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Deus pode ajudá-lo a se preparar para Seu grande diaViva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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SEÇÃO 1
Deus pode ajudá-lo a se preparar para Seu grande dia
“Está próximo o grande dia de Jeová”, disse o profeta de Deus. (Sofonias 1:14) Esse dia se aproxima rapidamente, de modo que temos de viver levando isso em conta. Você sabia que os chamados Profetas Menores têm algo importante a dizer sobre esse grande dia? Os Capítulos 1 a 3 deste livro o ajudarão a conhecer melhor esses 12 profetas e os assuntos de seus livros. Desse modo poderá se beneficiar do que eles escreveram, encontrando lições práticas para sua vida.
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Conheça a Jeová e sirva a eleViva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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SEÇÃO 2
Conheça a Jeová e sirva a ele
O que os livros dos 12 profetas contêm que nos faz querer conhecer ainda melhor a Jeová? Por que as mensagens de Jeová transmitidas por esses profetas são tão úteis hoje? Ao considerar os Capítulos 4 a 7 deste livro, encontrará indicações sobre como adorar a Deus e viver segundo seus padrões. Por exemplo, o que ele espera de você quanto a exercer a justiça nos seus tratos com outros? Sem dúvida, verá que esses 12 livros proféticos podem melhorar a sua vida hoje.
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Agrade a Deus na sua conduta e nos seus relacionamentosViva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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SEÇÃO 3
Agrade a Deus na sua conduta e nos seus relacionamentos
Como responderia à pergunta: ‘O que Jeová pede de você?’ (Miqueias 6:8) Os escritos dos 12 profetas nos dão algumas ideias. Como verá nos Capítulos 8 a 10 deste livro, esses escritos poderão ajudá-lo a enfrentar desafios tais como o de sempre falar a verdade e como evitar a violência. Verá também sugestões sobre a vida familiar que, com certeza, serão úteis.
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Aguarde o dia de Jeová com alegriaViva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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SEÇÃO 4
Aguarde o dia de Jeová com alegria
Jeová usou seus profetas para nos alertar a respeito do que está à frente — a manifestação de Sua ira. Mas não devemos imaginá-lo como Deus furioso. Ele ‘rejubila sobre seu povo com clamores felizes’. Ao continuarmos na expectativa de seu grande dia, temos todos os motivos para ‘nos alegrar e rejubilar de todo o coração’. (Sofonias 3:14, 17) Como você pode manifestar isso nas suas ações e atitudes? E por que pode ser grato pelas coisas que você estuda nos 12 livros proféticos?
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Mensagens de Jeová para o passado e o presenteViva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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CAPÍTULO UM
Mensagens de Jeová para o passado e o presente
1, 2. O que se pode dizer sobre a busca de tesouros escondidos, mas o que pode ajudar você a encontrar prazer na vida?
AO LONGO das eras, muitos já sonharam em encontrar algum tesouro escondido. Você já leu histórias sobre exploradores, arqueólogos e outros que realmente procuraram tais tesouros? Embora você talvez não participe nesse tipo de busca, que tal se encontrasse mesmo um tesouro? Seria muito recompensador se esse tesouro melhorasse sua vida ou a tornasse mais prazerosa e bem-sucedida.
2 A maioria das pessoas jamais vai à caça de tesouros literais, mas vai à busca de felicidade talvez se esforçando para ganhar dinheiro, ter boa saúde e um bom casamento — tesouros que não se encontram cavando o solo. Também não existe um mapa literal indicando a localização desses tesouros. Como sabe, é preciso esforço para encontrá-los. É por isso que muitos são gratos por bons conselhos sobre como atingir seus objetivos e tornar a vida mais prazerosa e bem-sucedida.
3, 4. Onde você pode encontrar conselhos práticos sobre como viver melhor?
3 Você realmente tem à disposição conselhos úteis, orientações que já ajudaram outros a ser felizes. A Bíblia oferece os melhores conselhos sobre como viver melhor, conforme muitos já constataram. O autor inglês Charles Dickens disse a respeito da Bíblia: “É o melhor livro que já existiu ou existirá no mundo . . . porque ensina as melhores lições pelas quais qualquer criatura humana . . . pode ser guiada.”
4 Essas palavras não causam surpresa para os que consideram a Bíblia como inspirada por Deus. É provável que você concorde com a afirmação que lemos em 2 Timóteo 3:16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça.” Em outras palavras, na Bíblia há informações muito úteis que mostram às pessoas como viver melhor em meio às complexidades do mundo moderno. Aqueles que guiam seus passos pela Bíblia podem ter uma vida realmente mais satisfatória e bem-sucedida.
5-7. Em que partes da Bíblia podem-se encontrar orientações benéficas?
5 Mas em que partes da Bíblia você acha que se encontram tais conselhos? Alguns mencionam o Sermão do Monte, no qual Jesus deu conselhos práticos sobre aspectos da vida diária. Outros se lembram dos escritos do apóstolo Paulo. E todos podem encontrar conselhos úteis nos Salmos e nos Provérbios — livros cheios de sabedoria. Na realidade, dependendo de sua situação ou dos desafios que você enfrenta, qualquer livro bíblico pode ser útil, mesmo os que são essencialmente históricos, como os de Josué até Ester. Seus relatos contêm lições alertadoras para toda pessoa que deseja ser feliz em servir a Deus. (1 Coríntios 10:11) De fato, nesses livros há conselhos que você poderá usar ao dirigir os seus passos, para tornar bem-sucedida a sua vida. Lembre-se da seguinte verdade: “Todas as coisas escritas outrora foram escritas para a nossa instrução, para que, por intermédio da nossa perseverança e por intermédio do consolo das Escrituras, tivéssemos esperança.” — Romanos 15:4; Josué 1:8; 1 Crônicas 28:8, 9.
6 No entanto, existe uma seção na Bíblia onde se podem encontrar tesouros, mas que, para muitos, ainda é um território praticamente inexplorado. Trata-se do grupo de 12 livros muitas vezes chamado de Profetas Menores. Em geral, esses livros se encontram depois dos livros bíblicos maiores de Ezequiel e Daniel, mas antes do Evangelho de Mateus. (Na maioria das Bíblias, os 12 livros estão nesta ordem: Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.) Como já mencionado, a Bíblia é inspirada por Deus, contém ensinos valiosos e mostra às pessoas como viver melhor. Será que isso se aplica a esses livros?
7 Certamente que sim! De fato, nos chamados Profetas Menores há riquezas realmente úteis que nos mostram como viver melhor hoje em dia. Para entender por que alguns passam por alto esses 12 livros, pense em como eles são chamados em muitas línguas: Profetas Menores. Poderia esse nome influir no modo como as pessoas encaram tais livros? Será que até certo ponto afetou a maneira como você os considera?
SÃO OS “PROFETAS MENORES” MENOS IMPORTANTES?
8. (a) Cite uma das maneiras importantes que Deus usou para dar orientações. (b) Como muitas vezes é chamado o grupo dos 12 livros em consideração, mas o que significa essa expressão?
8 O apóstolo Paulo começou sua carta aos hebreus dizendo: “Deus, que há muito, em muitas ocasiões e de muitos modos, falou aos nossos antepassados por intermédio dos profetas, no fim destes dias nos falou por intermédio dum Filho.” (Hebreus 1:1, 2) Visto que Deus usou profetas humanos para transmitir suas mensagens, não devemos considerar quaisquer desses mensageiros ou seus escritos como menores em importância. No entanto, a expressão “Profetas Menores” leva alguns a crer que o conteúdo desses livros é menos importante. Outros concluem que as mensagens nesses livros têm menos peso do que as de outros livros bíblicos. Na realidade, porém, a expressão “Profetas Menores”,a conforme usada em muitas línguas, refere-se simplesmente ao fato de que esses 12 livros são menores em tamanho.
9. Por que o tamanho de um livro bíblico não é indicativo de seu valor relativo?
9 O fato de um livro bíblico ser curto não é indicativo de sua importância ou valor. O livro de Rute é muito mais curto do que os livros que vêm antes e depois dele; no entanto, quantas informações tocantes ele contém! Esse livro curto enfatiza o apego que devemos ter à adoração verdadeira, ilustra o alto valor que Deus dá às mulheres e fornece detalhes essenciais a respeito da linhagem de Jesus. (Rute 4:17-22) Outro exemplo, quase no fim da Bíblia, é o livro de Judas. É tão curto que, em algumas edições da Bíblia, não ocupa nem uma página inteira. Ainda assim, há nele uma riqueza de informações e orientações inestimáveis: os tratos de Deus com anjos maus, alertas sobre homens corruptos que se infiltrariam na congregação e exortações para travar uma luta árdua pela fé. Da mesma forma, pode ter certeza de que os livros dos chamados Profetas Menores, embora sejam curtos, não são inferiores em conteúdo nem em valor para você.
EM QUE SENTIDO SÃO PROFÉTICOS?
10, 11. (a) Que ideia alguns têm a respeito da palavra “profeta”? (b) Em sentido bíblico, quem eram os profetas, e o que faziam?
10 Outro aspecto a considerar envolve os termos “profeta” e “profético”. Essas palavras relacionam-se com a ideia de prever o futuro. Para muitos, profeta é apenas alguém que prediz o futuro — talvez com palavras misteriosas sujeitas a interpretações. Isso influi na maneira como alguns encaram esses 12 livros.
11 É verdade que a leitura desses 12 livros logo revela que eles contêm muitas predições, grande parte delas sobre a vinda do grande dia de Jeová. Isso se harmoniza com o sentido básico da palavra “profeta”. Profeta era alguém bem achegado a Deus e, em muitos casos, era usado para revelar o futuro. Começando com Enoque, muitos profetas bíblicos de fato previram o futuro. — 1 Samuel 3:1, 11-14; 1 Reis 17:1; Jeremias 23:18; Atos 3:18; Judas 14, 15.
12. Como se pode mostrar que ser profeta envolvia mais do que apenas fazer predições?
12 É preciso lembrar-se, porém, que o papel dos profetas de Jeová não era só declarar predições divinas. Deus muitas vezes usou profetas como porta-vozes para revelar Sua vontade. Por exemplo, talvez não encaremos Abraão, Isaque e Jacó como pessoas que prediziam o futuro; no entanto, o Salmo 105:9-15 os classifica como profetas. Houve casos em que Deus os usou para revelar algo futuro, como, por exemplo, quando Jacó abençoou seus filhos. Mas esses patriarcas também eram profetas no sentido de que informaram às suas famílias o que Jeová dissera a respeito de cumprirem um papel no propósito divino. (Gênesis 20:7; 49:1-28) Outra indicação do alcance de sentido do termo bíblico “profeta” é o fato de que Arão serviu como profeta para Moisés. Arão desempenhou o papel de profeta servindo como porta-voz, ou “boca”, de Moisés. — Êxodo 4:16; 7:1, 2; Lucas 1:17, 76.
13, 14. (a) Dê exemplos de como os profetas fizeram mais do que apenas predições. (b) Como você pode se beneficiar de saber que os profetas fizeram mais do que apenas predições?
13 Veja também o caso dos profetas Samuel e Natã. (2 Samuel 12:25; Atos 3:24; 13:20) Ambos foram usados por Jeová para declarar eventos futuros, mas ele também os usou como profetas de outras maneiras. Como profeta, Samuel instou os israelitas a largar a idolatria e voltar a praticar a adoração pura. E ele declarou o julgamento de Deus contra o Rei Saul, o que nos ensina que Jeová valoriza mais a obediência do que sacrifícios materiais. De fato, uma das atribuições de Samuel como profeta era expressar os conceitos de Deus sobre a maneira correta de viver. (1 Samuel 7:3, 4; 15:22) O profeta Natã predisse que Salomão construiria o templo e que seu reino seria estabelecido firmemente. (2 Samuel 7:2, 11-16) Mas Natã também agiu como profeta ao apontar o pecado de Davi com Bate-Seba e contra Urias. Quem não se lembra de como Natã expôs o adultério de Davi — usando a ilustração de um homem rico que se apoderou da única e amada ovelha de um homem pobre? Natã ajudou também a organizar a adoração verdadeira no santuário de Deus. — 2 Samuel 12:1-7; 2 Crônicas 29:25.
14 O importante é que não devemos encarar as mensagens contidas nesses livros proféticos como meras predições. Eles contêm expressões divinas a respeito de muitas outras coisas, incluindo excelentes esclarecimentos sobre como o povo de Deus daquele tempo devia viver e como nós hoje devemos viver. De fato, temos a garantia de que o conteúdo da Bíblia, incluindo esses 12 livros, é muito útil e prático, pois ajuda as pessoas a ver qual é o melhor modo de vida. Esses livros inspirados dão orientações valiosas que nos ajudam ‘a viver com bom juízo, justiça e devoção piedosa no meio deste atual sistema’. — Tito 2:12.
COMO SE BENEFICIAR
15, 16. (a) Que aspectos figurativos podem ser encontrados nos “Profetas Menores”? (b) Que quadros proféticos contêm esses livros?
15 Ler a inspirada Palavra de Deus pode beneficiar-nos de muitas maneiras. Alguns livros bíblicos narram eventos ocorridos num determinado período, outros são poéticos — cada um com seu valor especial. Em ainda outros se destaca o aspecto figurativo, ou simbólico, como no caso dos 12 livros em consideração. Por exemplo, Jesus tinha em mente o livro de Jonas, quando disse: “Uma geração iníqua e adúltera persiste em buscar um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, exceto o sinal de Jonas, o profeta. Porque, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do enorme peixe, assim estará também o Filho do homem três dias e três noites no coração da terra. Homens de Nínive se levantarão no julgamento com esta geração e a condenarão; porque eles se arrependeram com o que Jonas pregou, mas, eis que algo maior do que Jonas está aqui.” — Mateus 12:39-41.
16 Obviamente, Jesus via no livro de Jonas mais do que apenas um registro histórico dos tratos de Deus com Jonas, das atividades desse profeta em Nínive e do que aconteceu quando ele proclamou a alertadora mensagem divina. Jesus sabia que o profeta Jonas cumpriu um papel figurativo, apontando para Jesus Cristo, para sua morte e ressurreição no terceiro dia. Além do mais, a reação dos ninivitas foi um contraste — um contraste com a maneira como a maioria dos judeus reagiu à pregação e às obras de Jesus. (Mateus 16:4) Por isso, entendemos que esses 12 livros contêm quadros proféticos, ou similaridades, dos tratos de Deus com seu povo nos tempos modernos. Tais estudos são fascinantes e valiosos.b
17. Que enfoque esta obra dá aos 12 livros em consideração?
17 No entanto, o livro que você tem em mãos não é um estudo do significado figurativo, ou simbólico, do livro de Jonas ou dos outros 11 livros. Tampouco é uma análise versículo por versículo. Em vez disso, o enfoque principal são as informações desses livros que podemos aplicar na vida diária. Pergunte-se: ‘Nesses 12 livros, que orientações úteis ou conselhos divinos Jeová me dá? Como esses livros podem me ajudar “a viver com bom juízo, justiça e devoção piedosa no meio deste atual sistema”? O que eles me dizem a respeito da vida, da moral, da vida familiar e das atitudes cristãs nestes dias críticos, visto que “está chegando o dia de Jeová, pois está perto”?’ (Tito 2:12; Joel 2:1; 2 Timóteo 3:1) À medida que você encontrar respostas satisfatórias, provavelmente descobrirá versículos que prezará muito, versículos que até agora não havia usado ao dar conselhos bíblicos a outros. Desse modo, sua reserva de valiosos textos bíblicos certamente aumentará. — Lucas 24:45.
18. Que método este livro adota, e como você pode beneficiar-se disso?
18 Os capítulos neste livro estão agrupados em quatro seções. Ao iniciar cada seção, procure obter uma visão geral dela. Em cada um dos próximos 13 capítulos há dois quadros para ajudá-lo a fixar na mente os assuntos estudados. As perguntas nesses quadros o ajudarão a recapitular o que leu e a refletir sobre seu valor e praticidade. O primeiro quadro fica mais ou menos no meio do capítulo. Ao chegar nesse quadro, considere as perguntas contidas nele. Isso o ajudará a implantar bem fundo no coração o que tiver acabado de estudar. (Mateus 13:8, 9, 23; 15:10; Lucas 2:19; 8:15) O segundo quadro lhe dará a oportunidade de refletir sobre o que você tiver lido na parte final do capítulo e a guardar isso na sua reserva de conhecimento. Portanto, tire tempo para estudar esses quadros. Eles podem ser ferramentas realmente úteis, que indicam maneiras práticas de você se beneficiar do assunto em consideração.
19. Quais são as primeiras coisas que você deve ter em mente a respeito dos 12 livros em questão?
19 Para “preparar o cenário” para o que virá a seguir, pergunte a si mesmo o que você sabe a respeito do conteúdo de cada um desses 12 livros. Por meio de quem Deus apresentou essas mensagens, e que tipo de homens eram? Em que época viveram, e em que situações serviram como profetas? (A tabela cronológica nas páginas 20 e 21 será muito útil; consulte-a com frequência ao estudar os próximos capítulos.) Qual era a mensagem imediata ou aplicação original dessas mensagens, e como esse conhecimento pode ajudá-lo a relacionar a matéria ao contexto? O próximo capítulo o ajudará a obter as respostas a essas perguntas básicas.
a Segundo a Encyclopaedia Judaica, essa expressão “parece basear-se na expressão latina usada na Vulgata (Prophetae Minores). O adjetivo ‘menor’ no título ‘Profetas Menores’ não se refere à importância relativa dos 12 profetas em comparação com Isaías, Jeremias e Ezequiel, mas sim ao . . . tamanho bem menor” de seus livros. — Volume 12, página 49.
b Veja, por exemplo, o estudo sobre Ageu e Zacarias no livro O Paraíso Restabelecido Para a Humanidade — Pela Teocracia!, publicado pelas Testemunhas de Jeová, mas atualmente esgotado.
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Profetas cujas mensagens podem influir na nossa vidaViva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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CAPÍTULO DOIS
Profetas cujas mensagens podem influir na nossa vida
1. Por que você deve se interessar pelos 12 profetas que escreveram os últimos livros das Escrituras Hebraicas?
GOSTARIA de conhecer 12 mensageiros de Deus? Eles viveram antes de Jesus ter vindo à Terra, de modo que você não poderá conhecê-los pessoalmente. Mas poderá conhecê-los por observar como mantiveram bem em mente “o grande dia de Jeová”. E o que você aprenderá com certeza é valioso para todo cristão que sabiamente se esforça em manter em mente o grande dia de Jeová. — Sofonias 1:14; 2 Pedro 3:12.
2, 3. Em que sentido podemos nos identificar com as experiências dos 12 profetas?
2 Um grande número de homens são chamados de profetas nas Escrituras — muitos livros bíblicos levam o nome de profetas. Como os outros profetas, os 12 homens que consideraremos são exemplos de fidelidade e coragem. Alguns tiveram a alegria de ver sua mensagem transformar corações e mentes, fazendo pessoas retornar a Deus. Outros sofreram amargo desapontamento ao ver transgressores violar as normas de Jeová e se opor à sua vontade. Alguns desses 12 sentiram a frustração resultante da complacência e da autogratificação de professos adoradores de Jeová ao seu redor.
3 Como nós hoje, esses 12 profetas viveram em tempos de instabilidade política, convulsão social e declínio religioso. Sendo homens “com sentimentos iguais aos nossos”, com certeza tinham seus próprios temores e desafios. (Tiago 5:17) Mas eles nos deram bom exemplo, e suas mensagens devem ser levadas a sério, pois foram registradas nas “escrituras proféticas” em nosso benefício, “para quem já chegaram os fins dos sistemas”. — Romanos 15:4; 16:26; 1 Coríntios 10:11.
OS 12 PROFETAS E O PERÍODO EM QUE VIVERAM
4. O que você notou quanto à sequência de período em que os 12 profetas viveram, e quais foram os primeiros que Jeová convocou para alertar e motivar seu povo?
4 Talvez imagine que a ordem em que os livros de Oseias a Malaquias aparecem na Bíblia equivale à ordem cronológica em que esses profetas viveram. Não é assim. Por exemplo, os profetas Jonas, Joel, Amós, Oseias e Miqueias viveram no nono e no oitavo séculos AEC.a Nesse período, muitos reis, tanto no reino de Judá (no sul), como no de Israel (no norte), foram infiéis. E seus súditos os imitavam, o que provocou a ira de Deus. Foi nesse tempo que os assírios, e mais tarde os babilônios, procuraram obter o domínio mundial. Os israelitas não podiam imaginar que Jeová usaria essas duas potências mundiais como Seus executores! Você sabe, porém, que Deus muitas vezes alertou Israel e Judá por meio de profetas fiéis.
5. Que grupo de profetas proclamou o julgamento de Jeová quando Judá e Jerusalém estavam em vias de sofrer a desolação?
5 Quando se aproximava a execução do julgamento de Jeová contra Judá e Jerusalém, ele convocou outro grupo de dinâmicos porta-vozes. Quem o compunha? Os profetas Sofonias, Naum, Habacuque e Obadias. Eles atuaram durante o sétimo século AEC. Os eventos mais trágicos que marcaram esse período foram a destruição de Jerusalém pelos babilônios, em 607 AEC, e o exílio dos judeus. Mais uma vez, aconteceu exatamente como Deus alertara em profecias declaradas por alguns desses homens que haviam sido enviados para falar por ele. Eles tentaram alertar o povo contra coisas erradas, como a embriaguez e a violência, mas o povo se recusou a mudar. — Habacuque 1:2, 5-7; 2:15-17; Sofonias 1:12, 13.
6. Como Jeová motivou o restante que voltou do exílio?
6 Após a volta do exílio, o povo de Deus precisava de boa liderança e de consolo e exortações para não se desviar da adoração verdadeira. Outro grupo de profetas — Ageu, Zacarias e Malaquias — preencheu essa necessidade. Eles serviram no sexto e no quinto séculos AEC. À medida que você aprender mais sobre esses 12 corajosos defensores da soberania de Jeová e suas atividades, discernirá lições importantes que poderá usar no seu ministério nestes tempos perigosos. Analisemos agora esses profetas segundo a sequência de período em que serviram.
ESFORÇO PARA SALVAR NAÇÕES OBSTINADAS
7, 8. Como as experiências de Jonas podem nos encorajar a lidar com qualquer falta de confiança?
7 Você já teve uma crise de falta de confiança, talvez achando que sua fé estivesse diminuindo? Nesse caso, as experiências de Jonas são especialmente valiosas para você. Ele viveu no nono século AEC. É provável que saiba que Deus o designara para ir a Nínive, capital do então emergente Império Assírio. A missão de Jonas era denunciar a maldade dos ninivitas. No entanto, em vez de ir para sua designação — uns 900 quilômetros a nordeste de Jerusalém —, Jonas pegou um navio que ia para um porto que provavelmente ficava na Espanha. Ele ia seguindo uns 3.500 quilômetros na direção oposta! O que acha? Será que Jonas foi movido pelo medo, por uma temporária falta de fé ou até mesmo por ressentimento contra um possível arrependimento dos ninivitas que lhes desse condições de, mais tarde, agredir Israel? A Bíblia não diz especificamente. Mas pode-se ver por que é preciso cuidar para que o nosso modo de pensar não se desvie do rumo certo.
8 Você sabe como Jonas reagiu à repreensão de Deus. Dentro do “grande peixe” que o havia engolido, ele reconheceu: “A salvação pertence a Jeová.” (Jonas 1:17; 2:1, 2, 9) Após ter sido salvo de forma milagrosa, Jonas cumpriu sua missão. No entanto, ficou muito desapontado quando Jeová desistiu de destruir os ninivitas porque acataram a mensagem do profeta e se arrependeram. Mais uma vez, Jeová corrigiu amorosamente o profeta, que havia demonstrado egocentrismo. E, embora alguns destaquem as falhas de Jonas, Jeová o considerou um servo obediente e fiel. — Lucas 11:29.
9. Que benefícios você pode tirar da mensagem profética de Joel?
9 Já ficou alguma vez frustrado quando alguém difamou sua mensagem bíblica chamando-a de alarmista? A mensagem do profeta Joel, cujo nome significa “Jeová é Deus”, também foi encarada assim pelos seus compatriotas. Pelo visto, ele registrou suas profecias em Judá por volta de 820 AEC, nos dias do Rei Uzias. Parece que os períodos em que Joel e Jonas trabalharam coincidiram em parte. Joel falou de uma praga de gafanhotos destrutivos que viriam em ondas para devastar o país. De fato, o atemorizante dia de Deus estava próximo. Você verá, no entanto, que a mensagem de Joel não era só de ruína. Num tom positivo, ele indicou que os fiéis ‘escapariam’. (Joel 2:32) Os arrependidos podem alegrar-se com as bênçãos e o perdão de Jeová. Como deve ser reanimador ter em mente que esse aspecto também faz parte da nossa mensagem! Joel predisse que a força ativa de Deus, seu espírito santo, seria derramada “sobre toda sorte de carne”. Consegue ver como você está envolvido nessa profecia? Joel enfatizou a única garantia de salvação: “Todo aquele que invocar o nome de Jeová salvar-se-á.” — Joel 2:28, 32.
10. Como Jeová usou um simples trabalhador sazonal?
10 Você pode entender os sentimentos de Amós caso às vezes se sinta impressionado com a seriedade da mensagem que devemos proclamar, em geral a pessoas que não a aceitam. Amós não era filho de profeta, nem fazia parte de um grupo de profetas; era apenas criador de ovelhas e trabalhador sazonal. Ele profetizou nos dias do Rei Uzias, de Judá, perto do fim do nono século AEC. Apesar de sua origem humilde, Amós (cujo nome significa “ser uma carga; levar uma carga”) transmitiu fortes mensagens a Judá, a Israel e a nações vizinhas. Não o anima saber que Jeová pode capacitar um homem comum a realizar um trabalho tão importante?
11. Até que ponto Oseias se dispunha a ir para fazer a vontade de Deus?
11 Já se perguntou alguma vez: ‘Até que ponto eu estaria disposto a me sacrificar para fazer a vontade de Jeová?’ Pense em Oseias, que viveu mais ou menos na época de Isaías e Miqueias, e que serviu como profeta por cerca de 60 anos. Jeová ordenou que Oseias se casasse com Gômer, “uma esposa de fornicação”. (Oseias 1:2) Dos três filhos que Gômer teve mais tarde, pelo visto só um era de Oseias. Por que Jeová pediria a alguém que suportasse o ultraje da infidelidade conjugal? Jeová estava ensinando uma lição de lealdade e perdão. O reino de Israel, no norte, havia traído a Deus, assim como uma esposa adúltera trai o marido. Mesmo assim, Jeová mostraria seu amor pelo seu povo e tentaria ajudá-lo a se arrepender, algo que certamente nos comove.
12. Que benefícios você pode tirar de estudar o exemplo de Miqueias e os efeitos de seu trabalho como profeta?
12 Você não concorda que os atuais tempos críticos dificultam o desenvolvimento da coragem e da confiança total em Jeová? Se você manifestar essas qualidades, será como Miqueias. Contemporâneo de Oseias e Isaías, Miqueias declarou mensagens contra as nações de Judá e de Israel durante os reinados dos reis judeus Jotão, Acaz e Ezequias, no oitavo século AEC. A extrema corrupção moral e a idolatria haviam profanado o reino de Israel, no norte, que foi destruído com a conquista de Samaria pelos assírios em 740 AEC. O reino de Judá oscilava entre a obediência e a infidelidade a Jeová. Apesar dos eventos ameaçadores, Miqueias podia consolar-se com o fato de que a sua mensagem, de origem divina, temporariamente impediu o mergulho de Judá na corrupção espiritual e o resultante desastre. Para nós hoje é muito consolador ver que alguns acolhem a nossa mensagem de salvação.
PREVISÃO DE CRISE IMINENTE
13, 14. (a) Como o exemplo de Sofonias pode ajudá-lo na sua adoração? (b) Que reforma espiritual as atividades de Sofonias ajudaram a realizar?
13 Com o enfraquecimento gradual das potências mundiais egípcia e assíria, Babilônia se destacava. Sua ascensão logo teria efeitos dramáticos sobre a nação de Judá. Os profetas de Deus alertavam e advertiam os adoradores de Jeová. Considere alguns desses profetas, tendo em mente que os cristãos hoje também pregam uma mensagem de alerta.
14 Se para fazer a vontade de Jeová você teve de romper com tradições familiares, poderá se solidarizar com Sofonias. É possível que ele tenha sido tataraneto do Rei Ezequias e parente do Rei Josias — portanto, membro da família real de Judá. No entanto, Sofonias obedientemente proclamou uma mensagem de denúncia contra a liderança corrupta em Judá. Seu nome significa “Jeová escondeu”. Ele enfatizou que apenas pela misericórdia divina alguém poderia ‘ser escondido no dia da ira de Jeová’. (Sofonias 2:3) Felizmente, a corajosa proclamação de Sofonias deu resultado. O jovem Rei Josias liderou uma reforma espiritual: removeu os ídolos, fez reparos no templo e restaurou a adoração pura. (2 Reis, capítulos 22-23) O trabalho de Sofonias e de outros profetas (Naum e Jeremias) com certeza foi providencial em assessorar e aconselhar o rei. Infelizmente, a maioria dos judeus não se arrependeu com sinceridade. Depois da morte de Josias em batalha, voltaram à idolatria. Não muitos anos depois, foram levados ao cativeiro em Babilônia.
15. (a) Por que Nínive merecia ouvir a mensagem desfavorável proclamada por Naum? (b) O que se pode aprender do que aconteceu com Nínive?
15 Você talvez não se considere importante nem uma pessoa de destaque. Os cristãos têm o grande privilégio de ser “colaboradores” de Deus, mas, pessoalmente, a maioria não tem preeminência. (1 Coríntios 3:9) De modo similar, sobre o profeta Naum sabemos apenas que ele era de uma cidadezinha chamada Elcos, possivelmente em Judá. Mas sua mensagem era poderosa e importante. De que forma? Naum profetizou contra a capital do Império Assírio, Nínive. Seus habitantes acolheram bem o trabalho de Jonas, mas, tempos depois, voltaram ao antigo proceder. Entalhes em pedra encontrados no sítio da antiga Nínive mostram que ela era, como disse Naum, uma “cidade de derramamento de sangue”. (Naum 3:1) Esses entalhes ilustram o tratamento cruel que eles davam aos prisioneiros de guerra. Numa linguagem descritiva e dramática, Naum predisse a destruição total de Nínive. A sua mensagem se cumpriu, assim como se cumprirá a mensagem que transmitimos hoje.
16, 17. Se as nossas expectativas a respeito do fim ainda não se cumpriram plenamente, o que podemos aprender do caso de Habacuque?
16 Ao longo dos séculos, alguns leitores da Bíblia tiveram certas expectativas a respeito do dia de Jeová que não se cumpriram. Hoje, alguns talvez se sintam frustrados por causa da aparente demora da execução do julgamento de Deus. O que você acha? Habacuque expressou sua compreensível preocupação, perguntando: “Até quando, ó Jeová, terei de clamar por ajuda e tu não ouvirás? . . . Por que há assolação e violência diante de mim?” — Habacuque 1:2, 3.
17 Habacuque profetizou num período turbulento da história de Judá, depois do reinado do bom Rei Josias, mas antes da destruição de Jerusalém em 607 AEC. As injustiças e a violência predominavam. Habacuque alertou que a aliança com o Egito não pouparia Judá dos sanguinários babilônios. Ele escreveu num estilo vibrante e dramático, apresentando a ideia consoladora de que ‘o justo continuará a viver pela sua fidelidade’. (Habacuque 2:4) Essas palavras devem ser realmente importantes para nós, considerando que o apóstolo Paulo as citou em três livros das Escrituras Gregas Cristãs. (Romanos 1:17; Gálatas 3:11; Hebreus 10:38) Além do mais, por meio de Habacuque, Jeová nos garante: “A visão ainda é para o tempo designado . . . Não tardará.” — Habacuque 2:3.
18. Por que Jeová ordenou que Obadias profetizasse contra Edom?
18 O profeta Obadias escreveu o livro mais curto das Escrituras Hebraicas — apenas 21 versículos. Tudo o que sabemos a seu respeito é que ele profetizou contra Edom. Os edomitas descendiam do irmão de Jacó, sendo, portanto, ‘irmãos’ dos israelitas. (Deuteronômio 23:7) Mas Edom havia tratado o povo de Deus de modo nada fraternal. Em 607 AEC, mais ou menos quando Obadias escreveu seu livro, eles bloquearam as estradas e entregaram judeus fugitivos aos inimigos babilônios. Jeová predisse a ruína total de Edom, e isso se cumpriu. Como no caso de Naum, sabemos pouco a respeito de Obadias, mas como é animador saber que Deus pode usar como mensageiros pessoas aparentemente insignificantes! — 1 Coríntios 1:26-29.
MOTIVADORAS, CONSOLADORAS E ALERTADORAS
19. Como Ageu ajudou a reanimar o povo de Deus?
19 Ageu foi o primeiro dos três profetas que serviram após a volta de um restante fiel do exílio em Babilônia em 537 AEC. Ele talvez tenha feito parte do primeiro grupo que voltou. Junto com o Governador Zorobabel e o Sumo Sacerdote Josué, e com a cooperação do profeta Zacarias, Ageu tentou motivar os judeus a vencer a oposição externa e a própria apatia deles causada pelo materialismo. Eles tinham de realizar aquilo que havia sido o motivo de sua volta: a reconstrução do templo de Jeová. As quatro mensagens francas e diretas de Ageu, transmitidas em 520 AEC, enfatizaram o nome e a soberania de Jeová. O leitor do livro de Ageu encontrará 14 vezes a expressão “Jeová dos exércitos”. As vigorosas mensagens desse profeta estimularam o povo a reiniciar as obras do templo. Você não se sente reanimado por saber que, como Governante Soberano, Jeová tem poder ilimitado e comanda vastos exércitos de criaturas espirituais? — Isaías 1:24; Jeremias 32:17, 18.
20. Contra que atitude prevalecente Zacarias lutou?
20 Pode ser que você às vezes se sinta um tanto desanimado por causa da falta de zelo de alguns que servem a Deus. Nesse caso, você entende os sentimentos do profeta Zacarias. Assim como seu contemporâneo Ageu, ele enfrentou o desafio de motivar seus companheiros de adoração a persistir na reconstrução do templo. Zacarias lutou muito para fortalecer o povo na execução dessa tarefa monumental. Apesar do comodismo dos que o cercavam, ele se esforçou em estimular forte fé e ações correspondentes. E foi bem-sucedido. Zacarias registrou muitas profecias a respeito de Cristo. Nós também podemos nos fortalecer com a mensagem de que “Jeová dos exércitos” não abandonará as pessoas que buscam o seu favor. — Zacarias 1:3.
NA EXPECTATIVA DO MESSIAS
21. (a) Por que a mensagem de Malaquias era tão necessária? (b) Com que garantia o livro de Malaquias encerra as Escrituras Hebraicas?
21 O último desses 12 profetas, Malaquias, viveu à altura de seu nome, que significa “meu mensageiro”. Sabemos pouco sobre esse profeta, que viveu em meados do quinto século AEC. À base de sua profecia, no entanto, sabemos que ele era um corajoso porta-voz que repreendeu o povo de Deus por seus pecados e sua hipocrisia. As condições descritas por Malaquias são bem similares às retratadas por Neemias, que provavelmente era um contemporâneo de Malaquias. Por que a mensagem de Malaquias era tão necessária? O zelo e o entusiasmo que os profetas Zacarias e Ageu haviam estimulado décadas antes haviam desaparecido. A espiritualidade dos judeus estava num nível muito baixo. Malaquias falou corajosamente contra sacerdotes arrogantes e hipócritas, e criticou as pessoas pela falta de fervor na adoração e os sacrifícios que ofereciam. No entanto, assim como a Palavra de Deus garante uma perspectiva brilhante para o futuro, Malaquias predisse a vinda do precursor do Messias, João Batista, e, depois, do próprio Cristo. A mensagem de Malaquias encerra as Escrituras Hebraicas num tom positivo, prometendo que ‘o sol da justiça brilhará’ para quem teme o nome de Deus. — Malaquias 4:2, 5, 6.
22. O que você acha da personalidade e das mensagens dos 12 profetas?
22 Pode-se ver que os homens que escreveram os últimos 12 livros das Escrituras Hebraicas tinham fé e convicção. (Hebreus 11:32; 12:1) Seu exemplo e suas mensagens podem nos ensinar lições valiosas enquanto aguardamos ansiosamente o “dia de Jeová”. (2 Pedro 3:10) Veja agora como essas mensagens proféticas podem influir no seu futuro eterno.
a Note a tabela cronológica nas páginas 20 e 21. Verá, por exemplo, que tanto Miqueias como Oseias serviram num período em que Isaías era profeta de Deus em Jerusalém.
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O dia de Jeová — um assunto vitalViva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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CAPÍTULO TRÊS
O dia de Jeová — um assunto vital
1, 2. (a) Que assunto vital todos os 12 profetas destacaram? (b) Que menção direta ao dia de Jeová fizeram alguns dos 12 profetas?
“ESTÁ próximo o grande dia de Jeová. Está próximo e se apressa muitíssimo.” (Sofonias 1:14) Vez após vez, os profetas de Deus alertaram sobre o iminente dia de Jeová. Em geral, eles destacaram como a aproximação desse dia devia influir no cotidiano das pessoas, na sua moral e na sua conduta. Suas proclamações tinham sempre o tom de urgência. Se você tivesse ouvido pessoalmente essas mensagens, como teria reagido?
2 Ao ler os 12 profetas, verá que todos eles, direta ou indiretamente, falaram do dia de Jeová.a Assim, antes de considerar nos próximos capítulos as valiosas informações transmitidas por esses profetas, pense neste assunto recorrente: o dia de Jeová. Seis dos profetas usaram essa mesma expressão, ou termos similares. Joel descreveu vividamente “o grande e atemorizante dia de Jeová”. (Joel 1:15; 2:1, 2, 30-32) Amós disse aos israelitas que ‘se aprontassem para se encontrar’ com o Deus deles, pois o dia de Jeová seria um dia de escuridão. (Amós 4:12; 5:18) Mais tarde, Sofonias falou as palavras citadas no parágrafo 1. E, pouco antes da destruição de Jerusalém, Obadias alertou: “Está próximo o dia de Jeová contra todas as nações.” — Obadias 15.
Como uma ameaçadora tempestade, ‘o grande dia de Jeová está próximo’
3. Por que se pode dizer que os profetas enviados depois do exílio falaram a respeito do dia de Jeová?
3 Você verá também que dois profetas enviados aos judeus depois da volta do exílio usaram expressões similares. Zacarias falou do dia em que todas as nações que atacassem Jerusalém seriam aniquiladas. Descreveu vividamente o que aconteceria no “dia conhecido como pertencente a Jeová”. (Zacarias 12:9; 14:7, 12-15) E Malaquias alertou o povo de Deus sobre a vinda do “grande e atemorizante dia de Jeová”. — Malaquias 4:1-5.
4. Que referência ao dia de Jeová fizeram alguns dos 12 profetas?
4 Embora não usassem a expressão “dia de Jeová”, os outros profetas do grupo dos 12 se referiram a esse dia. Oseias falou do acerto de contas de Jeová com Israel e, mais tarde, com Judá. (Oseias 8:13, 14; 9:9; 12:2) Muitas dessas mensagens se relacionavam com o que Jeová fez lá naqueles dias. Por exemplo, Jonas proclamou a condenação divina contra Nínive, e Miqueias descreveu o que aconteceria quando Deus agisse contra os rebeldes. (Jonas 3:4; Miqueias 1:2-5) Naum prometeu que Jeová se vingaria de Seus inimigos. (Naum 1:2, 3) Habacuque clamou por justiça e descreveu “o dia da aflição”. (Habacuque 1:1-4, 7; 3:16) Algumas mensagens nesses livros apontaram definitivamente para coisas que aconteceriam com os cristãos verdadeiros. Por exemplo, Ageu, um dos profetas pós-exílicos, predisse o tremor das nações. (Ageu 2:6, 7) O apóstolo Paulo citou as palavras de Ageu 2:6 para exortar os cristãos a estar numa condição aprovada quando Deus remover o simbólico céu perverso. — Hebreus 12:25-29; Revelação (Apocalipse) 21:1.
O DIA DE JEOVÁ — O QUE É?
5, 6. De acordo com os profetas, como será o dia de Jeová?
5 Você tem bons motivos para indagar como será o dia de Jeová. Talvez se pergunte: ‘Será que o dia de Jeová influi no meu modo de vida hoje e no meu futuro?’ Conforme indicado pelos profetas, o dia de Jeová será um período em que ele agirá para executar o julgamento contra seus inimigos; será um dia de batalha. É provável que nesse dia atemorizante ocorram fenômenos celestiais. “Mesmo o sol e a lua hão de ficar escuros e as próprias estrelas recolherão realmente a sua claridade.” (Joel 2:2, 11, 30, 31; 3:15; Amós 5:18; 8:9) O que acontecerá na Terra, onde vivemos? Miqueias declarou: “Debaixo [de Jeová] terão de derreter-se os montes e as próprias baixadas se partirão qual cera por causa do fogo, quais águas que se precipitam por um lugar escarpado.” (Miqueias 1:4) Essas palavras talvez sejam simbólicas, mas podemos concluir delas que os atos de Deus causarão efeitos desastrosos na Terra e em seus habitantes. Não em todos os humanos, porém. Os mesmos profetas indicaram muitas bênçãos para os que ‘buscam o que é bom’ e que, portanto, continuarão vivos. — Amós 5:14; Joel 3:17, 18; Miqueias 4:3, 4.
6 Outros dos 12 profetas também pintaram quadros vívidos do dia de Jeová. Habacuque retratou dramaticamente como Jeová despedaçará “as montanhas eternas” e esmagará “os morros de duração indefinida”, símbolos apropriados de organizações humanas, aparentemente eternas. (Habacuque 3:6-12) De fato, o dia de Jeová será “dia de fúria, dia de aflição e de angústia, dia de tempestade e de desolação, dia de escuridão e de trevas, dia de nuvens e de densas trevas”. — Sofonias 1:14-17.
7. Que flagelo é predito, e como talvez venha a se cumprir?
7 Imagine o flagelo que sofrerão os que lutam contra Deus! “Haverá apodrecimento da carne enquanto a pessoa estiver de pé; e os próprios olhos da pessoa apodrecerão nas suas órbitas e a própria língua apodrecerá na boca da pessoa.” (Zacarias 14:12) Quer essa visão se cumpra literalmente, quer não, pode-se ver que é um prenúncio de tragédia para muitos. Mesmo que não seja de modo literal, as línguas dos inimigos de Deus apodrecerão no sentido de que sua linguagem desafiadora será silenciada. E qualquer plano de agir unidamente contra o povo de Deus será frustrado.
POR QUE UM DEUS AMOROSO AGIRÁ?
8, 9. (a) Para entender por que Jeová agirá contra os maus, o que você deve levar em conta? (b) De que importância é a lealdade na sua vida diária em vista da ação que Jeová vai tomar?
8 Talvez já tenha ouvido a pergunta: ‘Como pode um Deus amoroso provocar tal tragédia contra seus inimigos? Será que ele precisa mesmo causar devastação na Terra? Não disse Jesus que devemos amar até mesmo os inimigos, provando assim que somos filhos do Pai no céu?’ (Mateus 5:44, 45) Em resposta, lembre-se de como começaram os problemas da humanidade. Deus criou o primeiro casal humano à sua imagem e semelhança — eles eram perfeitos. No entanto, introduziram o pecado e a morte na família humana e, consequentemente, na nossa vida. Apoiaram Satanás, o Diabo, na questão de quem tem o direito supremo de governar a humanidade. (Gênesis 1:26; 3:1-19) Ao longo dos séculos, Satanás tem tentado provar que os humanos deixarão de servir a Jeová caso sejam induzidos a fazer isso. Você sabe que Satanás tem falhado. Jesus Cristo e muitos outros servos de Jeová foram íntegros a Deus e mostraram que o serviam por amor. (Hebreus 12:1-3) Você sem dúvida poderia citar o nome de muitos que nos dias de hoje servem a Deus lealmente.
9 Além do mais, você está envolvido nessa questão que culminará na eliminação, por parte de Jeová, de toda a perversidade. Por exemplo, ao ler esses 12 livros, notará que alguns dos profetas chamaram a atenção ao estilo de vida luxuoso de pessoas que negligenciavam a adoração de Jeová. Eles exortaram o povo de Deus a ‘fixar o coração nos seus caminhos’ e a transformar suas vidas. (Ageu 1:2-5; 2:15, 18; Amós 3:14, 15; 5:4-6) De fato, mostraram às pessoas como deviam viver. As que aceitaram essa exortação mostraram que seu Soberano era Jeová, provando desse modo que Satanás é mentiroso. Jeová será leal a pessoas assim, quando aniquilar seus inimigos. — 2 Samuel 22:26.
10. Por que as coisas que Miqueias observou deram mais um motivo para Jeová agir?
10 Há ainda outro motivo para Deus agir. Volte sua atenção para o oitavo século AEC, quando Miqueias profetizou em Judá. Falando como se ele fosse a nação, Miqueias comparou a situação a um vinhedo ou a um pomar depois da colheita. Não restava mais nenhuma uva e nenhum figo. Era assim na sociedade judaica, onde praticamente não havia pessoa correta. Os israelitas caçavam seus concidadãos, ficando de tocaia para derramar sangue. Seus líderes e juízes visavam lucros egoístas. (Miqueias 7:1-4) Se você presenciasse uma situação dessas, como reagiria? Provavelmente sentiria pena das vítimas inocentes. Quanto mais Jeová se compadece! Hoje, ele examina a humanidade. O que você acha que ele encontra? Opressores exploram maldosamente e atacam com violência seus semelhantes. Os leais são poucos, em comparação com a população mundial. Mas não é preciso se desesperar. Por amor às vítimas, Jeová fará justiça. — Ezequiel 9:4-7.
11. (a) O que o dia de Jeová significará para os que o temem? (b) Que efeito o alerta de Jonas teve sobre os ninivitas?
11 Obviamente, o dia de Jeová significará destruição para seus inimigos e libertação para os que o temem e servem.b Miqueias predisse que nações afluiriam ao monte da casa de Jeová, resultando em paz e união mundial. (Miqueias 4:1-4) Será que lá no passado o fato de os profetas proclamarem o dia de Jeová influiu na vida das pessoas? Sim, em algumas. Lembre-se de que, quando Jonas proclamou uma condenação contra Nínive, os violentos e perversos habitantes daquela cidade “começaram a depositar fé em Deus” e ‘recuaram de seu mau caminho’. Por isso, naquela ocasião, Jeová não lhes causou nenhuma calamidade. (Jonas 3:5, 10) A mensagem sobre o iminente dia da execução do julgamento de Jeová de fato influiu na vida dos ninivitas.
Por que a reação dos ninivitas à mensagem de Jonas pode nos encorajar?
COMO ESSE DIA INFLUI EM VOCÊ?
12, 13. (a) A respeito de que nações profetizaram os 12 profetas? (b) Por que se pode dizer que as profecias dos 12 profetas apontavam para um futuro bem distante?
12 ‘Mas esses profetas viveram séculos atrás’, alguém talvez objete. ‘O que as mensagens deles sobre o dia de Jeová têm a ver comigo?’ É verdade que esses profetas viveram há muito tempo, até mesmo antes do nascimento de Jesus. Mas é preciso considerar como suas palavras a respeito do dia de Jeová são importantes no século 21. Que benefícios podemos tirar do que eles disseram sobre o grande dia de Jeová? Há um fator básico que nos ajuda a ver o valor e os benefícios da mensagem deles. É ter em mente que os profetas alertaram a respeito do dia de Jeová contra Israel, Judá, nações vizinhas e certas potências mundiais daquela época.c O importante é que tais profecias se cumpriram! Os assírios realmente invadiram Samaria, Judá foi desolada em 607 AEC e, não muito tempo depois, as vizinhas nações hostis foram devastadas. Por fim, as potências mundiais assíria e babilônica caíram, tudo em cumprimento de profecias específicas.
No Pentecostes de 33 EC, Pedro indicou um cumprimento da profecia de Joel. Esta também se cumpre em nossos dias
13 Volte agora sua atenção para o Pentecostes de 33 EC, muito tempo depois que muitas daquelas profecias tiveram seu primeiro cumprimento. Naquele dia, o apóstolo Pedro aplicou a profecia de Joel ao derramamento do espírito santo de Deus. Daí citou do livro de Joel: “O sol será transformado em escuridão e a lua em sangue, antes de chegar o grande e ilustre dia de Jeová.” (Atos 2:20) Isso mostra que haveria ainda outros cumprimentos das profecias a respeito do dia de Jeová. Quanto à profecia de Joel, ela teve um segundo cumprimento em 70 EC, quando o exército romano destruiu Jerusalém, o que certamente foi um período de escuridão e sangue.
14, 15. (a) Por que podemos dizer que as profecias sobre o dia de Jeová nos dizem respeito? (b) Quando podemos esperar que aconteça o dia de Jeová?
14 No entanto, a profecia de Joel e outras a respeito do dia de Jeová ainda terão um cumprimento final, que diz respeito a nós que vivemos no século 21. Como assim? Pedro admoestou os cristãos a ‘ter bem em mente a presença do dia de Jeová’. O apóstolo disse mais: “Há novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a sua promessa, e nestes há de morar a justiça.” (2 Pedro 3:12, 13) Nenhum ‘novo céu’ (novo governo teocrático) com uma nova terra (sociedade de pessoas justas sob tal governo) foi estabelecido logo após a destruição de Jerusalém em 70 EC. Portanto, as palavras proféticas sobre o dia de Jeová têm de ter ainda outro cumprimento. Sem dúvida, essas profecias dizem respeito a nós, que vivemos em “tempos críticos”. — 2 Timóteo 3:1.
15 A descrição conjunta do dia de Jeová, apresentada nesses 12 livros bíblicos, nos faz lembrar as palavras de Jesus Cristo: “Haverá grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo.” Ele disse que “imediatamente depois” do começo dessa grande tribulação “o sol ficará escurecido, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e os poderes dos céus serão abalados”. (Mateus 24:21, 29) Isso nos ajuda a determinar quando ocorrerá o dia de Jeová. Será no futuro próximo. As Escrituras indicam que a grande tribulação destruirá “Babilônia, a Grande”, o império mundial da religião falsa. Em seguida, como clímax da grande tribulação, o dia de Jeová exterminará da face da Terra os inimigos de Deus. — Revelação 17:5, 12-18; 19:11-21.
16. Que cumprimentos principais terão as profecias a respeito do dia de Jeová?
16 As Testemunhas de Jeová têm discernido as características básicas dos cumprimentos de profecias sobre o dia de Jeová. Muitas vezes, e de diversas maneiras, a Jerusalém apóstata, a infiel Samaria, os hostis edomitas, os violentos assírios e os babilônios prefiguraram aspectos da religião falsa. Toda a religião falsa será destruída na fase inicial da grande tribulação. Em seguida, no “grande e atemorizante dia de Jeová”, os amantes políticos e comerciais da religião falsa serão eliminados. — Joel 2:31.
‘MOSTREM-SE PRONTOS’
17, 18. (a) Por que Amós pronunciou maldição contra os que ‘almejavam o dia de Jeová’? (b) O que aconteceria com os que não estivessem preparados para o dia de Jeová?
17 Visto que as mensagens de condenação se aplicam principalmente à religião falsa, alguns cristãos talvez achem que não serão afetados pelo cumprimento dessas profecias. No entanto, o que Amós disse aos israelitas tem valor prático para todos: “Ai dos que almejam o dia de Jeová!” Alguns israelitas nos dias de Amós pensavam que o dia de Jeová significaria apenas bênçãos para eles, acreditando que seria o dia em que Deus agiria em favor de seu povo. Eles até almejavam esse dia! Para os presunçosos, porém, o dia de Jeová significaria “escuridão, e não luz”, acrescentou Amós. De fato, aqueles israelitas seriam alvos da ira de Jeová. — Amós 5:18.
18 A seguir, Amós explica o que aconteceria com aqueles que almejavam o dia de Jeová. Imagine um homem que, fugindo de um leão, se depara com um urso. Para escapar do urso, refugia-se numa casa. Ofegante, fecha a porta, encosta-se na parede e é picado por uma cobra. Em certo sentido, esse é o destino daqueles que não estão realmente preparados para o dia de Jeová. — Amós 5:19.
Assim como Miqueias, mostre uma atitude de espera pelo Deus de salvação
19. De que maneiras práticas devemos nos preparar para o dia de Jeová?
19 Consegue ver o valor prático que esse relato pode ter para você? Lembre-se de que Amós falou a pessoas que estavam numa relação dedicada com Deus. No entanto, certas ações e atitudes delas precisavam ser corrigidas. Será que não vale a pena examinar sua vida para ver se você está preparado para esse dia vital, ou se é preciso fazer alguns ajustes? Como pode mostrar que está realmente preparado? É óbvio que não é por construir um abrigo, estocar alimentos, aprender a purificar a água, ou acumular moedas de ouro, como fazem alguns sobrevivencialistas. “Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia da fúria de Jeová”, diz Sofonias. Portanto, estar preparado não depende de estocar coisas materiais. (Sofonias 1:18; Provérbios 11:4; Ezequiel 7:19) Em vez disso, é preciso estar espiritualmente alerta e viver cada dia como alguém preparado. Temos de ter a atitude correta — acompanhada de ações. Miqueias disse: “Quanto a mim, ficarei à espreita de Jeová. Mostrarei uma atitude de espera pelo Deus da minha salvação.” — Miqueias 7:7.
20. Que fatores não alteram a nossa atitude de espera?
20 Se você tiver essa atitude de espera, dará evidências de que está preparado, na expectativa do dia de Jeová. Não estará preocupado com a data em que esse dia virá, ou há quanto tempo o espera. Todas as profecias sobre esse dia se cumprirão no tempo marcado por Jeová, sem nenhum atraso. Jeová disse a Habacuque: “A visão ainda é para o tempo designado e prossegue arfando até o fim, e não mentirá. Ainda que se demore [do ponto de vista humano], continua na expectativa dela; pois cumprir-se-á sem falta. Não tardará [do ponto de vista de Jeová].” — Habacuque 2:3.
21. Que benefícios você poderá receber do que ainda será considerado neste livro?
21 Neste livro, você aprenderá como mostrar uma atitude de espera pelo Deus de salvação. Que benefícios poderá receber? O enfoque será numa parte da Bíblia que você talvez ainda não conheça muito bem — os chamados 12 Profetas Menores. Assim, vários pontos estimulantes serão esclarecidos. Por exemplo, na Seção 2, você verá como ‘buscar a Jeová’ e continuar vivo. (Amós 5:4, 6) Com base nesses 12 livros, é possível que você venha a conhecer melhor a Jeová e a fortalecer seu conceito sobre a importância de servi-lo, talvez de modo mais pleno. Com a ajuda desses profetas, você sem dúvida aprofundará seu entendimento da personalidade de Jeová. Na Seção 3, verá mais claramente o que Jeová espera de você nos seus tratos com familiares e outros. Isso poderá ajudá-lo a estar preparado para Seu grande dia. Por fim, na Seção 4, examinará os conselhos dos profetas sobre qual deve ser sua atitude ao ver aproximar-se o dia de Jeová. Verá, também, que impacto isso pode ter sobre seu ministério cristão. Sem dúvida, ficará emocionado ao considerar as mensagens desses profetas sobre como poderá ser seu futuro.
22. Qual é sua atitude para com os conselhos contidos nos livros dos 12 profetas?
22 Lembra-se das palavras urgentes de Sofonias citadas no início deste capítulo? (Sofonias 1:14) A sua mensagem influiu na vida do jovem Rei Josias. Com apenas 16 anos de idade, ele começou a buscar a Jeová. Aos 20 anos, iniciou uma campanha contra a idolatria, em harmonia com o incentivo de Sofonias ao povo de Judá e de Jerusalém. (2 Crônicas 34:1-8; Sofonias 1:3-6) Será que o alerta sobre o dia de Jeová influi na sua vida diária assim como influiu na de Josias? Vejamos como os 12 profetas podem ser de ajuda para cada um de nós.
a Tanto Isaías, contemporâneo do primeiro grupo desses 12 profetas, como Ezequiel, contemporâneo do segundo grupo, também alertaram a respeito do dia de Jeová. — Isaías 13:6, 9; Ezequiel 7:19; 13:5; veja o Capítulo 2 deste livro, parágrafos 4-6.
b Para evidências adicionais desse aspecto positivo, leia Oseias 6:1; Joel 2:32; Obadias 17; Naum 1:15; Habacuque 3:18, 19; Sofonias 2:2, 3; Ageu 2:7; Zacarias 12:8, 9 e Malaquias 4:2.
c Alguns dos 12 profetas não profetizaram apenas contra uma nação, mas contra várias.
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Jeová — o Deus que cumpre o que predizViva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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CAPÍTULO QUATRO
Jeová — o Deus que cumpre o que prediz
1, 2. (a) Por que alguns talvez achem que ninguém controla os assuntos humanos? (b) Como os 12 profetas retratam a personalidade de Jeová?
MUITAS pessoas acham que estão perdendo o controle de sua vida. E, com base nas notícias que leem, concluem que a inteira raça humana se encontra numa espiral descendente. Os esforços para remediar os males do mundo parecem apenas complicar uma situação já sem esperança. Vale mencionar que alguns dos 12 profetas em consideração enfrentaram preocupações comparáveis a essas, e eles transmitiram mensagens de esperança que podem nos beneficiar e ser usadas para consolar outros. — Miqueias 3:1-3; Habacuque 1:1-4.
2 A questão fundamental nesses livros proféticos é que Jeová, o Soberano do Universo, exerce pleno controle sobre os assuntos humanos e se interessa muito pelo nosso bem-estar. De fato, cada um de nós pode dizer: “Ele se interessa pelo meu bem-estar.” Os 12 profetas fazem uma bela descrição de “Jeová dos exércitos”. Deus pode ‘tocar na Terra de modo que ela se derreta’, mas ele garante ao seu povo: “Aquele que toca em vós, toca no globo do meu olho.” (Zacarias 2:8; Amós 4:13; 9:5) Não acha comovente ler trechos bíblicos que ilustram como os tratos de Deus são governados pelo amor, e como ele é misericordioso e perdoador? (Oseias 6:1-3; Joel 2:12-14) É verdade que os escritos desses profetas não abordam cada aspecto da personalidade de Deus; para isso são necessários todos os 66 livros da Bíblia. Mesmo assim, esses 12 livros nos oferecem um belo quadro dos tratos e da personalidade atraente de Deus.
3. Como os 12 profetas evidenciam que Jeová é um Deus de objetivos?
3 Os escritos dos 12 profetas podem fortalecer nossa certeza na confiabilidade de Jeová como Profetizador e infalível Cumpridor de objetivos. Eles confirmam que ele por fim estabelecerá um paraíso terrestre sob um governo divino. (Miqueias 4:1-4) Alguns desses profetas descrevem como Jeová preparou o caminho para a vinda do Messias e para o resgate que libertaria a humanidade do pecado e da morte. (Malaquias 3:1; 4:5) Por que é vital saber tudo isso?
UM SOBERANO AMOROSO EXERCE O CONTROLE
4, 5. (a) Que verdade fundamental sobre Deus enfatizaram os 12 profetas? (b) Como o poder soberano de Jeová influi em você?
4 Como vimos no capítulo anterior, Satanás lançou um desafio ao direito de Deus governar. A rebelião contra a autoridade de Jeová — e a suspeita quanto à Sua motivação — levaram alguns no céu a desobedecer a Deus e causar danos na Terra. Assim, é óbvio que o respeito e a submissão à soberania de Jeová são necessários para a plena ordem no Universo e a paz entre os humanos. Por isso, Jeová decidiu corretamente vindicar sua soberania. Vejamos como os 12 livros proféticos nos ajudam a entender melhor esse assunto.
5 Como mensageiros de Jeová, os profetas enfatizaram Sua posição enaltecida. Por exemplo, ao engrandecer o nome e a soberania do Todo-Poderoso, Amós usa 21 vezes a expressão “Soberano Senhor”. Isso mostra que o Deus verdadeiro é infinitamente grande e que nada está fora de seu alcance. (Amós 9:2-5; veja o quadro “Jeová, o Todo-Poderoso”.) Jeová é o único Soberano legítimo do Universo, incomparavelmente superior a ídolos sem vida. (Miqueias 1:7; Habacuque 2:18-20; Sofonias 2:11) A posição de Jeová como Criador de todas as coisas lhe dá o direito inerente de exercer o poder soberano sobre todos. (Amós 4:13; 5:8, 9; 9:6) Por que isso é importante para você?
6. De que modo todos os humanos estão envolvidos no cumprimento do propósito de Deus?
6 Se você já sofreu discriminação, injustiça ou preconceito, console-se em saber que o amoroso Soberano se preocupa com todos. Jeová tinha uma relação especial com uma antiga nação; no entanto, ele anunciou sua decisão de beneficiar pessoas de todas as nações e línguas. Ele é o ‘verdadeiro Senhor de toda a Terra’. (Miqueias 4:13) Jeová prometeu que seu nome “será grande entre as nações”. (Malaquias 1:11) Visto que nosso Pai celestial se dá a conhecer a todos sem parcialidade, “homens dentre todas as línguas das nações” entusiasticamente aceitam seu convite para se tornarem seus adoradores. — Zacarias 8:23.
7. Por que é importante o significado do nome de Jeová?
7 Conhecer a Deus e seus propósitos tem grande relação com o seu nome. (Salmo 9:10) Nos dias de Miqueias, o nome de Jeová era difamado, porque muitos que levavam seu nome eram crassamente desobedientes. O profeta foi inspirado a enfatizar a “superioridade do nome de Jeová” e a destacar que ‘a pessoa de sabedoria prática temerá o nome de Deus’. (Miqueias 5:4; 6:9) Por quê? Qualquer esperança confiável que você tenha quanto a um futuro eterno envolve o profundo significado desse nome, ou seja: “Ele Causa que Venha a Ser”. Leia Joel 2:26 e pense na alegria de levar esse nome e de falar a outros sobre o único Deus que pode tornar-se o que for preciso para beneficiar todas as suas criaturas. Deus tem mostrado capacidade ilimitada de fazer com que as coisas aconteçam. O cumprimento de inúmeras profecias proclamadas pelos 12 profetas prova isso.
8. De que maneiras o nome de Jeová motiva você?
8 Milhões de pessoas já se beneficiaram de aprender que Jeová pode fazer com que se realize, ou se cumpra, qualquer coisa que ele deseje. Joel indicou isso nas famosas palavras citadas por escritores cristãos: “Todo aquele que invocar o nome de Jeová salvar-se-á.” (Joel 2:32; Atos 2:21; Romanos 10:13) Será que nos identificamos com a afirmação de Miqueias, a saber, que ‘da nossa parte andaremos no nome de Jeová, nosso Deus, para todo o sempre’? (Miqueias 4:5) De fato, em períodos de perseguição ou de aflição pessoal, podemos confiantemente ‘nos refugiar no nome de Jeová’. — Sofonias 3:9, 12; Naum 1:7.
9. Quão amplo é o controle de Deus sobre os governantes humanos?
9 A leitura desses livros proféticos reforçará sua convicção de que Jeová tem controle até mesmo sobre governantes humanos e poderosos tomadores de decisão. Ele tem a capacidade de fazê-los agir segundo a Sua vontade. (Provérbios 21:1) Veja o caso de Dario, o Grande, da Pérsia. Os inimigos da adoração verdadeira queriam que ele impedisse a reconstrução do templo de Jeová em Jerusalém. Aconteceu exatamente o contrário! Por volta de 520 AEC, Dario revalidou o decreto de Ciro e apoiou a construção dos judeus. Quando surgiram outros obstáculos, a mensagem de Deus ao governador judeu Zorobabel foi: “‘Não por força militar, nem por poder, mas por meu espírito’, disse Jeová dos exércitos. Quem és tu, ó grande monte? Diante de Zorobabel tornar-te-ás uma planície.” (Zacarias 4:6, 7) Nenhum obstáculo impedirá que Jeová destrua o atual perverso sistema mundial e estabeleça um paraíso para o usufruto de seus adoradores. — Isaías 65:21-23.
10. Qual é o alcance do controle de Deus, e por que isso é digno de nota?
10 Além disso, Jeová controla as forças da natureza, que ele poderá usar para destruir seus inimigos, se assim o decidir. (Naum 1:3-6) Enfatizando como Jeová pode proteger seu povo, Zacarias usou linguagem simbólica: “O próprio Jeová será visto sobre eles e sua flecha há de sair como raio. E o próprio Soberano Senhor Jeová tocará a buzina e ele há de andar com os vendavais do sul.” (Zacarias 9:14) Assim sendo, será que vai ser difícil para Deus provar sua supremacia sobre as nações ímpias de nossos dias? De modo algum! — Amós 1:3-5; 2:1-3.
CONFIÁVEL CUMPRIDOR DE PROMESSAS
11, 12. (a) Por que Nínive era considerada invencível? (b) O que aconteceu com Nínive, em cumprimento da palavra profética de Deus?
11 Suponha que você tivesse vivido no nono século AEC onde hoje é o Oriente Médio. De que grande cidade certamente teria ouvido falar? Nínive, sem dúvida. Ela era uma importante cidade assíria na margem leste do rio Tigre, a uns 900 quilômetros a nordeste de Jerusalém. Provavelmente teria ouvido informações sobre seu impressionante tamanho — uns 100 quilômetros de perímetro! Os que a visitavam comparavam seu esplendor ao de Babilônia, com seus palácios reais, templos, ruas largas, jardins públicos e uma notável biblioteca. Além do mais, estrategistas militares falavam de suas maciças e impenetráveis muralhas externas e internas.
12 “Invencível!” Muitos devem ter exclamado isso ao falar de Nínive. Mas alguns profetas da pequena nação de Judá afirmavam que Jeová condenara à destruição essa “cidade de derramamento de sangue”. Por causa da boa reação do povo à mensagem de Jonas, Deus a poupara temporariamente da destruição. Mas os ninivitas recaíram no seu velho proceder perverso. Naum predisse: “Nínive . . . , a espada te decepará . . . Não há alívio da tua catástrofe.” (Naum 3:1, 7, 15, 19; Jonas 3:5-10) Mais ou menos nessa mesma época, Deus predisse por meio de Sofonias que Nínive se tornaria um “baldio desolado”, ou deserto. (Sofonias 2:13) Será que a invencível potência política da época seria derrubada em cumprimento da palavra de Jeová? A resposta veio por volta de 632 AEC, quando os babilônios, os citas e os medos sitiaram Nínive. Inundações repentinas corroeram as muralhas e os agressores romperam suas defesas. (Naum 2:6-8) A ex-poderosa cidade logo virou um montão de ruínas. Até hoje Nínive permanece desabitada.a “A cidade rejubilante” não pôde impedir o cumprimento da palavra de Deus! — Sofonias 2:15.
13. Que evidências de profecias cumpridas se encontram nos 12 profetas?
13 O que aconteceu com Nínive é apenas um exemplo de profecia cumprida. Veja um mapa atual do Oriente Médio. Consegue encontrar Amom, Assíria, Babilônia, Edom ou Moabe? Não. Embora houvesse tempo em que tais nações se destacavam, os 12 profetas predisseram seu fim. (Amós 2:1-3; Obadias 1, 8; Naum 3:18; Sofonias 2:8-11; Zacarias 2:7-9) Uma por uma essas nações deixaram de existir. Jeová disse que elas se extinguiriam, e assim se deu. E a predição desses profetas, de que um restante de judeus retornaria do cativeiro em Babilônia, se cumpriu — o retorno aconteceu.
14. Por que você pode confiantemente fazer sua vida girar em torno das promessas de Jeová?
14 Como essas evidências da capacidade profética de Jeová influem na sua confiança? Você pode ter certeza de que Jeová cumprirá suas promessas; ele é o Deus “que não pode mentir”. (Tito 1:2) Além disso, na sua Palavra, Deus nos informa o que precisamos saber. Você pode fazer a sua vida girar em torno de fazer a vontade de Jeová e confiar nas suas palavras proféticas. As profecias nesses 12 livros não são meros exemplos de predições cumpridas no passado. Muitas delas se cumprem agora ou se cumprirão em breve. Assim, os registros nesses 12 livros podem fortalecer sua confiança de que as profecias a respeito dos nossos dias, e a respeito do futuro, se cumprirão. Leve-as a sério.
Nínive parecia invencível, mas como se cumpriu a profecia de Jeová?
UM PAI QUE SE IMPORTA
15. Como a experiência de Miqueias pode ajudá-lo a enfrentar problemas pessoais?
15 A confiabilidade de Deus não é apenas com respeito ao que acontecerá com as nações ou no cenário geral do mundo. Jeová prediz e cumpre coisas que podem influir em você pessoalmente. Como assim? Digamos que você tenha certo problema pessoal. Você sabe que não é mera questão de achar uma pessoa compreensiva — você precisa de alguém de confiança para ajudá-lo. No oitavo século AEC, Miqueias deve ter-se sentido muito solitário ao enfrentar o orgulhoso povo de Judá. Talvez parecesse que ele era a única pessoa fiel no mundo, e que não podia confiar nem mesmo na sua família. Por todos os lados havia pessoas sanguinárias, falsas e corruptas. Apesar disso, as promessas divinas de cuidar dos fiéis, independentemente do que outros pudessem fazer, o reanimavam. Você também pode se consolar com isso; em especial se, como adorador de Jeová, você é parte da minoria ou se sente solitário, cercado de pessoas que não honram a Deus. — Miqueias 7:2-9.
16. Por que se pode ter certeza de que Deus observa a corrupção e a opressão, e libertará os justos?
16 Os ricos e poderosos em Judá e em Israel se tornaram gananciosos e injustos, como muitas vezes acontece hoje em dia. Impostos excessivos e apoderação de terras resultavam na escravidão ilegal. Os pobres eram tratados com indiferença, até mesmo com crueldade. (Amós 2:6; 5:11, 12; Miqueias 2:1, 2; 3:9-12; Habacuque 1:4) Por meio de seus mensageiros, Deus deixou claro que não tolera a corrupção nem a opressão, e que punirá transgressores habituais. (Habacuque 2:3, 6-16) Ele prediz que “resolverá as questões com respeito a poderosas nações”, e que seus servos aprovados “realmente sentar-se-ão, cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os faça tremer”. (Miqueias 4:3, 4) Imagine o alívio! Deus predisse e cumpriu muitas outras coisas. Não lhe dá isso a certeza de que essa promessa também se cumprirá?
17, 18. (a) Por que Deus oferece esperança para as pessoas? (b) Como devemos encarar a disciplina de Jeová?
17 Jeová não cumpre suas promessas apenas para mostrar sua capacidade de predição, como que para impressionar humanos. Seus atos são motivados pelo amor baseado em princípios, pois “Deus é amor”. (1 João 4:8) Lembre-se de Oseias, que viveu no oitavo século AEC. Assim como sua esposa, Gômer, foi infiel, os israelitas foram infiéis a Jeová. A sua idolatria era comparável ao adultério; eles misturavam a adoração de Baal com a adoração pura de Jeová. Além disso, simbolicamente ‘cometeram fornicação’ com a Assíria e com o Egito. Como Jeová reagiu? Oseias devia procurar trazer de volta sua esposa infiel. Por amor, Jeová procurou trazer de volta seu povo. “Continuei a puxá-los com as cordas do homem terreno, com os cordões do amor, . . . e suavemente eu levei alimento a cada um.” (Oseias 2:5; 11:4) Com arrependimento sincero, eles poderiam ser perdoados por Deus, tornando possível normalizar sua relação com ele. (Oseias 1:3, 4; 2:16, 23; 6:1-3; 14:4) Não se sente comovido com o afeto de Jeová? Pergunte-se: ‘Se Jeová foi tão afetuoso no passado, será que não posso ter certeza de seu amor e de seu leal, terno, imutável e infinito afeto?’ — Oseias 11:8.
18 Os 12 livros proféticos o ajudam também a ver que o amor de Deus pode incluir a correção. Ele garantiu a seu povo transgressor que ‘não o aniquilaria completamente’. (Amós 9:8) Quando foi necessário, Deus não deixou de punir, mas que alívio deve ter sido saber que a punição seria temporária! Malaquias 1:6 compara Jeová a um pai amoroso. Você sabe que um pai pode disciplinar seus filhos amados, a fim de corrigi-los. (Naum 1:3; Hebreus 12:6) Mas o amor do Pai celestial evita que ele se irrite com facilidade, e Malaquias 3:10, 16 confirma que ele recompensará generosamente seus servos.
19. Que autoanálise devemos fazer?
19 Malaquias começa seu livro com esta garantia: “‘Eu vos amei’, disse Jeová.” (Malaquias 1:2) Ao refletir sobre essa garantia divina dada a Israel, pergunte-se: ‘Estou fazendo algo que me impeça de ser amado por Deus? Que aspectos do amor de Deus eu gostaria de conhecer e sentir mais plenamente?’ Sentir em profundidade o amor de Deus lhe dará cada vez mais certeza de seu eterno afeto.
O PERDÃO ABRE O CAMINHO PARA A SALVAÇÃO
20. Como o perdão divino abre o caminho para a salvação?
20 Ao ler esses livros proféticos, notará que, às vezes, Jeová predisse calamidades. Por quê? Em muitos casos, era para mover seu povo ao arrependimento. Para esse fim, ele permitiu que estrangeiros destruíssem Samaria em 740 AEC e Jerusalém em 607 AEC. As predições de Deus se cumpriram; no entanto, mais tarde ele permitiu que os arrependidos voltassem para sua terra. De fato, esses livros acentuam que Deus perdoa bondosamente e restabelece os que abandonam o pecado e se voltam para ele. (Habacuque 3:13; Sofonias 2:2, 3) Miqueias foi movido a proclamar: “Quem é Deus como tu, perdoando o erro e passando por alto a transgressão do restante da sua herança? Certamente não se aferrará à sua ira para todo o sempre, pois se agrada na benevolência.” (Miqueias 7:18; Joel 2:13; Zacarias 1:4) O cumprimento de profecias confirma isso.
21. (a) O que os 12 profetas indicaram a respeito do Messias? (b) Que profecias messiânicas você acha especialmente interessantes?
21 Com relação a uma base legal permanente para o perdão duradouro, Jeová predisse a vinda do Messias, que sacrificaria sua vida humana como “resgate correspondente” pela humanidade pecaminosa. (1 Timóteo 2:6) Amós indicou uma restauração que seria realizada pelo Messias, filho de Davi. (Amós 9:11, 12; Atos 15:15-19) Miqueias até mesmo indicou o lugar do nascimento de Jesus, que traria benefícios vitalizadores para todos os que exercessem fé no seu sacrifício. (Miqueias 5:2) E Zacarias falou do “Renovo”, Jesus, que ‘se assentaria e governaria no seu trono’. (Zacarias 3:8; 6:12, 13; Lucas 1:32, 33) Sua fé sem dúvida se fortalecerá ao examinar mais a fundo essas profecias. — Veja o quadro “Principais profecias a respeito do Messias”.
22. Como sua confiança em Jeová é fortalecida pelo que os 12 profetas revelam a respeito dele?
22 Ao ler as mensagens dos 12 profetas, sua confiança na vitória final de Deus aumentará. Jeová é nosso Defensor, e ele fará com que prevaleça a verdadeira justiça. A palavra de Deus permanece firme. Ele não abandona os acordos feitos com seu povo; ele zela pelos seus servos e livra-os de todos os opressores. (Miqueias 7:8-10; Sofonias 2:6, 7) Jeová não mudou. (Malaquias 3:6) É muito animador saber que para ele não há problemas ou barreiras na realização de seus objetivos. Quando ele diz que seu dia de julgamento chegará, isso sem falta acontecerá. Portanto, mantenha-se atento ao dia de Jeová! “Jeová terá de tornar-se rei sobre toda a terra. Naquele dia Jeová mostrará ser um só e seu nome um só.” (Zacarias 14:9) Ele prediz isso; ele o cumprirá.
a Em novembro de 2002, antes da guerra no Iraque, o professor Dan Cruickshank visitou a região. Ele disse num programa de televisão da BBC: “À beira [da cidade] de Mossul ficam as vastas ruínas da cidade de Nínive, que . . . junto com as de Nimrud . . . foram escavadas entusiasticamente por arqueólogos britânicos a partir dos anos 1840. . . . A exploração dessas cidades assírias significou nada menos que a descoberta de uma civilização há muito perdida — quase mítica — que só era conhecida à base de breves, enigmáticas e nada lisonjeiras descrições na Bíblia.”
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‘Procure a Jeová’ praticando a adoração que ele aprovaViva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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CAPÍTULO CINCO
‘Procure a Jeová’ praticando a adoração que ele aprova
1. Que bênçãos você tem junto com o povo de Deus?
COMO é grande seu privilégio de conhecer o Deus que cumpre profecias! Você pode desfrutar das condições sobre as quais o profeta Oseias escreveu: “Vou tomar-te por noiva em fidelidade; e certamente conhecerás a Jeová.” Oseias estava descrevendo uma condição segura, comparável a um paraíso, que o povo de Deus teria ao voltar do exílio em Babilônia. De modo similar, o povo de Deus nos tempos modernos desfruta de prosperidade e segurança espirituais; sua situação é comparável a um paraíso. (Oseias 2:18-20) Você agora leva o nome de Deus como um de seus servos dedicados — uma Testemunha de Jeová — e deseja continuar a levar esse nome. — Isaías 43:10, 12; Atos 15:14.
Amós
2, 3. (a) Por que Jeová chegou a odiar o modo de adoração de seu povo do passado? (b) Por que devemos dar consideração às mensagens dos profetas?
2 O Israel antigo era uma nação dedicada a Jeová. Ele lhes deu um conjunto de regulamentos que nenhuma outra nação recebeu. (Deuteronômio 4:33-35) No entanto, no fim do nono século AEC, a situação dos israelitas havia mudado tanto que Deus fez com que o profeta Amós lhes dissesse: “Odiei, rejeitei as vossas festividades . . . Se me oferecerdes holocaustos, mesmo nas vossas oferendas não terei prazer.” (Amós 5:21, 22) Embora Deus não diga algo assim à sua congregação mundial da atualidade, pode imaginar como você se sentiria caso ouvisse essa avaliação de sua adoração? Será que temos aqui uma lição para cada um de nós?
3 Naqueles dias, o povo de Deus afirmava que adorava a Jeová do modo como ele aprovava. No entanto, muitos deles serviam a deuses pagãos, como o cananeu Baal e as imagens de bezerro, ou ofereciam sacrifícios nos altos. Curvavam-se diante do “exército dos céus” e, ao mesmo tempo, faziam votos a Jeová. Assim, o Deus verdadeiro enviou profetas para exortar o povo a retornar a ele por meio da adoração pura. (2 Reis 17:7-17; 21:3; Amós 5:26) É evidente, portanto, que mesmo entre os servos dedicados de Deus pode haver aspectos que necessitem de atenção — ações ou atitudes que devem ser examinadas para se ter certeza de que refletem a adoração que Jeová aprova.
“CONHECIMENTO DE DEUS”
4. Que condições existiam no reinado do Rei Jeroboão II?
4 Pense no período em que os primeiros dos 12 profetas falaram em nome de Deus. Predizia-se que o dia de Jeová golpearia o reino de Israel, de dez tribos. Superficialmente, porém, prevalecia um ar de prosperidade. Assim como Jonas havia profetizado, o Rei Jeroboão II restaurou a fronteira de Israel desde as proximidades de Damasco, no norte, até o mar Morto. (2 Reis 14:24-27) Embora Jeroboão fizesse o que era mau, Jeová foi paciente, pois não desejava eliminar Israel da face da Terra. Ele deu tempo para os israelitas se arrependerem, a fim de ‘buscarem a Jeová e continuarem vivendo’. — Amós 5:6.
5. O que faltava aos israelitas que fez com que Jeová os rejeitasse?
5 Os prósperos israelitas poderiam ter usado esse tempo para voltar para Jeová, por vir a conhecê-lo melhor e fazer o que ele aprovava. Mas eles eram autoconfiantes, achando que ‘a calamidade não chegaria perto nem os atingiria’. (Amós 9:10) Pode-se dizer que se esqueceram de Jeová porque ‘se fartaram e seu coração começou a se enaltecer’. (Oseias 13:6) Não devemos achar que isso seja mera história antiga que não nos afeta. Note por que Jeová tinha uma causa jurídica contra Israel: “Visto que tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei para que não me sirvas como sacerdote.” Os israelitas eram dedicados a Jeová e estavam rodeados de familiares dedicados. Individualmente, porém, faltava-lhes o verdadeiro “conhecimento de Deus”. — Oseias 4:1, 6.
6. Em que sentido faltava aos israelitas conhecimento sobre Deus?
6 Não era o caso de eles nunca terem ouvido as palavras de Deus, que os pais israelitas tinham de ensinar aos filhos. Provavelmente a maioria deles tinha ouvido falar de relatos bíblicos nas conversas de seus pais com outros, ou nas reuniões públicas. (Êxodo 20:4, 5; Deuteronômio 6:6-9; 31:11-13) Por exemplo, eles ouviram falar do que aconteceu quando Arão fez um bezerro de ouro enquanto Moisés estava no monte Sinai para receber os Dez Mandamentos. (Êxodo 31:18–32:9) Assim, os israelitas nos dias dos profetas tinham algum conhecimento da Lei e haviam ouvido relatos históricos. Não obstante, o conhecimento deles era inoperante, pois não os movia a adorar a Deus do modo como ele queria.
Como a pessoa talvez comece a se esquecer de Jeová?
7. (a) Por que os israelitas desobedeciam com tanta facilidade? (b) Como um cristão pode ‘começar a esquecer-se Daquele que o fez’?
7 Talvez se pergunte: ‘Como foi possível os israelitas serem induzidos tão facilmente à desobediência?’ Oseias explica: “Israel começou a esquecer-se Daquele que o fez.” (Oseias 8:14) A forma do verbo hebraico original é bem traduzida por “começou a esquecer-se”. Os israelitas não sofreram subitamente de amnésia a respeito de Jeová. Em vez disso, aos poucos perderam de vista a importância de adorá-lo do modo como ele aprova. Acha que um cristão poderia cair nessa armadilha? Veja, como exemplo, um homem que leva a sério seu dever de prover o sustento da família. (1 Timóteo 5:8) Assim sendo, com razão ele considera importante seu serviço secular. Talvez surja determinada situação e ele conclua que precisa faltar a algumas reuniões cristãs a fim de trabalhar. Com o tempo, isso se torna frequente. Aos poucos, seu vínculo com Deus enfraquece — ele ‘começa a esquecer-se Daquele que o fez’. Algo parecido pode acontecer com um cristão cujos pais ou outros parentes não são adoradores de Jeová. Ele se depara com as questões: quanto tempo vou reservar para eles e quando? (Êxodo 20:12; Mateus 10:37) E que dizer sobre decidir quanto tempo e atenção dedicar a viagens, passatempos ou diversão?
8. Nos dias de Amós, o que significava ter “limpeza de dentes”?
8 Nós estudamos a Palavra de Deus e pomos em prática o que aprendemos. Ainda assim, cada um de nós deve considerar uma expressão usada no livro de Amós: “Limpeza de dentes.” Por meio de Amós, Deus advertiu Seu povo: “Também eu, da minha parte, vos dei limpeza de dentes em todas as vossas cidades e carência de pão em todos os vossos lugares.” (Amós 4:6) Essa limpeza de dentes não era por escová-los. Devia-se à falta de comida, ou fome. Além do mais, era um alerta sobre “uma fome, não de pão, e uma sede, não de água, mas de se ouvirem as palavras de Jeová”. — Amós 8:11.
É possível que um cristão sinta fome mesmo tendo fartura espiritual?
9, 10. (a) Como é possível que um cristão venha a sofrer de inanição espiritual? (b) Por que precisamos estar alertas aos perigos da inanição espiritual?
9 Em sentido espiritual, as palavras de Amós se cumprem na lamentável condição da cristandade. Em contraste com isso, “as comportas dos céus” estão abertas para os servos de Deus no mundo inteiro. Eles são abençoados com amplas provisões espirituais. (Malaquias 3:10; Isaías 65:13, 14) Mas o cristão talvez se pergunte: ‘Até que ponto me beneficio desse alimento espiritual?’ Curiosamente, alguns pesquisadores descobriram que animais de laboratório com lesões no centro da fome, no cérebro, perderam o apetite a ponto de morrerem de fome em meio a uma fartura de comida! Poderia o “centro da fome” de um cristão ser afetado a ponto de sofrer de inanição, mesmo tendo fartura de alimento espiritual?
10 Considerando sua situação pessoal, pense no seguinte: Jeová proveu os israelitas de uma fartura de alimento espiritual. Eles tinham a Lei, que podia fortalecer sua relação com ele; tinham um programa de ensino para inculcar os conhecimentos sobre Deus nos filhos e os profetas para ajudá-los a conhecer a vontade de Deus. Mesmo assim, aos poucos se esqueceram de Jeová. A Bíblia diz que nos dias de Oseias eles “fartaram-se [materialmente] e seu coração começou a enaltecer-se”. (Oseias 13:6; Deuteronômio 8:11; 31:20) Se não queremos que a nossa situação material interfira no nosso vínculo com Deus, temos de estar alertas a esse perigo diariamente. — Sofonias 2:3.
DÊ ATENÇÃO AOS ASSUNTOS MAIS IMPORTANTES
11, 12. (a) Durante o reinado do Rei Uzias, por que os profetas precisavam incentivar o povo a retornar a Jeová? (b) Que necessidade Joel destacou?
11 Enquanto Jeroboão II reinava em Israel, Uzias (também chamado de Azarias) governava em Judá. Ele estendeu seu território e expandiu Jerusalém. Uzias ‘demonstrava ter força num grau extraordinário’, porque ‘o Deus verdadeiro continuava a ajudá-lo’. Ele “fazia o que era direito aos olhos de Jeová” e “tendia continuamente a buscar a Deus”. Muitos em Judá, porém, continuavam a fazer fumaça sacrificial nos altos. — 2 Crônicas 26:4-9.
12 Podemos concluir então que, embora o povo em Judá e em Israel levasse o nome de Deus, muitas vezes a adoração deles incluía coisas que ele não aprovava. Os profetas tentavam ajudá-los a distinguir a adoração verdadeira da falsa. Deus rogou por meio de Joel: ‘Retornai a mim de todo o vosso coração, com jejum, choro e lamento.’ (Joel 2:12) Note: Deus queria que seu povo o procurasse ‘de todo o coração’. De fato, o problema era o coração deles. (Deuteronômio 6:5) Eles adoravam a Jeová mecanicamente, não de pleno coração. Repetidas vezes Deus enfatizava por meio dos profetas o valor da bondade, da justiça e da mansidão — que são qualidades do coração. — Mateus 23:23.
13. O que os judeus que haviam retornado de Babilônia deviam considerar?
13 Veja agora o que aconteceu depois que os judeus retornaram à sua terra de origem. Embora a adoração verdadeira à base da Lei tivesse sido restaurada, nem tudo ia bem. Os judeus jejuavam em certos dias que eram aniversários de eventos relacionados com a destruição de Jerusalém. “Jejuastes realmente para mim, sim, para mim?” perguntou Jeová. A ruína daquela cidade havia ocorrido por causa da justiça divina, algo que não se devia deplorar. Em vez de olharem para o passado e jejuarem com lamento, aqueles judeus deviam exultar, alegrando-se nas suas épocas festivas devido às bênçãos da adoração verdadeira. (Zacarias 7:3-7; 8:16, 19) E eles tinham de dar atenção a ainda outros assuntos. A quê, por exemplo? “Fazei o vosso julgamento com verdadeira justiça; e praticai mutuamente benevolência e misericórdias . . . e não maquineis nada de mal um contra o outro nos vossos corações.” (Zacarias 7:9, 10) Todos nós podemos beneficiar-nos do que esses profetas ensinaram aos israelitas sobre como adorar a Deus de todo o coração.
14. (a) Os que haviam voltado do exílio tinham de incluir o que na sua adoração? (b) Como os profetas enfatizaram os aspectos mais importantes da adoração?
14 O que inclui a adoração de todo o coração? Bem, o que se exigia do povo de Deus tanto antes como depois do exílio? Você sabe que os padrões de Deus sobre a moral tinham de ser defendidos. Havia também ações ou atividades específicas exigidas na Lei, que incluíam reunir-se para ouvir e aprender a vontade de Deus. Mas, além disso, Deus fez com que seus profetas destacassem o cultivo e a demonstração da bondade, justiça, mansidão, misericórdia e modéstia. Note como Jeová enfatizou essas qualidades: “Agrado-me da benevolência e não do sacrifício; e do conhecimento de Deus antes do que de holocaustos.” “Semeai para vós mesmos em justiça; colhei segundo a benevolência.” (Oseias 6:6; 10:12; 12:6) Miqueias declarou: “O que é que Jeová pede de volta de ti senão que exerças a justiça, e ames a benignidade, e andes modestamente com o teu Deus?” (Miqueias 6:6-8) E o profeta Sofonias exortou o povo de Deus: “Procurai a Jeová, todos os mansos da terra . . . Procurai a justiça, procurai a mansidão.” (Sofonias 2:3) Agir desse modo é essencial à adoração que Deus aprova.
Você está procurando alcançar toda sorte de pessoas com as boas novas?
15. De acordo com as admoestações dos profetas, o que os cristãos precisam fazer na sua adoração?
15 Como esse modo de agir influi na nossa adoração? Você sabe que a pregação das boas novas é vital. (Mateus 24:14; Atos 1:8) Mas convém perguntar-se: ‘Tenho a tendência de encarar a pregação na minha região como tarefa desagradável ou pesada? Ou a encaro como oportunidade de ajudar pessoas que precisam ouvir a mensagem vitalizadora da Bíblia? Mostro-lhes misericórdia?’ De fato, a misericórdia e a bondade devem nos motivar a alertar outros sobre o dia de Jeová. A justiça e a retidão também nos motivam ao procurarmos alcançar toda sorte de pessoas com essa mensagem. — 1 Timóteo 2:4.
16, 17. Por que a mansidão e a modéstia são vitais na nossa adoração?
16 Como outro exemplo, considere a nossa obrigação de assistir às reuniões cristãs, cuja importância você reconhece. (Hebreus 10:24, 25) Já pensou como isso envolve mansidão e modéstia? Os mansos são suficientemente humildes para aceitar instrução e aplicar o que aprendem, pondo em prática as decisões judiciais de Jeová. A pessoa modesta, ciente de suas limitações, reconhecerá que precisa do encorajamento e do conhecimento que tais reuniões proporcionam.
17 Poderá ver desses exemplos como podemos beneficiar-nos do que os profetas ensinaram. Mas que dizer se você reconhece a necessidade de fazer ajustes em um ou mais aspectos mencionados acima? Ou se você cometeu erros graves que às vezes lhe causam remorso? Os 12 profetas lhe darão consolo e ajuda.
VOLTE PARA JEOVÁ
18. (a) Para quem os 12 profetas têm uma mensagem especialmente consoladora? (b) Quais são seus sentimentos para com Jeová, um Deus que insta às pessoas que voltem para ele?
18 Como vimos, os profetas em consideração fizeram muito mais do que denunciar e condenar. Eles apresentaram Jeová como alguém que exorta seu povo a voltar para ele. Reflita nos sentimentos por trás dos apelos de Oseias: “Vinde, e retornemos a Jeová, pois ele mesmo dilacerou, mas há de curar-nos. Ele estava dando os golpes, mas há de nos pensar [atar as feridas]. . . . E conheceremos, empenhar-nos-emos em conhecer a Jeová.” (Oseias 6:1-3) É verdade que Jeová Deus executou com justiça o julgamento contra Israel e, depois, contra Judá. Ainda assim, seu povo devia ter encarado esses golpes como medidas para restaurar sua saúde espiritual. (Hebreus 12:7-13) Se o desobediente povo de Jeová o buscasse de novo, ele o ‘curaria’ ou ‘ataria suas feridas’. Imagine um homem se curvando para atar as feridas de seu semelhante. Agora imagine Jeová fazendo o mesmo. Que Deus misericordioso! Um Deus que ‘ata as feridas’ dos que desejam voltar para ele. Será que isso não nos move a desejar voltar para Deus caso tenhamos pecado contra ele? — Joel 2:13.
19. O que está envolvido em conhecer a Jeová?
19 O que envolve voltar para Deus? Oseias nos lembra da necessidade de não apenas “conhecer” a Deus, mas também de ‘empenhar-nos em conhecê-lo’. Uma moderna obra de referência diz sobre Oseias 6:3: “Existe uma marcante diferença entre conhecer a respeito de Deus e conhecer a Deus. É comparável à diferença entre ler a respeito do amor e se apaixonar.” Temos de ter mais do que um conhecimento superficial a respeito de Jeová. Ele tem de tornar-se real para nós, um Amigo de confiança sempre acessível. (Jeremias 3:4) Essa relação permite a você entender como ele se sente quando você age de determinada maneira, o que é de grande ajuda para praticar a adoração que ele aprova.
20, 21. Como o Rei Josias pôs em prática o conhecimento sobre Deus?
20 O Rei Josias foi um belo exemplo em praticar a adoração verdadeira. Veja algo mais a seu respeito. Quando ele se tornou rei, a nação estava arruinada pela idolatria, violência e fraudes, que haviam prevalecido nos reinados de Manassés e de Amom. (2 Reis 21:1-6, 19-21) A exortação de Sofonias, de ‘procurar a Jeová’, deve ter causado bom efeito em Josias, pois ele “principiou a buscar o Deus de Davi”. Ele iniciou uma campanha para acabar com a idolatria em Judá, até mesmo em território que antes pertencia ao reino do norte — Sofonias 1:1, 14-18; 2:1-3; 3:1-4; 2 Crônicas 34:3-7.
Josias não apresentou desculpas quando foi preciso fazer uma purificação
21 Depois dessa purificação, Josias continuou a buscar a Jeová. Ordenou que se fizessem reparos no templo e, durante esse trabalho, foi achado o livro da “lei de Jeová” que fora dada “pela mão de Moisés”, evidentemente o manuscrito original da Lei. Como Josias reagiu à leitura desse livro? “Assim que o rei ouviu as palavras da lei, rasgou imediatamente as suas vestes.” Ele também ‘rasgou seu coração’ e logo pôs em prática o que foi lido. Não tentou justificar-se, alegando que já tinha feito muita coisa. Lembra-se do que resultou de suas reformas? “Em todos os seus dias, [os filhos de Israel] não se desviaram de seguir a Jeová, o Deus de seus antepassados.” — 2 Crônicas 34:8, 14, 19, 21, 30-33; Joel 2:13.
Você fará qualquer mudança que for necessária para se harmonizar com as normas da Bíblia?
22. Que benefício podemos tirar do exemplo de Josias?
22 ‘Como eu teria reagido?’ talvez se pergunte. Teria você, como Josias, acatado as palavras dos profetas e feito as necessárias mudanças nas suas ações ou no seu modo de pensar? Embora não vivamos nos dias de Sofonias e Josias, entendemos a necessidade de dar ouvidos às mensagens e aos conselhos de Deus hoje em dia. Assim, se um cristão sente no coração a necessidade de ajustar seu modo de vida ou sua adoração, um estudo dos 12 profetas pode despertá-lo à ação. — Hebreus 2:1.
23. O que você pode fazer caso ache que precisa melhorar em certo aspecto?
23 Às vezes você talvez se sinta como Jonas, que disse o seguinte quando estava na barriga do grande peixe: “Fui expulso de diante dos teus olhos! Como é que olharei novamente para o teu santo templo?” (Jonas 2:4) Mas quão reanimadoras podem ser as palavras de Jeová dirigidas a nós, humanos imperfeitos, propensos a cometer erros: “Retornai a mim e eu vou retornar a vós”! (Malaquias 3:7) Se você vê a necessidade de fortalecer sua relação com Jeová, os anciãos na sua congregação terão prazer em ajudá-lo. Pode-se comparar isso a dirigir um carro; é preciso começar em marcha lenta, por assim dizer. Uma vez em movimento, o avanço será mais fácil. Você pode ter certeza de que Jeová o acolherá de bom grado e o ajudará, “porque ele é clemente e misericordioso, vagaroso em irar-se e abundante em benevolência”. (Joel 2:12-14) Certamente, as mensagens dos profetas são animadoras para todos os que praticam a adoração que Deus aprova.
Alguns precisam “buscar a Jeová” no sentido de voltar para ele
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“Haja tanta justiça como as águas de uma enchente” — uma chave para conhecer a DeusViva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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CAPÍTULO SEIS
“Haja tanta justiça como as águas de uma enchente” — uma chave para conhecer a Deus
1. Por que você tem um senso de justiça?
AO LONGO da História sempre houve pessoas famosas por promoverem a justiça. Mas considere este fato: a justiça atrai porque os humanos foram feitos à imagem de Deus. Você tem um senso de justiça e deseja que outros o tratem com justiça porque você foi feito à imagem de Jeová, que ‘se agrada da justiça’. — Jeremias 9:24; Gênesis 1:27; Isaías 40:14.
2, 3. Para aprender sobre a justiça de Jeová, por que é proveitoso estudar os livros dos 12 profetas?
2 Pela leitura de vários livros da Bíblia você pode compreender a justiça de Deus. Mas será especialmente recompensado por examinar os livros dos 12 profetas. O destaque que eles dão à justiça é tão grande que uma edição de Oseias, Amós e Miqueias, publicada por uma sociedade bíblica, intitula-se Justice Now! (Justiça Já!). Veja, por exemplo, as exortações de Amós: “Haja tanta justiça como as águas de uma enchente e que a honestidade seja como um rio que não para de correr.” E note o que Miqueias colocou em primeiro lugar entre as obrigações de cada um de nós: “O que é que Jeová pede de volta de ti senão que exerças a justiça, e ames a benignidade, e andes modestamente com o teu Deus?” — Amós 5:24, Bíblia na Linguagem de Hoje; Miqueias 6:8.
3 Portanto, para conhecermos melhor a Jeová e podermos imitá-lo, certamente temos de reconhecer a sua justiça. A justiça de Jeová é um aspecto de seu Ser, de modo que não podemos dizer que o conhecemos a menos que entendamos a sua justiça. Até mesmo servos de Jeová do passado sabiam que ele “ama a justiça”. — Salmo 33:5; 37:28.
Habacuque
4. Ilustre por que os escritos dos 12 profetas podem fortalecer sua confiança na justiça de Deus.
4 Algum tempo antes de Jeová punir Jerusalém, o profeta Habacuque perguntou: “Até quando, ó Jeová, terei de clamar por ajuda? . . . A lei fica entorpecida e a justiça nunca sai. Visto que o iníquo está em torno do justo, por isso a justiça sai pervertida.” (Habacuque 1:2, 4) O fiel Habacuque conheceu a Jeová por meio das Escrituras de que dispunha e por experiência própria. Assim, ele confiava que Deus tanto defende como incentiva a justiça. Contudo, o profeta se perguntava por que Jeová permitia a perversidade. Deus confirmou a Habacuque que trataria os fiéis com justiça. (Habacuque 2:4) Se Habacuque e outros podiam ter essa confiança, você tem ainda mais motivos para tê-la. Por quê? Porque a Bíblia hoje está completa, de modo que você tem acesso a um registro mais extenso dos tratos de Jeová e das expressões de sua personalidade, incluindo a justiça. Assim, você tem melhores condições de conhecer a Jeová e de se convencer de sua justiça perfeita.
5. Que aspecto da justiça é de interesse especial hoje?
5 Ao enviar mensageiros a Israel, Jeová enfatizou que ele é justo. (Isaías 1:17; 10:1, 2; Jeremias 7:5-7; Ezequiel 45:9) Manteve isso rigorosamente em destaque por meio dos 12 profetas. (Amós 5:7, 12; Miqueias 3:9; Zacarias 8:16, 17) Todos os que leem seus escritos podem ver que eles exortam ao exercício da justiça na vida diária. Há muitas maneiras de aplicarmos as lições desses 12 livros, mas examinemos duas áreas em que devemos exercer a justiça, conforme esses profetas enfatizaram.
JUSTIÇA NOS NEGÓCIOS E NOS ASSUNTOS FINANCEIROS
6, 7. Por que todos nós devemos interessar-nos pela justiça nos negócios e nos assuntos financeiros?
6 Jesus disse: “O homem não deve viver só de pão.” (Lucas 4:4; Deuteronômio 8:3) Ele não negou que precisamos de pão — temos de nos alimentar. Para a maioria, isso significa trabalhar ou ter alguém na família que trabalhe para obter o sustento. Era assim também no caso dos servos de Deus no passado. Alguns trabalhavam por conta própria — cultivando a terra ou fabricando coisas como roupas, móveis ou utensílios de cozinha. Outros eram patrões — contratavam homens para trabalhar nas colheitas ou para fabricar farinha, azeite ou vinho. Ainda outros eram comerciantes — compravam e vendiam mercadorias. Ou alguns talvez prestassem serviços — como consertar telhados ou tocar instrumentos musicais. — Êxodo 35:35; Deuteronômio 24:14, 15; 2 Reis 3:15; 22:6; Mateus 20:1-8; Lucas 15:25.
7 Você vê algo similar na sua própria vida ou na vida de amigos e parentes? É verdade que as atuais técnicas de trabalho em geral são diferentes, mas não concorda que o conceito de Deus sobre justiça nesses assuntos sem dúvida é o mesmo que naquele tempo? Em suas mensagens por meio dos 12 profetas, Jeová mostrou que espera que seus servos pratiquem a justiça nesses aspectos da vida. Ao considerarmos alguns indicativos disso, pense em como você é exortado a demonstrar a justiça que agrada a Deus. — Salmo 25:4, 5.
8, 9. (a) Por que a condenação expressa em Malaquias 3:5 era especialmente séria? (b) Que conceito equilibrado sobre emprego e trabalho as Escrituras promovem?
8 Deus declarou por meio de Malaquias: “Vou chegar-me a vós para julgamento e vou tornar-me testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que agem fraudulentamente com o salário do assalariado, . . . ao passo que não me temeram.” (Malaquias 3:5) De fato, Jeová condenou os que eram injustos com os empregados, ou trabalhadores contratados. Qual era a seriedade disso? Notamos que ele alistou a exploração de empregados junto com o espiritismo, o adultério e a mentira. Os cristãos sabem como Deus julgará ‘os fornicadores, os que praticam o espiritismo e todos os mentirosos’. — Revelação (Apocalipse) 21:8.
9 O que acontecia no local de trabalho não era simples questão de moral humana; envolvia a justiça de Jeová. Ele disse que, devido à traição dos que ‘agiam fraudulentamente com o salário do assalariado’, ele ‘se chegaria a tais pessoas para executar o julgamento’. É verdade que Deus não disse que o patrão precisa atender a todo e qualquer capricho de um empregado ou de um grupo de trabalhadores. Pode-se ver na ilustração de Jesus, a respeito de homens contratados para trabalhar num vinhedo, que a posição de empregador o autoriza a fixar o salário e as condições de trabalho. (Mateus 20:1-7, 13-15) É significativo nessa ilustração que todos os trabalhadores receberam um denário, o combinado ‘salário de um dia’, quer tenham trabalhado o dia inteiro, quer não. Notamos também que o empregador não recorreu à desonestidade para lucrar mais à custa dos contratados. — Jeremias 22:13.
10. Por que devemos nos interessar em como tratamos nossos empregados?
10 Se você é dono de uma firma com empregados, ou se contrata alguém para executar um trabalho, pergunte-se: ‘Será que os salários, as exigências e os assuntos financeiros se harmonizam com os princípios de Malaquias 3:5?’ É bom pensar nisso, pois a questão de não ser justo com os empregados também é considerada nas Escrituras Gregas Cristãs. A respeito dos que são injustos nesses assuntos, o discípulo Tiago perguntou: “Não se opõe [Jeová] a vós?” (Tiago 5:1, 4, 6) Por isso concluímos corretamente: os que são injustos quanto ao ‘salário do assalariado’ na realidade não conhecem a Jeová, pois não imitam a sua justiça.
11, 12. (a) Que proceder injusto destaca Oseias 5:10? (b) Como se pode aplicar o princípio de Oseias 5:10?
11 Leia agora por que Jeová se opôs a certos homens de destaque nos dias de Oseias: “Os príncipes de Judá tornaram-se como os que recuam o marco divisório. Derramarei sobre eles a minha fúria qual água.” (Oseias 5:10) Que erro Oseias denunciou? O lavrador em Judá vivia de sua terra, cujos limites eram marcados com pedras ou estacas. ‘Recuar o marco divisório’ visava reduzir o terreno do lavrador e privá-lo de parte de seu sustento, roubando-o. Oseias comparou os príncipes de Judá, que deviam defender a justiça, àqueles que recuavam os marcos divisórios. — Deuteronômio 19:14; 27:17; Jó 24:2; Provérbios 22:28.
É a justiça um princípio orientador no seu trabalho e nos seus tratos comerciais?
12 Hoje, alguns que trabalham no ramo imobiliário podem ser tentados a ‘recuar o marco divisório’ para enganar os compradores. Mas o princípio se aplica também a comerciantes, patrões, empregados ou clientes — todos os envolvidos em contratos ou acordos. Como sabe, alguns no mundo dos negócios hesitam em pôr as coisas por escrito, achando que assim será mais fácil não cumprir tudo o que foi combinado ou fazer novas exigências. Outros oferecem um contrato escrito, mas incluem detalhes em letra miúda para distorcer seu significado em proveito próprio, mesmo que isso prejudique injustamente a outra parte. Você acha que alguém que age assim — um vendedor, um comprador, um patrão ou um empregado — de fato conhece o Deus de justiça? Jeová diz na sua Palavra: “Não recues o termo . . . de meninos órfãos de pai. Porque o Redentor deles é forte; ele mesmo pleiteará contigo a causa deles.” — Provérbios 23:10, 11; Habacuque 2:9.
13. De acordo com Miqueias 6:10-12, que injustiças existiam entre o povo de Deus no passado?
13 Miqueias 6:10-12 lança ainda mais luz sobre a justiça: “Existem ainda os tesouros da iniquidade na casa do iníquo, e o efa minguado que se denunciou? Acaso posso ser moralmente puro com balança iníqua e com uma bolsa de enganosos pesos de pedra? Pois os seus próprios . . . habitantes falaram falsidade, e a língua deles é insidiosa.” Hoje em geral medimos ou pesamos os alimentos em litros ou quilos, não em efas. E praticamente não se usam mais balanças com pesos de pedra. Ainda assim, o argumento de Miqueias é claro. Os comerciantes ou homens de negócios em seus dias eram vigaristas; não usando pesos e medidas padrões, eles tratavam o povo com injustiça. Deus chamou de ‘iníquos’ os de ‘língua insidiosa na sua boca’ e nos seus tratos comerciais. — Deuteronômio 25:13-16; Provérbios 20:10; Amós 8:5.
14. O alerta de Miqueias pode nos ajudar a evitar que tipos modernos de injustiça?
14 Será que as palavras de Miqueias sobre pesos e medidas enganosos podem aplicar-se à maneira como você dirige seu negócio ou ao que você faz como empregado? É algo a pensar, pois os fregueses ou clientes são fraudados de muitas maneiras. Por exemplo, algumas firmas inescrupulosas colocam menos cimento do que o normal ou o obrigatório numa mistura. Ou, em áreas em que um profissional sabe que o serviço não ficará à mostra, talvez use materiais mais baratos do que os que foram pagos. Alguns comerciantes vendem coisas usadas como se fossem novas. Você deve ter ouvido falar de outras “espertezas” no comércio para aumentar os lucros. Ficaria tentado a usá-las? Um livro recente sobre proteção de privacidade disse que as Testemunhas de Jeová “acreditam que o Criador as observa, e a maioria delas preferiria morrer a roubar”. Acrescentou: “Elas são requisitadas em firmas que lidam com grandes somas de dinheiro.” Por quê? Porque os cristãos verdadeiros sabem que Jeová ‘pede que exerçam a justiça’, inclusive nos seus negócios e assuntos financeiros. — Miqueias 6:8.
‘PRÍNCIPES PARA A PRÓPRIA JUSTIÇA’
15, 16. Como os líderes nos dias de Miqueias tratavam o povo?
15 Com base nos livros dos 12 profetas vemos que, em certos períodos, a justiça foi seriamente prejudicada. As autoridades, que deviam ser exemplares na justiça, não eram. (Êxodo 18:21; 23:6-8; Deuteronômio 1:17; 16:18) Miqueias suplicou: “Ouvi, por favor, vós cabeças de Jacó e vós comandantes da casa de Israel. Não é vosso negócio conhecerdes a justiça? Vós odiadores do que é bom e amantes da maldade, arrancando das pessoas a sua pele e seu organismo de cima dos seus ossos.” — Miqueias 3:1-3; Isaías 1:17.
16 Essas palavras deveriam ter chocado as pessoas acostumadas com a vida rural. O pastor às vezes tosquiava as ovelhas aos seus cuidados. (Gênesis 38:12, 13; 1 Samuel 25:4) Mas os “comandantes da casa de Israel”, que deviam ‘conhecer a justiça’, exploravam as ovelhas do rebanho de Deus, como que arrancando-lhes a pele e a carne e quebrando seus ossos. (Salmo 95:7) Mudando para outra ilustração também com base na vida rural, Miqueias disse que os príncipes que ‘julgavam para ganhar uma recompensa’ eram comparáveis à sarça ou a uma cerca de espinhos. (Miqueias 7:3, 4) Imagine passar por uma área cheia de sarças e cercas de espinhos. Provavelmente, você se arranharia e rasgaria a roupa. Isso ilustra o efeito dos líderes sobre o povo de Deus. Em vez de tratarem seus irmãos com justiça, eles eram traiçoeiros e corruptos. — Miqueias 3:9, 11.
17. De acordo com Sofonias 3:3, qual era a atitude dos líderes?
17 Sofonias disse algo similar: “As suas autoridades são como leões que rugem, e os juízes são como lobos ferozes que devoram tudo de uma vez, sem deixar nada para o dia seguinte.” (Sofonias 3:3, BLH) Pode imaginar líderes do povo de Deus que, como vorazes leões selvagens, desconsideravam a justiça? Ou juízes que, como lobos esfomeados e insaciáveis, devoravam tudo de modo que de manhã só sobravam ossos? Como a justiça poderia prevalecer nessas condições? A justiça havia sido dilacerada por líderes que predavam as pessoas, em vez de cuidar delas.
Os príncipes nos dias de Miqueias e Sofonias não conheciam a Jeová
18. Como os juízes em Israel deviam tratar o povo de Deus?
18 Obviamente, esses líderes de uma nação dedicada a Deus não o conheciam. Se o conhecessem, teriam acatado as palavras de Zacarias 8:16: “Estas são as coisas que deveis fazer: Falai verazmente uns com os outros. Fazei o vosso julgamento nos vossos portões com verdade e com julgamento de paz.” Os anciãos em Israel que se reuniam nos portões das cidades para fazer julgamentos deviam fazer isso em harmonia com o modo de pensar de Deus, e não segundo sua primeira impressão ou inclinação pessoal. (Deuteronômio 22:15) Jeová havia alertado contra ser parcial em favor dos ricos ou preeminentes. (Levítico 19:15; Deuteronômio 1:16, 17) Os juízes deviam tentar restaurar a paz entre as partes em litígio com “julgamento de paz”.
19, 20. (a) Por que os anciãos cristãos podem aprender muito dos 12 profetas? (b) Como os anciãos podem mostrar que conhecem a Jeová e a sua justiça?
19 O apóstolo Paulo citou parte de Zacarias 8:16 ao escrever aos cristãos. (Efésios 4:15, 25) Portanto, podemos ter certeza de que os alertas e os conselhos dos 12 profetas a respeito da justiça têm importante aplicação na congregação hoje. Os anciãos, ou superintendentes, devem ser exemplares em conhecer a Jeová e em refletir a Sua justiça. Isaías 32:1 descreve-os animadoramente como “príncipes para o próprio juízo [ou justiça]”. Que pontos práticos a respeito desses anciãos podemos discernir dos alertas e conselhos que se encontram nos livros dos 12 profetas?
20 Os anciãos cristãos precisam ter em mente as verdades e as indicações bíblicas a respeito do modo de pensar de Jeová. Devem basear suas decisões nelas, em vez de em meras opiniões pessoais ou no que se poderia chamar de intuição. A Bíblia mostra que podem surgir casos difíceis que exijam mais tempo para preparação, sendo preciso pesquisar a Bíblia e buscar os sábios conselhos nas publicações da classe do escravo fiel e discreto. (Êxodo 18:26; Mateus 24:45) Quando os anciãos se esforçam nesse sentido, é mais provável que odeiem o que é mau e amem o que é bom, do ponto de vista de Deus. Isso os ajuda a ‘dar à justiça um lugar no portão’ e a ‘fazer o julgamento com verdadeira justiça’. — Amós 5:15; Zacarias 7:9.
21. Por que os anciãos não devem mostrar parcialidade, mas o que poderia tentá-los a agir de modo contrário?
21 Mesmo que alguém com a responsabilidade de julgar tenha conhecimento bíblico, pode mostrar certa parcialidade. Malaquias deplorou o fato de que os sacerdotes, que deviam ser fonte de conhecimento, ‘mostravam parcialidade na lei’. (Malaquias 2:7-9) Como isso era possível? Miqueias disse que alguns líderes ‘julgavam apenas por suborno e seus sacerdotes instruíam somente por um preço’. (Miqueias 3:11) Como o modo de pensar de um ancião pode ser afetado dessa maneira? Que dizer se a pessoa envolvida num caso que o ancião está cuidando tenha sido generosa com ele no passado, ou se ele prevê um possível benefício no futuro? Ou suponha que o caso que ele esteja tratando envolva algum parente. Será que os laços familiares falarão mais alto do que os princípios espirituais? A imparcialidade de um ancião pode ser afetada quando ele cuida de um caso de transgressão, ou quando analisa se determinada pessoa está biblicamente qualificada para mais privilégios de serviço na congregação. — 1 Samuel 2:22-25, 33; Atos 8:18-20; 1 Pedro 5:2.
Em todos os seus tratos, os anciãos ‘dão à justiça um lugar no portão’
22. (a) Que responsabilidade os anciãos têm com relação à justiça? (b) Que outras qualidades divinas os anciãos devem refletir ao lidar com transgressores?
22 Quando alguém peca seriamente, os pastores espirituais agem para proteger a congregação contra qualquer influência perigosa ou corrompedora. (Atos 20:28-30; Tito 3:10, 11) Mas, se o transgressor se arrepender com sinceridade, os anciãos desejarão ‘reajustá-lo num espírito de brandura’. (Gálatas 6:1) Em vez de mostrarem frieza insensível, eles aplicam a orientação: “Fazei o vosso julgamento com verdadeira justiça; e praticai mutuamente benevolência e misericórdias.” (Zacarias 7:9) Os regulamentos de Jeová sobre cuidar de casos judiciais no Israel antigo destacam a Sua justiça e misericórdia. Os juízes designados podiam ser flexíveis em muitas de suas decisões; podiam mostrar misericórdia, dependendo das circunstâncias e da atitude do transgressor. Do mesmo modo, os superintendentes cristãos devem se empenhar em julgar “com verdadeira justiça” e em mostrar ‘benevolência e misericórdia’, indicando assim que conhecem a Jeová.
23, 24. (a) Como os anciãos podem promover o “julgamento de paz”? (b) O que os 12 profetas ajudaram você a entender com relação à justiça?
23 Lembre-se de Zacarias 8:16: “Fazei o vosso julgamento nos vossos portões com verdade e com julgamento de paz.” Com que objetivo? O “julgamento de paz”. Mesmo enquanto os apóstolos ainda viviam, havia divergências pessoais ou conflitos entre alguns cristãos. Assim como Paulo fez com Evódia e Síntique, os anciãos hoje talvez precisem dar ajuda. (Filipenses 4:2, 3) Com certeza devem esforçar-se sinceramente para oferecer o “julgamento de paz”, visando restaurar a paz entre as partes discordantes. Seus conselhos bíblicos e sua atitude ao fazerem isso devem promover a paz na congregação e a paz com Deus. Assim, ficará evidente que realmente amam a Jeová e sua justiça.
24 Os dois aspectos mencionados acima ilustram que é vital aplicar na nossa vida diária os conselhos sobre justiça registrados pelos 12 profetas. Que bênção é quando nós e os que nos cercam permitimos que “haja tanta justiça como as águas de uma enchente”!
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Sirva a Jeová de acordo com seus elevados padrõesViva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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CAPÍTULO SETE
Sirva a Jeová de acordo com seus elevados padrões
1. Nos dias de Sofonias, como as pessoas em Jerusalém encaravam os padrões de Jeová?
“JEOVÁ não fará o que é bom e não fará o que é mau.” Assim diziam as pessoas em Jerusalém nos dias de Sofonias. Elas pensavam que Jeová não esperava que vivessem de acordo com certos padrões específicos. Sofonias disse que elas estavam ‘rígidas sobre as suas borras’, que são as partículas que sedimentam no fundo de vinho estocado. Ele quis dizer que as pessoas desejavam acomodar-se no seu modo de vida confortável, sem o incômodo de alguma declaração de intervenção divina nos seus assuntos. No entanto, Deus disse àqueles judeus que ‘vasculharia Jerusalém com lâmpadas’ e ‘voltaria sua atenção’ para os que desprezavam seus padrões. De fato, Jeová tem padrões e ele se interessa em como seus servos os encaram. — Sofonias 1:12.
2. No lugar onde você mora, qual é a atitude geral com relação a padrões?
2 Também hoje, muitos odeiam a ideia de se ajustar a padrões. Talvez os ouça dizer: “Faça o que achar melhor para você!” Alguns pensam: ‘Se eu não tiver dinheiro suficiente, ou não puder satisfazer meus desejos, não há nada de mau em fazer tudo o que for preciso para mudar essa situação.’ Pouco se importam em saber o que Deus acha ou o que ele talvez requeira deles. E você? Será que os padrões de Deus o atraem?
3, 4. Por que você acha valiosa a existência de padrões?
3 Muitos que rejeitam a ideia de ter de viver à altura dos padrões de Deus aceitam prontamente os padrões humanos em vários aspectos da vida. Temos como exemplo a qualidade da água. A maioria dos governos estabelece padrões para a qualidade da água para consumo. Mas que dizer se esses padrões forem baixos demais? Isso poderá provocar diarreia e outras doenças causadas pela água, com prejuízo maior para as crianças. É mais provável, porém, que você esteja se beneficiando dos elevados padrões estabelecidos para a água potável. “Se não houvesse padrões, logo notaríamos”, diz a Organização Internacional de Padronização. “Em geral não nos damos conta do papel desempenhado pelos padrões em aumentar os níveis de qualidade, segurança, confiabilidade, eficiência e intercâmbio, bem como em oferecer tais benefícios a um custo econômico.”
4 Se você concorda que é valioso ter padrões em vários aspectos da vida, não é razoável esperar que Deus tenha elevados padrões para o povo que leva seu nome? — Atos 15:14.
OS PADRÕES DIVINOS SÃO RAZOÁVEIS?
5. Como Jeová demonstrou, por meio de Amós, a importância de se ajustar aos Seus padrões?
5 Na construção de uma casa, os padrões são importantes. Se uma parede ficar torta, toda a casa ficará torta. Rachaduras nas paredes podem tornar a casa inabitável. Essa era a ideia de uma visão que Amós, que profetizou no nono século AEC, teve a respeito das condições da nação de Israel, de dez tribos. Ele viu Jeová postado sobre uma muralha com “um prumo na sua mão”. Deus disse: “Eis que coloco um prumo no meio do meu povo de Israel. Não mais o desculparei.” (Amós 7:7, 8) Prumo é um peso pendurado num barbante e usado para determinar a verticalidade correta. A muralha figurativa, sobre a qual Amós viu que Jeová estava, havia sido “feita com o prumo”. Essa muralha era perpendicular, ou bem aprumada. No entanto, nos dias de Amós, os israelitas não mais estavam à altura da retidão espiritual — eram como uma muralha torta que devia ser derrubada antes que caísse.
6. (a) Qual é uma das ideias básicas nos escritos dos 12 profetas? (b) Com que base se pode dizer que os padrões de Deus são razoáveis?
6 No estudo dos 12 profetas, o seguinte ponto ocorre com frequência: é vital ajustar-se aos padrões de Deus. Nem todas as mensagens nesses livros eram denúncias contra um povo que não atendia aos elevados padrões divinos. Às vezes, ao examiná-lo, Jeová via que seu povo realmente vivia à altura de Seus padrões. Isso confirma que os padrões de Deus são razoáveis; humanos imperfeitos como nós podem ajustar-se a eles. Veja um exemplo.
7. Como Zacarias nos ajuda a ver que humanos imperfeitos podem ajustar-se aos padrões de Jeová?
7 Depois que os judeus repatriados lançaram o alicerce do templo, a obra de reconstrução parou. Por isso, Deus enviou seus profetas Ageu e Zacarias para animar o povo a reiniciá-la. Numa visão dada a Zacarias, Jeová mencionou que Zorobabel, governador de Judá, tinha “o prumo na mão” quando colocou a pedra de remate que completou as obras do templo. Ele foi construído em harmonia com os padrões divinos. (Zacarias 4:10) Mas note este interessante detalhe a respeito do templo terminado: “Estes sete são os olhos de Jeová. Percorrem toda a terra.” Deus observou Zorobabel colocar a pedra de remate e, com seus olhos que tudo veem, constatou que o templo reconstruído resistiu ao seu escrutínio, atendeu aos seus padrões. O ponto é que, mesmo que os padrões de Deus sejam elevados, os humanos podem viver à altura deles. Incentivados por Ageu e Zacarias, Zorobabel e seu povo fizeram isso. Como Zorobabel, você também pode viver à altura das expectativas de Deus. Como é animador saber isso!
POR QUE ACEITAR OS PADRÕES DE JEOVÁ?
8, 9. (a) Por que é apropriado que Jeová estabeleça padrões para os humanos? (b) Por que era apropriado que Deus exigisse que os israelitas obedecessem aos seus mandamentos?
8 Como Criador, Deus tem o direito de estabelecer padrões para a humanidade e esperar que os observemos. (Revelação [Apocalipse] 4:11) Jeová não precisa apresentar tudo nos mínimos detalhes, pois dotou os humanos de uma consciência que serve de guia valioso. (Romanos 2:14, 15) Deus disse aos primeiros humanos que não comessem da “árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau”, que representava o direito divino de estabelecer padrões do que é bom e do que é mau. Você sabe o que aconteceu. (Gênesis 2:17; 3:1-19) Referindo-se à escolha errada feita por Adão, Oseias escreveu: “[Os israelitas], tal como um homem terreno, infringiram o pacto.” (Oseias 6:7) Com isso Oseias revela o caráter proposital do pecado dos israelitas.
9 Qual foi esse pecado? “Eles quebraram a aliança”, ou pacto, da Lei. (Nova Versão Internacional) Por ter libertado seu povo do Egito, Deus se tornou dono deles e, obviamente, tinha o direito de estabelecer padrões para eles. Os israelitas aceitaram o pacto com Jeová, concordando assim em viver à altura desses padrões. (Êxodo 24:3; Isaías 54:5) Ainda assim, muitos deles não aplicavam a Lei. Tornaram-se culpados de derramamento de sangue, assassinato e fornicação. — Oseias 6:8-10.
10. Como Deus procurou ajudar os que não se ajustavam aos seus padrões?
10 Jeová enviou profetas, como Oseias, para ajudar Seu povo dedicado. Na conclusão de seu livro profético, Oseias declarou: “Quem é sábio para entender estas coisas? Discreto, para sabê-las? Pois os caminhos de Jeová são retos e os justos serão os que andarão neles; mas os transgressores serão os que tropeçarão neles.” (Oseias 14:9) Um pouco antes no capítulo 14 de Oseias vemos que o profeta destacou a necessidade de voltar para Jeová. Os sensatos entenderiam que Jeová delineou os caminhos corretos que seu povo devia seguir. Como servo dedicado de Deus, você sem dúvida deseja sinceramente permanecer assim, andando nos caminhos de Jeová.
Por que você segue os padrões que o Criador estabeleceu e recomenda?
11. Por que você deseja obedecer aos mandamentos de Deus?
11 Oseias 14:9 também chama a nossa atenção aos aspectos positivos de seguir um proceder correto. Viver à altura dos requisitos de Deus resulta em bênçãos e benefícios. Como Criador, ele conhece a nossa constituição. O que ele espera de nós é para o nosso bem. Para ilustrar a relação entre nós e Deus, podemos pensar num carro e seu fabricante. O fabricante sabe como o veículo foi projetado e montado. Ele sabe que é preciso trocar o óleo do motor com certa regularidade. O que aconteceria se você desprezasse esse padrão, talvez achando que o carro está funcionando bem? Mais cedo do que o normal, o motor estragaria e falharia. Dá-se o mesmo com os humanos. Nosso Criador nos deu mandamentos. Obedecê-los é para o nosso bem. (Isaías 48:17, 18) Ter em mente que de fato nos beneficiamos nos dá motivo adicional para viver à altura dos padrões de Deus e obedecer aos seus mandamentos. — Salmo 112:1.
12. De que modo andar no nome de Deus pode fortalecer o nosso vínculo com ele?
12 A maior recompensa de obedecer aos mandamentos de Deus é que isso fortalece a relação que temos com ele. Quando vivemos à altura de seus padrões e vemos como são razoáveis e benéficos, o nosso afeto pelo seu Autor se aprofunda. O profeta Miqueias retratou belamente essa relação aprofundada: “Todos os povos, da sua parte, andarão cada um no nome de seu deus; mas nós, da nossa parte, andaremos no nome de Jeová, nosso Deus, por tempo indefinido, para todo o sempre.” (Miqueias 4:5) Que privilégio temos de andar no nome de Jeová, defender sua reputação e reconhecer sua autoridade em nossa vida! Como consequência natural, desejamos refletir suas qualidades. Pessoalmente, esforcemo-nos em fortalecer nosso vínculo com Deus. — Salmo 9:10.
13. Por que temer o nome de Deus não é algo negativo ou ruim?
13 Diz-se que aqueles que vivem à altura dos padrões de Deus e andam no nome divino temem o nome de Deus. Isso não é algo negativo ou ruim. Jeová lhes garante: “Para vós os que temeis o meu nome há de brilhar o sol da justiça, com cura nas suas asas; e vós realmente saireis e escarvareis o solo como os bezerros cevados.” (Malaquias 4:2) No cumprimento dessa profecia, “o sol da justiça” é Jesus Cristo. (Revelação 1:16) Ele brilha agora oferecendo curas espirituais e, no tempo oportuno, brilhará oferecendo curas físicas para a humanidade. A alegria dos que são curados é comparável à de bezerros cevados que ‘escarvam o solo’, animados e felizes por estarem livres. Você já não sentiu uma grande medida dessa libertação? — João 8:32.
14, 15. Que benefícios você recebe de seguir os padrões de Jeová?
14 Outro benefício de seguir os padrões de Deus é a melhora nas relações com os nossos semelhantes. Habacuque declarou cinco ‘ais’ — contra os cobiçosos, os que procuram lucros desonestos, os que derramam sangue, os que tramam pecados sexuais e os idólatras. (Habacuque 2:6-19) Ter Jeová declarado essas condenações indica claramente que ele fixou padrões sobre como devemos viver. Mas note o seguinte: quatro dos erros mencionados se relacionam a como tratamos os nossos semelhantes. Se cultivarmos o conceito de Deus, não prejudicaremos o nosso próximo. Com isso, as nossas relações com a maioria das pessoas deve melhorar.
15 Um terceiro benefício diz respeito à felicidade familiar. Muitos hoje encaram o divórcio como solução definitiva para os conflitos conjugais. Mas, pela boca do profeta Malaquias, Jeová declarou: ‘Tenho odiado o divórcio.’ (Malaquias 2:16) Posteriormente analisaremos Malaquias 2:16 em mais detalhes, mas, à base desse texto, note por enquanto que Deus sabiamente fixou padrões a ser seguidos por membros da família; a paz dependerá de até que ponto farão isso. (Efésios 5:28, 33; 6:1-4) É verdade que todos nós somos imperfeitos, de modo que surgirão problemas. No entanto, no livro de Oseias, Deus, “a quem toda família no céu e na terra deve o seu nome”, forneceu uma lição objetiva sobre como resolver até mesmo graves problemas conjugais. Examinaremos isso também num capítulo posterior deste livro. (Efésios 3:15) Vejamos agora o que mais está envolvido em seguir os padrões de Deus.
‘ODEIE O QUE É MAU E AME O QUE É BOM’
16. Que relação Amós 5:15 tem com os padrões de Deus?
16 O primeiro homem, Adão, fez uma escolha tola quanto a quem havia estabelecido os melhores padrões do que é bom e do que é mau. Faremos uma escolha mais sábia? Amós nos alerta a encarar com muita seriedade esse assunto, exortando: “Odiai o que é mau e amai o que é bom.” (Amós 5:15) William Rainey Harper, falecido professor de línguas e literatura semíticas na Universidade de Chicago, disse a respeito desse versículo: “O padrão do bem e do mal, na ideia de [Amós], é a conformidade com a vontade de Yahweh [Jeová].” Esse é um conceito básico que podemos aprender dos 12 profetas. Estamos dispostos a aceitar os padrões de Jeová sobre o que é bom e o que é mau? Esses elevados padrões nos são revelados na Bíblia e explicados por cristãos maduros e experientes que compõem o “escravo fiel e discreto”. — Mateus 24:45-47.
De que modo acatar os conselhos dos 12 profetas pode ajudar a resistir à pornografia?
17, 18. (a) Por que é essencial odiar o que é mau? (b) Ilustre como podemos cultivar forte ódio ao que é mau.
17 Odiar o que é mau nos ajuda a evitar as coisas que desagradam a Deus. Por exemplo, um homem talvez saiba do perigo da pornografia na internet e procure afastar-se disso. No entanto, o que ‘o homem que ele é no íntimo’ realmente pensa do conteúdo dos sites pornográficos? (Efésios 3:16) Por acatar a exortação divina em Amós 5:15, ele achará mais fácil cultivar ódio pelo que é mau. Poderá assim vencer sua luta espiritual.
18 Veja outro exemplo. Você consegue se imaginar prostrando-se perante ídolos da adoração do sexo? A mera ideia disso é repugnante, não é? Mesmo assim, Oseias fala de antepassados dos israelitas que cometiam imoralidade perante Baal de Peor. (Números 25:1-3; Oseias 9:10) Pelo visto, Oseias mencionou esse incidente porque a adoração de Baal era um dos pecados principais do reino de Israel, de dez tribos. (2 Reis 17:16-18; Oseias 2:8, 13) Podemos imaginar esta cena repugnante: os israelitas ajoelhando-se perante ídolos em orgias sexuais. Saber o que Deus achou disso pode ajudar cada um de nós a lutar contra os laços que Satanás arma via internet. Hoje, muitos idolatram lindas mulheres ou belos homens apresentados no entretenimento popular. Mas como é diferente a atitude dos que, como nós, conhecem os alertas dos profetas contra a idolatria!
TENHA SEMPRE EM MENTE A PALAVRA DE DEUS
19. O que se pode aprender do que Jonas fez quando esteve na barriga de um grande peixe?
19 À medida que você se esforça em apoiar os elevados padrões de Deus em meio a tentações e dificuldades, às vezes talvez se sinta incapaz ou sem saber o que fazer. Se suas faculdades mentais ou emocionais parecerem ‘escassas’, como poderá enfrentar com êxito uma situação difícil? (Provérbios 24:10) Pode-se aprender algo de Jonas, que, como sabemos, era um homem imperfeito sujeito a falhas. Lembre-se do que ele fez quando esteve na barriga de um grande peixe. Ele orou a Jeová. Note o conteúdo de sua oração.
20. Como você pode preparar-se para fazer o que Jonas fez?
20 Quando Jonas orou a Deus “do ventre do Seol”, ele usou muitas palavras e frases que conhecia, expressões dos salmos. (Jonas 2:2) Muito aflito, ele implorou a misericórdia de Jeová; no entanto, foram as palavras de Davi que os seus lábios proferiram. Por exemplo, compare as palavras de Jonas 2:3, 5 com as do Salmo 69:1, 2.a Não é óbvio que Jonas conhecia os salmos de Davi que lhe estavam disponíveis? As palavras e expressões de salmos inspirados fervilhavam no seu íntimo. Jonas tinha a palavra inspirada de Deus ‘nas suas partes internas’. (Salmo 40:8) Se você está enfrentando uma situação emocionalmente desgastante, consegue lembrar-se de algumas palavras apropriadas de Deus? Conhecer cada vez melhor a Palavra de Deus com certeza será extremamente útil no futuro, à medida que você tomar decisões e resolver problemas em harmonia com os padrões divinos.
TENHA UM SADIO TEMOR DE DEUS
21. O que você precisa cultivar a fim de se apegar aos padrões de Deus?
21 Naturalmente, para se apegar aos padrões de Jeová não basta ter a Palavra de Deus na memória. O profeta Miqueias esclarece ainda mais o que você precisa para aplicar a Palavra de Deus: “A pessoa de sabedoria prática temerá o teu nome.” (Miqueias 6:9) Para ser uma pessoa de sabedoria prática, que sabe aplicar na vida seus conhecimentos, você precisa cultivar temor ao nome de Deus.
22, 23. (a) Por que Jeová enviou Ageu para falar com os judeus repatriados? (b) Que motivos você tem para confiar que poderá viver à altura dos padrões de Deus?
22 Como você pode aprender a temer o nome de Deus? Consulte, por exemplo, o profeta pós-exílico Ageu. Em seu livro bem curto, de apenas 38 versículos, ele usou 35 vezes o nome Jeová. Quando Deus o designou para profetizar, em 520 AEC, já se haviam passado 16 anos de poucas atividades na reconstrução do templo em Jerusalém. O povo de Deus estava desanimado por causa da oposição de inimigos. (Esdras 4:4, 5) As pessoas achavam que a época para reconstruir o templo ainda não havia chegado. Jeová as exortou: “Fixai o vosso coração nos vossos caminhos. . . . Construí a casa, para que eu tenha prazer nela e eu seja glorificado.” — Ageu 1:2-8.
23 O Governador Zorobabel, o Sumo Sacerdote Josué e “todos os remanescentes do povo começaram a escutar a voz de Jeová, seu Deus, . . . e o povo começou a temer por causa de Jeová”. Com isso Deus declarou: “Eu estou convosco.” Que encorajamento! Com a ajuda do espírito de Deus, as pessoas “começaram a entrar e a fazer a obra na casa de Jeová”. (Ageu 1:12-14) O sadio temor de desagradar a Deus moveu o povo, que estava desanimado, a agir apesar da oposição.
24, 25. Com exemplos específicos, ilustre como você pode aplicar os princípios apresentados neste capítulo.
24 E você? Se perceber como os padrões divinos estão envolvidos na situação que você enfrenta, terá a coragem necessária para temer a Jeová em vez de a homens? Você talvez seja uma mulher jovem e tenha um colega de trabalho que não segue os mesmos princípios divinos que você. Ainda assim, ele é bondoso e atencioso. Virá à sua mente um texto bíblico que a faça lembrar dos padrões de Jeová e dos perigos de desconsiderá-los? Que dizer de Oseias 4:11: ‘A fornicação, o vinho e o vinho doce é que tiram o bom motivo’? Em harmonia com isso, será que seu temor a Deus a moverá a apegar-se ao Seu padrão e dizer Não caso esse homem a convide para algum evento social? Se ele começar a flertar, o temor de desagradar seu amoroso Deus poderá ajudá-la a ‘fugir’. — Gênesis 39:12; Jeremias 17:9.
Como o temor a Deus ajuda numa situação como esta?
25 Voltemos agora ao exemplo de um homem que procura resistir à tentação da pornografia na internet. Será que se lembrará das palavras do Salmo 119:37, que estão em forma de oração? “Faze meus olhos passar adiante de ver o que é fútil.” E será que repassará mentalmente as palavras de Jesus no Sermão do Monte? “Todo aquele que persiste em olhar para uma mulher, a ponto de ter paixão por ela, já cometeu no coração adultério com ela.” (Mateus 5:28) Ter temor a Jeová e desejo de viver à altura de seus padrões deve mover o cristão a evitar o que pode ser corrompedor. Sempre que for tentado a pensar ou agir contrário aos padrões de Deus, procure cultivar maior temor a Deus. E lembre-se do que Jeová lhe diz por meio de Ageu: ‘Estou contigo.’
26. O que consideraremos a seguir?
26 Realmente, você pode servir a Jeová de acordo com seus elevados padrões e se beneficiar disso. Ao continuarmos a examinar os 12 livros proféticos, entenderemos melhor os padrões de Deus, ou o que ele requer de cada um de nós. A próxima seção deste livro abordará três áreas principais nas quais Jeová estabelece admiráveis padrões: nossa conduta, nosso relacionamento com outros e nossa vida familiar.
a Compare também Jonas 2:2, 4-9 com Salmo 18:6; 31:22; 30:3; 142:3; 31:6 e 3:8, na ordem usada por Jonas.
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‘O que Jeová pede de você?’Viva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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CAPÍTULO OITO
‘O que Jeová pede de você?’
1, 2. Por que é animador ver como Jeová reagiu à decadência moral de seu povo no passado?
IMAGINE a cena: uma menina se assusta com fortes batidas na porta. Ela teme que seja o comerciante corrupto, que exige o dinheiro que a família lhe deve. Ele já explorou muita gente usando pesos falsos e cobrando juros ilegais. Para não ser pego, ele suborna líderes da cidade, que desprezam o clamor das vítimas. A menina se sente indefesa; seu pai largou a família para viver com uma mulher mais jovem. Ela e sua mãe correm o risco de ser vendidas como escravas.
2 Essa cena engloba algumas das práticas denunciadas pelos 12 profetas. (Amós 5:12; 8:4-6; Miqueias 6:10-12; Sofonias 3:3; Malaquias 2:13-16; 3:5) Como você teria reagido se tivesse vivido naquele tempo? Por mais triste que pareça o quadro, poderá animar-se com os aspectos positivos dos tratos de Jeová com o seu povo nos dias desses profetas. Realmente, poderá ver que nesses 12 livros Deus enfatizou qualidades e atitudes elevadas. O encorajamento divino pode fortalecer sua moral, motivá-lo a fazer o bem e a louvar a Deus. Visto que o dia de julgamento de Jeová se aproxima rapidamente, dar atenção à mensagem positiva desses livros pode ajudá-lo a compreender o que Deus pede de você. Inicie examinando os eventos dos dias de Miqueias, no oitavo século AEC.
Jeová não fecha os olhos à corrupção e à injustiça
O QUE JEOVÁ PEDE DE VOCÊ?
3, 4. (a) Que apelo atraente há no livro de Miqueias? (b) Como influi em você a pergunta em Miqueias 6:8?
3 Ao ler o livro de Miqueias, a primeira impressão que se tem é que se trata apenas de uma longa lista de acusações contra os desobedientes israelitas. É verdade que Jeová não fez vistas grossas à decadência moral de seu povo dedicado, incluindo os que ele classificou de “odiadores do que é bom e amantes da maldade”. (Miqueias 3:2; 6:12) No entanto, junto com as denúncias, o livro apresenta uma das mais atraentes e motivadoras admoestações da Bíblia. Miqueias focaliza a Fonte dos padrões justos e faz uma pergunta que induz à reflexão: ‘O que Jeová pede de ti senão que exerças a justiça, ames a benignidade e andes modestamente com o teu Deus?’ — Miqueias 6:8.
4 Percebe aqui um apelo do nosso Criador? Somos amorosamente lembrados de atitudes positivas que podemos adotar, em vez de nos deixar desviar pela prevalecente maldade. Jeová sabe que, como humanos leais, desejamos cultivar qualidades divinas, e ele não perde a esperança em nós. Assim, como responderia se lhe fosse perguntado: ‘O que Jeová pede de você?’ Reconhece na sua vida alguns aspectos em que os padrões morais de Deus fazem — ou deviam estar fazendo — uma diferença? Sua relação com Deus e a qualidade de sua vida melhorarão muito à medida que persistir em ajustar-se a esses padrões. Na iminência de um paraíso global, anime-se com esta exortação: “Semeai para vós mesmos em justiça; colhei segundo a benevolência. Lavrai para vós mesmos a terra de lavoura, quando há tempo para se buscar a Jeová, até ele vir e vos dar instrução em justiça.” (Oseias 10:12) Examinemos agora alguns pontos principais nas belas palavras de Miqueias 6:8.
‘SEJA MODESTO’
5. Por que é importante ‘andar modestamente’ com Deus?
5 Significativamente, Miqueias declara que Jeová nos pede que ‘andemos modestamente’ com Ele. Ser modesto só pode beneficiar-nos, pois “a sabedoria está com os modestos”. (Provérbios 11:2) Isso inclui reconhecer as limitações que o pecado adâmico nos impõe. Admitirmos que nascemos em pecado é o primeiro passo indispensável na luta contra qualquer pecado proposital. — Romanos 7:24, 25.
6. Por que é benéfico reconhecer modestamente os efeitos do pecado?
6 Por que a modéstia e a humildade são tão importantes para evitar o pecado proposital? A pessoa modesta reconhece a força do pecado. (Salmo 51:3) Oseias ajuda-nos a entender que o pecado pode ser sedutor, mas resulta sempre em ruína. Por exemplo, Jeová prometeu “ajustar contas” com seu povo do passado devido à desobediência deles. Será que isso soa como se os pecadores imodestos não fossem sofrer nenhuma consequência? Talvez fosse isso o que esperavam, pois o pecado muitas vezes engana e escraviza. Mais importante ainda, o pecado afasta de Deus os pecadores, que talvez cheguem a este extremo: “Suas ações não permitem o retorno a seu Deus.” O pecado proposital corrói a fibra moral da vida do transgressor, tornando-o ‘praticante do que é prejudicial’. Além disso, o pecado torna infrutífera a vida do transgressor. Por algum tempo ele talvez pareça ser bem-sucedido, mas um pecador não arrependido não pode contar com a aprovação de Deus. — Oseias 1:4; 4:11-13; 5:4; 6:8.
7. Como as pessoas modestas encaram as orientações de Jeová?
7 Pessoas modestas admitem também que precisam das orientações de Deus para evitar os tristes efeitos do pecado. Miqueias predisse um tempo — os nossos dias — em que multidões procurariam zelosamente ‘ser instruídas nos caminhos de Jeová’ e ‘andar nas suas veredas’. Essas pessoas mansas buscam a “lei” e “a palavra de Jeová”. Você provavelmente se sente feliz entre os que desejam ‘andar no nome de Jeová’, atendendo aos seus requisitos. Mesmo assim, como Miqueias, talvez deseje conhecer outras maneiras de manter-se “moralmente puro”. (Miqueias 4:1-5; 6:11) Procurar fazer modestamente o que Jeová pede de você será de muita ajuda.
CULTIVE MORAL ELEVADA
8. O que você observa a respeito da moral do mundo de hoje?
8 Visando o nosso bem-estar espiritual e físico, Jeová nos pede que sejamos moralmente castos, apesar da degradação do mundo ao nosso redor. (Malaquias 2:15) Somos inundados por mensagens de cunho sexual. Muitos acham que ver fotos ou filmes pornográficos, ler sobre práticas sexuais degradantes e ouvir músicas com letras sugestivas faz parte da vida. Além disso, há pessoas que desrespeitam as mulheres, considerando-as apenas como objetos sexuais. Muitos jovens na escola gostam de contar piadas obscenas ou de maliciosa conotação sexual. Como resistir a tais influências corrompedoras?
9. De que modo muitos abandonaram os padrões de Jeová nos dias dos 12 profetas?
9 Os 12 profetas que estamos estudando nos dão valiosas admoestações. Eles viveram antes da era dos cinemas multissalas e das videolocadoras, mas no seu tempo havia símbolos fálicos, bem como a chamada prostituição sagrada e a vergonhosa promiscuidade. (1 Reis 14:24; Isaías 57:3, 4; Habacuque 2:15) As provas disso estão nos escritos desses profetas: “No que se refere aos homens, é com as meretrizes que eles se retiram e é com as prostitutas de templo que oferecem sacrifícios.” “Um homem e seu próprio pai foram ter com a mesma moça para profanar meu santo nome.” Alguns regularmente ‘pagavam prostitutas’ em rituais de fertilidade.a O adultério era comum, e cônjuges infiéis ‘iam atrás de seus amantes apaixonados’. — Oseias 2:13; 4:2, 13, 14; Amós 2:7; Miqueias 1:7, Bíblia na Linguagem de Hoje.
10. (a) O que principalmente está por trás da conduta imoral? (b) Como o povo de Deus do passado se tornou culpado de fornicação espiritual?
10 Provavelmente você reconhece que a imoralidade sexual reflete a atitude e as motivações da pessoa. (Marcos 7:20-22) Jeová disse a respeito de seu povo imoral: ‘O próprio espírito de fornicação [“loucura por sexo”, Contemporary English Version] fizera com que se transviassem’ e ‘só se empenhassem em conduta desenfreada’. (Oseias 4:12; 6:9)b Zacarias falou do “espírito de impureza”. (Zacarias 13:2) A atitude das pessoas era descarada, desrespeitosa ou até de desprezo para com os padrões e a autoridade de Jeová. Assim, para corrigir suas motivações, as pessoas teriam de mudar radicalmente sua mentalidade e a condição de coração. Reconhecer isso deve fazer com que os cristãos se sintam ainda mais gratos pela ajuda que recebem para evitar a imoralidade e suas trágicas consequências.
SEJA CASTO
11. Cite algumas consequências da imoralidade sexual.
11 Você sem dúvida se apercebe que a baixa moral muitas vezes rompe famílias, priva os filhos da orientação dos pais, resulta em doenças repulsivas e em abortos que destroem vidas. Muitos que desconsideram o Criador em assuntos de sexualidade sofrem danos físicos e emocionais. Miqueias escreveu: “Visto que [a pessoa] se tornou impura, haverá demolição; e o trabalho de demolição é penoso.” (Miqueias 2:10) Saber disso reforça a determinação dos que temem a Deus. Eles evitam poluir o coração e a mente por não entreter pensamentos impuros. — Mateus 12:34; 15:18.
12. Como nos beneficiamos de aceitar o conceito de Jeová sobre sexo?
12 Os cristãos não obedecem apenas por medo de doenças ou de gerar filhos ilegítimos. Eles veem o valor de cultivar amor à lei de Deus e de adotar seu conceito sobre moral sexual. Jeová colocou nos humanos um desejo normal de ter relações sexuais como expressão de amor conjugal. Fazia parte do propósito criativo de Deus. Quando é mantido no seu contexto correto — o casamento — o sexo é benéfico, unindo marido e esposa como se fossem um, e às vezes resulta em procriação. Mas o sexo fora do casamento é muito destrutivo, como mostraram os 12 profetas. O sexo imoral resultou na desaprovação de Deus. Pagava-se um alto preço pela imoralidade nos dias desses profetas, e ainda é assim hoje para qualquer pessoa.
13. Como podemos, em certo sentido, ‘afastar a fornicação’ e evitar a tentação?
13 Oseias pediu a seus contemporâneos que removessem, ou ‘afastassem, de diante de si a fornicação’, no sentido de tomarem medidas concretas para proteger a moral deles. (Oseias 2:2) No nosso caso, é sensato nos afastar de qualquer situação comprometedora. Por exemplo, você talvez enfrente uma tentação persistente na escola ou na vizinhança. Talvez não possa mudar de escola ou de casa, mas pode haver outras maneiras de se distanciar das circunstâncias tentadoras e, assim, ‘afastar de diante de si a fornicação’. Revele aos outros que você é um cristão verdadeiro, uma Testemunha de Jeová. De modo claro e respeitoso, explique seus valores e suas crenças. Deixe outros saber que você está decidido a seguir os elevados padrões de Jeová. (Amós 5:15) Outra maneira de ‘afastar a fornicação’ é evitar a pornografia e a diversão questionável. Isso pode significar descartar uma revista ou procurar novos amigos — que amem a Jeová e concordem que você deve fazer o que ele pede de você. (Miqueias 7:5) Com a ajuda de Jeová, você pode evitar ser contaminado pela imoralidade do mundo.
Expor claramente suas crenças cristãs servirá de proteção
‘AME A BENIGNIDADE’
14, 15. (a) O que significa ‘amar a benignidade’? (b) Como o amor à bondade nos ajuda a ser irrepreensíveis?
14 Miqueias enfatizou que Jeová pede que ‘amemos a benignidade’. Ser benigno envolve fazer coisas boas, em vez de prejudiciais. A benignidade tem estreita relação com a bondade e a excelência moral. Requer que sejamos honestos e justos nos nossos assuntos pessoais e nos tratos com outros. No Capítulo 6 deste livro examinamos importantes aspectos da vida, como negócios e assuntos financeiros, nos quais a justiça e a honestidade são vitais. Mas esses não são os únicos aspectos da vida em que devemos ser justos, honestos e bondosos.
15 Quem ama a bondade e deseja fazer o bem para os outros se esforça em ser irrepreensível. Jeová disse o seguinte para os israelitas que não cumpriam suas obrigações materiais para com a adoração pura: “Vós me roubais.” (Malaquias 3:8) Consegue discernir como alguém poderia ‘roubar’ a Deus hoje em dia? Veja o caso de um cristão que tem acesso aos recursos contribuídos para a promoção dos interesses do Reino na congregação local ou em outro projeto. De quem é esse dinheiro? Em última instância pertence a Jeová, pois foi doado para promover sua adoração. (2 Coríntios 9:7) Deveria alguém achar que pode “tomar emprestado” tal dinheiro para uma emergência pessoal ou de outro modo usá-lo sem a devida autorização? Obviamente não. Isso seria como roubar de Deus. E não seria nada bondoso nem justo para com os que doaram tais recursos para a obra de Deus. — Provérbios 6:30, 31; Zacarias 5:3.
16, 17. (a) Como alguns manifestavam ganância nos dias de Amós e de Miqueias? (b) O que Deus acha da cobiça?
16 A benignidade e a bondade também movem os cristãos a evitar a cobiça. Nos dias de Amós, a ganância extrema era comum. Predadores insaciáveis não hesitavam em ‘vender o justo’ — o próprio companheiro de adoração — “pela mera prata”. (Amós 2:6) Era assim também nos dias de Miqueias, quando os ricos em Judá se apoderavam, se necessário à força, de propriedades dos que não podiam se defender. (Miqueias 2:2; 3:10) Ao se apossarem de terras de seu próximo, tais indivíduos gananciosos violavam a Lei de Jeová, incluindo o último dos Dez Mandamentos e as diretrizes contra a venda permanente de terras herdadas. — Êxodo 20:13, 15, 17; Levítico 25:23-28.
17 Hoje é pouco comum a venda ou escravização de humanos, como era nos dias dos profetas. Mas que dizer de levar vantagens financeiras ou explorar outros? O cristão que ama a bondade certamente não explora seus companheiros de adoração. Por exemplo, ele sabe que não seria apropriado nem bondoso abrir um negócio ou promover um esquema de investimentos visando ter como clientes principalmente irmãos na fé. Planejar ganhar dinheiro fácil explorando os irmãos seria ganância, contra a qual os cristãos são alertados. (Efésios 5:3; Colossenses 3:5; Tiago 4:1-5) A ganância pode manifestar-se no amor ao dinheiro, no desejo de poder ou de lucros, até mesmo na ânsia por comida, bebida, sexo ou outras coisas. Miqueias mostrou que pessoas interesseiras e gananciosas ‘não se fartariam’. O mesmo acontece hoje. — Miqueias 6:14.
Muitos cristãos amorosamente se preocupam com as necessidades espirituais de estrangeiros
18, 19. (a) O que alguns dos 12 profetas disseram sobre os cuidados de Jeová com os “residentes forasteiros”? (b) De que modo mostrar interesse bondoso nos outros pode melhorar as relações onde você vive?
18 Jeová instruiu seu povo a ‘não defraudar nenhum residente forasteiro’. E, por meio de Malaquias, ele declarou: ‘Vou chegar-me a vós para julgamento contra os que repelem o residente forasteiro.’ (Zacarias 7:10; Malaquias 3:5) Será que a região em que você vive passou por uma mudança devido a um influxo de imigrantes, ou outros, de nacionalidade, raça ou formação diferentes? Talvez tenham se mudado em busca de segurança, emprego ou melhores condições de vida. Como encara as pessoas cuja língua e estilo de vida são diferentes dos seus? Percebe em você alguma tendência para preconceito, que seria exatamente o oposto da bondade?
19 Pense em como outros reagirão bem se você mostrar que pessoas de outros países ou formações também merecem ouvir as verdades cristãs. Além disso, a bondade impedirá qualquer sentimento de que esses recém-chegados estejam “usurpando” o uso do Salão do Reino ou de outros recursos. A alguns cristãos judeus do primeiro século que tinham certo preconceito contra os não judeus, o apóstolo Paulo lembrou que realmente ninguém merecia ser salvo; apenas a benignidade imerecida de Deus tornara possível que a pessoa ganhasse a salvação. (Romanos 3:9-12, 23, 24) Ser bondoso com outros fará com que nos alegremos de que o amor de Deus esteja alcançando muitas pessoas que antes talvez tenham tido pouca oportunidade de ouvir as boas novas. (1 Timóteo 2:4) Pessoas de outros países ou formações muitas vezes são menos afortunadas, de modo que devemos mostrar-lhes consideração e bondade, acolhendo-as no nosso meio, tratando cada uma delas como “natural”, ou nativa, entre nós. — Levítico 19:34.
ANDE COM O DEUS VERDADEIRO
20. A quem alguns israelitas pediam orientação?
20 Miqueias enfatizou também a necessidade de andar com Deus, de encará-lo como Deus verdadeiro e buscar sua orientação. (Provérbios 3:5, 6; Oseias 7:10) Depois da volta do exílio, alguns judeus recorreram a adivinhadores, cartomantes e deuses falsos, talvez para ajudá-los durante uma seca. Na verdade eles invocavam a ajuda de espíritos maus, embora Jeová tivesse condenado claramente tais práticas. (Deuteronômio 18:9-14; Miqueias 3:6, 11; 5:12; Ageu 1:10, 11; Zacarias 10:1, 2) Aqueles judeus se envolviam com criaturas espirituais que se opõem ao Deus verdadeiro.
21, 22. (a) Que tipos de espiritismo são comuns na sua localidade? (b) Por que os servos genuínos de Jeová não se envolvem com o espiritismo?
21 Hoje alguns acham que os espíritos maus mencionados nas Escrituras são meros símbolos do conceito do mal. No entanto, a Bíblia revela que os demônios são reais e estão por trás da astrologia, da feitiçaria e de alguns tipos de mágica. (Atos 16:16-18; 2 Pedro 2:4; Judas 6) Os perigos do espiritismo são igualmente reais. Pessoas em muitas culturas recorrem a xamãs ou a curandeiros que alegam ter poderes mágicos, e a feiticeiros. Outros buscam orientações no horóscopo ou usam cartas de tarô, varinhas mágicas, pranchetas ouija ou cristais especiais. Até mesmo tentativas de comunicar-se com os espíritos dos mortos são muito comuns. Têm-se notícias de que certos chefes de Estado recorrem à astrologia e a médiuns espíritas como ajuda na tomada de decisões. Tudo isso contradiz claramente as palavras de Miqueias de que nós devemos andar com o Deus verdadeiro, seguindo Suas orientações.
22 Certamente você — um genuíno servo de Jeová — precisa evitar tais práticas. Esteja certo de que Deus jamais usa a magia ou o ocultismo para revelar sua vontade, ou para exercer seu poder. Em vez disso, como nos garante Amós 3:7, Jeová ‘revela seu assunto confidencial aos seus servos, os profetas’. Além do mais, quem se envolve com o ocultismo pode cair na influência do líder dos demônios, Satanás, que é mentiroso e tem como estratégia enganar as pessoas. Ele e seus lacaios procuram causar o mal; sempre foram cruéis, até mesmo matando pessoas. (Jó 1:7-19; 2:7; Marcos 5:5) É compreensível que Miqueias tenha condenado a adivinhação e a feitiçaria ao nos exortar a andar com o Deus verdadeiro.
Os servos de Deus precisam evitar o ocultismo
23. Somente quem pode atender aos nossos pedidos corretos?
23 A espiritualidade só é verdadeira quando diz respeito a Jeová e sua adoração pura. (João 4:24) ‘Peçam a Jeová’, escreveu o profeta Zacarias. (Zacarias 10:1) Se você sofre ataques ou tentações de espíritos maus, lembre-se de que “todo aquele que invocar o nome de Jeová salvar-se-á”. (Joel 2:32) Essa garantia é importante ao termos bem em mente o Seu grande dia.
24. Que lições você tirou de Miqueias 6:8?
24 Obviamente, as palavras em Miqueias 6:8 nos dão muito em que pensar. Para desenvolver uma moral forte precisamos ter motivação correta e qualidades divinas. Oseias encorajou a nós, que vivemos “na parte final dos dias”, dizendo que, em nossos tempos, os tementes a Deus procurariam a bondade de Jeová. (Oseias 3:5) Amós confirmou o convite de Deus para fazermos exatamente o seguinte: ‘Buscar o que é bom, para que possamos continuar a viver.’ Também somos exortados: “Amai o que é bom.” (Amós 5:14, 15) Se fizermos isso, seremos reanimados por fazer o que Jeová pede de nós.
a O tradutor da Bíblia Joseph Rotherham diz o seguinte sobre as nações de Canaã, cuja conduta os israelitas imitavam: “A adoração que praticavam era crassamente sensual e de uma crueldade revoltante. Em honra aos seus deuses, as mulheres sacrificavam sua virtude. Seus locais sagrados eram bordéis. Os órgãos de reprodução eram representados livremente por símbolos repugnantes. Os povos tinham prostitutos santos (!), homens e mulheres.”
b O povo de Deus também era culpado de fornicação espiritual. Eles travavam relações ilícitas com nações pagãs e misturavam a adoração de Baal com a adoração pura.
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Trate os outros como Deus deseja que os tratemosViva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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CAPÍTULO NOVE
Trate os outros como Deus deseja que os tratemos
1-3. (a) O que talvez venha à mente de muitos cristãos ao se mencionar a antiga Tiro? (b) Descreva alguns dos tratos entre o Rei Hirão e Israel. (c) O que desejamos considerar com relação a Tiro?
O QUE lhe vem à mente quando se fala na antiga Tiro? Muitos cristãos talvez se lembrem de como as profecias se cumpriram quando Alexandre, o Grande, raspou os entulhos das ruínas da Tiro continental e construiu um aterro até a cidade-ilha de Tiro, que era mais nova, e a destruiu. (Ezequiel 26:4, 12; Zacarias 9:3, 4) Mas será que a menção de Tiro o faz pensar em como tratar seus irmãos espirituais, ou outros, e em como não os tratar?
2 Por que Tiro foi destruída? “Por causa de três revoltas de Tiro . . . , por entregarem a Edom um grupo inteiro de exilados e por não se terem lembrado do pacto de irmãos. E vou enviar fogo sobre a muralha de Tiro.” (Amós 1:9, 10) Em tempos anteriores, o Rei Hirão, de Tiro, havia mostrado boa vontade para com Davi e fornecido materiais para o templo de Salomão. Este fez um pacto com Hirão e deu-lhe cidades na Galileia. Hirão chamou Salomão de “meu irmão”. (1 Reis 5:1-18; 9:10-13, 26-28; 2 Samuel 5:11) Quando Tiro ‘não se lembrou do pacto de irmãos’ e vendeu alguns do povo de Deus como escravos, isso não passou despercebido por Jeová.
3 Que lição podemos tirar do fato de que Deus condenou os cananeus de Tiro por terem tratado mal o Seu povo? Uma lição básica envolve como tratamos nossos irmãos espirituais. Em capítulos anteriores deste livro examinamos alguns conselhos dos 12 profetas sobre como tratar os outros, tais como ser justo nas práticas comerciais e casto na conduta. Mas esses 12 livros contêm mais indicações sobre como Deus deseja que tratemos os outros.
NÃO SE ALEGRE COM A DESGRAÇA ALHEIA
4. Em que sentido os edomitas eram “irmãos” de Israel, mas como os trataram?
4 Pode-se aprender uma lição da condenação de Deus contra Edom, um país que ficava perto de Israel: “Não devias ter contemplado o espetáculo no dia de teu irmão, no dia do seu infortúnio; e não te devias ter alegrado sobre os filhos de Judá no dia de seu perecimento.” (Obadias 12) Os tírios talvez fossem “irmãos” nos tratos comerciais, mas os edomitas eram “irmãos” de Israel no verdadeiro sentido, pois descendiam de Esaú, gêmeo de Jacó. Até mesmo Jeová chamou os edomitas de “irmãos” de Israel. (Deuteronômio 2:1-4) Assim, foi realmente odioso os edomitas se alegrarem quando os judeus sofreram calamidade às mãos dos babilônios. — Ezequiel 25:12-14.
5. Sob que circunstâncias a pessoa talvez demonstre um espírito semelhante ao dos edomitas?
5 Deus obviamente não aprovou o modo como os edomitas trataram seus irmãos judeus. Mas pode-se perguntar: ‘Como Deus avaliaria o modo como eu trato meus irmãos?’ Algo a pensar é como encaramos e tratamos um irmão quando há desacordos. Por exemplo, suponha que um cristão o tenha ofendido ou tido um problema com um parente seu. Se você “tiver razão para queixa” contra esse irmão, ficará ressentido, não esquecerá o assunto nem tentará resolvê-lo? (Colossenses 3:13; Josué 22:9-30; Mateus 5:23, 24) Essa atitude poderá influir nas suas relações com esse irmão; poderá tratá-lo com frieza, evitar sua companhia ou falar mal dele. Ampliando o exemplo, imagine que esse irmão mais tarde cometa um erro, vindo até mesmo a precisar de conselhos ou de correção por parte dos anciãos da congregação. (Gálatas 6:1) Será que você refletiria o espírito dos edomitas e se alegraria com as dificuldades desse irmão? Como Deus gostaria que você agisse?
6. Em contraste com Zacarias 7:10, o que Miqueias 7:18 sugere que façamos?
6 Jeová fez com que Zacarias mencionasse Seu desejo de ‘não maquinarmos nada de mau um contra o outro nos nossos corações’. (Zacarias 7:9, 10; 8:17) Esse conselho se aplica quando achamos que um irmão nos prejudicou ou agiu mal com alguém da nossa família. Nesses casos, é fácil ‘maquinar o mal no coração’ e, depois, refletir isso nas nossas ações. Mas Deus deseja que imitemos seu bom exemplo. Lembre-se de que Miqueias escreveu que Jeová ‘perdoa o erro e passa por alto a transgressão’.a (Miqueias 7:18) Como podemos aplicar isso?
7. Em certos casos, por que podemos preferir simplesmente esquecer uma ofensa?
7 Talvez estejamos magoados com o que se fez a nós ou a um parente, mas é algo realmente sério? A Bíblia delineia os passos a ser dados para resolver desavenças, até mesmo quando se peca contra um irmão. No entanto, muitas vezes é melhor simplesmente desconsiderar o erro ou a ofensa, ou seja, ‘passar por alto a transgressão’. Pergunte-se: ‘Será essa uma das 77 vezes que eu devo perdoá-lo? Por que não simplesmente esquecer o assunto?’ (Mateus 18:15-17, 21, 22) Mesmo que a ofensa pareça grande agora, será assim daqui a mil anos? Aprenda uma lição básica do comentário em Eclesiastes 5:20 sobre o trabalhador que se delicia com o alimento e a bebida: “Raramente [ele] fica pensando na brevidade de sua vida, porque Deus o mantém ocupado com a alegria do coração.” (Nova Versão Internacional) À medida que a pessoa alegremente se concentra nos seus prazeres do momento, ela tende a esquecer os problemas da vida diária. Podemos imitar essa atitude? Se nos concentrarmos nas alegrias de nossa fraternidade cristã, conseguiremos esquecer assuntos sem importância permanente, dos quais não mais nos lembraremos no novo mundo. Isso é muito diferente de alegrar-se com a desgraça alheia ou guardar ressentimentos.
Se alguém o ofendeu, o que você deve evitar?
FALE SEMPRE A VERDADE
8. Que desafio enfrentamos com relação a sempre falar a verdade?
8 Os 12 livros proféticos acentuam também o quanto Deus deseja que sejamos verídicos nos nossos relacionamentos. Naturalmente, nós nos esforçamos em falar ‘a verdade das boas novas’ a outros. (Colossenses 1:5; 2 Coríntios 4:2; 1 Timóteo 2:4, 7) O que pode ser um desafio, porém, é sempre falar a verdade com a família e os irmãos espirituais na comunicação diária, que envolve uma ampla variedade de assuntos e situações. Por que pode ser um desafio?
9. Em que situações talvez sejamos tentados a não falar toda a verdade, mas o que devemos nos perguntar?
9 Quem de nós nunca disse ou fez algo maldoso que depois teve que se explicar? Provavelmente nos sentimos constrangidos ou um tanto culpados. Esses sentimentos podem levar a pessoa a negar o que fez ou a dar uma “explicação” que deturpa a verdade a fim de desculpar o erro ou fazê-lo parecer correto. Ou numa situação embaraçosa talvez sejamos tentados a ocultar certos detalhes para minimizar o erro. Assim, o que dizemos talvez seja essencialmente verdade, mas passa uma impressão bem diferente. Embora não seja uma mentira flagrante, que é comum no mundo de hoje, será que agir assim é realmente ‘falar a verdade cada um com o seu próximo’, ou irmão? (Efésios 4:15, 25; 1 Timóteo 4:1, 2) Quando um cristão diz coisas que no íntimo ele sabe que induz irmãos a uma conclusão errada, ou a crer em algo que realmente não é verdade ou exato, como você acha que Deus encara isso?
10. Como os profetas descrevem um comportamento que era comum nos antigos Israel e Judá?
10 Os profetas sabiam que até mesmo homens e mulheres dedicados a Jeová nem sempre fazem o que ele espera deles. Oseias expressou os sentimentos de Deus a respeito de certas pessoas nos seus dias: “Assolação para eles, pois transgrediram contra mim! E eu mesmo passei a remi-los, porém, eles mesmos falaram mentiras até contra mim.” Além de falarem mentiras descaradas e flagrantes contra Jeová, alguns ‘proferiam maldições e praticavam o engano’, talvez distorcendo os fatos para desencaminhar outros. (Oseias 4:1, 2; 7:1-3, 13; 10:4; 12:1) Oseias escreveu essas palavras em Samaria, o reino do norte. Será que a situação em Judá era melhor? Miqueias nos informa: “Os seus próprios ricos ficaram cheios de violência e seus próprios habitantes falaram falsidade, e a língua deles é insidiosa na sua boca.” (Miqueias 6:12) É bom termos em mente que esses profetas condenaram a “prática do engano” e os ‘de língua insidiosa na sua boca’. Assim, até mesmo os cristãos, que com certeza não devem mentir deliberadamente, podem perguntar-se: ‘Será que às vezes engano outros ou tenho uma língua insidiosa? O que Deus espera de mim nesse respeito?’
11. O que os profetas revelam sobre como Deus deseja que sejam as nossas palavras?
11 No lado positivo, Deus também usou os profetas para deixar claro o bem que ele espera de nós. Zacarias 8:16 diz: “Estas são as coisas que deveis fazer: Falai verazmente uns com os outros. Fazei o vosso julgamento nos vossos portões com verdade e com julgamento de paz.” Nos dias de Zacarias, os portões eram locais públicos em que os anciãos resolviam causas jurídicas. (Rute 4:1; Neemias 8:1) Mas ele não disse que somente nesses casos se devia falar a verdade. É preciso ser verídico nas situações formais, mas também somos exortados: “Falai verazmente uns com os outros.” Isso inclui falar a verdade em casa com o cônjuge ou com parentes. Também ao conversar com nossos irmãos espirituais — face a face, ao telefone ou de outra maneira. Eles têm todos os motivos para esperar que falemos a verdade. Os pais cristãos devem enfatizar aos filhos a importância de evitar a falsidade. Assim eles crescerão sabendo que Deus espera que evitem a “língua insidiosa” e sejam realmente verídicos no que disserem. — Sofonias 3:13.
12. Que lições valiosas podemos aprender dos livros proféticos?
12 O jovem ou adulto que se apega à verdade aceita a exortação de Zacarias: ‘Ama a verdade e a paz.’ (Zacarias 8:19) E veja como Malaquias descreveu o exemplo que Jeová viu em Seu Filho: “A própria lei da verdade mostrou estar na sua boca e não se achou injustiça nos seus lábios. Andava comigo em paz e em retidão.” (Malaquias 2:6) Será que Jeová esperaria menos de nós? Lembre-se, temos à disposição a Sua Palavra completa, incluindo os 12 profetas e todas as lições que podemos aprender deles.
EVITE A VIOLÊNCIA NOS SEUS RELACIONAMENTOS
13. Miqueias 6:12 revela a existência de que outro problema naquela época?
13 Miqueias 6:12 diz que uma das maneiras de o povo de Deus do passado maltratar os outros era por ‘falar falsidades e ter uma língua insidiosa’. No entanto, esse versículo identifica ainda outro defeito grave. Menciona que ‘os ricos haviam ficado cheios de violência’. Em que sentido, e que lição podemos aprender disso?
14, 15. Que reputação algumas nações vizinhas do povo de Deus tinham com respeito à violência?
14 Veja que reputação tinham algumas nações vizinhas do povo de Deus. A nordeste ficava a Assíria, com sua capital Nínive, sobre a qual Naum escreveu: “Ai da cidade de derramamento de sangue. Ela está cheia de impostura e de roubo. A presa não se afasta!” (Naum 3:1) Os assírios eram conhecidos por sua agressividade na guerra e crueldade com que tratavam os prisioneiros de guerra — alguns eram queimados ou esfolados vivos, outros eram cegados ou se lhes decepavam o nariz, as orelhas ou os dedos. O livro Deuses, Túmulos e Sábios diz: “Nínive gravou-se na consciência dos homens quase unicamente por estar ligada a assassinato, saque, repressão, violação dos fracos, guerra e terror de toda sorte.” Temos uma testemunha ocular (e possivelmente participante) dessa violência. Depois de ouvir a mensagem de Jonas, o rei de Nínive disse a respeito de seu povo: “Cubram-se de serapilheira, homem e animal doméstico; e clamem a Deus com força e recuem, cada um do seu mau caminho e da violência que havia nas suas mãos.” — Jonas 3:6-8.b
15 A violência crassa não se restringia à Assíria. Edom, a sudeste de Judá, também recebeu o castigo. Por quê? “No que se refere a Edom, tornar-se-á um ermo de desolação, por causa da violência feita aos filhos de Judá, em cuja terra derramaram sangue inocente.” (Joel 3:19) Será que os edomitas acataram esse aviso e abandonaram seus modos violentos? Uns dois séculos depois, Obadias escreveu: “Teus poderosos hão de ficar aterrorizados, ó Temã [cidade edomita], . . . Por causa da violência feita ao teu irmão Jacó . . . terás de ser decepado por tempo indefinido.” (Obadias 9, 10) Mas que dizer do povo de Deus?
16. Amós e Habacuque revelaram a existência de que problema nos seus dias?
16 Amós revelou qual era a situação em Samaria, capital do reino do norte: “‘Vede as muitas desordens no meio dela e as defraudações dentro dela. E não souberam fazer o que é direito’, é a pronunciação de Jeová, ‘os que armazenam violência e assolação’.” (Amós 3:9, 10) Talvez se pense que seria diferente em Judá, onde ficava o templo de Jeová. Mas Habacuque, que morava em Judá, perguntou a Deus: “Até quando clamarei a ti por socorro contra a violência e tu não salvarás? Por que me fazes ver o que é prejudicial e continuas a olhar para a mera desgraça? E por que há assolação e violência diante de mim?” — Habacuque 1:2, 3; 2:12.
17. Por que talvez se tenha desenvolvido a tendência para a violência entre o povo de Deus?
17 Será que a violência entre o povo de Deus se tornara comum por causa da influência da Assíria, de Edom e de outras nações? Salomão havia alertado sobre essa possibilidade: “Não fiques invejoso do homem de violência, nem escolhas a quaisquer dos seus caminhos.” (Provérbios 3:31; 24:1) Mais tarde, Jeremias foi específico: “Assim disse Jeová: ‘Não aprendais absolutamente o caminho das nações.’” — Jeremias 10:2; Deuteronômio 18:9.
Muitos desenhos animados e jogos de computador induzem os jovens a pensar que a violência é aceitável
18, 19. (a) Se Habacuque vivesse hoje, como sem dúvida encararia as modernas expressões de violência? (b) O que você acha da violência dos nossos dias?
18 Se Habacuque vivesse hoje, não ficaria estarrecido diante da violência atual? Muitos são expostos à violência desde a infância. Desenhos animados que divertem meninos e meninas apresentam violência — um personagem tenta esmagar, explodir ou de outra maneira destruir o outro. Logo muitos jovens passam para jogos de computador nos quais vencem alvejando, explodindo ou aniquilando oponentes. “É apenas uma brincadeira”, há quem proteste. Mesmo assim, jogos violentos num computador em casa ou numa lan house mergulham os usuários na violência, moldando suas atitudes e reações. Como são certas estas palavras inspiradas: “O homem de violência seduzirá seu próximo e certamente o fará ir num caminho que não é bom”! — Provérbios 16:29.
19 Embora Habacuque fosse obrigado a observar a mera desgraça e a “violência diante” dele, isso o afligia. Assim, você poderá perguntar-se: ‘Será que ele se sentiria à vontade ao meu lado assistindo aos programas de televisão a que eu assisto?’ Ou: ‘Será que ele assistiria aos chamados eventos esportivos que são violentos por natureza, em que os jogadores até usam armaduras protetoras semelhantes às dos antigos gladiadores?’ Em certos jogos, a emoção para muitos vem das disputas violentas na quadra ou no campo, ou das brigas entre torcedores fanáticos. Em certos países, muitos assistem a filmes e fitas de vídeo com enredos de guerra ou artes marciais. Como desculpa talvez se diga que se trata de história ou de amostra do passado cultural do país, mas será que isso torna a violência mais aceitável? — Provérbios 4:17.
20. A respeito de que tipo de violência Malaquias expressou o conceito de Jeová?
20 Malaquias mencionou ainda outro aspecto ao destacar o conceito de Jeová sobre a traição de alguns judeus às suas esposas. “‘Ele tem odiado o divórcio’, disse Jeová, o Deus de Israel; ‘e aquele que cobriu a sua vestimenta de violência’.” (Malaquias 2:16) A expressão hebraica traduzida “cobriu a sua vestimenta de violência” tem sido entendida de várias maneiras. Alguns eruditos acham que significa manchar a roupa de sangue ao atacar uma pessoa com violência. Seja como for, Malaquias condenava claramente o abuso conjugal. De fato, ele levantou a questão da violência num contexto doméstico, e mostrou que Deus a desaprova.
21. Em que situações o cristão tem de evitar a violência?
21 A violência (física ou verbal) na privacidade de um lar cristão não é menos condenável do que a violência em público; Deus observa tudo. (Eclesiastes 5:8) Embora Malaquias se refira à violência contra a esposa, nada na Bíblia a torna menos repreensível se for cometida por um homem contra seus filhos ou pais idosos. Tampouco é desculpável se for praticada por uma esposa contra o marido, os filhos ou os pais. Admite-se que numa família de humanos imperfeitos podem surgir tensões irritantes e, às vezes, fúria. Mesmo assim, a Bíblia aconselha: “Ficai furiosos, mas não pequeis; não se ponha o sol enquanto estais encolerizados.” — Efésios 4:26; 6:4; Salmo 4:4; Colossenses 3:19.
22. Como sabemos que é possível não ser violento, mesmo que muitos ao redor o sejam?
22 Alguns talvez justifiquem sua violência, dizendo: ‘Sou assim porque fui criado numa família violenta’, ou: ‘As pessoas da minha terra ou da minha raça têm sangue quente, são mais explosivas.’ No entanto, ao condenar os ‘ricos que ficaram cheios de violência’, Miqueias não deu a entender que eles não tinham como agir de outro modo por terem sido criados num ambiente violento. (Miqueias 6:12) Nos dias de Noé, a Terra estava “cheia de violência” e seus filhos cresceram nesse meio. Será que se tornaram violentos? Obviamente não! “Noé achou favor aos olhos de Jeová”, seus filhos o imitaram e foram preservados no Dilúvio. — Gênesis 6:8, 11-13; Salmo 11:5.
23, 24. (a) O que nos ajuda a evitar ser conhecidos como pessoas violentas? (b) Como Jeová encara os que tratam os outros assim como ele deseja que sejam tratados?
23 Em todo o mundo, as Testemunhas de Jeová são conhecidas por serem pacíficas, não violentas. Elas respeitam e acatam as leis de César contra atos violentos. (Romanos 13:1-4) ‘Forjaram de suas espadas relhas de arado’ e se empenham pela paz. (Isaías 2:4) Esforçam-se em assumir a “nova personalidade”, que ajuda a evitar a violência. (Efésios 4:22-26) E seguem o bom exemplo dos anciãos cristãos, que não podem ser ‘espancadores’, nem em palavras nem em ações. — 1 Timóteo 3:3; Tito 1:7.
24 Realmente podemos — e temos de — tratar os outros assim como Deus deseja que os tratemos. Oseias diz: “Quem é sábio para entender estas coisas? Discreto, para sabê-las? Pois os caminhos de Jeová são retos e os justos serão os que andarão neles.” — Oseias 14:9.
a Quanto a ‘passar por alto a transgressão’, certo erudito diz que essa metáfora hebraica “se inspira na conduta de um viajante que segue seu rumo sem se deter num objeto ao qual ele não deseja dar atenção. A ideia [não é que Deus não vê o pecado] mas que, em casos específicos, ele não o observa com o objetivo de punir; que ele não pune, mas perdoa”.
b Uns 35 quilômetros a sudeste de Nínive ficava a cidade de Calá (Nimrud), reconstruída por Assurnasirpal. O Museu Britânico expõe painéis de parede de Calá, a respeito dos quais lemos: “Assurnasirpal não poupou detalhes da ferocidade e brutalidade de suas campanhas. Os prisioneiros eram pendurados em postes ou cravados em estacas junto às muralhas de cidades sitiadas . . . ; rapazes e moças eram esfolados vivos.” — Archaeology of the Bible.
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Contribua para uma vida familiar que agrada a DeusViva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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CAPÍTULO DEZ
Contribua para uma vida familiar que agrada a Deus
1. Por que as Testemunhas de Jeová, em geral, têm uma vida familiar feliz?
AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ são bem conhecidas por terem, em geral, uma vida familiar feliz. O professor Bryan Wilson, da Universidade de Oxford, escreveu: “As Testemunhas de Jeová oferecem uma grande variedade de conselhos . . . sobre relações conjugais, questões de moral, criação de filhos e outros assuntos práticos. [Elas] têm muito a oferecer por meio de conselhos sólidos baseados nas Santas Escrituras e integrados numa coerente filosofia de vida.” Sem dúvida, você já aprendeu muito da Palavra de Deus sobre como ter uma boa vida familiar.
2. (a) O que você tem observado com relação às famílias no mundo atual? (b) A que livros da Bíblia vamos recorrer em busca de conselhos sobre vida familiar?
2 Com a aproximação do dia de Jeová, Satanás ataca em especial as famílias. Por isso, como nos dias de Miqueias, muitos não confiam mais nos membros de sua própria casa. Ele escreveu: “Não tenhais fé no companheiro. . . . Guarda o abrir da tua boca diante daquela que se deita ao teu seio. Pois o filho despreza o pai; a filha se levanta contra a sua mãe; a nora contra a sua sogra; os inimigos do homem são os homens da sua casa.” (Miqueias 7:5, 6) Você vive num mundo em que a instituição família tem deteriorado, mas você tem se esforçado muito para não se deixar influenciar negativamente. Assim, sua vida familiar tem sido mais satisfatória, mais agradável para Deus. É provável que você costume aplicar textos como Deuteronômio 6:5-9; Efésios 5:22–6:4 e Colossenses 3:18-21. Mas já pensou alguma vez nos livros dos 12 profetas como fonte de conselhos sobre vida familiar feliz? Neste capítulo, veremos alguns exemplos desses conselhos. Mas não se limite a notar apenas esses conselhos específicos. À base desses exemplos, procure discernir um método básico que poderá usar para tirar outras lições desses livros. No fim deste capítulo, são citados alguns textos que o habilitarão a tirar lições desses 12 livros.
“ELE TEM ODIADO O DIVÓRCIO”
3, 4. (a) Como muitos hoje tentam resolver seus problemas conjugais? (b) Que atitude lamentável em relação ao casamento existia nos dias de Malaquias?
3 Logicamente, a principal área de interesse é o vínculo entre marido e esposa. Até tempos relativamente recentes, a maioria das pessoas não encarava o divórcio como solução fácil para problemas conjugais. Divorciar-se em geral era difícil; na Inglaterra do século 19, obter um divórcio dependia de uma decisão do Parlamento. Tais procedimentos tendiam a evitar a ruptura de famílias. Mas hoje as coisas são bem diferentes. A Encyclopædia Britannica observa: “Os índices de divórcio aumentaram acentuadamente em muitos países desde a Segunda Guerra Mundial . . . O modo de encarar o divórcio mudou drasticamente . . . com a tendência geral para tolerá-lo.” O divórcio se tornou um fenômeno social até mesmo em países como a Coreia, onde até uma década atrás o divórcio não era bem-visto. Hoje, pessoas em muitos países encaram o divórcio como opção viável para casais num casamento conturbado.
4 Nos dias de Malaquias, no quinto século AEC, o divórcio era comum entre os judeus. Malaquias lhes disse: “O próprio Jeová deu testemunho entre ti e a esposa da tua mocidade, para com a qual tu mesmo agiste traiçoeiramente.” Por causa das traições de maridos, o altar de Jeová estava “coberto de lágrimas, de choro e de suspiros” de esposas traídas. E sacerdotes corruptos toleravam essa crueldade. — Malaquias 2:13, 14.
5. (a) Como Jeová encara o divórcio? (b) Por que trair o cônjuge é algo tão sério?
5 Como Jeová encarou a lamentável atitude em relação ao casamento que existia nos dias de Malaquias? “‘Ele tem odiado o divórcio’, disse Jeová, o Deus de Israel”, escreveu Malaquias. Ele afirmou também que Jeová ‘não mudou’. (Malaquias 2:16; 3:6) Percebeu o ponto? Deus já havia se posicionado contra o divórcio. (Gênesis 2:18, 24) Fez o mesmo nos dias de Malaquias. E ainda é assim hoje. Alguns talvez decidam se separar simplesmente porque não estão satisfeitos com o cônjuge. Por mais traiçoeiro que seja o coração deles, Jeová o esquadrinha. (Jeremias 17:9, 10) Ele percebe qualquer trapaça ou plano maldoso por trás de um divórcio, por mais que a pessoa tente justificá-lo. De fato, “todas as coisas estão nuas e abertamente expostas aos olhos daquele com quem temos uma prestação de contas”. — Hebreus 4:13.
6. (a) De que modo ter o conceito de Jeová sobre o divórcio pode ajudar você? (b) Qual era o ponto focal da orientação de Jesus sobre o divórcio?
6 Seu casamento talvez não esteja passando pela crise de um divórcio, mas é bom ter em mente o conceito de Jeová. Ninguém é perfeito; assim, podem-se esperar dificuldades e desacordos no casamento. Mas você consideraria o divórcio uma opção ou saída fácil? No calor de uma discussão, mencionaria a possibilidade de um divórcio? Muitos o fazem, mas o conceito divino sobre o vínculo conjugal recomenda que os casais se empenhem com mais seriedade em salvar seu casamento. É verdade que Jesus Cristo mencionou uma base legítima para o divórcio — a fornicação, isto é, todo tipo de relação sexual fora do casamento. Mas qual era o ponto focal da admoestação de Jesus? Ele disse aos ouvintes: “O que Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o homem.” Portanto, ele apoiou a norma imutável de Jeová, mencionada por Malaquias uns 450 anos antes. — Mateus 19:3-9.
Você consideraria o divórcio uma opção em caso de conflito conjugal?
7. Em harmonia com a admoestação no livro de Malaquias, como você pode manter um forte vínculo conjugal?
7 Como, então, os casais cristãos podem manter um forte vínculo? Malaquias apresentou esta ideia básica: “Tendes de guardar-vos quanto ao vosso espírito e não deveis agir traiçoeiramente.” (Malaquias 2:16) Isso significa vigiar a forte inclinação que temos dentro de nós. Se ‘guardarmos o nosso espírito’, evitaremos a tentação de dar atenção indevida a alguém que não seja nosso cônjuge. (Mateus 5:28) Que dizer, por exemplo, se no íntimo gostamos de receber atenções ou lisonjas de alguém do sexo oposto? Com isso estaríamos nos descuidando com relação ao nosso espírito. Assim, uma lição básica dos 12 profetas para fortalecer o vínculo conjugal é dar atenção ao ‘nosso espírito’.
O que o fato de Oseias ter aceitado Gômer de volta nos ensina sobre Jeová?
8, 9. Por que o episódio de Oseias e Gômer foi incluído na Bíblia?
8 Você sem dúvida está decidido a preservar seu casamento. Mesmo assim, não está imune a problemas na vida de casado. Qual é a melhor maneira de lidar com qualquer problema que surja, em especial se você acha que o maior culpado é seu cônjuge? Lembre-se do que já foi mencionado neste livro, nos Capítulos 2 e 4, sobre Oseias. Sua esposa, Gômer, tornou-se “uma esposa de fornicação” e depois ‘foi atrás de seus amantes apaixonados’. Mais tarde foi abandonada, ficou pobre e escravizada. Oseias tomou-a de volta por um custo e foi exortado a amá-la. Por quê? Para retratar vividamente o que acontecia entre Jeová e Israel. Jeová era um “dono marital” e seu povo estava ligado a ele como uma esposa. — Oseias 1:2-9; 2:5-7; 3:1-5; Jeremias 3:14; Isaías 62:4, 5.
9 Desde o início, os israelitas feriam os sentimentos de Jeová adorando outros deuses. (Êxodo 32:7-10; Juízes 8:33; 10:6; Salmo 78:40, 41; Isaías 63:10) O reino do norte, de dez tribos, era especialmente repreensível por causa da adoração de bezerros. (1 Reis 12:28-30) Além disso, os israelitas não confiavam no seu Dono Marital, Jeová, preferindo recorrer a amantes políticos. Certa ocasião, como uma obstinada zebra no cio, foram atrás da Assíria. (Oseias 8:9) Como você se sentiria caso seu cônjuge agisse assim?
10, 11. Como você pode imitar a Jeová em caso de crise conjugal em que tudo indica que seu cônjuge é o culpado?
10 Nos dias de Oseias, já se haviam passado mais de 700 anos desde que os israelitas tinham entrado numa relação pactuada com Jeová. No entanto, Deus estava disposto a perdoá-los, caso retornassem a ele. Acredita-se que Oseias tenha começado a profetizar antes de 803 AEC, de modo que a paciência de Jeová com Israel se estendeu por mais uns 60 anos, e com Judá por mais uns 200 anos. Usando a situação familiar de Oseias como ilustração, Jeová ainda convidava seu povo pactuado a se arrepender. Ele tinha razões legítimas para terminar seu casamento com Israel; mas, mesmo assim, continuava a enviar profetas para ajudar sua esposa simbólica a retornar, mesmo a um custo para si mesmo. — Oseias 14:1, 2; Amós 2:11.
11 Se você enfrentasse uma crise conjugal em que tudo indicasse que seu cônjuge fosse o culpado, reagiria como Jeová reagiu? Tomaria iniciativas para tentar fazer com que seu casamento voltasse a ser como antes? (Colossenses 3:12, 13) Fazer isso exige humildade. Que exemplo maravilhoso Jeová deu nos seus tratos com os israelitas! (Salmo 18:35; 113:5-8) Deus ‘falou ao coração dos israelitas’, até mesmo implorando-lhes. Como humanos imperfeitos, não temos ainda mais motivos para ‘falar ao coração’ do nosso cônjuge, esforçando-nos em resolver problemas e desconsiderar erros? Vale registrar que os esforços de Jeová trouxeram alguns bons resultados. Um restante do país abriu seu coração na sua condição desolada no exílio em Babilônia e, mais tarde, voltou à sua terra de origem, chamando Jeová de “meu esposo”. — Oseias 2:14-16.a
Imite a Jeová tomando a iniciativa em dialogar para resolver qualquer problema que surja
12. De que modo meditar sobre como Jeová lidou com sua esposa simbólica pode beneficiar seu casamento?
12 Em caso de problema sério, é bem possível que seus esforços genuínos de restaurar sua relação com o cônjuge produzam bons resultados. Deus se dispunha a perdoar até mesmo o crasso pecado de fornicação espiritual por parte de seu cônjuge simbólico. A gravidade da maioria das crises conjugais entre cristãos não chega a esse ponto. Muitos problemas começam com palavras duras ou ofensivas. Assim, se as palavras ferinas de seu cônjuge o magoaram, pense no que Oseias, e o próprio Jeová, passaram. (Provérbios 12:18) Será que isso não o ajuda a perdoar?
13. Que lição aprendemos do fato de que Jeová exigia arrependimento da parte de seu povo rebelde?
13 Há ainda outro aspecto desse relato histórico. Será que Deus se dispunha a restaurar sua relação com seu povo enquanto este continuasse a praticar fornicação? Deus disse a Oseias a respeito da nação adúltera: “Ela deve afastar de diante de si a sua fornicação e de entre os seus seios os seus atos de adultério.” (Oseias 2:2) O povo tinha que se arrepender e ‘produzir frutos próprios do arrependimento’. (Mateus 3:8) Nesse respeito, focalize suas próprias falhas, em vez de as do cônjuge. Se você agiu mal, por que não procura restabelecer a relação pedindo desculpas sinceras e mudando seu proceder? Poderá ser recompensado com o perdão.
“OS CORDÕES DO AMOR” — UMA BASE PARA ADMINISTRAR DISCIPLINA
14, 15. (a) Em vista de Malaquias 4:1, por que você deve levar a sério a responsabilidade de ensinar seus filhos? (b) Como você pode ajudar seus filhos a conhecer a Jeová?
14 Podemos aprender ainda mais sobre vida familiar observando os tratos de Jeová com os israelitas, conforme registrados nos 12 profetas. Nesses livros há indicações sobre como ajudar os filhos. Para dizer o mínimo, criar filhos hoje não é fácil. Os pais precisam levar a sério sua responsabilidade. Lemos: “‘O dia que virá certamente . . . devorará [pessoas]’, disse Jeová dos exércitos, ‘de modo que não lhes deixará nem raiz nem galho’.” (Malaquias 4:1) Nesse dia de prestação de contas, as crianças (os galhos) serão tratadas com justiça segundo a avaliação que Jeová fizer dos pais (as raízes), que são responsáveis pelos filhos pequenos. (Isaías 37:31) O modo de vida dos pais pode decidir o futuro de seus filhos pequenos, para o bem ou para o mal. (Oseias 13:16) Se você (a raiz), não estiver mantendo uma boa posição perante Jeová, o que poderá acontecer com seus filhos pequenos (os galhos) no dia de Sua fúria? (Sofonias 1:14-18; Efésios 6:4; Filipenses 2:12) Por outro lado, seus esforços fiéis de ter a aprovação de Deus poderão beneficiá-los. — 1 Coríntios 7:14.
15 Após citar a profecia de Joel sobre a necessidade de invocar o nome de Jeová, o apóstolo Paulo escreveu: “Como invocarão aquele em quem não depositaram fé? Por sua vez, como depositarão fé naquele de quem não ouviram falar?” (Romanos 10:14-17; Joel 2:32) Paulo referia-se ao nosso ministério público, mas o princípio se aplica ao caso de ensinar os filhos. Como eles podem ter fé em Jeová se não ouviram falar a seu respeito? Você toma diariamente tempo suficiente para ensinar seus filhos sobre a bondade de Jeová, fazendo com que criem um profundo amor por ele e suas orientações? É provável que os filhos sejam bem-sucedidos na vida se ouvirem constantemente a respeito de Jeová no lar. — Deuteronômio 6:7-9.
16. Em harmonia com Miqueias 6:3-5, como você pode imitar a Jeová ao disciplinar os filhos?
16 Quando os filhos são bem pequenos, pode ser relativamente fácil levá-los às reuniões cristãs. Mas, à medida que crescem, eles desenvolvem seu próprio raciocínio. Como lidar com os filhos se, vez por outra, demonstrarem tendências rebeldes? Você pode aprender dos 12 profetas, observando como Jeová lidou com Israel e Judá. (Zacarias 7:11, 12) Por exemplo, ao ler Miqueias 6:3-5, preste atenção ao tom das palavras. Os israelitas eram faltosos; mesmo assim, Deus os chamou de “meu povo”. Ele fez o apelo: “Ó meu povo, por favor, lembra-te.” Em vez de acusá-los duramente, ele tentou sensibilizar o coração deles. Você é capaz de imitar a Jeová mesmo ao disciplinar os filhos? Por mais que tenham errado, considere-os como parte integrante da família e não os trate com termos depreciativos. Em vez de condená-los, faça apelos com brandura. Faça perguntas para saber o que pensam. Tente tocar o coração deles, para que externem seus sentimentos. — Provérbios 20:5.
17, 18. (a) O que deve motivar você a disciplinar os filhos? (b) Como você pode continuar usando “os cordões do amor” com os filhos?
17 Por que você disciplina os filhos? Alguns pais fazem isso para não pôr em risco a reputação da família. Jeová mostrou a motivação por trás de sua disciplina, declarando: “Ensinei a Efraim a andar, tomando-os nos braços . . . Continuei a puxá-los com as cordas do homem terreno, com os cordões do amor.” (Oseias 11:3, 4) Nesse exemplo, Oseias compara a relação entre Jeová e Israel com a de um pai e um filho. Pode imaginar um pai amoroso, conduzindo seu filhinho com cordas na mão, tentando ajudar a cambaleante criancinha a andar? As cordas são uma proteção caso o bebê tropece, e um guia se ele se desvia do caminho. — Jeremias 31:1-3.
Como pai, ou mãe, está imitando a Jeová por mostrar amor pelos filhos?
18 Você imitará o amor de Deus pelos israelitas? Vez após vez eles lhe deram as costas, mas Jeová não largou rapidamente os “cordões do amor”. Parece que as crianças às vezes tendem a se desviar e criar caso com coisas triviais, mas tente manter os laços de amor entre você e elas. Tenha em mente que Jeová não foi cegado pelo favoritismo, de modo a passar por alto os erros de seu povo. Ele encarou a situação, disciplinou-os amorosamente e tirou tempo para prover a ajuda necessária. Se você notar que seu filho (ou sua filha) parece estar se desviando do caminho da verdade, não deixe de agir. Procure trazê-lo(a) de volta, como que com cordas orientadoras, fornecendo calorosa ajuda nesse período problemático. Dedique tempo a seus filhos com problemas. Nunca é demais enfatizar: dedique tempo a eles!
19. Por que você não deve desistir de seus filhos?
19 Oseias previu que um restante de israelitas aceitaria a disciplina: “Os filhos de Israel voltarão e certamente procurarão a Jeová, seu Deus, e a Davi, seu rei; e certamente virão trêmulos a Jeová e à sua bondade, na parte final dos dias.” (Oseias 3:5) De fato, a ação disciplinar de Deus funcionou com relação a um restante de seu povo. Portanto, seja otimista, pois isso também poderá acontecer com os seus filhos. Procure ver o lado bom neles. Seja bondoso ao lhes falar, porém firme no apego aos princípios bíblicos. Mesmo que um filho rebelde não reaja bem agora, quem sabe se amanhã ou depois ele não recobrará o bom-senso?
CUIDADO COM AS MÁS COMPANHIAS!
20. A resposta a que pergunta sobre amizades os jovens podem encontrar nos livros dos 12 profetas?
20 O que vocês, jovens, podem aprender dos 12 profetas? Um dos textos mais citados nas conversas entre vocês e seus pais talvez seja 1 Coríntios 15:33, sobre evitar más associações. ‘Mas será que é tão ruim assim ter amizade com os que não servem a Jeová?’ alguns talvez se perguntem. Poderá encontrar a resposta nesses 12 livros.
21-23. (a) O que os jovens podem aprender do comportamento dos edomitas? (b) Quem realmente são seus amigos?
21 Embora os livros dos 12 profetas visassem primariamente o povo de Deus, o livro de Obadias é dirigido aos edomitas, que haviam sido mencionados como sendo irmãos dos israelitas.b (Deuteronômio 2:4) Diferentemente dos outros livros dos 12 profetas, Obadias usa o pronome “tu” ao referir-se aos edomitas. Mas veja a atitude destes. Era por volta de 607 AEC, época em que Jerusalém estava sitiada. Embora os edomitas fossem parentes consanguíneos de Jacó, eles se aliaram aos babilônios. “Exponde-a! Exponde-a!” clamavam. (Salmo 137:7; Obadias 10, 12) Eles planejavam tomar a terra de Judá. Até mesmo comiam junto com os babilônios, o que no Oriente pode indicar que dois grupos fizeram um pacto entre si.
22 Note o que Obadias predisse a respeito dos edomitas: “Os próprios homens [os babilônios] que estavam em pacto contigo enganaram-te todos. Os homens em paz contigo prevaleceram contra ti. Os que comem alimento contigo colocarão uma rede debaixo de ti como alguém em quem não há discernimento.” (Obadias 7) O que realmente aconteceu com os edomitas, que abandonaram seu irmão, Jacó, preferindo a companhia dos babilônios? Por fim, os babilônios, comandados por Nabonido, destruíram os edomitas. Nos dias de Malaquias, Deus transformara os montes de Edom em “baldio desolado” e dera a herança de Edom aos “chacais”. — Malaquias 1:3.
23 Pense agora nos seus chamados amigos que não adoram a Jeová. Já não observou que ‘os próprios rapazes (ou moças) que estão no pacto’, ou nos laços de amizade, muitas vezes enganam uns aos outros e ‘colocam uma rede debaixo’ dos “amigos” deles? Se o engano vem à tona, o que dizem? Talvez achem que os amigos que eles enganaram sejam ingênuos, incapazes de perceber as tramas dos outros. Uma atitude muito parecida com a dos babilônios para com os seus companheiros edomitas. Você acha que tais “amigos” realmente se importariam com você caso você tivesse um problema? (Obadias 13-16) Por outro lado, pense em Jeová Deus e seu povo atual. Jeová está sempre pronto para ajudá-lo. Ele o sustentará durante períodos difíceis. Os seus servos são também ‘verdadeiros companheiros que amam todo o tempo’ e amigos fiéis ‘nascidos para quando há aflição’. — Provérbios 17:17.
Será que aqueles que dizem ser seus amigos ‘colocam uma rede debaixo de você’?
VALORIZE O VÍNCULO MAIS IMPORTANTE
24, 25. O que deve ser a coisa mais importante na nossa vida?
24 Sem dúvida, os laços familiares são importantes, e vale a pena fortalecê-los. Nos 12 profetas há muitas lições valiosas sobre isso. Talvez queira examinar esses escritos e aplicar os métodos que temos usado neste livro. Com isso poderá tirar ainda mais lições sobre como melhorar sua vida familiar. Mas, mesmo assim, será que ter uma vida familiar feliz é a coisa mais importante para os adoradores de Deus hoje?
25 É interessante que, a respeito da vinda do dia de Jeová, Joel profetizou: “Ajuntai o povo. Santificai uma congregação. . . . Saia o noivo do seu quarto interior e a noiva da sua câmara nupcial.” (Joel 2:15, 16) Todos na família deviam reunir-se para adorar a Jeová. Nem mesmo os recém-casados, que normalmente estão atarefados com outras coisas, eram exceção. Nada deve ser mais importante do que nos reunir para adorar a Deus. Com a rápida aproximação do dia de Jeová, ter uma boa posição perante ele tem de ser a coisa mais importante na nossa vida. Na seção final deste livro veremos o que devemos fazer alegremente hoje em dia.
a No caso em que o cônjuge de um cristão é culpado de adultério, o cônjuge inocente precisa decidir se vai perdoar, ou não. — Mateus 19:9.
b A outra exceção é o livro de Naum, dirigido aos ninivitas.
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Jeová deseja que as pessoas ganhem a vida eterna — você também?Viva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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CAPÍTULO ONZE
Jeová deseja que as pessoas ganhem a vida eterna — você também?
1, 2. (a) O que podemos aprender da reação de Jonas à decisão de Jeová a respeito de Nínive? (b) Por que devemos procurar entender a misericórdia de Deus e seu conceito sobre a vida?
JEOVÁ estava feliz. O profeta, aborrecido. Misericordiosamente, Deus havia poupado a vida de milhares de pessoas. Se dependesse de Jonas, elas teriam sido destruídas. Jeová decidira perdoar e preservar pessoas que haviam sido inimigas de seu povo.
Às vezes, até mesmo os servos de Deus talvez não entendam o alcance da misericórdia divina
2 Como se vê no caso de Jonas, às vezes pode ser difícil os humanos compreenderem o alcance da clemência de Deus e refletir Seu desejo de que as pessoas ganhem a vida eterna. A decisão de Jeová de poupar os ninivitas ‘desagradou muito a Jonas, e acendeu-se a sua ira’. Será que ele estava mais interessado nos seus próprios sentimentos do que na misericórdia e em salvar vidas? Talvez imaginasse que, se os ninivitas fossem poupados, ele perderia a credibilidade. (Jonas 4:1, 10, 11) Que dizer de hoje, com a rápida aproximação do dia de julgamento de Jeová? Talvez se pergunte: ‘Como posso aprofundar meu apreço pelo perdão de Deus, e como ajudar transgressores arrependidos a se beneficiar mais plenamente de sua ternura? De que modo posso imitar o desejo de Deus de que as pessoas ganhem a vida eterna?’
JUSTIÇA E MISERICÓRDIA VISANDO A VIDA
3. Há contradição entre a justiça e a misericórdia de Deus? Explique.
3 Para alguns parece que esses 12 livros proféticos só falam sobre a ira de Jeová e a punição de seu povo, ou sua execução de justiça. Talvez perguntem: ‘Onde está a misericórdia de Jeová? Será que ele se interessa em salvar vidas?’ Na verdade, em vez de haver contradição entre a justiça e a misericórdia de Deus, elas se complementam e contribuem para a salvação de vidas. A justiça e a misericórdia são duas facetas de sua personalidade perfeitamente equilibrada. (Salmo 103:6; 112:4; 116:5) Por desfazer os males causados pelos perversos, Deus mostra misericórdia para com os que têm inclinação para a justiça. Isso evidencia sua justiça perfeita. Por outro lado, sendo plenamente justo, Jeová age com misericórdia levando em conta as limitações de humanos imperfeitos. Ou seja: punição quando necessário, misericórdia sempre que possível. Nas mensagens dos profetas, há muitas declarações que confirmam esse equilíbrio perfeito, mostrando que Deus quer que as pessoas ganhem a vida eterna. Examinemos isso e vejamos que lições podemos aplicar hoje em dia.
4. Cite evidências de que Deus não deseja que as pessoas percam a vida.
4 O profeta Joel transmitiu uma mensagem de denúncia, mas também confirmou que Deus “é clemente e misericordioso, vagaroso em irar-se e abundante em benevolência”. (Joel 2:13) Uns cem anos depois, no oitavo século AEC, Miqueias enfatizou o quanto precisamos do perdão de Jeová. Após perguntar: “Quem é Deus como tu?”, ele disse sobre Jeová: “Certamente não se aferrará à sua ira para todo o sempre, pois se agrada na benevolência. Ele novamente mostrará misericórdia para conosco.” (Miqueias 7:18, 19) Como mostra o relato de Jonas sobre os ninivitas, Deus se dispõe a reconsiderar sua decisão de punir os que incorrem na sua ira, caso estes provem seu arrependimento por meio de obras.
5. Que aspectos da misericórdia de Deus e de seu interesse em salvar vidas você acha muito animadores? (Veja também “Colocaram-se à disposição”.)
5 Não estamos vivendo nos dias dos 12 profetas. No entanto, não nos comovem tais indicações da misericórdia de Jeová e seu interesse em salvar vidas? Sentir-se assim pode fortalecer seu apego a Deus e aumentar seu interesse em ajudar outros a ganhar a vida eterna. Embora a maioria das pessoas hoje siga um mau proceder, temos certeza de que Deus “não deseja que alguém seja destruído, mas deseja que todos alcancem o arrependimento”. (2 Pedro 3:9) As calorosas expressões de Oseias ao acolher de volta sua esposa adúltera ilustram esse desejo de Jeová. Deus ‘falou ao coração’ de seu povo. Ele não era obrigado a perdoar, mas fazia isso de sua “própria vontade”. (Oseias 1:2; 2:13, 14; 3:1-5; 14:4) Você sabe por que a atitude e as ações de Deus nesse respeito são tão importantes? Porque vidas estão em jogo. Mais evidências da misericórdia de Deus e do seu desejo de que as pessoas ganhem a vida podem ser vistas na congregação cristã, que faz algo que envolve você.
AJUDE OUTROS A GANHAR A VIDA ETERNA
6. De que maneira principal Deus mostra que deseja que as pessoas ganhem a vida eterna?
6 Por que você participa no ministério público? Uma das razões principais é ajudar outros a conhecer o Deus verdadeiro. É importante saber o seguinte sobre Jeová: ele cuida que sejam dados claros avisos antes de executar uma punição. Isso mostra seu interesse misericordioso nas pessoas, não querendo que elas morram, mas que ganhem a vida eterna. Os 12 profetas deixaram claro para os transgressores que Deus lhes oferecia a oportunidade de corrigir seus caminhos e, assim, escapar de sua ira justa. Realizamos hoje um trabalho similar. Como cristão, você tem o privilégio de proclamar o aviso do vindouro dia de vingança de Deus. Ao fazer isso, evite qualquer espírito vingativo, desejando ver as pessoas não receptivas “ganhar o que merecem”. Lembre-se de que, em grande parte, você prega com o objetivo de que alguns encontrem o caminho da vida. — Joel 3:9-12; Sofonias 2:3; Mateus 7:13, 14.
7. (a) Por que é vital participar na obra de testemunho? (b) De que modo é de ajuda lembrar-se da atitude de Jeová caso encontremos apatia no nosso ministério?
7 Toda vez que você fala das verdades bíblicas às portas, na escola, no local de trabalho ou em qualquer outro lugar, você está oferecendo ajuda a alguém que precisa urgentemente da misericórdia e do perdão de Deus. (Oseias 11:3, 4) Talvez encontre apatia e indiferença, é verdade. Mas, por não desistir, você imita nosso Deus misericordioso que disse ao seu povo rebelde por meio de Zacarias: “Por favor, recuai dos vossos maus caminhos e das vossas más ações.” (Zacarias 1:4) Quem sabe quantos ainda reagirão positivamente à medida que você lhes falar sobre a misericórdia divina e apontar o caminho que leva à vida? Mas lembre-se sempre que você prega porque Jeová deseja que as pessoas ganhem a vida eterna, e que esse é também o seu desejo.
8. Por que é animador lembrar-se que alguns reagiram bem à misericórdia de Deus?
8 Achará animador ter em mente o seguinte: quase sempre houve pessoas que reagiram bem às mensagens de Deus. Assim, Oseias pôde falar dos que entenderam que “os caminhos de Jeová são retos”. Ele acrescentou: “Os justos serão os que andarão neles.” (Oseias 14:9) Ao longo dos séculos, muitos aceitaram o convite de Deus: “Retornai a mim de todo o vosso coração.” (Joel 2:12) Isso foi dito a um povo que já conhecia a Jeová, mas reflete também seu interesse nos que estão começando a conhecê-lo. De fato, Deus não perdeu a confiança na capacidade dos humanos de lamentar os erros do passado, de arrepender-se e passar a fazer o que é certo. Isso lhes dá a perspectiva de sobrevivência. — 1 Timóteo 4:16.
9. A boa reação dos ninivitas mostrou que é preciso o quê?
9 Há ainda outro fator envolvido no perdão de Jeová aos ninivitas. Lemos que as pessoas levaram a sério a mensagem de iminente condenação divina e “começaram a depositar fé em Deus”. (Jonas 3:5) Para continuar vivo era preciso ter fé, não simplesmente medo da condenação. Devido ao profundo interesse de Jeová em ver as pessoas se arrepender e agir com fé, ele tem permitido que sejamos pregadores que ajudam outros a fazer uma escolha. Com que resultado? Lemos com relação aos ninivitas: “O verdadeiro Deus chegou a ver os seus trabalhos, que tinham recuado de seu mau caminho; e por isso o verdadeiro Deus deplorou a calamidade de que falara que lhes ia causar; e ele não a causou.” (Jonas 3:10) Jeová não pode ser enganado por meras palavras ou gestos simulados. O arrependimento dos ninivitas com certeza foi sincero, demonstrado por obras. Deus viu que realmente mudaram; mostraram fé e arrependimento genuíno.
10. Cite algumas situações em que Jeová ofereceu salvação.
10 Jamais devemos concluir que o interesse de Jeová em salvar vidas beneficiou apenas os ninivitas. Na destruição de Jerusalém em 607 AEC — depois do ministério de Obadias, Naum e Habacuque —, Jeová providenciou libertação para o obediente Jeremias e um grupo de companheiros fiéis. (Jeremias 39:16-18) E os profetas de Deus predisseram que um restante arrependido retornaria de Babilônia e restauraria a adoração pura. (Miqueias 7:8-10; Sofonias 3:10-20) Essas profecias tiveram um grandioso cumprimento nos tempos modernos. Depois da Primeira Guerra Mundial, os cristãos ungidos, muitos dos quais se haviam tornado um tanto displicentes na adoração verdadeira, voltaram à zelosa atividade e ao favor de Jeová, com a vida eterna em vista. Hoje, também, pessoas de “muitas nações” estão se ‘juntando a Jeová’. (Zacarias 2:11) Elas têm a perspectiva de sobreviver ao iminente fim deste sistema mundial. Portanto, seu ministério público não é mero ato de obediência só porque os cristãos receberam a ordem de realizá-lo. Tampouco é feito apenas para cumprir profecias. (Mateus 24:14; 28:19, 20) O objetivo de seu ministério público é ajudar pessoas a aprender sobre Jeová, exercer fé e ganhar a vida eterna.
VIDA PARA OS QUE RETORNAM A JEOVÁ
11, 12. Como a misericórdia de Deus pode beneficiar os que antes eram seus adoradores?
11 Jeová se interessa pelos novos adoradores e deseja que ganhem a vida eterna, mas não se esquece dos que já o servem. Nós também devemos nos interessar por eles e desejar que continuem no caminho da vida. Em termos práticos, como podemos mostrar interesse?
12 Talvez conheça alguns que aprenderam sobre Jeová, exerceram fé nele, eram ativos na adoração verdadeira, mas agora não o servem mais. As mensagens de Jeová por meio dos 12 profetas mostram que ele se dispunha a mostrar misericórdia para com os que faziam parte de seu povo, mas não persistiram na adoração verdadeira. O mesmo ocorre hoje, quer tais pessoas tenham se desviado, quer tenham cometido alguma transgressão e precisam se arrepender. (Hebreus 2:1; 3:12) Embora talvez não se sintam felizes afastadas de Jeová, pode ser que achem difícil retornar. Deus lhes faz um apelo, nas palavras de seu profeta: “Assim disse Jeová dos exércitos: ‘Retornai a mim’, é a pronunciação de Jeová dos exércitos, ‘e eu retornarei a vós’.” (Zacarias 1:3) Como são reanimadoras as palavras de Oseias! Ele diz: “Volta deveras a Jeová, teu Deus, ó Israel, pois tropeçaste no teu erro. Tomai convosco palavras e voltai a Jeová. Dizei-lhe, todos vós: ‘Que tu perdoes o erro; e aceita o que é bom.’” De fato, mesmo os que haviam cometido pecados graves, mas retornaram a Deus sinceramente arrependidos, podiam receber o perdão que levava à plena recuperação. (Oseias 6:1; 14:1, 2; Salmo 103:8-10) Era assim nos dias dos profetas e é assim hoje.
Como você pode ajudar um cristão anteriormente zeloso a voltar para Jeová?
13. Que razões temos para ser misericordiosos com os que foram perdoados por Deus?
13 Mas o que isso significa para os cristãos que têm permanecido no caminho da vida? Como podemos mostrar que temos o mesmo conceito que Jeová tem sobre outros? Ele espera que mostremos misericórdia, tanto aos novos adoradores como aos que talvez tenham deixado de servi-lo. Por meio de Oseias, Deus declarou o que espera de nós: “Agrado-me da benevolência e não do sacrifício.” Com base nessas palavras, Jesus Cristo expressou a ideia do seguinte modo: “Aprendei o que significa: ‘Misericórdia quero, e não sacrifício.’” (Oseias 6:6; Mateus 9:13) Demonstrar essa misericórdia é fundamental para manter nossa relação com Deus. Veja como o apóstolo Paulo mostrou a relação entre perdoar e imitar a Deus: “Tornai-vos benignos uns para com os outros, ternamente compassivos, perdoando-vos liberalmente uns aos outros, assim como também Deus vos perdoou liberalmente por Cristo. Portanto, tornai-vos imitadores de Deus, como filhos amados, e prossegui andando em amor.” (Efésios 4:32–5:2) Como você está se saindo quanto a imitar a Deus nesse respeito?
14, 15. Sob que circunstâncias a nossa atitude para com a disposição de Jeová de perdoar pode ser provada?
14 E quando um irmão comete um pecado grave e não se arrepende e precisa ser expulso da congregação? Isso ocorria no primeiro século; cristãos que se tornavam pecadores não arrependidos tinham de ser desassociados. Se isso acontecia quando os apóstolos de Jesus ainda viviam, não é de admirar que aconteça de vez em quando hoje. Nesses casos, os leais na congregação aceitam a norma bíblica de não se associar com os que foram expulsos. A sua lealdade a Jeová pode ajudar o transgressor a ver a seriedade de seu erro, e talvez movê-lo ao arrependimento. Lemos na Bíblia que certo homem em Corinto foi expulso, mais tarde se arrependeu, mudou de proceder e foi readmitido. (1 Coríntios 5:11-13; 2 Coríntios 2:5-8) Como você se sente quando isso acontece hoje, e como pode mostrar seu interesse em que outros ganhem a vida eterna?
15 Um transgressor arrependido talvez sinta vergonha e certo desespero, precisando da certeza de que tanto Deus como seus irmãos o amam e desejam que ganhe a vida eterna. Veja com que ternura Deus reanimou seu povo do passado que estava disposto a se arrepender: “Vou tomar-te por noiva em fidelidade; e certamente conhecerás a Jeová.” (Oseias 2:20) Se é assim que Deus pensa, devemos mostrar que concordamos com aquele a quem Zacarias descreveu como Deus que ‘tem misericórdia’. — Zacarias 10:6.
16. Como devemos reagir quando alguém é readmitido?
16 Deus deseja que as pessoas ganhem a vida eterna. Assim, ele se alegra quando um pecador se arrepende ou um servo inativo renova seu zelo.a (Lucas 5:32) No caso do homem em Corinto que foi readmitido, Paulo incentivou a congregação a perdoá-lo e encorajá-lo, para que ele tivesse certeza de que realmente era amado: “Esta censura da parte da maioria é suficiente para tal homem, de modo que . . . deveis perdoar-lhe bondosamente e deveis consolá-lo, para que tal homem não seja de algum modo tragado pela sua excessiva tristeza. Exorto-vos, portanto, a que confirmeis o vosso amor por ele.” (2 Coríntios 2:6-8) Lembre-se de que Oseias citou as palavras de Jeová a respeito de ex-pecadores: “Sararei a sua infidelidade. Amá-los-ei de minha própria vontade.” (Oseias 14:4) Imitaremos a Jeová, contribuindo alegremente para tal cura e para que a pessoa possa ganhar a vida eterna?
17, 18. Como podemos ajudar amorosamente os que retornam a Jeová ou os familiares de um desassociado?
17 Jeová deixa claro que ele trata com dignidade os que retornam a ele, acolhendo-os de volta como merecedores de seu amor, assim como Oseias não hesitou em receber de volta sua ex-infiel esposa. Jeová explica como tratou seus servos: “[Eu] me tornei para eles como os que retiram um jugo das suas queixadas, e suavemente eu levei alimento a cada um.” (Oseias 11:4) Como é animador saber que Jeová atrai com afeto e brandura os que retornam! Podemos imitá-lo por não sermos rígidos ou frios com os que demonstram tristeza sincera e arrependimento genuíno. Quando alguém é readmitido na congregação, em vez de mostrarmos ressentimento ou rancor por causa de seus erros do passado, devemos consolá-lo, conforme a necessidade. — 1 Tessalonicenses 5:14.
18 Consegue imaginar outras maneiras de imitar a Jeová quando alguém é desassociado da congregação? Se alguém teve de ser expulso, será que podemos ajudar os membros leais de sua família, talvez o cônjuge fiel e os filhos? Talvez eles lutem para não perder as reuniões e para participar no ministério. Daremos o apoio especial de que talvez necessitem? Outro modo de mostrar terna misericórdia é usar “boas palavras, palavras consoladoras”, iniciando conversas animadoras com esses fiéis. (Zacarias 1:13) Há muitas oportunidades para fazer isso antes e depois das reuniões, no ministério de campo ou em outras ocasiões. Eles são nossos companheiros de adoração, amados membros de nossa congregação que não devem sentir-se rejeitados ou isolados. Há casos em que apenas os filhos de um desassociado, ou desassociada, servem a Jeová. Queremos que eles ganhem a vida eterna. Como demonstramos isso?
“MISERICÓRDIA PARA COM O MENINO ÓRFÃO DE PAI”
19. Que assistência espiritual Sofonias deu a alguém comparável a um “menino órfão de pai”?
19 No ministério de Sofonias, que serviu em meados do sétimo século AEC, encontramos um modelo de como prestar essa ajuda. Possivelmente, ele era membro da família real de Judá, talvez primo distante do Rei Josias. O pai de Josias havia sido assassinado, o que obrigou Josias a assumir o trono aos 8 anos de idade. Ele enfrentou uma tarefa desafiadora: a nação estava atolada na idolatria e em práticas detestáveis. (Sofonias 3:1-7) O jovem órfão Josias precisava de orientação perita e aconselhamento sólido para governar essa nação rebelde. Jeová providenciou orientações sábias por meio de Sofonias e outros profetas, como vimos em capítulos anteriores deste livro. É significativo que Jeová, embora tenha falado contra “os príncipes” de Judá, por meio de seu profeta, não criticou o rei. (Sofonias 1:8; 3:3) Isso talvez indique que o jovem Rei Josias já se inclinava em favor da adoração pura. As admoestações do profeta sem dúvida fortaleceram sua determinação de livrar Judá da adoração impura.
20. De que modo um mentor espiritual pode ser de ajuda para os ‘órfãos’ na congregação?
20 O interesse de Sofonias em Josias ilustra o interesse de Jeová pelos jovens necessitados e vulneráveis, como os filhos de pais desassociados. Oseias declarou: “Tu [Deus] . . . tens misericórdia para com o menino órfão de pai.” (Oseias 14:3) Você conhece algum menino ou menina ‘órfãos’ que precisam de assistência espiritual e prática? Talvez sejam órfãos espirituais, criados sem pai ou sem mãe, ou jovens que servem a Jeová sem o apoio da família. Até que ponto eles permanecem na congregação e amadurecem espiritualmente depende muito da presença, ou da falta, de um mentor espiritual. Muitos ‘órfãos’ se tornaram adultos espiritualmente equilibrados graças ao apoio prestimoso de cristãos maduros na congregação. — Salmo 82:3.
Você pode se tornar um amoroso mentor espiritual de jovens ‘órfãos’?
21. Que ajuda os cristãos maduros podem dar a jovens?
21 Uma mãe sem marido, por exemplo, pode ser ajudada se cristãos maduros se interessarem pelos filhos dela. (Tiago 1:27) Ao passo que demonstram o devido respeito pela chefia e normas de convivência, os superintendentes e outros podem oferecer apoio espiritual a membros de famílias carentes. Talvez você e seu cônjuge, ou sua família, possam passar tempo com uma criança órfã. Pode dar atenção a jovens que talvez sofram de solidão? Eles podem estar precisando de alguém que os compreenda e sirva de confidente, uma necessidade que você poderá suprir ao participar com eles no serviço público de pregação, por exemplo. Você sem dúvida é muito ocupado, de modo que prestar tal ajuda regular a um jovem por certo período pode ser ‘uma prova da genuinidade de seu amor’. (2 Coríntios 8:8) Seus esforços refletirão seu interesse em que outros ganhem a vida eterna.
22. Como você se sente com relação ao interesse de Jeová em dar vida eterna às pessoas?
22 É muito reanimador refletir no interesse de Deus pelas pessoas, no seu desejo de que ganhem a vida eterna. Para ele, é muito mais prazeroso mostrar afeto pelos justos que o amam, e lhes dar a vida eterna, do que expressar seu descontentamento com os que preferem ser incorrigíveis e indignos de merecer a vida eterna. Enquanto aguardamos ansiosamente o Seu dia, imitemos a Jeová por ajudar outros a andar no caminho da vida.
a Três ilustrações animadoras mostram o intenso interesse de Deus pelos de seu povo que se desviaram: a da ovelha perdida, a da moeda perdida e a do filho pródigo. — Lucas 15:2-32.
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‘Continue na expectativa’Viva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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CAPÍTULO DOZE
‘Continue na expectativa’
1, 2. (a) Que perguntas você pode fazer a si mesmo? (b) Que situação existia nos dias de alguns dos 12 profetas, e qual era a atitude de Miqueias?
HÁ QUANTO tempo você espera pelo dia de Jeová para acabar com a perversidade na Terra? Quanto tempo ainda está disposto a esperar? Enquanto isso, que atitude e ações resultantes marcarão a sua vida? Obviamente, suas respostas serão diferentes das dos frequentadores de igreja que vivem a seu bel-prazer, esperando ir para o céu.
2 Enquanto você espera esse grande dia, os livros dos 12 profetas podem ser de muita ajuda. Alguns desses profetas viveram numa época em que era iminente uma intervenção judicial da parte de Deus. Miqueias, por exemplo, serviu num período em que se aproximava a punição de Samaria às mãos dos assírios, ocorrida em 740 AEC. (Veja a tabela cronológica nas páginas 20 e 21.) Mais tarde na corrente do tempo, mas com a mesma certeza, veio o dia de Jeová contra Judá. Visto que Miqueias não sabia ao certo quando Deus agiria, será que concluiu que deveria simplesmente ficar parado e aguardar, na esperança de que Deus agisse logo? Estas são as suas palavras: “Quanto a mim, ficarei à espreita de Jeová. Mostrarei uma atitude de espera pelo Deus da minha salvação. Meu Deus me ouvirá.” (Miqueias 7:7) De fato, na certeza do que estava para ocorrer, Miqueias era como um ativo sentinela numa torre de observação. — 2 Samuel 18:24-27; Miqueias 1:3, 4.
Sofonias
3. Que atitude manifestaram Habacuque e Sofonias diante da esperada destruição de Jerusalém?
3 A seguir, localize Sofonias e Habacuque na tabela cronológica. Note que eles serviram num período mais próximo da destruição de Jerusalém em 607 AEC. Ainda assim, eles não tinham como saber se a execução do julgamento divino ocorreria logo ou décadas à frente. (Habacuque 1:2; Sofonias 1:7, 14-18) Sofonias escreveu: “‘Estai à espera de mim’, é a pronunciação de Jeová, ‘até o dia em que eu me levantar para o despojo, pois a minha decisão judicial é . . . derramar sobre [as nações] a minha verberação, toda a minha ira ardente’.” (Sofonias 3:8) E que dizer de Habacuque, que viveu pouco depois de Sofonias? Ele escreveu: “A visão ainda é para o tempo designado e prossegue arfando até o fim, e não mentirá. Ainda que se demore, continua na expectativa dela; pois cumprir-se-á sem falta. Não tardará.” — Habacuque 2:3.
4. Sob que circunstâncias Sofonias e Habacuque profetizaram, e com que atitude?
4 A situação que existia quando foram feitos os pronunciamentos em Sofonias 3:8 e Habacuque 2:3 é reveladora. Numa época em que certos judeus diziam “Jeová não fará o que é bom e não fará o que é mau”, Sofonias proclamou “o dia da ira de Jeová”. Nesse dia, tanto as nações inimigas como os judeus rebeldes sentiriam a desaprovação de Deus. (Sofonias 1:4, 12; 2:2, 4, 13; 3:3, 4) Acha que Sofonias temia a verberação e a ira de Deus? Não, pois fora-lhe dito que se mantivesse “na expectativa” desse dia. ‘E Habacuque?’ você talvez se pergunte. Ele também devia ‘continuar na expectativa’. Você está certo em concluir que Sofonias e Habacuque não eram indiferentes quanto ao que estava por vir, levando a vida como se achassem que as coisas jamais mudariam. (Habacuque 3:16; 2 Pedro 3:4) Mas, como vimos, esses dois profetas tinham algo importante em comum, ou seja, deviam ‘continuar na expectativa’. E você sabe: o que eles esperavam se tornou fato histórico em 607 AEC. Portanto, continuar “na expectativa” foi o proceder sábio.
“‘Estai à espera de mim’, é a pronunciação de Jeová.” — Sofonias 3:8
5, 6. Em vista de onde estamos na corrente do tempo com relação ao cumprimento do propósito de Deus, qual deve ser a nossa atitude?
5 Você pode ter a mesma convicção de que “o dia da ira de Jeová” contra o atual sistema mundial virá sem falta; será um fato, real e incontestável. Você com certeza não duvida disso. Assim como Sofonias e Habacuque, você não sabe exatamente quando virá esse dia. (Marcos 13:32) Mas é certo que virá, e o cumprimento de profecias bíblicas nos nossos tempos indica fortemente que será em breve. Assim, o que Jeová enfatizou para aqueles profetas também se aplica a você — ‘continuar na expectativa’. E lembre-se desta verdade absoluta: o nosso Deus é o único Deus ‘que age em favor daquele que está à sua espera’. — Isaías 64:4.
6 Você pode mostrar a correta atitude de espera demonstrando pelas suas ações que confia que “o dia da ira de Jeová” virá exatamente na hora marcada. Estar convencido disso, e confirmar essa convicção com ações apropriadas, harmoniza-se com algo que Jesus disse. Ele exortou os apóstolos e todos os cristãos ungidos: “Os vossos lombos estejam cingidos e as vossas lâmpadas acesas; e vós mesmos sede como homens que esperam pelo seu amo . . . Felizes são aqueles escravos, cujo amo, ao chegar, os achar vigiando! Deveras, eu vos digo: Ele se cingirá e os fará recostar-se à mesa, e chegando-se, ministrar-lhes-á.” (Lucas 12:35-37) Uma correta atitude de espera realmente mostra confiança de que o grande dia de Jeová não se atrasará um instante sequer.
“NA EXPECTATIVA” E “PRONTOS”
7, 8. (a) Em que tem resultado a paciência de Deus? (b) Que atitude Pedro nos exorta a manifestar?
7 Os servos de Deus nos tempos modernos estavam na expectativa antes de o Reino de Deus ter sido estabelecido no céu em 1914, e têm estado assim desde então. A sua expectativa certamente não tem sido sinônimo de indolência. Ao contrário, eles têm-se mantido ativos na obra de testemunho que Deus lhes confiou. (Atos 1:8) Mas pense no seguinte: se o grande dia de Jeová tivesse ocorrido em 1914, qual teria sido sua situação? Mesmo se tivesse ocorrido 40 anos atrás, você era naquele tempo uma pessoa de ‘atos santos de conduta e ações de devoção piedosa’? (2 Pedro 3:11) E que dizer de seus familiares que são Testemunhas de Jeová e de seus amigos na congregação? Obviamente, esse período de expectativa abriu para você e muitos outros o caminho da salvação, como mostra 2 Pedro 3:9. O fato de Jeová não ter destruído o inteiro sistema perverso logo após o estabelecimento do Reino tem permitido que muitos se arrependam, assim como os ninivitas se arrependeram e foram poupados. Todos nós temos motivos para concordar com as palavras do apóstolo Pedro: “Considerai a paciência de nosso Senhor como salvação.” (2 Pedro 3:15) E no período atual ainda existe a oportunidade para que as pessoas se arrependam ou façam ajustes na sua vida e no seu modo de pensar.
8 Admitidamente, o cristão poderia pensar na situação prevalecente nos dias de Miqueias, Sofonias e Habacuque com certo desinteresse. “Afinal”, talvez dissesse: “Já faz tanto tempo!” Mas que lições podemos aprender desses eventos? Já mencionamos o conselho de Pedro sobre a necessidade de os cristãos serem pessoas de ‘atos santos de conduta e ações de devoção piedosa’. Logo depois de dizer isso, Pedro enfatizou outra necessidade — a de ‘aguardar e ter bem em mente a presença do dia de Jeová’. (2 Pedro 3:11, 12) Portanto, devemos “ter bem em mente” esse dia, ou estar “na expectativa” dele.
9. Por que é apropriado ‘ficarmos à espreita’?
9 Quer sirvamos a Jeová há alguns anos, quer há muitas décadas, será que ‘continuamos à espreita e com a mesma atitude de espera’ de Miqueias? (Romanos 13:11) É verdade que, como humanos, talvez tenhamos o desejo de saber quando virá o fim. Mas simplesmente não podemos saber. Lembre-se das palavras de Jesus: “Se o dono de casa tivesse sabido em que vigília viria o ladrão, teria ficado acordado e não teria permitido que a sua casa fosse arrombada. Por esta razão, vós também mostrai-vos prontos, porque o Filho do homem vem numa hora em que não pensais.” — Mateus 24:43, 44.
10. Que lições se podem tirar da vida e da atitude do apóstolo João?
10 O que Jesus disse é bem similar aos escritos de Miqueias, Sofonias e Habacuque. No entanto, as palavras de Jesus não se dirigiam às pessoas dos tempos antigos, mas a seus seguidores — a nós. Muitos cristãos zelosos realmente têm aplicado o conselho de Jesus; têm-se ‘mostrado prontos’, permanecendo na expectativa. O apóstolo João é um bom exemplo nesse sentido. Ele foi um dos quatro que perguntaram a Jesus a respeito da terminação do sistema de coisas, no monte das Oliveiras. (Mateus 24:3; Marcos 13:3, 4) Isso foi em 33 EC, mas João não dispunha de uma tabela cronológica para determinar exatamente quando as coisas aconteceriam. Agora, em sua mente, avance uns 60 anos na corrente do tempo. João havia envelhecido, mas não se cansara nem perdera seu senso de expectativa. Ao contrário, quando Jesus disse: “Sim; venho depressa”, João respondeu: “Amém! Vem, Senhor Jesus.” Ele não se arrependeu de como havia vivido aqueles anos. Estava convicto de que, na execução de seu julgamento, Jeová recompensaria cada um segundo as suas obras. (Revelação [Apocalipse] 22:12, 20) Independentemente de quando viesse esse julgamento, João queria estar ‘pronto’, como o Senhor Jesus havia aconselhado. É essa também sua atitude?
“NA EXPECTATIVA” OU ‘FARTO’?
11. Em que sentido as pessoas nos dias de Miqueias e Oseias eram diferentes deles?
11 Veja outra lição que se pode aprender dos profetas que viveram nos períodos que precederam às execuções dos julgamentos de Jeová, primeiro contra Israel e depois contra Judá. Ao passo que Miqueias ‘permanecia à espreita e mostrava uma atitude de espera’, muitos à sua volta não faziam isso. Eles ‘odiavam o que é bom e amavam a maldade’. Miqueias advertiu-os de que, se não mudassem, talvez ‘clamassem a Jeová por socorro, mas ele não lhes responderia’. (Miqueias 3:2, 4; 7:7) Oseias, contemporâneo de Miqueias, usou termos comuns em agricultura ao instar os habitantes do reino de Israel, no norte: “Semeai para vós mesmos em justiça; colhei segundo a benevolência. Lavrai para vós mesmos a terra de lavoura, quando há tempo para se buscar a Jeová.” Mesmo assim, a maioria não deu ouvidos. Eles ‘lavraram a iniquidade’ e por isso colheram a injustiça. (Oseias 10:12, 13) Toleravam ou promoviam a corrupção e ‘confiavam nos seus próprios caminhos’, em vez de confiar nos caminhos de Jeová. Alguns hoje talvez se perguntem: ‘Como isso podia acontecer com adoradores verdadeiros que viviam na própria Terra Prometida?’ Oseias mostrou que o problema básico deles era a mesma atitude que temos de evitar se havemos de ficar na expectativa do grande dia de Jeová. Essa atitude é: ficar acomodado e ‘farto’.
12. (a) Que situação indesejável entre os israelitas, antes de 740 AEC, foi identificada por Oseias? (b) Em que sentido as pessoas haviam ‘se fartado’?
12 Depois de entrar na Terra Prometida, que manava leite e mel, o povo de Deus teve muita prosperidade. Como reagiram? Oseias transmitiu estas palavras de Jeová: “Fartaram-se também segundo o seu pasto. Fartaram-se e seu coração começou a enaltecer-se. Por isso se esqueceram de mim.” (Oseias 13:6) Séculos antes, Deus havia alertado seu povo a respeito desse perigo. (Deuteronômio 8:11-14; 32:15) Não obstante, nos dias de Oseias e de Amós, os israelitas haviam sucumbido — “fartaram-se”. Amós nos dá alguns detalhes. Ele menciona que muitos tinham móveis e utensílios luxuosos nas suas casas, e que algumas famílias tinham até mesmo casas de inverno ou de veraneio. Comiam do bom e do melhor, bebiam vinho excelente em taças especiais e aplicavam à pele “os óleos mais seletos”, talvez como cosméticos perfumados. (Amós 3:12, 15; 6:4-6) Você com certeza reconhece que nenhum desses aspectos da vida era errado em si mesmo, mas dar-lhes importância excessiva obviamente não era correto.
13. Que defeito básico tinham os israelitas, tanto ricos como pobres?
13 É verdade que nem todos no reino do norte se tornaram prósperos e ‘se fartaram’. Alguns eram pobres e lutavam para ganhar a vida e sustentar a família. (Amós 2:6; 4:1; 8:4-6) Ocorre o mesmo hoje em muitas partes da Terra. Será que o conselho de Deus em Oseias 13:6 se aplicava até mesmo aos pobres no Israel antigo, e aplica-se nos nossos dias? Certamente que sim. Jeová indicava que o adorador verdadeiro, fosse ele rico, ou não, tinha de cuidar em não valorizar demais os aspectos materiais da vida a ponto de ‘se esquecer de Deus’. — Lucas 12:22-30.
14. Por que é bom refletir sobre como está o nosso senso de expectativa?
14 Na nossa posição vantajosa na corrente do tempo, e com tantas profecias bíblicas cumpridas, temos ainda mais motivos para ficar alertas, prontos, na expectativa. Mas que dizer se já estamos na expectativa há muito tempo, talvez há décadas? No passado nos esforçávamos no ministério e tomávamos decisões pessoais que refletiam a nossa convicção de que o dia de Jeová não estava muito distante. Mas esse dia ainda não veio. Como está o nosso senso de expectativa? Para tornar o assunto bem pessoal, pergunte-se: ‘Ainda tenho um forte senso de expectativa, ou será que esfriou consideravelmente?’ — Revelação 2:4.
15. Quais são alguns indícios de que o nosso senso de expectativa talvez tenha diminuído?
15 Podemos avaliar o nosso senso de expectativa de muitas maneiras. Mas por que não usar os próprios aspectos da descrição de Amós sobre pessoas de seus dias que ‘se haviam fartado’? Ao examinarmos isso, podemos analisar se detectamos em nós mesmos alguma tendência para ‘nos fartar’. Um cristão, que em anos passados pensava e agia de um modo que refletia seu senso de expectativa, talvez comece a empenhar-se em ter uma casa ou um carro mais luxuoso, roupas da última moda, cosméticos e joias caras, vinhos ou alimentos seletos. A Bíblia em nenhuma parte sugere que devamos ser ascetas, ou privar-nos de prazeres razoáveis. O homem diligente deve ‘comer, beber e ver o que é bom por todo o seu trabalho árduo’. (Eclesiastes 3:13) No entanto, o perigo é o cristão interessar-se cada vez mais por comida, bebida e aparência pessoal. (1 Pedro 3:3) Jesus notou que houve uma mudança de foco no caso de alguns ungidos na Ásia Menor, o que prova que isso é um perigo para os cristãos. (Revelação 3:14-17) Será que aconteceu algo similar conosco? Estamos ‘nos fartando’, talvez interessados demais em coisas materiais? Será que o nosso senso de expectativa diminuiu? — Romanos 8:5-8.
16. Por que não seria nos melhores interesses de nossos filhos incentivá-los a se empenhar por um modo de vida ‘farto’?
16 Um enfraquecimento de nossa expectativa do grande dia de Jeová pode-se revelar nos conselhos que damos aos nossos filhos ou a outros. O cristão talvez raciocine: ‘Eu decidi não seguir uma carreira acadêmica ou profissional porque achava que o fim viria logo. Mas agora faço questão que meus filhos estudem o necessário para ter uma vida bem confortável.’ É possível que nos dias de Oseias alguns também pensassem assim. Nesse caso, será que os conselhos dos pais enfocando um estilo de vida ‘farto’ teriam sido nos melhores interesses dos filhos? E se os filhos naquele tempo realmente tivessem dado prioridade a um modo de vida ‘farto’, ou bem confortável, qual teria sido a situação deles em 740 AEC, quando Samaria caiu diante dos assírios? — Oseias 13:16; Sofonias 1:12, 13.
Que tipo de estilo de vida você incentiva seus filhos a adotar?
VIVA COM EXPECTATIVAS BEM FUNDADAS
17. Em que sentido devemos imitar Miqueias?
17 Assim como os adoradores genuínos do passado, podemos confiar que as promessas de Deus se cumprirão pontualmente, no tempo marcado por ele. (Josué 23:14) O profeta Miqueias mostrou sabiamente uma atitude de espera pelo Deus de sua salvação. Na nossa perspectiva histórica, podemos examinar uma tabela cronológica do período de Miqueias e ver que ele viveu bem perto da época em que Samaria foi conquistada. E quanto a nós e os tempos em que vivemos? Quando olhamos para o nosso passado, fica claro que fizemos decisões sábias, tais como a respeito de carreira secular, estilo de vida e ministério de tempo integral? É verdade que não sabemos quando virá ‘aquele dia e aquela hora’. (Mateus 24:36-42) Não há dúvida, porém, que agiremos sabiamente se cultivarmos uma atitude semelhante à de Miqueias e agirmos de acordo. E quando Miqueias for recompensado com a vida numa restaurada Terra paradisíaca, quanta alegria sentirá de saber que nos beneficiamos de sua mensagem profética e de seu exemplo fiel! Nós nos teremos tornado uma prova viva de que Jeová é o Deus de salvação.
18, 19. (a) A que calamidade então futura apontou Obadias? (b) Com que palavras Obadias apresentou esperança a Israel?
18 A nossa confiança tem uma base sólida. Pense, por exemplo, no curto livro profético de Obadias. Ele se centraliza no antigo Edom, declarando o julgamento de Jeová contra esse povo que maltratou seu “irmão” Israel. (Obadias 12) A predita devastação realmente aconteceu, como vimos no Capítulo 10 deste livro. Em meados do sexto século AEC, os babilônios comandados por Nabonido conquistaram Edom, que deixou de existir como nação. Mas há ainda outro pensamento importante na mensagem de Obadias, vital para nos manter na expectativa do grande dia de Jeová.
19 Você sabe que a nação inimiga (Babilônia) que devastou Edom também havia executado a punição de Deus contra seu povo infiel. Em 607 AEC, os babilônios destruíram Jerusalém e levaram os judeus ao exílio. O país virou uma região deserta. Foi o fim de tudo? Não. Por meio de Obadias, Jeová predisse que os israelitas recuperariam a sua terra. Em Obadias 17 lemos esta promessa animadora: “É no monte Sião que mostrarão estar os que escaparem, e ele terá de tornar-se algo sagrado; e a casa de Jacó terá de tomar posse das coisas a serem possuídas por eles.”
20, 21. Por que Obadias 17 deve ser consolador para nós?
20 A História confirma que aquilo que Jeová disse por meio de Obadias realmente ocorreu. O que Deus predisse, aconteceu. Milhares de exilados de Judá e de Israel retornaram em 537 AEC. Com as bênçãos de Jeová, os repatriados transformaram uma terra deserta num verdejante paraíso. Você já leu em Isaías 11:6-9 e 35:1-7 profecias a respeito dessa maravilhosa transformação. De importância fundamental foi o restabelecimento da adoração verdadeira, centralizada num reconstruído templo de Jeová. Assim, Obadias 17 é mais uma prova de que as promessas de Jeová são confiáveis. Elas sempre se cumprem.
21 Obadias concluiu sua profecia com estas palavras enfáticas: “O reinado terá de tornar-se de Jeová.” (Obadias 21) Com a mesma confiança, você aguarda o tempo glorioso em que Jeová, por meio de Jesus Cristo, governará sem oposição o Universo inteiro, incluindo o nosso planeta. Quer você esteja há pouco tempo na expectativa do grande dia de Jeová — com suas resultantes bênçãos —, quer há muitas décadas, pode ter certeza absoluta de que tais expectativas baseadas na Bíblia se cumprirão.
Servimos alegremente a Jeová com a eternidade em vista
22. Por que você deseja que seu conceito reflita o de Habacuque 2:3 e de Miqueias 4:5?
22 Portanto, é apropriado repetir a garantia de Habacuque, que certamente é válida nos nossos dias: “A visão ainda é para o tempo designado e prossegue arfando até o fim, e não mentirá. Ainda que se demore, continua na expectativa dela; pois cumprir-se-á sem falta. Não tardará.” (Habacuque 2:3) Ainda que do ponto de vista humano pareça que o grande dia de Jeová esteja demorando, esse dia virá sem falta na hora marcada. Jeová prometeu isso. Assim, os que já servem a Deus por muitos anos, bem como os que começaram a adorá-lo recentemente, podem avançar juntos com a mesma confiança expressa em Miqueias 4:5: “Nós, da nossa parte, andaremos no nome de Jeová, nosso Deus, por tempo indefinido, para todo o sempre.”
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“Proclamai isto entre as nações”Viva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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CAPÍTULO TREZE
“Proclamai isto entre as nações”
Como você reagiria se ouvisse o rugido de um leão?
1. Por que as palavras de Jeová ao seu profeta podem ser comparadas ao rugido de um leão?
VOCÊ já ouviu o rugido de um leão? Dizem que seu rugido é mais alto do que o som de uma britadeira. O que você faria se, no silêncio da noite, ouvisse o rugido de um leão nas imediações? Isso com certeza provocaria uma reação imediata. Amós, um dos 12 profetas cujos escritos estamos considerando, usou esta analogia: “Há um leão que bramiu! Quem não terá medo? O próprio Soberano Senhor Jeová falou! Quem não profetizará?” (Amós 3:3-8) Se você ouvisse o próprio Jeová falar, não reagiria assim como Amós? Ele agiu imediatamente e profetizou contra a nação de Israel, de dez tribos.
2. (a) Como você pode imitar Amós no cumprimento da missão de profetizar? (b) O que analisaremos neste capítulo?
2 Talvez diga: ‘Mas eu não sou profeta!’ Pode ser que você se sinta despreparado, por não ter sido treinado como profeta. Mas veja o caso de Amós. Quando confrontado pelo sacerdote Amazias, um adorador de bezerros, Amós disse: “Eu não era profeta, nem era filho de profeta; mas eu era boieiro e riscador de figos de sicômoros.” (Amós 7:14) Embora fosse de origem humilde, Amós se dispôs a cumprir sua missão como profeta de Jeová. E você? Entende que, em certos sentidos, você recebeu uma designação similar à dos 12 profetas? Você deve declarar a mensagem de Deus para os nossos dias, bem como ensinar e fazer discípulos. Como encara essa séria designação? Qual é a mensagem que deve proclamar entre as nações? Está cumprindo cabalmente essa designação? O que determina o êxito de seu trabalho? Analisemos as respostas.
‘OS NOVILHOS DE SEUS LÁBIOS’
3. De que modo você pode realizar um trabalho semelhante ao dos profetas cujos escritos estamos estudando?
3 Você está mesmo envolvido num trabalho semelhante ao dos profetas? Com certeza não ouviu o rugido de um leão no sentido de ter sido inspirado diretamente por Jeová. Você ouviu, no entanto, de sua Palavra, a Bíblia, a mensagem urgente sobre o iminente dia de Jeová. Como vimos no Capítulo 1 deste livro, as palavras “profeta” e “profético” têm vários sentidos. Embora você não seja um profeta, como Amós ou os outros profetas do passado, mesmo assim pode falar a respeito do futuro. Como? Por declarar as mensagens proféticas que você estudou nas páginas das Escrituras Sagradas, incluindo as dos 12 profetas. Agora é o tempo para fazer exatamente isso.
Desde o início do século 20 até os nossos dias, o povo de Deus tem “profetizado”
4. Em que sentido a profecia de Joel 2:28-32 se cumpre hoje em dia?
4 Veja o assunto de outro ângulo. Jeová Deus falou ao profeta Joel sobre um tempo em que toda sorte de pessoas profetizaria, por assim dizer. Ele disse: “Depois terá de acontecer que derramarei meu espírito sobre toda sorte de carne, e vossos filhos e vossas filhas certamente profetizarão. Quanto aos vossos homens idosos, terão sonhos. Quanto aos vossos jovens, terão visões.” (Joel 2:28-32) No Pentecostes de 33 EC, o apóstolo Pedro aplicou esse texto ao derramamento do espírito santo sobre os que estavam reunidos num sobrado em Jerusalém e à pregação das “coisas magníficas de Deus” que realizaram em seguida. (Atos 1:12-14; 2:1-4, 11, 14-21) Considere agora os nossos dias. O cumprimento principal da profecia de Joel tem acontecido desde o começo do século 20. Cristãos ungidos pelo espírito — homens e mulheres, jovens e idosos — passaram a “profetizar”, isto é, a declarar “as coisas magníficas de Deus”, como as boas novas do Reino, agora já estabelecido no céu.
5. (a) Que privilégio todos nós temos? (b) O que se quer dizer com ‘oferecer os novilhos de seus lábios’, e o que isso significa para você?
5 Embora não sejam ungidos por espírito santo para se tornarem filhos de Deus, “uma grande multidão” de “outras ovelhas” diz aos seguidores ungidos de Jesus Cristo: “Iremos convosco, pois ouvimos que Deus está convosco.” (Revelação [Apocalipse] 7:9; João 10:16; Zacarias 8:23) Quer sua esperança seja viver para sempre no céu, quer na Terra, você tem o privilégio de oferecer “os novilhos de [seus] lábios”. (Oseias 14:2) O que significa essa expressão na profecia de Oseias? “Novilhos . . . eram os melhores animais para ofertas de agradecimento”, diz o erudito bíblico Carl F. Keil. O apóstolo Paulo referiu-se a Oseias 14:2, ao escrever: “Ofereçamos sempre a Deus um sacrifício de louvor, isto é, o fruto de lábios que fazem declaração pública do seu nome.” (Hebreus 13:15) De fato, a expressão “os novilhos dos nossos lábios” refere-se ao melhor que os nossos lábios podem proferir, as nossas palavras de louvor a Jeová.
6. Por que devemos examinar a qualidade de nossos sacrifícios de louvor?
6 Você oferece a Jeová sacrifícios de louvor quando ora de coração a ele, faz comentários apreciativos sobre ele nas reuniões cristãs ou fala entusiasticamente com as pessoas no ministério público. Mas cada um de nós pode se perguntar: ‘Ao participar nessas atividades, qual é a qualidade das minhas ofertas?’ Pelo que você já estudou, sem dúvida sente desprezo pelos sacerdotes que, nos dias de Malaquias, descaradamente levavam animais defeituosos ao altar de Deus. Por meio de Malaquias, Jeová teve de enfatizar a eles a má qualidade de seus sacrifícios, pois não achavam que estivessem desprezando a mesa de Jeová. (Malaquias 1:8) Assim, faremos bem em examinar a qualidade de nossos sacrifícios para que sejam da melhor qualidade possível e sem nenhum defeito.
A MENSAGEM A SER PROCLAMADA
7. Que aspecto de nossa mensagem de duplo conteúdo requer coragem para proclamar?
7 Oferecer “os novilhos dos nossos lábios” no ministério exige coragem, não é mesmo? Isso porque a mensagem que levamos às pessoas é de duplo conteúdo, e um de seus aspectos certamente não é popular. O profeta Joel disse ao povo de Deus: “Proclamai isto entre as nações: ‘Santificai a guerra! Despertai os poderosos! Aproximem-se eles! Subam todos os homens de guerra!’” (Joel 3:9) Aplicando aos nossos dias, que desafio isso é para as nações! Trata-se de uma declaração de guerra justa de Jeová contra pessoas que o desafiam. Ao passo que Jeová instrui seu povo a ‘forjar de suas espadas relhas de arado e de suas lanças podadeiras’, ele ordena às nações inimigas que ‘forjem espadas de suas relhas de arado e lanças de suas podadeiras’. (Miqueias 4:3; Joel 3:10) De fato, os inimigos de Deus precisam preparar-se para guerrear contra o Criador do Universo. Nesse respeito, não temos nenhuma mensagem consoladora a declarar.
8. Por que “os remanescentes de Jacó” são comparados a um leão?
8 Na mensagem do profeta Miqueias, os que oferecem ‘os novilhos de seus lábios’ são comparados a um leão. Ele escreveu: “Os remanescentes de Jacó terão de tornar-se entre as nações . . . como o leão entre os animais da floresta, como o leão novo jubado entre as greis de ovelhas, que, quando realmente passa, certamente tanto pisoteia como dilacera; e não há livrador.” (Miqueias 5:8) Por que essa analogia? Em nossos dias, o povo de Deus, com o restante ungido à frente, precisa mostrar coragem leonina para proclamar a mensagem de aviso às nações.a
Você está proclamando destemidamente o dia de Jeová?
9. (a) Cite casos em que você precisa ser corajoso como um leão. (b) Como é possível ser corajoso diante de oposição ou de apatia?
9 Você é corajoso como um leão ao proclamar o aviso contido na mensagem? Talvez precise dessa coragem não apenas ao comparecer perante autoridades, mas também ao falar com colegas de escola ou de trabalho, ou com parentes que não são Testemunhas de Jeová. (Miqueias 7:5-7; Mateus 10:17-21) Como você pode reunir coragem diante de oposição ou de apatia? Veja como Miqueias conseguiu realizar a colossal tarefa de alertar sobre a destruição tanto de Samaria como de Jerusalém: “Eu mesmo fiquei cheio de poder com o espírito de Jeová, e de justiça e de potência, a fim de contar a Jacó a sua revolta e a Israel o seu pecado.” (Miqueias 1:1, 6; 3:8) Você da mesma forma pode ‘ficar cheio de poder’, porque também pode receber um farto suprimento do espírito energizador de Deus. (Zacarias 4:6) Por orar a Deus e confiar nele, você será capaz de declarar as palavras que talvez façam ‘tinir os ouvidos’. — 2 Reis 21:10-15.
10. Como podemos imitar a Sofonias ao transmitirmos a mensagem sobre “o dia de Jeová”?
10 Você deseja ser corajoso, mas é preciso também usar de tato ao apresentar às pessoas a mensagem de aviso. Temos de ser ‘meigos (ou ‘jeitosos’) para com todos’, mesmo quando a mensagem for a respeito do iminente “dia de Jeová”. (2 Timóteo 2:24, nota; Joel 2:1, 11; Sofonias 1:14) Aqui também podemos aprender algo dos 12 profetas. Eles proclamavam corajosamente as mensagens de condenação de Jeová, mas mostravam consideração pelos que ouviam. Por exemplo, o profeta Sofonias falou sem rodeios ao se dirigir aos endurecidos príncipes (ou nobres) de seus dias, mas não incluiu o fiel Rei Josias nessa crítica. (Sofonias 1:8) Ao transmitirmos a mensagem de aviso, não acha que é bom ajudar as pessoas encarando-as como possíveis ovelhas, sem adotar um conceito negativo a respeito delas? — Mateus 25:32-34.
11. (a) Qual é o segundo aspecto da mensagem de duplo conteúdo que proclamamos? (b) Como você pode imitar os 12 profetas ao proclamar o dia de Jeová?
11 Qual é o outro aspecto da mensagem de duplo conteúdo que transmitimos? Esse aspecto é destacado em Miqueias, capítulo 5. “Os remanescentes de Jacó terão de tornar-se no meio de muitos povos como orvalho da parte de Jeová, como chuvas copiosas sobre a vegetação, que não espera o homem nem aguarda os filhos do homem terreno.” (Miqueias 4:1; 5:7) Por causa das boas novas que levam a “muitos povos” hoje, “os remanescentes” de Jacó, ou Israel, espiritual e seus companheiros são como um revigorante “orvalho da parte de Jeová” e “chuvas copiosas sobre a vegetação”. Temos muito a aprender dos últimos 12 livros das Escrituras Hebraicas a respeito desse segundo aspecto de nossa mensagem, visto que esses profetas proclamaram não apenas destruição, mas também restauração. No seu ministério, você destaca o aspecto positivo da mensagem sobre o dia de Jeová?
DE QUE MODO VOCÊ PROCLAMA ESSA MENSAGEM?
12, 13. (a) Em que sentido o povo de Deus é comparável a nuvens de insetos? (b) O que você acha a respeito do que se lê em Joel 2:7, 8?
12 De que modo, então, você proclama essa mensagem de duplo conteúdo? O profeta Joel comparou o trabalho do povo de Deus a uma série de pragas de insetos, incluindo gafanhotos. (Joel 1:4) Mas, afinal, por que se diria que o povo de Jeová é comparável a nuvens de insetos? Porque, como vemos em Joel 2:11, Deus identifica esses insetos como “sua força militar”. (O povo de Deus é simbolizado por gafanhotos também no livro de Revelação. Veja Revelação 9:3, 4.) O trabalho dos insetos descritos por Joel era como um fogo devorador, e aquilo que no caminho deles parecia “o jardim do Éden” transformou-se num “ermo desolado”. (Joel 2:2, 3) Como você pode mostrar que está ciente do significado da profecia de Joel?
13 Pense em como essas pequenas criaturas realizam um “trabalho” cabal. Joel as descreve da seguinte maneira: “Correm como homens poderosos. Sobem a muralha como homens de guerra. E vão, cada um, nos seus próprios caminhos e não trocam de veredas. E não empurram um ao outro. Prosseguem andando assim como o varão vigoroso no seu rumo; e se alguns caírem mesmo entre os projéteis, os outros não interrompem o avanço.” (Joel 2:7, 8) Nenhuma “muralha” de oposição impede seu avanço e a praga que provocam. ‘Se alguns caem mesmo entre os projéteis’, como tem sido o caso de cristãos leais executados por inimigos opressivos, outros assumem o trabalho, cumprindo a missão que Jeová lhes confiou. Você está decidido a apegar-se à designação de proclamar o dia de Jeová até que ele determine que esteja cumprida? É possível que você esteja dando continuidade à obra realizada por alguns cristãos fiéis que já morreram.
Seu ministério pode ser bem-sucedido independentemente da receptividade das pessoas
14. De que modo você pode contribuir para a realização cabal da obra de pregação?
14 Um serviço cabal, essa é a ideia. Como você pode contribuir para uma obra de pregação cabal, conforme descrito na profecia de Joel? Participando no ministério de casa em casa e revisitando os interessados. Além disso, você volta para tentar falar com os que não estavam em casa. Desse modo mostra que entende esse quadro profético. E, quando dá testemunho para pessoas na rua, talvez encontre alguém que de outra forma não encontraria. Ainda outra oportunidade: você pode ajudar pessoas no seu bairro ou na sua cidade que imigraram de outros países.b Está atento a tais oportunidades, contribuindo para a realização cabal da atual obra de pregação?
O QUE DETERMINA SEU SUCESSO?
15. O que é digno de nota com relação à reação das pessoas às mensagens dos 12 profetas?
15 Como as pessoas reagem à mensagem sobre o atemorizante dia de Jeová? Não se surpreenda de encontrar oposição ou apatia. Foi assim no caso de muitos profetas de Deus, muitos dos quais tinham fortes mensagens de aviso a transmitir. (Jeremias 1:17-19; 7:27; 29:19) Apesar disso, vários profetas viram bons resultados. Pelo menos cinco deles — Jonas, Miqueias, Sofonias, Ageu e Zacarias — moveram o coração de algumas pessoas a se arrependerem de seus pecados e mudarem de proceder.
16. Quais foram os resultados dos esforços de Miqueias como profeta?
16 O trabalho de Sofonias como profeta evidentemente moveu o Rei Josias a iniciar uma renovação da adoração pura. Miqueias proclamou corajosamente uma mensagem de condenação contra os líderes de Judá, e o Rei Ezequias agiu de acordo com as palavras de Miqueias. (Miqueias 3:1-3) É interessante que alguns homens de mais idade dos dias de Jeremias se referiram à reação de Ezequias como bom exemplo, quando disseram que o rei ‘temeu a Jeová e passou a abrandar a Sua face’. (Jeremias 26:18, 19; 2 Reis 18:1-4) Liderados por Ezequias, o povo de Judá e os do reino do norte dispostos a acompanhá-los celebraram a Páscoa e a Festividade dos Pães Não Fermentados, até mesmo estendendo a festividade por mais uma semana. Qual foi o resultado de seu retorno à adoração verdadeira? “Veio a haver grande alegria em Jerusalém.” (2 Crônicas 30:23-26) Miqueias havia começado a proclamar a mensagem divina de condenação da nação apóstata, governada pelo Rei Acaz. No entanto, o profeta viu os ótimos resultados de seus esforços quando o filho de Acaz, Ezequias, reagiu positivamente.
17. O que Ageu e Zacarias conseguiram realizar?
17 Veja também o caso dos profetas Ageu e Zacarias. As suas profecias se dirigiam aos judeus repatriados, que se haviam tornado apáticos e egocêntricos. (Ageu 1:1, 2; Zacarias 1:1-3) Quando esses dois profetas iniciaram suas atividades, já se haviam passado 16 anos desde o lançamento do alicerce do templo. As pessoas ‘corriam cada qual em prol de sua própria casa’, ao passo que a casa de Jeová estava “devastada”. Ageu conclamou os judeus: “‘Sede fortes, todos vós, povo da terra’, é a pronunciação de Jeová, ‘e trabalhai’.” O que aconteceu então? Jeová passou a “despertar o espírito” do Governador Zorobabel, do Sumo Sacerdote Josué e de “todos os remanescentes do povo”. Como resultado, conseguiram terminar as obras do templo. — Ageu 1:9, 12, 14; 2:4.
18, 19. (a) Que reação positiva à proclamação do dia de Jeová se observa em alguns países? (b) Como você agirá diante da necessidade de declarar a mensagem de aviso a todas as pessoas?
18 A maioria dos 12 profetas declarou mensagens à nação originalmente dedicada a Jeová. Nós talvez preguemos a pessoas que nunca conheceram o Deus verdadeiro, mas, mesmo assim, podemos aprender dos resultados das atividades dos profetas. Hoje também, em muitos lugares, as pessoas estão aceitando a urgente mensagem sobre o dia de Jeová. Estamos vendo resultados como os preditos por Zacarias: “Naquele dia certamente se juntarão muitas nações a Jeová e tornar-se-ão realmente meu povo; e eu vou residir no teu meio.” (Zacarias 2:11) Atualmente, em sentido literal, o povo de Deus encontra uma resposta positiva entre “muitas nações”. (Revelação 7:9) Zacarias predisse: “Muitos povos e poderosas nações virão realmente para procurar a Jeová dos exércitos em Jerusalém e para abrandar a face de Jeová.” Esses são descritos como “dez homens dentre todas as línguas das nações” que agarrariam a veste de um israelita espiritual, dizendo: “Iremos convosco, pois ouvimos que Deus está convosco.” — Zacarias 8:20-23.
19 Note a referência a “todas as línguas das nações”. A Bíblia e publicações bíblicas são traduzidas para muitas línguas, e as Testemunhas de Jeová treinam ministros para ensinar pessoas “dentre todas as línguas das nações”. (Mateus 28:19, 20; Atos 1:8) Você talvez tenha aprendido outro idioma para ajudar pessoas na sua região que falam esse idioma. E um bom número de ministros se dispõe a aprender um ou dois novos idiomas e mudar-se para países em que muitos aceitam animadamente as boas novas. Seria possível você se mudar para uma dessas regiões produtivas e assim ‘proclamar isto entre as nações’? Ore a respeito desse assunto. Se estiver criando filhos, fale repetidas vezes com a família sobre a possibilidade de se mudarem, mantendo esse alvo perante seus filhos em formação.
20. Jeová chamou atenção a que sentimento seu para com o povo de Nínive?
20 Outro profeta cujos ouvintes, contrariando todas as expectativas, foram receptivos, foi Jonas. Os homens de Nínive, até o próprio rei, reagiram bem à mensagem de Jonas, passando a ter fé em Jeová. O próprio Deus perguntou: “Eu . . . não devia ter pena de Nínive, a grande cidade, em que há mais de cento e vinte mil homens que absolutamente não sabem a diferença entre a sua direita e a sua esquerda?” (Jonas 4:11) Pense nessas palavras com relação ao que o motiva a proclamar o atemorizante dia de Jeová. Sente-se em dívida para com Jeová por ele tê-lo salvado por meio do resgate? Tem um senso de responsabilidade como seu servo dedicado? (1 Coríntios 9:16, 17) Essas são razões válidas para proclamar o dia de Jeová. Mas, além disso, você sente “pena” das pessoas a quem proclama o dia de Jeová? Você pode ser muito feliz quando a misericórdia divina o motiva a falar às pessoas a respeito desse dia.
21. O que você pode aprender do exemplo de Amós em lidar com as ameaças de Amazias?
21 Não sabemos muita coisa a respeito da receptividade que Joel, Obadias, Naum, Habacuque e Malaquias tiveram. Mas sabemos como foi pelo menos uma das reações que Amós enfrentou. Amazias opôs-se fortemente a Amós, acusando-o de conspirar contra o rei, e tentou proibi-lo de pregar em Betel. (Amós 7:10-13) Amós enfrentou corajosamente a oposição. Hoje, também, religiosos fanáticos talvez tentem influenciar alguns líderes políticos a perseguir o povo de Jeová ou mesmo proibir sua benéfica obra de pregação. Você imitará a Amós em proclamar destemidamente as boas novas apesar de oposição?
22. Por que você pode dizer que o ministério é bem-sucedido na sua região?
22 Embora os 12 profetas tenham encontrado diferentes reações, todos eles cumpriram sua missão. O importante não é se as pessoas aceitam, ou não, a mensagem de duplo conteúdo que transmitimos, mas sim que ofereçamos a Jeová “os novilhos de nossos lábios”, o melhor “sacrifício de louvor” possível. (Oseias 14:2; Hebreus 13:15) Daí podemos deixar os resultados nas mãos de Deus. Ele vai atrair os que realmente são ovelhas. (João 6:44) Além do mais, você poderá ser um bem-sucedido proclamador da mensagem divina, independentemente da reação das pessoas. Esteja certo de que ‘os pés daquele que leva boas novas, aquele que publica a paz’, são belos aos olhos dos que aceitam com prazer as boas novas. E acima de tudo, são belos aos olhos de Jeová. (Naum 1:15; Isaías 52:7) Com a proximidade do grande dia de Jeová, esteja decidido a continuar fazendo o que Joel predisse para os nossos tempos: “Proclamai isto entre as nações: ‘Santificai a guerra! Despertai os poderosos!’” Isso se refere à guerra de Deus contra as nações. — Joel 3:9.
a O primeiro cumprimento dessa profecia talvez tenha ocorrido no período macabeu, quando os judeus, liderados pelos macabeus, expulsaram de Judá os seus inimigos e rededicaram o templo. Isso tornou possível que um restante dos judeus acolhesse o Messias quando ele apareceu. — Daniel 9:25; Lucas 3:15-22.
b O folheto Boas Novas para Pessoas de Todas as Nações, publicado pelas Testemunhas de Jeová, tem sido útil para ajudar pessoas que não falam o idioma principal da região em que você mora.
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“Uma bênção até que não haja mais necessidade”Viva Tendo em Mente o Dia de Jeová
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CAPÍTULO CATORZE
“Uma bênção até que não haja mais necessidade”
1, 2. (a) Que boas escolhas cada um de nós pode fazer? (b) O cumprimento de que profecia tem a ver com as bênçãos que podemos receber?
VIVEMOS numa época de julgamento e de bênçãos. É um período de decadência religiosa e de restauração espiritual. Você certamente deve desejar as bênçãos bem como os atuais e futuros bons efeitos da restauração espiritual. Mas que certeza pode ter de que vai recebê-los? A resposta envolve uma profecia que teve seu cumprimento principal pouco depois do começo dos “últimos dias” em 1914. (2 Timóteo 3:1) Malaquias predisse: “‘Virá ao Seu templo o verdadeiro Senhor [Jeová], a quem procurais, e o mensageiro do pacto, em quem vos agradais. Eis que virá certamente’, disse Jeová dos exércitos.” — Malaquias 3:1.
2 Essa profecia, que tem significado fundamental na sua vida, acha-se no último dos 12 livros proféticos. Ao concluirmos o estudo desses livros, os escritos de Malaquias são de interesse especial. Seu livro inclui instruções vitais que tornam possível que você e outros servos de Jeová recebam “uma bênção até que não haja mais necessidade”. (Malaquias 3:10) Examinemos o capítulo 3 do livro de Malaquias.
ÉPOCA DE PURIFICAÇÃO ESPIRITUAL
3. Que situação entre o antigo povo de Deus levou à escolha do “Israel de Deus”?
3 Uns cinco séculos depois dos dias de Malaquias, Jeová, representado por Cristo (o “mensageiro [de Deus] do pacto [abraâmico]”), veio ao templo literal em Jerusalém para julgar Seu povo pactuado. Aquela nação em geral havia se mostrado indigna de favor constante, de modo que Jeová a rejeitou. (Mateus 23:37, 38) A prova disso é o que ocorreu em 70 EC. É certo também que, em lugar daquela nação, Deus escolheu “o Israel de Deus”, uma nação espiritual de 144 mil membros dentre todas as nações. (Gálatas 6:16; Romanos 3:25, 26) Mas esse não foi o cumprimento final da profecia de Malaquias. Ela aponta também para os tempos modernos, e influi diretamente nas suas perspectivas de receber “uma bênção até que não haja mais necessidade”.
4. Que pergunta precisava de uma resposta depois que Jesus foi entronizado em 1914?
4 O cumprimento de profecias bíblicas confirma que em 1914 Jesus Cristo foi empossado como Rei do Reino celestial de Jeová. Veio então o tempo para Jesus identificar um grupo de cristãos que merecia a aprovação divina. Quem passaria no teste de pureza espiritual? As palavras de Malaquias dão uma indicação da resposta: “Quem aguentará o dia da sua vinda e quem se manterá de pé quando ele aparecer? Pois ele será como o fogo do refinador.” (Malaquias 3:2) Quando e em que sentido Jeová veio ao seu “templo” para julgamento?
5, 6. (a) O que Jeová encontrou entre a maioria dos professos adoradores quando veio para inspecionar seu templo espiritual? (b) De que necessitavam os servos de Deus ungidos pelo espírito?
5 Obviamente, Deus não veio a um templo de pedras e argamassa. O último templo literal para adoração verdadeira havia sido destruído em 70 EC. Em vez disso, Jeová veio a um templo espiritual, o arranjo que permite aos humanos se aproximarem de Deus e adorá-lo à base do sacrifício resgatador de Jesus. (Hebreus 9:2-10, 23-28) As religiões da cristandade certamente não constituíam esse templo espiritual, pois faziam parte de um sistema religioso culpado de derramamento de sangue e de meretrício espiritual, um sistema que promovia ensinos falsos em vez de a adoração pura. Jeová tornou-se “testemunha veloz contra” tal sistema, e você sabe que seu julgamento desfavorável foi justo. (Malaquias 3:5) Mas depois que o Reino de Deus foi estabelecido, havia um grupo de cristãos verdadeiros que servia nos pátios do templo espiritual de Deus e foi leal a ele sob severas provas. Não obstante, mesmo esses ungidos precisavam de certa purificação. Os escritos dos 12 profetas apontaram para essa purificação, pois contêm promessas animadoras de restauração espiritual e física entre os servos de Deus. Malaquias predisse que haveria um povo que Jeová ‘depuraria como o ouro e como a prata’. Certamente ‘se tornariam para Jeová pessoas que apresentam uma oferenda em justiça’. — Malaquias 3:3.
6 De acordo com sólidas evidências disponíveis, de 1918 em diante Jeová realizou a necessária purificação dos cristãos ungidos, com respeito à sua adoração, costumes e doutrinas.a Esses cristãos, e a “grande multidão” que mais tarde se juntou a eles, se beneficiaram muito disso. (Revelação [Apocalipse] 7:9) Como grupo unido, continuam a apresentar “uma oferenda em justiça”, “agradável a Jeová”. — Malaquias 3:3, 4.
Jeová tem refinado seu povo como grupo. Será que pessoalmente ainda precisamos de algum refinamento?
7. O que é apropriado que perguntemos a nós mesmos com relação à nossa posição perante Deus?
7 Isso é assim no caso do povo de Deus em geral, mas que dizer de nós individualmente? Talvez você se pergunte: ‘Existe algum aspecto na minha atitude e nas minhas ações que ainda precisa de refinamento? Ainda preciso refinar minha conduta, assim como Jeová refinou seus ungidos?’ Já vimos que os 12 profetas destacaram aspectos e conduta negativos, bem como características e ações positivas. Terem feito isso possibilita que você saiba o que Jeová ‘pede de volta de você’. (Miqueias 6:8) Note que diz ‘de você’. Isso enfatiza por que cada um de nós deve verificar se pessoalmente ainda precisa fazer algum refinamento ou purificação.
“EXPERIMENTAI-ME, POR FAVOR”
8. Que convite Jeová faz ao seu povo?
8 Vejamos o que Jeová diz a seguir por meio de Malaquias, no capítulo 3, versículo 10. Encontramos ali este caloroso convite: “‘Trazei todas as décimas partes à casa do depósito para que venha a haver alimento na minha casa; e experimentai-me, por favor, neste respeito’, disse Jeová dos exércitos, ‘se eu não vos abrir as comportas dos céus e realmente despejar sobre vós uma bênção até que não haja mais necessidade’.” Essa proposta é feita ao povo de Deus como um todo. Percebe que é também um convite pessoal para você?
9. Que tipo de ofertas e “dízimos” você pode apresentar a Jeová?
9 Como você pode dar “as décimas partes” a Jeová? Naturalmente, você não é obrigado a apresentar ofertas literais e dízimos, como a Lei prescrevia. O que Deus espera hoje são ofertas de natureza espiritual. Como vimos no capítulo anterior, Paulo classificou de oferta a obra de testemunho que o cristão realiza. (Oseias 14:2) E, em seguida, o apóstolo mencionou outro tipo de sacrifício: “Não vos esqueçais de fazer o bem e de partilhar as coisas [materiais] com outros, porque Deus se agrada bem de tais sacrifícios.” (Hebreus 13:15, 16) Assim, é óbvio que “as décimas partes” mencionadas em Malaquias 3:10 representam ofertas espirituais e materiais. Como cristão batizado, você está dedicado plenamente a Jeová, mas seu “dízimo” representa a porção do que é seu e que você pode trazer para Jeová, ou usar no Seu serviço. Inclui o tempo, a energia, os recursos e as contribuições materiais que você disponibiliza para o serviço de Jeová.
10. Em que sentido você pode apropriadamente ‘experimentar’ a Jeová?
10 É muito apropriado que você ofereça tais dízimos simbólicos a Jeová com sentimentos de devoção e amor. Está envolvido também um senso de urgência. Você sabe que o grande dia de Jeová se aproxima rapidamente e que é “muito atemorizante”. (Joel 2:1, 2, 11) Vidas estão em jogo. Deus faz um convite que você pode aceitar pessoalmente. Ele pede que você o ‘experimente’. Naturalmente, nenhum humilde humano deve atrever-se a pôr Jeová à prova, como se ele fosse indigno de confiança. (Hebreus 3:8-10) Mas você pode humildemente colocá-lo à prova num sentido correto. Como? Deus promete “uma bênção”. Ao obedecê-lo, você o coloca à prova, como que se perguntando: ‘Será que ele vai me abençoar?’ Em resposta, Deus se coloca sob a obrigação de fazer isso, cumprindo sua promessa. Assim, o fato de que Deus permite que você o ‘experimente’ fortalece sua convicção de que receberá dele muitas bênçãos.
11, 12. De que bênçãos de Jeová sobre seu povo você é testemunha?
11 Você se apercebe de que o povo de Jeová tem feito generosas ofertas materiais e sacrifícios espirituais. E Jeová tem ‘despejado uma bênção até não ser mais necessário’. Talvez você tenha observado que o povo de Deus recebeu essa bênção, conforme refletida nos espantosos aumentos numéricos que as Testemunhas de Jeová têm tido desde o início do século 20 até hoje. Você tem visto também um acentuado aumento no entendimento das “coisas profundas de Deus”. (1 Coríntios 2:10; Provérbios 4:18) Mas pense nisso de outro ângulo: que impacto tudo isso teve sobre você?
12 Talvez uns tempos atrás você frequentasse uma igreja ou apenas estivesse começando a assistir às reuniões das Testemunhas de Jeová. Quanto você entendia das verdades básicas da Bíblia naquele tempo? Agora, contraste isso com o que você aprendeu desde então e que pode provar à base das Escrituras. Ou, pense nas coisas mais profundas que passou a entender, incluindo profecias que estão se cumprindo. E veja como você já aplica melhor certos textos bíblicos no seu dia a dia. Quanto progresso você já fez! Assim, pode incluir a si mesmo nas palavras do apóstolo Pedro: “Temos a palavra profética tanto mais assegurada.” (2 Pedro 1:19) O ponto é: você foi ‘ensinado por Jeová’ e está entre um povo que pratica o cristianismo genuíno e deseja servir a Jeová para sempre. (Isaías 54:13) Você pode dizer, com razão, que ele já o abençoou ricamente.
SEU NOME NO LIVRO DA VIDA
13. O que é preciso para ter o nome registrado no livro de recordação de Deus?
13 Malaquias 3:16 menciona outras bênçãos de Jeová: “Naquele tempo, os que temiam a Jeová falaram um ao outro, cada um ao seu companheiro, e Jeová prestava atenção e escutava. E começou-se a escrever perante ele um livro de recordação para os que temiam a Jeová e para os que pensavam no seu nome.” Tanto os ungidos como os da grande multidão manifestam esse reverente ‘temor a Jeová’. Não concorda que é um privilégio ser Testemunha de Jeová, parte de um povo feliz que ‘pensa’ no nome de Jeová e o magnifica no globo inteiro? Você pode ser muito feliz com a certeza de que Jeová não desperceberá sua fidelidade! — Hebreus 6:10.
14. Como os 12 profetas ajudaram você a ver que atitudes e práticas Jeová odeia?
14 Como você pode qualificar-se para ter seu nome incluído nesse “livro de recordação”, que já está sendo escrito perante Jeová? Lembre-se de alguns sábios conselhos que vimos nos livros dos 12 profetas. Aprendemos a respeito de conduta, qualidades e atitudes que desagradam a Jeová. Por exemplo, os profetas alertaram-nos contra práticas que Deus diz que se conflitam com seus padrões justos e podem arruinar a nossa vida, tais como “conduta desenfreada” e “espírito de fornicação”. (Oseias 4:12; 6:9) Deus odeia os que traem o cônjuge ou, por extensão, os outros membros da família. (Malaquias 2:15, 16) Jeová inspirou os profetas a enfatizar que ele não se agrada da violência, seja de que forma for. (Amós 3:10) Também fez com que destacassem a necessidade de evitar a injustiça, ou a desonestidade nos negócios e tratos financeiros. (Amós 5:24; Malaquias 3:5) E os 12 livros frisaram como é importante que os homens em autoridade não permitam que seus julgamentos sejam influenciados por parcialidade ou interesses egoístas. — Miqueias 7:3, 4.
15. Cite alguns benefícios excelentes que você recebe por acatar as exortações dos 12 profetas.
15 Os profetas, porém, não dirigiram a nossa atenção apenas às coisas que devemos evitar. Eles destacaram os benefícios de viver à altura dos padrões de Deus. Podemos estreitar nossa relação com Jeová. (Miqueias 4:5) A nossa congregação será mais estável e mais ativa se prevalecer a justiça. O nosso casamento será mais forte, a família mais unida, mais voltada para coisas espirituais. (Oseias 2:19; 11:4) Sendo justos e honestos, granjearemos o respeito de outros. Por imitarmos a misericórdia de Jeová, seremos compassivos e benevolentes, e nossos irmãos corresponderão com as mesmas qualidades. (Miqueias 7:18, 19) Realmente, estaremos rodeados de pessoas de mentalidade espiritual, irmãos que amam a verdade e a paz e, acima de tudo, teremos a amizade de Jeová. (Zacarias 8:16, 19) Você não reconhece que já usufrui essas bênçãos?
16. Que diferença é evidente hoje, e o que isso significará no dia de prestação de contas de Jeová?
16 Com base no que acabamos de considerar, fica bem evidente que “a diferença entre o justo e o iníquo” — entre os cristãos verdadeiros e os falsos — é mais óbvia do que nunca. (Malaquias 3:18) Nós nos esforçamos em nos ajustar cada vez mais aos padrões de Jeová, ao passo que o mundo em geral afunda cada vez mais num lamaçal de impiedade. E você sabe que essa diferença terá sérias implicações quando chegar “o grande dia de Jeová”. — Sofonias 1:14; Mateus 25:46.
17. Nos dias à frente, como você poderá usar as informações contidas neste livro?
17 Portanto, é óbvio que os conselhos dos 12 profetas são sempre válidos. Ao enfrentar determinados desafios ou decisões, talvez queira recapitular as informações práticas contidas neste livro. Assim você demonstrará que deseja ser continuamente instruído nos caminhos de Jeová e ‘andar nas suas veredas’. (Miqueias 4:2) Andar desse modo, porém, envolve mais do que o momento presente. Seu desejo sincero é ter seu nome inscrito para sempre no livro de recordação de Jeová, não é mesmo? Os livros dos 12 profetas podem ajudá-lo nesse sentido.
A FÉ CONDUZ À SALVAÇÃO
18. Que requisito vital menciona Joel 2:32, e o que o apóstolo Paulo acrescentou a esse requisito?
18 Joel enfatizou um dos fatores principais que podem levar você a receber o favor eterno de Deus, ao declarar: “Todo aquele que invocar o nome de Jeová salvar-se-á.” (Joel 2:32) Dois apóstolos, Pedro e Paulo, citaram esse requisito vital. (Atos 2:21; Romanos 10:13) Paulo acrescentou outro aspecto a essa declaração, ao perguntar: “Como invocarão aquele em quem não depositaram fé?” (Romanos 10:14) Você com certeza deseja invocar o nome de Jeová e exercer fé nele agora e para sempre.
Joel
19. O que está envolvido em invocar o nome de Deus?
19 Invocar o nome de Jeová envolve mais do que apenas conhecer e usar o nome divino. (Isaías 1:15) O contexto de Joel 2:32 enfatiza a necessidade de arrependimento genuíno e confiança no perdão de Jeová. (Joel 2:12, 13) Invocar o nome de Deus envolve realmente conhecê-lo, confiar nele, obedecê-lo e dar-lhe o primeiro lugar na nossa vida. De fato, servir a Jeová passa a ser a nossa prioridade máxima. Isso, por sua vez, contribui muito para uma vida longa e satisfatória, que é uma bênção de Deus. — Mateus 6:33.
20. À medida que você exerce fé, que recompensa maravilhosa se torna possível?
20 Jeová disse por meio de Habacuque: “Quanto ao justo, continuará a viver pela sua fidelidade.” (Habacuque 2:4) Grave isso profundamente na mente e no coração. É uma das verdades básicas da Bíblia. Paulo referiu-se três vezes a esse texto nos seus escritos inspirados.b (Romanos 1:16, 17; Gálatas 3:11, 14; Hebreus 10:38) Essa verdade requer que você exerça fé no sacrifício de Jesus Cristo pelos nossos pecados. Jesus explicou: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, a fim de que todo aquele que nele exercer fé . . . tenha vida eterna.” Lemos também: “Quem exerce fé no Filho tem vida eterna.” (João 3:16, 36) Esse sacrifício proporciona a cura que somente o nosso Redentor pode oferecer. Depois de registrar a declaração de Jeová sobre o que o Seu grande dia causará ao perverso mundo de Satanás, Malaquias continuou: “Para vós os que temeis o meu nome há de brilhar o sol da justiça, com cura nas suas asas.” Realmente, Jesus brilharia realizando curas. Isso inclui a cura espiritual que já temos hoje. Mas como é emocionante pensar que isso abrangerá a plena cura física no novo mundo! — Malaquias 4:2.
21. Por que você pode ter fé na capacidade de Jeová de realizar a Sua vontade?
21 É muito importante também ter fé na capacidade de Deus de realizar a Sua vontade. Nos dias de Miqueias, era difícil confiar nas pessoas. O profeta observou: “Não tenhais fé no companheiro. Não tenhais confiança no amigo íntimo.” Mas Miqueias não tinha motivo para não confiar em Jeová; tampouco você deve ter. Miqueias declarou: “Quanto a mim, ficarei à espreita de Jeová.” (Miqueias 7:5, 7) Diferentemente dos imprevisíveis humanos, Jeová tem o desejo e o poder de cumprir seu propósito para a vindicação de sua soberania e o bem-estar eterno das pessoas de fé.
22. Que resultados podem esperar os que invocam o nome de Jeová com fé?
22 Você pode repetir com confiança as palavras de Habacuque: “Vou rejubilar com o próprio Jeová; vou jubilar com o Deus da minha salvação.” (Habacuque 3:18) O profeta Joel deixa claro um dos motivos de alegria para quem invoca o nome de Jeová com fé: “Salvar-se-á”, ou, como disse Paulo, “será salvo”. (Joel 2:32; Romanos 10:13) Salvo em que sentido? Por exercer fé você já foi salvo das artimanhas de Satanás e das muitas experiências dolorosas das quais os maus não têm como escapar. (1 Pedro 1:18) Mais do que isso, porém, você pode ter a expectativa certa de salvação no fim catastrófico deste sistema mundial perverso. Isso lhe abrirá o caminho para inúmeras bênçãos preditas pelos 12 profetas.
VISLUMBRES DO PARAÍSO
23, 24. (a) Quais são alguns dos vislumbres do Paraíso apresentados pelos 12 profetas? (b) Como a sua perspectiva de futuro foi influenciada pelos escritos dos 12 profetas?
23 Bênçãos eternas estão em reserva para os que ‘temem a Jeová’. (Malaquias 3:16) Alguns dos 12 profetas forneceram vívidos vislumbres do iminente Paraíso terrestre, descrições que podem enchê-lo de alegria e expectativa. Por exemplo, Miqueias escreveu: “Realmente sentar-se-ão, cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os faça tremer.” (Miqueias 4:4) Realmente, sob o governo do Reino de Deus você se sentirá seguro e colherá os frutos de seu trabalho.
24 Esperar o fim das doenças, das aflições e até mesmo da morte não é um simples desejo ilusório. Pense na alegria que terão os que serão trazidos de volta à vida com a perspectiva de alcançar a perfeição humana. Eles verão como as seguintes palavras de Oseias 13:14 se cumprirão em grande escala na Terra: “Da mão do Seol os remirei; da morte os recuperarei. Onde estão os teus aguilhões, ó Morte? Onde está a tua qualidade destrutiva, ó Seol?” Paulo aplicou esse versículo à ressurreição celestial. — 1 Coríntios 15:55-57.
25. Como você se sentirá no novo mundo?
25 Não deve ser difícil demais crer numa ressurreição terrestre. (Zacarias 8:6) Quando Amós e Miqueias predisseram que o povo de Deus voltaria do exílio, isso podia parecer difícil de acreditar. Mas você sabe que isso aconteceu. (Amós 9:14, 15; Miqueias 2:12; 4:1-7) Note a reação dos que retornaram: “Tornamo-nos como os que estão sonhando. Naquele tempo, nossa boca veio a encher-se de riso e nossa língua de clamor jubilante. . . . Jeová tem feito uma grande coisa naquilo que fez conosco. Ficamos alegres.” (Salmo 126:1-3) É assim que você se sentirá no novo mundo, ao receber “uma bênção até que não haja mais necessidade”.
Os servos de Jeová estão rodeados dos que amam a verdade e a justiça
26. O que podem esperar os que vivem tendo em mente o dia de Jeová?
26 Depois que “o dia de Jeová” acabar com a perversidade na Terra, o “reinado terá de tornar-se de Jeová” num sentido mais pleno. (Obadias 15, 21) Não será isso uma bênção maravilhosa para todos os seus súditos terrestres? Você poderá estar entre aqueles a quem se aplicarão as palavras no capítulo 3 de Malaquias: “‘Eles hão de tornar-se meus’, disse Jeová dos exércitos, . . . ‘E vou ter compaixão deles assim como o homem tem compaixão do seu filho que o serve’.” (Malaquias 3:17) Sem dúvida, a sua fidelidade, que agora possibilita sua salvação, naquele tempo significará para você “uma bênção até que não haja mais necessidade”. Que perspectiva maravilhosa!
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