Capítulo Quinze
A mulher estéril se alegraria
1. Por que Sara ansiava ter filhos, e qual era sua situação nesse respeito?
SARA desejava ter filhos. Infelizmente, porém, ela era estéril, e isso lhe causava muita tristeza. Nos seus dias, a esterilidade era encarada como algo vergonhoso, mas o sofrimento de Sara ia além disso. Ela anelava ver o cumprimento da promessa de Deus feita ao seu marido. Abraão geraria um descendente que seria uma bênção para todas as famílias da Terra. (Gênesis 12:1-3) No entanto, décadas depois de Deus ter feito essa promessa, eles ainda não tinham filhos. Sara envelheceu e continuou estéril. É possível que às vezes ela se tivesse perguntado se suas esperanças não eram em vão. Certo dia, porém, seu desespero se transformou em alegria!
2. Por que nos deve interessar a profecia registrada no capítulo 54 de Isaías?
2 A aflição de Sara nos ajuda a entender a profecia registrada no capítulo 54 de Isaías. Fala-se ali a Jerusalém como se fosse uma mulher estéril que viria a conhecer a grande alegria de ter muitos filhos. Por representar seu antigo povo coletivamente como sua esposa, Jeová mostra seus ternos sentimentos para com eles. Além disso, esse capítulo de Isaías nos ajuda a desvendar um aspecto crucial do que a Bíblia chama de “segredo sagrado”. (Romanos 16:25, 26) A identidade da “mulher” e sua experiência predita nessa profecia lançam importante luz sobre a adoração pura hoje.
Identificada a “mulher”
3. Por que a “mulher” estéril teria motivos para se alegrar?
3 O capítulo 54 começa num tom feliz: “‘Grita de júbilo, ó mulher estéril que não deste à luz! Fica animada com clamor jubilante e grita estridentemente, tu que não tiveste dores de parto, porque os filhos da desolada são mais numerosos do que os filhos da mulher que tem um dono marital’, disse Jeová.” (Isaías 54:1) Com quanta emoção Isaías deve ter proferido essas palavras! E quanto consolo seu cumprimento traria aos judeus exilados em Babilônia! Naquele tempo, Jerusalém ainda estaria desolada. Do ponto de vista humano, pareceria não haver esperança de que fosse repovoada, assim como uma mulher estéril normalmente não teria esperança de ter filhos na idade avançada. Mas essa “mulher” tinha uma grande bênção no futuro — tornar-se-ia fértil. Jerusalém ficaria fora de si de alegria. Voltaria a fervilhar de “filhos”, ou moradores.
4. (a) Como o apóstolo Paulo nos ajuda a ver que o capítulo 54 de Isaías tem de ter um cumprimento maior que o de 537 AEC? (b) O que é a “Jerusalém de cima”?
4 Isaías talvez não soubesse, mas essa profecia teria mais de um cumprimento. O apóstolo Paulo cita do capítulo 54 de Isaías e explica que a “mulher” significa algo muito mais importante do que a cidade terrestre de Jerusalém. Ele escreve: “A Jerusalém de cima é livre, e ela é a nossa mãe.” (Gálatas 4:26) O que é essa “Jerusalém de cima”? Obviamente não é a cidade de Jerusalém na Terra Prometida. Essa cidade é terrestre, não “de cima”, no domínio celestial. “Jerusalém de cima” é a “mulher” celestial de Deus, sua organização de poderosas criaturas espirituais.
5. No drama simbólico esboçado em Gálatas 4:22-31, quem é prefigurado por (a) Abraão? (b) Sara? (c) Isaque? (d) Agar? (e) Ismael?
5 Mas como pode Jeová ter duas mulheres simbólicas — uma celestial e outra terrestre? Existe uma incoerência aqui? De modo algum. O apóstolo Paulo mostra que a resposta está no quadro profético provido pela família de Abraão. (Gálatas 4:22-31; veja “A família de Abraão — um quadro profético”, na página 218.) Sara, ‘a mulher livre’ e esposa de Abraão, representa a organização-esposa de Jeová, composta de criaturas espirituais. Agar, escrava e esposa secundária, ou concubina, de Abraão, representa a Jerusalém terrestre.
6. Em que sentido a organização celestial de Deus teve um longo período de esterilidade?
6 Com esse cenário, começamos a ver o profundo significado de Isaías 54:1. Depois de décadas de esterilidade, Sara deu à luz Isaque aos 90 anos de idade. Similarmente, a organização celestial de Jeová teve um longo período de esterilidade. Lá no Éden, Jeová prometera que sua “mulher” produziria o “descendente”. (Gênesis 3:15) Mais de 2 mil anos depois, Jeová fez seu pacto com Abraão a respeito do Descendente da promessa. Mas a “mulher” celestial de Deus teria de esperar muitos, muitos séculos antes de produzir esse Descendente. Ainda assim, chegou o tempo em que os filhos dessa outrora “mulher estéril” eram mais numerosos do que os do Israel carnal. A ilustração da mulher estéril nos ajuda a entender por que os anjos estavam tão ansiosos de testemunhar a chegada do predito Descendente. (1 Pedro 1:12) Quando foi que isso finalmente aconteceu?
7. Quando foi que a “Jerusalém de cima” teve motivo para jubilar, como predito em Isaías 54:1, e por que responde assim?
7 O nascimento de Jesus como humano foi certamente uma ocasião de alegria entre os anjos. (Lucas 2:9-14) Mas esse não foi o evento predito em Isaías 54:1. Foi só ao ser gerado pelo espírito santo, em 29 EC, que Jesus se tornou filho espiritual da “Jerusalém de cima”, reconhecido publicamente pelo próprio Deus como seu “Filho, o amado”. (Marcos 1:10, 11; Hebreus 1:5; 5:4, 5) Foi então que a celestial “mulher” de Deus teve motivo para jubilar, em cumprimento de Isaías 54:1. Finalmente tinha produzido o prometido Descendente, o Messias! Seus séculos de esterilidade haviam acabado. Mas sua alegria não parava por aí.
Numerosos filhos para a mulher estéril
8. Por que a “mulher” celestial de Deus teve motivo para se alegrar depois de produzir o prometido Descendente?
8 Depois da morte e ressurreição de Jesus, a “mulher” celestial de Deus se alegrou em acolher de volta esse Filho favorecido como “primogênito dentre os mortos”. (Colossenses 1:18) Daí ela passou a produzir mais filhos espirituais. No Pentecostes de 33 EC, cerca de 120 seguidores de Jesus foram ungidos com espírito santo, sendo assim adotados como co-herdeiros de Cristo. Mais tarde naquele dia, foram acrescentados mais 3 mil. (João 1:12; Atos 1:13-15; 2:1-4, 41; Romanos 8:14-16) Esse grupo de filhos continuou a crescer. Durante os primeiros séculos da apostasia da cristandade, o aumento foi bem lento. Mas isso havia de mudar no século 20.
9, 10. O que a instrução de ‘tornar mais espaçoso o lugar da tenda’ significava para uma mulher que morava em tendas nos tempos antigos, e por que isso seria um tempo de alegria para tal mulher?
9 Isaías continua a profetizar sobre um período de crescimento notável: “Faze mais espaçoso o lugar da tua tenda. E estendam-se os panos de tenda do teu grandioso tabernáculo. Não te refreies. Alonga os teus cordões de tenda e faze fortes as tuas estacas de tenda. Pois irromperás pela direita e pela esquerda, e tua própria descendência tomará posse até mesmo de nações, e eles habitarão até mesmo nas cidades desoladas. Não tenhas medo, pois não serás envergonhada; e não te sintas humilhada, pois não ficarás desapontada. Porque te esquecerás até mesmo da vergonha do teu tempo de juventude e não te lembrarás mais do vitupério da tua contínua viuvez.” — Isaías 54:2-4.
10 Fala-se aqui a Jerusalém como uma esposa e mãe morando em tendas, como Sara. Quando é abençoada com uma família crescente, é tempo de tal mãe providenciar a expansão de seu lar. Ela precisa estender lonas e cordões mais compridos e fixar as estacas da tenda nas suas novas posições. Isso é um serviço alegre para ela e, num período tão atarefado, talvez se esqueça facilmente dos anos em que se perguntava ansiosamente se algum dia teria filhos para dar continuidade à linhagem da família.
11. (a) Como a “mulher” celestial de Deus foi abençoada em 1914? (Veja nota ao pé da página.) (b) De 1919 em diante, que bênçãos têm experimentado os ungidos na Terra?
11 A Jerusalém terrestre foi abençoada com tal período de renovação após o exílio babilônico. A “Jerusalém de cima” tem sido ainda mais abençoada.a Especialmente desde 1919, os de sua “descendência” ungida têm florescido em sua recém-restaurada condição espiritual. (Isaías 61:4; 66:8) Eles ‘tomaram posse de nações’ no sentido de que se espalharam em muitos países à procura dos dispostos a se juntar à sua família espiritual. Com isso, ocorreu um aumento explosivo no ajuntamento dos filhos ungidos. Seu número final de 144 mil parecia estar completo em meados dos anos 30. (Revelação [Apocalipse] 14:3) Naquela época, o objetivo primário da pregação deixou de ser o ajuntamento dos ungidos. Ainda assim, a expansão não se restringiu aos ungidos.
12. Além dos ungidos, quem tem sido ajuntado à congregação cristã desde a década de 1930?
12 O próprio Jesus predisse que, além de seu “pequeno rebanho” de irmãos ungidos, ele teria “outras ovelhas” que teriam de ser trazidas ao aprisco de cristãos verdadeiros. (Lucas 12:32; João 10:16) Embora não estejam entre os filhos ungidos da “Jerusalém de cima”, esses fiéis companheiros dos ungidos cumprem um papel importante e há muito profetizado. (Zacarias 8:23) Desde os anos 30 até hoje, uma “grande multidão” deles tem sido ajuntada, resultando numa expansão sem precedentes da congregação cristã. (Revelação 7:9, 10) Hoje essa grande multidão chega a milhões. Toda essa expansão tem criado uma necessidade urgente de mais Salões do Reino, Salões de Assembleias e prédios de filiais e congêneres. As palavras de Isaías parecem ainda mais oportunas. Que privilégio é fazer parte dessa predita expansão!
Uma mãe que zela por sua descendência
13, 14. (a) Que aparente dificuldade se vê em conexão com algumas expressões dirigidas à “mulher” celestial de Deus? (b) O que podemos discernir do uso ilustrativo que Deus faz das relações familiares?
13 Vimos que, no cumprimento maior, a “mulher” da profecia representa a organização celestial de Jeová. Mas, ao lermos Isaías 54:4, talvez nos perguntemos em que sentido essa organização de criaturas espirituais alguma vez sofreu vergonha ou vitupério. Os versículos seguintes dizem que a “mulher” de Deus seria rejeitada, afligida e submetida a ataques. Chegaria até mesmo a provocar a indignação de Deus. Como podem tais coisas se aplicar a uma organização de criaturas espirituais perfeitas que jamais pecaram? A resposta está no conceito de família.
14 Jeová usa relações familiares — marido e esposa, mãe e filhos — para transmitir verdades espirituais profundas porque tais símbolos são significativos para os humanos. Seja qual for o alcance ou a qualidade de nossa própria experiência familiar, provavelmente temos uma ideia do que deve ser um bom casamento, ou uma boa relação entre pais e filhos. Assim, quão vividamente Jeová nos ensina que ele tem uma calorosa, estreita e confiante relação com suas vastas multidões de servos espirituais! E de que maneira expressiva ele nos ensina que sua organização celestial zela pela sua descendência terrestre ungida pelo espírito! Quando os servos humanos sofrem, os fiéis servos celestiais, a “Jerusalém de cima”, também sofrem. Similarmente, Jesus disse: “Ao ponto que o fizestes a um dos mínimos destes meus irmãos [ungidos pelo espírito], a mim o fizestes.” — Mateus 25:40.
15, 16. Qual seria o cumprimento inicial de Isaías 54:5, 6, e qual seria o cumprimento maior?
15 Portanto, não é de admirar que muito do que se diz à “mulher” celestial de Jeová reflita as experiências dos filhos dela na Terra. Considere estas palavras: “‘O Grandioso que te fez é teu dono marital, cujo nome é Jeová dos exércitos; e o Santo de Israel é teu Resgatador. Será chamado de Deus de toda a terra. Porque Jeová te chamou como se fosses uma esposa completamente abandonada e de espírito magoado, e como esposa do tempo da mocidade, que então foi rejeitada’, disse o teu Deus.” — Isaías 54:5, 6.
16 Quem é a esposa a quem se dirigem essas palavras? No cumprimento inicial seria Jerusalém, que representava os do povo de Deus. Durante seu exílio de 70 anos em Babilônia, eles se sentiriam como se Jeová os tivesse rejeitado e abandonado completamente. No cumprimento maior, tais palavras se referem à “Jerusalém de cima” e sua experiência de por fim produzir o “descendente”, cumprindo Gênesis 3:15.
Disciplina passageira, bênçãos eternas
17. (a) Como a Jerusalém terrestre experimentaria uma “onda” de indignação divina? (b) Que “onda” sentiram os filhos da “Jerusalém de cima”?
17 A profecia continua: “‘Por um pequeno instante te abandonei completamente, mas com grandes misericórdias te reunirei. Numa onda de indignação escondi de ti a minha face apenas por um instante, mas vou ter misericórdia de ti com benevolência por tempo indefinido’, disse teu Resgatador, Jeová.” (Isaías 54:7, 8) A Jerusalém terrestre foi inundada por uma “onda” de indignação de Deus no ataque das forças babilônicas, em 607 AEC. Seus 70 anos no exílio poderiam parecer muito tempo. Mesmo assim, tais provações durariam ‘apenas um instante’ se comparadas às bênçãos eternas em reserva para os que aceitassem a disciplina. Similarmente, os filhos ungidos da “Jerusalém de cima” se sentiram como que sobrepujados por uma “onda” de ira divina, quando Jeová permitiu que fossem atacados por elementos políticos instigados por Babilônia, a Grande. Mas quão breve essa medida disciplinar pareceu mais tarde, em contraste com a era de bênçãos espirituais que se seguiram desde 1919!
18. Que importante princípio se pode discernir a respeito da ira de Jeová contra seu povo, e como isso talvez nos afete pessoalmente?
18 Esses versículos expressam ainda outra grande verdade — a ira de Deus é fugaz, mas sua misericórdia é eterna. A sua ira se acende contra a transgressão, mas é sempre controlada, sempre objetiva. E, se aceitarmos a disciplina de Jeová, a sua ira dura ‘apenas um instante’, daí desvanece. É substituída por suas “grandes misericórdias” — seu perdão e sua benevolência. Essas duram “por tempo indefinido”. Portanto, se cometermos um pecado, jamais deveremos hesitar em nos arrepender e fazer as pazes com Deus. Se o pecado for sério, devemos contatar imediatamente os anciãos congregacionais. (Tiago 5:14) Talvez seja necessário uma disciplina, é verdade, à qual pode ser difícil se submeter. (Hebreus 12:11) Mas será breve em comparação com as bênçãos eternas resultantes de receber o perdão de Jeová Deus.
19, 20. (a) O que é o pacto do arco-íris, e por que seria relevante para os exilados em Babilônia? (b) Que garantia oferece o “pacto de paz” aos atuais cristãos ungidos?
19 A seguir, Jeová dá a seu povo uma garantia consoladora: “‘Isto é para mim como os dias de Noé. Assim como jurei que as águas de Noé não mais passariam sobre a terra, assim jurei que não vou ficar indignado contigo nem vou censurar-te. Pois os próprios montes podem ser removidos e os próprios morros podem ser abalados, mas a minha benevolência é que não será removida de ti, nem tampouco será abalado o meu pacto de paz’, disse Jeová, Aquele que tem misericórdia de ti.” (Isaías 54:9, 10) Depois do Dilúvio, Deus fez um pacto — às vezes chamado de pacto do arco-íris — com Noé e todas as outras criaturas vivas. Jeová prometeu que nunca mais causaria destruição na Terra por meio de um dilúvio global. (Gênesis 9:8-17) O que isso significava para Isaías e seu povo?
20 Era consolador saber que a necessária punição — os 70 anos de exílio em Babilônia — seria aplicada uma só vez. Quando tivesse passado, nunca mais ocorreria. Depois disso, vigoraria o “pacto de paz” de Deus. A palavra hebraica para “paz” não denota só ausência de guerra, mas também todo tipo de bem-estar. Da parte de Deus, esse pacto seria permanente. Mais fácil seria desaparecerem os montes e os morros do que acabar Sua benevolência para com seu povo fiel. Infelizmente, a nação terrestre de Deus deixou de cumprir sua parte no pacto e abalou sua própria paz por rejeitar o Messias. Mas os filhos da “Jerusalém de cima” se saíram muito melhor. Terminado seu difícil período de disciplina, receberam garantia da proteção divina.
A segurança espiritual do povo de Deus
21, 22. (a) Por que se diz que a “Jerusalém de cima” seria atribulada e sacudida pela tormenta? (b) O que a abençoada condição da “mulher” celestial de Deus significaria para sua “descendência” na Terra?
21 Jeová passa a predizer segurança para seu povo fiel: “Ó mulher atribulada, sacudida pela tormenta, não consolada, eis que assento as tuas pedras com argamassa dura e vou lançar teu alicerce com safiras. E eu vou fazer as tuas ameias de rubis e teus portões de pedras fulgurosas, e todos os teus termos de pedras agradáveis. E todos os teus filhos serão pessoas ensinadas por Jeová e a paz de teus filhos será abundante. Mostrar-te-ás firmemente estabelecida na própria justiça. Estarás longe da opressão — pois não temerás a ninguém — e daquilo que aterroriza, porque não se chegará a ti. Se é que alguém fizer um ataque, não será às minhas ordens. Quem fizer um ataque contra ti cairá mesmo por tua causa.” — Isaías 54:11-15.
22 Naturalmente, a “mulher” de Jeová no domínio espiritual nunca foi diretamente atribulada ou “sacudida pela tormenta”. Mas ela sofreu quando os de sua “descendência” ungida na Terra sofreram, especialmente quando estavam no cativeiro espiritual, no período de 1918-1919. Inversamente, o enaltecimento da “mulher” celestial reflete uma condição similar prevalecente entre sua descendência. Considere, então, a resplandecente descrição da “Jerusalém de cima”. As pedras preciosas nos portões, a custosa “argamassa dura”, os alicerces e até mesmo os limites sugerem, como diz certa obra de referência, “beleza, suntuosidade, pureza, força e solidez”. O que levaria os cristãos ungidos a tal condição segura e abençoada?
23. (a) Serem ‘ensinados por Jeová’ tem tido que efeito sobre os cristãos ungidos nos últimos dias? (b) Em que sentido o povo de Deus tem sido abençoado com “termos de pedras agradáveis”?
23 O versículo 13 do capítulo 54 de Isaías fornece a chave da resposta — todos seriam ‘ensinados por Jeová’. O próprio Jesus aplicou as palavras desse versículo a seus seguidores ungidos. (João 6:45) O profeta Daniel predisse que, neste “tempo do fim”, os ungidos seriam abençoados com muito conhecimento verdadeiro e perspicácia espiritual. (Daniel 12:3, 4) Tal perspicácia os tem capacitado a impulsionar a maior campanha educacional da História, divulgando o ensino divino em toda a Terra. (Mateus 24:14) Ao mesmo tempo, tal perspicácia os tem ajudado a ver a diferença entre a religião verdadeira e a falsa. Isaías 54:12 menciona “termos de pedras agradáveis”. Desde 1919, Jeová tem dado aos ungidos uma compreensão cada vez mais clara dos termos — as linhas de demarcação espiritual — colocando-os à parte da religião falsa e dos elementos ímpios do mundo. (Ezequiel 44:23; João 17:14; Tiago 1:27) Assim, são separados como povo do próprio Deus. — 1 Pedro 2:9.
24. Como podemos nos certificar de que estamos sendo ensinados por Jeová?
24 Portanto, cada um de nós fará bem em se perguntar: ‘Estou sendo ensinado por Jeová?’ Não somos ensinados automaticamente. Temos de nos esforçar. Pela leitura regular da Palavra de Deus, com meditação, pela assimilação de instruções através da leitura das publicações bíblicas do “escravo fiel e discreto” e pela preparação e frequência às reuniões cristãs, estaremos sem dúvida sendo ensinados por Jeová. (Mateus 24:45-47) Se nos esforçarmos em aplicar o que aprendemos e permanecermos espiritualmente despertos e vigilantes, o ensino divino nos distinguirá das pessoas deste mundo ímpio. (1 Pedro 5:8, 9) Melhor ainda, nos ajudará a nos ‘achegar a Deus’. — Tiago 1:22-25; 4:8.
25. Que significa para o povo de Deus nos tempos modernos a promessa divina de paz?
25 A profecia de Isaías mostra também que os ungidos são abençoados com paz abundante. Significa isso que nunca são atacados? Não, mas Deus garante que não ordenará tais ataques e nem permitirá que sejam bem-sucedidos. Lemos: “‘Eis que eu mesmo criei o artífice, aquele que sopra o fogo de carvão de lenha e produz uma arma como sua feitura. Eu mesmo, também, criei o homem ruinoso para trabalho de demolição. Nenhuma arma que se forjar contra ti será bem-sucedida, e condenarás toda e qualquer língua que se levantar contra ti em julgamento. Esta é a propriedade hereditária dos servos de Jeová, e sua justiça procede de mim’, é a pronunciação de Jeová.” — Isaías 54:16, 17.
26. Por que é reanimador saber que Jeová é o Criador de toda a humanidade?
26 Pela segunda vez nesse capítulo de Isaías Jeová lembra seus servos de que ele é o Criador. Anteriormente, ele diz à sua esposa simbólica que ele é o ‘Grandioso que a fez’. Agora, ele diz que é o Criador de toda a humanidade. O versículo 16 retrata um ferreiro avivando as brasas da forja ao criar suas armas de destruição e um guerreiro, um “homem ruinoso para trabalho de demolição”. Homens assim talvez representem um quadro assustador para outros humanos, mas como poderiam esperar prevalecer contra seu próprio Criador? Também hoje, mesmo se as mais poderosas forças deste mundo atacarem o povo de Jeová, não terão chance de sucesso final. Por que não?
27, 28. De que podemos ter certeza nestes tempos turbulentos, e por que sabemos que os ataques de Satanás contra nós fracassarão?
27 O tempo para ruinosos ataques contra o povo de Deus e sua adoração com espírito e verdade passou. (João 4:23, 24) Jeová permitiu que Babilônia, a Grande, fizesse um ataque temporariamente bem-sucedido. Por um instante, a “Jerusalém de cima” viu sua descendência ser praticamente silenciada quando a obra de pregação na Terra quase parou. Isso jamais se repetirá! Agora ela exulta por causa de seus filhos, pois eles são, em sentido espiritual, invencíveis. (João 16:33; 1 João 5:4) Ah!, sim, tem havido armas de ataque contra eles, e haverá mais. (Revelação 12:17) Mas essas armas não foram e não serão bem-sucedidas. Satanás não tem arma capaz de sufocar a fé e o zelo fervoroso dos ungidos e seus companheiros. Essa paz espiritual é a “propriedade hereditária dos servos de Jeová”, de modo que ninguém pode tomá-la deles à força. — Salmo 118:6; Romanos 8:38, 39.
28 Sim, nada que o mundo de Satanás possa fazer jamais acabará com a obra e a perseverante adoração pura dos servos dedicados de Deus. A descendência ungida da “Jerusalém de cima” tem derivado grande consolo dessa garantia. E também os da grande multidão. Quanto mais aprendermos a respeito da organização celestial de Jeová e de seus tratos com seus adoradores na Terra, mais forte será a nossa fé. Enquanto a nossa fé for forte, as armas de Satanás serão fúteis na luta contra nós!
[Nota(s) de rodapé]
a Segundo Revelação 12:1-17, a “mulher” de Deus foi muito abençoada por ter dado à luz uma “descendência” da mais alta importância — não um filho espiritual individual, mas o Reino messiânico no céu. Esse nascimento ocorreu em 1914. (Veja Revelação — Seu Grandioso Clímax Está Próximo!, páginas 177-186.) A profecia de Isaías se centraliza na alegria que ela sente em resultado da bênção de Deus sobre seus filhos ungidos na Terra.
[Quadro nas páginas 218, 219]
A família de Abraão — um quadro profético
O apóstolo Paulo explicou que a família de Abraão serve como drama simbólico, um quadro profético da relação de Jeová com sua organização celestial e com a nação terrestre de Israel sob o pacto da Lei mosaica. — Gálatas 4:22-31.
Abraão, como cabeça da família, representa Jeová Deus. A disposição de Abraão de oferecer seu querido filho Isaque como sacrifício prefigura a disposição de Jeová de oferecer seu próprio Filho amado como sacrifício pelos pecados da humanidade. — Gênesis 22:1-13; João 3:16.
Sara prefigura a “esposa” celestial de Deus, sua organização de seres espirituais. Essa organização celestial é apropriadamente descrita como esposa de Jeová, pois está intimamente associada com Jeová, está sujeita à chefia dele e coopera plenamente no cumprimento de Seus propósitos. Ela é também chamada de “Jerusalém de cima”. (Gálatas 4:26) A mesma “mulher” é mencionada em Gênesis 3:15, e é retratada em visão em Revelação 12:1-6, 13-17.
Isaque tipifica o Descendente espiritual da mulher de Deus. Primariamente, ele é Jesus Cristo. Mas o descendente veio a incluir também os irmãos ungidos de Cristo, que são adotados como filhos espirituais e se tornam co-herdeiros de Cristo. — Romanos 8:15-17; Gálatas 3:16, 29.
Agar, esposa secundária, ou concubina, de Abraão era escrava. Prefigura muito bem a Jerusalém terrestre, onde imperava a Lei mosaica, que expunha todos os seus aderentes como escravos do pecado e da morte. Paulo disse que “Agar significa Sinai, um monte na Arábia”, porque o pacto da Lei fora estabelecido ali. — Gálatas 3:10, 13; 4:25.
Ismael, filho de Agar, prefigura os judeus do primeiro século, os filhos de Jerusalém ainda escravizados à Lei mosaica. Assim como Ismael perseguiu Isaque, aqueles judeus perseguiram os cristãos, que eram filhos ungidos da figurativa Sara, a “Jerusalém de cima”. E assim como Abraão mandou Agar e Ismael embora, Jeová por fim rejeitou Jerusalém e seus filhos rebeldes. — Mateus 23:37, 38.
[Foto na página 220]
Depois de seu batismo, Jesus foi ungido com espírito santo, e Isaías 54:1 começou a ter o seu cumprimento mais importante
[Foto na página 225]
Jeová escondeu sua face de Jerusalém “apenas por um instante”
[Fotos na página 231]
Poderiam o guerreiro e o ferreiro prevalecer contra seu Criador?