Capítulo 36
Devastada a grande cidade
Visão 12 — Revelação 18:1–19:10
Assunto: A queda e a destruição de Babilônia, a Grande; o anúncio do casamento do Cordeiro
Tempo do cumprimento: Desde 1919 até depois da grande tribulação
1. O que marcará o início da grande tribulação?
REPENTINA, chocante, devastadora — assim será a extinção de Babilônia, a Grande! Será um dos mais catastróficos acontecimentos de toda a história, marcando o início da “grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo, não, nem tampouco ocorrerá de novo”. — Mateus 24:21.
2. Embora impérios políticos tenham ascendido e caído, que espécie de império tem perdurado?
2 A religião falsa já existe por muito tempo. Existe sem interrupção desde os dias do sanguinário Ninrode, que se opôs a Jeová e fez os homens construir a Torre de Babel. Quando Jeová confundiu a língua daqueles rebeldes e os espalhou pela Terra, eles levaram consigo a religião falsa de Babilônia. (Gênesis 10:8-10; 11:4-9) Desde então, ascenderam e caíram impérios políticos, mas a religião babilônica tem perdurado. Ela tem assumido muitos aspectos e formas, tornando-se um império mundial de religião falsa, a profetizada Babilônia, a Grande. Sua parte mais destacada é a cristandade, que se desenvolveu duma fusão de anteriores ensinos babilônicos com doutrinas “cristãs” apóstatas. Por causa da muito longa história de Babilônia, a Grande, muitos acham difícil de crer que ela seja alguma vez destruída.
3. Como Revelação confirma a condenação da religião falsa?
3 Portanto, é apropriado que Revelação confirme a condenação da religião falsa por oferecer-nos duas descrições detalhadas da queda desta e dos eventos subsequentes que levam à sua desolação total. Nós já a vimos como a “grande meretriz” que por fim é devastada por seus anteriores amantes do domínio político. (Revelação 17:1, 15, 16) Agora, em mais outra visão, devemos encará-la como cidade, como o antítipo religioso da antiga Babilônia.
Babilônia, a Grande, Sofre Uma Queda
4. (a) Que visão João vê a seguir? (b) Como podemos identificar o anjo, e por que é apropriado que ele anuncie a queda de Babilônia, a Grande?
4 João prossegue com o relato, dizendo-nos: “Depois destas coisas vi outro anjo descer do céu, com grande autoridade; e a terra ficou iluminada com a sua glória. E ele clamou com forte voz, dizendo: ‘Caiu! Caiu Babilônia, a Grande.’” (Revelação 18:1, 2a) É a segunda vez que João ouve esse anúncio angélico. (Veja Revelação 14:8.) Desta vez, porém, seu significado é enfatizado pela magnificência do anjo celestial, porque a glória dele ilumina toda a Terra! Quem é ele? Séculos antes, o profeta Ezequiel, relatando uma visão celestial, declarou que “a própria terra brilhava por causa da sua glória [a de Jeová]”. (Ezequiel 43:2) O único anjo a brilhar com glória comparável à de Jeová seria o Senhor Jesus, que “é o reflexo da sua glória [a de Deus] e a representação exata do seu próprio ser”. (Hebreus 1:3) Em 1914, Jesus tornou-se Rei nos céus, e desde aquele tempo exerce autoridade sobre a Terra como Rei e Juiz associado de Jeová. Portanto, é apropriado que ele anuncie a queda de Babilônia, a Grande.
5. (a) A quem o anjo usa na proclamação da queda de Babilônia, a Grande? (b) O que aconteceu com a cristandade ao começar o julgamento dos que professavam ser “a casa de Deus”?
5 A quem esse anjo com grande autoridade usa na proclamação de tal espantosa notícia perante a humanidade? Ora, o próprio povo que é solto em resultado daquela queda, os remanescentes dos ungidos na Terra, a classe de João. De 1914 a 1918, eles sofreram muito às mãos de Babilônia, a Grande, mas, em 1918, o Senhor Jeová e seu “mensageiro do pacto [abraâmico]”, Jesus Cristo, começaram o julgamento com “a casa de Deus”, os que professavam ser cristãos. De modo que a cristandade apóstata foi levada a julgamento. (Malaquias 3:1; 1 Pedro 4:17) A enorme culpa de sangue em que ela incorreu durante a Primeira Guerra Mundial, sua cumplicidade na perseguição das testemunhas fiéis de Jeová e seus credos babilônicos não a ajudaram neste tempo de julgamento; tampouco qualquer outra parte de Babilônia, a Grande, mereceu a aprovação de Deus. — Veja Isaías 13:1-9.
6. Por que se pode dizer que Babilônia, a Grande, já havia caído por volta de 1919?
6 De modo que por volta de 1919 Babilônia, a Grande, já havia caído, o que abriu o caminho para os do povo de Deus serem soltos e restabelecidos, como que num só dia, na sua terra de prosperidade espiritual. (Isaías 66:8) Por volta daquele ano, Jeová Deus e Jesus Cristo, o Dario Maior e o Ciro Maior, já haviam manobrado os assuntos para que a religião falsa não mais exercesse domínio sobre os do povo de Jeová. Ela não mais podia impedi-los de servir a Jeová, e de divulgar a todos os que ouvissem, que a meretrícia Babilônia, a Grande, está condenada e que é iminente a vindicação da soberania de Jeová! — Isaías 45:1-4; Daniel 5:30, 31.
7. (a) Embora Babilônia, a Grande, não fosse destruída em 1919, como Jeová a encarava? (b) Quando Babilônia, a Grande, caiu em 1919, que resultou disso para o povo de Jeová?
7 É verdade que Babilônia, a Grande, não foi destruída em 1919 — assim como tampouco a antiga cidade de Babilônia foi destruída em 539 AEC, quando caiu diante dos exércitos de Ciro, o persa. Mas, do ponto de vista de Jeová, essa organização havia caído. Ela foi judicialmente condenada, à espera da execução; portanto, a religião falsa não mais podia manter cativos os do povo de Jeová. (Veja Lucas 9:59, 60.) Estes foram soltos para servir como o escravo fiel e discreto do Amo para prover alimento espiritual no tempo apropriado. Haviam recebido o julgamento de ter agido “muito bem” e foram comissionados para se atarefar de novo na obra de Jeová. — Mateus 24:45-47; 25:21, 23; Atos 1:8.
8. Que acontecimento o vigia de Isaías 21:8, 9 proclama, e quem é hoje prefigurado por aquele vigia?
8 Milênios atrás, Jeová usara outros profetas para predizer esse evento momentoso. Isaías falou sobre um vigia que “passou a clamar como leão: ‘Ó Jeová, sobre a torre de vigia estou de pé continuamente, de dia, e no meu posto de vigilância estou postado todas as noites’”. E que evento esse vigia discerniu e proclamou com coragem leonina? O seguinte: “Ela caiu! Babilônia caiu, e todas as imagens entalhadas dos seus deuses ele [Jeová] destroçou no chão!” (Isaías 21:8, 9) Esse vigia prefigura mui apropriadamente a atual bem desperta classe de João, ao passo que esta usa a revista A Sentinela e outras publicações teocráticas para divulgar a notícia de que Babilônia caiu.
Declínio de Babilônia, a Grande
9, 10. (a) Que declínio a influência da religião babilônica tem sofrido desde a Primeira Guerra Mundial? (b) Como o poderoso anjo descreve a condição decaída de Babilônia, a Grande?
9 A queda da antiga Babilônia, em 539 AEC, foi o começo dum longo declínio, que terminou com a desolação dela. De modo similar, desde a Primeira Guerra Mundial, a influência da religião babilônica declinou notavelmente em escala global. No Japão, a adoração xintoísta do imperador foi proscrita depois da Segunda Guerra Mundial. Na China, o governo comunista controla todas as nomeações e atividades religiosas. No protestante norte da Europa, a maioria das pessoas tornou-se indiferente à religião. E a Igreja Católica Romana recentemente tem sido enfraquecida por cismas e dissensões internas no seu domínio global. — Veja Marcos 3:24-26.
10 Todas essas tendências, sem dúvida, fazem parte da ‘secagem do rio Eufrates’ em preparação para o vindouro ataque militarista contra Babilônia, a Grande. Essa ‘secagem’ reflete-se também no anúncio feito pelo papa em outubro de 1986, de que a igreja ‘novamente tem de tornar-se mendicante’ — por causa de enormes déficits. (Revelação 16:12) Especialmente desde 1919, Babilônia, a Grande, tem ficado exposta ao olhar público como baldio espiritual, assim como o poderoso anjo aqui anuncia: “E ela se tornou moradia de demônios, e guarida de toda exalação impura, e guarida de toda ave impura e odiada!” (Revelação 18:2b) Dentro em pouco, ela será literalmente tal baldio, tão desolada como as ruínas de Babilônia no Iraque da atualidade. — Veja também Jeremias 50:25-28.
11. Em que sentido Babilônia, a Grande, tornou-se “moradia de demônios” e ‘guarida de toda exalação impura e de todas as aves impuras’?
11 A palavra “demônios”, aqui, é provavelmente um reflexo da palavra para “demônios caprinos” (se‘i·rím), encontrada na descrição que Isaías fez da Babilônia caída: “E ali se hão de deitar os frequentadores de regiões áridas, e suas casas terão de encher-se de corujões. E ali terão de residir avestruzes, e os próprios demônios caprinos saltitarão por ali.” (Isaías 13:21) Isso talvez não se refira a demônios literais, mas sim a animais peludos, habitantes do deserto, cuja aparência talvez fizesse os espectadores pensar em demônios. Nas ruínas de Babilônia, a Grande, a existência figurativa de tais animais, junto com o ar estagnado, viciado (“exalação impura”), e as aves impuras, indica a sua condição espiritualmente morta. Ela não oferece nenhuma perspectiva de vida à humanidade. — Veja Efésios 2:1, 2.
12. Como a situação de Babilônia, a Grande, se enquadra na profecia do capítulo 50 de Jeremias?
12 A situação dela enquadra-se também na profecia de Jeremias: “‘Há uma espada contra os caldeus’, é a pronunciação de Jeová, ‘e contra os habitantes de Babilônia, e contra os seus príncipes, e contra os seus sábios. . . . Há uma devastação sobre as suas águas e elas terão de secar-se. Pois é uma terra de imagens entalhadas, e por causa das suas visões aterradoras continuam a agir como doidos. Por isso morarão os frequentadores de regiões áridas com os animais uivantes, e terão de morar nela avestruzes, e nunca mais se morará nela, nem residirá ela de geração em geração.’” A idolatria e as ladainhas não podem salvar Babilônia, a Grande, da retribuição semelhante à derrubada de Sodoma e Gomorra por Deus. — Jeremias 50:35-40.
Vinho Apaixonante
13. (a) Como é que o poderoso anjo traz à atenção a ampla extensão do meretrício de Babilônia, a Grande? (b) Que imoralidade prevalecente na antiga Babilônia é também encontrada em Babilônia, a Grande?
13 A seguir, o poderoso anjo traz à atenção a ampla extensão do meretrício de Babilônia, a Grande, proclamando: “Pois todas as nações caíram vítimas por causa do vinho apaixonante de sua fornicação,a e os reis da terra cometeram fornicação com ela, e os comerciantes viajantes da terra ficaram ricos devido ao poder de sua impudente luxúria.” (Revelação 18:3) Ela tem doutrinado todas as nações da humanidade nos seus modos religiosos impuros. Na antiga Babilônia, segundo o historiador grego Heródoto, toda mulher tinha de se oferecer pelo menos uma vez na vida como prostituta em adoração no templo. Repugnante corrupção sexual é retratada até hoje nas esculturas danificadas na guerra, em Angkor Wat, em Kampuchea, e nos templos em Khajuraho, na Índia, que mostram o deus hindu Vixenu (Visnu) rodeado por cenas eróticas repugnantes. Nos Estados Unidos, a revelação de imoralidade que abalou o mundo dos televangelistas em 1987, e novamente em 1988, bem como a revelação de ampla prática de homossexualismo por ministros religiosos, ilustram que mesmo a cristandade tolera chocantes excessos de fornicação literal. No entanto, todas as nações se tornaram vítimas duma espécie ainda mais grave de fornicação.
14-16. (a) Que relacionamento político-religioso, espiritualmente ilícito, desenvolveu-se na Itália fascista? (b) Quando a Itália invadiu a Abissínia, que declarações os bispos da Igreja Católica Romana fizeram?
14 Já examinamos o ilícito relacionamento político-religioso que projetou Hitler no poder na Alemanha nazista. Outras nações também sofreram por causa da intromissão da religião em assuntos seculares. Por exemplo, na Itália fascista, em 11 de fevereiro de 1929, o Tratado de Latrão foi assinado por Mussolini e pelo Cardeal Gasparri, tornando a Cidade do Vaticano um estado soberano. O Papa Pio XI afirmou que ele havia “devolvido a Itália a Deus, e Deus à Itália”. Era isso verdade? Considere o que aconteceu seis anos mais tarde. Em 3 de outubro de 1935, a Itália invadiu a Abissínia (Etiópia), alegando que esta era ‘uma terra bárbara que ainda praticava a escravatura’. Na realidade, quem estava sendo bárbaro? Condenou a Igreja Católica as barbaridades de Mussolini? Ao passo que o papa emitia declarações ambíguas, seus bispos eram bastante expressivos em abençoar as forças armadas da sua “pátria” italiana. No livro The Vatican in the Age of the Dictators (O Vaticano na Era dos Ditadores), Anthony Rhodes conta:
15 “Na sua Pastoral de 19 de outubro [de 1935], o Bispo de Udine [Itália] escreveu: ‘Não é nem oportuno, nem apropriado expressar-nos sobre o certo e o errado do caso. Nosso dever como italianos, e ainda mais, como cristãos, é contribuir para o sucesso das nossas armas.’ O Bispo de Pádua escreveu em 21 de outubro: ‘Nas horas difíceis que atravessamos, pedimos-lhes ter fé nos nossos estadistas e nas nossas forças armadas.’ Em 24 de outubro, o Bispo de Cremona consagrou diversas bandeiras regimentais e disse: ‘A bênção de Deus esteja sobre estes soldados que, em solo africano, conquistarão terras novas e férteis para o gênio italiano, levando-lhes assim a cultura romana e cristã. Que a Itália mais uma vez se destaque como mentor cristão do mundo inteiro.’”
16 A Abissínia foi estuprada, com a bênção dos clérigos católicos romanos. Podia algum deles, em qualquer sentido, afirmar que eles eram iguais ao apóstolo Paulo em estar ‘limpos do sangue de todos os homens’? — Atos 20:26.
17. Como a Espanha sofreu porque seus clérigos deixaram de ‘forjar das suas espadas relhas de arado’?
17 Acrescente à Alemanha, à Itália e à Abissínia outra nação que foi vítima da fornicação de Babilônia, a Grande — a Espanha. A Guerra Civil de 1936-39, naquele país, em parte teve início porque o governo democrático estava adotando medidas para reduzir o enorme poder da Igreja Católica Romana. Quando a guerra começou, o líder fascista católico das forças revolucionárias, Franco, descreveu-se como “o Generalíssimo cristão da Santa Cruzada”, título que mais tarde abandonou. Várias centenas de milhares de espanhóis morreram na luta. À parte disso, segundo cálculos conservadores, os nacionalistas de Franco haviam assassinado 40.000 membros da Frente Popular, ao passo que estes últimos haviam assassinado 8.000 clérigos — frades, sacerdotes, freiras e noviças. Tal é o horror e a tragédia duma guerra civil, ilustrando a sabedoria de se acatar as palavras de Jesus: “Devolve a espada ao seu lugar, pois todos os que tomarem a espada perecerão pela espada.” (Mateus 26:52) Quão repugnante é que a cristandade se envolva em tal maciço derramamento de sangue! Seus clérigos deveras fracassaram completamente quanto a “forjar das suas espadas relhas de arado”! — Isaías 2:4.
Os Comerciantes Viajantes
18. Quem são “os comerciantes viajantes da terra”?
18 Quem são “os comerciantes viajantes da terra”? Sem dúvida, nós os chamaríamos hoje de negociantes, gigantes comerciais e manipuladores do alto comércio. Isto não quer dizer que seja errado empenhar-se em negócios legítimos. A Bíblia provê conselho sábio para homens de negócios, advertindo contra a desonestidade, a ganância e coisas assim. (Provérbios 11:1; Zacarias 7:9, 10; Tiago 5:1-5) O lucro maior é a “devoção piedosa junto com a autossuficiência”. (1 Timóteo 6:6, 17-19) Entretanto, o mundo de Satanás não adota princípios justos. Prevalece a corrupção. Ela pode ser encontrada na religião, na política — e no alto comércio. De vez em quando, os veículos noticiosos expõem escândalos, tais como o peculato por parte de altas autoridades governamentais e o tráfico ilegal de armas.
19. Que fato sobre a economia do mundo ajuda a explicar o motivo de os comerciantes da Terra merecerem menção desfavorável em Revelação?
19 O comércio internacional de armas ascende a mais de 1.000.000.000.000 de dólares por ano, enquanto centenas de milhões de humanos ficam privados das necessidades da vida. Isto já é bastante ruim. Mas os armamentos parecem ser um dos sustentáculos básicos da economia do mundo. Em 11 de abril de 1987, um artigo publicado na revista Spectator de Londres noticiou: “Contando apenas as indústrias diretamente relacionadas, estão envolvidos uns 400.000 empregos nos EUA e 750.000 na Europa. Mas, o que é bastante curioso, ao passo que aumenta o papel socioeconômico da fabricação de armas, a questão real, de se os fabricantes estão bem protegidos, passou para o segundo plano.” Obtêm-se enormes lucros ao se negociarem bombas e outros armamentos em toda a Terra, mesmo com inimigos em potencial. Algum dia, essas bombas talvez voltem num ardente holocausto para destruir os que as venderam. Que paradoxo! Acrescente a isso os subornos que cercam a indústria de armamentos. Só nos Estados Unidos, segundo a revista Spectator: “Todo ano, o Pentágono inexplicavelmente perde armas e equipamentos no valor de 900 milhões de dólares.” Não é de admirar que os comerciantes da Terra sejam mencionados desfavoravelmente em Revelação!
20. Que exemplo mostra o envolvimento da religião em práticas comerciais corruptas?
20 Conforme predito pelo glorioso anjo, a religião se tem envolvido profundamente em tais práticas comerciais corruptas. Por exemplo, houve o envolvimento do Vaticano no colapso do Banco Ambrosiano, da Itália, em 1982. O caso se tem arrastado pelos anos 80, deixando por responder a pergunta: para onde foi o dinheiro? Em fevereiro de 1987, magistrados milaneses emitiram ordens de prisão contra três clérigos do Vaticano, incluindo um arcebispo norte-americano, sob acusações de serem cúmplices numa falência fraudulenta, mas o Vaticano rejeitou o pedido de extradição. Em julho de 1987, no meio duma avalanche de protestos, as ordens de prisão foram revogadas pela mais elevada Corte de Apelação da Itália, à base dum antigo tratado entre o Vaticano e o governo italiano.
21. Como sabemos que Jesus não tinha nenhuma ligação com as práticas comerciais questionáveis dos seus dias, mas o que observamos hoje na religião babilônica?
21 Será que Jesus tinha alguma ligação com as práticas comerciais questionáveis dos seus dias? Não. Ele nem mesmo possuía bens, já que ‘não tinha nem onde deitar a cabeça’. Um jovem governante rico foi aconselhado por Jesus: “Vende todas as coisas que tens e distribui aos pobres, e terás um tesouro nos céus; e vem ser meu seguidor.” Essa era uma excelente admoestação, porque poderia ter resultado em ele se livrar de todas as ansiedades com assuntos comerciais. (Lucas 9:58; 18:22) Em contraste, a religião babilônica frequentemente tem ligações condenáveis com o alto comércio. Por exemplo, em 1987, o Albany Times Union noticiou que o administrador financeiro da arquidiocese católica de Miami, Flórida, EUA, admitiu que a igreja possuía ações de empresas que produzem armas nucleares, filmes classificados como impróprios para menores e cigarros.
“Saí Dela, Povo Meu”
22. (a) O que uma voz saída do céu diz? (b) O que motivou o regozijo por parte do povo de Deus em 537 AEC e em 1919 EC?
22 As próximas palavras de João apontam para um cumprimento adicional do modelo profético: “E ouvi outra voz saída do céu dizer: ‘Saí dela, povo meu, se não quiserdes compartilhar com ela nos seus pecados e se não quiserdes receber parte das suas pragas.’” (Revelação 18:4) Profecias sobre a queda da antiga Babilônia, nas Escrituras Hebraicas, também incluem a ordem de Jeová ao seu povo: “Ponde-vos em fuga do meio de Babilônia.” (Jeremias 50:8, 13) De modo similar, em vista da vindoura desolação de Babilônia, a Grande, insta-se agora com o povo de Deus para que fuja. Em 537 AEC, a oportunidade de fugir de Babilônia foi motivo de grande regozijo por parte dos israelitas fiéis. Do mesmo modo, a soltura dos do povo de Deus do cativeiro babilônico em 1919 levou a um regozijo por parte deles. (Revelação 11:11, 12) E desde aquele tempo, milhões de outros têm obedecido à ordem de fugir.
23. Como a voz saída do céu enfatiza a urgência em fugir de Babilônia, a Grande?
23 É realmente tão urgente fugir de Babilônia, a Grande, e retirar-se da associação qual membro das religiões do mundo e fazer uma separação total? Sim, porque temos de adotar o conceito que Deus forma dessa antiquíssima monstruosidade religiosa, Babilônia, a Grande. Ele não mediu palavras ao chamá-la de grande meretriz. De modo que agora a voz saída do céu informa João adicionalmente sobre essa prostituta: “Pois os pecados dela acumularam-se até o céu, e Deus se lembrou dos atos injustos dela. Fazei-lhe assim como ela mesma fez, e fazei-lhe duas vezes tanto, sim, duas vezes o número de coisas que ela fez; no copo em que ela pôs a mistura, ponde duas vezes tanto da mistura para ela. Ao ponto que ela se glorificou e viveu em impudente luxúria, a tal ponto dai-lhe tormento e pranto. Porque ela está dizendo no seu coração: ‘Estou sentada como rainha, e não sou viúva, e nunca verei pranto.’ É por isso que as pragas dela virão num só dia, morte, e pranto, e fome, e ela será completamente queimada em fogo, porque Jeová Deus, quem a julga, é forte.” — Revelação 18:5-8.
24. (a) O povo de Deus tem de fugir de Babilônia, a Grande, para evitar o quê? (b) Aqueles que deixam de fugir de Babilônia, a Grande, compartilham com ela em que pecados?
24 Essas são palavras fortes! De modo que se exige ação. Jeremias, nos seus dias, instou com os israelitas para que agissem, dizendo: “Fugi do meio de Babilônia . . . pois é o tempo de vingança de Jeová. Há um tratamento que ele lhe retribui. Saí do meio dela, ó meu povo, e ponde cada um a sua alma a salvo da ira ardente de Jeová.” (Jeremias 51:6, 45) De modo similar, a voz saída do céu avisa o povo de Deus hoje em dia para que fuja de Babilônia, a Grande, a fim de não receber parte das pragas dela. Os julgamentos de Jeová, semelhantes a pragas, sobre este mundo, incluindo sobre Babilônia, a Grande, estão sendo proclamados agora. (Revelação 8:1–9:21; 16:1-21) Os do povo de Deus precisam separar-se da religião falsa, se eles mesmos não quiserem sofrer essas pragas e por fim morrer junto com ela. Além disso, permanecerem naquela organização os tornaria compartilhadores nos pecados dela. Seriam tão culpados como ela de adultério espiritual e de derramar o sangue “de todos os que foram mortos na terra”. — Revelação 18:24; veja Efésios 5:11; 1 Timóteo 5:22.
25. De que maneira o povo de Deus saiu da antiga Babilônia?
25 No entanto, como é que o povo de Deus sai de Babilônia, a Grande? No caso da antiga Babilônia, os judeus tiveram de fazer a viagem literal desde a cidade de Babilônia de volta até a Terra Prometida. Mas havia mais envolvido. Isaías disse profeticamente aos israelitas: “Desviai-vos, desviai-vos, saí de lá, não toqueis em nada impuro; saí do meio dela, mantende-vos puros, vós os que carregais os utensílios de Jeová.” (Isaías 52:11) Sim, tinham de abandonar todas as práticas religiosas, impuras, da religião babilônica, que pudessem macular sua adoração de Jeová.
26. Como os cristãos coríntios obedeceram às palavras: ‘Saí do meio deles e cessai de tocar em coisa impura’?
26 O apóstolo Paulo citou as palavras de Isaías na carta aos coríntios, dizendo: “Não vos ponhais em jugo desigual com incrédulos. Pois, que associação tem a justiça com o que é contra a lei? Ou que parceria tem a luz com a escuridão? . . . ‘Portanto, saí do meio deles e separai-vos’, diz Jeová, ‘e cessai de tocar em coisa impura’.” Os cristãos coríntios não precisavam sair de Corinto para obedecer a essa ordem. Todavia, tinham de evitar literalmente os templos impuros da religião falsa, bem como separar-se espiritualmente dos atos impuros daqueles idólatras. Em 1919, os do povo de Deus começaram a fugir dessa maneira de Babilônia, a Grande, purificando-se de todos os resíduos de ensinos e práticas impuros. Assim podiam servir a Ele como o Seu purificado povo. — 2 Coríntios 6:14-17; 1 João 3:3.
27. Que paralelos existem entre os julgamentos expressos contra a antiga Babilônia e os contra Babilônia, a Grande?
27 A queda e a subsequente desolação da antiga Babilônia foram a punição pelos seus pecados. “Porque o julgamento dela atingiu até os céus.” (Jeremias 51:9) De modo similar, os pecados de Babilônia, a Grande, “acumularam-se até o céu”, de modo a chegar à atenção do próprio Jeová. Ela é culpada de injustiça, idolatria, imoralidade, opressão, roubo e assassinato. A queda da antiga Babilônia foi em parte vingança por aquilo que ela havia feito ao templo de Jeová e aos Seus verdadeiros adoradores. (Jeremias 50:8, 14; 51:11, 35, 36) A queda de Babilônia, a Grande, e sua consequente destruição são igualmente expressões de vingança por aquilo que ela tem feito aos verdadeiros adoradores no decorrer dos séculos. De fato, sua derradeira destruição é o começo do “dia de vingança da parte de nosso Deus”. — Isaías 34:8-10; 61:2; Jeremias 50:28.
28. Que norma de justiça Jeová aplica a Babilônia, a Grande, e por quê?
28 Sob a Lei mosaica, quando um israelita furtava algo de seu conterrâneo, ele tinha de pagar pelo menos o dobro em compensação. (Êxodo 22:1, 4, 7, 9) Na vindoura destruição de Babilônia, a Grande, Jeová aplicará uma comparável norma de justiça. Ela há de receber em dobro aquilo que fez. Não se terá nenhuma misericórdia, porque Babilônia, a Grande, não teve nenhuma misericórdia com as suas vítimas. Ela se nutria como parasita dos povos da Terra, a fim de manter-se em “impudente luxúria”. Agora ela é que sofrerá e pranteará. A antiga Babilônia achava que se encontrava numa situação absolutamente segura, gabando-se: “Não estarei sentada como viúva e não conhecerei a perda de filhos.” (Isaías 47:8, 9, 11) Babilônia, a Grande, também se sente segura. Mas a destruição dela, decretada por Jeová, que “é forte”, ocorrerá depressa, como que “num só dia”!
[Nota(s) de rodapé]
a Nota na Tradução do Novo Mundo com Referências.
[Quadro na página 263]
“Os Reis . . . Cometeram Fornicação com Ela”
No começo do século 19, comerciantes europeus contrabandeavam grandes quantidades de ópio para a China. Em março de 1839, autoridades chinesas tentaram impedir esse tráfico ilegal por confiscar de comerciantes britânicos 20.000 caixotes da droga. Isto levou a uma tensão entre a Grã-Bretanha e a China. Ao passo que as relações entre os dois países se deterioravam, alguns missionários protestantes incitavam a Grã-Bretanha a recorrer à guerra, com declarações tais como a seguinte:
“Como essas dificuldades alegram meu coração, porque eu acho que o governo inglês talvez se enfureça, e Deus, no Seu poder, talvez rompa as barreiras que impedem que o evangelho de Cristo entre na China.” — Henrietta Shuck, missionária dos Batistas do Sul.
Por fim, irrompeu a guerra — a guerra que hoje é conhecida como a Guerra do Ópio. Missionários incentivavam a Grã-Bretanha de todo o coração com comentários tais como estes:
“Sinto-me impelido a encarar o atual estado de coisas não tanto como um assunto de ópio ou um assunto inglês, quanto o grande desígnio da Providência, de tornar a iniquidade do homem subserviente aos Seus propósitos de misericórdia para com a China, em romper através da sua muralha de exclusão.” — Peter Parker, missionário congregacionalista.
Outro missionário congregacionalista, Samuel W. Williams, acrescentou: “A mão de Deus é evidente em tudo o que transpirou de maneira notável, e não duvidamos de que Aquele que disse que Ele veio trazer a espada à terra, chegou aqui, e isso para a destruição veloz dos Seus inimigos e para o estabelecimento do Seu próprio reino. Ele derrubará e derrubará até que estabeleça o Príncipe da Paz.”
A respeito da horrenda matança dos naturais da China, o missionário J. Lewis Shuck escreveu: “Considero tais cenas . . . como os instrumentos diretos do Senhor na eliminação do lixo que impede o avanço da Verdade Divina.”
O missionário congregacionalista Elijah C. Bridgman acrescentou: “Deus frequentemente fez uso do braço forte do poder civil com o fim de preparar o caminho para o Seu reino . . . O instrumento usado nestes grandes momentos é humano; o poder orientador é divino. O sublime governador de todas as nações tem empregado a Inglaterra para punir e humilhar a China.” — Citações tiradas de “Fins e Meios”, 1974, um ensaio de Stuart Creighton Miller publicado em The Missionary Enterprise in China and America (O Empreendimento Missionário na China e na América; um Estudo de Harvard, editado por John K. Fairbank).
[Quadro na página 264]
“Os Comerciantes Viajantes . . . Ficaram Ricos”
“Entre 1929 e o irrompimento da Segunda Guerra Mundial, [Bernadino] Nogara [administrador financeiro do Vaticano] destinou algum capital do Vaticano e agentes do Vaticano para trabalharem em campos diversificados da economia da Itália — em especial na energia elétrica, nas comunicações telefônicas, em instituições de crédito e em bancos, em pequenas estradas de ferro e na produção de implementos agrícolas, de cimento e de fibras têxteis sintéticas. Muitas dessas especulações comerciais deram bom resultado.
“Nogara assumiu o controle de várias empresas, incluindo La Società Italiana della Viscosa, La Supertessile, La Società Meridionale Industrie Tessili e La Cisaraion. Fundindo-as numa só empresa, que ele chamou de CISA-Viscosa e colocou sob o comando do Barão Francesco Maria Oddasso, um dos leigos de maior confiança do Vaticano, Nogara manobrou então a absorção da nova empresa pela maior manufatureira têxtil da Itália, a SNIA-Viscosa. Por fim, a participação do Vaticano na SNIA-Viscosa aumentou cada vez mais e, com o tempo, o Vaticano assumiu o controle dela — como atesta o fato de que o Barão Oddasso subsequentemente tornou-se vice-presidente dela.
“Assim penetrou Nogara na indústria têxtil. Ele penetrou em outras indústrias de maneiras diversas, pois Nogara tinha muitos truques escondidos. Este desprendido homem . . . provavelmente fez mais para infundir vida na economia da Itália do que qualquer outro empresário por si só na história da Itália . . . Benito Mussolini nunca conseguiu realmente estabelecer o império com que sonhava, mas possibilitou ao Vaticano e a Bernadino Nogara criar um domínio de outra espécie.” — The Vatican Empire (O Império do Vaticano), de Nino Lo Bello, páginas 71-73.
Este é apenas um exemplo da íntima cooperação entre os comerciantes da Terra e Babilônia, a Grande. Não é de admirar que esses comerciantes prantearão quando seu sócio comercial deixar de existir!
[Foto na página 259]
Ao passo que os humanos se espalhavam por toda a Terra, levavam consigo a religião babilônica
[Foto na página 261]
A classe de João, qual vigia, proclama que Babilônia caiu
[Foto na página 266]
As ruínas da antiga Babilônia pressagiam a vindoura ruína de Babilônia, a Grande