Capítulo 1
Os “mil anos” não são uma esperança falsa
1. O que se pode dizer sobre se um reino humano pode durar mil anos?
PARA um reino durar mil anos, teria de ser realmente bom e forte. Tal governo régio não poderia ser planejado, empossado e mantido pelo mero homem, nem por uma sucessão de homens. Nenhum reino humano nas mãos de reis duma certa linhagem jamais durou nem mesmo perto de mil anos.
2. Por que está fora de questão o domínio régio de um único monarca
2 Então, que dizer dum reino nas mãos dum único monarca contínuo, por dez séculos? Impossível! Nenhum homem jamais viveu tanto tempo. Segundo as genealogias mais antigas, o homem Metusalém, no sudoeste da Ásia, viveu mais que qualquer outra criatura humana na terra. Mas nem mesmo ele atingiu um milênio, faltando-lhe trinta e um anos.a Nos nossos próprios tempos modernos, a expectativa de vida do homem está muito longe desta idade extraordinária. Nos países mais avançados da atualidade, foi estendida à duração de menos de setenta anos de vida, com a ajuda da medicina. A mulher tem uma vantagem de cerca de seis anos sobre o homem. Portanto, está fora de questão haver um governo real por mil anos da parte de apenas um só homem ou uma só mulher, não importa quão bom o governante seja considerado pelos seus súditos.
3. Que previa o mais recente “Plano de Mil Anos” para a humanidade?
3 Por isso é lógico que não falamos dum reino milenar deste ponto de vista humano. Nós, assim como muitos milhões de outros ainda vivos, como observadores pessoais, podemos lembrar-nos do esforço mais recente de se estabelecer um governo de mil anos de duração. Este “Plano de Mil Anos” era o de Adolfo Hitler, ditador nazista da Alemanha, de 1933-1945 E.C. Pouco depois de os Estados Unidos mergulharem na Segunda Guerra Mundial, obteve-se a informação sobre este plano nazista de documentos nazistas apreendidos e de agentes alemães presos, bem como de diversas outras fontes. Este plano tinha por objetivo uma ordem mundial nazista que Hitler imporia impiedosamente ao mundo da humanidade, se fosse bem sucedido na Segunda Guerra Mundial. Visualizava um virtual programa de escravos, cujos trabalhadores seriam recrutados de países não-germânicos. Este plano abrangia os mil anos futuros.
4. Em que império anterior pensava Hitler evidentemente, e que testemunho deu disso certo sacerdote?
4 O líder nazista Hitler, que veio do país da família Hapsburgo de reis, a Áustria, evidentemente pensava no Santo Império Romano, germânico, que durou do ano 962 ao ano 1806. De fato, temos sobre isso as palavras dum sacerdote católico romano. Falando na noite de 16 de fevereiro de 1940 perante uma assistência que lotou o Salão Continental Comemorativo, em Washington, D. C., E. U . A., o Dr. Edmund A. Walsh, reitor da Escola do Serviço Exterior da Universidade de Georgetown, delineou os objetivos alemães da guerra como sendo um “restabelecimento do Santo Império Romano”. “O Dr. Walsh disse que ouvira Adolfo Hitler dizer que o Santo Império Romano, que era um império germânico, tinha de ser restabelecido.” — Times de Nova Iorque, 17 de fevereiro de 1940.
5. Do que se gabou Hitler a respeito do Reich nazista, mas em que resultou seu plano?
5 O Fuehrer nazista Hitler dissera jactanciosamente: “O Reich [Império] nacional-socialista durará mil anos.” Mas o seu chefe de polícia, Heinrich Himmler, foi ainda mais confiante e respondeu: “Dez mil!” Iniciado o seu plano egocêntrico, Hitler não se satisfazia com nada menos do que o domínio mundial ou a ruína mundial. No livro Os Últimos Dias de Hitler, em inglês, o autor H. R. Trevor-Roper diz: “Sempre se entendeu que Hitler permaneceria fiel ao seu programa original de Weltmacht oder Niedergang — poder mundial ou ruína. Se o poder mundial fosse inalcançável, então (concordaram todos os que o conheciam) ele tornaria a ruína a maior possível. Diante disso, alguns estarão inclinados a exclamar, e com boa razão: “Quão diabólico!” De qualquer modo, não houve nenhum restabelecimento do Santo Império Romano, conforme muitos da religião de Hitler haviam esperado — e o “Plano de Mil Anos” nazista falhou dentro de doze anos.
6. Que governante não germânico, anterior, aprendeu uma lição que Hitler talvez não aprendesse, e quem interpretou corretamente o sonho daquele governante?
6 O pretenso governante mundial Hitler talvez não tivesse aprendido a lição, mas ele se chocou frontalmente com o fato duro, irremovível, que um governante mundial muito anterior teve de aprender de modo difícil. Era um homem não-germânico, não-ariano, que governou mais tempo do que Hitler, quer dizer, por quarenta e três anos (624-581 A. E . C.). Trata-se do rei de Babilônia, e seu nome era comprido, Nabucodonosor. Talvez o reconheçamos como o conquistador mundial, semita, que destruiu a cidade judaica de Jerusalém no ano 607 A. E . C. e que deportou populações inteiras, assim como Hitler fez, arrastando os judeus sobreviventes, na maior parte, ao exílio em territórios babilônicos distantes. Entre os deportados encontrava-se o profeta semita Daniel, da tribo judaica de Judá. O Rei Nabucodonosor teve um sonho estranho, ao qual atribuiu muita importância, e um escravo, o profeta Daniel, foi o único que pôde interpretá-lo. A interpretação de Daniel cumpriu-se.
7. Em que ocasião começou a cumprir-se este sonho e que lição havia de aprender o governante de seu rebaixamento?
7 Um ano depois do sonho, Nabucodonosor, como chefe da Potência Mundial Babilônica, começou a gabar-se e a vangloriar-se de sua capital, Babilônia, no rio Eufrates. Mal havia acabado com a sua jactância, quando ouviu uma voz desde o invisível — desde o céu — dizer as palavras que ouvira no seu sonho. Nabucodonosor escreveu na sua própria narrativa disso, preservada pelo profeta Daniel: “A ti se diz, o Nabucodonosor, o rei: ‘O próprio reino se afastou de ti e a ti mesmo expulsarão de entre a humanidade, e tua morada será com os animais do campo. A ti mesmo darão vegetação para comer, como a touros, e sete tempos é que passarão sobre ti, até saberes que o Altíssimo é Governante no reino da humanidade e que ele o dá a quem quiser.’” — Daniel 4:29-32.
8. Quem foi que golpeou o rei jactancioso e quem o curou?
8 O que se seguiu? É compreensível que não se tenha preservado para nós, nos anais babilônicos, o que aconteceu a seguir, ou porque qualquer registro disso da parte dum historiógrafo babilônico foi removido ou destruído. Mas o profeta fiel e fidedigno, Daniel, pessoalmente envolvido no assunto, foi inspirado a registrar isso para a nossa consulta, mais de dois milênios e meio depois. O orgulhoso Rei Nabucodonosor foi instantaneamente atacado de loucura — e não foi o seu deus mais reverenciado, Marduque (ou: Merodaque), quem o golpeou. Foi o Deus Todo-poderoso, que predisse esta loucura que atacou o rei jactancioso, o rei que havia destruído o templo sagrado de Jerusalém, em 607 A.E.C. E conforme predito e ordenado, passaram-se “sete tempos” literais sobre o Rei Nabucodonosor, enquanto ele, na sua loucura, comia pasto como um touro, lá num campo vizinho. O rei louco não se suicidou, assim como fez Adolfo Hitler em 1945, pouco antes de sua capital de Berlim cair nas mãos dos exércitos comunistas, vermelhos, da Rússia. No fim dos sete anos de loucura de Nabucodonosor, o Golpeador Divino dele o curou e lhe restabeleceu a sanidade mental.
9, 10. Como mostra o relato preservado por Daniel (4:34-37) se o rei de Babilônia aprendeu, ou não, sua lição a respeito da regência absoluta de Deus?
9 Aprendeu o rei de Babilônia a sua lição? Podemos saber isso de seu próprio relato, preservado para nós pelo profeta Daniel. O relato, apresentado na primeira pessoa, reza:
10 “E ao fim dos dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu e meu próprio entendimento começou a retornar a mim; e eu bendisse o próprio Altíssimo, e louvei e glorifiquei Aquele que vive por tempo indefinido, porque seu domínio é um domínio por tempo indefinido e seu reino é para geração após geração E todos os habitantes da terra são considerados como simplesmente nada, e ele age segundo a sua própria vontade entre o exército dos céus e os habitantes da terra. E não há quem lhe possa deter a mão ou quem lhe possa dizer: ‘Que estás fazendo?’ . . . Agora, eu, Nabucodonosor, louvo, e enalteço, e glorifico o Rei dos céus, porque todas as suas obras são verdade e seus caminhos são justiça, e porque ele é capaz de humilhar os que andam em orgulho.” — Daniel 4:34-37.
11. O rei de Babilônia não sabia nada sobre o que, com respeito a estes “sete tempos”, durante os quais se mostrou inapto para governar?
11 O próprio Nabucodonosor nos conta que ele foi recolocado no trono da Potência Mundial Babilônica, a Terceira Potência Mundial numa série de sete potências mundiais mencionadas na Bíblia Sagrada. (Daniel 4:36) Pouco sabia ele que este período de “sete tempos”, no qual se mostrou inapto para governar, era profético dum período maior de “sete tempos” de maior duração, dos “tempos dos gentios”. Pouco sabia ele que, durante estes “sete tempos” maiores, cinco potências mundiais dominariam a terra: a babilônica, a medo-persa, a grega, a romana e a hodierna britânico-americana. Pouco sabia Nabucodonosor que estes “sete tempos” somando ao todo 2.520 anos, começaram no ano em que ele desolou Jerusalém e seu templo e terminariam no ano que veria o mundo da humanidade envolvido na sua primeira guerra mundial — 1914 E.C. (Lucas 21:24, Al; Daniel 4:16, 23, 25, 32) Sim, pouco sabia Nabucodonosor que no fim destes “sete tempos” de dominação gentia, em 1914, o “Rei dos céus” daria o “reino da humanidade” àquele a quem queria dá-lo: ao Seu Messias! — Daniel 9:25.
PREVISÃO FORNECIDA POR INSPIRAÇÃO DIVINA
12. O que pensam ainda os políticos mundanos a respeito do “reino da humanidade”, mas a mão de quem não puderam impedir no que se refere aos assuntos humanos.
12 Os políticos de todas as nações ainda acham que o “reino da humanidade” é de seu próprio interesse e é o campo propício para sua atividade. Há muito tempo atrás, o Rei Nabucodonosor de Babilônia pensava assim. Ainda bastante recentemente, Adolfo Hitler, com seu sonho dum sistema político de mil anos, pensava assim. Mas Aquele a respeito de quem Nabucodonosor foi finalmente obrigado a admitir que “seu domínio é um domínio por tempo indefinido e seu reino é para geração após geração” é Aquele que mostra ser o “Governante no reino da humanidade”. Este reino sobre os assuntos humanos ainda é Seu campo legítimo de interesse e operação. Os políticos do mundo, apoiados pelos clérigos da cristandade, são incapazes de “deter a mão” dele, nem têm autoridade para dizer-lhe: “Que estás fazendo?” (Daniel 4:34, 35) Ele não consultou aqueles políticos e seus apoiadores religiosos a respeito daquele a quem daria o “reino da humanidade” no fim dos “tempos dos gentios”, em 1914 E.C. Os políticos e seus aliados religiosos não são de importância, como consultores, visto que Ele é “o próprio Altíssimo, e . . . Aquele que vive por tempo indefinido”.
13, 14. À base das palavras de quem se pode fazer com confiança uma predição para mil anos futuros? E por quê?
13 Então, à base das palavras de quem se pode razoavelmente fazer uma predição a respeito de mil anos futuros? O homem nem pode predizer o que vai acontecer amanhã. “Nem sabeis qual será a vossa vida amanhã”, disse um observador de há mais de dezenove séculos atrás. (Tiago 4:14) Mas é diferente com ‘o próprio Altíssimo, Aquele que vive por tempo indefinido’. O que é o tempo para Ele?
14 Àquele foi dito muito bem por um homem que viveu apenas cento e vinte anos: “Mil anos aos teus olhos são apenas como o ontem que passou e como uma vigília [uma antiga vigília judaica de quatro horas] durante a noite.” (Salmo 90:4 e cabeçalho) Mediante um mero sonho da noite e pela interpretação dele pelo profeta Daniel ao Rei Nabucodonosor Ele pôde predizer o que aconteceria na história mundial depois dum período de 2.520 anos, terminando em 1914 E.C. Não poderia ele com igual facilidade predizer com exatidão o que acontecerá durante mil anos a partir de certo ponto no tempo, depois de 1914 E.C.? É bem razoável que possa! E que dizer se Ele já nos deu uma descrição de tal período de mil anos? Então, com esta palavra por base, podemos confiantemente falar sobre mil anos futuros.
15. Que nomes dão aos mil anos os que usaram as radicais latina ou grega, e que nome se deu aos crentes neles?
15 Os que usam palavras tiradas do antigo latim chamariam este período de mil anos de milênio, porque as duas raízes da palavra são do latim mille, significando “mil”, e annus, significando “ano”. Lá na Grécia, as pessoas chamariam este período de quiliástico, porque a palavra grega chília significa “mil”. De modo que os crentes neste período específico de mil anos são chamados de quiliastas, bem como de milenaristas ou milenários. As pessoas da cristandade usam estes termos de modo vituperador.
16, 17. (a) Que experiência humana com respeito ao ano 1000 E.C. mostra que não estamos interessados no milênio por nos aproximarmos de 2000 E.C.? (b) Por que é bom que o sétimo milênio da existência do homem comece muitos anos antes de 2000 E.C.?
16 Apesar do vitupério a que a pessoa se expõe da parte daqueles que não compreendem, deve haver interesse real neste período de mil anos que se aproxima. A informação sobre ele está registrada na palavra escrita do ‘próprio Altíssimo, Aquele que vive por tempo indefinido’. Nosso próprio interesse crescente nele não se deve a que nos aproximamos do ano 2000 E.C., fim do segundo milênio de nossa Era Comum. Esta não é a coisa significativa. Lembramo-nos do que aconteceu quando a humanidade se aproximou do ano 1000 E.C., fim do primeiro milênio de nossa Era Comum. Sobre isso diz a Nova Enciclopédia Católica, sob o verbete “Milenarismo”, na página 853, em inglês: “Ao se avizinhar o ano 1000, o milenarismo tornou-se mais prevalecente, porque muitos escatológicos criam que o sétimo dia da criação na história humana se daria em A. D. 1000 e que se seguiria um glorioso reinado de Cristo, de dez séculos.” — Direitos autorais de 1967.
17 Em primeiro lugar, o fim de seis mil anos da existência humana na terra e o começo do sétimo milênio da existência da humanidade pode ocorrer muitos anos antes do ano 2000 E.C. É bom que aconteça assim. Hoje, com o mundo da humanidade numa condição tão deplorável e ameaçado de destruição, de tantos lados, há muitos estudantes e investigadores destas ameaças à existência humana, que expressam grandes dúvidas de que a humanidade possa sobreviver até o ano 2000 E.C. Não baseiam seu lúgubre parecer sobre o nosso futuro em qualquer cronologia no livro sagrado mais difundido, a Bíblia Sagrada. Baseiam seu conceito nos fatos sólidos da atualidade e nas tendências agora irreversíveis que envolvem a todos nós. Estes homens que falam com autoridade dão à nossa raça humana muito menos de mil anos de vida no futuro. Que motivos tem você, leitor, para não crer neles?
18, 19. (a) Por que não se restringe esta informação a uma sociedade escatológica secreta de iniciados? (b) Em nome de quem foi escrito o Livro de informações, e por quê?
18 Bem ao contrário destes profetas lúgubres, que falam dum ponto de vista puramente humano, ‘o próprio Altíssimo, Aquele que vive por tempo indefinido’, fala alegremente a respeito de mil anos ainda à frente da humanidade, e mais além, os anos mais grandiosos de toda a história humana. Esta informação inspiradora da fé não é propriedade particular de alguma sociedade escatológica secreta, de alguns iniciados especiais que estão “por dentro”. As fontes desta informação valiosa são bem acessíveis a centenas de milhões de pessoas de 1.500 línguas e dialetos em todo este globo. Onde quer que alguém tenha um exemplar da Bíblia Sagrada, tem disponível esta informação iluminadora da vida.
19 Embora a Bíblia fosse escrita por homens, meros homens imperfeitos, como secretários ou escreventes, este Livro sagrado não afirma nas suas próprias páginas ser a palavra de homem. É a obra de inspiração divina e por isso foi escrita no nome do ‘próprio Altíssimo, Aquele que vive por tempo indefinido’. Ele assume a responsabilidade pelo que ela diz sobre o passado e sobre o futuro diante de nós, até mesmo nos nossos dias modernos. É o Livro dos livros!
20. Em que livro bíblico encontramos esta informação sobre o milênio e quem o escreveu?
20 Então, onde encontramos nele esta informação sobre tais mil anos vindouros e as eras de eternidade a seguir? Encontramo-la no que é bem apropriadamente alistado como o último livro da Bíblia Sagrada. Este mostra ser exatamente o que seu nome significa: Revelação, ou: Manifestação, Apocalipse. Sim, foi escrito por um homem, a quem o Império Romano tachou de criminoso e colocou na ilha penal de Patmos, lá no Mar Egeu, perto da costa da Ásia Menor, a atual Turquia. Era um lugar real, não tendo nada de mítico. Quando jovem, este preso exilado havia sido pescador no Mar da Galiléia, na então província romana da Galiléia. Era João, filho de Zebedeu, e seu irmão pescador era Tiago. João nos diz logo de início que ele escreveu Revelação, mas sob inspiração. Mas, de que havia de ser uma revelação ou manifestação? Ao lermos a resposta, que nos deve interessar hoje em dia, notemos a quem João atribui a responsabilidade por este livro:
21. A quem atribuiu João, no começo, a responsabilidade pela Revelação?
21 “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe concedeu para manifestar aos seus servidores o que deve acontecer em breve; e que ele, por intermédio de seu anjo, comunicou ao seu servidor João, o qual atesta a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, tudo o que viu. Felizes o leitor e os ouvintes das palavras desta profecia, se observarem seu conteúdo, porque o tempo está próximo.” — Revelação 1:1-3, versão ecumênica da Comunidade de Taizé (1970).
22. Por que ainda são emocionantes para nós hoje as palavras: “Porque o tempo está próximo”?
22 Nestas palavras: “Porque o tempo está próximo”, escritas há quase dezenove séculos atrás, há alguma emoção para nós hoje neste século vinte E. C.? Certamente, medido em termos de tempo, “o que deve acontecer em breve” não aconteceria agora cedo demais, depois de quase dezenove séculos, especialmente o começo dos preditos “mil anos”. Podemos estabelecer melhor o tempo ao lermos a narrativa de João a respeito dos mil anos e do que os precede imediatamente. Leiamos de Revelação 19:11 em diante:
23. Que particularidades distinguem aquele que está montado no cavalo branco?
23 “Então, vi o céu aberto: e eis aí um cavalo branco; aquele que o monta chama-se ‘Fiel e Veraz’; ele julga e guerreia com justiça. Os seus olhos são lâminas ardentes, há em sua cabeça muitos diademas, e traz escrito um nome que ninguém conhece, senão ele; está vestido com um manto salpicado de sangue, e o seu nome é ‘a Palavra de Deus’. Os exércitos celestes seguiam-no em cavalos brancos, vestidos de linho branco e puro. De sua boca saía uma espada de dois gumes, para com ela ferir as nações, porque ele as governa com cetro de ferro, e pisa o lagar do vinho da ardente ira de Deus todo-poderoso. E ele traz escrito no seu manto e na coxa um nome: ‘REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.’
24. (a) Que convite foi feito às aves que voavam pelo meio do céu? (b) Que aconteceu aos que tomaram parte na batalha?
24 “Vi, então, um anjo, que estava no sol; e que clamou em alta voz a todas as aves que voam pelo meio dos céus: ‘Vinde reuni-vos para a grande ceia de Deus, para comerdes carne de reis, carnes de generais e carnes de poderosos carne de cavalos e cavaleiros; carnes de todos, livres e escravos, pequenos e grandes.’ E vi a fera e os reis da terra com os seus exércitos prontos para fazerem guerra àquele que montava o cavalo e ao seu exército. Mas a fera foi presa, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, tinha seduzido os que receberam o sinal da fera e que se prostravam diante de sua imagem. Todos os dois foram lançados vivos no lago de fogo sulfuroso. Os outros foram mortos por aquele que montava o cavalo, com a espada que saia da sua boca; e todas as aves fartaram-se das suas carnes.
25. O que se fez então com Satanás, o Diabo, para durar por quanto tempo?
25 “Vi descer do céu um anjo que tinha na mão a chave do abismo e uma grande algema. Ele apanhou o dragão, a cobra antiga, que é o Diabo, satanás, e o algemou por mil anos. E atirou-o no abismo, que trancou a chave e selou por cima, para que já não seduzisse as nações até que se consumassem mil anos. Depois disso, ele deve ser solto por um pouco de tempo.
26. Quem se sentou nos tronos vistos no céu, e o que fazem?
26 “E eu vi também tronos, sobre os quais se assentaram, e lhes foi confiado o julgamento: eram as almas dos que foram decapitados Por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus e todos aqueles que não tinham adorado a fera ou sua imagem, que não tinham recebido o seu sinal na fronte nem nas mãos; e eles viveram e com Cristo por mil anos. Os outros mortos não tornaram à vida que se consumaram os mil anos. Esta é a primeira ressurreição! Feliz e santo é aquele que toma parte na primeira ressurreição! Sobre eles a segunda morte não tem poder, mas serão sacerdotes de Deus e do Cristo: reinarão com ele por mil anos.
27. O que se seguiu na terra depois de Satanás ser solto, e o que lhe aconteceu?
27 “Depois de se consumarem mil anos, satanás será solto da prisão, saindo para seduzir as nações dos quatro cantos da terra, Gog e Magog, e reuni-las para a luta, muitas como areia do mar. Espalharam-se pela superfície da terra, e cercaram o acampamento dos santos e a cidade querida. Mas desceu um fogo do céu e as devorou. E o Diabo, que as seduziu, foi lançado num lago de fogo e de enxofre, onde já estavam a fera e o falso profeta, e onde serão atormentados, dia e noite, pelos séculos dos séculos.” — Revelação 19:11 a 20:10, Comunidade de Taizé.
28. (a) Portanto, depois de que acontecimentos começam os mil anos? (b) Então, por que é evidente que estes mil anos ainda estão para começar?
28 Notamos que neste relato se usa seis vezes a expressão “mil anos”. Notamos também que estes mil anos começam após uma batalha entre o “Rei dos reis” e os “reis da terra”, junto com a “fera” e o “falso profeta”, e Satanás, o Diabo’ ser então acorrentado e lançado no abismo. Estes acontecimentos fazem parte do “que deve acontecer em breve”. Até agora, o mundo não teve nada comparável a tais acontecimentos. É bem evidente, então, que estes “mil anos” ainda estão para começar. Não significam algum período de duração indefinida, um período que não possamos medir com exatidão. São literalmente mil anos
29. Que duração de tempo, destes mil anos, se enquadra harmoniosamente na cronologia provada de Deus?
29 Os estudantes que argumentam que estes mil representam uma duração indefinida de tempo dizem que começaram no dia festivo de Pentecostes de 33 E.C., quando Deus derramou seu espírito santo sobre a sua recém-formada congregação cristã em Jerusalém. Mas este argumento leva a dificuldades e à tentativa de dar uma explicação contrária ao que realmente aconteceu aos cristãos gerados pelo espírito durante os mais de mil novecentos e quarenta anos desde o dia de Pentecostes, quando a congregação cristã veio espiritualmente à vida, e até agora. Um milênio literal enquadra-se harmoniosamente na cronologia provada de Deus.
30. Por que não devemos poder refrear-nos de examinar em pormenores o quadro profético daqueles mil anos?
30 O que estes mil anos trarão à nossa terra é algo vitalmente necessário para a vida e a felicidade infindáveis do mundo da humanidade. Então, como podemos razoavelmente refrear-nos de logo examinar de perto o quadro profético do maravilhoso milênio que o apóstolo João retratou para nós tão belamente?
[Nota(s) de rodapé]
a Veja Gênesis 5:25-27, na Bíblia Sagrada.
humano?