A Execução do Julgamento Divino Sôbre a Falsa Religião
“Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que está sentada sôbre muitas águas” — Apo. 17:1.
1. Que direito todo o mundo tem e qual é o dever dos outros neste sentido?
TODO o mundo tem o direito de praticar a religião de sua escolha. Isto também se dá atualmente, a menos que a religião da pessoa seja grosseiramente imoral, licenciosa e chocante à decência pública. Todo o mundo deve respeitar que os outros têm de escolher sua própria religião e viver segundo ela. Devemos praticar a tolerância religiosa.
2. (a) O que não significa tolerância religiosa? (b) Como um autor hindu considera os nomes de muitos deuses, suscitando que perguntas?
2 Darmos a cada um o seu direito religioso, não nos interferindo com a sua prática religiosa, não significa, porém, que aprovamos a sua religião nem que aprovamos tôdas as outras religiões além da nossa própria. Praticarmos a tolerância religiosa não significa que cremos que tôdas as religiões estão certas, que são proveitosas, nem que todos os homens serão conduzidos a um eterno e feliz futuro no deleite sem fim do deus que adoram. Nem significa isto que reconhecemos que, depois de tudo o que é dito e feito, ainda adoramos o único e o mesmo deus, apenas sob nomes diferentes ou por meios diferentes de nos aproximarmos dêle, ou por meio de cerimônias religiosas diferentes. Segundo um autor hindu escreveu recentemente: “Os nomes dos deuses não fazem as religiões, assim como os nomes dos homens e das mulheres não fazem a personalidade dêles. . . . Quer seja Deus, Jeová, Bhagwan, Isvar, Alá, Hari, Siva ou Rama, é o mesmo Ser que de maneira vaga vem à mente de todo devoto quando pronuncia o nome que foi educado a associar com o mistério do universo e com a idéia da adoração.”a Mas, está certo? Têm a mesma história todos os nomes dos deuses diferentes? Sugerem todos êles aos adoradores a única e a mesma personalidade?
3. (a) Por que não é errado expor a falsa religião? (b) Qual deve ser a base para tal exposição?
3 Pode haver religião falsa? Não é forma de perseguição religiosa alguém dizer e mostrar que a religião de outrem é falsa. Não é perseguição religiosa uma pessoa informada expor publicamente uma religião falsa, permitindo assim que outros vejam a diferença entre a falsa religião e a verdadeira. Mas, a fim de fazer a exposição e mostrar ser falsa a religião errada, o verdadeiro adorador precisa usar meios autorizados de julgamento, uma regra de medir que não se prove falha. Expor pùblicamente uma falsa religião é certamente de mais valor do que expor uma falsa reportagem; é um serviço público em vez de perseguição religiosa, tendo a ver com a vida eterna e com a felicidade do povo. Ainda deixa o povo livre para escolher.
4. O que deve ser capaz de fazer aquêle que tiver a verdadeira religião?
4 Mas por que deveria alguém praticar uma religião a menos que esteja convicto de que é verdadeira e certa? Não é egotístico um adorador dizer e crer que a sua é a única religião verdadeira. Todavia, êle deve poder provar que a sua é a única correta e que resulta em bênçãos eternas. De outro modo, a sua fé em tal religião não tem fundamento e é mera credulidade.
5. (a) Se tôdas as religiões fôssem verdadeiras, o que deveríamos ver? (b) Como somos assegurados de que nem tôdas as religiões são verdadeiras?
5 Isto talvez pareça a algumas pessoas como sendo nova idéia de que nem tôdas as religiões são verdadeiras e corretas, que de fato só há uma religião verdadeira, uma só forma verdadeira de adorar o inteligente poder superior ou supremo. Se tôdas as religiões fôssem verdadeiras e certas, elas trariam melhoramento, proteção e benefícios duradouros a todos os religiosos. A falsa religião acaba em resultados maléficos, em degradação e deterioração. Sendo êste o efeito da falsa religião nesta vida, como realmente nos poderia salvar ela? Como nos poderia conduzir a um mundo melhor, um mundo melhorado, visto que ali a mesma religião seria praticada do mesmo modo que nesta vida terrestre? Nem tôdas as religiões podem ser verdadeiras, pois tôdas se contradizem umas às outras; mas a religião genui̇̀namente verdadeira deve contradizer a tôdas as demais.
6, 7. (a) O que revela a verdadeira ciência? (b) Como demonstra a Palavra de Deus que há uma inteligência divina por trás da criação de nosso universo?
6 Necessàriamente só deve haver uma religião verdadeira, assim como só há uma ciência verdadeira. Há dezenove séculos atrás, um instruído defensor da verdadeira religião avisou contra as “contradições de uma pretensa ciência” ou “contradições do falsamente chamado ‘conhecimento’”, porque a aceitação de tal pretensa ciência ou conhecimento tinha feito muitos crentes se desviarem da fé. (1 Tim. 6:20, Maredsous; NM) A verdadeira religião precisa estar em perfeita harmonia com a ciência comprovada, não apenas pretensa.
7 A ciência ou conhecimento que é verdadeiro porque é comprovado, revela as leis do nosso universo. Êle traz à nossa mente cada vez mais claro a maravilhosa harmonia de tôdas as obras de criação e de tôdas as leis de nosso universo físico. A unidade e a harmonia de nosso universo são reveladas mais pormenorizadamente pelas pesquisas científicas, mas até mesmo com os nossos olhos naturais podemos ver o suficiente para provar que só há um Deus, um só Criador de nosso todo-harmonioso universo. Que esta inteligência divina está por trás ou é responsável por nosso universo harmonioso foi há muito expresso nas palavras escritas contra os homens que negam a existência do único Deus e Criador supremo: “Aquilo que se pode saber sôbre Deus é manifesto entre êles, porque Deus lho manifestou. Pois as suas qualidades invisíveis são claramente vistas desde a criação do mundo em diante, porque são percebidas por meio das coisas feitas, mesmo seu sempiterno poder e Divindade, de modo que êles são inescusáveis.” (Rom. 1:19, 20) Que conclusão, pois, temos que tirar disto?
8. (a) Demonstre que requisito precisa ser preenchido para que uma religião seja verdadeira. (b) Por que deve triunfar a verdadeira adoração?
8 Só um Deus pode ser supremo e todo-poderoso; e um só Deus significa uma só religião verdadeira, a saber, a adoração correta do único supremo e todo-poderoso Deus. A religião dêle é a única de crenças certas e é harmoniosa em tôdas as suas expressões, assim como a verdadeira ciência física é harmoniosa e não contraditória entre si mesma. A verdadeira religião do único Deus não se desarmoniza consigo mesma, não se nega nem se divide. Se ela tivesse desarmonia interna, contradição e desunião, jamais poderia permanecer; não poderia ser a pura verdade; ela discordaria das leis científicas do universo; não poderia triunfar no longo conflito entre a religião verdadeira e a falsa. Mas a verdadeira religião precisa triunfar porque a verdade não pode ser destruída. É por isso que, a despeito de tantas religiões falsas no mundo, a verdadeira religião tem existido até hoje, embora esteja sòzinha. Certamente o único todo-poderoso Deus só poderia preservar a sua própria religião.
9, 10. (a) Com quem terminou a linhagem familiar da verdadeira adoração e por que com êle? (b) O que achou êle quanto a dar a Jeová a devoção exclusiva?
9 Nos primeiros quatro mil anos da existência do homem houve uma linhagem de homens mediante a qual a adoração do verdadeiro Deus foi mantida viva. Tal linhagem terminou com Jesus Cristo, que recusou adorar qualquer outro além do verdadeiro Deus. Em resposta a Satanás, o Opositor do verdadeiro Deus e de sua religião, Jesus Cristo disse: “Vai-te, Satanás! Pois está escrito: ‘É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é sòmente a êle que tens de prestar serviço sagrado.’” Jesus Cristo citava do que está escrito em Deuteronômio 5:9; 6:13, onde a linguagem original da Lei nos diz o nome de Deus, isto é, Jeová.
10 Jesus Cristo não se casou e foi criar família para continuar a adoração do verdadeiro Deus Jeová. Segundo as profecias escritas que Jeová Deus inspirou, Jesus sabia que devia morrer como mártir da verdade. Então êle reuniu fiéis seguidores que continuariam a verdadeira religião depois de sua morte. — João 18:37.
11. Que mudança de religião fizeram alguns judeus nos dias de Jesus?
11 Os doze apóstolos que êle escolheu tinham até então tentado viver segundo a Lei de Moisés. Daí, Simão Pedro e seu irmão André mudaram de religião, deixaram de ser judeus religiosos que nada queriam com os de nacionalidade não-judia para serem cristãos, seguidores de Jesus Cristo. Os apóstolos João e Tiago também mudaram de religião do mesmo modo, e assim se deu com todos os outros apóstolos, visto que todos eram judeus por nascimento. Saulo de Tarso, que se tornou o apóstolo Paulo, anteriormente seguia o judaísmo ou religião dos judeus e perseguia os cristãos, mas, sem demora, por causa de um milagre, êle mudou do judaísmo para o cristianismo. (Gál. 1:13-16; 2 Cor. 11:22, 23; Fil. 3:5, 6) Esta mudança de religião, porém, não implicou que então tais apóstolos tentassem provar que a Bíblia estava errada.
OS MEIOS PARA SE JULGAR TÔDAS AS RELIGIÕES
12. (a) O que demonstrou Jesus que era a norma de medir a verdade? (b) Quanto de tal verdade estava disponível quando êle disse aquelas palavras?
12 Exatamente o contrário era verdade. Os apóstolos e seus companheiros crentes judeus apresentaram ainda mais provas, provas atualizadas, mostrando que as Escrituras Hebraicas eram verdadeiras. Aquêles judeus cristãos tinham na ocasião as Escrituras Hebraicas desde Gênesis até Malaquias, ao todo, trinta e nove livros, segundo estão divididos atualmente. O próprio Jesus Cristo apoiava constantemente a veracidade daquelas Escrituras Hebraicas e chamava atenção para o cumprimento de suas profecias. Na sua oração final com seus apóstolos, êle disse a Jeová, concernente às Escrituras Hebraicas: “Santifica-os por meio da verdade; a tua palavra é a verdade.” Os seus discípulos judeus, seus seguidores da nação de Israel, seguiram o seu exemplo e, semelhantes ao Líder, comprovaram que as Escrituras Hebraicas são verdadeiras e divinamente inspiradas. — João 17:17; Luc. 24:25-27, 44-46; Atos 17:2, 3.
13. (a) De que modo os discípulos de Jesus seguiram o seu conselho registrado em João 17:17? (b) O que velo a constituir a completa Palavra da verdade e de que é ela a norma até os nossos dias?
13 Então, o que os judeus convertidos ao cristianismo realmente fizeram foi se unirem a Jesus Cristo na exposição das falsas tradições religiosas que os homens tinham afixado às Escrituras Hebraicas e à adoração de Jeová, porque tais tradições de homens contradiziam as Sagradas Escrituras e invalidavam os mandamentos de Deus. Êles se apegaram estritamente aos trinta e nove livros das inspiradas Escrituras Hebraicas como norma para determinarem se dadas doutrinas e práticas religiosas eram certas ou erradas. Em harmonia com aquelas Escrituras Hebraicas verazes foram então escritos vinte e sete livros cristãos, escritos originalmente em grego por oito apóstolos e discípulos inspirados. Êstes livros foram ajuntados às inspiradas Escrituras Hebraicas, perfazendo um volume de sessenta e seis livros. Em harmonia com a prática de Jesus Cristo e seus discípulos do primeiro século, nós usamos êste volume inspirado conhecido como Escrituras Sagradas ou Bíblia Sagrada como nossa norma dada por Deus hoje em dia para verificarmos se uma religião é verdadeira ou falsa.
OPOSIÇÃO DIVINA À FALSA RELIGIÃO
14. Sendo que nem Deus nem Cristo podem mentir, qual é a atitude dêles para com a falsa religião?
14 O único Deus verdadeiro e vivo não mente nem pode mentir. (Tito 1:1, 2; Heb. 6:18) Em face de sua inabalável aderência à verdade, êle é contra tôda a religião falsa; e, também, seu Filho Jesus Cristo. No último livro da Bíblia Sagrada, êles cooperam, dando a nós em símbolo e mediante o apóstolo João, uma profecia que descreve a queda e destruição de tôda religião falsa.
15. (a) Quem é a fonte da falsa religião e que nomes tem êle? (b) Por que predomina na terra a falsa religião?
15 Assim como a única religião verdadeira procede do único Deus vivo e verdadeiro Jeová e o representa, assim também tôda religião falsa representa a invisível criatura espiritual que é o falso deus dêste mundo ou sistema de coisas. (2 Cor. 4:4) Êle é a fonte da falsa religião porque é mentiroso e pai de tôda mentira, e se opõe ao verdadeiro Deus e Criador. O último livro da Bíblia fala que êle é “o grande dragão, a serpente original, o chamado Diabo [Caluniador] e Satanás [Opositor], que está desencaminhando tôda a terra habitada”. (Apo. 12:9) Com exceção dos que fielmente adoram o verdadeiro Deus mediante seu Filho Jesus Cristo, Satanás, o Diabo, engana a “tôda a terra habitada” por meio da falsa religião. É por isso que a falsa religião predomina na terra.
16. (a) Existe relação paci̇́fica entre a religião verdadeira e a falsa? (b) Por que deve prevalecer a verdadeira religião?
16 Nem o verdadeiro Deus nem o falso deus aprova a religião um do outro. O verdadeiro Deus é contra a religião do falso deus Satanás, o Diabo. O falso deus é contra a religião de Jeová e dirige seus servos na perseguição da religião do verdadeiro Deus. Portanto, através das eras os verdadeiros adoradores têm sofrido muito às mãos dos falsos religiosos. A falsa religião pode ter agora o poder e as massas na terra habitada, mas que religião triunfará finalmente? Só há uma resposta: Assim como a verdade não pode ser destruída, é a falsa religião que sofrerá a derrota e será destruída. Isto é tão certo como que o verdadeiro Deus triunfará sôbre o falso deus religioso.
17. (a) Que poder possui o verdadeiro Deus, segundo demonstrado pelo registro bíblico sôbre o Dilúvio? (b) Portanto, por que permitiu êle que a falsa religião existisse até hoje?
17 Ora, em um instante, o verdadeiro Deus podia riscar a falsa religião e libertar seus adoradores de oposição e perseguição. Nos dias de Noé êle riscou os falsos religiosos mediante uma inundação global. Oito adoradores fiéis dêle sobreviveram: Noé e sete membros de sua família. (Gên. 6:5 a 7:24) Desde aquêle Dilúvio global o Deus Todo-poderoso tem apenas permitido a falsa religião. Êle a tem tolerado, a fim de provar a sinceridade e a fidelidade dos seus próprios adoradores. A sua Palavra escrita inspirada, a Bíblia, mostra claramente que êle não tolerará para sempre a prevalência da falsa religião. Por quanto tempo ainda tolerará êle a prática da falsa religião em sua propriedade, na terra que é dêle por ser sua própria criação?
18. Como sabemos que o fim da falsa religião está próximo?
18 Desde quando o perfeito homem original no Éden pecou contra o seu Criador e Deus, a Bíblia conta cêrca de 1.656 anos até o dilúvio dos dias de Noé. Desde o início do Dilúvio até agora passaram mais de duas vêzes aquela quantidade de tempo, a saber, mais de 4.300 anos. Segundo informação procedente de tôdas as partes da terra habitada, as condições de hoje estão piores do que se relata terem existido na terra antes do Dilúvio exterminar os falsos religiosos. Jesus Cristo fêz uma profecia, indicando quando a falsa religião e o resto do sistema de coisas do Diabo seriam levados a um fim. Em sua profecia Jesus indicou similaridades entre as condições terrestres antes do Dilúvio e as condições que existiriam na terra antes do fim do mundo do Diabo. (Mat. 24:36-39; Luc. 17:26, 27) Visto que os eventos e as condições que Jesus Cristo predisse estão acontecendo na história humana desde 1914, e visto que o tempo atual se assemelha com o tempo de Noé, pouco antes do Dilúvio, evidentemente o fim de tôda a religião falsa está perto.
COMO COMEÇOU
19. Após o dilúvio, quem iniciou a falsa religião e que mentira a respeito de um dilúvio dizia a falsa religião?
19 Então, como e onde começou a falsa religião depois do Dilúvio? Foi nos dias de um dos bisnetos de Noé chamado Nenrode e na cidade de Babel ou Babilônia. Nenrode foi um grande caçador em oposição a Jeová Deus, tornando-se rei de Babel e seu herói caçador. (Gên. 10:8-10; 1 Crô. 1:10) Dêste seu início a religião babilônica foi edificada e se expandiu. Todavia, os babilônicos traçaram da criação do céu e da terra o início da religião dêles. Assim, a religião babilônica tinha a sua cosmogonia ou filosofia mítica da criação do universo e também tinha uma história sôbre um dilúvio, sendo que dêste ela sobreviveu; pretendendo assim ser a única religião original e, portanto, a verdadeira.
20. Mostre como Noé e Sem consideraram corretamente êste nôvo espalhamento da falsa religião.
20 Os fatos mostram entretanto que Noé e seu filho Sem, que sobreviveu ao Dilúvio com Noé, não se uniram aos rebeldes religiosos na edificação de Babel nem na promoção da idéia social, política e religiosa que estava por trás da edificação da cidade e de sua tôrre arranha-céu. Noé e Sem não se uniram na adoração do nôvo deus posto em Babel ou Babilônia. Êles continuaram a adorar o único Deus verdadeiro, o Criador e originador do Dilúvio. Mantiveram-se afastados da adoração dos falsos deuses descritos no registro babilônico sôbre a criação.
21. Mediante quem continuou viva a verdadeira religião?
21 Dêste modo a falsa religião foi estabelecida em Babel (Babilônia). A verdadeira religião continuou onde viviam Noé e Sem, sendo que Sem viveu até os dias de um homem chamado de “amigo de Jeová.”, a saber, de Abraão, o hebreu. (Tia. 2:23; 2 Crô. 20:7; Isa. 41:8) Abraão foi um descendente proeminente de Sem e por meio dêle a adoração do verdadeiro Deus, cujo nome é Jeová, foi mantida viva na terra.
22, 23. (a) Como o verdadeiro Deus expressou desaprovação sôbre a religião babilônica? (b) Que nome deu a falsa religião à cidade de Nenrode, mas como Jeová a chamou, significando o quê?
22 Deus não aprovou Babel ou Babilônia — assim como não aprovou a sua falsa religião. Expressando a sua desaprovação sôbre Babel e seu arranha-céu religioso, o Todo-poderoso Deus misturou a língua dos edificadores e os espalhou. Sem dúvida a própria língua de Nenrode foi mudada e êle não mais falava o hebraico puro. Mas quer em nova língua quer não, êle continuou a sua religião falsa, e em uma de suas novas línguas a cidade foi chamada pelo nome de “Porta de Deus”. Naturalmente, não Porta de Jeová de quem Nenrode era opositor, mas sim o centro religioso e capital do nôvo deus falso.
23 No hebraico original a Palavra escrita de Deus chamou de Babel a cidade real de Nenrode (Babilônia, na língua grega). Êste nome hebraico, Babel, não significa “Porta de Deus”; significa “Confusão”. O ato de julgamento de Deus sôbre a cidade foi o motivo de se chamar a cidade por aquêle nome hebraico. As falsas religiões, tentando glorificar Babel ou Babilônia, não chamam aquela cidade pelo nome de “Confusão” na sua língua, mas colocam um deus, o deus dela, no nome da cidade. A história de Sem a chama de Babel (“Confusão”) e assim também o fazem os escritores posteriores da Bíblia em hebraico e em grego. — Gên. 10:2 a 11:10; Sal. 137:1, 8; Mat. 1:11, 12, 17.
24. Qual foi o curso da falsa religião depois da confusão da língua dos homens em Babel e, portanto, o que tem acontecido em todo o mundo?
24 A falsa religião de Babilônia não foi destruída pela confusão e o espalhamento dos seus formadores. A sua falsa religião foi na realidade espalhada por isso, sendo praticada em diferentes línguas, portanto, com diferentes nomes de deuses. Assim, espalhando-se os edificadores dela, a sua religião foi levada para tôda a Ásia, África e Europa, em línguas diferentes, sendo praticada em tôda a terra habitada e não sòmente em Babilônia. Assim foi estabelecido um império mundial de falsa religião, juntamente com seus sacerdotes e cerimônias religiosas. Neste império, tôdas as religiões componentes diferiam em linguagem, em nomes das coisas e em vestimentas religiosas, mas tôdas estas religiões se baseavam no único e no mesmo fundamento, a falsa religião que começou em Babilônia.
25. Como os impérios do mundo foram aflitos pela religião babilônica?
25 O império mundial da religião babilônica continuou desde então pela tolerância de Deus. Assim ela tem dominado as sete potências mundiais das quais a Bíblia agrada faz referência histórica e profèticamente. Segundo a ordem que elas se elevaram ao domínio mundial são: (1) Egito, (2) Assíria, (3) Babilônia, (4) Medo-Pérsia, (5) Grécia ou Macedônia, (6) Roma, tanto a pagã como a da cristandade, inclusive a parte ocidental e a oriental do Império Romano, (7) Anglo-americana, embora êstes dois aliados políticos modernos pretendam praticar, não a religião babilônica, mas o cristianismo.
26. (a) Por que alguns podem não achar que a cristandade se baseia no fundamento babilônico? (b) Como podemos estar certos de que o império mundial da falsa religião não pode durar?
26 As religiões prevalecentes em tôdas estas potências mundiais, bem como nos países ou territórios de fora destas sete potências mundiais, baseavam-se nos fundamentos babilônicos. Estavam tôdas sob o domínio invisível do falso deus dêste mundo. Isto inclui a cristandade; mas os religiosos dela não vêem isto porque suas características religiosas estão encobertas com nomes cristãos ou bíblicos. Em face da origem e do fundamento dêste império mundial de falsa religião, o último livro da Bíblia Sagrada o enquadra sob o símbolo de Babilônia, a Grande, e assim o chama. Chamando-o por êste nome, pressagia a sua queda certa e a sua destruição, assim como o seu protótipo, com o nome de Babilônia, caiu ingloriosamente e foi à ruína.
27. O que têm em comum os 111 membros das Nações Unidas, inclusive a Rússia soviética vermelha, a despeito da queixa da imprensa soviética?
27 O império mundial de religião babilônica dominou as sete potências mundiais sucessivas até hoje, quando surgiu no cenário a organização internacional conhecida como Nações Unidas. Êste longo domínio do imperialismo da religião babilônica foi profèticamente retratado no último livro da Bíblia: Apocalipse, capítulo dezessete. Atualmente as Nações Unidas têm 111 nações membros, praticando tôdas elas alguma religião, inclusive a Religião Vermelha radical com sua adoração do Estado e de heróis, assemelhando-se à adoração do herói de Babilônia, o caçador Nenrode, que se rebelou contra o Deus do seu bisavô, Jeová. Falando sôbre a Rússia Soviética vermelha, The Americana Annual de 1963, sob o título “Religião”, diz na página 692:
Em 1962, como anteriormente, a imprensa soviética queixou-se de que a religião ainda era uma grande fôrça na vida soviética e instou com tôda a intensificação da propaganda anti-religiosa. Em 1962, mais de 20 ministros pentecostais e pelo menos sete ministros das Testemunhas de Jeová foram presos por atividades religiosas ilegais, . . .
O MISTÉRIO DA FERA CÔR DE ESCARLATE
28. O que prefigura a fera marina com sete cabeças e dez chifres, e que evento curioso ocorreu?
28 Em Apocalipse, capítulo dezessete, relata-se que o cristão e apóstolo João viu uma “fera côr de escarlate, que estava cheia de nomes blasfemos e que tinha sete cabeças e dez chifres”. (Apo. 17:3) De onde veio esta fera ou como veio a existir não se revela aqui. Mas a sua descrição geral a torna semelhante a outra fera que João tinha visto prèviamente na visão, uma fera que o Dragão, Satanás, o Diabo, observava quando ela subia do mar e à qual o Dragão deu um trono, poder e grande autoridade. Esta fera marina também tinha sete cabeças e dez chifres nas cabeças, tendo dez diademas sôbre os dez chifres. À luz das profecias anteriores da Bíblia Hebraica esta fera do mar prefigura a visível organização política de Satanás, o Diabo, na terra, desde os dias da antiga Babilônia até agora. Quanto às sete cabeças da fera do mar, êstes prefiguram as já mencionadas sete potências mundiais que sucessivamente assumiram a liderança na política do mundo, desde a antiga Potência Mundial Egípcia até à Potência Mundial Anglo-americana de hoje. Curiosamente, uma imagem foi feita desta fera do mar. — Apo. 13:1-7, 14, 15.
29. (a) De que então é imagem a fera de Apocalipse, capítulo dezessete, versículo três, e o que argumenta a profecia da Bíblia que ela é? (b) O que disse João acêrca desta fera em Apocalipse 17:7, 9-11?
29 Com exceção da côr da pele, a fera de Apocalipse, capítulo dezessete, é uma imagem da fera de sete cabeças e dez chifres que saiu do mar. Os simbolismos bíblicos argumentam que a fera escarlate é uma organização política. As suas cabeças têm o mesmo significado que as cabeças similares da fera do mar e então simbolizam as sete potências mundiais do passado e do presente, das quais permanece um restante ou uma relíquia política em nossos dias. Êste significado foi dado pelo anjo que trouxe a revelação ao apóstolo João. Ao explicar o ‘mistério da fera’, o anjo disse: “Aqui é que está a inteligência que tem sabedoria: As sete cabeças significam sete montes, onde a mulher está sentada no cume. E há sete reis: cinco já caíram, um é, o outro ainda não chegou, mas, quando chegar, tem de permanecer por pouco tempo. E a fera que era, mas não é, é ela mesma também um oitavo rei, mas procede dos sete [reis, simbolizados pelas sete cabeças], e vai para a destruição.” — Apo. 17:7, 9-11.
30, 31. (a) Como sabemos que a fera escarlate não prefigura a Roma, muito embora se possa encontrar certas “aparentes” similaridades? (b) Portanto, o que prefigura esta fera escarlate e o que simbolizam as suas sete cabeças?
30 O que prefigura a fera côr de escarlate? Roma, onde está localizada a cidade do Vaticano? É verdade que quando João teve a visão Roma dominava como sexta Potência Mundial e tinha exilado João para a ilha penal de Patmos, como parte do programa de perseguir os verdadeiros seguidores de Cristo. É também verdade que a cidade de Roma naquele tempo ficava sôbre sete colinas. Entretanto, as sete cabeças que são comparadas a montes e a reis não representam sete reis romanos sentados cada um sôbre uma das sete colinas de Roma. Tampouco representam sete imperadores romanos governando em sucessão, tendo então passado cinco, estando um no poder e tendo ainda que vir o outro à Roma.
31 Não, aquela fera escarlate não prefigura o Império Romano pagão. Ela prefigura algo maior, mais velho. Ela representa o inteiro sistema político visível do Diabo que começou nos dias de Babel ou Babilônia. As suas sete cabeças representam sete potências mundiais sucessivas, cinco das quais tinham caído, a sexta, a Potência Mundial Romana, governava ainda nos dias de João e a sétima, a Potência Mundial Anglo-americana, devendo vir muito depois da morte de João.
32. O que mais diz o registro de Apocalipse que é a fera escarlate e quando surgiu ela no cenário do mundo?
32 Com referência à própria fera côr de escarlate, o anjo disse que tinha saído de sete potências mundiais, mas ela mesma era um oitavo rei, uma oitava potência mundial. Na Bíblia o sete é um número que denota perfeição; e visto que oito é um número além dêste número perfeito, êle representa algo em excesso, algo supérfluo. E visto que a fera escarlate é um oitavo rei ou potência mundial, a última, ela prefigura a organização política que se formou depois da sétima Potência Mundial da aliança britânica e americana. Esta primeira aliança notável do Império Britânico e os Estados Unidos da América foi na primeira guerra mundial de 1914-1918, embora houvesse considerável cooperação internacional entre as duas potências políticas antes daquela guerra.
33. Portanto, o que representa a oitava Potência Mundial e como sabemos que não é o bloco comunista de nações?
33 O que então é a mais recente e oitava Potência Mundial, sendo a última a surgir no cenário de ação do mundo? Não é o poderoso bloco de nações comunistas, muito embora o bolchevismo tenha tomado contrôle da Rússia tão recentemente quanto em novembro de 1917, depois de a Grã-Bretanha e a América se terem aliado na Primeira Guerra Mundial. A Rússia comunista e suas nações satélites não se enquadram na descrição de Apocalipse; não se pode dizer que êste bloco comunista “procede dos sete”, isto é, das sete potências mundiais precedentes. O império czarino russo nunca tinha sido parte daquelas sete potências mundiais. A oitava Potência Mundial que ‘procede das sete’ em anos recentes e desde a Primeira Guerra Mundial, não é o comunismo internacional. Antes, é a organização internacional de paz e segurança, primeiramente formada como Liga das Nações e agora na forma de Nações Unidas.
34. Quem especialmente apóia a oitava Potência Mundial e até que ponto, segundo Apocalipse 13:15?
34 A sétima Potência Mundial, da Grã-Bretanha e América, tem sido a principal defensora e apoiadora desta organização internacional pró paz e segurança mundiais. Em Apocalipse 13:11-15 a Potência Mundial dupla Anglo-americana é vista profèticamente a propor e a dar fôlego de vida a esta organização internacional que é a imagem da fera política que saiu do mar.
35, 36. Que outra informação notável recebeu João sôbre a oitava Potência Mundial segundo visto em Apocalipse 17:8?
35 Em harmonia com isto, a fera côr de escarlate de sete cabeças, que é a oitava Potência Mundial, deve simbolizar a atualmente extinta Liga das Nações e as atuais Nações Unidas. Até mesmo a sua dupla aparência ou a sua forma dupla foi predita, não em Apocalipse, capítulo treze, que nos fala como ela veio a existir, mas em Apocalipse 17:8, que diz:
36 “A fera que viste era, mas não é, contudo, está para ascender do abismo, e há de ir para a destruição. E quando virem que a fera era, mas não é, contudo estará presente, os que moram na terra se admirarão grandemente, mas os nomes dêles não foram inscritos no rôlo da vida desde a fundação do mundo.”
37. Explique como se cumpriu Apocalipse 17:8 na atividade desta oitava Potência Mundial.
37 O aparecimento desta fera escarlate na terra foi interrompido por ela descer ao abismo, cessando neste tempo a sua função sôbre a terra. Quando se deu isto? Segundo a história foi quando irrompeu a Segunda Guerra Mundial, em setembro de 1939, apesar da existência da Liga das Nações que tinha sido organizada depois da Primeira Guerra Mundial, a fim de preservar a paz e tornar o mundo seguro contra, pelo menos, outra guerra mundial. Desce o início do segundo conflito mundial a simbólica fera escarlate demonstrou a sua falta de poder, a sua incapacidade. Deveras, ela ficou fora de existência. Foi realmente para o abismo da inatividade semelhante à morte, incapaz de viver segundo seus estatutos. Ela não protegeu os Estados Unidos da América, nem os seus membros, de serem forçados à guerra e, de nôvo, se tornarem aliados da Grã-Bretanha, um membro da Liga. Ela não apressou o fim da guerra nem organizou uma conferência de paz. Foi o poder superior dos aliados democráticos, juntamente com o aparecimento da bomba atômica no cenário da guerra, que o apressou. Certamente a simbólica fera escarlate estava no abismo durante 1939-1945.
38. Surpreenderam-se as testemunhas de Jeová com o reaparecimento da fera côr de escarlate? Por quê?
38 Mas no ano de 1942, quando a guerra estava no meio, a ascensão da fera escarlate do abismo já era esperada pelas testemunhas de Jeová e elas corajosamente tornaram conhecida em público a sua expectativa, tanto pela palavra oral como pela página impressa, baseando sua confiante expectativa na profecia de Apocalipse 17:8.b Esta convicção delas tinha sólido fundamento e por isso não falhou. Antes de a Segunda Guerra Mundial ter terminado completamente, a conferência das Nações Unidas sôbre uma organização internacional foi realizada de 25 de abril a 26 de junho de 1945 por representantes de cinqüenta nações, não incluindo os podêres nazi-fascistas e seus aliados. Onde? Numa cidade da sétima Potência Mundial, a saber, em São Francisco, Califórnia, E.U.A. A conferência concluiu ali com a assinatura da Carta das Nações Unidas, pelos representantes das cinqüenta nações.
39, 40. Quem se destacou de nôvo em organizar esta oitava Potência Mundial, dando-lhe vida, e quando ela começou novamente a funcionar?
39 Quais foram as mais destacadas no planejamento da organização das Nações Unidas? As mesmas nações que tinham proposto e dado vida à Liga das Nações, a saber, a potência mundial de dois chifres da Grã-Bretanha e da América, segundo predito em Apocalipse 13:11-15. As Nações Unidas eram bem similares à Liga das Nações, querendo o mesmo objetivo por meios similares, e de fato era a mesma fera simbólica escarlate. Assim se ascendeu do abismo a fera escarlate.
40 Em 24 de outubro de 1945 a Carta das Nações Unidas foi ratificada por vinte e nove governos, inclusive os liderantes podêres aliados conhecidos como os Cinco Grandes. Por isso a Carta da ONU tornou-se então parte da lei internacional. Ali a simbólica fera escarlate saiu do abismo e, a despeito de algumas dificuldades financeiras, ela vem esforçando-se como a oitava Potência Mundial desde então. O reaparecimento da fera escarlate no cenário do mundo causou grande espanto entre os que habitam na terra, exceto entre as testemunhas de Jeová, que estavam informadas sôbre as Escrituras proféticas.
41. Que comentários dos li̇́deres do mundo mostram que as Nações Unidas são iguais à sua predecessora, cheia de nomes blasfemos?
41 Tais habitantes da terra ficaram admirados com o ressurgir da fera escarlate. Depositaram muita confiança em ela ser um poder pró paz e segurança mundiais. Estavam em grande expectativa quanto a ela, dando-lhe incumbências que eram realmente blasfemas do ponto de vista da Bíblia Sagrada. Como assim? Por se ter atribuído e dado às potências da “fera” as tarefas que realmente pertencem ao reino de Deus e ao seu Messias ou Cristo. Em 1919 a Liga das Nações tinha sido sèriamente chamada de “expressão política do Reino de Deus na terra”. E agora, as Nações Unidas e sucessoras da Liga são chamadas de o melhor meio para a paz, sim, até mais do que isto: a “última esperança da paz”. Então podemos ver hoje na realidade o que o apóstolo João viu em símbolo: que a fera côr de escarlate “estava cheia de nomes blasfemos”. As expressões de admiração por ela dirigem os falsos religiosos, não à adoração de Jeová Deus, o Criador, mas à idolatria de criação humana, à adoração de uma imagem política, à adoração de uma organização internacional em prol da paz e da segurança. — Apo. 17:3.
A SUA CAVALEIRA
42. (a) Por que não serão salvos os que adoram esta fera? (b) Que pergunta oportuna se faz então, com que resposta notável?
42 Salvará tal adoração da fera escarlate os admirados habitantes da terra? Não! Pois está escrito que “os nomes dêles não foram inscritos no rôlo da vida desde a fundação do mundo”. (Apo. 17:8) Mas por que é que a religião dêles não impede que cometam idolatria que é contra o primeiro e o segundo dos Dez Mandamentos de Jeová Deus? Apocalipse, capítulo dezessete, mostra simbòlicamente por quê. É porque há uma mulher a cavalo na fera. Lemos:
43. (a) Descreva a aparência da mulher que cavalga a fera. (b) Qual é o nome dela e com o que se embriaga ela?
43 “E êle [o anjo que apareceu a João] me levou no poder do espírito para um êrmo. E avistei uma mulher sentada numa fera côr de escarlate, que estava cheia de nomes blasfemos e que tinha sete cabeças e dez chifres. E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlate, e estava adornada de ouro, e de pedra preciosa, e de pérolas, e tinha na sua mão um copo de ouro cheio de coisas repugnantes e das coisas impuras da sua fornicação. E na sua testa havia escrito um nome, um mistério: ‘Babilônia, a Grande, a mãe das meretrizes e das coisas repugnantes da terra.’ E eu vi que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus. Pois bem, ao avistá-la, fiquei admirado com grande espanto [mas, naturalmente, não admirando-a].” — Apo. 17:3-6.
44. (a) Embriagar-se ela com, o sangue dos servos de Deus prova o quê a seu respeito? (b) Qual é o significado do seu nome Babilônia, a Grande?
44 Estar a mulher “embriagada com o sangue dos santos, [de Deus] e com o sangue das testemunhas de Jesus”, prova o quê? Prova que ela é contra Jeová Deus e contra seu Filho Jesus, o Messias ou Cristo. Portanto, ela não está do lado da única adoração verdadeira, da única religião verdadeira. O nome na cabeça dela, embora um mistério, revela quem a mulher é. A parte principal do seu nome é o nome da antiga inimiga de Jeová Deus, Babilônia. Mas ela é maior do que a cidade edificada sob a direção de Nenrode sôbre o rio Eufrates; por isso é que ela é chamada “Babilônia, a Grande”. Até à sua desastrosa queda em 539 A. C. a antiga cidade de Babilônia foi proeminentemente religiosa; era líder na falsa adoração. Ah, vemos então que a misteriosa Babilônia, a Grande, não é a Roma pagã das sete colinas, mas que é o império mundial da religião babilônica que reúne todo o mundo sob seu domínio.
45. (a) O que representam as águas sôbre as quais se senta a meretriz e por quanto tempo senta-se ela sôbre aquelas águas? (b) Que agilidade tem mostrado esta meretriz por muitos anos?
45 Foi por isso que o anjo disse a João ao explicar o mistério: “As águas que viste, onde a meretriz está sentada, significam povos, e multidões, e nações, e línguas. E a mulher que viste significa a grande cidade que tem um reino sôbre os reis da terra.” (Apo. 17:15, 18) Ela estava sentada sôbre aquelas águas simbólicas e tinha um reino sôbre os reis da terra muito antes de a fera escarlate ter-se impôsto como uma imagem idólatra. Tão logo apareceu esta fera depois da Primeira Guerra Mundial ela lhe subiu ao lombo. Isto lhe foi fácil em vista do seu poder religioso. Quando foi ao abismo durante a Segunda Guerra Mundial, a “fera” escarlate continuou a sentar-se “sôbre muitas águas”; a saber, sôbre povos, multidões, nações e línguas, e a exercer domínio “sôbre os reis da terra”. (Apo. 17:1) Quando a “fera” ascendeu do abismo com a ajuda especial de sua sétima cabeça, a Potência Mundial Anglo-americana, imediatamente Babilônia, a Grande, subiu-lhe às costas e lá permaneceu até hoje.
46. Como é que esta iníqua mulher provou ser “mãe de meretrizes”?
46 Era de se esperar que ela montasse nessa fera que é uma organização política, uma potência mundial. Babilônia, a Grande, é uma meretriz e é chamada “a mãe das meretrizes”. O anjo de Deus disse que ela é a “grande meretriz que está sentada sôbre muitas águas, com a qual os reis da terra cometeram fornicação, enquanto que os que habitam na terra se embriagaram com o vinho da fornicação dela”. (Apo. 17:1, 2) Visto que a fera escarlate simboliza uma organização política, a oitava Potência Mundial, e as suas sete cabeças simbolizam “sete reis” ou sete potências mundiais, Babilônia, a Grande, havia de seguir o seu curso regular e cometer fornicação com ela, assim como cometeu fornicação com as sete potências mundiais anteriores e com outros “reis da terra”. Falando-se simbòlicamente, ela estaria cometendo fornicação com a fera, ato êste que é bestialidade, um pecado nojento e condenado pela lei de Deus. — Lev. 20:15, 16.
47. Por que está esta meretriz tão interessada em política e até que ponto foi ela para obter o favor dos governos?
47 A sua fornicação consiste em ela unir a sua religião com a política, participando nela para o seu próprio enriquecimento. Ela está muito interessada em política, mas isto é especialmente para poder controlar a política do mundo para a sua própria vantagem, arbitrando para os políticos. Ela presume ter o direito divino de coroar e de destronar reis. Ela se prostituiu aos dominadores políticos. Ela tem cedido o seu poder religioso para servir as ambições dos reis, até mesmo abençoando os seus exércitos providos de armas mortíferas, santificando suas guerras egoístas e dando um passaporte direto para a glória celestial aos que morrem tentando matar a outros na guerra. Não é de se admirar que esteja tão brilhantemente vestida.
48. Explique a expressão: “Os que habitam na terra se embriagaram com o vinho da fornicação dela.”
48 O que, porém, ganha o povo comum por ela cometer fornicação com os reis mundanos? O seguinte, conforme declarado: “Os que habitam na terra se embriagaram com o vinho da fornicação dela.” Êles têm sofrido por todos os planos egoístas, ambiciosos, agressivos e cobiçosos que ela tem abençoado e com os quais cooperou só para agradar os dominadores políticos, seus bem pagos chefes. O povo fica tonto e entorpecido por causa de tôda a dificuldade, aflição, privação, dureza e opressão que êle recebe para beber do “copo de ouro” de Babilônia, a Grande. O fato de ela dizer religiosamente ao povo sofredor que estas coisas são a vontade dos Céus para êle, não lhe tem aliviado o sofrimento, nem lhe tem sarado as feridas e nem lhe tem consolado o coração magoado. O seu copo é asqueroso por dentro.
49. Quais são as organizações filhas que a Babilônia produziu?
49 O meretrício da Babilônia, a Grande, a tornou mãe, mas mãe de filhos bastardos que imitam os modos da mãe. Assim ela é “a mãe das meretrizes e das coisas repugnantes da terra”. Localmente, em várias nações, ela tem dado à luz organizações filhas, estruturas religiosas, quer ligadas ao govêrno local em união de Igreja e Estado, quer ligadas i̇̀ntimamente com o sistema político nacional, servindo-lhe de servas, de concubinas. Ela também é mãe das coisas repugnantes, coisas que são particularmente repugnantes a Deus, tais como pessoas santificadas para a prostituição nos seus templos, para jogos nas propriedades religiosas, recebendo a sua porcentagem de ganhos injustos, de idolatrias com imagens, e assim por diante.
50. Descreva os vários modos em que Babilônia é responsável por grandes derramamentos de sangue.
50 Uma pesada culpa de sangue perante Deus, o Criador, cai sôbre Babilônia, a Grande. Ela compartilha da culpa pelas guerras que não usou o seu poder místico para impedir. Compartilha da culpa do sangue derramado dos que ela abençoou, oferecendo-os em sacrifício ao deus da guerra, muito embora êles lutassem uns contra os outros, irmãos religiosos contra irmãos religiosos. Em nome da religião ela tem prosseguido com a perseguição intolerante. Instigou guerras brutais de religião, uma religião contra a outra. Proclamou guerras santas com promessas de recompensas celestiais para os que morressem lutando nelas. Promoveu cruzadas fanáticas, não sòmente contra os chamados infiéis, mas também contra os cuja religião ela tentava exterminar com fogo e espada. Suas inquisições religiosas foram hediondas, demoníacas. A história registra como, subversivamente, ela desempenhou sua parte poderosa em ambos os conflitos sanguinários da humanidade: a Primeira e a Segunda Guerra Mundiais. Dêste modo ela matou principalmente os seus próprios religiosos, todavia, todos êles eram criaturas de Deus e êle responsabiliza Babilônia, a Grande, pelo sangue deles.
51. Como pecou ela especialmente contra Deus?
51 Na sua perseguição religiosa, ela pecou especialmente contra Deus o Criador. O apóstolo João chamou a sua atenção para a culpa de sangue dela neste sentido, dizendo: “E eu vi que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus:” (Apo. 17:6) Beber sangue não lhe tem sido problema, muito embora Noé, o bisavô de Nenrode, recebesse o mandamento de não beber sangue. (Gên. 9:3, 4) Babilônia, a Grande, porém, tem experimentado prazer embriagador por beber o sangue dos santos de Deus e das testemunhas de Jesus Cristo, declarando-os hereges, um perigo para a sociedade religiosa babilônica, e perseguindo-os até à morte com a ajuda do Estado.
52. Que palavras de um dos sete anjos são a seguir de interêsse especial?
52 Há, pois, algo de que se admirar de que a visão dada a uma destas sofredoras “testemunhas de Jesus” retratasse como o julgamento divino será executado contra o império religioso babilônico dêste mundo? Absolutamente! João apresenta-nos esta parte especial da sua revelação ao dizer: “E um dos sete anjos, que tinham as sete tigelas [cheias da ira de Deus], veio e falou comigo, dizendo: ‘Vem, mostrarte-ei o julgamento da grande meretriz que está sentada sobre muitas águas, com a qual os reis da terra cometeram fornicação, enquanto que os que habitam na terra se embriagaram com o vinho da fornicação dela.’” (Apo. 17:1, 2) Como foi executado o julgamento?
EXECUTANDO O JULGAMENTO
53. Que julgamento se dá então e a vontade de quem executa êste julgamento?
53 João nos deu uma idéia dêle com as seguintes palavras: “E os dez chifres que viste, e a fera, êstes odiarão a meretriz e a farão devastada e nua, e comerão as suas carnes e a queimarão completamente no fogo. Porque Deus pôs nos seus corações executarem o pensamento dêle, sim, executarem um só pensamento dêles por darem o seu reino à fera, até que se tenham efetuado as palavras de Deus.” — Apo. 17:16, 17.
54. O que representam os dez chifres da fera côr de escarlate e por que são dez?
54 Os dez chifres foram retratados sôbre as sete cabeças da fera côr de escarlate. O que representam? O anjo do céu disse a João, declarando: “E os dez chifres que viste significam dez reis, os quais ainda não receberam um reino, mas êles recebem autoridade como reis por uma hora, junto com a fera. Êstes têm um só pensamento, e assim, dão o seu poder e autoridade à fera.” (Apo. 17:12, 13) Então os chifres simbolizam reis. (Compare com Daniel 8:2-8, 20, 21) Sendo que o número dez nas Escrituras simboliza plenitude, os “dez reis” representam todos os dominadores governamentais, especialmente os que são parte da simbólica fera escarlate, a organização internacional pró paz e segurança mundiais.
55. O que não fizeram Babilônia nem os dez chifres no término da Primeira Guerra Mundial?
55 Babilônia, a Grande, no término da Primeira Guerra Mundial, não disse aos “dez chifres” simbólicos que entregassem autoridade nacional e a soberania imperial dêles ao reino messiânico de Deus que tinha nascido nos céus para assumir o domínio de tôda a terra. Tampouco os “dez chifres” queriam fazer tal entrega. Durante a Primeira Guerra Mundial êles perseguiram as testemunhas cristãs de Jeová e desdenhosamente recusaram aceitar a mensagem do reino estabelecido de Deus.
56. Como é que os dez chifres executam agora o pensamento de Deus?
56 Deus se propôs a destruição dêstes “dez chifres” simbólicos, assim como há muito êle o havia predito. Era então seu pensamento manobrá-los à destruição, destruindo-os em conjunto, todos de uma vez. Concordemente, mediante sua manobra invisível, “Deus pôs nos seus corações executarem o pensamento dêle”. Como executariam o pensamento de Deus, para que entrassem em oposição conjunta contra êle? Por êles chegarem a uma unidade de idéia e estabelecerem uma organização internacional para paz e segurança do mundo e então se unirem a ela como uma família de nações, unindo-se especialmente às Nações Unidas de hoje. Então, em vez de darem seus reinos a Deus, entregando a soberania terrestre deles ao Seu govêrno messiânico, êles prosseguiram, segundo Apocalipse 17:17 diz, a “executarem um só pensamento dêles por darem o seu reino à fera, até que se tenham efetuado as palavras de Deus”.
57. Como as nações deram poder e autoridade à “fera”?
57 Assim, de 1919 em diante, quando a Carta da Liga das Nações foi redigida, êles começaram a dar seus reinos à “fera” côr de escarlate. Deram-lhe o poder e a autoridade dêles. Tornando-se nações membros da organização internacional pró paz e segurança do mundo, a oitava Potência Mundial, “êles recebem autoridade como reis por uma hora, junto com a fera”. (Apo. 17:12, 13) Em sentido comparativo, só falta “uma hora” para a destruição da fera. Ela só tem “uma hora” de vida.
58. Como se sentiu Babilônia a respeito desta “fera” e qual será o resultado final para ela e para a fera?
58 Babilônia, a Grande, que estava ansiosa para cavalgar esta “fera”, aprovou a ação internacional, muito embora ela fôsse contra o reino celestial pelo Cordeiro de Deus proclamado pelas testemunhas cristãs de Jeová. Qual é e será o resultado desta entrega de poder nacional e autoridade à “fera”, o animal de estimação de Babilônia, a Grande? Apocalipse 17:14 responde: “Êstes batalharão contra o Cordeiro, mas, porque êle é Senhor dos senhores e Rei dos reis, o Cordeiro os vencerá. Também o farão com êle os chamados e escolhidos, e fiéis.” Dêste modo ou por isso, a “fera” escarlate que agora existe, tendo saído do abismo, “vai à destruição”. Quando isto acontecer, ter-se-ão “efetuado as palavras de Deus”. — Apo. 17:8, 17.
59. Todavia, quem vai primeiro à destruição e às mãos de quem?
59 Será que Babilônia, a Grande, a cavaleira da “fera” escarlate, é destruída ao mesmo tempo que a “fera”, desfrutando assim qual meretriz a sua cavalgadura até o fim? Não! Não segundo a decisão judicial já registrada por Jeová Deus. A sentença que êle já deu é que o próprio objeto do amor dela deve destruí-la, antes que êle mesmo seja destruído. Há muito ela tem amor egoísta de meretriz ou fornicária pela “fera” e seus dez chifres. Ela acha que sempre lhes será atraente e que será capaz de manter o patrocínio dêles por lhes satisfazer o prazer imoral e egoísta. Mas nisto ela se engana e se expõe a uma surprêsa chocante.
60. Descreva o fim desastroso da meretriz.
60 O Deus Todo-poderoso quebrará a unidade entre a meretriz e a fera de dez chifres. Êle mudará seu amor egoísta em ódio desrespeitoso e apresentará razões para a fera e os dez chifres odiarem a meretriz que os cavalga e se desabafarem furiosamente nela. Êles a levarão de um paraíso religioso a uma devastação religiosa. Tirarão suas vestes de púrpura e de escarlate, os seus adornos de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, e lhe derrubarão das mãos o copo de ouro cheio de coisas repugnantes. Ela será exposta nua como fraude religiosa. A sua carne não mais será atrativa para carícias nem para união imoral, mas a “fera” e os seus dez chifres se alimentarão de modo bestial de suas partes carnais. Seus ossos êles reduzirão a mera cal, queimando-os no fogo. Assim será reduzido a cinzas o império mundial da religião babilônica para ser calcado aos pés pelos sobreviventes adoradores do verdadeiro Deus Jeová, os fiéis seguidores do seu Filho reinante, Jesus Cristo. — Mal. 4:3.
61. Quem cuidará de que a “fera” escarlate vá à destruição?
61 Depois disto a “fera” escarlate e os seus dez chifres irão, não, não de volta para o abismo, mas para a destruição total e eterna. O Cordeiro vencedor, contra quem êles lutaram, cuidará disto.
62. Que conselho é dado para os que não desejam participar no destino de Babilônia?
62 Sabendo já de antemão o julgamento que será executado em breve sobre a falsa religião, que faremos? A meretriz babilônica senta-se sôbre “muitas águas”, muitos povos, multidões, nações e línguas. Ainda está ela sentada sobre quaisquer de nós? Se estiver, então, para escaparmos de ser destruídos com ela na hora da execução do julgamento divino, só há uma coisa a fazermos sem demora: Por amor da única religião verdadeira, saiamos de sob ela! Ela está condenada! Babilônia, a Grande, pelo julgamento de Jeová Deus, levou uma queda em 1919, sendo que desde aquêle ano mais de um milhão de homens, mulheres e crianças marcharam para fora dela, para a liberdade religiosa como testemunhas cristãs de Jeová. Agora, em sua condição decaída, ela se aproxima da terrível destruição eterna. Pois então dizemos aos que buscam a Deus e que ainda estão sob a influência dela: Abandonem Babilônia, a Grande!
63, 64. A quem não se unirão êles para escaparem do destino de Babilônia, mas o lado de quem tomarão para a salvação eterna?
63 Isto não significa unir-se aos “dez chifres” e à “fera” na destruição violenta do império mundial da religião babilônica. Tal ação violenta da “fera” e dos “dez chifres” não resultará em salvação para êles nem para alguém que se alie nesta violência. Deixe que aquêles desiludidos poderes políticos façam isto como agentes visíveis de Deus na execução do seu julgamento divino sôbre a falsa religião. Mas tal trabalho não é nosso!
64 A única religião verdadeira é a nossa salvação, sendo que por ela adoramos o único Deus verdadeiro e vivo que nos oferece salvação mediante seu Filho Jesus, o Messias, o Cristo. Lembre-se das palavras de Jesus em oração a Jeová Deus: “A tua palavra é a verdade.” (João 17:17) É esta verdade que nos liberta de Babilônia, a Grande. Adquiramos tal liberdade religiosa, abraçando a palavra de Deus em sua Bíblia Sagrada e então seguindo as pisadas do vitorioso Cordeiro de Deus. Êle conquistará os amantes políticos de Babilônia, a Grande, e nos conduzirá à completa liberdade sob o triunfante reino de Deus. Que domine para sempre o reino messiânico de Deus!
[Nota(s) de rodapé]
a Citado da página 3 do livro Hinduism — Doctrine and Way of Life, por C. Rjagopalachari, publicado pela imprensa hindustã do Times, Nova Deli, Índia, (primeira impressão).
b Veja as páginas 18-23 do folheto Paz — Pode Durar? publicado em 1842 pela Watch Tower Bible & Tract Society of Pennsylvania.
[Foto na página 308]
Babel — Daqui a falsa religião se espalhou pelo mundo
[Foto na página 315]
A destruição do império mundial da religião babilônica, segundo um anjo descreveu em símbolo ao apóstolo João