Capítulo Dezoito
Lições a respeito de infidelidade
1. Como possivelmente seria estar dentro de uma cidade antiga sitiada?
IMAGINE como seria você estar dentro de uma cidade antiga sitiada. Fora das muralhas, lá está o inimigo — forte e cruel. Sabe-se que outras cidades já sucumbiram ao seu ataque. Agora ele está decidido a conquistar e a saquear a cidade em que você está, a violentar e matar seus moradores. O exército inimigo é forte demais para ser combatido diretamente; a única esperança é que as muralhas da cidade o detenham. Olhando por cima das muralhas, você vê as torres de cerco trazidas pelo inimigo. Além disso, ele tem engenhos de cerco capazes de lançar grandes pedras para destroçar as fortificações da cidade. Você vê seus aríetes e escadas de assalto, seus arqueiros e carros de guerra, sua legião de soldados. Que vista aterrorizante!
2. Quando se daria o cerco descrito em Isaías, capítulo 22?
2 Em Isaías, capítulo 22, lemos a respeito de um cerco assim — contra Jerusalém. Quando é que isso se daria? É difícil apontar um cerco específico, em que todos os aspectos mencionados se cumprissem. Evidentemente, é mais fácil entender essa profecia como descrição genérica dos vários cercos que seriam feitos contra Jerusalém, um alerta geral quanto ao que viria.
3. Como reagiriam os moradores de Jerusalém ao cerco descrito por Isaías?
3 Diante do cerco descrito por Isaías, o que fariam os moradores de Jerusalém? Como povo pactuado de Deus, clamariam a Jeová para que os salvasse? Não, a atitude deles seria muito insensata, semelhante à demonstrada hoje por muitos que afirmam adorar a Deus.
Uma cidade sitiada
4. (a) O que era o “vale da visão”, e por que tinha esse nome? (b) Qual era a condição espiritual dos moradores de Jerusalém?
4 No capítulo 21 de Isaías, todas as três mensagens de julgamento iniciam com a expressão “A pronúncia”. (Isaías 21:1, 11, 13) O Isaías capítulo 22 também começa assim. “A pronúncia do vale da visão: Que é que há contigo agora, que subiste na tua inteireza aos terraços?” (Isaías 22:1) O “vale da visão” refere-se a Jerusalém. Essa cidade era chamada de vale porque, mesmo sendo elevada, era cercada de montanhas mais altas. E ela é associada à “visão” porque muitas visões e revelações divinas foram apresentadas ali. Por isso, os moradores da cidade deviam acatar as palavras de Jeová. Em vez disso, eles O ignoravam e haviam se desviado para a adoração falsa. O cerco da cidade pelo inimigo seria um instrumento do julgamento de Deus contra seu povo desobediente. — Deuteronômio 28:45, 49, 50, 52.
5. Por que, provavelmente, as pessoas subiriam aos terraços?
5 Note que os moradores de Jerusalém ‘subiriam na sua inteireza aos terraços’ de suas casas. Nos tempos antigos, as coberturas das casas israelitas eram planas, e as famílias não raro se reuniam ali. Isaías não diz por que fariam isso naquela ocasião, mas suas palavras denotam desaprovação. Assim, é provável que fossem aos terraços para apelar a deuses falsos. Costumavam fazer isso nos anos anteriores à destruição de Jerusalém, em 607 AEC. — Jeremias 19:13; Sofonias 1:5.
6. (a) Que condições haveria dentro de Jerusalém? (b) Por que alguns exultariam, mas o que lhes aguardaria?
6 Isaías continua: “Estiveste cheia de alarido, uma cidade turbulenta, uma vila rejubilante. Os teus que foram mortos não são os que foram mortos à espada, nem os mortos em batalha.” (Isaías 22:2) Multidões afluiriam à cidade, que estaria agitada. As pessoas na rua fariam barulho e sentiriam medo. Mas haveria as que exultariam, talvez por se sentirem seguras ou por acharem que o perigo seria passageiro.a Exultar naquela época, porém, seria tolice. Muitos na cidade teriam uma morte muito mais cruel do que pelo fio da espada. Uma cidade sitiada fica sem fontes externas de alimentos. Os estoques internos acabam. Pessoas famintas e acomodações apinhadas causam epidemias. Assim, muitos em Jerusalém morreriam de fome e de doenças. Isso aconteceu, tanto em 607 AEC como em 70 EC. — 2 Reis 25:3; Lamentações 4:9, 10.b
7. O que os governantes de Jerusalém fariam durante o cerco, e o que realmente aconteceu com eles?
7 Nessa crise, que liderança ofereceriam os governantes de Jerusalém? Isaías responde: “Todos os próprios ditadores teus fugiram de uma só vez. Foram tomados prisioneiros sem necessidade de um arco. Todos os teus que se acharam foram tomados juntamente prisioneiros. Tinham fugido para longe.” (Isaías 22:3) Os governantes e os poderosos fugiriam, mas seriam apanhados! Sem entesar nem mesmo uma única corda de arco contra eles, seriam capturados e levados como prisioneiros. Isso aconteceu em 607 AEC. Depois que a muralha de Jerusalém foi rompida, o Rei Zedequias fugiu de noite junto com seus poderosos. O inimigo soube disso, foi atrás deles e pegou-os nas planícies de Jericó. Os poderosos se dispersaram. Zedequias foi capturado, cegado, preso com grilhões de cobre e arrastado para Babilônia. (2 Reis 25:2-7) Que trágica consequência de sua infidelidade!
Desalento diante da calamidade
8. (a) Como reagiu Isaías diante da profecia de calamidade sobre Jerusalém? (b) Que cenário haveria em Jerusalém?
8 Isaías ficou muito comovido com essa profecia. Diz ele: “Desviai de mim o vosso olhar. Vou mostrar amargura em choro. Não insistais em consolar-me pela assolação da filha do meu povo.” (Isaías 22:4) Isaías lastimou o predito destino de Moabe e de Babilônia. (Isaías 16:11; 21:3) Seu desalento e lamento eram ainda maiores então, quando pensava na tragédia que seu próprio povo sofreria. Ele estava inconsolável. Por quê? “Pois é o dia de confusão, e de calcadura, e de consternação, que o Soberano Senhor, Jeová dos exércitos, tem no vale da visão. Há o demolidor do muro e o grito ao monte.” (Isaías 22:5) Jerusalém ficaria cheia de confusão alucinada. Em pânico, as pessoas andariam de um lado para o outro, sem objetivos. Quando o inimigo começasse a irromper pelas muralhas da cidade, haveria um “grito ao monte”. Significa isso que os moradores da cidade bradariam a Deus em Seu templo santo no monte Moriá? Talvez. Em vista de sua infidelidade, porém, é provável que isso signifique apenas que seus gritos de terror ecoariam nas montanhas ao redor.
9. Descreva o exército que ameaçaria Jerusalém.
9 Que tipo de inimigo ameaçaria Jerusalém? Isaías diz: “O próprio Elão levantou a aljava no carro de guerra do homem terreno, com corcéis; e o próprio Quir expôs o escudo.” (Isaías 22:6) Os inimigos estariam bem armados. Teriam arqueiros com aljavas cheias de setas. Os guerreiros aprontariam seus escudos para a luta. Haveria carros de guerra e cavalos treinados para a batalha. O exército incluiria soldados de Elão, que ficava ao norte do atual golfo Pérsico, e de Quir, provavelmente perto de Elão. A menção desses países indica a grande distância da qual viriam os invasores. Indica também a possível presença de arqueiros elamitas no exército que ameaçaria Jerusalém nos dias de Ezequias.
Tentativas de defesa
10. Que acontecimento seria um mau sinal para a cidade?
10 Isaías descreve a situação que surgiria: “Acontecerá que as mais seletas das tuas baixadas terão de ficar cheias de carros de guerra, e os próprios corcéis, sem falta, terão de colocar-se em posição junto ao portão, e remover-se-á o reposteiro de Judá.” (Isaías 22:7, 8a) Carros de guerra e cavalos cobririam as planícies fora da cidade de Jerusalém e se posicionariam para atacar os portões da cidade. O que era “o reposteiro de Judá” que seria removido? Provavelmente, era um portão da cidade, cuja captura seria um mau sinal para os defensores.c A remoção desse anteparo defensivo deixaria a cidade aberta aos atacantes.
11, 12. Que medidas defensivas tomariam os moradores de Jerusalém?
11 A seguir, Isaías focaliza as tentativas de defesa do povo. A primeira preocupação deles — armas! “Naquele dia olharás para a armaria da casa da floresta, e vós haveis de ver as próprias brechas da Cidade de Davi, pois serão deveras muitas. E apanhareis as águas do reservatório inferior.” (Isaías 22:8b, 9) Armas ficavam estocadas na armaria da casa da floresta. Esse arsenal havia sido construído por Salomão. Visto que fora construído de cedros do Líbano, ficou conhecido como “Casa da Floresta do Líbano”. (1 Reis 7:2-5) As brechas na muralha seriam inspecionadas. Recolheriam água — uma importante medida de defesa. O povo precisaria de água para sobreviver. Sem ela, uma cidade não subsiste. Note, porém, que nada se diz sobre pedirem socorro a Jeová. Em vez disso, confiariam em seus próprios recursos. Jamais cometamos esse erro! — Salmo 127:1.
12 O que se poderia fazer a respeito das brechas na muralha da cidade? “Contareis realmente as casas de Jerusalém. Também demolireis as casas para fazer a muralha inexpugnável.” (Isaías 22:10) As casas seriam avaliadas para ver quais delas poderiam ser demolidas para suprir materiais de reparo para as brechas. Seria um esforço para evitar que o inimigo ganhasse o controle total da muralha.
Um povo sem fé
13. Como o povo tentaria garantir um suprimento de água, mas de quem se esqueceria?
13 “Haverá um açude que tereis de fazer entre as duas muralhas para as águas do reservatório antigo. E certamente não olhareis para o grandioso que o fez, e certamente não vereis aquele que o formou há muito.” (Isaías 22:11) Os esforços para recolher água, mencionados aqui e no versículo 9 de Is 22, lembram-nos da medida que o Rei Ezequias tomou para proteger a cidade contra os invasores assírios. (2 Crônicas 32:2-5) No entanto, o povo da cidade, nessa profecia de Isaías, seria absolutamente sem fé. No seu trabalho de defesa da cidade, não levariam em conta o Criador, como fez Ezequias.
14. Apesar da mensagem alertadora de Jeová, que atitude insensata teriam as pessoas?
14 Isaías continua: “O Soberano Senhor, Jeová dos exércitos, convocará naquele dia ao choro, e ao lamento, e à calvície, e ao cingimento de serapilheira. Mas, eis que há exultação e alegria, a matança de gado vacum e o abate de ovelhas, o consumo de carne e o beber de vinho: ‘Comamos e bebamos, pois amanhã morreremos.’” (Isaías 22:12, 13) Os moradores de Jerusalém não sentiriam remorso por sua rebelião contra Jeová. Não chorariam, não rapariam o cabelo nem usariam serapilheira em sinal de arrependimento. Se fizessem isso, provavelmente Jeová os pouparia dos iminentes horrores. Mas, em vez disso, eles se entregariam aos prazeres sensuais. Essa mesma atitude existe hoje entre muitos que não têm fé em Deus. Por não terem esperança — seja na ressurreição, seja na vida na futura Terra paradísica — levam uma vida de prazeres irrestritos, dizendo: “Comamos e bebamos, pois amanhã morreremos.” (1 Coríntios 15:32) Quanta miopia! Bastaria que confiassem em Jeová para ter uma esperança duradoura! — Salmo 4:6-8; Provérbios 1:33.
15. (a) Qual era a mensagem condenatória de Jeová contra Jerusalém, e quem executaria Seu julgamento? (b) Por que a cristandade terá um destino similar ao que teve Jerusalém?
15 Os sitiados moradores de Jerusalém não teriam segurança. Isaías diz: “Jeová dos exércitos revelou-se aos meus ouvidos: ‘“Este erro não será expiado a vosso favor, até que morrais”, disse o Soberano Senhor, Jeová dos exércitos.’” (Isaías 22:14) Devido à insensibilidade das pessoas, não haveria perdão. A morte viria, sem falta. Era uma certeza. O Soberano Senhor, Jeová dos exércitos, o dissera. Em cumprimento das palavras proféticas de Isaías, a calamidade assolaria duas vezes a infiel Jerusalém. Ela seria destruída pelos exércitos de Babilônia e, mais tarde, pelos de Roma. Da mesma forma, a calamidade virá sobre a infiel cristandade, cujos membros afirmam adorar a Deus, mas realmente o renegam por meio de suas obras. (Tito 1:16) Os pecados da cristandade, somados aos das outras religiões do mundo que desrespeitam os caminhos justos de Deus, “acumularam-se até o céu”. Assim como o erro da apóstata Jerusalém, o erro delas é grande demais para ser expiado. — Revelação (Apocalipse) 18:5, 8, 21.
Um mordomo egoísta
16, 17. (a) Quem recebeu a seguir uma mensagem de alerta de Jeová, e por quê? (b) Por causa de suas ambições, o que aconteceria com Sebna?
16 A seguir, o profeta Isaías desvia sua atenção de um povo infiel para um indivíduo infiel. Ele escreve: “Assim disse o Soberano Senhor, Jeová dos exércitos: ‘Vai, entra até este mordomo, até Sebna, que está sobre a casa: “Que é que te interessa aqui e quem é que te interessa aqui, que aqui escavaste para ti uma sepultura?” Está escavando sua sepultura numa elevação; num rochedo está talhando para si um domicílio.’” — Isaías 22:15, 16.
17 Sebna era ‘mordomo da casa’, provavelmente do Rei Ezequias. Como tal, ele tinha um cargo influente, abaixo apenas do rei. Esperava-se muito dele. (1 Coríntios 4:2) No entanto, em vez de dar primazia aos assuntos do país, Sebna buscava glória pessoal. Ele preparava para si uma sepultura luxuosa — comparável à de um rei — talhada no alto de um rochedo. Vendo isso, Jeová inspirou Isaías a alertar o mordomo infiel: “Eis que Jeová te está arremessando para baixo com um arremesso violento, ó varão vigoroso, e te agarrará à força. Sem falta te enrolará bem apertado, como uma bola para uma terra ampla. Ali morrerás, e ali os carros da tua glória serão a desonra da casa de teu amo. E eu vou empurrar-te do teu posto; e derrubar-te-ão da tua posição oficial.” (Isaías 22:17-19) Por causa de seu egocentrismo, Sebna não teria nem mesmo uma sepultura convencional em Jerusalém. Em vez disso, seria arremessado como uma bola, para morrer numa terra distante. Há nisso um alerta para todos os a quem se confia autoridade entre o povo de Deus. O abuso de poder levará à perda dessa autoridade e, possivelmente, à expulsão.
18. Quem substituiria Sebna, e o que significa que o substituto receberia as vestes oficiais de Sebna e a chave da casa de Davi?
18 Mas como Sebna seria destituído do cargo? Por meio de Isaías, Jeová explica: “Naquele dia terá de acontecer que irei chamar meu servo, a saber, Eliaquim, filho de Hilquias. E vou vesti-lo com a tua veste comprida, e atar firmemente em volta dele a tua faixa, e entregarei teu domínio na mão dele; e ele terá de tornar-se pai para o habitante de Jerusalém e para a casa de Judá. E eu vou pôr a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e ele terá de abrir sem que alguém feche e terá de fechar sem que alguém abra.” (Isaías 22:20-22) Substituindo Sebna, Eliaquim receberia as vestes oficiais do mordomo e a chave da casa de Davi. A Bíblia usa o termo “chave” como símbolo de autoridade, governo ou poder. (Note Mateus 16:19.) Nos tempos antigos, o conselheiro real, a quem se confiavam as chaves, talvez exercesse supervisão geral na corte, até mesmo selecionando os servidores do rei. (Note Revelação 3:7, 8.) Portanto, a função de mordomo era importante, e esperava-se muito dele. (Lucas 12:48) Sebna talvez fosse competente, mas, por ser infiel, Jeová o substituiria.
Dois tarugos simbólicos
19, 20. (a) Em que sentido Eliaquim seria uma bênção para seu povo? (b) O que aconteceria a quem continuasse a recorrer a Sebna?
19 Por fim, Jeová usa linguagem figurada para descrever a transferência de poder de Sebna para Eliaquim. Ele declara: “‘Vou pregá-lo [a Eliaquim] como tarugo num lugar duradouro, e ele terá de tornar-se como trono de glória para a casa de seu pai. E terão de pendurar nele toda a glória da casa de seu pai, os descendentes e a prole, todos os vasos do tipo pequeno, os vasos do tipo tigela bem como todos os vasos das grandes talhas. Naquele dia’, é a pronunciação de Jeová dos exércitos, ‘o tarugo [Sebna] pregado num lugar duradouro será removido, e terá de ser cortado e terá de cair, e a carga que há sobre ele terá de ser decepada, pois o próprio Jeová falou isso’.” — Isaías 22:23-25.
20 Nesses versículos, o primeiro tarugo é Eliaquim. Ele se tornaria um “trono de glória” para a casa de seu pai, Hilquias. Diferentemente de Sebna, ele não desonraria a casa ou a reputação de seu pai. Eliaquim seria um apoio duradouro para os vasos da casa, isto é, para outros servidores do rei. (2 Timóteo 2:20, 21) Em contraste com isso, o segundo tarugo se referia a Sebna. Embora talvez se sentisse seguro, seria removido. Quem continuasse a recorrer a ele, cairia.
21. Nos tempos modernos, quem, como Sebna, foi substituído, por que, e por quem?
21 O caso de Sebna nos faz lembrar de que, entre os que afirmam adorar a Deus, os que aceitam privilégios de serviço devem usá-los para servir outros e produzir louvor para Jeová. Não devem abusar de seu cargo para enriquecer ou ganhar prestígio. Por exemplo, a cristandade há muito se autopromovia como mordomo designado, o representante terrestre de Jesus Cristo. Mas, como Sebna, que desonrava seu pai por buscar a sua própria glória, os líderes da cristandade desonravam o Criador acumulando riquezas e poder para si. Portanto, quando chegou o tempo de o julgamento “principiar com a casa de Deus”, em 1918, Jeová removeu a cristandade. Outro mordomo foi identificado — “o mordomo fiel, o discreto” — e designado sobre a casa terrestre de Jesus. (1 Pedro 4:17; Lucas 12:42-44) Essa classe composta tem se mostrado digna de responder pela “chave” real da casa de Davi. Como um confiável “tarugo”, tem se mostrado ser um apoio confiável para todos os diferentes “vasos”, os cristãos ungidos com diferentes deveres, que buscam nele a sustentação espiritual. E, como no caso do ‘residente forasteiro dentro dos portões’ da Jerusalém antiga, as “outras ovelhas” também dependem desse “tarugo”, o Eliaquim moderno. — João 10:16; Deuteronômio 5:14.
22. (a) Por que foi oportuna a substituição do mordomo Sebna? (b) Nos tempos modernos, por que foi oportuna a designação do “mordomo fiel, o discreto”?
22 Eliaquim substituiu Sebna quando Senaqueribe e suas legiões ameaçavam Jerusalém. Similarmente, “o mordomo fiel, o discreto”, foi designado para servir durante o tempo do fim, que acabará quando Satanás e suas forças promoverem um ataque final contra “o Israel de Deus” e seus companheiros das “outras ovelhas”. (Gálatas 6:16) Como nos dias de Ezequias, esse ataque resultará na destruição dos inimigos da justiça. Quem se apoiar no “tarugo num lugar duradouro”, o mordomo fiel, sobreviverá, assim como os moradores fiéis de Jerusalém sobreviveram à invasão de Judá pelos assírios. Portanto, é muito sensato não se apegar ao desacreditado “tarugo” da cristandade!
23. O que por fim aconteceu com Sebna, e o que podemos aprender disso?
23 O que aconteceu com Sebna? Não temos registro de como se cumpriu a profecia a respeito dele, em Isaías 22:18. Ao se enaltecer e depois ser desonrado, Sebna nos faz lembrar a cristandade, mas é possível que ele tenha aprendido da disciplina. Se assim foi, ele era bem diferente da cristandade. Quando o assírio Rabsaqué exigiu a rendição de Jerusalém, o novo mordomo de Ezequias, Eliaquim, liderou a delegação que foi ao encontro dele. Mas Sebna o acompanhou como secretário do rei. Evidentemente, Sebna ainda estava a serviço do rei. (Isaías 36:2, 22) Que excelente lição para os que perdem algum cargo na organização de Deus! Em vez de se sentirem amargurados e ressentidos, farão bem em continuar a servir a Jeová em qualquer função que ele permita. (Hebreus 12:6) Ao agirem assim, evitarão o desastre que assolará a cristandade. Terão o favor e as bênçãos de Deus por toda a eternidade.
[Nota(s) de rodapé]
a Em 66 EC, muitos judeus exultaram com a retirada do exército romano, que sitiava Jerusalém.
b Segundo o historiador Josefo, do primeiro século, em 70 EC a fome em Jerusalém era tão severa que as pessoas comiam couro, capim e feno. Num caso relatado, uma mãe assou e comeu seu próprio filho.
c Como alternativa, “o reposteiro de Judá” pode referir-se a outra coisa que protegia a cidade, como um grupo de fortalezas que servisse de depósito de armas e de alojamento de soldados.
[Foto na página 231]
Ao fugir, Zedequias foi capturado e cegado
[Foto nas páginas 232, 233]
As perspectivas eram sombrias para os judeus encurralados em Jerusalém
[Foto na página 239]
Ezequias fez de Eliaquim um “tarugo num lugar duradouro”
[Foto na página 241]
Como Sebna, muitos líderes da cristandade têm desonrado ao Criador por acumularem riquezas
[Fotos na página 242]
Nos tempos modernos, uma classe do mordomo, fiel, foi designada sobre a casa de Jesus