GIESTA(-DAS-VASSOURAS)
[hebr.: ró·them].
A giesta-das-vassouras (Retama raetam) é na realidade um arbusto desértico da família da ervilha. O nome árabe correspondente (ratam) ajuda a identificar a planta e mostra ser incorreta a tradução “junípero” na versão de Antônio Pereira de Figueiredo.
Este arbusto é uma das mais abundantes plantas do ermo de Judá, da península de Sinai, bem como do restante da Arábia, e encontra-se em ravinas, em lugares rochosos, em encostas de morros e mesmo em trechos arenosos de áreas desérticas, onde suas raízes penetram fundo para captar umidade. Atinge aproximadamente de 1 a 4 m de altura, tendo numerosos ramos finos, semelhantes a varas, e folhas estreitas e retas. Quando floresce, os pequenos cachos de flores delicadas, que variam de cor desde o branco ao rosa, apresentam uma linda vista ao recobrirem as encostas de morros de outro modo desprovidos de vegetação. O nome hebraico da planta (ró·them) evidentemente deriva dum radical que significa “ligar; amarrar”, referindo-se talvez à sua capacidade de segurar dunas de areia. Segundo Plínio, seus ramos flexíveis eram usados para amarrar coisas. — Natural History (História Natural), XXIV, XL, 65.
Quando Elias fugiu para o ermo, a fim de escapar da ira de Jezabel, o registro em 1 Reis 19:4, 5, diz que ele “sentou-se debaixo de certa giesta-das-vassouras” e então dormiu ali. Ao passo que as giestas-das-vassouras menores dariam muito pouca sombra contra o escaldante sol do ermo, uma de bom tamanho daria um agradável alívio. Este arbusto do ermo servia também de combustível. A madeira da giesta-das-vassouras fornece um excelente carvão vegetal, que queima com calor intenso.
Visto que as raízes da giesta-das-vassouras são amargas e nauseantes, alguns têm sugerido que referir-se Jó (30:4) a elas como usadas qual alimento por pessoas famintas numa desolação estéril talvez se refira a uma planta parasítica comestível (Cynomorium coccineum), que cresce como fungo nestas raízes. Embora talvez seja assim, é também possível que outra variedade desta planta existisse nos dias de Jó (há mais de 3.000 anos), em vez de apenas a giesta-das-vassouras branca (Retama raetam) que agora cresce ali. N. Hareuveni escreveu, apresentando outro ponto de vista sobre Jó 30:4: “Visto que, dessemelhantes das folhas da salgadeira [KJ], as raízes da giesta são totalmente incomestíveis, em qualquer forma, é óbvio que Jó está falando de raízes da giesta branca, transformadas em algo que pode ser vendido para ganhar o pão. Estes jovens, que agora escarnecem de Jó, fizeram carvão das raízes da giesta branca para vender na feira.” (Tree and Shrub in Our Biblical Heritage [Árvore e Arbusto na Nossa Herança Bíblica], Kiryat Ono, Israel, 1984, p. 31) Em harmonia com isto, alguns sugerem que os sinais vocálicos da palavra hebraica traduzida como “seu alimento” sejam ajustados de modo que o hebraico reze “para aquecê-los”.