, capítulo nove, onde paramos, e prossigamos com a leitura das seguintes palavras explanatórias de Paulo: “No entanto, quando Cristo veio como sumo sacerdote das boas coisas que se realizaram por intermédio da tenda maior e mais perfeita, não feita por mãos, isto é, não desta criação, ele entrou no lugar santo, não com o sangue de bodes e de novilhos, mas com o seu próprio sangue, de uma vez para sempre, e obteve para nós um livramento eterno.” — Heb. 9:11, 12.
16. No Dia da Expiação judaico, entrou Jesus no Santíssimo do templo de Jerusalém com seu próprio sangue ou entrou na congregação cristã como que num templo?
16 Jesus Cristo não morreu em sacrifício no Dia da Expiação dos judeus (10 de tisri), entrando com o seu próprio sangue no Santíssimo do templo de Herodes, em Jerusalém. Não podia fazer isso de modo algum. Não era sumo sacerdote levita. O sumo sacerdote judaico daquele tempo era Caifás, e ele entrou com o sangue dum novilho e dum bode no Santíssimo do templo em Jerusalém, no Dia da Expiação. Mas não Jesus Cristo. Então, qual era o “lugar santo” em que ele entrou com o seu próprio sangue? Não entrou na congregação cristã, na terra, pois esta ainda não havia sido fundada no dia da ressurreição de Jesus, nem no dia de sua ascensão ao céu, dez dias antes do dia festivo de Pentecostes de 33 E. C. Então, qual era o “lugar santo” em que Jesus Cristo entrou antes daquele dia de Pentecostes? Voltamos novamente a Hebreus, capítulo nove, e deixamos que Paulo forneça a resposta:
17. Segundo Hebreus 9:23, 24, onde entrou Jesus Cristo como Sumo Sacerdote?
17 Ele diz: “Por isso era necessário que as representações típicas das coisas nos céus fossem purificadas por estes meios, mas, as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que tais sacrifícios. Porque Cristo entrou, não num lugar santo feito por mãos, que é uma cópia da realidade, mas no próprio céu, para aparecer agora por nós perante a pessoa de Deus.” — Heb. 9:23, 24.
VEM À EXISTÊNCIA O VERDADEIRO TEMPLO
18, 19. (a) De que modo mora Deus neste Santíssimo real em que Jesus Cristo entrou? (b) Que barreira teve de atravessar Jesus Cristo a fim de entrar nele, e como foi isto representado, segundo Hebreus 6:18-20?
18 Agradecemos a Paulo, porque temos a satisfação de inteirar-nos de que o lugar santo em que o ressuscitado Jesus Cristo entrou com o valor do seu próprio sangue sacrificial não era um lugar santo na terra, onde se encontravam então seus poucos discípulos, mas era o “próprio céu”, onde está “a pessoa de Deus”, onde o próprio Deus mora pessoalmente, em vez de morar ali por espírito. No entanto, este “lugar santo” real, a saber, o “próprio céu”, não era tudo o que havia no templo real. Por que não? Porque o Santíssimo da tenda e dos templos terrenos feitos por mãos, e onde Deus morava por seu espírito, não era a única coisa que havia naquelas construções sagradas. O Santíssimo era apenas a sala mais recôndita daquelas construções terrenas, e achava-se separado do primeiro compartimento por meio duma cortina. (Mat. 27:50, 51) Esta cortina interna ilustrava a barreira carnal que Jesus tinha de atravessar para entrar no Santíssimo celestial, a saber, seu corpo carnal, sua qualidade humana. Falando de sua esperança, Paulo diz:
19 “Nós, os que fugimos para o refúgio, [temos] forte encorajamento para nos apegar à esperança que se apresenta. Temos esta esperança como âncora para a alma, tanto segura como firme, e ela penetra até o interior da cortina, onde um precursor entrou a nosso favor, Jesus, que se tornou sumo sacerdote para sempre à maneira de Melquisedeque.” — Heb. 6:18-20.
20. Que separarão existia entre o Santo da tenda e o pátio, e que objeto de cobre existia naquele pátio?
20 Lembramo-nos de que o primeiro compartimento da tenda ou do tabernáculo chamava-se Santo, e que estava separado do pátio externo do santuário do templo por meio duma cortina ou dum reposteiro. Naquele pátio e diante (ou ao leste) do santuário do templo havia um grande altar de cobre.
21. De que altar não têm direito de comer os sacerdotes judaicos, e com que sacrifício se relaciona este altar?
21 Assim como o próprio santuário do templo, este altar era típico. O apóstolo Paulo mostra isso ao falar da diferença entre os sacerdotes judaicos e os discípulos batizados de Cristo, dizendo: “Nós temos um altar do qual os que fazem serviço sagrado na tenda não têm autoridade para comer. Porque os corpos daqueles animais, cujo sangue é levado para dentro do lugar santo pelo sumo sacerdote, pelo pecado, são queimados fora do acampamento. Por isso, Jesus também, para santificar o povo com o seu próprio sangue, sofreu fora do portão [quer dizer, fora do portão de Jerusalém].” (Heb. 13:10-12) Portanto, o altar cristão tem que ver com o sacrifício humano de Jesus. Mas, o que é este altar antitípico? Também qual é o antítipo do primeiro compartimento ou Santo, da tenda ou do templo terreno? Vejamos isto com a ajuda da Bíblia.
22. (a) O que ilustrou a cortina interna do templo e como passou Jesus por ela? (b) Portanto, a que espécie de coisas se referia tudo o que havia fora ou ao leste daquela cortina?
22 A cortina interna, entre o Santíssimo e o Santo do templo, representa uma linha divisória. Ilustra a barreira carnal que Jesus Cristo teve de atravessar por renunciar à sua carne humana, perfeita, em sacrifício, desistindo dela para sempre. Ora, visto que o compartimento Santíssimo, do outro lado da cortina interna, representa o “próprio céu”, onde mora Deus, não por espírito, mas em pessoa, tudo do lado de fora desta cortina (ou ao leste dela) representaria algo que não está nos céus invisíveis, mas sim aqui na terra. Deve ter que ver com a carne dos que adoram e servem a Jeová Deus aqui na terra. Esta regra aplica-se, portanto, ao altar de cobre. No caso dos templos de Salomão e de Herodes, o altar achava-se no pátio interno ou no pátio dos sacerdotes, onde o sumo sacerdote e seus subsacerdotes cumpriam seus deveres sacrificiais. O que tipificava este altar!
O ALTAR ANTITÍPICO
23, 24. (a) Quando Jesus ‘entrou no mundo’, o que disse ele a respeito da atitude de Deus para com os sacrifícios e por quê? (b) Portanto, o que foi tirado, e por meio de que são os cristãos santificados através do sacrifício de Cristo?
23 Isto é esclarecido para nós pelo apóstolo Paulo em Hebreus, capítulo dez. Depois de descrever como Jesus Cristo, qual Sumo Sacerdote de Deus, entrou no próprio céu, a fim de comparecer por nós perante a pessoa de Deus com o seu próprio sangue, Paulo prossegue:
24 “Pois, visto que a Lei tem uma sombra das boas coisas vindouras, mas não a própria substância das coisas, os homens nunca podem, com os mesmos sacrifícios que oferecem continuamente, de ano em ano, aperfeiçoar os que se aproximem. . . . porque não é possível que o sangue de touros e de bodes tire pecados. Por isso, ao entrar no mundo, ele diz: ‘“Sacrifício e oferta não quiseste, porém, preparaste-me um corpo. Não aprovaste os holocaustos e as ofertas pelos pecados.” Então disse eu: “Eis aqui vim (no rolo do livro está escrito a meu respeito) para fazer a tua vontade, ó Deus.”’ Dizendo primeiro: ‘Não quiseste nem aprovaste sacrifício, e ofertas, e holocaustos, e ofertas pelo pecado’ — sacrifício que se oferecem segundo a Lei — ele diz então realmente: ‘Eis aqui vim para fazer a tua vontade.’ Ele elimina o primeiro para estabelecer o segundo. Pela dita ‘vontade’ é que temos sido santificados por intermédio da oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez para sempre.” — Heb. 10:1-10.
25. Então, o que era o altar ao qual Jesus veio e se apresentou para ser oferecido como sacrifício?
25 Isto torna evidente que o equivalente antitípico do altar de cobre, no pátio do templo, é a “vontade” de Deus, sua disposição de aceitar um sacrifício humano perfeito, para o qual fizera preparativos, “vontade” esta de Deus que foi predita no que se acha escrito no rolo do livro. (Sal. 40:6-8) Deus não havia estado disposto a aceitar o sacrifício humano imperfeito do filho de Abraão, Isaque, mas estava disposto a aceitar o sacrifício humano perfeito de seu Filho unigênito, Jesus Cristo. Não quis e não aprovou infindavelmente os sacrifícios de animais no Dia anual da Expiação, mas, segundo a Sua vontade e Seu propósito, quis que um sacrifício humano perfeito, que expiasse os pecados humanos, realmente ‘tirasse pecados’. Jesus Cristo veio para fazer a vontade de Deus, e foi à base da vontade de Deus, como num altar, que se aceitou a apresentação do perfeito Jesus como sacrifício humano e se ofereceu seu corpo humano preparado e perfeito. Este sacrifício humano perfeito, no altar dá “vontade” de Deus, deu realmente santificação aos discípulos de Cristo. Foi por isso que Paulo acrescentou: “Pela dita ‘vontade’ é que temos sido santificados por intermédio da oferta do corpo de Jesus Cristo.” — Heb. 10:10.
26. Por que não tem os sacerdotes judaicos nenhuma autoridade para comer do “altar” do qual comem os subsacerdotes cristãos?
26 Foi também por isso que Paulo disse mais tarde: “Nós temos um altar do qual os que fazem serviço sagrado na tenda não têm autoridade para comer. . . . Por isso, Jesus também, para santificar o povo com o seu próprio sangue, sofreu fora do portão.” (Heb. 13:10-12) Quer dizer que nós cristãos, que somos subsacerdotes espirituais, temos um sacrifício expiatório de pecados no altar da “vontade” de Deus, sacrifício do qual os sacerdotes que serviam no templo de Herodes, em Jerusalém, não tinham autoridade de comer, por causa de sua falta de fé no verdadeiro Sumo Sacerdote de Jeová, Jesus Cristo, o Mediador do novo pacto de Jeová.
27. Quando se apresentou Jesus para sacrifício, que base para o sacrifício veio então à existência e que “dia” antitípico começou então?
27 Quando veio Jesus, como ser humano perfeito, para se apresentar em sacrifício no altar da “vontade” de Deus, conforme prescrito no rolo do livro? Foi na ocasião em que se apresentou a João Batista, no ano 29 E.C., a fim de ser imerso no rio Jordão. É evidente que Jeová Deus aceitou o sacrifício que Jesus fez de si mesmo, porque, após o batismo de Jesus em água, Jeová derramou seu espírito santo sobre Jesus e o fez Cristo ou Ungido, dizendo audivelmente do céu: “Este é meu Filho, o amado, a quem tenho aprovado.” (Mat. 3:13-17; João 1:29-34) Por conseguinte, foi naquele tempo que o “altar” antitípico de Deus veio à existência e que houve uma oferta aceitável pelo pecado sobre ele. Daí em diante, Jesus Cristo estava andando no antitípico pátio dos sacerdotes, superintendendo seu sacrifício humano até a morte. O grande e antitípico Dia da Expiação havia começado, e Jesus Cristo, como Sumo Sacerdote de Deus, servia junto ao verdadeiro “altar” espiritual de Deus de maneira similar à do sumo sacerdote arônico no templo de Jerusalém, no Dia da Expiação anual, em 10 de tisri. — Heb. 8:1-6.
[Diagrama na página 391]
(Para o texto formatado, veja a publicação)
PLANTA DO TABERNÁCULO
NORTE
OESTE
SUL
ESTE
SANTÍSSIMO
Arca
Cortina
SANTO
Mesa
Altar do Incenso
Candelabro
Reposteiro
Pátio
Bacia
Altar da Oferta Queimada
Portão
[Foto na página 392]
O templo de Salomão, bem como o tabernáculo, tipificavam o templo espiritual de Deus — o arranjo para se chegar a Jeová em adoração à base do sacrifício propiciatório de Jesus.