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  • A magnificência do trono celestial de Jeová
    Revelação — Seu Grandioso Clímax Está Próximo!
    • 27, 28. (a) Como a descrição que João fez desta visão deve nos afetar? (b) Que perguntas surgem quanto ao que João vê e ouve a seguir?

      27 Quem não se comove com a leitura do relato de João sobre esta visão? Ela é esplendorosa, grandiosa! Mas, então, como não deve ser a realidade? A própria majestade de Jeová deve animar a todos os de coração apreciativo a se juntar às quatro criaturas viventes e aos 24 anciãos em louvá-Lo, tanto em oração como por publicamente proclamar Seu nome. Este é o Deus de quem os cristãos hoje têm o privilégio de ser testemunhas. (Isaías 43:10) Lembre-se de que a visão de João se aplica ao dia do Senhor, em que nos encontramos agora. Os “sete espíritos” estão sempre disponíveis para guiar-nos e orientar-nos. (Gálatas 5:16-18) A Palavra de Deus está hoje disponível para nos ajudar a ser santos em servir a um Deus santo. (1 Pedro 1:14-16) Certamente, sentimo-nos felizes de ler em voz alta as palavras desta profecia. (Revelação 1:3) Que induzimento elas proveem para sermos fiéis a Jeová e para não deixar que o mundo nos desvie de ativamente cantarmos os Seus louvores! — 1 João 2:15-17.

      28 Até agora, João descreveu o que ele vê quando é convidado a entrar no céu pela porta aberta. Mais notavelmente ele relata que Jeová, em toda a magnificência da Sua majestade e dignidade, está sentado no Seu trono celestial. Está cercado pela mais poderosa organização de todas — radiante em esplendor e lealdade. A Corte divina está em sessão. (Daniel 7:9, 10, 18) O cenário está pronto para um acontecimento extraordinário. Qual é, e como afeta a nós, hoje? Vejamos o desenrolar da cena!

  • “Quem é digno de abrir o rolo?”
    Revelação — Seu Grandioso Clímax Está Próximo!
    • Capítulo 15

      “Quem é digno de abrir o rolo?”

       1. O que acontece agora na visão de João?

      SUBLIME! ESPANTOSA! Assim é a emocionante visão do trono de Jeová no seu cenário de lâmpadas de fogo, de querubins, de 24 anciãos e do mar vítreo. Mas, João, o que você vê a seguir? João fixa a atenção no próprio centro desta cena celestial, dizendo-nos: “E eu vi na mão direita Daquele que estava sentado no trono um rolo escrito por dentro e pelo reverso, bem selado com sete selos. E eu vi um forte anjo proclamar com voz alta: ‘Quem é digno de abrir o rolo e de soltar os seus selos?’ Mas não havia ninguém, nem no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, que pudesse abrir o rolo ou olhar dentro dele. E eu passei a chorar muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o rolo ou de olhar dentro dele.” — Revelação 5:1-4.

      2, 3. (a) Por que João anseia que se encontre alguém para abrir o rolo, mas que perspectiva disso parece haver? (b) O que o povo ungido de Deus tem aguardado ansiosamente em nosso tempo?

      2 O próprio Jeová, Soberano Senhor de toda a criação, oferece este rolo. Deve estar cheio de informações vitais, porque contém escrita na frente e no verso. Isso suscita nossa curiosidade. O que contém o rolo? Lembramo-nos do convite de Jeová a João: “Sobe para cá e eu te mostrarei as coisas que têm de ocorrer.” (Revelação 4:1) Aguardamos com emocionante expectativa saber dessas coisas. Mas eis que o rolo está firmemente fechado, selado com sete selos!

      3 O forte anjo achará alguém digno de abrir o rolo? Segundo a Tradução Interlinear do Reino (grego/inglês), o rolo está “na mão direita” de Jeová. Isto sugere que ele o oferece sobre a sua palma da mão aberta. Mas parece que ninguém no céu ou na Terra é digno de aceitar e abrir esse rolo. Nem mesmo debaixo da terra, entre os servos fiéis de Deus que já faleceram, há alguém qualificado para esta elevada honra. Não é de admirar que João fique visivelmente perturbado! Talvez, no fim, não fique conhecendo “as coisas que têm de ocorrer”. Também nos nossos dias, os do povo ungido de Deus têm aguardado ansiosamente que Jeová envie sua luz e verdade sobre Revelação. Isto ele iria fazer progressivamente no tempo designado para o cumprimento da profecia, a fim de guiar seu povo no caminho duma “grandiosa salvação”. — Salmo 43:3, 5.

      O Digno

       4. (a) Quem é descoberto como digno de abrir o rolo e seus selos? (b) Em que recompensa e privilégio os da classe de João e seus companheiros participam agora?

      4 Sim, há alguém apto para abrir o rolo! João relata: “Mas um dos anciãos diz-me: ‘Para de chorar. Eis que o Leão que é da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu de modo a abrir o rolo e os seus sete selos.’” (Revelação 5:5) Portanto, João, enxugue as lágrimas! Os da classe de João e seus companheiros leais do tempo atual também suportaram décadas de severas provações enquanto aguardavam pacientemente esclarecimento. Que recompensa consoladora temos agora por entender a visão, e que privilégio é participar no seu cumprimento por proclamar a sua mensagem a outros!

       5. (a) Que profecia foi proferida a respeito de Judá, e onde os descendentes de Judá governaram? (b) Quem é Siló?

      5 Ah! “o Leão que é da tribo de Judá”! João conhece a profecia que Jacó, ancestral da raça judaica, proferiu a respeito do seu quarto filho, Judá: “Judá é um leãozinho. Subirás certamente da presa, filho meu. Abaixa-se, espicha-se como o leão, e como a um leão, quem se atreve a acordá-lo? O cetro não se afastará de Judá, nem o bastão de comandante de entre os seus pés, até que venha Siló; e a ele pertencerá a obediência dos povos.” (Gênesis 49:9, 10) A linhagem real do povo de Deus descendia de Judá. Começando com Davi, todos os reis que governaram em Jerusalém até que os babilônios destruíram essa cidade eram descendentes de Judá. Mas nenhum deles era o Siló profetizado por Jacó. Siló significa “Aquele de Quem É [o Direito]”. Em sentido profético, este nome apontava para Jesus, aquele a quem pertence agora permanentemente o Reino davídico. — Ezequiel 21:25-27; Lucas 1:32, 33; Revelação 19:16.

       6. Em que sentido Jesus era “um renovo” de Jessé e também “a raiz de Davi”?

      6 João reconhece prontamente a referência à “raiz de Davi”. O prometido Messias é profeticamente chamado tanto de ‘renovo saído do toco de Jessé [pai do Rei Davi] . . . um rebentão’, como de “a raiz de Jessé posta de pé qual sinal de aviso para os povos”. (Isaías 11:1, 10) Jesus era um renovo de Jessé, tendo nascido na linhagem real de Davi, filho de Jessé. Além disso, como raiz de Jessé, foi Ele quem fez a dinastia davídica brotar de novo, dando-lhe para sempre vida e sustento. — 2 Samuel 7:16.

       7. O que torna Jesus digno de tomar o rolo da mão Daquele sentado no trono?

      7 Jesus é preeminentemente aquele que, como humano perfeito, serviu a Jeová com integridade e sob provações excruciantes. Proveu a resposta completa ao desafio de Satanás. (Provérbios 27:11) Por isso podia dizer na noite antes da sua morte sacrificial: “Eu venci o mundo.” (João 16:33) Por esse motivo, Jeová confiou ao ressuscitado Jesus “toda a autoridade no céu e na terra”. Somente ele dentre todos os servos de Deus está qualificado para receber o rolo, visando a divulgação de sua momentosa mensagem. — Mateus 28:18.

       8. (a) No que se refere ao Reino, o que mostra que Jesus é digno? (b) Por que é apropriado que um dos 24 anciãos revele a João quem é digno de abrir o rolo?

      8 É deveras apropriado que Jesus abra o rolo. Desde 1914, ele está entronizado como Rei do Reino messiânico de Deus, e esse rolo revela muito sobre o Reino e o que realizará. Jesus deu fielmente testemunho da verdade do Reino enquanto estava aqui na Terra. (João 18:36, 37) Ele ensinou os seus seguidores a orar pela vinda do Reino. (Mateus 6:9, 10) Iniciou a pregação das boas novas do Reino no começo da era cristã e profetizou a culminação desta obra de pregação durante o tempo do fim. (Mateus 4:23; Marcos 13:10) É igualmente apropriado que um dos 24 anciãos revele a João que é Jesus quem abrirá os selos. Por quê? Porque esses anciãos estão sentados em tronos e usam coroa, por serem co-herdeiros de Cristo no seu Reino. — Romanos 8:17; Revelação 4:4.

      ‘O Cordeiro Que Fora Morto’

       9. Em vez de ver um leão, o que João vê em pé “no meio do trono”, e como o descreve?

      9 João olha para ver este “Leão que é da tribo de Judá”. Mas fica surpreso! Aparece uma figura simbólica completamente diferente: “E eu vi no meio do trono e das quatro criaturas viventes, e no meio dos anciãos, um cordeiro em pé, como se tivesse sido morto, tendo sete chifres e sete olhos, olhos que significam os sete espíritos de Deus, os quais têm sido enviados à terra inteira.” — Revelação 5:6.

      10. Quem é o “cordeiro” que João viu, e por que é apropriado esse termo?

      10 Bem no centro, ao lado do trono, dentro dos círculos formados pelas quatro criaturas viventes e pelos 24 anciãos, há um cordeiro! João, sem dúvida, identifica logo esse cordeiro com “o Leão que é da tribo de Judá” e com “a raiz de Davi”. Ele sabe que, mais de 60 anos antes, João, o Batizador, apresentara Jesus a judeus espectadores como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (João 1:29) Jesus, durante toda a sua vida na Terra, permaneceu sem mancha do mundo — igual a um cordeiro imaculado — para poder assim oferecer sua vida inculpe como sacrifício em prol da humanidade. — 1 Coríntios 5:7; Hebreus 7:26.

      11. Por que não é indignidade para o glorificado Jesus ser representado qual ‘cordeiro, como se tivesse sido morto’?

      11 É de algum modo uma depreciação ou indignidade representar o glorificado Jesus qual ‘cordeiro, como se tivesse sido morto’? De modo algum! Ter Jesus permanecido fiel até a morte foi uma enorme derrota para Satanás e um grande triunfo para Jeová Deus. Ser Jesus apresentado desta maneira retrata vividamente sua vitória sobre o mundo de Satanás, e lembra o profundo amor que Jeová e Jesus têm à humanidade. (João 3:16; 15:13; veja Colossenses 2:15.) Jesus é assim indicado como o prometido Descendente, notavelmente habilitado para abrir o rolo. — Gênesis 3:15.

      12. O que os sete chifres do Cordeiro representam?

      12 O que mais aumenta nosso apreço por este “cordeiro”? Ele tem sete chifres. Chifres, na Bíblia, muitas vezes são símbolo de poder ou de autoridade, e o número sete indicaria inteireza. (Veja 1 Samuel 2:1, 10; Salmo 112:9; 148:14.) Portanto, os sete chifres do Cordeiro representam a plenitude de poder que Jeová confiou a Jesus. Este está “muito acima de todo governo, e autoridade, e poder, e senhorio, e todo nome dado, não só neste sistema de coisas, mas também no que há de vir”. (Efésios 1:20-23; 1 Pedro 3:22) Jesus exerce poder, poder governamental, especialmente desde 1914, quando Jeová o entronizou como Rei celestial. — Salmo 2:6.

      13. (a) O que os sete olhos do Cordeiro representam? (b) O que o Cordeiro passa a fazer?

      13 Além disso, Jesus, em sua inteireza, está cheio de espírito santo, conforme representado pelos sete olhos do Cordeiro, olhos que “significam os sete espíritos de Deus”. Jesus é o canal pelo qual a plenitude da força ativa de Jeová flui para os Seus servos terrestres. (Tito 3:6) Evidentemente, é por meio deste mesmo espírito que ele observa desde o céu o que está acontecendo aqui na Terra. Igual ao seu Pai, Jesus tem discernimento perfeito. Nada deixa de ser observado por ele. (Veja Salmo 11:4; Zacarias 4:10.) É evidente que este Filho — o mantenedor de integridade que venceu o mundo; o Leão da tribo de Judá; a raiz de Davi; aquele que ofereceu sua vida pela humanidade; aquele que tem autoridade total, plenitude de espírito santo e discernimento perfeito da parte de Jeová Deus —, sim, este é notavelmente digno de tomar o rolo da mão de Jeová. Hesita ele em aceitar esta comissão de serviço na eminente organização de Jeová? Não! Antes, “ele foi e o tirou [i.e., o rolo] imediatamente da mão direita Daquele sentado no trono”. (Revelação 5:7) Que belo exemplo de obediência voluntária!

      Cânticos de Louvor

      14. (a) Como as quatro criaturas viventes e os 24 anciãos reagem a Jesus tomar o rolo? (b) Como a informação que João recebe sobre os 24 anciãos confirma a identidade e a posição deles?

      14 Como reagem os outros que estão diante do trono de Jeová? “E, ao tomar o rolo, as quatro criaturas viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, cada um deles tendo uma harpa e tigelas de ouro cheias de incenso, e o incenso significa as orações dos santos.” (Revelação 5:8) Iguais às querubínicas quatro criaturas viventes diante do trono de Deus, os 24 anciãos se curvam diante de Jesus em reconhecimento da autoridade dele. Mas só estes anciãos têm harpas e tigelas de incenso.a E apenas eles cantam agora um novo cântico. (Revelação 5:9) Parecem-se assim aos 144.000 do santo “Israel de Deus”, que também têm harpas e cantam um novo cântico. (Gálatas 6:16; Colossenses 1:12; Revelação 7:3-8; 14:1-4) Além disso, a visão mostra que os 24 anciãos cumprem uma função sacerdotal, celestial, retratada, no antigo Israel, pela função dos sacerdotes, os quais no tabernáculo queimavam incenso para Jeová — função que, na Terra, terminou quando Deus tirou do caminho a Lei mosaica, pregando-a na estaca de tortura de Jesus. (Colossenses 2:14) Que conclusão tiramos de tudo isso? Que aqui se vê os vencedores ungidos na sua derradeira designação como ‘sacerdotes de Deus e do Cristo, reinando com ele durante os mil anos’. — Revelação 20:6.

      15. (a) Em Israel, somente quem tinha o privilégio de entrar no Santíssimo do tabernáculo? (b) Por que era uma questão de vida ou morte que o sumo sacerdote queimasse incenso antes de entrar no Santíssimo?

      15 No antigo Israel, a entrada no Santíssimo, perante a presença simbólica de Jeová, ficava limitada ao sumo sacerdote. Levar incenso era para ele uma questão de vida ou morte. A lei de Jeová dizia: “[Arão] tem de tomar o porta-lume cheio de brasas de fogo de cima do altar perante Jeová e as concavidades de ambas as suas mãos cheias de incenso perfumado, miúdo, e tem de trazê-los para dentro da cortina. Também tem de pôr o incenso sobre o fogo perante Jeová, e a nuvem de incenso tem de estender-se por cima da tampa da Arca, a qual está sobre o Testemunho, para que não morra.” (Levítico 16:12, 13) Era impossível o sumo sacerdote ser bem-sucedido em entrar no Santíssimo sem queimar incenso.

      16. (a) No sistema de coisas cristão, quem entra no Santíssimo antitípico? (b) Por que os cristãos ungidos têm de ‘queimar incenso’?

      16 No sistema de coisas cristão, não somente o antitípico Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, mas também cada um dos 144.000 subsacerdotes, por fim, chega a entrar no antitípico Santíssimo, o lugar da presença de Jeová no céu. (Hebreus 10:19-23) A entrada neste Santíssimo é impossível para esses sacerdotes, conforme representado aqui pelos 24 anciãos, a menos que ‘queimem incenso’, isto é, ofereçam constantemente orações e súplicas a Jeová. — Hebreus 5:7; Judas 20, 21; veja Salmo 141:2.

      Um Novo Cântico

      17. (a) Que novo cântico os 24 anciãos cantam? (b) Como se costuma usar a expressão “novo cântico” na Bíblia?

      17 Ressoa agora um melodioso novo cântico. É cantado para o Cordeiro pelos seus associados sacerdotais, os 24 anciãos: “E cantam um novo cântico, dizendo: ‘Digno és de tomar o rolo e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste pessoas para Deus, dentre toda tribo, e língua, e povo, e nação.’” (Revelação 5:9) A expressão “novo cântico” ocorre diversas vezes na Bíblia e costuma referir-se a louvar a Jeová por algum poderoso ato de libertação. (Salmo 96:1; 98:1; 144:9) O cântico, assim, é novo porque o cantor pode agora proclamar obras maravilhosas adicionais de Jeová e expressar renovado apreço pelo Seu glorioso nome.

      18. Por causa de que os 24 anciãos louvam a Jesus com o seu novo cântico?

      18 Aqui, porém, os 24 anciãos cantam um novo cântico diante de Jesus, em vez de diante de Jeová. Mas o princípio é o mesmo. Louvam a Jesus pelas coisas novas que ele, como Filho de Deus, fizera a seu favor. Por meio do seu sangue, ele havia mediado o novo pacto e assim tornado possível a formação duma nova nação como propriedade especial de Jeová. (Romanos 2:28, 29; 1 Coríntios 11:25; Hebreus 7:18-25) Os membros desta nova nação espiritual procederam de muitas nações carnais, mas Jesus os uniu em uma só congregação, como uma só nação. — Isaías 26:2; 1 Pedro 2:9, 10.

      19. (a) Que bênção o Israel carnal deixou de obter por causa da sua infidelidade? (b) Que bênção a nova nação de Jeová há de usufruir?

      19 Quando Jeová constituiu os israelitas em uma nação, lá nos dias de Moisés, fez com eles um pacto e prometeu que, se permanecessem fiéis a esse pacto, eles se tornariam um reino de sacerdotes perante Ele. (Êxodo 19:5, 6) Os israelitas não permaneceram fiéis e nunca obtiveram o cumprimento dessa promessa. Por outro lado, a nova nação, constituída em virtude do novo pacto mediado por Jesus, tem permanecido fiel. Por isso, os membros dela hão de governar a Terra como reis e também hão de servir quais sacerdotes, ajudando os de coração reto dentre a humanidade a serem reconciliados com Jeová. (Colossenses 1:20) É assim como o novo cântico o expressa: “E fizeste deles um reino e sacerdotes para o nosso Deus, e hão de reinar sobre a terra.” (Revelação 5:10) Quanta alegria dá a esses 24 anciãos cantar esse novo cântico de louvor ao glorificado Jesus!

      Coro Celestial

      20. Que cântico de louvor ao Cordeiro ressoa agora?

      20 Como reagem a esse novo cântico os outros da vasta hoste celestial da organização de Jeová? João se emociona ao notar sua concordância de coração: “E eu vi, e ouvi uma voz de muitos anjos em volta do trono, e das criaturas viventes, e dos anciãos, e o número deles era miríades de miríades e milhares de milhares, dizendo com voz alta: ‘O Cordeiro que foi morto é digno de receber o poder, e as riquezas, e a sabedoria, e a força, e a honra, e a glória, e a bênção.’” (Revelação 5:11, 12) Que impressionante cântico de louvor!

      21. Será que louvar o Cordeiro detrai da soberania ou da posição de Jeová? Explique isso.

      21 Significa isso que Jesus de algum modo substitui agora a Jeová Deus, e que toda a criação se volta para louvar a ele, em vez de a seu Pai? Longe disso! Antes, esse cântico de louvor está em harmonia com o que o apóstolo Paulo escreveu: “Deus o enalteceu [i.e., a Jesus] a uma posição superior e lhe deu bondosamente o nome que está acima de todo outro nome, a fim de que, no nome de Jesus, se dobre todo joelho dos no céu, e dos na terra, e dos debaixo do chão, e toda língua reconheça abertamente que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus, o Pai.” (Filipenses 2:9-11) Jesus é aqui exaltado por causa da sua participação em solucionar a questão básica perante toda a criação — a vindicação da legítima soberania de Jeová. De fato, quanta glória isso tem dado ao seu Pai!

      Um Avolumante Hino

      22. Em que hino participam vozes do domínio terrestre?

      22 Na cena descrita por João, as hostes celestiais aclamam melodiosamente a Jesus em reconhecimento da fidelidade e da autoridade celestial dele. Nisso juntam-se a elas vozes do domínio terrestre, ao passo que também estas participam em louvar tanto o Pai como o Filho. Assim como as consecuções de um filho humano podem dar muito crédito aos pais, assim o proceder leal de Jesus resulta, entre toda a criação, na “glória de Deus, o Pai”. João prossegue, portanto, a relatar: “E toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e no mar, e todas as coisas neles, eu ouvi dizer: ‘Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro seja a bênção, e a honra, e a glória, e o poderio para todo o sempre.’” — Revelação 5:13.

      23, 24. (a) O que indica quando este hino começaria no céu, e quando na Terra? (b) Como o hino aumenta em volume com o passar dos anos?

      23 Quando é entoado este magnífico hino? Isso começou logo cedo no dia do Senhor. Depois que Satanás e seus demônios foram expulsos dos céus, ‘toda criatura no céu’ podia unir-se nesse cântico de louvor. E, conforme mostra o registro, desde 1919 uma crescente multidão na Terra une suas vozes em louvor a Jeová, aumentando de uns poucos milhares para bem mais de seis milhões em 2005.b Depois de ter sido destruído o sistema terrestre de Satanás, “toda criatura . . . na terra” cantará louvores a Jeová e ao Filho dele. No próprio tempo devido de Jeová, começará a ressurreição de incontáveis milhões de mortos, e então “toda criatura . . . debaixo da terra”, que estiver na memória de Deus, terá a oportunidade de participar em cantar o hino.

      24 Milhões de humanos, “desde a extremidade da terra . . . [do] mar . . . [das] ilhas”, já estão entoando um novo cântico em associação com a organização global de Jeová. (Isaías 42:10; Salmo 150:1-6) Este alegre louvor atingirá seu auge no fim do Milênio, quando a humanidade tiver sido soerguida à perfeição. Aquela antiga serpente, o arquienganador, o próprio Satanás, será depois destruído no cumprimento completo de Gênesis 3:15, e, num clímax triunfante, toda a criação vivente, espiritual e humana, cantará em uníssono: “Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro seja a bênção, e a honra, e a glória, e o poderio para todo o sempre.” Não haverá nenhuma voz discordante em todo o Universo.

      25. (a) A que nos induz a leitura do relato de João sobre este hino universal? (b) Que esplêndido exemplo as quatro criaturas viventes e os 24 anciãos nos apresentam no término desta visão?

      25 Quão alegre será esta ocasião! Aquilo que João descreve aqui certamente faz nosso coração encher-se de felicidade e estimula-nos a nos juntar à hoste celestial em cantar de coração louvores a Jeová Deus e a Jesus Cristo. Não estamos mais do que nunca decididos a perseverar em obras corretas? Então, se perseverarmos, poderemos esperar que, com a ajuda de Jeová, estaremos individualmente presentes naquele clímax feliz, acrescentando nossa voz àquele coro universal de louvor. As quatro querubínicas criaturas viventes e os cristãos ungidos, ressuscitados, certamente estão de pleno acordo, porque a visão termina com as palavras: “E as quatro criaturas viventes diziam: ‘Amém!’ e os anciãos prostraram-se e adoraram.” — Revelação 5:14.

      26. Em que devemos ter fé, e o que o Cordeiro se prepara para fazer?

      26 Prezado leitor, tenha fé no sacrifício do Cordeiro — o “digno” — e seja abençoado nos seus esforços humildes de adorar e servir a Jeová — ‘Aquele que está sentado no trono’. Deixe que os da classe de João o ajudem hoje, ao passo que lhe proveem a necessária “medida de mantimentos [espirituais] no tempo devido”. (Lucas 12:42) Mas eis que o Cordeiro se prepara para abrir os sete selos. Que emocionantes revelações nos aguardam agora?

      [Nota(s) de rodapé]

      a Em sentido gramatical, a expressão “cada um deles tendo uma harpa e tigelas de ouro cheias de incenso” poderia referir-se tanto aos anciãos como às quatro criaturas viventes. O contexto, porém, torna claro que a expressão se refere apenas aos 24 anciãos.

      b Veja a tabela na página 64.

      [Foto de página inteira na página 86]

  • Quatro cavaleiros a galope!
    Revelação — Seu Grandioso Clímax Está Próximo!
    • Capítulo 16

      Quatro cavaleiros a galope!

      Visão 3 — Revelação 6:1-17

      Assunto: A cavalgada dos quatro cavaleiros, as testemunhas martirizadas, por baixo do altar, e o grande dia de furor

      Tempo do cumprimento: De 1914 até a destruição deste sistema de coisas

       1. Como Jeová revela a João o conteúdo do rolo que suscita curiosidade, o qual é aberto por Jesus?

      NESTES dias de crise, não estamos profundamente interessados nas “coisas que têm de ocorrer em breve”? Claro que sim, porque nós mesmos estamos envolvidos! Portanto, acompanhemos agora a João, ao passo que Jesus abre aquele rolo que suscita curiosidade. É notável que João não precisa lê-lo. Por que não? Porque seu conteúdo lhe é transmitido “em sinais” por meio duma série de cenas dinâmicas, cheias de ação. — Revelação 1:1, 10.

       2. (a) O que João vê e ouve, e o que sugere o aspecto do querubim? (b) A quem se dirige a ordem do primeiro querubim, e por que você responde assim?

      2 Ouça a João, à medida que Jesus abre o primeiro selo do rolo: “E eu vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos, e ouvi uma das quatro criaturas viventes dizer com voz como de trovão: ‘Vem!’” (Revelação 6:1) Esta é a voz do primeiro querubim. Seu aspecto leonino sugere a João que a organização de Jeová agirá com coragem na execução dos Seus julgamentos justos. E a quem se dirige esta ordem? Não pode ser a João, porque ele já fora convidado a participar nestas cenas proféticas. (Revelação 4:1) Esta “voz como de trovão” chama outros participantes no primeiro duma série de quatro excitantes episódios.

      O Cavalo Branco e Seu Ilustre Cavaleiro

       3. (a) O que João descreve a seguir? (b) Em harmonia com o simbolismo bíblico, o que deve representar o cavalo branco?

      3 João, e com ele os da zelosa classe de João e seus companheiros da atualidade, tem o privilégio de ver um drama de ação rápida! João diz: “E eu vi, e eis um cavalo branco; e o que estava sentado nele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e ele saiu vencendo e para completar a sua vitória.” (Revelação 6:2) Sim, em resposta a esse trovejante “Vem!” sai galopando um cavalo branco. Na Bíblia, o cavalo frequentemente simboliza guerra. (Salmo 20:7; Provérbios 21:31; Isaías 31:1) Este cavalo, provavelmente um belo garanhão, é de um branco cintilante, o que indica imaculada santidade. (Compare isso com Revelação 1:14; 4:4; 7:9; 20:11.) E isso é bem apropriado, porque retrata guerra que é limpa e justa aos olhos santos de Jeová! — Veja também Revelação 19:11, 14.

       4. Quem é o Cavaleiro no cavalo branco? Explique isso.

      4 Quem é o Cavaleiro neste cavalo? Ele tem um arco, uma arma ofensiva de guerra, mas recebe também uma coroa. Os únicos justos vistos usando uma coroa no dia do Senhor são Jesus e os da classe representada pelos 24 anciãos. (Daniel 7:13, 14, 27; Lucas 1:31-33; Revelação 4:4, 10; 14:14)a É improvável que um membro do grupo dos 24 anciãos seja retratado como recebendo uma coroa por mérito próprio. Portanto, este cavaleiro isolado só pode ser Jesus Cristo. João o vê no céu no momento histórico, em 1914, quando Jeová declara: “Eu é que empossei o meu rei”, e o informa de que o objetivo é “que eu te dê nações por tua herança”. (Salmo 2:6-8)b Assim, abrindo o primeiro selo, Jesus revela como ele mesmo, qual Rei recém-coroado, sai com ímpeto para guerrear no tempo designado por Deus.

       5. Como o salmista descreve o Cavaleiro de maneira similar a Revelação 6:2?

      5 Esta cena harmoniza-se belamente com o Salmo 45:4-7, dirigido ao Rei entronizado por Jeová: “E no teu esplendor prossegue ao bom êxito; cavalga na causa da verdade, e da humildade, e da justiça, e a tua direita te instruirá em coisas atemorizantes. Tuas flechas são agudas — debaixo de ti caem povos — no coração dos inimigos do rei. Deus é o teu trono por tempo indefinido, para todo o sempre; o cetro do teu reinado é um cetro de retidão. Amaste a justiça e odiaste a iniquidade. É por isso que Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de exultação mais do que a teus associados.” Estando familiarizado com esta descrição profética, João pode avaliar que ela se aplica à atividade de Jesus como Rei. — Veja Hebreus 1:1, 2, 8, 9.

      Saía Para Vencer

       6. (a) Por que o Cavaleiro tem de sair vencendo? (b) Durante que anos a cavalgada vitoriosa prossegue?

      6 No entanto, por que o recém-coroado Rei precisa cavalgar para a guerra? Porque seu reinado é estabelecido em face de amarga oposição da parte do principal adversário de Jeová, Satanás, o Diabo, e da parte daqueles que na Terra — de modo intencional ou não — servem aos objetivos de Satanás. O próprio nascimento do Reino exige uma grande guerra no céu. Lutando sob o nome de Miguel (que significa “Quem É Semelhante a Deus?”), Jesus vence Satanás e seus demônios, e lança-os para baixo, à Terra. (Revelação 12:7-12) A cavalgada de conquista, de Jesus, prossegue durante as décadas iniciais do dia do Senhor, ao passo que humanos semelhantes a ovelhas são ajuntados. Embora o mundo todo ainda esteja “no poder do iníquo”, Jesus continua amorosamente a pastorear seus irmãos ungidos e os companheiros destes, ajudando cada um a obter a vitória pela fé. — 1 João 5:19.

       7. Que vitórias Jesus tem obtido na Terra, durante as décadas iniciais do dia do Senhor, e a que devemos estar resolvidos?

      7 Que outras vitórias tem obtido Jesus durante os últimos mais de 90 anos do dia do Senhor? Em todo o globo, individualmente e como congregação, os do povo de Jeová têm sofrido muitas dificuldades, pressões e perseguições, similares às descritas pelo apóstolo Paulo em prova do seu ministério. (2 Coríntios 11:23-28) As Testemunhas de Jeová têm necessitado “poder além do normal” para perseverar, em especial em áreas onde há guerras e violência. (2 Coríntios 4:7) No entanto, mesmo nas situações mais provadoras, Testemunhas de Jeová fiéis puderam dizer o mesmo que Paulo: “O Senhor estava perto de mim e me infundiu poder, para que, por meu intermédio, se efetuasse plenamente a pregação.” (2 Timóteo 4:17) Sim, Jesus venceu por elas. E continuará a sair vencendo por nós, enquanto estivermos resolvidos a completar a nossa vitória pela fé. — 1 João 5:4.

      8, 9. (a) Em que vitórias a congregação global das Testemunhas de Jeová tem participado? (b) Onde tem sido realmente notável o aumento das Testemunhas de Jeová?

      8 A congregação global das Testemunhas de Jeová tem participado em muitas vitórias sob a orientação do seu Rei vencedor. Ele protegeu notavelmente esses Estudantes da Bíblia contra serem aniquilados em 1918, quando foram temporariamente ‘vencidos’ pela organização política de Satanás. Em 1919, porém, ele rompeu as grades da prisão para resgatá-los, e depois os reavivou para que proclamassem as boas novas “até à parte mais distante da terra”. — Revelação 13:7; Atos 1:8.

      9 Antes e durante a Segunda Guerra Mundial, as ditatoriais potências do Eixo tentaram eliminar as Testemunhas de Jeová em muitos países em que líderes religiosos, especialmente os da hierarquia católica romana, deram apoio aberto ou tácito a ditadores opressivos. Mas as 71.509 Testemunhas de Jeová que pregavam quando a guerra começou, em 1939, tornaram-se 141.606 até o fim dela em 1945, embora mais de 10.000 tivessem passado longos anos em prisões e em campos de concentração, e cerca de 2.000 delas tivessem sido mortas. O número das Testemunhas de Jeová ativas em toda a Terra tem aumentado até atingir hoje mais de seis milhões. Tem havido um notável aumento em países católicos e em países onde as perseguições foram mais ferrenhas — tais como Alemanha, Itália e Japão, onde as Testemunhas de Jeová relatam agora um total de bem mais de 600.000 ministros ativos no campo. — Isaías 54:17; Jeremias 1:17-19.

      10. Com que vitórias o Rei vencedor tem abençoado o seu povo “em defender e estabelecer legalmente as boas novas”?

      10 Nosso Rei vencedor tem abençoado também seu povo zeloso por guiá-lo a muitas vitórias “em defender e estabelecer legalmente as boas novas” nos tribunais e perante governantes. (Filipenses 1:7; Mateus 10:18; 24:9) Isso se tem dado em escala internacional — na Austrália, na Argentina, no Canadá, na Grécia, na Índia, na Suazilândia, na Suíça, na Turquia e em outros países. Entre as 50 vitórias jurídicas conseguidas pelas Testemunhas de Jeová na Corte Suprema dos Estados Unidos encontram-se as que garantem o direito de proclamar as boas novas “publicamente e de casa em casa”, e de não participar em cerimônias patrióticas idólatras. (Atos 5:42; 20:20; 1 Coríntios 10:14) Assim se mantém aberto o caminho para a expansão do testemunho global.

      11. (a) Como é que o Cavaleiro ‘completa a sua vitória’? (b) Que efeito a abertura do segundo, do terceiro e do quarto selo deve ter sobre nós?

      11 Como é que Jesus ‘completa a sua vitória’?c Ele faz isso, conforme veremos, por eliminar a religião falsa e depois lançar todos os segmentos remanescentes da organização visível de Satanás num simbólico “lago ardente” de destruição, em vindicação da soberania de Jeová. Aguardamos agora confiantemente aquele dia, no Armagedom, quando nosso “Rei dos reis” obterá a vitória final sobre a opressiva organização política de Satanás! (Revelação 16:16; 17:14; 19:2, 14-21; Ezequiel 25:17) No ínterim, o Vencedor invicto no cavalo branco prossegue cavalgando, ao passo que Jeová continua a acrescentar pessoas de coração reto à Sua nação justa na Terra. (Isaías 26:2; 60:22) Participa você, junto com a classe ungida de João, nesta alegre expansão do Reino? Em caso afirmativo, aquilo que o apóstolo João vê a seguir, ao se abrirem os próximos três selos, sem dúvida o incentivará a ter uma participação ainda maior na obra de Jeová para estes dias.

      Eis o Cavalo Cor de Fogo!

      12. O que Jesus disse que indicaria a sua presença invisível como Rei?

      12 Perto do fim do ministério de Jesus na Terra, seus discípulos perguntaram-lhe, em particular: “Qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?” Em resposta, ele predisse calamidades que constituiriam “um princípio das dores de aflição”. Jesus disse: “Nação se levantará contra nação e reino contra reino; e haverá grandes terremotos, e, num lugar após outro, pestilências e escassez de víveres; e haverá vistas aterrorizantes e grandes sinais do céu.” (Mateus 24:3, 7, 8; Lucas 21:10, 11) As coisas que João vê quando se abrem os selos remanescentes do rolo apresentam um notável paralelo com esta profecia. Veja agora o que acontece quando o glorificado Jesus abre o segundo selo!

      13. Que contraste está prestes a evidenciar-se para João?

      13 “E quando abriu o segundo selo, ouvi a segunda criatura vivente dizer: ‘Vem!’” (Revelação 6:3) É o segundo querubim, com aparência dum novilho, que dá a ordem. O que isso simboliza é poder, mas poder usado de modo justo. Em contraste com isso, porém, João verá agora uma demonstração medonha de poder mortífero.

      14. Que cavalo e cavaleiro João vê a seguir, e o que esta visão retrata?

      14 Que resposta obtém então esta segunda convocação de: “Vem!”? A seguinte: “E saiu outro, um cavalo cor de fogo; e ao que estava sentado nele foi concedido tirar da terra a paz, para que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.” (Revelação 6:4) Deveras, uma sombria visão! E não há dúvida do que retrata: guerra! Não a guerra justa e vitoriosa do Rei vencedor de Jeová, mas guerra cruel, internacional, criada pelo homem, com derramamento de sangue e dor desnecessários. Quão apropriado é que este cavaleiro monte um cavalo vermelho da cor de fogo!

      15. Por que não devemos ter nada a ver com a cavalgada do segundo cavaleiro?

      15 João, certamente, não queria ter nada a ver com este cavaleiro e sua impetuosa cavalgada, porque se havia profetizado a respeito do povo de Deus: “Nem aprenderão mais a guerra.” (Isaías 2:4) Embora ainda “no mundo”, tanto João, como, por extensão, os da classe de João e os da grande multidão hoje “não fazem parte” deste sistema manchado de sangue. Nossas armas são espirituais e “poderosas em Deus” para proclamar ativamente a verdade, sem guerra carnal. — João 17:11, 14; 2 Coríntios 10:3, 4.

      16. Quando e como o cavaleiro no cavalo vermelho recebeu “uma grande espada”?

      16 Houve muitas guerras antes de 1914, ano em que o Cavaleiro no cavalo branco recebeu a coroa. Mas, agora, o cavaleiro no cavalo vermelho recebe “uma grande espada”. O que isso dá a entender? Com o irrompimento da Primeira Guerra Mundial, a guerra humana torna-se mais sanguinária, mais destrutiva do que nunca antes. Durante o banho de sangue de 1914-18, tanques, gás venenoso, aviões, submarinos, enormes canhões e armas automáticas foram usados ou pela primeira vez, ou em escala sem precedentes. Em umas 28 nações, populações inteiras, não apenas soldados profissionais, foram recrutadas compulsoriamente para o esforço de guerra. As baixas eram horrendas. Mais de nove milhões de soldados foram massacrados, e as baixas entre os civis eram astronômicas. Nem mesmo com o fim da guerra voltou a verdadeira paz à Terra. Mais de 50 anos depois daquela guerra, o estadista alemão Konrad Adenauer comentou: “Segurança e tranquilidade desapareceram da vida dos homens desde 1914.” De fato, concedera-se ao cavaleiro no cavalo cor de fogo tirar da Terra a paz!

      17. Depois da Primeira Guerra Mundial, como tem continuado o uso da “grande espada”?

      17 Daí, aguçada sua sede de sangue, o cavaleiro no cavalo vermelho mergulhou na Segunda Guerra Mundial. Os instrumentos de matança tornaram-se mais hediondos, e as baixas aumentaram vertiginosamente para quatro vezes o número daquelas da Primeira Guerra Mundial. Em 1945, duas bombas atômicas explodiram sobre o Japão, cada uma delas aniquilando — num relâmpago — dezenas de milhares de vítimas. Durante a Segunda Guerra Mundial, o cavaleiro no cavalo vermelho ceifou a enorme safra de uns 55 milhões de vidas, e nem mesmo então ficou satisfeito. Dados fidedignos informam que bem mais de 20 milhões de almas caíram sob a “grande espada” desde a Segunda Guerra Mundial.

      18, 19. (a) Em vez de se tratar dum triunfo da tecnologia militar, de que dá testemunho a matança desde a Segunda Guerra Mundial? (b) Com que perigo se confronta a humanidade, mas o que fará o Cavaleiro no cavalo branco para afastá-lo?

      18 Poderíamos chamar isso de triunfo da tecnologia militar? Antes, isso atesta que o impiedoso cavalo vermelho está galopando. E onde acabará este galope? Alguns cientistas falam da possibilidade de uma guerra nuclear acidental — sem se falar duma possível conflagração nuclear planejada! Mas, felizmente, o Cavaleiro vencedor no cavalo branco tem outras ideias sobre isso.

      19 Enquanto a sociedade humana se baseia em orgulho e ódio nacionalistas, a humanidade tem de continuar a ficar sentada sobre um barril de perigo nuclear. Mesmo que as nações, em desespero, consigam eliminar todo o poder de fogo nuclear, ainda retêm o conhecimento técnico sobre ele. Podem em pouco tempo reproduzir seus assassinos engenhos nucleares; de modo que, qualquer guerra com armas convencionais pode logo assumir a forma dum holocausto. O orgulho e o ódio que hoje envolvem as nações necessariamente têm de levar a humanidade ao suicídio, a menos que — sim, a menos que o Cavaleiro no cavalo branco detenha o galope louco do cavalo cor de fogo. Confiemos em que Cristo, o Rei, cavalgue tanto para completar a sua vitória sobre o mundo controlado por Satanás, como para estabelecer uma nova sociedade terrestre baseada no amor — o amor a Deus e ao próximo — uma força para a paz muito, muito superior à frágil dissuasão nuclear dos nossos tempos enlouquecidos. — Salmo 37:9-11; Marcos 12:29-31; Revelação 21:1-5.

      Um Cavalo Preto Sai em Disparada

      20. Que certeza podemos ter de que o Cavaleiro no cavalo branco resolverá qualquer situação calamitosa?

      20 Jesus abre agora o terceiro selo! João, o que você observa? “E quando abriu o terceiro selo, ouvi a terceira criatura vivente dizer: ‘Vem!’” (Revelação 6:5a) Felizmente, este terceiro querubim “tem rosto semelhante ao de homem”, retratando a qualidade do amor. No novo mundo de Deus prevalecerá o amor guiado por princípios, assim como esta excelente qualidade permeia hoje toda a organização de Jeová. (Revelação 4:7; 1 João 4:16) Podemos ter a certeza de que o Cavaleiro no cavalo branco, que “tem de reinar até que Deus lhe tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés”, eliminará amorosamente a situação calamitosa que a seguir é trazida à atenção de João. — 1 Coríntios 15:25.

      21. (a) O que é retratado pelo cavalo preto e seu cavaleiro? (b) O que prova que o cavalo preto ainda está assolando?

      21 O que João vê, então, em resposta à terceira convocação de: “Vem!”? “E eu vi, e eis um cavalo preto; e o que estava sentado nele tinha uma balança na mão.” (Revelação 6:5b) Extrema fome! Essa é a calamitosa mensagem desta cena profética. Ela aponta para situações no começo do dia do Senhor, em que o alimento tem de ser racionado com balança. Desde 1914, a fome tem sido um contínuo problema mundial. A guerra moderna tem por consequência a fome, porque os recursos normalmente usados para alimentar os famintos muitas vezes são desviados para suprir armas de guerra. Lavradores são recrutados, e os campos destruídos pelas batalhas e pela tática de terra arrasada reduzem a produção de alimentos. Quão veraz isso foi durante a Primeira Guerra Mundial, quando milhões sofreram fome e morreram! Além disso, o cavaleiro no cavalo preto da fome não parou com o fim da guerra. Durante os anos 30, cinco milhões pereceram durante apenas uma fome na Ucrânia. A Segunda Guerra Mundial teve por consequência maior falta de alimentos e mais fome. Ao passo que o cavalo preto continua a galopar, a Organização Mundial da Saúde avalia que a desnutrição é um dos fatores principais na morte de mais de cinco milhões de crianças por ano.

      22. (a) O que diz certa voz, expressando que necessidade? (b) O que o preço de um litro de trigo e de três litros de cevada dá a entender?

      22 João tem mais a nos informar: “E eu ouvi uma voz como que no meio das quatro criaturas viventes dizer: ‘Um litro de trigo por um denário, e três litros de cevada por um denário; e não faças dano ao azeite de oliveira e ao vinho.’” (Revelação 6:6) Todos os quatro querubins estão unidos em expressar a necessidade de se cuidar bem dos suprimentos de alimentos — do mesmo modo que as pessoas tinham “de comer pão por peso e em ansiedade”, antes da destruição de Jerusalém em 607 AEC. (Ezequiel 4:16) No tempo de João, cerca de um litro de trigo era considerado a ração diária dum soldado. Quanto iria custar tal ração? Um denário — o salário de um dia inteiro! (Mateus 20:2)d E se o homem tivesse família? Então poderia comprar em seu lugar três litros de cevada integral. Mesmo isso alimentaria apenas uma família pequena. E a cevada não era encarada como alimento de qualidade tão boa como o trigo.

      23. O que a declaração: “Não faças dano ao azeite de oliveira e ao vinho” dá a entender?

      23 O que está subentendido na declaração: “Não faças dano ao azeite de oliveira e ao vinho”? Alguns encararam isso como significando que, ao passo que muitos teriam falta de alimento e até mesmo passariam fome, os luxos dos ricos não seriam prejudicados. Mas, no Oriente Médio, azeite e vinho realmente não são luxos. Nos tempos bíblicos, pão, azeite e vinho eram considerados alimentos básicos. (Veja Gênesis 14:18; Salmo 104:14, 15.) A água nem sempre era boa, de modo que se usava amplamente o vinho para beber, e às vezes para fins medicinais. (1 Timóteo 5:23) Quanto ao azeite, nos dias de Elias, a viúva de Sarefá, embora pobre, ainda tinha algum azeite sobrando para usar ao cozinhar o resto da sua farinha. (1 Reis 17:12) Portanto, a ordem: “Não faças dano ao azeite de oliveira e ao vinho” parece ser um conselho de não se consumirem depressa demais estes gêneros alimentícios básicos, mas de ser econômico no seu uso. Senão, serão ‘danificados’, quer dizer, eles se esgotarão antes de a fome terminar.

      24. Por que não continuará por muito mais tempo o galope do cavalo preto?

      24 Quão felizes podemos ser de que o Cavaleiro no cavalo branco em breve freará aquele galopante cavalo preto! Porque está escrito a respeito da Sua amorosa provisão para o novo mundo: “Nos seus dias florescerá o justo e a abundância de paz até que não haja mais lua. . . . Virá a haver bastante cereal na terra; no cume dos montes haverá superabundância.” — Salmo 72:7, 16; veja também Isaías 25:6-8.

      O Cavalo Descorado e Seu Cavaleiro

      25. Quando Jesus abre o quarto selo, a voz de quem João ouve, e o que indica isso?

      25 A história ainda não terminou. Jesus abre o quarto selo, e João nos informa sobre o resultado disso: “E quando abriu o quarto selo, ouvi a voz da quarta criatura vivente dizer: ‘Vem!’” (Revelação 6:7) Esta é a voz do querubim que se parece a uma águia voando. Isso indica sabedoria previdente, e, de fato, João, os da classe de João e todos os outros servos terrestres de Deus têm tido necessidade de observar e de agir com perspicácia, em vista do que se descreve aqui. Procedendo assim, podemos ter certa medida de proteção contra os flagelos que afligem aqueles da atual geração orgulhosa e imoral, que se consideram sábios nas coisas do mundo. — 1 Coríntios 1:20, 21.

      26. (a) Quem é o quarto cavaleiro, e por que é apropriada a cor do seu cavalo? (b) Quem segue o quarto cavaleiro, e o que acontece às vítimas dele?

      26 Que novos horrores ocorrem agora, ao passo que o quarto cavaleiro atende a chamada? João nos diz: “E eu vi, e eis um cavalo descorado; e o que estava sentado nele tinha o nome de Morte. E o Hades seguia-o de perto.” (Revelação 6:8a) O cavaleiro do último cavalo tem nome: Morte. Ele é o único dos quatro cavaleiros do Apocalipse a revelar sua identidade de modo tão aberto. Apropriadamente, a Morte cavalga um cavalo descorado, visto que a palavra descorado (em grego: khlo·rós) é usada na literatura grega para descrever rostos empalidecidos, como que por uma doença. Apropriadamente, também, a Morte é seguida de perto, dum modo não explicado, pelo Hades (o domínio da sepultura), visto que o Hades acolhe a maior parte das vítimas da devastação causada pelo quarto cavaleiro. Felizmente, para estas haverá uma ressurreição, quando ‘a morte e o Hades entregarem os mortos neles’. (Revelação 20:13) Mas como a Morte reivindica essas vítimas?

      27. (a) Como o cavaleiro Morte ceifa as suas vítimas? (b) A que se refere “a quarta parte da terra”, sobre a qual a Morte tem autoridade?

      27 A visão especifica algumas das maneiras: “E foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra, para matar com uma longa espada, e com escassez de víveres, e com praga mortífera, e pelas feras da terra.” (Revelação 6:8b) Não se trata necessariamente de uma quarta parte literal da população da Terra, mas sim que uma grande parte da Terra, quer densamente quer pouco habitada, seria afetada por esta cavalgada. Este cavaleiro ceifa as vítimas da grande espada do segundo cavaleiro, e da fome e da escassez de alimentos, do terceiro. Faz igualmente a sua própria ceifa resultante de pragas mortíferas e também de terremotos, conforme descrito em Lucas 21:10, 11.

      28. (a) Que cumprimento tem havido da profecia a respeito da “praga mortífera”? (b) Como os do povo de Jeová têm sido protegidos hoje contra muitas doenças?

      28 De importância atual, aqui, é a “praga mortífera”. Logo após as devastações da Primeira Guerra Mundial, a gripe espanhola ceifou mais de 20 milhões de vidas humanas em apenas poucos meses de 1918-19. O único território na Terra que escapou desse flagelo foi a pequena ilha de Santa Helena. Em lugares onde a população fora dizimada acendiam-se piras fúnebres para queimar as pilhas de cadáveres. E atualmente há uma terrível incidência de doenças cardíacas e de câncer, que em grande parte têm como causa a poluição produzida pelo fumo. No que foi descrito como “a década feia” dos anos 80, um modo de vida que pelas normas bíblicas é licencioso acrescentou o flagelo da aids à “praga mortífera”. Em 2000, relatou-se que o conselheiro nacional de saúde dos Estados Unidos havia classificado a aids de “provavelmente a pior epidemia na área de saúde que o mundo já viu”. Ele disse que 52 milhões de pessoas no mundo todo haviam contraído HIV/aids e, dessas, 20 milhões tinham morrido. Quão gratos são os do povo de Jeová de que o conselho sábio de Sua Palavra os mantém longe da fornicação e do mau uso do sangue, pelos quais hoje muitas doenças são transmitidas! — Atos 15:28, 29; veja 1 Coríntios 6:9-11.

      29, 30. (a) Que aplicação teriam hoje os “quatro atos prejudiciais” de Ezequiel 14:21? (b) O que podemos entender pela expressão “feras” em Revelação 6:8? (c) Qual parece ser o ponto principal da cena profética?

      29 A visão de João menciona feras como uma quarta causa de morte prematura. De fato, as quatro coisas destacadas pela abertura do quarto selo — guerra, fome, doença e feras — eram nos tempos antigos encaradas como causas predominantes de morte prematura. De modo que prefigurariam todas as causas de morte prematura hoje em dia. É como Jeová advertira a Israel: “Assim será também quando houver os meus quatro atos prejudiciais de julgamento — a espada, e a fome, e a fera nociva, e a peste — que eu realmente enviarei sobre Jerusalém, a fim de decepar dela o homem terreno e o animal doméstico.” — Ezequiel 14:21.

      30 A morte causada por feras raras vezes aparece em manchetes nos tempos modernos, embora em países tropicais animais selvagens tenham constantemente causado vítimas. No futuro, elas talvez causem ainda mais, se as terras ficarem desoladas por motivo de guerra ou as pessoas ficarem demasiadamente emaciadas pela fome para rechaçar animais famintos. Além disso, existem hoje muitos humanos que, iguais a animais irracionais, demonstram uma disposição brutal, bastante contrária à descrita em Isaías 11:6-9. Tais pessoas são na maior parte responsáveis pela expansão global de crimes relacionados com o sexo, assassinatos, terrorismo e atentados a bomba no mundo moderno. (Veja Ezequiel 21:31; Romanos 1:28-31; 2 Pedro 2:12.) O quarto cavaleiro também ceifa vítimas delas. De fato, o ponto principal desta cena profética parece ser o de que o cavaleiro no cavalo descorado ceifa vítimas da morte prematura na humanidade de muitas maneiras.

      31. Apesar das devastações causadas pelos cavaleiros nos cavalos vermelho, preto e descorado, por que podemos ficar animados?

      31 A informação revelada pela abertura dos primeiros quatro selos tranquiliza-nos, porque nos ensina a não ficar desesperados diante da guerra, da fome, da doença e das outras causas de morte prematura, tão prevalecentes hoje em dia; tampouco devemos perder a esperança porque os líderes humanos têm fracassado em solucionar os problemas atuais. Se as condições mundiais tornam evidente que os cavaleiros nos cavalos vermelho, preto e descorado estão presentes, não deve esquecer-se de que o Cavaleiro no cavalo branco foi o primeiro a começar a sua cavalgada. Jesus tornou-se Rei, e ele já venceu a ponto de expulsar Satanás dos céus. Suas conquistas adicionais incluíram ajuntar os remanescentes dos filhos do Israel espiritual e a grande multidão internacional, que ascende a milhões de pessoas, para a sobrevivência durante a grande tribulação. (Revelação 7:4, 9, 14) A cavalgada dele tem de continuar até que complete a sua vitória.

      32. O que caracteriza a abertura de cada um dos primeiros quatro selos?

      32 À abertura de cada um dos primeiros quatro selos seguiu-se a convocação: “Vem!” Toda vez saiu a galope um cavalo com seu cavaleiro. A partir do quinto selo, não se ouve mais esta convocação. Mas esses cavaleiros ainda cavalgam e continuarão a galopar durante a terminação do sistema de coisas. (Veja Mateus 28:20.) Que outros eventos momentosos revela Jesus ao abrir os três selos remanescentes? Alguns dos acontecimentos são invisíveis aos olhos humanos. Outros, embora visíveis, estão ainda no futuro. Não obstante, têm cumprimento certo. Vejamos quais são.

      [Nota(s) de rodapé]

      a No entanto, note que a “mulher” de Revelação 12:1 tem uma figurativa “coroa de doze estrelas”.

      b Veja evidência pormenorizada de que Jesus tomou posse do seu Reino em 1914, nas páginas 215-218 do livro O Que a Bíblia Realmente Ensina?, publicado pelas Testemunhas de Jeová.

      c Ao passo que muitas traduções vertem esta frase “para vencer” (Almeida; Matos Soares; Imprensa Bíblica Brasileira) ou “para novas vitórias” (Pontifício Instituto Bíblico; Missionários Capuchinhos), o uso do subjuntivo aoristo, aqui, no grego original, transmite o sentido de algo completo ou definitivo. Por isso, Quadros Verbais no Novo Testamento, de Robertson, em inglês, comenta: “O aoristo, aqui, indica a vitória derradeira.”

      d Veja a nota na Tradução do Novo Mundo com Referências.

      [Quadro na página 92]

      O Rei Cavalga Vitorioso

      Durante os anos 30 e 40, inimigos decididos tentaram fazer parecer que o ministério das Testemunhas de Jeová era ilegal, criminoso ou mesmo subversivo. (Salmo 94:20) Somente no ano de 1936, houve nos Estados Unidos 1.149 detenções registradas. As Testemunhas de Jeová instauraram muitos processos, levando casos até a Suprema Corte. A seguir alistamos algumas das suas notáveis vitórias.

      Em 3 de maio de 1943, a Suprema Corte, no caso Murdock v. Pennsylvania, decidiu que as Testemunhas de Jeová não precisavam de licença para distribuir publicações em troca de contribuições monetárias. Naquele mesmo dia, a decisão do caso Martin v. City of Struthers afirmava que não era ilícito tocar campainhas às portas enquanto se distribuíam de porta em porta convites e outra matéria publicitária.

      Em 14 de junho de 1943, a Suprema Corte decidiu no caso Taylor v. Mississippi que as Testemunhas de Jeová, com a sua pregação, não incitavam a deslealdade ao governo. Naquele mesmo dia, no caso West Virginia State Board of Education v. Barnette, a Corte afirmava que nenhuma diretoria de escola tinha o direito de expulsar da escola filhos de Testemunhas de Jeová que se negassem a fazer continência à bandeira. Bem no dia seguinte, a plena Suprema Corte da Austrália anulou a proscrição das Testemunhas de Jeová naquele país, declarando-a “arbitrária, sem justificativa e opressiva”.

      [Quadro na página 94]

      “Foi Concedido Tirar da Terra a Paz”

      Aonde leva a tecnologia? O jornal The Globe and Mail, de Toronto, Canadá, em 22 de janeiro de 1987, noticiou o seguinte, tirado dum discurso de Ivan L. Head, presidente do Centro de Pesquisa do Desenvolvimento Internacional:

      “Calcula-se com segurança que um dentre cada quatro cientistas e tecnólogos no mundo, empenhados em pesquisa e desenvolvimento, está trabalhando em armas. . . . Para 1986, a proporção dos gastos é de mais de $1,5 milhão por minuto. . . . Será que todos nós estamos mais seguros em resultado desta espécie de ênfase na tecnologia? Os arsenais nucleares que as superpotências possuem contêm a força explosiva de todas as munições gastas por todos os combatentes em toda a Segunda Guerra Mundial — multiplicada por 6.000. Seis mil vezes a Segunda Guerra Mundial. Desde 1945, houve menos de sete semanas em que o mundo esteve livre de atividade militar. Houve mais de 150 guerras de natureza internacional ou civil, as quais, segundo se calcula, ceifaram 19,3 milhões de vidas, na maior parte em resultado das eficientes novas tecnologias que surgiram nesta era das Nações Unidas.”

      Até 2005, atividades militares haviam ceifado bem mais de 20 milhões de vidas.

      [Quadro nas páginas 98, 99]

      A Estrutura do Livro de Revelação

      Tendo chegado a este ponto na nossa consideração do livro de Revelação, começamos a ver de modo mais claro a estrutura do livro. Depois da sua estimulante introdução (Revelação 1:1-9), Revelação pode ser encarado como dividido em 16 visões, como segue:

      1.ª VISÃO (1:10–3:22): João vê por inspiração o glorificado Jesus, que envia cordiais mensagens de conselho às sete congregações.

      2.ª VISÃO (4:1–5:14): Uma vista magnífica do trono celestial de Jeová Deus. Este entrega um rolo ao Cordeiro.

      3.ª VISÃO (6:1-17): Rompendo os primeiros seis selos do rolo, o Cordeiro revela progressivamente uma visão composta de eventos que haviam de ocorrer no dia do Senhor. Os quatro cavaleiros do Apocalipse saem cavalgando, os martirizados escravos de Deus recebem compridas vestes brancas, e se descreve o grande dia de furor.

      4.ª VISÃO (7:1-17): Anjos seguram os ventos de destruição até que os 144.000 do Israel espiritual sejam selados. Uma grande multidão de todas as nações atribui salvação a Deus e a Cristo, e é ajuntada para sobreviver à grande tribulação.

      5.ª VISÃO (8:1–9:21): Ao ser aberto o sétimo selo, há sete toques de trombeta, sendo que os primeiros seis constituem a quinta visão. Estes seis toques de trombeta proclamam expressões de julgamento de Jeová sobre a humanidade. A quinta e a sexta trombeta introduzem também o primeiro e o segundo ai.

      6.ª VISÃO (10:1–11:19): Um forte anjo dá a João um pequeno rolo, mede-se o templo, e ficamos conhecendo as experiências das duas testemunhas. Culmina com o toque da sétima trombeta, que anuncia o terceiro ai para os inimigos de Deus — a entrada do Reino de Jeová e do seu Cristo.

      7.ª VISÃO (12:1-17): Esta descreve o nascimento do Reino, que resulta em Miguel lançar a serpente, Satanás, para baixo, à Terra.

      8.ª VISÃO (13:1-18): A poderosa fera ascende do mar, e a fera de dois chifres, semelhante a um cordeiro, exorta a humanidade a adorá-la.

      9.ª VISÃO (14:1-20): Uma esplêndida previsão dos 144.000 no Monte Sião. Ouvem-se mensagens angélicas em toda a Terra, ceifa-se a videira da Terra, e pisa-se o lagar da ira de Deus.

      10.ª VISÃO (15:1–16:21): Outro vislumbre da corte celestial, seguido pelo derramamento das sete tigelas da ira de Jeová na Terra. Esta seção também termina com uma descrição profética do fim do sistema de Satanás.

      11.ª VISÃO (17:1-18): A grande meretriz, Babilônia, a Grande, monta uma fera cor de escarlate, que por pouco tempo vai ao abismo, mas sai novamente e devasta a meretriz.

      12.ª VISÃO (18:1–19:10): Anuncia-se a queda e derradeira destruição de Babilônia, a Grande. Após a execução dela, alguns a lamentam, outros louvam a Jeová; anuncia-se o casamento do Cordeiro.

      13.ª VISÃO (19:11-21): Jesus lidera os exércitos celestiais na execução do julgamento irado de Deus sobre o sistema de Satanás, seus exércitos e seus apoiadores; aves necrófagas banqueteiam-se dos cadáveres deles.

      14.ª VISÃO (20:1-10): O lançamento de Satanás, o Diabo, no abismo, o Reinado Milenar de Cristo e de seus reis associados, a prova final da humanidade e a destruição de Satanás e seus demônios.

      15.ª VISÃO (20:11–21:8): A ressurreição geral e o grande Dia de Julgamento; surgem um novo céu e uma nova terra, com bênçãos eternas para a humanidade justa.

      16.ª VISÃO (21:9–22:5): Revelação culmina com uma gloriosa visão da Nova Jerusalém, a esposa do Cordeiro. A provisão de Deus para cura e vida da humanidade flui dessa cidade.

      Revelação conclui com cordiais palavras de saudação e conselho da parte de Jeová, de Jesus, do anjo e do próprio João. O convite que se faz a todos é: “Vem!” — Revelação 22:6-21.

  • Recompensadas ‘as almas que foram mortas’
    Revelação — Seu Grandioso Clímax Está Próximo!
    • Capítulo 17

      Recompensadas ‘as almas que foram mortas’

       1. Em que período vivemos, e que evidência há disso?

      O REINO de Deus já domina! O Cavaleiro no cavalo branco está prestes a completar sua vitória! O cavalo vermelho, o cavalo preto e o cavalo descorado galopam pela Terra! Indisputavelmente, as profecias do próprio Jesus sobre a sua presença régia estão sendo cumpridas. (Mateus, capítulos 24, 25; Marcos, capítulo 13; Lucas, capítulo 21) Sim, vivemos nos últimos dias deste sistema de coisas. (2 Timóteo 3:1-5) Sendo assim, prestemos detida atenção ao rompimento do quinto selo daquele rolo pelo Cordeiro, Jesus Cristo. Que revelação adicional ficaremos agora conhecendo?

       2. (a) O que João viu quando se abriu o quinto selo? (b) Por que não nos deve surpreender ler a respeito dum simbólico altar de sacrifício no céu?

      2 João descreve uma cena comovente: “E quando abriu o quinto selo, vi por baixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa da obra de testemunho que costumavam ter.” (Revelação 6:9) Que é isso? Um altar sacrificial lá no céu? Sim! É a primeira vez que João menciona um altar. No entanto, ele já descrevera Jeová no Seu trono, os querubins que o rodeiam, o mar vítreo, as lâmpadas, e os 24 anciãos levando incenso — todas essas particularidades são similares às do tabernáculo terrestre, do santuário de Jeová em Israel. (Êxodo 25:17, 18; 40:24-27, 30-32; 1 Crônicas 24:4) Devia surpreender-nos, então, encontrar um simbólico altar de sacrifício também no céu? — Êxodo 40:29.

       3. (a) No antigo tabernáculo judaico, como eram derramadas almas “junto à base do altar”? (b) Por que João viu as almas de testemunhas mortas por baixo dum simbólico altar no céu?

      3 Por baixo deste altar há “as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa da obra de testemunho que costumavam ter”. O que significa isso? Não se pode tratar de almas desencarnadas — semelhantes àquelas em que os gregos pagãos criam. (Gênesis 2:7; Ezequiel 18:4) Antes, João sabe que a alma, ou vida, é simbolizada pelo sangue, e que, quando os sacerdotes no antigo tabernáculo judaico matavam um animal sacrificial, eles aspergiam o sangue “ao redor sobre o altar” ou derramavam-no “junto à base do altar da oferta queimada”. (Levítico 3:2, 8, 13; 4:7; 17:6, 11, 12) Portanto, a alma do animal era estreitamente associada com o altar de sacrifício. Mas por que se veria as almas, ou o sangue, desses específicos servos de Deus por baixo dum altar simbólico no céu? Porque a morte deles é encarada como sacrificial.

       4. Em que sentido é sacrificial a morte dos cristãos gerados pelo espírito?

      4 De fato, todos os gerados como filhos espirituais de Deus têm uma morte sacrificial. Em vista do papel que hão de desempenhar no Reino celestial de Jeová Deus, é da vontade Dele que renunciem e sacrifiquem qualquer esperança de vida eterna na Terra. Neste respeito, submetem-se a uma morte sacrificial a favor da soberania de Jeová. (Filipenses 3:8-11; veja 2:17.) Isso ocorre em sentido bem real com aqueles que João viu por baixo do altar. São os ungidos que nos dias deles foram martirizados pelo seu ministério zeloso na defesa da Palavra e da soberania de Jeová. Suas ‘almas foram mortas por causa da Palavra de Deus e por causa da obra de testemunho [mar·ty·rí·an] que costumavam ter’.

       5. Como se dá que as almas de fiéis, embora mortas, gritam por vingança?

      5 O cenário continua a se desenrolar: “E gritaram com voz alta, dizendo: ‘Até quando, Soberano Senhor, santo e verdadeiro, abster-te-ás de julgar e vingar o nosso sangue dos que moram na terra?’” (Revelação 6:10) Como podem suas almas, ou seu sangue, gritar por vingança, visto que a Bíblia mostra que os mortos não estão cônscios? (Eclesiastes 9:5) Ora, não clamava o sangue de Abel depois de ele ter sido assassinado por Caim? Jeová disse então a Caim: “Que fizeste? Escuta! O sangue de teu irmão está clamando a mim desde o solo.” (Gênesis 4:10, 11; Hebreus 12:24) O caso não era que o sangue de Abel proferisse literalmente palavras. Antes, Abel havia morrido como vítima inocente, e a justiça exigia que seu assassino fosse punido. De maneira similar, aqueles mártires cristãos são inocentes e têm de ser vingados em justiça. (Lucas 18:7, 8) O clamor por vingança é alto, porque muitos milhares têm morrido assim. — Veja Jeremias 15:15, 16.

       6. Que derramamento de sangue inocente foi vingado em 607 AEC?

      6 A situação também pode ser comparada à existente na Judá apóstata, quando o Rei Manassés subiu ao trono, em 716 AEC. Ele derramou muito sangue inocente, provavelmente ‘serrando em pedaços’ o profeta Isaías. (Hebreus 11:37; 2 Reis 21:16) Embora Manassés mais tarde tenha se arrependido e se regenerado, aquela culpa pelo sangue derramado permanecia. Em 607 AEC, quando os babilônios desolaram o reino de Judá, “foi somente pela ordem de Jeová que isto sucedeu a Judá, a fim de removê-lo da sua vista por causa dos pecados de Manassés, conforme tudo o que tinha feito; e também por causa do sangue inocente que tinha derramado de modo a encher Jerusalém de sangue inocente, e Jeová não consentiu em dar perdão”. — 2 Reis 24:3, 4.

       7. Quem é primariamente culpado por derramar “o sangue dos santos”?

      7 Como nos tempos bíblicos, assim também hoje, muitos daqueles que mataram testemunhas de Deus talvez já tenham falecido há muito tempo. Mas a organização que causou o martírio delas ainda está bem viva e é culpada de derramar sangue. É a organização terrestre de Satanás, seu descendente terrestre. Quem se destaca nela é Babilônia, a Grande, o império mundial da religião falsa.a Ela é descrita como estando “embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus”. Sim, “nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra”. (Revelação 17:5, 6; 18:24; Efésios 4:11; 1 Coríntios 12:28) Que enorme culpa pelo sangue derramado! Enquanto existir Babilônia, a Grande, o sangue das suas vítimas clamará por justiça. — Revelação 19:1, 2.

       8. (a) Que casos de martírio haviam ocorrido durante a vida de João? (b) Que perseguições foram instigadas por imperadores romanos?

      8 O próprio João presenciara martírios no primeiro século, quando a cruel Serpente e seu descendente terrestre travaram guerra contra a crescente congregação de cristãos ungidos. João vira nosso Senhor pregado numa estaca e sobrevivera à matança de Estêvão, de seu próprio irmão, Tiago, de Pedro, de Paulo e de outros associados íntimos. (João 19:26, 27; 21:15, 18, 19; Atos 7:59, 60; 8:2; 12:2; 2 Timóteo 1:1; 4:6, 7) Em 64 EC, o imperador romano Nero fizera dos cristãos o bode expiatório, acusando-os de incendiar a cidade a fim de neutralizar um rumor de que o culpado era ele. O historiador Tácito relata: “Eles [os cristãos] morreram por métodos de zombaria; alguns foram cobertos de peles de animais selvagens e depois dilacerados por cães, outros foram [pregados em estacas],b outros foram queimados quais tochas para iluminar a noite.” Outra onda de perseguição, sob o Imperador Domiciano (81-96 EC), resultou em João ser exilado na ilha de Patmos. Como dissera Jesus: “Se me perseguiram a mim, perseguirão também a vós.” — João 15:20; Mateus 10:22.

       9. (a) Que obra-prima de fraude Satanás havia produzido até o quarto século EC, e de que ela é a parte principal? (b) Como foi que alguns governantes na cristandade trataram as Testemunhas de Jeová durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial?

      9 Por volta do quarto século EC, aquela antiga serpente, Satanás, o Diabo, já havia produzido sua obra-prima de fraude, a religião apóstata da cristandade — um sistema babilônico disfarçado de “cristão”. Ela é a parte principal do descendente da Serpente e desenvolveu-se numa multidão de seitas conflitantes. Igual ao Judá infiel da antiguidade, a cristandade leva uma pesada culpa de derramamento de sangue, tendo-se envolvido profundamente em ambos os lados da Primeira e da Segunda Guerra Mundial. Alguns governantes políticos na cristandade até mesmo usaram essas guerras como pretexto para matar servos ungidos de Deus. Relatando a perseguição que Hitler movia às Testemunhas de Jeová, uma crítica literária do livro de Friedrich Zipfel, Kirchenkampf in Deutschland (Luta das Igrejas na Alemanha), declarou: “Um terço deles [das Testemunhas] foi morto, quer sendo executado, quer por outros atos violentos, pela fome, pela doença, quer pelo trabalho escravo. A severidade desse tratamento não tinha precedentes e era resultado da intransigente fé, que não se podia harmonizar com a ideologia nacional-socialista.” Deveras, pode-se dizer a respeito da cristandade, inclusive do seu sacerdócio: “Nas tuas saias foram achadas as manchas de sangue das almas dos pobres inocentes.” — Jeremias 2:34.c

      10. Que perseguições rapazes da grande multidão sofreram em muitos países?

      10 Desde 1935, rapazes fiéis da grande multidão têm suportado a parte mais difícil da perseguição em muitos países. (Revelação 7:9) Mesmo ao findar a Segunda Guerra Mundial, na Europa, em apenas uma cidade foram enforcados 14 jovens das Testemunhas de Jeová. Seu crime? Negar-se a ‘aprender mais a guerra’. (Isaías 2:4) Mais recentemente, no Oriente e na África, rapazes foram espancados até a morte ou executados por pelotões de fuzilamento pela mesma questão. Esses jovens mártires, apoiadores dignos dos irmãos ungidos de Jesus, certamente terão uma ressurreição na prometida nova terra. — 2 Pedro 3:13; compare isso com Salmo 110:3; Mateus 25:34-40; Lucas 20:37, 38.

      Uma Comprida Veste Branca

      11. Em que sentido os martirizados cristãos ungidos recebem “uma comprida veste branca”?

      11 Depois de documentar a fé dos mantenedores da integridade dos tempos antigos, o apóstolo Paulo disse: “Contudo, embora todos estes recebessem testemunho por intermédio de sua fé, não obtiveram o cumprimento da promessa, visto que Deus previu algo melhor para nós, a fim de que eles não fossem aperfeiçoados à parte de nós.” (Hebreus 11:39, 40) O que é este “algo melhor” que Paulo e outros cristãos ungidos aguardam? João o vê aqui em visão: “E a cada um deles foi dada uma comprida veste branca; e foi-lhes dito que descansassem mais um pouco, até que se completasse também o número dos seus coescravos e dos seus irmãos, que estavam para ser mortos assim como eles também tinham sido.” (Revelação 6:11) Receberem “uma comprida veste branca” tem que ver com a sua ressurreição para ser criaturas espirituais imortais. Não mais jazem por baixo do altar como almas que haviam sido mortas, mas foram ressuscitados para fazer parte do grupo dos 24 anciãos, que adoram perante o trono celestial de Deus. Ali eles mesmos receberam tronos, mostrando que receberam privilégios régios. E estão “trajados de roupas exteriores brancas”, indicando que foram considerados justos, dignos dum lugar de honra perante Jeová naquela corte celestial. Isso cumpre também a promessa de Jesus aos fiéis cristãos ungidos na congregação em Sardes: “Aquele que vencer estará assim vestido de roupas exteriores brancas.” — Revelação 3:5; 4:4; 1 Pedro 1:4.

      12. Em que sentido é que os ungidos ressuscitados ‘descansam mais um pouco’, e até quando?

      12 Toda a evidência indica que essa ressurreição celestial começou em 1918, após a entronização de Jesus, em 1914, e ele sair cavalgando para iniciar sua vitória como rei por eliminar dos céus a Satanás e seus demônios. Todavia, a esses ungidos ressuscitados se diz que ‘descansem mais um pouco, até que se complete também o número dos seus coescravos’. Aqueles da classe de João que ainda estão na Terra precisam provar sua integridade sob provações e perseguições, e alguns deles talvez ainda sejam mortos. Finalmente, porém, todo o sangue justo derramado por Babilônia, a Grande, e seus amantes políticos será vingado. No ínterim, os ressuscitados, sem dúvida, estão ocupados com deveres celestiais. Descansam, não por folgar em venturosa inatividade, mas por pacientemente esperar o dia da vingança de Jeová. (Isaías 34:8; Romanos 12:19) Seu descanso terminará quando presenciarem a destruição da religião falsa e quando, como “chamados, e escolhidos, e fiéis”, acompanharem o Senhor Jesus Cristo na execução do julgamento de todos os outros integrantes do descendente iníquo de Satanás aqui na Terra. — Revelação 2:26, 27; 17:14; Romanos 16:20.

      ‘Os Que Estão Mortos se Levantam Primeiro’

      13, 14. (a) Segundo o apóstolo Paulo, quando começa a ressurreição celestial, e quem é ressuscitado? (b) Quando são ressuscitados para o céu os ungidos que sobrevivem até o dia do Senhor?

      13 A compreensão possibilitada pela abertura do quinto selo concorda inteiramente com outros textos que têm que ver com a ressurreição celestial. Por exemplo, o apóstolo Paulo escreveu: “Pois, nós vos dizemos pela palavra de Jeová o seguinte: que nós, os viventes, que sobrevivermos até a presença do Senhor, de modo algum precederemos os que adormeceram na morte; porque o próprio Senhor descerá do céu com uma chamada dominante, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus, e os que estão mortos em união com Cristo se levantarão primeiro. Depois nós, os viventes, que sobrevivermos, seremos juntamente com eles arrebatados em nuvens, para encontrar o Senhor no ar; e assim estaremos sempre com o Senhor.” — 1 Tessalonicenses 4:15-17.

      14 Como é emocionante o que estes versículos contam! Aqueles dos irmãos ungidos de Jesus que sobrevivem até a presença dele, quer dizer, que ainda vivem na Terra durante a sua presença, são precedidos no céu por aqueles que já morreram. Estes, mortos em união com Cristo, se levantam primeiro. Jesus desce, isto é, volta sua atenção para eles, e os ressuscita para a vida espiritual, dando-lhes “uma comprida veste branca”. Depois, os ainda vivos como humanos terminam sua carreira terrestre, muitos deles tendo morte violenta às mãos de opositores. Todavia, eles não dormem na morte, como seus predecessores. Antes, ao morrerem, são instantaneamente transformados — “num piscar de olhos” —, arrebatados para os céus a fim de estarem com Jesus e com os comembros do corpo de Cristo. (1 Coríntios 15:50-52; compare isso com Revelação 14:13.) De modo que a ressurreição dos cristãos ungidos começa logo depois de os quatro cavaleiros do Apocalipse terem começado a sua cavalgada.

      15. (a) Que boas novas proveu a abertura do quinto selo? (b) Em que culmina a cavalgada do Vencedor no cavalo branco?

      15 A abertura deste quinto selo do rolo proveu boas novas a respeito dos ungidos mantenedores da integridade que venceram, fiéis até a morte. Mas não provê boas novas para Satanás e seu descendente. A cavalgada do Vencedor no cavalo branco prossegue irresistivelmente e culmina num tempo de ajuste de contas com o mundo que “jaz no poder do iníquo”. (1 João 5:19) Isso se torna claro quando o Cordeiro abre o sexto selo.

      [Nota(s) de rodapé]

      a A identidade de Babilônia, a Grande, é considerada em pormenores no Capítulo 33.

      b Veja A Tradução do Novo Mundo com Referências, página 1517, apêndice 5C, “Estaca de Tortura”.

      c A prova da culpa de sangue da religião é apresentada em mais pormenores no Capítulo 36.

      [Quadro na página 102]

      ‘Almas Que Foram Mortas’

      A Cyclopedia de McClintock e Strong cita John Jortin, protestante inglês do século 18, nascido de pais huguenotes franceses, como dizendo: “Onde começa a perseguição, finda o cristianismo . . . Foi depois de o cristianismo ter sido confirmado como a religião do império [romano], e depois de riquezas e honrarias terem sido conferidas a seus ministros, que o monstruoso mal da perseguição adquiriu força gigantesca e exerceu sua nefasta influência sobre a religião do Evangelho.”

      [Foto na página 103]

      “E a cada um deles foi dada uma comprida veste branca”

  • Terremotos no dia do Senhor
    Revelação — Seu Grandioso Clímax Está Próximo!
    • Capítulo 18

      Terremotos no dia do senhor

      1, 2. (a) Qual é a sensação que se tem ao passar por um grande terremoto? (b) O que João descreve quando se abre o sexto selo?

      JÁ PASSOU alguma vez por um grande terremoto? Não é uma experiência agradável. Um grande tremor de terra pode começar com uma ondulação enjoativa e um barulho retumbante. O balanço pode ser agravado por solavancos intermitentes, enquanto se corre em busca de um lugar de segurança — talvez debaixo duma escrivaninha. Ou pode vir com uma sacudida repentina, destrutiva, seguida pelo destroçamento de louça, mobília e até edifícios. Os danos causados podem ser catastróficos, com frequentes abalos secundários causando danos adicionais e aumentando a miséria.

      2 Com isso em mente, considere o que João descreve como acontecendo na abertura do sexto selo: “E eu vi quando ele abriu o sexto selo, e houve um grande terremoto.” (Revelação 6:12a) Isso tem de acontecer no mesmo período da abertura dos outros selos. Exatamente quando, no dia do Senhor, ocorre este terremoto, e que espécie de sismo é? — Revelação 1:10.

       3. (a) Que ocorrências Jesus predisse na profecia a respeito do sinal da sua presença? (b) Que relação têm os terremotos literais com o grande terremoto simbólico de Revelação 6:12?

      3 Terremotos literais e figurativos são mencionados várias vezes na Bíblia. Jesus, na sua grande profecia sobre o sinal da sua presença no poder do Reino, previu “terremotos num lugar após outro”. Estes fariam parte de “um princípio das dores de aflição”. Desde 1914, com o aumento explosivo da população mundial, chegando a bilhões de pessoas, tremores literais têm contribuído significativamente para as aflições dos nossos tempos. (Mateus 24:3, 7, 8) Não obstante, embora cumpram profecias, esses terremotos têm sido calamidades naturais, físicas. Precedem ao grande terremoto simbólico de Revelação 6:12. Este, de fato, virá como o devastador final duma série de tremores anteriores que abalam o sistema de coisas terrestre, humano, de Satanás até os seus alicerces.a

      Tremores na Sociedade Humana

       4. (a) Desde quando esperava o povo de Jeová que eventos catastróficos começassem em 1914? (b) O fim de que período seria marcado por 1914?

      4 Desde os meados da década de 1870, os do povo de Jeová esperavam que eventos catastróficos começassem em 1914 e marcassem o fim dos Tempos dos Gentios. Este é o período de “sete tempos” (2.520 anos) que se estendeu desde a derrubada do reino davídico em Jerusalém, em 607 AEC, até a entronização de Jesus na Jerusalém celestial, em 1914 EC. — Daniel 4:24, 25; Lucas 21:24, Almeida.b

       5. (a) Que anúncio C. T. Russell deu em 2 de outubro de 1914? (b) Que reviravoltas políticas têm ocorrido desde 1914?

      5 Neste respeito, quando C. T. Russell compareceu à adoração matinal com a família de Betel de Brooklyn, Nova York, na manhã de 2 de outubro de 1914, ele deu este anúncio dramático: “Terminaram os Tempos dos Gentios; seus reis já tiveram seus dias.” De fato, a reviravolta mundial que começou em 1914 foi tão extensa, que muitas monarquias de longa data desapareceram. A derrubada do czarismo na revolução bolchevique de 1917 levou a um longo confronto entre o marxismo e o capitalismo. Abalos causados por mudanças políticas continuam a perturbar a sociedade humana em toda a Terra. Atualmente, muitos governos não sobrevivem mais do que um ou dois anos. A falta de estabilidade no mundo político é ilustrada pelo caso da Itália, que teve 47 governos novos em apenas 42 anos depois da Segunda Guerra Mundial. Mas esses tremores são apenas preliminares a uma culminante reviravolta governamental. Com que resultado? O Reino de Deus assumirá a governança exclusiva da Terra. — Isaías 9:6, 7.

       6. (a) Como H. G. Wells descreveu esta nova e momentosa época? (b) O que um filósofo e um estadista escreveram sobre a época desde 1914?

      6 Historiadores, filósofos e líderes políticos têm apontado para o ano de 1914 como o início duma época nova e momentosa. Dezessete anos depois do começo desta época, o historiador H. G. Wells comentou: “O profeta de bom grado profetizaria coisas agradáveis. Mas ele tem o dever de contar o que vê. Ele vê um mundo ainda firmemente controlado por soldados, patriotas, usurários e especuladores financeiros; um mundo entregue à suspeita e ao ódio, que perde bem rapidamente o que sobrou das liberdades pessoais, tropeçando em direção a amargos conflitos de classes, e preparando-se para novas guerras.” Em 1953, o filósofo Bertrand Russell escreveu: “Desde 1914, todos os que estão cônscios das tendências do mundo estão profundamente preocupados com o que está parecendo uma marcha fadada e predeterminada em direção a uma calamidade cada vez maior. . . . [As pessoas] veem a raça humana, igual ao herói duma tragédia grega, impelida por deuses irados e não mais dona do destino.” Em 1980, o estadista Harold Macmillan, refletindo sobre o começo pacífico do século 20, disse: “Tudo ficaria cada vez melhor. Este era o mundo em que nasci. . . . De repente, inesperadamente, certa manhã de 1914, o negócio inteiro acabou.”

      7-9. (a) Que reviravoltas têm sacudido a sociedade humana desde 1914? (b) As reviravoltas na sociedade humana durante a presença de Jesus por fim incluiriam que situação na humanidade?

      7 A Segunda Guerra Mundial trouxe outra onda de reviravoltas. Guerras menores e terrorismo internacional continuam a abalar a Terra. Muitos ficam perplexos em vista da terrível ameaça de terroristas ou de países que venham a usar armas de destruição em massa.

      8 Outras coisas, porém, além das guerras, têm abalado a sociedade humana até os alicerces, desde 1914. Uma das mais traumáticas reviravoltas teve começo com o colapso do mercado de ações dos Estados Unidos, em 29 de outubro de 1929. Isto provocou a Grande Depressão, que afetou todos os países capitalistas. Essa depressão cessou entre 1932 e 1934, mas ainda sentimos seus efeitos. Desde 1929, o mundo economicamente doentio foi remendado com planos improvisados. Os governos se entregam ao financiamento deficitário. A crise do petróleo em 1973 e o colapso das bolsas de valores em 1987 aumentaram o abalo do império financeiro. No ínterim, milhões de pessoas compram na maior parte a crédito. Inúmeras pessoas são vítimas de trapaças financeiras, planos piramidais, loterias e outros subterfúgios para jogatina, que em grande parte são patrocinados por governos que deveriam proteger o povo. Até mesmo os televangelistas da cristandade estendem a mão para a sua parte multimilionária! — Veja Jeremias 5:26-31.

      9 Anteriormente, as dificuldades econômicas haviam aberto o caminho para Mussolini e Hitler assumirem o poder. Babilônia, a Grande, não perdeu tempo e logo cortejou os favores deles, e o Vaticano celebrou concordatas com a Itália em 1929 e com a Alemanha em 1933. (Revelação 17:5) Os dias de trevas que se seguiram certamente faziam parte do cumprimento da profecia de Jesus a respeito da sua presença, que incluiria “angústia de nações, não sabendo o que fazer . . . os homens ficando desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada”. (Lucas 21:7-9, 25-31)c Sim, os abalos que começaram a sacudir a sociedade humana em 1914 têm continuado, com poderosos tremores secundários.

      Jeová Causa Abalos

      10. (a) Por que há tantos tremores nos assuntos humanos? (b) O que Jeová produz, e em preparação para quê?

      10 Tais tremores nos assuntos humanos são o resultado da incapacidade do homem de dirigir os seus próprios passos. (Jeremias 10:23) Além disso, a antiga serpente, Satanás, “que está desencaminhando toda a terra habitada”, está causando ais no seu derradeiro esforço de desviar toda a humanidade da adoração de Jeová. A moderna tecnologia reduziu a Terra a uma única comunidade, em que ódios nacionalistas e raciais abalam a sociedade humana até os alicerces, e as chamadas Nações Unidas não encontram nenhuma solução eficaz. Mais do que nunca, homem está dominando homem para seu prejuízo. (Revelação 12:9, 12; Eclesiastes 8:9) Todavia, o Soberano Senhor Jeová, Criador do céu e da Terra, tem produzido sua própria espécie de tremor por quase 90 anos, em preparação para solucionar os problemas da Terra de uma vez por todas. Como?

      11. (a) Que tremor é descrito em Ageu 2:6, 7? (b) Como se cumpre a profecia de Ageu?

      11 Lemos em Ageu 2:6, 7: “Pois assim disse Jeová dos exércitos: ‘Mais uma vez — dentro em pouco — e eu farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e o solo seco. E vou fazer tremer todas as nações, e terão de entrar as coisas desejáveis de todas as nações; e eu vou encher esta casa de glória’, disse Jeová dos exércitos.” Especialmente desde o ano de 1919, Jeová tem feito suas testemunhas proclamar Seus julgamentos entre todos os elementos da sociedade humana na Terra. O sistema mundial de Satanás foi alertado por este aviso global.d Ao passo que o aviso se intensifica, humanos tementes a Deus, “as coisas desejáveis”, são induzidos a se separar das nações. Não é que sejam sacudidos para fora da organização de Satanás pelos tremores nela. Mas ao passo que discernem a situação, tomam a sua própria decisão de participar com os da classe ungida de João em encher de glória a casa de adoração de Jeová. Como se realiza isso? Com o trabalho zeloso da pregação das boas novas do Reino estabelecido de Deus. (Mateus 24:14) Este Reino, composto de Jesus e de seus seguidores ungidos, continuará para sempre em pé para a glória de Jeová como “reino que não pode ser abalado”. — Hebreus 12:26-29.

      12. Se você aceitou a pregação predita em Mateus 24:14, o que deverá fazer antes de ocorrer o grande terremoto de Revelação 6:12?

      12 É você um daqueles que aceitou essa pregação? Está você talvez entre os milhões que nos últimos anos têm assistido à Comemoração da morte de Jesus? Em caso afirmativo, continue a progredir no seu estudo da verdade bíblica. (2 Timóteo 2:15; 3:16, 17) Abandone completamente o modo de vida corrupto da condenada sociedade terrestre de Satanás! Entre logo na sociedade cristã do novo mundo e participe plenamente nas atividades dela, antes de o derradeiro “terremoto” catastrófico destroçar todo o mundo de Satanás. Mas o que é este grande terremoto? Vejamos.

      O Grande Terremoto!

      13. De que modo será o grande terremoto algo totalmente novo na experiência humana?

      13 Sim, estes últimos dias críticos têm sido um tempo de terremotos — literais e figurativos. (2 Timóteo 3:1) Mas nenhum destes tremores é o grande abalo final que João vê por ocasião da abertura do sexto selo. Acabou o tempo de abalos preliminares. Agora virá um grande terremoto, totalmente novo na experiência humana. É um terremoto tão grande que as sublevações e as convulsões que causa não poderão ser medidas pela escala Richter nem por qualquer outra medição humana. Não será um mero sismo local, mas sim um abalo cataclísmico, que devastará toda a “terra”, isto é, toda a depravada sociedade humana.

      14. (a) Que profecia prediz um grande terremoto e suas consequências? (b) A que devem referir-se as profecias de Joel e de Revelação 6:12, 13?

      14 Outros profetas de Jeová predisseram tal terremoto e suas consequências catastróficas. Por exemplo, por volta de 820 AEC, Joel falou de “chegar o grande e atemorizante dia de Jeová”, dizendo que então “o próprio sol será transformado em escuridão e a lua em sangue”. Mais adiante, ele acrescenta as seguintes palavras: “Massas de gente, massas de gente estão na baixada da decisão, porque está próximo o dia de Jeová na baixada da decisão. Mesmo o sol e a lua hão de ficar escuros e as próprias estrelas recolherão realmente a sua claridade. E de Sião bramirá o próprio Jeová e de Jerusalém fará ouvir a sua voz. E hão de tremer céu e terra; mas Jeová será refúgio para o seu povo e baluarte para os filhos de Israel.” (Joel 2:31; 3:14-16) Esse tremor só se pode aplicar à execução do julgamento por Jeová durante a grande tribulação. (Mateus 24:21) Assim, o relato paralelo em Revelação 6:12, 13, tem logicamente a mesma aplicação. — Veja também Jeremias 10:10; Sofonias 1:14, 15.

      15. Que forte abalo predisse o profeta Habacuque?

      15 Uns 200 anos depois de Joel, o profeta Habacuque disse em oração ao seu Deus: “Ó Jeová, ouvi as notícias a teu respeito. Fiquei com medo da tua atuação, ó Jeová. Aviva-a no meio dos anos! Torna-a conhecida no meio dos anos. Durante a agitação, que tu te lembres de ter misericórdia.” O que seria esta “agitação”? Habacuque prossegue, dando uma descrição vívida da grande tribulação, dizendo sobre Jeová: “Ele ficou parado para sacudir a terra. Ele viu, e então fez nações pular. . . . Marchaste com verberação através da terra. Em ira trilhaste as nações. Ainda assim, no que se refere a mim, vou rejubilar com o próprio Jeová; vou jubilar com o Deus da minha salvação.” (Habacuque 3:1, 2, 6, 12, 18) Que forte abalo Jeová causará em toda a Terra quando trilhar as nações!

      16. (a) O que predisse o profeta Ezequiel para o tempo em que Satanás fará seu ataque final contra o povo de Deus? (b) O que resulta do grande terremoto de Revelação 6:12?

      16 Também Ezequiel predisse que, quando Gogue de Magogue (o rebaixado Satanás) fizer seu ataque final contra o povo de Deus, Jeová causará “um grande tremor no solo de Israel”. (Ezequiel 38:18, 19) Embora talvez envolva terremotos literais, devemos lembrar-nos de que Revelação é apresentada em sinais. Esta profecia e as outras citadas são altamente simbólicas. Portanto, a abertura do sexto selo parece revelar a culminação de todos os abalos deste terrestre sistema de coisas — o grande terremoto, no qual todos os humanos opostos à soberania de Jeová Deus são destruídos.

      Tempo de Escuridão

      17. Como o grande terremoto afeta o sol, a lua e as estrelas?

      17 Conforme João prossegue mostrando, o grande terremoto vem acompanhado por eventos aterrorizantes, que envolvem até mesmo os céus. Ele diz: “E o sol ficou negro como serapilheira de pelo e a lua inteira ficou como sangue, e as estrelas do céu caíram para a terra, como quando a figueira, sacudida por forte vento, deixa cair os seus figos verdes.” (Revelação 6:12b, 13) Que fenômeno notável! Pode imaginar a assustadora escuridão que resultaria, se a profecia se cumprisse literalmente? De dia não haveria mais nenhuma luz solar quentinha e confortadora! De noite não haveria mais aquela amigável e prateada luz da lua! E as miríades de estrelas não cintilariam mais contra o fundo aveludado do céu. Em vez disso, haveria escuridão fria e implacável. — Note Mateus 24:29.

      18. De que modo ‘se escureceram os céus’ para Jerusalém em 607 AEC?

      18 Em sentido espiritual, tal escuridão foi profetizada para o antigo Israel. Jeremias advertiu: “Um baldio desolado é o que se tornará a terra inteira, e não executarei eu uma exterminação cabal? Por esta causa pranteará a terra e certamente se escurecerão os céus acima.” (Jeremias 4:27, 28) Em 607 AEC, quando esta profecia se cumpriu, as coisas de fato estavam pretas para o povo de Jeová. Sua capital, Jerusalém, caiu diante dos babilônios. Seu templo foi destruído, e sua terra foi abandonada. Não havia para eles nenhuma confortadora luz do céu. Antes, era como Jeremias disse em lamentação a Jeová: “Mataste; não tiveste compaixão. Com uma massa de nuvem impediste a aproximação a ti, para que não passasse nenhuma oração.” (Lamentações 3:43, 44) Para Jerusalém, aquela escuridão celestial significava morte e destruição.

      19. (a) Como Isaías, profeta de Deus, descreve a escuridão nos céus com relação à antiga Babilônia? (b) Quando e como se cumpriu a profecia de Isaías?

      19 Mais tarde, uma escuridão similar nos céus indicava calamidade para a antiga Babilônia. Sobre isso, o profeta de Deus foi inspirado a escrever: “Eis que está chegando o próprio dia de Jeová, cruel, tanto com fúria como com ira ardente, para fazer da terra um assombro e para aniquilar nela os pecadores da terra. Pois as próprias estrelas dos céus e suas constelações de Quesil não deixarão brilhar a sua luz; o sol realmente escurecerá na sua saída e a própria lua não deixará resplandecer a sua luz. E certamente farei recair sobre o solo produtivo a sua própria maldade, e sobre os próprios iníquos o erro deles.” (Isaías 13:9-11) Esta profecia cumpriu-se em 539 AEC, quando Babilônia caiu diante dos medos e dos persas. Ela descreve bem o negrume, o desespero, a total falta de luz confortadora para Babilônia, quando ela caiu para sempre da sua posição como principal potência mundial.

      20. Que temível resultado está em reserva para este sistema de coisas quando sobrevier o grande terremoto?

      20 De modo similar, quando sobrevier o grande terremoto, todo este sistema mundial ficará no desespero de total escuridão. Os luminares brilhantes e refulgentes do sistema terrestre de Satanás não lançarão nenhum raio de esperança. Mesmo já hoje em dia, os líderes políticos da Terra, especialmente na cristandade, são notórios por sua corrupção, suas mentiras e seu modo de vida imoral. (Isaías 28:14-19) Não se pode mais confiar neles. Sua bruxuleante luz se apagará totalmente quando Jeová executar o julgamento. Sua influência, semelhante à lua, nos assuntos da Terra será exposta como sangrenta, mortífera. Seus superastros mundanos se extinguirão como meteoritos mergulhantes e se espalharão como figos verdes num rugiente vendaval. Todo nosso globo tremerá sob uma “grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo”. (Mateus 24:21) Que perspectiva temível!

      “O Céu” Afasta-se

      21. O que observa João na sua visão a respeito do “céu” e de “cada monte e cada ilha”?

      21 A visão de João prossegue: “E o céu afastou-se como um rolo que está sendo enrolado, e cada monte e cada ilha foram removidos dos seus lugares.” (Revelação 6:14) É evidente que não se trata de céus literais, nem de montes e ilhas literais. Mas o que simbolizam?

      22. Em Edom, que espécie de “céus” foram “enrolados, como o rolo dum livro”?

      22 Quanto ao “céu”, somos ajudados a entender isso por uma profecia similar, que fala do furor de Jeová contra todas as nações: “E todos os do exército dos céus terão de apodrecer. E os céus terão de ser enrolados, como o rolo dum livro.” (Isaías 34:4) Especialmente Edom tem de sofrer. Como? Edom foi invadida pelos babilônios logo depois da destruição de Jerusalém em 607 AEC. Naquele tempo não se registrou nenhum acontecimento de destaque como ocorrendo nos céus literais. Mas havia acontecimentos catastróficos nos “céus” de Edom.e Seus poderes governamentais, humanos, foram rebaixados da sua posição elevada, semelhante aos céus. (Isaías 34:5) Foram “enrolados” e como que postos de lado, igual a um rolo velho, que não serve mais para ninguém.

      23. O que é “o céu” que ‘se afastará como um rolo’, e como é este entendimento confirmado pelas palavras de Pedro?

      23 Portanto, “o céu” que há de ‘afastar-se como um rolo’ refere-se aos governos contrários a Deus, que governam esta Terra. Eles serão removidos definitivamente pelo Cavaleiro no cavalo branco, que vence tudo. (Revelação 19:11-16, 19-21) Isto é confirmado por aquilo que o apóstolo Pedro disse quando aguardava os eventos indicados pela abertura do sexto selo: “Os céus e a terra que agora existem estão sendo guardados para o fogo e estão sendo reservados para o dia do julgamento e da destruição dos homens ímpios.” (2 Pedro 3:7) Mas que dizer da expressão “cada monte e cada ilha foram removidos dos seus lugares”?

      24. (a) Nas profecias bíblicas, quando é que se diz que montes e ilhas tremem ou são desestabilizados? (b) Como ‘tremeram os montes’ quando Nínive caiu?

      24 Nas profecias bíblicas, montes e ilhas são mencionados como tremendo ou como sendo de outro modo desestabilizados por ocasião de grandes reviravoltas políticas. Por exemplo, ao predizer os julgamentos de Jeová contra Nínive, o profeta Naum escreveu: “Os próprios montes tremeram por causa dele e os próprios morros estavam derretendo. E a terra será sublevada por causa de sua face.” (Naum 1:5) Não há registro de que montes literais se tenham desfeito quando Nínive realmente caiu em 632 AEC. Mas a potência mundial, que antes parecia montanhesca na sua força, de repente entrou em colapso. — Compare isso com Jeremias 4:24.

      25. Quando vier o fim deste sistema de coisas, como é que “cada monte e cada ilha” serão removidos dos seus lugares?

      25 Portanto, “cada monte e cada ilha”, mencionados na abertura do sexto selo, são logicamente governos políticos e organizações dependentes, deste mundo, que para muitos da humanidade têm parecido ser bem estáveis. Serão sacudidos do seu lugar, para a consternação e o horror daqueles que antes confiavam neles. Conforme a profecia continua a relatar, não haverá dúvida de que o grande dia do furor de Jeová e de seu Filho — o abalo final que removerá toda a organização de Satanás — terá chegado violentamente!

      “Caí Sobre Nós e Escondei-nos”

      26. Como agirão no seu terror os humanos que se opõem à soberania de Deus, e que expressão de horror farão?

      26 As palavras de João prosseguem: “E os reis da terra, e os dignitários, e os comandantes militares, e os ricos, e os fortes, e todo escravo e toda pessoa livre esconderam-se em cavernas e nas rochas dos montes. E estão dizendo aos montes e às rochas: ‘Caí sobre nós e escondei-nos do rosto Daquele que está sentado no trono e do furor do Cordeiro, porque veio o grande dia do seu furor, e quem é que pode ficar de pé?’” — Revelação 6:15-17.

      27. Que clamores os israelitas infiéis de Samaria fizeram, e como se cumpriram essas palavras?

      27 Quando Oseias proferiu o julgamento de Jeová sobre Samaria, capital do reino setentrional de Israel, ele disse: “Os altos de Bete-Áven, o pecado de Israel, serão realmente aniquilados. Espinhos e abrolhos é que subirão aos seus altares. E, de fato, as pessoas dirão aos montes: ‘Cobri-nos!’ e aos morros: ‘Caí sobre nós!’” (Oseias 10:8) Como se cumpriram estas palavras? Pois bem, quando Samaria caiu diante dos cruéis assírios, em 740 AEC, não havia para onde os israelitas pudessem fugir. As palavras de Oseias expressam o sentimento de desamparo, de desesperado terror e de abandono, do povo vencido. Nem os morros literais, nem as instituições montanhescas de Samaria podiam protegê-lo, embora no passado parecessem tão estáveis.

      28. (a) Que aviso Jesus deu às mulheres de Jerusalém? (b) Como o aviso de Jesus se cumpriu?

      28 De maneira similar, quando Jesus estava sendo levado pelos soldados romanos para a sua morte, ele se dirigiu às mulheres de Jerusalém e disse: “Eis que virão dias em que as pessoas dirão: ‘Felizes as mulheres estéreis e as madres que não deram à luz, e os peitos que não amamentaram!’ Então principiarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós!’, e às colinas: ‘Cobri-nos!’” (Lucas 23:29, 30) A destruição de Jerusalém pelos romanos, em 70 EC, é bem documentada, e é evidente que as palavras de Jesus tinham uma significância similar às de Oseias. Não havia esconderijo para os judeus que permaneceram na Judeia. Onde quer que tenham tentado esconder-se, em Jerusalém, ou mesmo quando fugiram para a cidadela de Massada, no cume dum monte, não conseguiram escapar da expressão violenta do julgamento de Jeová.

      29. (a) Quando vier o dia do furor de Jeová, em que situação angustiosa se encontrarão os comprometidos em apoiar este sistema de coisas? (b) Que profecia de Jesus se cumprirá quando Jeová expressar a sua ira?

      29 Agora, a abertura do sexto selo mostra que algo similar irá acontecer durante o vindouro dia do furor de Jeová. No abalo final deste sistema de coisas terrestre, os comprometidos a apoiá-lo procurarão desesperadamente um lugar para se esconder, mas não encontrarão nenhum. A religião falsa, Babilônia, a Grande, já lhes falhou totalmente. Nem cavernas nos montes literais, nem organizações políticas e comerciais, simbolizadas por montes, proverão segurança financeira ou qualquer outro tipo de ajuda. Nada os abrigará contra o furor de Jeová. O terror deles é bem descrito por Jesus: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se baterão então em lamento, e verão o Filho do homem vir nas nuvens do céu, com poder e grande glória.” — Mateus 24:30.

      30. (a) O que se subentende na pergunta: “Quem é que pode ficar de pé?” (b) Poderá alguém ficar de pé no tempo do julgamento de Jeová?

      30 Sim, os que se tiverem negado a reconhecer a autoridade do Cavaleiro vitorioso no cavalo branco se verão obrigados a admitir seu erro. Os humanos que voluntariamente fizeram parte do descendente da serpente se confrontarão com a destruição, quando o mundo de Satanás deixar de existir. (Gênesis 3:15; 1 João 2:17) A situação mundial naquele tempo será tal que muitos, na realidade, perguntarão: “Quem é que pode ficar de pé?” Pelo visto, presumirão que absolutamente ninguém poderá ficar de pé como aprovado diante de Jeová naquele dia de Seu julgamento. Mas estarão errados, conforme o livro de Revelação passa a mostrar.

      [Nota(s) de rodapé]

      a Os terremotos literais muitas vezes são precedidos por perturbações sísmicas que fazem cães latir ou agir de modo assustado, e agitam outros animais e peixes, embora os humanos talvez só se deem conta disso quando ocorre o próprio terremoto. — Veja Despertai! de 8 de janeiro de 1983, página 14.

      b Veja a explicação pormenorizada nas páginas 22 e 24.

      c Por mais de 35 anos, de 1895 a 1931, as palavras de Lucas 21:25, 28, 31, foram citadas na capa da revista The Watchtower (A Torre de Vigia, hoje A Sentinela), tendo por fundo um farol iluminando um céu tempestuoso acima dum mar agitado.

      d Por exemplo, numa campanha especial, em 1931, as Testemunhas de Jeová entregaram pessoalmente muitos milhares de exemplares do folheto O Reino, a Esperança do Mundo (em português recebeu o título O Reino de Deus É a Felicidade do Povo) a clérigos, políticos e comerciantes em toda a Terra.

      e Usando a palavra “céus” de modo similar, a profecia sobre “novos céus”, em Isaías 65:17, 18, teve seu primeiro cumprimento no novo sistema governamental, com o Governador Zorobabel e o Sumo Sacerdote Jesua, estabelecido na Terra Prometida após o retorno dos judeus do exílio babilônico. — 2 Crônicas 36:23; Esdras 5:1, 2; Isaías 44:28.

      [Quadro/Foto na página 105]

      1914 Foi Previsto

      “Foi em 606 AC que terminou o reino de Deus, que se removeu o diadema e toda a Terra foi entregue aos gentios. 2.520 anos contados desde 606 AC terminarão em AD 1914.”f — The Three Worlds, publicado em 1877, página 83.

      “A evidência bíblica é clara e forte de que os ‘Tempos dos Gentios’ são um período de 2.520 anos, desde o ano de 606 AC até e inclusive AD 1914.” — Studies in the Scriptures, Volume 2, escrito por C. T. Russell e publicado em 1889, página 79.

      Charles Taze Russell e seus companheiros estudantes da Bíblia deram-se conta, com décadas de antecedência, de que 1914 marcaria o fim dos Tempos dos Gentios, ou dos tempos designados das nações. (Lucas 21:24) Embora naqueles dias primitivos não entendessem plenamente o que isto significaria, estavam convencidos de que 1914 seria uma data importante na história do mundo, e eles estavam certos. Note o seguinte extrato dum jornal:

      “O horrível irrompimento da guerra na Europa tem cumprido uma profecia extraordinária. No último quarto de século, por meio de pregadores e pela imprensa, os ‘Estudantes Internacionais da Bíblia’, melhor conhecidos como ‘Auroristas do Milênio’, têm proclamado ao mundo que o Dia da Ira profetizado na Bíblia amanheceria em 1914. ‘Olhem bem para 1914!’ — tem sido o brado de centenas de evangelistas viajantes.” — The World, jornal de Nova York, 30 de agosto de 1914.

      [Nota(s) de rodapé]

      f Providencialmente, esses Estudantes da Bíblia não se haviam dado conta de que não existe ano zero entre “AC” e “EC” (ou “AD”). Mais tarde, quando uma pesquisa feita tornou necessário ajustar 606 AC para 607 AEC, eliminou-se também o ano zero, de modo que ainda valia a predição de “AD 1914”. — Veja “A Verdade Vos Tornará Livres”, publicado em português em 1946 pelas Testemunhas de Jeová, página 242.

      [Quadro na página 106]

      1914 — Momento Decisivo

      A obra Politikens Verdenshistorie—Historiens Magt og Mening (História Mundial de Politiken — O Poder e o Sentido da História), publicada em 1987 em Copenhague, Dinamarca, faz a seguinte observação na página 40:

      “A fé que, no século 19, se tinha no progresso recebeu em 1914 um golpe fatal. No ano antes do irrompimento da guerra, o historiador e político dinamarquês Peter Munch escreveu com otimismo: ‘Toda a evidência é contrária à probabilidade duma guerra entre as grandes potências europeias. “O perigo duma guerra” também desaparecerá no futuro, como já se deu vez após vez desde 1871.’

      “Em contraste, lemos nas suas memórias posteriores: ‘O irrompimento da guerra em 1914 é o grande momento decisivo da história da humanidade. Duma brilhante época de progresso, em que se podia seguir empenhos com razoável segurança, entramos numa era de desastre, de horror e de ódio, havendo insegurança em toda a parte. Ninguém podia dizer, nem mesmo hoje pode alguém dizer, se a escuridão que nos sobreveio naquele tempo significará a permanente destruição de toda a estrutura cultural que o homem criou para si mesmo durante milênios.’”

      [Foto na página 110]

      ‘Cada monte removido do seu lugar’

      [Foto na página 111]

      Esconderam-se em cavernas

  • A selagem do Israel de Deus
    Revelação — Seu Grandioso Clímax Está Próximo!
    • Capítulo 19

      A selagem do Israel de Deus

      Visão 4 — Revelação 7:1-17

      Assunto: Os 144.000 são selados, e uma grande multidão é vista em pé diante do trono de Jeová e diante do Cordeiro

      Tempo do cumprimento: A partir da entronização de Cristo Jesus, em 1914, passando para o seu Reinado milenar

       1. “Quem é que pode ficar de pé” no grande dia do furor divino?

      “QUEM é que pode ficar de pé?” (Revelação 6:17) De fato, quem? Quando o grande dia do furor divino devastar o sistema de Satanás, é bem possível que governantes e povos do mundo façam esta pergunta. Para eles, parecerá que o iminente cataclismo acabará com toda a vida humana. Mas fará isso? Felizmente, o profeta de Deus nos assegura: “Todo aquele que invocar o nome de Jeová salvar-se-á.” (Joel 2:32) Os apóstolos Pedro e Paulo confirmam esse fato. (Atos 2:19-21; Romanos 10:13) Sim, aqueles que invocarem o nome de Jeová sobreviverão. Quem serão? Veremos isso no desenrolar da próxima visão.

       2. Por que é admirável que haja sobreviventes do dia de juízo de Jeová?

      2 É deveras admirável que alguém consiga passar vivo pelo dia de juízo de Jeová, porque outro profeta de Deus o descreve nas seguintes palavras: “Eis que saiu de Jeová um vendaval, o próprio furor, uma tormenta impetuosa. Rodopiará sobre a cabeça dos iníquos. A ira ardente de Jeová não recuará até que ele tenha executado e até que tenha realizado as ideias de seu coração.” (Jeremias 30:23, 24) É urgente que adotemos medidas para aguentar essa tormenta! — Provérbios 2:22; Isaías 55:6, 7; Sofonias 2:2, 3.

      Os Quatro Ventos

       3. (a) Que serviço especial realizado por anjos João observa? (b) O que simbolizam “os quatro ventos”?

      3 Antes de Jeová desencadear esta fúria, anjos celestiais prestam um serviço especial. João vê isso agora na visão: “Depois disso vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, segurando firmemente os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, ou sobre o mar, ou sobre qualquer árvore.” (Revelação 7:1) O que significa isso para nós, hoje? Estes “quatro ventos” são um símbolo vívido do julgamento destrutivo prestes a ser desencadeado sobre uma sociedade humana terrestre, iníqua, sobre o “mar” empolado da humanidade violadora da lei, e sobre governantes altaneiros como árvores, que derivam seu apoio e seu sustento do povo da Terra. — Isaías 57:20; Salmo 37:35, 36.

       4. (a) O que os quatro anjos representam? (b) Qual será o efeito sobre a organização terrestre de Satanás quando os quatro ventos forem soltos?

      4 Sem dúvida, os quatro anjos representam quatro grupos angélicos, usados por Jeová para suster a execução do julgamento até o tempo designado. Quando os anjos soltarem esses ventos do furor divino, para girarem, todos de uma só vez, do norte, do sul, do leste e do oeste, a devastação será tremenda. Será semelhante, mas em escala estupenda, ao uso que Jeová fez de quatro ventos para espalhar os antigos elamitas, desbaratando-os e exterminando-os. (Jeremias 49:36-38) Será um gigantesco vendaval, muito mais devastador do que a “tormenta” com a qual Jeová aniquilou a nação de Amom. (Amós 1:13-15) Nenhuma parte da organização de Satanás, na Terra, poderá resistir no dia da fúria de Jeová, quando ele vindicar a sua soberania por toda a eternidade. — Salmo 83:15, 18; Isaías 29:5, 6.

       5. Como a profecia de Jeremias nos ajuda a entender que os julgamentos de Deus abrangerão a Terra inteira?

      5 Podemos ter certeza de que os julgamentos de Deus assolarão a Terra inteira? Veja novamente o que seu profeta Jeremias disse: “Eis que sai uma calamidade de nação em nação e suscitar-se-á até mesmo uma grande tormenta desde as partes mais remotas da terra. E os mortos por Jeová certamente virão a estar naquele dia de uma extremidade da terra até à outra extremidade da terra.” (Jeremias 25:32, 33) É durante esta tormenta que este mundo ficará envolvido em escuridão. Suas organizações governantes serão abaladas até desaparecerem. (Revelação 6:12-14) Mas o futuro não será escuro para todos. Então, por causa de quem são seguros os quatro ventos?

      A Selagem dos Escravos de Deus

       6. Quem manda os anjos segurar os quatro ventos, e isso dá tempo para quê?

      6 João continua, descrevendo como alguns seriam marcados para sobreviver, dizendo: “E eu vi outro anjo ascender desde o nascente do sol, tendo um selo do Deus vivente; e ele gritou com voz alta para os quatro anjos aos quais se concedera fazer dano à terra e ao mar, dizendo:‘Não façais dano nem à terra, nem ao mar,nem às árvores, até depois de termos selado os escravos de nosso Deus nas suas testas.’” — Revelação 7:2, 3.

       7. Quem é realmente o quinto anjo, e que evidência nos ajuda a determinar sua identidade?

      7 Embora não se mencione o nome deste quinto anjo, toda a evidência indica que deve ser o glorificado Senhor Jesus. Em harmonia com Jesus ser o Arcanjo, mostra-se aqui que ele tem autoridade sobre os outros anjos. (1 Tessalonicenses 4:16; Judas 9) Ele ascende desde o leste, igual aos “reis do nascente do sol” — Jeová e seu Cristo — que vêm executar o julgamento, assim como fizeram os reis Dario e Ciro, quando humilharam a antiga Babilônia. (Revelação 16:12; Isaías 45:1; Jeremias 51:11; Daniel 5:31) Este anjo também se assemelha a Jesus no sentido de que se lhe confia a selagem dos cristãos ungidos. (Efésios 1:13, 14) Além disso, quando se soltam os ventos, é Jesus quem guia os exércitos celestiais na execução do julgamento nas nações. (Revelação 19:11-16) Logicamente, pois, seria Jesus quem ordenaria que a destruição da organização terrestre de Satanás fosse sustada até que se selassem os escravos de Deus.

       8. O que é a selagem, e quando começou?

      8 O que é esta selagem, e quem são esses escravos de Deus? A selagem começou em Pentecostes de 33 EC, quando os primeiros cristãos judeus foram ungidos com espírito santo. Mais tarde, Deus passou a chamar e a ungir “pessoas das nações”. (Romanos 3:29; Atos 2:1-4, 14, 32, 33; 15:4) O apóstolo Paulo escreveu que os cristãos ungidos têm a garantia de que ‘pertencem a Cristo’, e acrescentou que Deus “pôs também o seu selo sobre nós e nos deu o penhor daquilo que há de vir, isto é, o espírito, em nossos corações”. (2 Coríntios 1:21, 22; veja Revelação 14:1.) Portanto, quando esses escravos são adotados como filhos espirituais de Deus, eles recebem um penhor antecipado da sua herança celestial — um selo, ou uma garantia. (2 Coríntios 5:1, 5; Efésios 1:10, 11) Podem assim dizer: “O próprio espírito dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus. Então, se somos filhos, somos também herdeiros: deveras, herdeiros de Deus, mas co-herdeiros de Cristo, desde que soframos juntamente, para que também sejamos glorificados juntamente.” — Romanos 8:15-17.

       9. (a) Que perseverança se requer da parte dos remanescentes filhos de Deus, gerados pelo espírito? (b) Por quanto tempo prosseguirá a prova dos ungidos?

      9 “Desde que soframos juntamente” — o que significa isso? Para receber a coroa da vida, os cristãos ungidos precisam perseverar, fiéis até a morte. (Revelação 2:10) Não é uma questão de ‘uma vez salvo, salvo para sempre’. (Mateus 10:22; Lucas 13:24) Antes, são admoestados: “Fazei . . . o vosso máximo para vos assegurar da vossa chamada e escolha.” Iguais ao apóstolo Paulo, por fim devem poder dizer: “Tenho travado a luta excelente, tenho corrido até o fim da carreira, tenho observado a fé.” (2 Pedro 1:10, 11; 2 Timóteo 4:7, 8) Portanto, aqui na Terra, a prova e a peneiração dos remanescentes filhos de Deus, gerados pelo espírito, têm de prosseguir até que Jesus e seus anjos acompanhantes tenham firmemente aposto o selo ‘na testa’ de todos esses, identificando-os conclusiva e irrevogavelmente como provados e fiéis “escravos de nosso Deus”. Este selo torna-se então um sinal permanente. Pelo visto, quando os quatro ventos da tribulação forem soltos, todo o Israel espiritual terá sido selado definitivamente, embora uns poucos ainda estejam vivos na carne. (Mateus 24:13; Revelação 19:7) Todo o seu rol de membros estará completo! — Romanos 11:25, 26.

      Quantos São Selados?

      10. (a) Que textos bíblicos indicam que o número dos selados é limitado? (b) Qual é o número total dos selados e como são alistados?

      10 Jesus disse aos candidatos a essa selagem: “Não temas, pequeno rebanho, porque vosso Pai aprovou dar-vos o reino.” (Lucas 12:32) Outros textos, tais como Revelação 6:11 e Romanos 11:25, indicam que o número deste pequeno rebanho é deveras limitado e, de fato, predeterminado. As próximas palavras de João confirmam isso: “E ouvi o número dos selados: cento e quarenta e quatro mil, selados de toda tribo dos filhos de Israel: Da tribo de Judá, doze mil selados; da tribo de Rubem, doze mil; da tribo de Gade, doze mil; da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil; da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; da tribo de Zebulão, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim, doze mil selados.” — Revelação 7:4-8.

      11. (a) Por que não se pode aplicar ao Israel literal, carnal, a referência às 12 tribos? (b) Por que alista Revelação as 12 tribos? (c) Por que não existe nenhuma tribo exclusivamente régia ou sacerdotal no Israel de Deus?

      11 Não pode isso referir-se ao Israel literal, carnal? Não, porque Revelação 7:4-8 diverge da costumeira listagem tribal. (Números 1:17, 47) É óbvio que a listagem aqui não se destina a identificar os judeus carnais pelas suas tribos, mas a mostrar a estrutura organizacional similar do Israel espiritual. Essa estrutura é harmoniosa. Haverá exatamente 144.000 membros desta nova nação — 12.000 de cada uma das 12 tribos. Nenhuma tribo neste Israel de Deus é exclusivamente régia ou sacerdotal. Todos os membros da nação governarão como reis, e todos servirão como sacerdotes. — Gálatas 6:16; Revelação 20:4, 6.

      12. Por que é apropriado que os 24 anciãos cantem diante do Cordeiro as palavras de Revelação 5:9, 10?

      12 Embora os judeus naturais e os prosélitos judaicos fossem os primeiros a receber a oportunidade de ser escolhidos para o Israel espiritual, apenas uma minoria daquela nação a aceitou. Portanto, Jeová estendeu o convite aos gentios. (João 1:10-13; Atos 2:4, 7-11; Romanos 11:7) Como no caso dos efésios, que anteriormente haviam estado “apartados do estado de Israel”, não judeus poderiam então ser selados com o espírito de Deus e tornar-se parte da congregação de cristãos ungidos. (Efésios 2:11-13; 3:5, 6; Atos 15:14) Portanto, é apropriado que os 24 anciãos cantem diante do Cordeiro: “Com o teu sangue compraste pessoas para Deus, dentre toda tribo, e língua, e povo, e nação, e fizeste deles um reino e sacerdotes para o nosso Deus, e hão de reinar sobre a terra.” — Revelação 5:9, 10.

      13. Por que Tiago, meio-irmão de Jesus, podia dirigir apropriadamente sua carta “às doze tribos que estão espalhadas”?

      13 A congregação cristã é “raça escolhida, sacerdócio real, nação santa”. (1 Pedro 2:9) Substituindo o Israel natural qual nação de Deus, torna-se um novo Israel que é “realmente ‘Israel’”. (Romanos 9:6-8; Mateus 21:43)a Por este motivo, era bem apropriado que o meio-irmão de Jesus, Tiago, dirigisse a sua carta pastoral “às doze tribos que estão espalhadas”, quer dizer, à congregação mundial de cristãos ungidos, que com o tempo ascenderia a 144.000. — Tiago 1:1.

      O Atual Israel de Deus

      14. O que mostra que as Testemunhas de Jeová têm sustentado coerentemente que 144.000 é o número literal dos que compõem o Israel espiritual?

      14 É interessante que Charles T. Russell reconhecia que 144.000 era o número literal das pessoas que constituem um Israel espiritual. No seu livro A Nova Criação, Volume VI, de Estudos das Escrituras, publicado em inglês em 1904, ele escreveu: “Temos todos os motivos para crer que o número definido, fixo, dos eleitos [escolhidos ungidos] seja aquele várias vezes mencionado em Revelação (7:4; 14:1); a saber, 144.000 ‘remidos dentre os homens’.” Em Luz, Livro Um, publicado em inglês em 1930 pelos Estudantes da Bíblia, declarou-se igualmente: “Mostra-se assim os 144.000 membros do corpo de Cristo, em assembleia, como selecionados e ungidos, ou selados.” As Testemunhas de Jeová têm coerentemente sustentado o conceito de que o Israel espiritual é composto literalmente de 144.000 cristãos ungidos.

      15. Pouco antes do dia do Senhor, o que pensavam sinceros estudantes da Bíblia que os judeus naturais usufruiriam depois do fim dos Tempos dos Gentios?

      15 Não obstante, não merece o Israel natural, hoje, algum favor especial? No período pouco antes do dia do Senhor, quando sinceros estudantes da Bíblia redescobriam muitas das verdades básicas da Palavra de Deus, pensava-se que, com o fim dos Tempos dos Gentios, os judeus usufruiriam novamente uma posição privilegiada perante Deus. Neste respeito, o livro de C. T. Russell, O Tempo Está Próximo (Volume II de Estudos das Escrituras, em inglês), publicado em 1889, aplicava Jeremias 31:29-34 aos judeus naturais, e comentava: “O mundo é testemunha do fato de que a punição dos judeus debaixo do domínio dos gentios tem sido contínua, desde [607] AC, que ela ainda continua e que não há motivo de se esperar a reorganização nacional deles antes de AD 1914, o limite de seus ‘sete tempos’ — 2.520 anos.” Parecia que os judeus teriam então uma restauração nacional, e esta perspectiva aparentemente tornou-se mais provável em 1917, quando a Declaração Balfour penhorou o apoio britânico de transformar a Palestina em lar nacional para os judeus.

      16. Que esforços fizeram as Testemunhas de Jeová para levar aos judeus naturais a mensagem cristã, e com que resultado?

      16 Depois da Primeira Guerra Mundial, a Palestina tornou-se um território sob o mandato da Grã-Bretanha, e abriu-se assim o caminho para muitos judeus retornarem àquela terra. Em 1948 foi constituído o político Estado de Israel. Não indicava isso que os judeus estavam para receber bênçãos divinas? Durante muitos anos, as Testemunhas de Jeová acreditavam que fosse assim. De modo que, em 1925, publicaram em inglês um livro de 128 páginas, Conforto Para os Judeus. Em 1929, lançaram um atraente livro de 360 páginas, Vida, destinado a interessar os judeus, e que tratava também do livro bíblico de Jó. Fizeram-se grandes esforços, especialmente na cidade de Nova York, para contatar os judeus com esta mensagem messiânica. Felizmente, algumas pessoas reagiram favoravelmente, mas os judeus, na maior parte, iguais aos seus antepassados do primeiro século, rejeitaram a evidência da presença do Messias.

      17, 18. O que passaram a entender os escravos de Deus na Terra a respeito do novo pacto e das profecias bíblicas sobre o restabelecimento?

      17 Era óbvio que os judeus, como povo e como nação, não eram o Israel descrito em Revelação 7:4-8, ou em outras profecias bíblicas relacionadas com o dia do Senhor. Seguindo a tradição, os judeus continuavam a evitar o uso do nome divino. (Mateus 15:1-3, 7-9) Considerando Jeremias 31:31-34, o livro Jeová, publicado pelas Testemunhas de Jeová em 1934, declarava conclusivamente: “O novo pacto não se refere aos descendentes naturais de Israel, nem à humanidade em geral, e sim ao Israel espiritual.” As profecias bíblicas sobre o restabelecimento não se referiam nem aos judeus naturais, nem ao Israel político, que é membro das Nações Unidas e parte do mundo sobre o qual Jesus falou em João 14:19, 30, e 18:36.

      18 Em 1931, os escravos de Deus, na Terra, haviam recebido com grande alegria o nome de Testemunhas de Jeová. Podiam endossar de todo o coração as palavras do Salmo 97:11: “A própria luz brilhou para o justo e a alegria, até mesmo para os retos no coração.” Podiam discernir claramente que somente o Israel espiritual fora aceito no novo pacto. (Hebreus 9:15; 12:22, 24) O Israel natural, insensível, não tinha parte nele, nem a humanidade em geral. Tal entendimento preparou o caminho para um brilhante lampejo de luz divina, notável nos anais da história teocrática. Este revelaria quão abundantemente Jeová exerce sua misericórdia, sua benevolência e sua verdade para com todos os humanos que se chegam a ele. (Êxodo 34:6; Tiago 4:8) Sim, outros, além do Israel de Deus, seriam beneficiados por segurarem os anjos os quatro ventos de destruição. De quem se trata? Será você um deles? Vejamos isso agora.

      [Nota(s) de rodapé]

      a Apropriadamente, o nome Israel significa “Deus Contende; Contendedor (Perseverador) com Deus”. — Gênesis 32:28, nota da Tradução do Novo Mundo com Referências.

      [Foto de página inteira na página 114]

      [Foto nas páginas 116, 117]

      A escolha geral do verdadeiro Israel de Deus se realizou desde o dia de Pentecostes de 33 EC até 1935, ano em que, num congresso histórico das Testemunhas de Jeová, em Washington, DC, EUA, a ênfase passou a ser dada ao ajuntamento duma grande multidão com perspectivas de vida terrestre (Revelação 7:9)

  • Uma numerosa grande multidão
    Revelação — Seu Grandioso Clímax Está Próximo!
    • Capítulo 20

      Uma numerosa grande multidão

       1. Depois de João descrever a selagem dos 144.000, que outro grupo é visto por ele?

      DEPOIS de descrever a selagem dos 144.000, João passa a relatar uma das mais emocionantes revelações em todas as Escrituras. Seu coração deve ter pulado de alegria ao narrá-la, dizendo: “Depois destas coisas eu vi, e, eis uma grande multidão, que nenhum homem podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, trajados de compridas vestes brancas; e havia palmas nas suas mãos.” (Revelação 7:9) Sim, segurarem-se os quatro ventos permite a salvação de outro grupo, além dos 144.000 membros do Israel espiritual: uma grande multidão multilíngue, internacional.a — Revelação 7:1.

       2. Como alguns comentaristas do mundo têm explicado a grande multidão, e como este grupo foi encarado, no passado, até mesmo pelos Estudantes da Bíblia?

      2 Comentaristas do mundo têm interpretado esta grande multidão como se referindo a não judeus carnais convertidos ao cristianismo ou a mártires cristãos destinados a ir para o céu. No passado, até mesmo os Estudantes da Bíblia a consideravam como uma classe celestial secundária, conforme se nota no Volume I de Estudos das Escrituras, O Plano Divino das Eras, de 1886, em inglês: “Eles perdem o prêmio do trono e da natureza divina, mas finalmente obterão o nascimento como seres espirituais duma ordem inferior à natureza divina. Embora sejam verdadeiramente consagrados, são vencidos pelo espírito mundano a tal ponto, que deixam de entregar sua vida em sacrifício.” E tão recentemente como em 1930, essa ideia foi expressa em Luz, Livro Um, em inglês: “Aqueles que constituem esta grande multidão deixam de aceitar o convite de se tornarem testemunhas zelosas do Senhor.” Foram descritos como grupo justo aos seus próprios olhos, que tinha certo conhecimento da verdade, mas fazia pouco quanto a pregá-la. Iriam para o céu como classe secundária, que não participaria em reinar com Cristo.

       3. (a) Que esperança se oferecia a certas pessoas de coração reto, que mais tarde se tornaram zelosas na pregação? (b) Como A Sentinela, em 1923, explicou a parábola das ovelhas e dos cabritos?

      3 Havia, porém, outros associados dos cristãos ungidos que mais tarde se tornaram muito zelosos na pregação. Eles não aspiravam ir para o céu. De fato, sua esperança estava em harmonia com o título dum discurso público destacado pelos do povo de Jeová entre 1918 e 1922. Originalmente, era “O Mundo Findou — Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão”.b Pouco depois, a revista A Sentinela de 15 de outubro de 1923, em inglês, explicou a parábola de Jesus a respeito das ovelhas e dos cabritos (Mateus 25:31-46), declarando: “As ovelhas representam todos os povos das nações, não gerados pelo espírito, mas tendendo para a justiça, que mentalmente reconhecem a Jesus Cristo como o Senhor, e que aguardam e esperam um tempo melhor sob o reinado dele.”

       4. Como a luz a respeito da classe terrestre aumentou em 1931, em 1932 e em 1934?

      4 Alguns anos mais tarde, em 1931, a obra Vindicação, Livro Um, em inglês, considerava o capítulo 9 de Ezequiel, identificando as pessoas marcadas na testa para preservação, no fim do mundo, como as ovelhas da acima mencionada parábola. Vindicação, Livro Três, lançado em 1932, descreveu a atitude reta de coração do não israelita Jonadabe, que se juntou ao rei ungido de Israel, Jeú, no carro deste, e o acompanhou para ver o zelo de Jeú em executar os aderentes da religião falsa. (2 Reis 10:15-17) O livro comentou: “Jonadabe representava ou prefigurava aquela classe de pessoas agora na Terra, durante o tempo em que a obra de Jeú [de proclamar os julgamentos de Jeová] está em progresso, e que são de boa vontade, estão em desacordo com a organização de Satanás, tomam sua posição do lado da justiça e são aquelas que o Senhor preservará durante o tempo do Armagedom, levando-as através daquela dificuldade e dando-lhes vida eterna na Terra. Estas constituem a classe das ‘ovelhas’.” Em 1934, A Sentinela tornou claro que esses cristãos, que tinham esperança terrestre, deviam dedicar-se a Jeová e ser batizados. A luz a respeito desta classe terrestre aumentava cada vez mais. — Provérbios 4:18.

       5. (a) Que identificação da grande multidão foi feita em 1935? (b) Em 1935, quando J. F. Rutherford pediu que os congressistas que tinham esperança de viver para sempre na Terra se levantassem, o que aconteceu?

      5 Era então iminente abrir-se o entendimento de Revelação 7:9-17 em toda a sua refulgência! (Salmo 97:11) A revista A Sentinela expressara repetidas vezes a esperança de que um congresso programado para 30 de maio a 3 de junho de 1935, em Washington, DC, EUA, seria de “verdadeiro consolo e benefício” para os retratados por Jonadabe. E assim veio a ser! Num emocionante discurso sobre “A Grande Multidão”, proferido perante uns 20.000 congressistas, J. F. Rutherford, que na época liderava a obra mundial de pregação, apresentou provas bíblicas de que as hodiernas outras ovelhas são as mesmas pessoas que as da grande multidão de Revelação 7:9. No clímax deste discurso, o orador perguntou: “Será que todos que têm a esperança de viver para sempre na Terra gostariam de ficar em pé?” Quando uma grande parte da assistência se pôs de pé, o orador declarou: “Eis a grande multidão!” Houve um silêncio, seguido por estrondosos aplausos. Quão alegres ficaram os da classe de João — e também os do grupo de Jonadabe! No dia seguinte, 840 novas Testemunhas foram batizadas, a maioria delas professando ser desta grande multidão.

      Confirmação da Identidade da Grande Multidão

       6. (a) Por que podemos entender claramente que a grande multidão é o hodierno grupo de cristãos dedicados que esperam viver para sempre na Terra? (b) O que simbolizam as compridas vestes brancas da grande multidão?

      6 Como é possível que declaremos tão positivamente que a grande multidão é este hodierno grupo de cristãos dedicados que esperam viver para sempre na Terra de Deus? Anteriormente, João observara em visão o grupo celestial ‘comprado para Deus dentre toda tribo, e língua, e povo, e nação’. (Revelação 5:9, 10) Os da grande multidão têm origem similar, mas destino diferente. Diferentemente do Israel de Deus, seu número não é predeterminado. Ninguém pode dizer de antemão quantos deles haverá. Suas vestes compridas são embranquecidas no sangue do Cordeiro, simbolizando que têm uma posição justa perante Jeová, em virtude da sua fé no sacrifício de Jesus. (Revelação 7:14) E acenam com palmas, aclamando o Messias como seu Rei.

      7, 8. (a) Os acenos com palmas, sem dúvida, lembravam que evento ao apóstolo João? (b) Qual é o significado de os da grande multidão acenarem com palmas?

      7 Ao passo que João continua observando esta visão, seus pensamentos o devem estar levando mais de 60 anos para trás, para a última semana de Jesus na Terra. Em 9 de nisã de 33 EC, quando as multidões afluíam para acolher Jesus em Jerusalém, elas “tomaram ramos de palmeiras e saíram ao encontro dele. E começaram a clamar: ‘Salva, rogamos-te! Bendito aquele que vem em nome de Jeová, sim, o rei de Israel!’” (João 12:12, 13) De maneira similar, os acenos com palmas e o clamor por parte da grande multidão mostram sua irrestrita alegria em aceitar Jesus como o Rei designado por Jeová.

      8 Sem dúvida, as palmas e os clamores exultantes lembram também a João a antiga Festividade das Barracas dos israelitas. Jeová ordenara para esta festividade: “E no primeiro dia tendes de tomar para vós o fruto de árvores esplêndidas, as folhas de palmeiras e os galhos de árvores ramosas, e choupos do vale da torrente, e tendes de alegrar-vos perante Jeová, vosso Deus, por sete dias.” As palmas foram usadas como sinal de regozijo. As barracas temporárias eram lembrete de que Jeová salvara seu povo do Egito, para que vivesse em tendas, no ermo. “O residente forasteiro, e o menino órfão de pai, e a viúva” participavam nesta festividade. Todo o Israel devia “ficar de todo alegre”. — Levítico 23:40; Deuteronômio 16:13-15.

       9. Em que clamor alegre participam os da grande multidão?

      9 É apropriado, portanto, que os da grande multidão, embora não façam parte do Israel espiritual, acenem com palmas, visto que alegremente e com gratidão atribuem a vitória e a salvação a Deus e ao Cordeiro, conforme João aqui observa: “E gritavam com voz alta, dizendo: ‘Devemos a salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro.’” (Revelação 7:10) Embora procedam de todos os grupos étnicos, os da grande multidão clamam com apenas aquela única “voz alta”. Como podem fazer isso, apesar da sua diversidade de nações e línguas?

      10. Como a grande multidão pode clamar de forma unida, com uma só “voz alta”, apesar da diversidade de nações e línguas?

      10 Os desta grande multidão fazem hoje parte da única realmente unida organização plurinacional na Terra. Não têm normas diferentes em países diferentes, mas aplicam coerentemente os corretos princípios da Bíblia onde quer que vivam. Não se envolvem em movimentos nacionalistas, revolucionários, mas realmente ‘forjaram das espadas relhas de arado’. (Isaías 2:4) Não estão divididos em seitas ou denominações religiosas, propalando mensagens confusas e mutuamente contraditórias, assim como fazem as religiões da cristandade; nem deixam entregue a uma classe profissional de clérigos dar os louvores em seu lugar. Não clamam que devem a salvação ao espírito santo, porque não são servos dum deus trino. Em uns 200 territórios geográficos, em toda a Terra, estão unidos em invocar o nome de Jeová, falando a única língua pura da verdade. (Sofonias 3:9) Reconhecem corretamente, em público, que sua salvação procede de Jeová, o Deus de salvação, por meio de Jesus Cristo, Seu Agente Principal da salvação. — Salmo 3:8; Hebreus 2:10.

      11. Como a tecnologia moderna tem ajudado os da grande multidão a fazer sua voz alta soar ainda mais alta?

      11 A tecnologia moderna tem ajudado a fazer com que a voz alta da grande multidão unida soe ainda mais alta. Nenhum outro grupo religioso na Terra sente necessidade de publicar compêndios bíblicos em mais de 500 línguas, visto que nenhum outro grupo está interessado em alcançar todos os povos da Terra com uma só mensagem harmoniosa. Como ajuda adicional neste sentido, sob a supervisão do ungido Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, desenvolveu-se o Sistema Eletrônico de Fotocomposição Multilíngue (MEPS). Na ocasião de se reimprimir este livro, diversos tipos de MEPS estão sendo usados em mais de 125 lugares em toda a Terra, e isso tem ajudado a tornar possível a publicação simultânea da revista quinzenal, A Sentinela, em mais de 190 idiomas. O povo de Jeová publica também simultaneamente livros, tais como este, em diversas línguas. Deste modo, as Testemunhas de Jeová, das quais os da grande multidão constituem a vasta maioria, conseguem distribuir anualmente centenas de milhões de publicações em todas as línguas mais conhecidas, habilitando multidões adicionais de todas as tribos e línguas a estudar a Palavra de Deus e a juntar suas vozes à voz alta da grande multidão. — Isaías 42:10, 12.

      No Céu ou na Terra?

      12, 13. Em que sentido a grande multidão está “em pé diante do trono e diante do Cordeiro”?

      12 Como sabemos que estar “em pé diante do trono” não significa que a grande multidão está no céu? Sobre este ponto há bastante evidência clara. Por exemplo, a palavra grega traduzida aqui por “diante” (e·nó·pi·on) significa literalmente “à vista [do]” e é usada diversas vezes com respeito a humanos na Terra, que estão “diante” ou “à vista” de Jeová. (1 Timóteo 5:21; 2 Timóteo 2:14; Romanos 14:22; Gálatas 1:20) Em certa ocasião, quando os israelitas estavam no ermo, Moisés disse a Arão: “Dize à assembleia inteira dos filhos de Israel: ‘Chegai-vos perante Jeová, porque ele ouviu os vossos resmungos.’” (Êxodo 16:9) Os israelitas não precisavam ser transportados para o céu a fim de estar perante Jeová naquela ocasião. (Veja Levítico 24:8.) Antes, ali mesmo, no ermo, estavam à vista de Jeová, e ele fixava a sua atenção neles.

      13 Lemos adicionalmente: “Quando o Filho do homem chegar na sua glória, . . . diante dele serão ajuntadas todas as nações.”c A inteira raça humana não estará no céu por ocasião do cumprimento desta profecia. Certamente, aqueles que “partirão para o decepamento eterno” não estarão no céu. (Mateus 25:31-33, 41, 46) Antes, a humanidade está na Terra, à vista de Jesus, e ele fixa sua atenção nela para julgá-la. De modo similar, a grande multidão está “diante do trono e diante do Cordeiro”, no sentido de que está à vista de Jeová e de seu Rei, Cristo Jesus, de quem recebe julgamento favorável.

      14. (a) Quem é descrito como estando “ao redor do trono” e “no monte Sião” celestial? (b) Embora os da grande multidão sirvam a Deus “no seu templo”, por que isso não os torna uma classe sacerdotal?

      14 Os 24 anciãos e o grupo ungido dos 144.000 são descritos como estando “ao redor do trono” de Jeová e “no monte Sião” celestial. (Revelação 4:4; 14:1) A grande multidão não é uma classe sacerdotal e não obtém tal posição elevada. É verdade que mais tarde ela é descrita em Revelação 7:15 como servindo a Deus “no seu templo”. Mas esse templo não se refere ao santuário interior, o Santíssimo. Antes, trata-se do pátio terrestre do templo espiritual de Deus. A palavra grega na·ós, aqui traduzida “templo”, muitas vezes transmite o sentido amplo da inteira estrutura erigida para a adoração de Jeová. Hoje, é uma estrutura espiritual que abrange tanto o céu como a Terra. — Veja Mateus 26:61; 27:5, 39, 40; Marcos 15:29, 30; João 2:19-21, nota da Tradução do Novo Mundo com Referências.

      Um Brado Universal de Louvor

      15, 16. (a) Qual é a reação no céu ao surgimento da grande multidão? (b) Como a criação espiritual de Jeová reage a cada nova revelação dos propósitos dele? (c) Como nós, na Terra, podemos participar no cântico de louvor?

      15 A grande multidão está louvando a Jeová, mas outros também cantam seus louvores. João relata: “E todos os anjos estavam em pé ao redor do trono e dos anciãos, e das quatro criaturas viventes, e prostraram-se sobre os seus rostos diante do trono e adoraram a Deus, dizendo: ‘Amém! A bênção, e a glória, e a sabedoria, e o agradecimento, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus para todo o sempre. Amém.’” — Revelação 7:11, 12.

      16 Quando Jeová criou a Terra, todos os seus santos anjos ‘juntos gritavam de júbilo e todos os filhos de Deus começaram a bradar em aplauso’. (Jó 38:7) Toda nova revelação do propósito de Jeová deve ter ocasionado brados similares de louvor por parte dos anjos. Quando os 24 anciãos — os 144.000 na sua glória celestial — bradam em reconhecimento do Cordeiro, juntam-se a eles todas as outras criaturas celestiais de Deus com louvores a Jesus e a Jeová Deus. (Revelação 5:9-14) Estas criaturas já ficaram mais do que jubilosas por observarem o cumprimento do propósito de Jeová ao ressuscitar os fiéis humanos ungidos para um lugar glorioso no domínio espiritual. Agora, todas as fiéis criaturas celestiais de Jeová irrompem em louvor melodioso em vista do aparecimento da grande multidão. Deveras, o dia do Senhor é um tempo emocionante para todos os servos de Jeová. (Revelação 1:10) Quão privilegiados somos nós, aqui na Terra, de participar no cântico de louvor por dar testemunho do Reino de Jeová!

      Surge a Grande Multidão

      17. (a) Que pergunta é feita por um dos 24 anciãos, e poder o ancião achar a resposta sugere o quê? (b) Quando se respondeu à pergunta do ancião?

      17 Desde o tempo do apóstolo João, e até o dia do Senhor, cristãos ungidos ficaram curiosos quanto à identidade da grande multidão. Portanto, é apropriado que um dos 24 anciãos, representando os ungidos já no céu, estimule o raciocínio de João por fazer uma pergunta pertinente: “E, em resposta, um dos anciãos me disse: ‘Quem são estes que trajam compridas vestes brancas e donde vieram?’ Eu lhe disse assim imediatamente: ‘Meu senhor, és tu quem sabes.’” (Revelação 7:13, 14a) Sim, este ancião podia achar a resposta e dá-la a João. Isto sugere que os ressuscitados do grupo dos 24 anciãos talvez estejam envolvidos em transmitir verdades divinas hoje em dia. Os da classe de João, na Terra, da sua parte, ficaram sabendo da identidade da grande multidão por observarem de perto o que Jeová realizava no meio dela. Chegaram a reconhecer prontamente os brilhantes lampejos de luz divina, que adornaram com cores brilhantes o firmamento teocrático em 1935, no tempo devido de Jeová.

      18, 19. (a) Que esperança foi enfatizada pelos da classe de João durante os anos 20 e 30, mas quem aceitou a mensagem em crescente número? (b) A identificação da grande multidão, em 1935, indicava o que a respeito dos 144.000? (c) O que revelam as estatísticas da Comemoração?

      18 Durante os anos 20 e no começo dos anos 30, os da classe de João haviam enfatizado a esperança celestial, tanto nas publicações como na pregação. Pelo visto, ainda era preciso preencher o pleno número dos 144.000. Mas um crescente número daqueles que aceitavam a mensagem e que mostravam zelo na obra de testemunho passaram a professar interesse em viver para sempre na Terra paradísica. Não tinham nenhum desejo de ir para o céu. Não era a vocação deles. Não faziam parte do pequeno rebanho, mas, antes, das outras ovelhas. (Lucas 12:32; João 10:16) Serem em 1935 identificados como a grande multidão de outras ovelhas era indício de que a escolha dos 144.000 estava quase completa.

      19 É esta conclusão apoiada pelas estatísticas? Sim, é apoiada por elas. Em 1938, em todo o mundo, 59.047 Testemunhas de Jeová participaram no ministério. Destas, 36.732 tomaram dos emblemas na anual Comemoração da morte de Jesus, indicando assim que tinham uma chamada celestial. Nos anos desde então, o número destes participantes tem progressivamente diminuído, principalmente porque fiéis Testemunhas de Jeová terminaram sua carreira terrestre. Em 2005, apenas 8.524 tomaram dos emblemas na Comemoração — apenas 0,05 por cento dos 16.390.116 que assistiram a esta observância global.

      20. (a) Durante a Segunda Guerra Mundial, que comentário J. F. Rutherford fez em particular sobre a grande multidão? (b) Que fatos mostram agora que a grande multidão é deveras grande?

      20 Quando irrompeu a Segunda Guerra Mundial, Satanás fez empenhos cruéis de impedir a colheita da grande multidão. Em muitos países, a obra de Jeová foi restrita. Durante esses dias tenebrosos, e pouco antes da sua morte em janeiro de 1942, J. F. Rutherford disse: “Bem . . . parece que a grande multidão, afinal, não vai ser tão grande assim.” Mas a bênção divina determinou outra coisa! Até 1946, o número de Testemunhas de Jeová que ministravam em todo o mundo havia aumentado para 176.456 — sendo a maioria deles da grande multidão. Em 2005, havia 6.390.022 Testemunhas que serviam a Jeová fielmente em 235 terras — deveras UMA GRANDE MULTIDÃO! E o número continua aumentando.

      21. (a) De que modo a colheita do povo de Deus durante o dia do Senhor tem sido em plena harmonia com a visão de João? (b) Como passaram a cumprir-se certas profecias importantes?

      21 A colheita do povo de Deus, durante o dia do Senhor, tem sido assim em plena harmonia com a visão de João: primeiro a obra do ajuntamento dos remanescentes dos 144.000; depois, o ajuntamento da grande multidão. Conforme Isaías profetizara, agora, “na parte final dos dias”, pessoas de todas as nações afluem para participar na adoração pura de Jeová. E, de fato, exultamos de apreço pela criação de “novos céus e uma nova terra” por Jeová. (Isaías 2:2-4; 65:17, 18) Deus está ajuntando “novamente todas as coisas no Cristo, as coisas nos céus e as coisas na terra”. (Efésios 1:10) Os herdeiros ungidos do Reino celestial — escolhidos no decorrer dos séculos, desde os dias de Jesus — são “as coisas nos céus”. E agora, a grande multidão de outras ovelhas surge como as primeiras das “coisas na terra”. Servir você em harmonia com este arranjo pode significar sua eterna felicidade.

      As Bênçãos da Grande Multidão

      22. Que informação adicional João recebe a respeito da grande multidão?

      22 Pelo canal divino, João recebe informação adicional sobre esta grande multidão: “E ele [o ancião] me disse: ‘Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro. É por isso que estão diante do trono de Deus; e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo; e O que está sentado no trono estenderá sobre eles a sua tenda.’” — Revelação 7:14b, 15.

      23. O que é a grande tribulação da qual a grande multidão ‘sai’?

      23 Numa ocasião anterior, Jesus dissera que sua presença na glória do Reino culminaria numa “grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo”. (Mateus 24:21, 22) Em cumprimento desta profecia, os anjos soltarão os quatro ventos da Terra para devastar o sistema mundial de Satanás. Primeiro desaparecerá Babilônia, a Grande, o império mundial da religião falsa. Depois, no auge da tribulação, Jesus livrará os remanescentes dos 144.000 na Terra, junto com a numerosa grande multidão. — Revelação 7:1; 18:2.

      24. Como os da grande multidão se habilitam para a sobrevivência?

      24 Como se habilitam os da grande multidão para a sobrevivência? O ancião diz a João que eles “lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro”. Em outras palavras, exerceram fé em Jesus como seu Resgatador, dedicaram-se a Jeová, simbolizaram sua dedicação pelo batismo em água e têm “uma boa consciência” por causa da sua conduta correta. (1 Pedro 3:16, 21; Mateus 20:28) Assim, aos olhos de Jeová, são limpos e justos. E mantêm-se “sem mancha do mundo”. — Tiago 1:27.

      25. (a) Como a grande multidão presta a Jeová “serviço sagrado, dia e noite, no seu templo”? (b) Como é que Jeová ‘estende a sua tenda’ sobre a grande multidão?

      25 Além disso, tornaram-se zelosas Testemunhas de Jeová — “prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo”. Você pertence a essa dedicada grande multidão? Em caso afirmativo, tem o privilégio de servir a Jeová sem cessar, no pátio terrestre do Seu grande templo espiritual. Hoje, sob a direção dos ungidos, os da grande multidão estão realizando em muito a maior parte da obra de dar testemunho. Apesar de responsabilidades seculares, centenas de milhares deles fizeram arranjos para se empenhar no ministério de tempo integral como pioneiros. Mas, quer você seja deste grupo, quer não, como membro dedicado da grande multidão pode alegrar-se de que, por causa da sua fé e das suas obras, é declarado justo como amigo de Deus e é bem-vindo como hóspede na tenda dele. (Salmo 15:1-5; Tiago 2:21-26) Assim, Jeová ‘estende sua tenda’ sobre aqueles que o amam, e, como bom anfitrião, protege-os. — Provérbios 18:10.

      26. Que outras bênçãos usufruirão os da grande multidão?

      26 O ancião prossegue: “Não terão mais fome, nem terão mais sede, nem se abaterá sobre eles o sol, nem calor abrasador, porque o Cordeiro, que está no meio do trono, os pastoreará e os guiará a fontes de águas da vida. E Deus enxugará toda lágrima dos olhos deles.” (Revelação 7:16, 17) Sim, Jeová é deveras hospitaleiro! Mas qual é o sentido profundo dessas palavras?

      27. (a) Como Isaías profetizou algo similar às palavras do ancião? (b) O que mostra que a profecia de Isaías começou a se cumprir na congregação cristã nos dias de Paulo?

      27 Consideremos uma profecia fraseada de modo similar: “Assim disse Jeová: ‘Num tempo de boa vontade te respondi e num dia de salvação te ajudei . . . Não terão fome, nem terão sede, nem se abaterá sobre eles o calor abrasador ou o sol. Porque Aquele que se apiada deles os guiará e os conduzirá junto às fontes de água.’” (Isaías 49:8, 10; veja também Salmo 121:5, 6.) O apóstolo Paulo citou parte desta profecia e a aplicou ao “dia de salvação” que começou em Pentecostes de 33 EC. Ele escreveu: “Pois ele [Jeová] diz: ‘Num tempo aceitável te ouvi e num dia de salvação te ajudei.’ Eis que agora é o tempo especialmente aceitável. Eis que agora é o dia de salvação.” — 2 Coríntios 6:2.

      28, 29. (a) Como se cumpriram no primeiro século as palavras de Isaías? (b) Como se cumprem as palavras de Revelação 7:16 com respeito aos da grande multidão? (c) O que resultará de a grande multidão ser guiada a “fontes de águas da vida”? (d) Por que é que a grande multidão será ímpar entre a humanidade?

      28 Que aplicação tinha naquele tempo a promessa de não ter mais fome nem sede, nem sofrer calor abrasador? Os cristãos no primeiro século certamente sofreram às vezes fome e sede literais. (2 Coríntios 11:23-27) Em sentido espiritual, porém, tinham abundância. Foram abundantemente providos, de modo que não tinham fome ou sede de coisas espirituais. Além disso, Jeová não fez o calor da sua ira abater-se sobre eles, quando destruiu o sistema judaico de coisas em 70 EC. As palavras de Revelação 7:16 têm um cumprimento espiritual similar na atual grande multidão. Esta, junto com os cristãos ungidos, usufrui abundantes provisões espirituais. — Isaías 65:13; Naum 1:6, 7.

      29 Se você for um dos desta grande multidão, a boa condição do seu coração o fará ‘gritar de júbilo’, não importa o que tenha de suportar em matéria de privações e pressões durante os anos finais do sistema de Satanás. (Isaías 65:14) Neste sentido, mesmo já agora, Jeová lhe pode ‘enxugar toda lágrima dos olhos’. Você não é mais ameaçado pelo “sol” tórrido do julgamento adverso de Deus, e quando os quatro ventos da destruição forem soltos, você poderá ser poupado ao “calor abrasador” do desagrado de Jeová. Depois de terminar esta destruição, o Cordeiro o guiará para que tire pleno proveito das revitalizadoras “fontes de águas da vida”, as quais representam todas as provisões de Jeová para você obter a vida eterna. Sua fé no sangue do Cordeiro será vindicada, porque você será gradualmente elevado à perfeição humana. Os da grande multidão serão ímpares entre a humanidade como os “milhões” que nem mesmo tiveram de morrer! No sentido mais pleno, toda lágrima terá sido enxugada dos seus olhos. — Revelação 21:4.

      Assegurar-se da Chamada

      30. Que perspectiva magnífica a visão de João abre para nós, e quem poderá “ficar de pé”?

      30 Que perspectiva magnífica essas palavras abrem para nós! O próprio Jeová está no seu trono, e todos os seus servos, celestiais e terrestres, estão unidos em louvá-lo. Seus servos terrestres reconhecem quão enorme é o privilégio de participar neste crescente coro de louvor. Muito em breve, Jeová e Cristo Jesus executarão o julgamento, e então se ouvirá o clamor: “Veio o grande dia do seu furor, e quem é que pode ficar de pé?” (Revelação 6:17) E a resposta? Apenas uma minoria da humanidade, incluindo quaisquer dos 144.000 selados que talvez ainda estiverem vivendo na Terra, e uma grande multidão de outras ovelhas que ‘ficarão de pé’, quer dizer, sobreviverão junto com eles. — Jeremias 35:19; 1 Coríntios 16:13.

      31. Como o cumprimento da visão de João deve afetar os cristãos, tanto os ungidos como os da grande multidão?

      31 Em vista deste fato, os cristãos ungidos da classe de João empenham-se vigorosamente “para alcançar o alvo do prêmio da chamada para cima, da parte de Deus, por meio de Cristo Jesus”. (Filipenses 3:14) Apercebem-se plenamente de que os acontecimentos durante os dias atuais requerem perseverança especial da sua parte. (Revelação 13:10) Depois de servirem lealmente a Jeová por tantos anos, apegam-se firmemente à fé, alegrando-se de que seus nomes estejam “inscritos nos céus”. (Lucas 10:20; Revelação 3:5) Os da grande multidão também sabem que somente “quem tiver perseverado até o fim é o que será salvo”. (Mateus 24:13) Embora a grande multidão, como grupo, seja marcada para sair da grande tribulação, os membros individuais dela precisam esforçar-se para permanecer limpos e ativos.

      32. Que situação urgente é destacada pelo fato de que apenas dois grupos ‘ficarão de pé’ no dia do furor de Jeová?

      32 Não há nenhuma evidência de que alguém à parte destes dois grupos ‘ficará de pé’ no dia do furor de Jeová. O que significa isso para os milhões de pessoas, todo ano, que mostram certo respeito pelo sacrifício de Jesus por assistir à Comemoração da morte dele, mas que ainda não exercem fé no sacrifício de Jesus a ponto de se tornarem servos dedicados e batizados de Jeová, ativos no serviço dele? Além disso, que dizer daqueles que antes eram ativos, mas que deixaram seu coração ‘ficar sobrecarregado com as ansiedades da vida’? Todos estes devem despertar e manter-se acordados, a fim de serem “bem-sucedidos em escapar de todas estas coisas que estão destinadas a ocorrer, e em ficar em pé diante do Filho do homem” — Jesus Cristo. O tempo é curto! — Lucas 21:34-36.

      [Nota(s) de rodapé]

      a Veja a nota na Tradução do Novo Mundo com Referências.

      b The Watch Tower, 1.º de abril de 1918, página 98.

      c Literalmente, “perante ele”, em The Kingdom Interlinear Translation of the Greek Scriptures (Tradução Interlinear do Reino das Escrituras Gregas).

      [Quadro na página 119]

      As Interpretações Pertencem a Deus

      Durante muitas décadas, os da classe de João quiseram saber a identidade da grande multidão, mas não encontraram uma explicação satisfatória. Por que não? Encontramos a resposta nas palavras do fiel José, ao dizer ele: “Não pertencem a Deus as interpretações?” (Gênesis 40:8) Quando e como Deus interpreta o cumprimento de suas profecias? Usualmente isso se dá quando estão prestes a cumprir-se ou estão em vias de cumprimento, para que sua mensagem possa ser claramente discernida pelos servos pesquisadores dele. Tal entendimento é dado “para a nossa instrução, para que, por intermédio da nossa perseverança e por intermédio do consolo das Escrituras tivéssemos esperança”. — Romanos 15:4.

      [Quadro na página 124]

      Membros da grande multidão

      ▪ procedem de todas as nações, tribos, povos e línguas

      ▪ estão de pé diante do trono de Jeová

      ▪ lavaram e embranqueceram suas vestes compridas no sangue do Cordeiro

      ▪ atribuem a salvação a Jeová e a Jesus

      ▪ saem da grande tribulação

      ▪ servem a Jeová no seu templo, dia e noite

      ▪ recebem a amorosa proteção e os cuidados de Jeová

      ▪ são pastoreados por Jesus até as fontes de águas da vida

      [Foto de página inteira na página 121]

      [Foto na página 127]

      A grande multidão deve a salvação a Deus e ao Cordeiro

      [Foto na página 128]

      O Cordeiro guiará a grande multidão a fontes de águas da vida

  • As pragas de Jeová lançadas sobre a cristandade
    Revelação — Seu Grandioso Clímax Está Próximo!
    • Capítulo 21

      As pragas de Jeová lançadas sobre a cristandade

      Visão 5 — Revelação 8:1-9:21

      Assunto: O toque de seis das sete trombetas

      Tempo do cumprimento: Desde a entronização de Cristo Jesus, em 1914, até a grande tribulação

       1. O que acontece quando o Cordeiro abre o sétimo selo?

      “OS QUATRO ventos” estão sendo segurados até que os 144.000 do Israel espiritual sejam selados e a grande multidão seja aprovada para a sobrevivência. (Revelação 7:1-4, 9) Entretanto, antes que este vendaval tempestuoso irrompa sobre a Terra, também é preciso divulgar os julgamentos adversos de Jeová contra o mundo de Satanás! Enquanto o Cordeiro passa a abrir o sétimo e último selo, João deve estar bem atento para ver o que se vai desenrolar. Ele transmite agora a nós o que se passa: “E quando ele [o Cordeiro] abriu o sétimo selo, houve no céu um silêncio por cerca de meia hora. E eu vi os sete anjos que estão em pé diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas.” — Revelação 8:1, 2.

      Tempo de Oração Fervorosa

       2. O que ocorre durante a simbólica meia hora de silêncio no céu?

      2 Um silêncio bem significativo! Meia hora pode parecer muito tempo quando se espera que algo aconteça. Não se ouve agora nem mesmo o constante coro celestial de louvor. (Revelação 4:8) Por que não? João vê na visão o motivo disso: “E chegou outro anjo e parou junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dada uma grande quantidade de incenso para oferecer, junto com as orações de todos os santos, no altar de ouro que estava diante do trono. E a fumaça do incenso ascendeu da mão do anjo com as orações dos santos perante Deus.” — Revelação 8:3, 4.

       3. (a) De que nos faz lembrar a queima de incenso? (b) Qual é o objetivo da meia hora de silêncio no céu?

      3 Isto nos faz lembrar que, sob o sistema de coisas judaico, queimava-se diariamente incenso no tabernáculo, e, em anos posteriores, no templo em Jerusalém. (Êxodo 30:1-8) Durante essa queima de incenso, os israelitas não sacerdotais esperavam fora da área sagrada, orando — sem dúvida, de modo silencioso, no coração — Àquele a quem ascendia a fumaça do incenso. (Lucas 1:10) João vê agora algo similar acontecer no céu. O incenso oferecido pelo anjo é associado com “as orações dos santos”. De fato, numa visão anterior se diz que o incenso representa essas orações. (Revelação 5:8; Salmo 141:1, 2) Assim, pelo visto, o simbólico silêncio no céu destina-se a permitir que as orações dos santos na Terra sejam ouvidas.

      4, 5. Que acontecimentos históricos nos ajudam a determinar o período correspondente à simbólica meia hora de silêncio?

      4 Podemos determinar quando isto aconteceu? Sim, podemos, pelo exame do contexto, junto com acontecimentos históricos logo no começo do dia do Senhor. (Revelação 1:10) Durante 1918 e 1919, acontecimentos na Terra harmonizavam-se notavelmente com o cenário descrito em Revelação 8:1-4. Durante 40 anos antes de 1914, os Estudantes da Bíblia — como as Testemunhas de Jeová se chamavam então — haviam anunciado destemidamente que os tempos dos gentios terminariam naquele ano. Os eventos aflitivos de 1914 provaram que tinham razão. (Lucas 21:24, Almeida; Mateus 24:3, 7, 8) No entanto, muitos deles também acreditavam que em 1914 seriam levados da Terra para a sua herança celestial. Isto não aconteceu. Antes, na Primeira Guerra Mundial, tiveram de suportar um tempo de severa perseguição. Em 31 de outubro de 1916 faleceu o primeiro presidente da Sociedade Torre de Vigia (dos EUA), Charles T. Russell. Daí, em 4 de julho de 1918, o novo presidente, Joseph F. Rutherford, e outros sete representantes da Sociedade foram transportados para a penitenciária de Atlanta, Geórgia, erroneamente sentenciados a muitos anos de prisão.

      5 Os cristãos sinceros, da classe de João, ficaram perplexos. O que Deus queria que fizessem a seguir? Quando seriam levados para o céu? O número em inglês da Sentinela de 1.º de maio de 1919 publicou um artigo intitulado: “Terminou a Colheita — O Que se Seguirá?” Refletia esse estado de incerteza e exortava os fiéis a continuarem perseverantes, acrescentando: “Acreditamos ser uma declaração verídica dizer que a colheita da classe do reino é um fato consumado, que todos esses estão devidamente selados e que a porta se fechou.” Durante esse período difícil, as fervorosas orações dos da classe de João ascendiam como que na fumaça duma grande quantidade de incenso. E suas orações estavam sendo ouvidas!

      Lançou Fogo Para a Terra

       6. O que acontece depois do silêncio no céu, e em resposta a quê?

      6 João nos conta: “Mas o anjo tomou imediatamente o incensário e encheu-o de um pouco de fogo do altar, e lançou-o para a terra. E houve trovões, e vozes, e relâmpagos, e um terremoto.” (Revelação 8:5) Depois do silêncio, há uma repentina atividade dramática! Esta ocorre evidentemente em resposta às orações dos santos, visto que é desencadeada por fogo tirado do altar de incenso. Lá em 1513 AEC, no monte Sinai, trovões e relâmpagos, um alto ruído, fogo e um tremor do monte indicavam que Jeová voltara sua atenção para o seu povo. (Êxodo 19:16-20) As manifestações similares relatadas por João também indicam que Jeová dá atenção aos seus servos na Terra. Mas o que João observa é apresentado em sinais. (Revelação 1:1) Então, como se devem interpretar hoje os simbólicos fogo, trovões, vozes, relâmpagos e terremoto?

       7. (a) Que fogo simbólico Jesus acendeu na Terra, durante o seu ministério? (b) Como foi que os irmãos espirituais de Jesus acenderam um fogo na cristandade?

      7 Em certa ocasião, Jesus disse aos seus discípulos: “Eu vim dar início a um fogo na terra.” (Lucas 12:49) De fato, ele acendeu um fogo. Por meio da sua zelosa pregação, Jesus tornava o Reino de Deus a questão primordial perante o povo judeu, e isto deu origem a uma acesa controvérsia em toda aquela nação. (Mateus 4:17, 25; 10:5-7, 17, 18) Em 1919, os irmãos espirituais de Jesus na Terra, o pequeno grupo de cristãos ungidos que haviam sobrevivido aos dias dificultosos da Primeira Guerra Mundial, acenderam um fogo similar na cristandade. Em setembro daquele ano, o espírito de Jeová evidenciava-se notavelmente enquanto suas Testemunhas leais, de toda a parte, se reuniram em Cedar Point, Ohio, EUA. Joseph F. Rutherford, recém-libertado da prisão, e prestes a ter todas as acusações contra ele retiradas, disse destemidamente aos reunidos naquele congresso: “Obedientes à ordem de nosso Amo, e reconhecendo nosso privilégio e dever de guerrear contra os baluartes do erro, que por tanto tempo têm mantido o povo em servidão, tivemos e temos a vocação de anunciar o entrante reino glorioso do Messias.” Esta é a questão primordial — o Reino de Deus!

      8, 9. (a) Como J. F. Rutherford descreveu a atitude e o desejo do povo de Deus durante os anos difíceis de guerra? (b) Como foi que um fogo foi lançado para a Terra? (c) Como veio a haver trovões, vozes, relâmpagos e um terremoto?

      8 Referindo-se às experiências duras passadas pouco antes pelos do povo de Deus, o orador disse: “O ataque do inimigo foi tão impiedoso, que muitos do querido rebanho do Senhor ficaram atordoados e pararam em espanto, orando e esperando que o Senhor indicasse a Sua vontade. . . . Mas, apesar do momentâneo desânimo, havia o desejo ardente de proclamar a mensagem do reino.” — Veja The Watch Tower de 15 de setembro de 1919, página 280.

      9 Esse desejo foi satisfeito em 1919. Esse pequeno mas ativo grupo de cristãos ficou inflamado, em sentido espiritual, para começar uma campanha mundial de pregação. (Veja 1 Tessalonicenses 5:19.) Fogo foi lançado para a Terra no sentido de que o Reino de Deus foi tornado uma questão acesa, e ela continua acesa! Vozes fortes substituíram o silêncio, proclamando com clareza a mensagem do Reino. Ressoaram avisos trovejantes de tormenta, baseados na Bíblia. Iguais a relâmpagos, brilhantes lampejos de verdade procederam da Palavra profética de Jeová, e, como que por um poderoso terremoto, o domínio religioso foi abalado até os alicerces. Os da classe de João compreenderam que havia trabalho a fazer. E esta obra continua até hoje a se expandir gloriosamente por toda a Terra habitada! — Romanos 10:18.

      Preparação Para os Toques de Trombeta

      10. Para fazer o que se preparam os sete anjos, e por quê?

      10 João prossegue: “E os sete anjos com as sete trombetas prepararam-se para tocá-las.” (Revelação 8:6) O que significa o toque dessas trombetas? Nos dias de Israel, toques de trombeta eram usados para indicar dias importantes ou eventos notáveis. (Levítico 23:24; 2 Reis 11:14) De modo similar, os toques das trombetas que João ouviria traria à atenção assuntos de importância vital.

      11. Em que obra preparatória na Terra estavam atarefados os da classe de João de 1919 a 1922?

      11 Ao passo que os anjos se aprontavam para tocar essas trombetas, sem dúvida, eles também dirigiam uma obra preparatória na Terra. De 1919 a 1922, os da revitalizada classe de João se ocupavam em reorganizar o ministério público e em aumentar as instalações da sua editora. Em 1919 publicara-se em inglês a revista A Idade de Ouro, hoje conhecida em português por Despertai!, como “Revista de Fatos, Esperança e Convicção” — um instrumento igual a uma trombeta, que havia de desempenhar um papel vital na exposição do envolvimento da religião falsa na política.

      12. O que anuncia cada toque de trombeta, lembrando-nos o que nos dias de Moisés?

      12 Conforme veremos agora, cada um dos toques de trombeta anuncia uma cena dramática, em que pragas terríveis afetam partes da terra. Algumas delas nos fazem lembrar as pragas que Jeová enviou para punir os egípcios,

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