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NoiteAjuda ao Entendimento da Bíblia
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escuridão da noite existe um crepúsculo matutino que leva ao alvorecer, e este era expresso pela mesma palavra hebraica. Assim, o escritor do Salmo 119:147 diz: “Levantei-me cedo no crepúsculo matutino.”
DIVISÃO HEBRAICA
Os hebreus dividiam a noite em vigílias. “Quando me lembro de ti no meu leito de repouso, medito em ti durante as vigílias da noite.” (Sal. 63:6) Uma vez que Juízes 7:19 fala duma “vigília média da noite”, parece evidente que havia três delas nos tempos antigos. Pelo visto, cada vigília abrangia um terço do tempo entre o pôr-do-sol e a alvorada, ou cerca de quatro horas cada uma, dependendo da época do ano. A primeira vigília ia assim de por volta das 18 horas até às 22 horas. A “vigília média da noite” começava por volta das 22 horas e ia até às 2 da madrugada. Esta foi uma ocasião estratégica para Gideão lançar seu ataque de surpresa contra o acampamento midianita. A terceira vigília era chamada de “vigília da madrugada”, durando desde por volta das 2 da madrugada até o alvorecer. Foi durante esta vigília matutina que Jeová fez com que os exércitos perseguidores egípcios começassem a sofrer graves dificuldades em sua tentativa de cruzar o mar Vermelho. — Êxo. 14:24-28; veja também 1 Samuel 11:11.
DIVISÃO ROMANA
Pelo menos na época do domínio romano, os judeus adotaram o costume grego e romano de quatro vigílias noturnas. Jesus, como é evidente, referiu-se a estas quatro divisões ao dizer: “Portanto, mantende-vos vigilantes, pois não sabeis quando vem o senhor da casa, quer tarde no dia, quer à meia-noite, quer ao canto do galo, quer cedo de manhã.” (Mar. 13:35) A vigília “tarde no dia” transcorria desde o pôr-do-sol até a terceira hora, ou por volta das 21 horas. A segunda vigília, chamada de ‘a meia-noite’, começava com a terceira hora e terminava à meia-noite. (Luc. 12:38) O “canto do galo” abrangia desde a meia-noite até a nona hora, ou por volta das 3 horas da madrugada. Foi provavelmente durante esse período que ocorreu o primeiro dos, ou mesmo ambos, cantares do galo mencionados em Marcos 14:30. (Veja GALO, CANTO DO.) Por fim, desde a nona hora até o nascer do sol ocorria a quarta vigília ou a vigília “cedo de manhã”. — Mat. 14:25; Mar. 6:48.
Em certa ocasião, menciona-se uma hora específica, dentre as doze horas que constituíam o período noturno. Atos 23:23 nos conta que o comandante militar ordenou que as tropas levassem Paulo de Jerusalém, a caminho de Cesaréia, na “terceira hora”, ou por volta das 21 horas.
Ao passo que os judeus iniciavam um novo dia ao pôr-do-sol, segundo o costume romano era a meia-noite o ponto fixado para o fim e o início de um dia. Isto evitava o problema resultante do alongamento e da abreviação das horas de luz diurnas, devido às estações do ano (conforme ocorria quando se começava o dia ao pôr-do-sol), e lhes permitia dividir o dia em dois períodos iguais de 12 horas em todas as épocas do ano. Este é o costume seguido na maioria das nações, hoje em dia.
Entre os gregos e os romanos, a noite era deificada, e era chamada de filha de Caos. A noite era considerada como a mãe tanto dos deuses como dos homens, e é descrita como andando de carro, sendo acompanhada pelas estrelas.
EMPREGO FIGURADO
A palavra “noite“ às vezes é empregada na Bíblia em sentido figurado ou simbólico. Em João 9:4, Jesus falou de vir a “noite em que nenhum homem pode trabalhar”. Jesus se referia aqui à hora de seu julgamento, de ser pregado na estaca e de sua morte, quando não poderia empenhar-se nas obras de seu Pai. (Veja Eclesiastes 9:10; Jó 10:21, 22.) Em Romanos 13:11, 12, a “noite” se refere manifestamente a um período de escuridão causada pelo adversário de Deus, período a que Cristo Jesus e seu reinado porão fim. (Veja Efésios 6:12, 13; Colossenses 1:13, 14.) Em 1 Tessalonicenses 5:1-11, os servos de Deus que têm sido esclarecidos pela sua verdade são contrastados com as pessoas mundanais que não o foram. Seu modo de vida manifesta que são ‘filhos da luz e filhos do dia. Eles não pertencem nem à noite nem à escuridão’. (Veja João 8:12; 12:36, 46; 1 Pedro 2:9; 2 Coríntios 6:14.) Em Miquéias 3:6 encontramos um emprego similar, o profeta ali afirmando aos que rejeitavam a verdadeira orientação divina: “Portanto, vós tereis noite, de modo que não haverá visão; e tereis escuridão, para que não se pratique a adivinhação. E o sol há de se pôr sobre os profetas e o dia terá de escurecer-se sobre eles.” — Compare com João 3:19-21.
A noite é também empregada para representar, em geral, um tempo de adversidade, uma vez que a noite, com seu ensombrar e sua escuridão, é a ocasião em que perambulam os animais selvagens, quando os exércitos lançam ataques de surpresa, quando os ladrões penetram furtivamente, e são cometidos outros atos malévolos. (Sal. 91:5, 6; 104:20, 21; Isa. 21:4, 8, 9; Dan. 5:25-31; Obd. 5) É nestes diferentes sentidos figurados que precisamos entender os textos em Revelação 21:2, 25 e 22:5, onde se nos assegura de que, na “Nova Jerusalém”, não “haverá mais noite”.
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NOIVADO
Entre os hebreus, o arranjo de casamento, e as negociações envolvidas, geralmente dependiam dos genitores do casal,
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