Observando o Mundo
Moderna festa da fertilidade
“O carnaval afasta os pobres de sua vida cotidiana. É algo que eleva suas vidas”, diz certo pesquisador. Todavia, os ‘estudiosos remetem o carnaval à Lupercália romana, um festival criado para celebrar a chegada da primavera, que se transformou num período de orgias e de lutas de gladiadores’, explica O Estado de S. Paulo. “A Lupercália foi considerada pecaminosa pelos primeiros cristãos, mas os fundadores da Igreja [Católica] não conseguiram erradicá-la.” O jornal acrescenta: “Em nenhum lugar do mundo o carnaval alcançou tanta importância quanto no Brasil”, movimentando cerca de US$ 200 milhões por ano no Rio de Janeiro. Porém, segundo o Dr. Kyung Koo Han: “O carnaval deixa um saldo gigantesco de mortos e acidentes, sem trazer nada de útil ao País.”
Exercícios moderados
“Quem faz exercícios moderados tem menos chance de morrer de infarte, hipertensão ou diabetes. Mas quem pratica esportes em exagero pode até tornar-se cardíaco ou sofrer das juntas”, informa o Jornal da Tarde. Para evitar lesões, de acordo com o ortopedista Victor Matsudo, as “pessoas que não são atletas devem fugir dos extremos; evitar ser sedentárias, mas também não ficar ‘malhando’ como alucinadas”. Embora andar ajude a manter a forma física, exercícios variados podem ajudar a aumentar a força muscular. Acrescenta o Dr. Matsudo: “Se fazer somente ginástica localizada fosse bom, os pianistas seriam grandes atletas.” Os especialistas recomendam: “Os sedentários ou semi-sedentários devem praticar esportes no mínimo três vezes por semana e no máximo seis, em sessões de 15 minutos a uma hora.”
“A nação que mais joga”
“O Japão se tornou a nação que mais joga”, diz o Asahi Evening News. A maior parte do dinheiro (65%) é gasta em pachinko, usando máquinas de fliperama. Os japoneses também gastam mais do que qualquer outra nação em corridas de cavalo. Em 1992, o valor das apostas ultrapassou em mais de duas vezes o dos Estados Unidos e em mais de quatro vezes o de Hong Kong, Grã-Bretanha e França. Para aumentar as apostas, o alvo agora são as mulheres jovens. Disse certa jovem de Nagoya: “Meus pais fazem um estardalhaço, mas eu sempre lhes digo que os ‘jogos são organizados pelos governos nacional e local. Como podem ser ruins?’” Na verdade, a legislação japonesa proíbe, em princípio, o jogo, mas a jogatina pública existe como “economia informal”, diz o pesquisador Hiroshi Takeuchi. Ele acha que, quando a arrecadação do jogo ultrapassa 4% do produto interno bruto de um país, a jogatina passa a ser problema social. A arrecadação do jogo no Japão está em 5,7%.
Igrejas sentem os efeitos da onda de crimes
Não fazem muitos anos, as igrejas australianas de forma geral permaneciam destrancadas, mesmo nos horários em que não havia culto. Mas agora as coisas mudaram, informa o jornal The Weekend Australian, devido a roubos, arrombamentos, vandalismo de igrejas e diversos casos de agressão a sacerdotes. “A maioria de nossas paróquias está trancando suas igrejas. Acho isso muito triste”, disse o arcebispo católico John Bathersby. “Acho que tem havido um colapso da reverência pela religião. Acho que toda essa secularização da sociedade realmente resultou num estado de coisas em que muitos não vêem nenhuma diferença entre a Igreja e quaisquer outras instituições da sociedade e, portanto, aquela aura especial de respeito por ela desapareceu. Alguns vêem a igreja apenas como mais um prédio.”
Papa versátil
O Papa João Paulo II não é apenas o chefe espiritual da Igreja Católica Romana; também é dramaturgo, autor e grava discos. Seu livro recente, Cruzando o Limiar da Esperança, esteve entre os mais vendidos por muitas semanas. A peça, um drama musical intitulado A Loja de Ourives, estreou em dezembro último, na cidade de Nova York, por uma temporada limitada. Foi escrita pelo papa em 1960, com o pseudônimo Andrzej Jawien. “O papa foi dramaturgo, ator, diretor, tradutor e crítico de arte dramática do jornal da Cracóvia”, explicou o produtor da peça. Há também uma gravação em CD duplo do papa recitando o rosário, que é um sucesso de vendagem. E o pontífice é conhecido por suas viagens pelo mundo, tendo planos de visitar cinco continentes este ano. Sua 63.ª viagem, em janeiro, foi descrita pelo The New York Times como “tentativa do Papa, 74 anos, de apagar a imagem de um papado em decadência e de projetar a idéia de que nem sua saúde nem sua idade o impedirão de introduzir sua visão de moral nos negócios do mundo”.
Sangue: “medicamento” perigoso
“Poderiam as Testemunhas de Jeová estar certas ao recusar transfusões de sangue?”, pergunta o Sunday Telegraph, da Inglaterra. Entre os temores ligados à transfusão acha-se o de sangue contaminado com hepatite C e com o vírus da Aids. “Mas as infecções são apenas um dos diversos perigos descritos por revistas especializadas”, diz o Telegraph. “Estudos como o que estimou em até 20% a probabilidade de reação adversa à transfusão são pouco conhecidos do público. Também desconhecidos são os estudos que constataram que a transfusão é o melhor indicativo de uma recuperação complicada de operações do abdome ou do cólon.” Os estudos também mostram que uma grande porcentagem das transfusões de sangue são desnecessárias e que a prática transfusional varia muito e baseia-se mais no hábito do que em dados científicos. Chamando o sangue de “medicamento potente” com o qual “a maioria dos cirurgiões é por demais desleixada”, Tom Lennard, cirurgião-consultor da Royal Victoria Infirmary, comentou: “Se o sangue fosse um medicamento novo, não receberia certificado de aprovação.”
Proteja seu bebê do ruído
“Ruídos altos demais podem ser prejudiciais ao feto e ao recém-nascido”, diz um comunicado da Radio France Internationale. O bebê no ventre da mãe é especialmente suscetível a sofrer traumatismos quando a mãe é exposta a ruídos altos. Visto que a parede abdominal e o líquido amniótico da mãe não dão muita proteção contra os ruídos externos, a criança pode se tornar deficiente antes mesmo de nascer. Por exemplo, o risco de perder a audição de alta freqüência é três vezes maior entre as crianças cujas mães ficaram expostas a níveis de ruído entre 85 e 95 decibéis — níveis bastante comuns em concertos de rock e discotecas. Além de prejudicar a audição, avisam alguns pesquisadores, a exposição freqüente a ruídos altos, especialmente nos últimos meses da gravidez, também pode aumentar a freqüência cardíaca do nascituro.
“Primeiros socorros emocionais”
No local do acidente, os primeiros socorros devem incluir mais do que atenção aos ferimentos. Os acidentados também necessitam de apoio emocional, informa o jornal alemão Süddeutsche Zeitung. Que tipo de apoio? A Associação Profissional dos Psicólogos Alemães sugere quatro medidas simples que devem ser tomadas para se prestar os “primeiros socorros emocionais”. As sugestões resultaram de entrevistas com acidentados e profissionais. As recomendações são: “Diga que você está ali. Isole o ferido com um anteparo. Procure manter contato físico. Fale e escute.” Fazem-se esforços para divulgar as medidas através de médicos e nas auto-escolas, e para incluí-las nos cursos de primeiros socorros.
“Os ‘animaizinhos de carga’ da Índia”
Foi assim que uma reportagem do Times of India chamou os 17 milhões a 44 milhões de menores que trabalham, na Índia. Apesar de haver uns 23 milhões de adultos desempregados em condições de trabalhar, os donos de fábrica geralmente preferem contratar menores, que trabalham, sem protestar, pela metade do salário de um adulto e raramente questionam a salubridade de seu emprego. Foi só quando algumas nações do Ocidente recusaram-se a importar mercadorias produzidas por menores que alguns fabricantes substituíram os menores por adultos. O governo da Índia prometeu uma legislação mais rigorosa para coibir esse abuso e obrigar os pais a dar aos filhos o ensino básico. Diz o presidente da Índia, Dr. Shankar Dayal Sharma: “Nem a tradição nem a necessidade financeira justificam o uso de mão-de-obra infantil, e acabar com essa exploração é um dos principais desafios hoje.” Porém, muitos justificam a prática sob o pretexto de que a miséria é uma “dura realidade” e que o salário ganho pela criança dá à família a ajuda que esta precisa desesperadamente.