Vitória divina — seu significado para a humanidade aflita
“Vitória, e poder, e império para sempre foram ganhos por nosso Deus, e autoridade para seu Cristo, agora que o perseguidor, que acusava nossos irmãos dia e noite perante nosso Deus, já foi derrubado.” — Rev. 12:10, “A Bíblia de Jerusalém”, em inglês.
1. O que se quer dizer com a expressão “vitória divina”?
VITÓRIA DIVINA! Com esta expressão queremos dizer vitória de uma pessoa divina. Não nos referimos à deusa alada Nike (Vitória) da antiga mitologia grega, cujo nome foi dado a um míssil terra-ar das forças armadas estadunidenses, a saber, o míssil Nike-Hércules. Não, mas referimo-nos à vitória de Deus, o Criador do céu e da terra, o Criador da humanidade na terra. É a sua vitória que poderá ter um bom significado para a humanidade, na situação lamentável em que ela se encontra hoje.
2. Com que tem sido relacionada consideravelmente a palavra “vitória”?
2 Em toda a história humana, a palavra “vitória” tem sido relacionada consideravelmente com a guerra, ou pelo menos com uma competição, uma contenda, ou com condições desfavoráveis que precisam ser vencidas. Certamente, a atual aflição e angústia de todas as nações da terra é uma condição desfavorável que precisa ser vencida, para o bem eterno da humanidade.
3. Em vista do significado atribuído à “vitória divina” que perguntas fazemos a respeito de Deus, e o que nos cabe fazer?
3 Pois bem, devemos, então, concluir da expressão “vitória divina” que o Deus de toda a criação está prestes a envolver-se numa guerra, numa competição, numa controvérsia? Relacionar-se-á tal conflito, se for do propósito de Deus, de algum modo com a humanidade? Influirá em toda a humanidade — para o nosso bem, na aflição em que nos encontramos, Se a resposta a estas perguntas for Sim!, então a razão exige que nos interessemos em tal guerra. Sim, devemos saber do lado de quem, nesta guerra, nos convém colocar-nos, visto que realmente desejamos a vitória divina.
4. Por que demandam a aflição e a angústia internacionais, hoje em dia, que entendamos o significado correto da “vitória divina”?
4 Os diversos povos têm conceitos diferentes sobre aquele que é chamado “Deus”. Os comunistas anti-religiosos têm seu próprio conceito sobre Deus. O mundo chamado cristão, a cristandade, tem seu conceito sobre Deus. O mundo muçulmano tem um conceito próprio sobre seu Alá. O mundo judaico tem seu conceito particular. As outras partes não-cristãs da humanidade têm muitas espécies de religiões e formam seu próprio conceito respectivo sobre Deus. Portanto, cada grupo religioso, ou cada grupo não-religioso, talvez tenha sua própria idéia sobre o que uma “vitória divina” no futuro significaria para a humanidade. Logicamente, não haveria acordo entre todos estes conceitos quanto ao significado duma “vitória divina”. Não seria de se estranhar, portanto, que a iminente vitória divina real fosse diferente da que todos estes esperavam. Sem dúvida, a aflição e a angústia internacionais da atualidade demandam que obtenhamos a compreensão certa do assunto.
5. A que autoridade temos de recorrer para obter informações sobre esta guerra, e com que tema encerra esta autoridade seu registro?
5 É evidente que teremos de recorrer a uma Autoridade para nos informar sobre a guerra que será coroada com a vitória divina. Esta Autoridade é um livro divulgado em toda a terra, em bilhões de exemplares, em centenas das línguas importantes da humanidade. Este livro é a Bíblia Sagrada. É o único livro no mundo que nos fala sobre esta guerra universal, em que Deus, o único Criador do céu e da terra, vindicará a si mesmo com uma vitória decisiva. Por isso teremos de recorrer às escrituras sagradas da Bíblia Sagrada para obter informação autorizada sobre este assunto vital. Ao falarmos da Bíblia, não nos referimos apenas aos “vinte e quatro livros das Escrituras Sagradas” aos quais os hebreus ou judeus se restringem, mas sim à Bíblia inteira, que não só contém estas Escrituras Hebraicas Sagradas, mas também as inspiradas Escrituras Cristãs. O último livro desta Bíblia completa foi escrito há dezenove séculos atrás, pelo apóstolo cristão João, e é chamado Revelação ou Apocalipse. De modo bem apropriado, encerra esta Bíblia inspirada de Deus com o tema da vitória divina.
6. Que opiniões diversas prevalecem quanto a se a cristandade tirará vantagens de tal vitória divina ou não?
6 É verdade que as sociedades bíblicas da cristandade fizeram muito para dar divulgação mundial à Bíblia Sagrada, e a própria cristandade afirma apegar-se à Bíblia. Em vista disso, será a cristandade que tirará vantagem da vindoura vitória divina? Travar-se-á a guerra vindoura, predita na Bíblia, por causa da cristandade e para a preservação dela? As pessoas religiosas da cristandade gostariam de pensar que sim. Os do comunismo ateu e do mundo não-cristão não acham isso, e eles têm bons motivos para não gostar de tal coisa.
7. Qual é a comparação da população de países da cristandade e de países comunistas e por que acha a cristandade que ela poderia vencer numa guerra?
7 Quando se encara o assunto do ponto de vista religioso, a situação aparenta estar a favor da cristandade. As pessoas e os clérigos de suas igrejas acham que a cristandade não está em contenda com o Deus da Bíblia Sagrada. Mas, no que se refere aos comunistas radicais, travam uma guerra aberta contra Deus, não só contra o Deus da Bíblia, mas contra o deus de qualquer espécie de religião. Os países comunistas da Europa antigamente afirmavam ser cristãos, contudo, agora renegam a cristandade e não se consideram parte dela. Não obstante, agradam-se de fazer uso das organizações religiosas cujo funcionamento permitem nos seus países por motivos políticos e para ajudar na guerra. No que se refere a números, as forças do comunismo contrário a Deus, na Europa, na Ásia e na África, parecem ser maiores do que as forças da cristandade religiosa. Segundo os cálculos mais recentes, a cristandade gaba-se de ter um rol de membros das igrejas de 985.363.400 pessoas. Contudo, presumindo que Deus esteja do lado dela, a cristandade acha que pode vencer todas as forças contrárias a Deus.
8. Como lançaram as nações da cristandade um fardo sobre Deus, em tempos de guerra, e o que determinou quem obtinha a vitória?
8 Não é incomum que as nações religiosas relacionem seu deus ou seus deuses com suas guerras nacionais. Isto tem acontecido desde o passado mais remoto, mesmo antes de se estabelecer a cristandade no quarto século de nossa Era Comum. Os antigos egípcios, assírios, babilônios, medos e persas, gregos e romanos, todos tinham seus deuses, que invocavam para obter a vitória nas suas guerras de conquista. Até mesmo os comunistas informados sabem disso. O que é peculiar, porém, é que, no caso da cristandade, suas nações têm guerreado entre si, e, na guerra, estas nações têm orado ao mesmo Deus. Católicos têm combatido outros católicos. Católicos têm combatido protestantes. Protestantes têm combatido outros protestantes. Deste modo, lançaram sobre Deus o fardo de decidir qual dos lados da cristandade ele favoreceria com a vitória e às orações de quais nações ele responderia favoravelmente. Foi assim na Primeira Guerra Mundial, que começou na cristandade, e foi assim na Segunda Guerra Mundial, que também começou na cristandade. Em vista disso, em todas estas guerras da cristandade, foi a decisão de Deus que determinou qual dos lados venceria ou foi o equipamento militar e a perícia na luta?
9. Por que não produziria a vitória da cristandade nenhum alívio duradouro para a humanidade aflita mesmo que fosse concedida por Deus?
9 No entanto, faria uma guerra nuclear entre a cristandade religiosa e o comunismo internacional, ateu, com que Deus se visse obrigado a revelar suas intenções, obrigando-se assim a Deus a se decidir a favor do lado religioso e contra o lado anti-religioso? Conforme todos nós sabemos, já por décadas fazem-se preparativos para a “guerra final” entre o bloco democrático, capitalista, de nações e o bloco comunista, ateu, de nações. Poderá esperar-se que o único Deus vivente e verdadeiro venha em auxílio da cristandade? A vitória da cristandade significaria sua preservação continuada. Mas, a julgar-se pela história da cristandade até agora, merece ela ser preservada? Os clérigos da cristandade admitem francamente que a hipocrisia e o fracasso dela quanto a viver à altura do verdadeiro cristianismo levaram ao surgimento do comunismo internacional como potência mundial. Portanto, que motivo haveria para supor-se que a preservação da cristandade não levaria outra vez, no decorrer do tempo, ao surgimento do comunismo ateu, e, assim, finalmente a mais outro confronto entre ambos os lados? Portanto, a vitória por parte da cristandade não ofereceria nenhuma garantia de alívio à humanidade aflita.
Deixar que a Palavra Escrita de Deus Fale por Ele
10. Como podemos saber se Deus está dum ou doutro lado, ou em nenhum deles, e, portanto, qual é a resposta?
10 Portanto, impõe-se agora a pergunta: Estaria Deus a favor de qualquer dos lados em tal confronto militar entre a cristandade religiosa e o comunismo anti-religioso? Tem ele mesmo tomado o partido de qualquer dos lados na “guerra fria” que já se trava por vários anos entre os dois blocos de nações? A única maneira e nos, pessoas imparciais, obtermos uma resposta satisfatória e correta é deixar Deus falar por si mesmo. Ele faz isso por meio das páginas de sua Palavra profética, inspirada, a Bíblia Sagrada. Sua resposta é clara e inconfundível. Ele não favorece nenhum dos blocos de nações. Ambos são contra Ele.
11, 12. De acordo com que regra divina, não há engano em se classificar a cristandade como inimiga de Deus?
11 É lógico que Deus não lutaria a favor de seus inimigos. Sim, mas é a cristandade inimiga de Deus? Ora, veja as suas centenas de milhares de igrejas. Veja as mil ou mais seitas religiosas de que ela se compõe. Observe suas centenas de milhares de clérigos que servem nas igrejas dela e oferecem orações solenes a Deus, em nome de Jesus Cristo. Portanto, deve haver um engano em classificar-se a cristandade entre os inimigos de Deus. Mas, não há engano nisso. Deus não só é contra os que flagrantemente são seus inimigos, mas também é contra os que são amigos de Seus inimigos. Quando um antigo rei de Jerusalém voltou depois de prestar ajuda militar a certo rei iníquo, Deus disse-lhe: “É ao iníquo que se deve dar ajuda e é aos que odeiam a Jeová que deves amar! E por isso há indignação contra ti da parte da pessoa de Jeová.” (2 Crô. 19:1, 2) E muito mais tarde, mediante o discípulo cristão Tiago, este mesmo Deus disse:
12 “Não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Portanto, todo aquele que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” — Tia. 4:4.
13. Por que não refuta a “guerra fria” que a cristandade trava contra o comunismo que ela é amiga do mundo?
13 Quem pode negar que a cristandade é muito amiga deste mundo? A “guerra fria”, a hostilidade, entre as nações da cristandade e o bloco comunista, não refuta que a cristandade seja amiga íntima do mundo inteiro. As dificuldades entre as nações da cristandade e o bloco comunista não se devem à questão da religião. O que está em jogo é a política. Estão envolvidas duas ideologias políticas grandemente diferentes. As nações destacadas da cristandade tiveram a Rússia comunista como aliada durante a Segunda Guerra Mundial. E agora, na organização das Nações Unidas, de 132 nações-membros, praticamente todas as nações da cristandade são membros lado a lado com a Rússia comunista, a China Vermelha comunista e outras nações comunistas. De fato, pelo menos metade dos membros das Nações Unidas não são nações chamadas cristãs. As nações da cristandade mantêm relações diplomáticas com os governos deste mundo. Comerciam regularmente com estas nações, de acordo com tratados. Têm intercâmbios culturais. A Cidade do Vaticano, presidida pelo chefe da maior organização religiosa do mundo, troca representantes diplomáticos com quantas nações do mundo possa.
14. (a) Diria Tiago que a cristandade, por meio de seu proceder, se constituiu amiga do mundo? (b) Qual é a atitude de Deus, e o que se pode esperar Dele quando a cristandade sofrer o ataque final?
14 As nações da cristandade procuram manter relações amigáveis com as nações de fora da cristandade. Envolvem-se na política deste mundo. E quando imitam as nações mundanas em pegar em armas mortíferas para resolver suas divergências, as igrejas da cristandade estão logo atrás de seus respectivos governos políticos, os clérigos procurando fazer com que Deus intervenha nos conflitos internacionais, por recorrerem a ele em oração. Será que o discípulo cristão Tiago chamaria a tudo isso de expressão da “amizade com o mundo” por parte da cristandade? Diria ele que a cristandade, como tal amiga do mundo, “constitui-se inimigo de Deus”? Sim! Não haveria outra resposta correta a dar. Apesar de toda a sua religiosidade, a cristandade está condenada como um dos mais repreensíveis inimigos de Deus. Ela é contra ele, acompanhada pelo comunismo ateu e por outros elementos do mundo. Por isso, Ele é contra ela. Não está a favor dela. Não se poderá esperar que Deus se levante a favor da cristandade, quando as forças radicais do mundo se unirem num ataque mundial contra a religião, antes de elas mesmas ficarem envolvidas na guerra do Har-Magedon. (Rev. 17:1-16) Da parte da cristandade, não se pode esperar alívio para a humanidade aflita.
15. O que se deve dizer quanto a se os oponentes planejam uma guerra religiosa, e, portanto, quem continua a sofrer?
15 Não se pode esperar que a cristandade participe na vitória divina, na vindoura guerra dos séculos. Os preparativos de suas nações para a guerra com o bloco comunista, materialista, não são realmente para a preservação da cristandade. São para a preservação da soberania política, para o direito à sobrevivência de seus tipos políticos de governo. O que os oponentes planejam não é uma guerra religiosa. O ponto principal em disputa é: Quem é dono da terra? Quem governará a terra, E por causa da disputa violenta sobre esta questão, por parte de nações divididas politicamente, a humanidade continua a sofrer aflição e angústia.
16. Qual é a questão principal a ser decidida agora de uma vez para sempre, e que oração pertinente terá assim resposta?
16 Como em nenhum tempo anterior da história humana, chegou o momento para se resolver de uma vez para sempre esta questão governamental: Quem governará a terra! O único que pode resolver esta questão de modo certo e trazer paz duradoura é Deus, o próprio Criador e Dono da terra. Quem tem maior direito do que Ele para dizer quem deve governar este lar terreno de toda a humanidade? Na sua imutável Palavra escrita, a Bíblia, ele declarou seu propósito de manifestar a Sua autoridade no tempo devido. Este tempo está próximo! Já chegou o tempo de ele responder à oração que lhe foi feita durante gerações. É a oração ensinada pelo seu próprio Filho, que desceu do céu há dezenove séculos atrás. É a oração que Jesus Cristo ensinou aos seus verdadeiros discípulos. Em obediência, seus seguidores fiéis têm feito até agora esta oração: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.” — Mat. 6:9, 10, Almeida.
Resposta à Oração Pela Regência Divina
17. (a) O que pede esta oração, e mostrou a cristandade que ela é a resposta a esta oração? (b) Portanto, o que terá de desaparecer, e o que terá de vir, em resposta à oração de quem?
17 Esta é uma oração que pede a regência divina, o governo divino, sim, a vitória divina! Bilhões de pessoas da cristandade, sem entenderem o significado desta oração, têm orado assim durante séculos, nos seus lares e nas suas igrejas, mas as guerras sanguinárias travadas pelas nações da cristandade não trouxeram este reino. O modo delas não é o modo de Deus introduzir seu governo divino. A cristandade não mostrou ser o reino de Deus. Ela não mostrou ser o reino de Cristo, conforme sugere o nome cristandade. A cristandade não cumpriu as profecias bíblicas a respeito das glórias, das belezas e das bênçãos do reino de Cristo para toda a humanidade. A cristandade tem deturpado o reino de Cristo. Deus não pode aprovar nem aceitar a cristandade como sendo o verdadeiro reino de seu Filho Jesus Cristo. A cristandade terá de desaparecer! O verdadeiro reino de Deus, por Cristo, terá de vir! A oração que nos foi ensinada pelo Filho amado de Deus não ficará sem resposta. Seus verdadeiros seguidores, sem hipocrisia, não terão feito em vão esta oração.
18. (a) A resposta a esta oração significará a vitória sobre quem? (b) Como se mostraram os clérigos faltosos com respeito aos políticos, na questão dos Tempos dos Gentios?
18 Dessemelhantes dos seguidores genuínos de Jesus Cristo, as massas da cristandade e os demais do mundo não querem o reino de Deus. É por isso que o estabelecimento do Seu reino, no domínio completo sobre toda a terra, significará deveras uma vitória divina. Vitória sobre quem? Sobre todas as potências religiosas e políticas que desconsideram que Deus é dono da terra e que lutam pela contínua soberania nacional dos governos políticos do homem. Os que competem assim pela contínua dominação da terra pelos governos políticos, humanos, negam-se a reconhecer que já terminaram os Tempos dos Gentios. Deus designou estes Tempos dos Gentios, para as nações do mundo dominarem toda a terra sem interferência por parte de Seu reino, e estes tempos expiraram nos meados do segundo semestre do ano de 1914 E. C. (Luc. 21:24, Al) Os clérigos da cristandade nunca salientaram isso aos governantes políticos das nações. Nunca salientaram que no fim dos Tempos dos Gentios se daria o contrário daquilo que aconteceu no começo destes Tempos, no ano 607 A. E. C.
19. O que tirou Deus da terra, no começo dos Tempos dos Gentios, e como?
19 No começo dos Tempos dos Gentios, nos meados do segundo semestre daquele ano, Deus tirou o reino típico de Deus de cima da terra e deixou que potências gentias, quer dizer, potências não-judaicas, tivessem o controle global de todas as terras. Deus fez isso por deixar que os exércitos da Babilônia pagã destronassem o Messias típico, o rei de Jerusalém, e destruíssem a cidade santa e seu templo, deixando Jerusalém e a terra de Judá tornar-se um baldio desolado, durante setenta anos.
20. (a) Ao contrário disso, o que fez Deus no Fim dos Tempos dos Gentios? (b) Por que não foi a ação de Deus visível aos governantes políticos na terra?
20 Ao contrário disso, no fim dos Tempos dos Gentios em 1914 E. C., Deus restabeleceu o seu reino, não de modo típico, com um rei messiânico, típico, mas de modo real, de modo antitípico. Foi por isso que não restabeleceu naquele ano o reino da família real de Davi, em Jerusalém, no Oriente Médio. Antes, estabeleceu o reino às mãos de Jesus Cristo, o qual, quando era homem na terra, era descendente natural do antigo Rei Davi. Também, visto que Jesus Cristo não é mais homem na terra, mas foi ressuscitado da morte como mártir para a vida espiritual, celestial, Deus estabeleceu o reino deste Descendente do Rei Davi nos céus, no que é chamado “Jerusalém celestial”. (Mat. 1:1; 1 Ped. 3:18; Heb. 12:22) Este é o motivo pelo qual o nascimento deste reino messiânico em 1914 E. C. não foi visível aos governantes políticos da cristandade e do paganismo. Contudo, o nascimento tinha de ocorrer na hora certa, e fez-se sentir pelos efeitos que produziu tanto no céu como na terra.
21-23. (a) Por que não é esta “guerra” no céu algo de que se zombar em descrença? (b) Como descreve João a causa disso, em Revelação, capítulo 12?
21 Apercebemo-nos de que no céu resultou uma guerra deste nascimento bem-sucedido de tal reino messiânico, produzido pela organização celestial de Deus como se fosse um bebê recém-nascido duma mulher! Isto não é algo de que se zombar, como incrível, porque qualquer guerra tem seus efeitos, e esta guerra celestial, invisível, teve seu efeito sobre nós aqui na terra. Os efeitos desta guerra não são nada agradáveis para nós, porque os sentimos dolorosamente. Isto é o que dá realismo ao assunto. A causa celestial, invisível, disso foi dada a ver em visão profética ao apóstolo cristão João. Ele nos dá a seguinte descrição disso, segundo a Nova Bíblia Inglesa (The New English Bible), de 1970:
22 “Ela [isto é, a organização celestial de Deus] deu à luz um filho varão, que está destinado a reger todas as nações com vara de ferro. Mas o filho dela foi arrebatado para Deus e seu trono; . . . Então irrompeu uma guerra no céu. Miguel e seus anjos guerrearam contra o dragão. O dragão e seus anjos lutaram, mas não tiveram a força para vencer, e não lhes foi deixado nenhum ponto de apoio no céu.
23 “Assim, o grande dragão foi lançado para baixo, aquela serpente da antigüidade, que desencaminhou o mundo inteiro, cujo nome é Satanás, ou Diabo — lançado para baixo à terra, e seus anjos com ele. Depois, eu [João] ouvi uma voz no céu proclamar alto: ‘Esta é a hora da vitória de nosso Deus, a hora de sua soberania e de seu poder, quando seu Cristo assume sua regência legítima! Pois, foi derrubado o acusador de nossos irmãos, o qual os acusava dia e noite diante de nosso Deus. Venceram-no pelo sacrifício do Cordeiro e pelo testemunho que proferiram; porque não prezaram demais as suas vidas, para depô-las. Alegrai-vos, então, céus, e vós os que neles habitais! Mas ai de vós, terra e mar, porque o Diabo desceu a vós com grande fúria, sabendo que seu tempo é curto!’” — Rev. 12:5-12, NEB; também Jerusalém.
24. (a) Quanto tempo durou a “guerra no céu”? (b) Por que resultaria esta guerra em “ai” para nós na terra e no mar?
24 O registro não diz quanto tempo durou esta “guerra . . . no céu” entre os santos anjos e os demônios diabólicos; mas é pouco provável que durasse mais do que a Primeira Guerra Mundial, que terminou em 11 de novembro de 1918. Seja como for, o ponto mais pessoal ainda é: Como influiu esta guerra em nós, na terra, os que não nos apercebemos de sua ocorrência no céu? Convocaram-se os santos céus a se alegrar com a vitória de Deus, uma vitória divina, mas que dizer de nós aqui na terra? O alto clamor no céu dizia: “Mas ai de vós, terra e mar!” Por que “ai” de nós, quer na terra, quer no mar? Porque “o Diabo desceu a vós com grande fúria, sabendo que seu tempo é curto”! — Rev. 12:12, NEB.
25, 26. (a) Que perguntas a respeito dos assuntos humanos se fazem desde o fim da Primeira Guerra Mundial às pessoas que zombam da existência de Satanás e de seus anjos demoníacos? (b) Finalmente, que pergunta fazemos sobre a questão de causa e efeito?
25 Os que zombam da Bíblia talvez achem ridícula esta idéia de Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos terem sido lançados para baixo, para a vizinhança de nossa terra. Mas, podem rir-se e estão rindo em vista do “ai” sofrido hoje tanto pela terra como pelo mar? Não, estes zombadores não podem ver a Satanás, o Diabo, com seus olhos naturais, mas têm motivos para saber que ele e suas legiões de anjos demoníacos estão por perto, na nossa vizinhança. Se não acreditarem nisso, então que expliquem por que a Liga das Nações, organizada pouco depois do fim da Primeira Guerra Mundial, não se mostrou uma organização internacional de paz e segurança mundiais. Por que não impediu ela o surgimento de ditadores políticos guerreiros na Europa? Por que não impediu o irrompimento da Segunda Guerra Mundial, em 1939, guerra que culminou com a detonação de duas bombas atômicas, com ais para os habitantes de Hiroxima e Nagasáqui?
26 Também: Por que é que a organização das Nações Unidas, desde a sua formação no fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, não impediu todas as guerras e revoluções, agressões territoriais e outros distúrbios políticos, até o presente? Por que presenciamos os preparativos amedrontadores das grandes potências mundiais para uma guerra nuclear? Por que existe a crise monetária? Por que há constantes dificuldades entre os trabalhadores e o capital, até mesmo entre os funcionários públicos e o governo? Por que todo este nacionalismo fanático? Por que todas as lutas e os preconceitos raciais? Por que o aumento do crime? Por que o colapso da moral? Por que o aumento epidêmico das doenças sociais? Por que a ruína do lar terrestre da humanidade pela poluição? Por que a crescente falta de víveres para a população em aumento, na terra? Por que, conforme Jesus predisse para os nossos tempos, “sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das cousas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados”? (Luc. 21:25, 26, Almeida, atualizada) Para cada efeito há uma causa. Qual é a causa real de todos estes efeitos aflitivos?
[Fotos/Quadro na página 230]
Participará a cristandade na vitória divina? Ela se envolve nos assuntos políticos do mundo. A Bíblia diz: ‘Quem quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.’
[Foto] O Papa Paulo VI, falando perante a Assembléia Geral das Nações Unidas, em 4 de outubro de 1965.
[Foto] Inscrição no Pavilhão do Vaticano na Feira Mundial de Nova Iorque, 1964-1985.
“Que o mundo saiba o seguinte: a igreja encara o mundo com profunda compreensão, com sincera admiração e com uma intenção sincera, não de conquistá-lo, mas de servi-lo, não de desprezá-lo, mas de apreciá-lo, não de condená-lo, mas de fortalecê-lo e salvá-lo.
Papa Paulo VI.”
[Capa na página 225]
[Endereço da filial]