Capítulo 9
A prova para toda a humanidade após o milênio
1. No fim do Dia de Juízo milenar, qual será o requisito final para a humanidade restabelecida, e, por isso, o que fará com ela o Juiz Adjunto, Jesus Cristo?
NO FIM do Dia do Juízo de mil anos, os da família humana, julgados em justiça, estarão perfeitos diante de seu Juiz e Libertador, Jesus Cristo. Mas ainda não são julgados dignos da vida eterna na terra paradísica. Ainda terão de enfrentar o Supremo Tribunal do universo, o do Deus Altíssimo, Jeová, o Soberano Senhor. Em harmonia com este requisito final, o Juiz Adjunto Jesus Cristo terá de entregar a raça humana, então capaz de justiça perfeita, ao seu Deus e Pai, para que Este faça a sua decisão para com todos os que, sob prova, se mostrem dignos ou indignos da dádiva inestimável da vida eterna em paz e felicidade. Apesar de sua perfeição, ainda são mortais.
2. O que terá acontecido então à morte adâmica, e, portanto, o que decidirá Jeová a respeito das pessoas individuais da humanidade?
2 A condição morredoura que se apegou à humanidade por causa do pecado de seu primeiro pai humano, Adão, no Éden, já foi então desfeita, destruída, como que lançada no “lago de fogo” para a sua própria morte. (Revelação 20:14, 15) No entanto, será que a humanidade, então liberta da morte e da imperfeição adâmicas, fará algo de sua própria iniciativa, deliberadamente, para merecer a morte eterna sob o julgamento de Jeová? Quais as pessoas que se mostrarão dignas da “segunda morte”? Isto é o que o Juiz Supremo Jeová terá de determinar como Árbitro Derradeiro.
3. Segundo 1 Coríntios 15:24-28, que transferência ocorrerá então?
3 Aplicar-se-á então o que o apóstolo Paulo predisse em 1 Coríntios 15:24-28: “A seguir, o fim, quando ele entregar o reino ao seu Deus e Pai, tendo reduzido a nada todo governo, e toda autoridade e poder. Pois ele tem de reinar até que Deus lhe tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. Como último inimigo, a morte há de ser reduzida a nada. Pois Deus ‘lhe sujeitou todas as coisas debaixo dos pés’. Mas quando diz que ‘todas as coisas foram sujeitas’, é evidente que se excetua aquele [Jeová Deus] que lhe sujeitou todas as coisas. Mas, quando todas as coisas lhe tiverem sido sujeitas, então o próprio Filho também se sujeitará Àquele que lhe sujeitou todas as coisas, para que Deus seja todas as coisas para com todos.” — NM; BLH.
4. Que questões decidirá então o Soberano Senhor Jeová para com a humanidade aperfeiçoada, e por meio de que fará isso?
4 Como resultado de o Filho entregar o reino a seu Deus e Pai, o reino torna-se propriedade de Jeová Deus. De modo que não restará nenhum reino subsidiário entre o Soberano Senhor Jeová e a humanidade. Como reagirão então os da humanidade ao reinado direto de Deus sobre eles? Declarar-se-ão súditos leais dele por toda a eternidade? Decidirão todos pessoalmente que Ele é sua escolha como Deus, para sempre? Ser alguém declarado justo por motivo dele mesmo e conceder-se-lhe o direito à vida eterna é algo sério, que exige lealdade inabalável da parte de quem recebe tal direito precioso. Como decidirá Deus o nome de quem deve constar do “livro da vida”? Será uma prova de lealdade e integridade de coração, como no caso do patriarca Jó, da terra de Uz.
5. Como corresponderá a prova então imposta à humanidade aperfeiçoada à de Jó, e com o fim de provar o quê?
5 A humanidade terá então usufruído a benignidade imerecida de Deus já por mil anos, sob o reino do Filho de Deus, e encontrar-se-á um belo paraíso planetário. Como no caso de Jó, a questão será: Ama e adora a Deus apenas por todo o bem que fez para ela ou por causa do que Ele mesmo é, o único Deus vivente e verdadeiro e Soberano Legítimo do universo? No caso de Jó, sua integridade para com Jeová Deus foi provada por se permitir que o Diabo, Satanás, o hostilizasse, exceto quanto a tirar-lhe a vida. Assim, então, por se permitir que Satanás, o Diabo, ponha a humanidade restabelecida à prova, até onde o Deus Todo-poderoso permitir, a humanidade aperfeiçoada poderá ser testada e provada quanto à integridade a Deus em sentido perfeito. Tal prova exigiria que Satanás e seus ‘demônios’ fossem soltos de seus mil anos de encarceramento no abismo. Isto é o que acontecerá.
6. Como descreve Revelação 20:7-10 o que acontecerá no fim do reinado milenar de Cristo?
6 O que ocorrerá após o fim do reinado milenar de Jesus Cristo e de seus 144.000 associados régios, nos é dito em Revelação 20:7-10 nas seguintes palavras: “Ora, assim que tiverem terminado os mil anos, Satanás será solto de sua prisão, e ele sairá para desencaminhar aquelas nações nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de ajuntá-los para a guerra. O número destes é como a areia do mar. E avançaram sobre a largura da terra e cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada. Mas desceu fogo do céu e os devorou. E o Diabo que os desencaminhava foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde já estavam tanto a fera como o falso profeta; e serão atormentados dia e noite, para todo o sempre.”
7. Quando soltos, por que estarão Satanás e seus demônios confiantes quanto à humanidade aperfeiçoada, e qual será novamente o ponto em disputa?
7 Serem Satanás e seus demônios soltos do abismo significa deixá-los vir novamente à vizinhança da terra, onde poderão exercer um controle invisível sobre aqueles da humanidade, que sucumbirem a eles. Satanás, o Diabo, será confiante em si mesmo, apesar da perfeição mental, moral, espiritual e física da humanidade. É verdade que fracassou no caso do patriarca Jó, mas foi bem sucedido mais de vinte e cinco séculos antes, no caso de Adão e Eva, apesar de sua perfeição humana no Éden. Em ambos os casos, porém, a questão em disputa foi a mesma, a saber, a soberania Deus, a qual exige obediência absoluta das criaturas humanas às leis e às proibições de Deus.
8. (a) Como se mostra aqui que a questão imposta a toda a humanidade é a da soberania universal? (b) Quem são os “santos” e o que é a “cidade amada”?
8 Que a mesma questão é imposta a toda a humanidade após o fim dos mil anos é revelado pelo fato de que os que então são desencaminhados por Satanás e seus demônios avançam sobre a terra e cercam o “acampamento dos santos e a cidade amada”. Sim, haverá então “santos” na terra. Estes serão cercados por Satanás e suas hostes terrenas, por recusarem ser desencaminhado por Satanás e seus demônios. Esses “santos” são os da humanidade restabelecida, que mantêm sua integridade a Deus nesta prova de decisão total. Estão como que num acampamento de guerra atacado por guerreiros inimigos. Os “santos” são mencionados como separados da “cidade amada”. Não estão nela, mas sim no “acampamento”. É evidente, pois, que esta “cidade” não é uma cidade construída na terra como capital global. Deve ser a cidade de que o glorificado Jesus Cristo falou aos seus seguidores, em Revelação 3:12, e que ele chamou de “cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desceu do céu da parte do meu Deus”.
9. Para quem é a cidade “amada”, e como desce do céu, da parte de Deus?
9 Esta “cidade” é “amada” por Deus e também pelos “santos”. Os 144.000 co-herdeiros de Jesus Cristo têm sobre si escrito o nome desta “nova Jerusalém”. Ela não está na terra, como alguma cidade material, mas é uma cidade celestial que desce por estender sua influência e autoridade aos habitantes da terra.
10. Poderá o solto Satanás atacar diretamente a “cidade amada”? Portanto qual é o objetivo de seu ataque contra ela?
10 Esta “cidade” não é desorganizada e demolida no fim dos mil anos de sua regência sobre a humanidade, mas os seus efeitos bons e justos permanecerão na terra com os “santos”. Por travar guerra contra esta “cidade amada”, Satanás, o Diabo, pretende desfazer todo este bem que a Nova Jerusalém fez. Não quer que estes benefícios permaneçam com a humanidade para sempre. Visto que estará restrito à vizinhança da terra, sem haver mais lugar para ele no céu, do qual foi expulso com seus demônios, não poderá atacar diretamente a “cidade amada” lá em cima. Por isso guerreia contra ela ao ponto de tentar reduzir a nada toda a justiça que estabeleceu na terra.
11. (a) Como se travará então a “guerra”? (b) Como se mostrará que a questão não é a onipotência de Deus, mas sim a justeza de sua soberania universal?
11 Dificilmente é de se esperar que esta “guerra” seja travada com armas científicas, tais como bombas nucleares e outros instrumentos de guerra este século vinte. Durante o milênio, os habitantes da terra não terão armazenado tais armas, nem terão aprendido mais tal guerra. (Isaías 2:2-4) Não será uma guerra de poderio militar de tal espécie. As armas poderosas para vencer as pessoas poderão ser o engano, a proposta fraudulenta e apelos ao egoísmo, em deslealdade ao Soberano Universal. Que a questão será a da legitimidade da soberania universal de Jeová em vez de a da onipotência de Deus é demonstrado por se ter provado o poderio superior de Deus em comparação com Satanás, o Diabo, por Satanás ter sido encarcerado por mil anos no abismo e então ser solto. Ainda sendo rebelde contra a soberania de Jeová, pretende também tornar rebelde toda a humanidade.
A EXTENSÃO DA REBELIÃO APÓS O MILÊNIO
12. O que é indicado por se dizer que aqueles que Satanás desencaminha são “como a areia do mar”?
12 O número dos que Satanás e seus demônios conseguirão desencaminhar na questão primária é mencionado como sendo “como a areia do mar”, quer dizer, aparentemente sem número. (Revelação 20:8) Isto de modo algum significa que será a vasta maioria da humanidade. Por exemplo, os exércitos combinados que guerrearam contra o Juiz Josué foram mencionados como tão numerosos como os grãos de areia à beira mar. (Josué 11:4) Disse-se que os camelos dos inimigos que invadiram a terra de Israel nos dias de Gideão, filho de Joás, eram inúmeros, tão numerosos como os grãos de areia que há à beira do mar”. (Juízes 7:12) Assim também os que serão desencaminhados por Satanás são de número indefinido, não se predizendo quantos deles, mas o bastante para darem a impressão duma grande multidão. De modo que Satanás, o Diabo, terá êxito apenas limitado.
13. É por meio duma ressurreição que aparecerão na terra paradísica “aquelas nações nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue”?
13 Os que Satanás conseguir desencaminhar são mencionados como “aquelas nações nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue”. Aparecerem na terra paradísica não se dará pela ressurreição dos mortos, inclusive dos “injustos”, mas será o resultado de Satanás desencaminhar um número não predito da humanidade restabelecida.
14. Então, em que sentido podem ser chamadas de “nações” e em que sentido se pode dizer que estão “nos quatro cantos da terra”?
14 Durante o milenar Dia do Juízo não terá havido divisões nacionais da humanidade, nem terá o julgamento das pessoas sido influenciado pela sua descendência nacional. Serem os desencaminhados pelo liberto Satanás chamados de “nações” indica que, iguais a Satanás, recusam reconhecer a soberania universal de Jeová e decidem estabelecer uma soberania terrestre própria, tal qual uma soberania nacional. Talvez não tenham uma soberania unida sobre si, mas por causa duma divisão entre si mesmos, podem ter soberanias de grupos. Não importa como seja, todos estarão unidos contra a soberania de Jeová. Serem chamadas de “aquelas nações nos quatro cantos da terra” sugere que estão longe da “cidade amada”. Portanto, na sua atitude para com a soberania, os desencaminhados se terão afastado para longe da soberania de Jeová Deus. No seu caso, Jeová Deus não se terá tornado “todas as coisas para com todos”.
15, 16. (a) De que modo são aqueles nacionalistas desencaminhados semelhantes a ‘Gogue e Magogue”, quanto ao tempo da questão e o objetivo do ataque? (b) Em que se assemelham aqueles desencaminhados a Gogue, ao serem manobrados por Jeová para fazerem seu ataque?
15 Estes nacionalistas desencaminhados são bem apropriadamente chamados “Gogue e Magogue”. No caso do original “Gogue da terra de Magogue”, conforme predito na profecia de Ezequiel, ele fez um ataque final contra os adoradores de Jeová Deus. Fez isso depois de estes adoradores terem sido restabelecidos no seu devido domínio terrestre e sua terra se ter tornado como o “jardim do Éden”. (Ezequiel 36:35) Habitavam como que numa “terra campestre” e ‘tinham sossego, morando em segurança, todos eles habitando sem muralha’, não tendo “nem mesmo tranca e portas”. (Ezequiel 38:11) Também, o povo da “terra de Magogue” apoiou seu maioral-chefe neste ataque contra os aparentemente indefesos adoradores de Jeová. Mas Gogue realmente veio ao ataque de longe, porque, conforme Jeová diz: “Hei de voltar-te e pôr ganchos nas tuas maxilas, e hei de fazer-te sair com toda a tua força militar, . . . Na parte final dos anos virás à terra daqueles que foram recuperados.” — Ezequiel 38:4-8.
16 Os desencaminhados por Satanás, o Diabo, após o milenar Dia do Juízo ter acabado, seguirão este maioral invisível, que acabava de ser solto por Jeová Deus, do abismo, com o objetivo de deixá-lo fazer um ataque contra a humanidade restabelecida. Ao serem soltos do abismo, Satanás, o Diabo, e seus demônios têm permissão de invadir novamente a vizinhança da terra e entrar em contato íntimo com a humanidade na terra paradísica, então semelhante ao Jardim do Éden. Portanto, ao fazer seu ataque, o liberto Satanás, o Diabo, é como que levado por ganchos nas maxilas sob as manobras de Jeová. E os que na terra forem então desencaminhados por Satanás, o Diabo, serão iguais a ele levados como que por ganchos nas maxilas para fazer este ataque contra “o acampamento dos santos e a cidade amada”. (Revelação 20:7-9) De modo que os nomes de Gogue e Magogue podem ser apropriadamente usados e aplicados a estes nacionalistas desencaminhados da humanidade, que atacam e procuram despojar os que aderem realmente à soberania universal de Jeová Deus.
17, 18. (a) Terão os desencaminhados a capacidade de atacar diretamente a “cidade amada”, ou como serão obrigados a fazer o ataque? (b) No fim do reinado milenar de Cristo, que ação serão obrigados a tomar seus filhos principescos na terra, e com que objetivo?
17 Estes desencaminhados da humanidade, sendo meros homens na terra, não podem atacar diretamente a Nova Jerusalém celestial, assim como tampouco o pode fazer seu líder invisível, Satanás o Diabo. Mas podem entrar em contato com os que na terra representaram fielmente o governo messiânico, celestial, a saber, os “príncipes em toda a terra”. Tendo sido designados para príncipes pelo Rei da Nova Jerusalém, o Pai Eterno, Jesus Cristo, servem como representantes principescos, visíveis, da “cidade amada”. E no fim do seu reinado milenar, quando o Filho régio de Deus “entregar o reino ao seu Deus e Pai”, estes filhos principescos na terra terão de tomar uma ação correspondente. Terão de imitar o Filho de Deus, que “se sujeitará Àquele que lhe sujeitou todas as coisas”, o Pai celestial.
18 Portanto, estes “filhos” principescos do Pai Eterno, Jesus Cristo, o imitarão corretamente e se sujeitarão ao Deus e Pai dele, como Soberano Legítimo do universo. Em vez de se rebelarem orgulhosamente contra o que sua situação mudada exige, agirão como Cristo e se sujeitarão à soberania universal de Jeová. Os desencaminhados por Satanás o Diabo, os atacarão com argumentos e pressões para dissuadir os representantes terrestres, visíveis da “cidade amada”, mas estes se recusarão decididamente. Manterão sua integridade ao Deus Altíssimo e se apegarão lealmente à sua soberania legítima sobre toda a terra e todo o universo. Decidirão sem hesitação deixar Jeová Deus ser “todas as coisas para com todos” no seu próprio caso. — 1 Coríntios 15:24-28.
ELIMINAÇÃO DE “GOGUE E MAGOGUE” E SEU DESENCAMINHADOR
19. Ao serem atacados pelos desencaminhados, como mostrarão os leais não só fé em Deus, mas também integridade para com a Sua soberania universal?
19 Nesta “guerra”, para a qual Satanás, o Diabo, terá ajuntado seus desencaminhados na terra, o “acampamento dos santos” e os representantes terrestres da “cidade amada’’ não lutarão em defesa com armas carnais. Naturalmente, não podem matar a Satanás, o Diabo, nem seus anjos demoníacos, aos quais não podem ver nem alcançar. Entretanto, embora possam ver na terra os desencaminhados que constituirão “Gogue e Magogue”, os que escolhem em lealdade a soberania universal de Jeová não matarão os desencaminhados, não agindo assim como executores dos desencaminhados. Escolhendo o lado de Jeová Deus, deixarão que ele expresse a sua soberania universal e a prove aos desleais desencaminhados. Deixarão que a batalha seja de Jeová e não presumirão agir como Suas forças executoras, combatendo com armas mortíferas. Isto não só demonstrará fé da sua parte, mas também perfeita integridade para com Jeová Deus e sua soberania universal. Que Ele mesmo os salve e destrua os desleais! Em plena confiança, ficarão parados e verão a “salvação da parte de Jeová” a seu favor. — 2 Crônicas 20:15-17.
20. (a) O que terão o privilégio de ver os leais, sob a proteção divina? (b) O que significará esta ação divina para os desleais?
20 Pousando “sob a própria sombra do Todo-poderoso”, os que se mantiverem leais à soberania universal de Jeová ‘apenas estarão olhando com os seus olhos e estarão vendo a própria retribuição feita aos iníquos’. (Salmo 91:1, 8) Verão o cumprimento do que foi predito em Revelação 20:9 a respeito de “Gogue e Magogue” após o milênio: “E avançaram sobre a largura da terra e cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada. Mas desceu fogo do céu e os devorou.” Estes desleais da humanidade obterão um batismo de fogo, que significará sua destruição eterna. Deus não os justificará ou declarará justos, nem inscreverá seus nomes no “livro da vida”. (Romanos 8:33) Este não será um abuso da soberania universal de Jeová, mas uma expressão legítima dela para com os seus inimigos.
21. (a) Quanto tempo seria Satanás solto do abismo, e ter-se-á então atingido a finalidade disso? (b) O que significaria ser ele retornado ao abismo?
21 Entretanto, a destruição eterna destes odiadores indisciplinados do que é bom não elimina Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos da vizinhança da terra. Ele já ficou então bastante tempo solto do abismo. O propósito de Deus o soltar já foi servido plenamente; não há mais motivo para deixá-lo solto por mais tempo com seus demônios. Lembramo-nos de que está escrito a respeito de ele ser lançado no abismo por mil anos: “Depois destas coisas terá de ser solto por um pouco.” (Revelação 20:3) Acabou o “pouco” de tempo em que Satanás, o Diabo, tentara desencaminhar quantos pudesse da humanidade restabelecida a pensar que Jeová exerce sua soberania sobre a terra de modo errado e arrogante. O que se segue então? São Satanás e seus demônios lançados de volta no abismo? Fazer isso daria a entender que seriam novamente soltos, assim como o próprio Jesus Cristo foi solto dum abismo e os gafanhotos simbólicos foram soltos do abismo, bem como a “fera” montada por Babilônia, a Grande, subiu do abismo. — Romanos 10:7; Revelação 9:1-3; 17:8; veja Revelação 11:7.
22, 23. (a) Como se terá respondido à acusação de Satanás contra o homem, e a favor de quem se terá resolvido a longa controvérsia? (b) O que sobrevirá então a Satanás e seus demônios?
22 O acorrentamento e encarceramento de Satanás, o Diabo, e seus demônios no abismo foi um tormento temporário para eles. Deve ser novamente temporário ou para todo o sempre o tormento da restrição deles? O que lhes acontecerá depois de terem visto aqueles a quem desencaminharam na terra punidos com a destruição ardente? Respondeu-se então a Satanás, à acusação que sempre fez, que os homens na terra servem a Jeová Deus apenas pelo que podem obter dele e que nenhum homem permaneceria leal a Jeová de puro amor a ele, mesmo sob a tentação iníqua por Satanás, o Diabo. Os homens e as mulheres de integridade que permanecerem vivos na terra após o aniquilamento ardente dos desleais estarão como resposta viva para o Diabo, provando que sua acusação era falsa e que ele é mentiroso. A controvérsia de milênios de tempo terá acabado em favor do Deus da verdade, e por isso não haverá muito motivo para se deixar viver a Satanás, o Diabo, e seus demônios por mais tempo. A paciência de Deus para com eles estará então no fim. Por este motivo, ele não devolverá estes anjos rebeldes ao abismo. Portanto, o que lhes sobrevirá?
23 “E o Diabo que os desencaminhava foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde já estavam tanto a fera como o falso profeta; e serão atormentados dia e noite, para todo o sempre.” — Revelação 20:10.
24, 25. (a) Serem Satanás e seus demônios lançados no lago de fogo significará o que para eles? (b) Por que é esta uma outra espécie de morte?
24 O tormento de Satanás, o Diabo, no lago de fogo e enxofre significa para ele e seus demônios o mesmo que significou para a simbólica fera e o falso profeta. O quê? A destruição para todo o sempre. (Revelação 19:20) Satanás, o Diabo, e seus demônios não viverão mais, assim como tampouco viverão esta simbólica fera e o falso profeta. Seus nomes não estarão escritos em qualquer divino “livro da vida”. Vida é vida, quer gasta em prazeres, quer em sofrimento doloroso. Por isso, serem lançados no simbólico “lago de fogo e enxofre” não significa que são preservados vivos, para sofrerem tormento consciente no corpo e na mente.
25 Este “lago” simbólico não representa o que se chama de “morte viva”. Simboliza outra espécie de morte, diferente da sofrida por toda a humanidade pela herança inata legada pelos pecadores Adão e Eva e que, pelo que parece, foi a primeira forma de morte a entrar no domínio da criação, entre criaturas à imagem de Deus. Tal morte herdada mostrou ser temporária, transformada num ‘sono da morte’ pela ressurreição que resulta da morte e da ressurreição de Jesus Cristo. — 1 Coríntios 15:20-22.
26. Por que é esta espécie diferente de morte apropriadamente chamada de “segunda morte”? E onde não se inscreverão os nomes dos humanos que a sofrerem?
26 A morte simbolizada pelo “lago de fogo e enxofre” é diferente da morte que a humanidade herdou de Adão, visto que não é como um sono que termina ao se despertar, mas destruição total, a morte infindável. A morte recebida de Adão como herança era a ‘primeira morte’. Esta espécie diferente de morte, conforme simbolizada pelo “lago de fogo e enxofre”, portanto, é apropriadamente chamada de “segunda morte”. É isto o que representa no caso dos homens, na terra, que entrarem no Dia do Juízo milenar e que depois não receberem seus nomes inscritos no “livro da vida”, de Deus. As Escrituras inspiradas fornecem o significado do “lago de fogo” para tais indignos da vida eterna, dizendo: “E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Este significa a segunda morte, o lago de fogo. Outrossim, todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.” — Revelação 20:14, 15.
27, 28. (a) Por que é possível que Satanás e seus demônios sofram a “segunda” morte? (b) Então, o que significará serem eles atormentados para sempre no lago de fogo?
27 Dá-se um segundo testemunho desta explicação divina do que é simbolizado pelo “lago de fogo”, alguns versículos depois, onde lemos: “Todo aquele que vencer herdará estas coisas, e eu serei o seu Deus e ele será o meu filho. Mas, quanto aos covardes, e aos que não têm fé, e aos que são repugnantes na sua sujeira, e aos assassinos, e aos fornicadores, e aos que praticam o espiritismo, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, terão o seu quinhão no lago que queima com fogo e enxofre. Este significa a segunda morte.” (Revelação 21:7, 8) Visto que todas estas referências ao “lago de fogo” estão tão juntas assim, no mesmo contexto de Revelação, capítulos 19-21, então aquilo que o “lago de fogo” significa para os homens não achados inscritos no “livro da vida” significa também para Satanás, o Diabo, e seus demônios. Significa “a segunda morte”. Não necessariamente significa morrer pela segunda vez, mas morrer da segunda espécie de morte de que a Bíblia fala, e esta é uma morte infindável.
28 Por conseguinte, Satanás e seus demônios podem ter esta espécie de morte, embora nunca antes tenham morrido. Não havia nem um pouco de vida na primeira espécie de morte, que se introduziu pelo pecado do primeiro homem. Do mesmo modo, não há nenhuma faísca de vida na “segunda morte”, que é a punição eterna dos que deliberadamente desobedecem a Deus, até mesmo arruinando sua perfeição para fazer isso. Segundo todas as regras bíblicas, pois, o tormento de Satanás e seus demônios no lago de fogo e enxofre para todo o sempre significa serem reduzidos a nada, serem tornados inexistentes e serem exterminados para sempre da vida espiritual. Em resultado, Deus terá um universo livre de demônios, nunca mais se permitindo que apareçam novamente demônios.
PASSAR A VIVER APÓS O FIM DO MILÊNIO
29. Permitir Deus a sobrevivência do acampamento dos santos e também dos representantes principescos da cidade amada significará que ele tomou que ação para com eles?
29 Que gloriosa eternidade, pois, aguarda a humanidade! Eis que Jeová Deus permitirá que o “acampamento dos santos” e os representantes principescos, na terra, da “cidade amada” sobrevivam à destruição de “Gogue e Magogue”, e de Satanás, o Diabo, e seus demônios! O que significa isso senão que Deus inscreveu seus nomes no “livro da vida” ou deixou seus nomes permanecer no “livro da vida”? Significa que Ele os declarou justos ou os justifica por manterem sua integridade para com ele, juntando-se assim ao Filho de Deus, Jesus Cristo, e aos 144.000 co-herdeiros na vindicação da soberania universal do Deus Altíssimo, o Criador de todas as coisas boas. Serem declarados justos por Jeová Deus significa que ele lhes concedeu o direito à vida eterna no seu lar paradísico.
30. (a) Com quem ficarão endividados eternamente os que passarem com êxito pela prova final e onde ficarão de pé para sempre? (b) Quando é que realmente passarão a “viver”?
30 Foi o Rei, Sacerdote e Juiz celestial, Jesus Cristo, quem por seus tratos amorosos com a humanidade, durante os mil anos, levou os dispostos e obedientes a esta justiça perfeita na carne. Se não tivesse feito isso até o fim dos mil anos, então teria hesitado em entregá-los para uma prova final por parte do Juiz Supremo, Jeová Deus. Por quê? Porque teria sabido que, por falta de justiça perfeita, nunca poderiam suportar a prova divina com bom êxito e ganhar a vida eterna. Assim, em completa justiça e ausência de pecado na carne, estão em pé nos pátios terrestres da “verdadeira tenda” ou templo de Jeová, como seus adoradores. Continuarão ali de pé para sempre por passarem pela prova divina com integridade irrepreensível e lealdade inabalável ao Soberano Senhor Jeová. Permanecerão para sempre endividados para com o Filho de Deus, Jesus Cristo, que amorosamente os soergueu a esta justiça perfeita em evidência da obra terminada de seu Resgatador e Salvador, o Senhor Jesus. De modo que naquele tempo estarão realmente vivos!
31. Assim, ao fim do reinado de mil anos de Cristo, o que alcançarão os “demais mortos” e o que acontecerá com a morte adâmica?
31 À luz disso, podemos apreciar a correção da declaração parentética de Revelação 20:5: “(Os demais mortos não passaram a viver até terem terminado os mil anos.)” Se Jesus Cristo e seus 144.000 co-herdeiros, que participaram da “primeira ressurreição”, não tivessem feito para eles a obra preliminar dos mil anos, este estado de vida perfeita não poderia ter sido o quinhão dos “demais mortos” no fim dos mil anos. É realmente até então que ‘a morte (conforme herdada de Adão) entregou os mortos nela e que a morte foi lançada no lago de fogo, para sofrer a “segunda morte” ou a extinção’. (Revelação 20:13, 14) Então se cumpre o predito em 1 Coríntios 15:25, 26: “Ele tem de reinar até que Deus lhe tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. Como último inimigo, a morte há de ser reduzida a nada.”
32. Como se cumprirá então plenamente Revelação 21:3, 4?
32 Daí, com referência à morte herdada do pecador Adão, será plenamente veraz: “E o próprio Deus estará com eles. E enxugará dos seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor. As coisas anteriores já passaram.” — Revelação 21:3, 4.
33. (a) Como é que os que alcançarem aquela abundância de vida mostrarão ser dignos de que se lhes prolongue a vida para sempre? (b) Como reconhecerão então em si mesmos a verdade de Romanos 6:23?
33 Será que todos os que passarem a viver neste sentido perfeito no fim dos mil anos escolherão prolongar esta vida abundante para sempre? Poderão fazer isso por se mostrarem dignos de receber o direito à vida eterna da Grande Fonte de toda a vida, Jeová Deus. Por passarem pela prova cabal de sua integridade de toda a alma a Ele, os fiéis e leais serão recompensados com este direito precioso, de terem sua vida protegida e prolongada por toda a eternidade, em felicidade. Assim reconhecerão em si mesmos que “o dom dado por Deus é a vida eterna por Cristo Jesus, nosso Senhor”. (Romanos 6:23) Se Deus não tivesse usado seu amado Filho unigênito, isto não teria sido possível para a família humana.
34, 35. (a) Que esperança temos a respeito da “grande multidão” que já antes da “grande tribulação” serve no tempo espiritual de Jeová em compridas vestes brancas? (b) Que sentimentos dos filhos de Corá para com Jeová poderão ser desenvolvidos até mesmo pelos “injustos” ressuscitados?
34 Quão satisfatório para a alma será então adorar e servir o Deus cujo nome é Jeová, nos pátios terrenos de seu templo espiritual! Já no começo do glorioso milênio deu-se que os da “grande multidão” de sobreviventes da “grande tribulação” “lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro. É por isso que estão diante do trono de Deus; e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo”. (Revelação 7:9, 14, 15) Espera-se que os membros desta “grande multidão” de vestes limpas permaneçam nesses pátios do templo espiritual de Deus através dos mil anos de integridade absoluta para com o Soberano Senhor Jeová, depois de findar o milênio. Os que forem ressuscitados de suas sepulturas durante o milênio serão trazidos aos pátios terrenos do templo espiritual de Jeová para empreender ali Sua adoração e Seu serviço. Por obterem o devido apreço do serviço de Jeová ali, até mesmo os “injustos” ressuscitados se sentirão assim como os filhos do levita Corá:
35 “Pois um dia nos teus pátios é melhor que mil em outra parte. Escolhi ficar de pé no limiar da casa de meu Deus, em vez de andar em volta nas tendas da iniqüidade. Porque Jeová Deus é sol e escudo; favor e glória é o que ele dá. O próprio Jeová não reterá nada de bom dos que andam sem defeito.” — Salmo 84: cabeçalho, 10, 11.
36. Que apreço do templo de Deus, conforme expresso por Davi, cultivarão os decididos a manter a sua integridade?
36 Os decididos a manter de todo o coração a integridade para com o único Deus vivente e verdadeiro cultivarão o apreço de coisas espirituais que Davi expressou, ao dizer: “Uma coisa pedi a Jeová — é o que procurarei: morar na casa de Jeová todos os dias da minha vida, para contemplar a afabilidade de Jeová e olhar com apreciação para o seu templo.” — Salmo 27: cabeçalho, 4.
37, 38. (a) A que estado natural será finalmente levado o “escabelo” de Jeová? (b) Usufruirão os habitantes do “escabelo” apenas um paraíso natural, e como responderão à chamada do último dos Salmos?
37 Toda a terra será então lugar da adoração de seu maravilhoso Criador. Ela é seu “escabelo”, ao passo que os céus são seu “trono”. (Isaías 66:1) Seu trono celestial é glorioso, seu escabelo terrestre será feito glorioso, como lugar adequado para os seus pés. Toda a parte da terra será paradísica, igual ao Jardim do Éden, igual ao Jardim de Jeová. (Gênesis 2:8; 13:10) Será um lugar de delícias e alegria, porque será um lugar de vida em pura felicidade para todos os adoradores dele que não mais deixarão de ‘atingir a glória de Deus’. Todos terão as qualidades piedosas em belo desenvolvimento e usufruirão a plenitude da agradável relação com Deus, de modo que se encontrarão tanto num Paraíso espiritual como num Paraíso terrestre. Quanto motivo emocionante tudo isto será para louvar o grandioso Criador e Provedor de toda esta indizível bondade! Louvá-lo-ão em gratidão com vozes melodiosas e toda a sua perícia musical que desenvolveram. Poderão juntar-se para sempre às hostes celestiais em responder à chamada entusiástica do último dos Salmos inspirados:
38 “Louvai a Já! Louvai a Deus no seu lugar santo. Louvai-o na expansão da sua força. Louvai-o pelas suas obras potentes. Louvai-o segundo a abundância da sua grandeza. Louvai-o com toque de buzina. Louvai-o com o instrumento de cordas e com a harpa. Louvai-o com o pandeiro e com a dança de rodas. Louvai-o com cordas e com o pífaro. Louvai-o com os címbalos de som melodioso. Louvai-o com os címbalos retumbantes. Toda coisa que respira — louve ela a Já. Louvai a Já!” — Salmo 150:1-6.