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Parou de ‘armazenar tesouros na terra’?A Sentinela — 1976 | 15 de maio
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Parou de ‘armazenar tesouros na terra’?
“Parai de armazenar para vós tesouros na terra, onde traça e a ferrugem consomem, e onde ladrões arrombam e furtam.” — Mat. 6:19.
1. (a) Qual é o objetivo dos comerciantes atuais? (b) Por que não há satisfação no cumprimento dos ‘desejos criados’?
O MUNDO tem atualmente abundância de bens e propriedades materiais. Não há fim ou limite para a variedade das coisas materiais que o dinheiro pode comprar. Reconhecendo isso, o comércio atual tem por alvo obter os maiores lucros para si, em vez de satisfazer as necessidades básicas do povo. Por conseguinte, os comerciantes investem grandes somas de dinheiro em publicidade e mais publicidade. Com que fim? Com o fim de criar em você, leitor, um desejo, o desejo de obter os seus produtos, para que possam explorá-lo. Uma vez que passou a não só satisfazer suas necessidades reais, mas também a tentar satisfazer esses desejos criados, verifica que segue um caminho interminável, que consumirá a maior parte de seu tempo, energia, atenção e interesse, sem lhe dar, no fim, a satisfação que deseja. Quão verazes são as palavras do sábio Salomão, que escreveu: “O mero amante da prata não se fartará de prata, nem o amante da opulência, da renda. Também isso é vaidade”! — Ecl. 5:10.
2, 3. (a) Que conselho excelente deu Jesus com respeito a tesouros terrenos? (b) Que proveito podem tirar deste conselho tanto o “restante” como as “outras ovelhas”?
2 O Salomão maior, Jesus Cristo, no seu Sermão do Monte, mostrou que os que procuram as bênçãos do reino messiânico de Deus se ocupam com um tesouro muito mais importante. Conseqüentemente, quão oportuno é hoje seu conselho aos seus discípulos: “Parai de armazenar para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem consomem, e onde ladrões arrombam e furtam. Antes, armazenai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde ladrões não arrombam nem furtam”! — Mat. 6:19, 20.
3 Que conselho excelente para o restante dos discípulos ungidos do Senhor Jesus Cristo, que têm a perspectiva duma “herança incorruptível” nos céus espirituais! (1 Ped. 1:4; Efé. 1:18) Porque, afinal, no término de sua carreira terrestre, terão de deixar atrás TODOS os seus bens materiais. Não poderão levá-los consigo para o céu. O mesmo se dá com os da “grande multidão” de “outras ovelhas”, que têm a perspectiva de sobreviver à “grande tribulação” que é iminente, para viverem eternamente numa terra paradísica. (Rev. 7:9-14; Mat. 24:21, 22; Sal. 37:29) Jeová Deus não prometeu a estes das “outras ovelhas” que preservará todos os seus bens materiais aqui na terra durante aquela “grande tribulação”, para os usarem depois.
EXEMPLOS HISTÓRICOS
4. Como mostra Pedro a capacidade que Jeová tem para livrar, e o que aprendemos do exemplo de Noé?
4 Certamente, não temos motivos para duvidar da capacidade de Jeová, de nos preservar e livrar. Este poder foi demonstrado em muitas ocasiões e de muitos modos, na antiguidade. O apóstolo Pedro nos faz lembrar disso e nos assegura que “Jeová sabe livrar da provação os de devoção piedosa”. (2 Ped. 2:9) Neste respeito, ele nos fornece alguns exemplos notáveis, tais como quando Jeová “não se refreou de punir um mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, junto com mais sete, quando trouxe um dilúvio sobre um mundo de pessoas ímpias”. (2 Ped. 2:5) A Palavra de Deus preserva esta narrativa para nós de modo claro e exato, sendo que ela remonta quatro mil anos, ao tempo em que Jeová livrou este patriarca fiel, Noé, e sua família, durante o dilúvio global, numa arca que esse teve o privilégio de construir segundo as instruções de Deus. (Gên. 6:1-16) Todavia, precisamos observar que não se faz menção de que Deus tivesse preservado o lar, a moradia fixa, de Noé e sua família na terra. Sem dúvida, esses bens terrenos e materiais foram arrasados quando se romperam “todos os mananciais da vasta água de profundeza e abriram-se as comportas dos céus. E o aguaceiro sobre a terra continuou por quarenta dias e quarenta noites”. — Gên. 7:11, 12.
5. Como é este ponto ainda mais salientado pela libertação de Ló?
5 Pedro menciona a seguir o tempo do sobrinho de Abraão, Ló. Quando Deus trouxe um fim ardente sobre as cidades iníquas e imorais de Sodoma e Gomorra, “ele livrou o justo Ló a quem afligia grandemente que os que desafiavam a lei se entregavam à conduta desenfreada — porque esse justo, pelo que via e ouvia de dia a dia, enquanto morava entre eles, atormentava a sua alma justa em razão das ações deles contra a lei”. (2 Pedro 2:7, 8) Aqui também observamos que, quando Ló fugiu com sua esposa e suas duas filhas, não há registro de levarem consigo seus bens materiais. Não podiam fazer isso. A instrução angélica para eles era: “Escapa-te, por tua alma!” Mas a esposa de Ló sem dúvida, ainda “almejava” as coisas materiais deixadas atrás. Desobedeceu às instruções angélicas, olhando para trás, o que resultou em ela se tornar uma coluna de sal. — Gên. 19:17, 23-26.
6. Que instruções foram dadas aos judeus cristianizados com respeito a Jerusalém?
6 Igualmente, no primeiro século de nossa Era Comum, depois do sítio temporário da Cidade Santa de Jerusalém pelas legiões romanas, sob a chefia do general romano Céstio Galo, os judeus cristianizados tiveram de obedecer ao conselho do Senhor Jesus Cristo. Tiveram de abandonar suas propriedades e bens em Jerusalém e na Judéia, e ‘fugir’ para os montes fora da província da Judéia, deixando praticamente tudo para trás. Os que naquele tempo se achavam fora deste distrito, não deviam entrar nele com o fim de reivindicar algo que talvez tivessem ali em sentido material. — Luc. 21:20-24.
7, 8. Em 657 A. E. C. que dois homens receberam a bênção especial de Jeová, e como?
7 Remontando ainda mais na história, encontramos uma situação similar. A Palavra de Deus mostra que, no ano 607 A. E. C., houve dois homens mencionados especialmente por Jeová Deus, que teriam suas bênçãos especiais no tempo em que a Cidade Santa de Jerusalém fosse destruída pelos exércitos babilônicos. Um destes homens era um etíope chamado Ebede-Meleque. Foi ele quem intercedeu perante o Rei Zedequias, de Jerusalém, a favor do profeta Jeremias, a fim de que o rei socorresse Jeremias, que estava em perigo de morrer numa cisterna. (Jer. 38:6-13) Falando sobre a recompensa de Ebede-Meleque, pela sua consideração para com o servo de Jeová, Jeová disse-lhe: “‘Sem falta te porei a salvo e não cairás à espada; e certamente virás a ter a tua própria alma por despojo, porque confiaste em mim’, é a pronunciação de Jeová.” — Jer. 39:18.
8 O outro homem mencionado por Jeová era Baruque, secretário fiel do profeta Jeremias. Ele teve o privilégio maravilhoso de escrever dois rolos, ditados por Jeremias, proclamando a mensagem profética da condenação de Jerusalém. Durante a escrita do primeiro rolo, que mais tarde foi queimado pedaço por pedaço por Jeoiaquim, Baruque queixou-se de fadiga. Jeová acautelou-o: “Mas, no que se refere a ti, estás procurando grandes coisas para ti. Não continues a procurar.” No entanto, por causa de sua fidelidade, prometeu-se-lhe preservação e segurança, não só durante aquele terrível sítio de Jerusalém, mas também mais tarde, quando fugitivos rebeldes obrigaram a ele e Jeremias a descer com eles ao Egito. (Jer. 36:4-32; 43:4-7) Mas, note em que consistiria esta preservação: “‘Pois eis que trago uma calamidade sobre toda a carne’, é a pronunciação de Jeová, ‘e vou dar-te a tua alma por despojo em todos os lugares aos quais fores’.” (Jer. 45:1-5) Assim, tanto a Baruque como a Ebede-Meleque não se prometeu nada mais do que a sua “alma”, sua mera vida, durante o tempo do sítio e da destruição da cidade de Jerusalém.
PERGUNTAS A FAZER A NÓS MESMOS
9. Em vista do tempo em que vivemos, que perguntas devemos considerar seriamente?
9 Ao considerarmos estes bens exemplos e apreciarmos hoje que ‘se tem aproximado o fim de todas as coisas’ (1 Ped. 4:7), que vivemos num período de tempo muito mais sério, na iminência duma destruição muito maior, somos induzidos a perguntar a nós mesmos seriamente: É sensato gastarmos muito tempo e energia numa educação especializada para uma profissão superior neste sistema mundano de coisas, a fim de aumentarmos nossa renda? É razoável querermos aumentar nossos bens terrenos além de nossas necessidades reais, para melhorarmos as condições de nossa vida futura aqui na terra e vivermos com mais conforto e luxo, no curto período restante antes da “grande tribulação”? Deixamos de compreender que há algo muito mais importante e valioso com que devíamos preocupar-nos agora? Falta-nos fé em que nosso Grande Preservador, se o colocarmos em primeiro lugar na nossa vida, cuide de nós nos dias vindouros? Estas são perguntas que cada um de nós tem de considerar individualmente. Nossa vida depende disso!
10. Por que devemos preocupar-nos com as palavras de Jesus em Lucas 17:26-30?
10 Uma vez que vivemos numa geração em que tantas coisas podem consumir nosso tempo, nosso interesse e nossa atenção, quanto precisamos ter bem em mente as palavras proféticas de Jesus! Ele disse: “Ademais, assim como ocorreu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem: comiam, bebiam, os homens casavam-se, as mulheres eram dadas em casamento, até aquele dia em que Noé entrou na arca, e chegou o dilúvio e destruiu a todos. Igualmente, assim como ocorreu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam, construíam. Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, e destruiu a todos. Do mesmo modo será naquele dia em que o Filho do homem há de ser revelado.” (Luc. 17:26-30) Em vista deste conhecimento antecipado, em que situação se encontra? Está mergulhado nos assuntos da vida cotidiana? É ali que está seu tesouro, que está seu coração, (2 Ped. 3:17; Mat. 6:21) Quão apropriado é, portanto, que Jesus Cristo aconselha a todos os seus discípulos, inclusive a nós os que vivemos hoje no fim deste sistema de coisas, que armazenem para si tesouros no céu! Quanta bênção será para nós se fizermos isso!
11, 12. (a) O que significa ‘armazenar tesouros no céu’? (b) Como é isso possível?
11 Mas, talvez pergunte: O que significa isso, armazenar tesouros no céu? Como é que se faz isso? Significa o seguinte: Que nos esforcemos a obter e manter uma boa posição perante nosso Criador, Jeová Deus. Significa seguir na vida o proceder de ser “rico para com Deus”. (Luc. 12:21) Os antecedentes de “obras excelentes” da pessoa são iguais a riquezas depositadas junto ao Criador no céu, assegurando à pessoa os benefícios eternos que nem mesmo a morte pode tirar. (Heb. 10:24; Tia. 3:13; João 11:25) Mantemos esta posição por continuarmos firmes na fé e na lealdade ao nosso Deus, Jeová, e em fazer a vontade divina. — Rom. 11:20; 2 Cor. 1:24.
12 Jesus enfatizou continuamente estes tesouros celestiais e estabeleceu para nós uma norma. (1 Ped. 2:21; Heb. 10:5-10) Depois de aconselhar seus discípulos a respeito dos tesouros terrenos, exortou-os: “Persisti, pois, em buscar primeiro o reino e a Sua justiça, e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas.” (Mat. 6:33) Portanto, para armazenarmos esses tesouros celestiais, é da máxima importância que vivamos e atuemos agora com o objetivo de estabelecer um registro de aprovação junto ao nosso Pai no céu, Jeová Deus. — Sal. 5:12; Pro. 12:2; João 6:27.
13, 14. Quem foi Zaqueu, e que mudança dramática ocorreu na sua vida?
13 No primeiro século de nossa Era Comum, tivemos o exemplo de um homem que fez isso, que abandonou seus tesouros aqui na terra, a fim de devotar-se aos interesses do reino messiânico. Quem foi? Foi um homem muito rico, chamado Zaqueu, um dos principais cobradores de impostos, que vivia na cidade de Jericó. Até hoje, o distrito em volta de Jericó um pouco ao oeste do rio Jordão, é muito fértil e produtivo. Sem dúvida, na antiguidade, produzia bastante impostos. Do mesmo modo como faziam muitos cobradores de impostos dos seus dias, Zaqueu empregava métodos questionáveis, relacionados com sua posição, para conseguir parte de sua notável riqueza. — Luc. 19:2, 8.
14 Jesus veio a Jericó na primavera setentrional de 33 E. C., pouco antes de ir a Jerusalém e morrer ali. Zaqueu, querendo ver Jesus, mas sendo de estatura baixa e não podendo ver por cima da multidão, correu à frente e conseguiu um ponto de observação vantajoso por subir numa árvore. Isto evidentemente atraiu a atenção de Jesus, que o mandou descer e informou de que se hospedaria com ele enquanto em Jericó. Isto perturbou o povo da cidade, que se queixou: “Entrou para pousar com um homem que é pecador.” (Luc. 19:3-7) No entanto, a associação com Jesus teve um efeito dramático sobre Zaqueu. Escutando Jesus, evidentemente passou a apreciar o tesouro verdadeiro, pois exclamou: “Eis que a metade dos meus bens, Senhor, dou aos pobres, e o que for que eu extorqui de qualquer um por meio de acusação falsa, eu restituo quatro vezes mais.” Sim, expressou seu desejo de se desfazer de sua riqueza e se tornar seguidor fiel do Senhor Jesus Cristo. Que alegria maravilhosa deve ter sentido Zaqueu, quando Jesus lhe disse: “Neste dia entrou a salvação nesta casa, porque ele também é filho de Abraão”! — Luc. 19:8, 9.
EXEMPLOS HODIERNOS
15. Que exemplo moderno temos de alguém que colocou os tesouros celestiais em primeiro lugar na sua vida?
15 Assim, notamos hoje com alegria exemplos modernos de pessoas que acharam próprio fixar sua atenção nas coisas do Reino e dar as costas ao acúmulo adicional de riqueza aqui na terra. Um de tais exemplos é o daquele irmão, cuja história da vida foi contada na Sentinela de 15 de novembro de 1968, que havia sido comerciante muito bem sucedido. Suas aptidões naturais habilitaram-no a ser muito bem sucedido no campo da compra, venda e administração de imóveis. Em certa ocasião, alguns colegas de negócios, que conheciam muito bem sua sagacidade comercial, chegaram-se a ele com uma oferta comercial aparentemente muito tentadora. De que se tratava? Duma proposta pela qual podia obter para si um milhão de dólares em apenas um ano! O que fez ele? Deu-lhes as costas! Por quê? Porque teria de devotar todo o seu tempo, durante este período, a intensivos assuntos comerciais. Conforme ele disse: “Não é possível abandonar meus privilégios maravilhosos de servir a Jeová aqui, nem um ano sequer, não, nem por TODO o dinheiro do mundo. Servir meus irmãos aqui em Washington, D. C., é mais precioso para mim, e sei que aqui tenho a bênção de Jeová. Sem dúvida, conseguiria ganhar um milhão de dólares, mas, no fim daquele ano, com tal tipo de vida, como me sentiria espiritualmente, ou até mesmo fisicamente?” Faria você uma decisão similar, caso se lhe apresentasse tal oferta tentadora?
16. Que outro exemplo podemos apreciar hoje? Por quê?
16 Considere também outro exemplo de um tempo anterior, o de um homem que estava chegando aos seus vinte anos, lá na década dos 1870, no Condado de Allegheny, na Pensilvânia, E. U. A. Ele era sócio de seu pai, administrando uma cadeia de lojas de artigos para homens e estava em caminho para se tornar milionário. Isto foi antes de John D. Rockefeller começar no negócio do petróleo e tornar-se multimilionário. Mas o que fez este jovem de Allegheny? Ele compreendeu a prioridade de estudar a Bíblia, de descobrir o que ela ensinava e qual era sua mensagem para hoje. Em 1879, viu a necessidade de publicar em inglês uma nova revista religiosa, A Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo (agora A Sentinela, em português). Mais tarde, tornou-se o primeiro presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos E. U. A.). Seu nome era Charles T. Russell, e ele investiu toda a sua fortuna na pregação das boas novas do Reino. Sim, que exemplos excelentes temos, do passado e do presente, daqueles que colocaram os interesses do Reino em primeiro lugar na sua vida! Faz decisões sábias assim, a fim de armazenar para si tesouros no céu?
17, 18. (a) Como é possível sofrermos privação espiritual antes de nos apercebermos disso? (b) Que proceder de Jesus pode ajudar-nos a apreciar o verdadeiro valor das riquezas deste mundo?
17 Se alguém lhe fizesse uma oferta de Cr$ 100.000,00, renunciaria à sua fé em Jeová e ao seu privilégio de servi-lo? Aceitaria o dinheiro? Que dizer de um milhão ou de dez milhões de cruzeiros? “Ora, isto nem é imaginável”, talvez responda. “Nenhuma quantia de dinheiro no mundo me induziria a fazer isso!” Esta é a única decisão correta a tomar, não é? Contudo, quantos aceitaram responsabilidades maiores, talvez um emprego adicional ou apenas trabalhar “algumas” noitinhas por semana, ou nos fins-de-semana, a fim de “ganhar um pouco mais” ou obter algo que desejam muito! Isto, naturalmente, impede-lhes assistir regularmente às reuniões programadas da congregação e tirar proveito da boa associação ali. É também um empecilho para sua atividade de pregação e afeta a influência do espírito de Deus na sua vida. Antes de se darem conta disso, já sofreram privação espiritual, perdendo seu amor e apreço por Jeová e sua organização. Ficaram materialmente mais ricos, é verdade, porém muito mais pobres em sentido espiritual. Que preço a pagar por “um pouco a mais” ou alguns bens adicionais, e ainda por cima tiveram de trabalhar arduamente para obter isso!
18 Quando o Diabo levou Jesus a um alto monte e lhe mostrou todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse que tudo seria dele se tão-somente “te prostrares e me fizeres um ato de adoração”, Jesus disse: “Vai-te, Satanás! Pois está escrito: ‘É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.’” (Mat. 4:8-10) Apreciemos igualmente o valor do tesouro celestial, tomando decisões que dêem crédito a Deus e tenham sua aprovação.
O VALOR DO TESOURO CELESTIAL
19. Em que sentido é sábio acatar o conselho de Jesus a respeito dos bens materiais?
19 Apreciemos sempre a sabedoria das palavras de Jesus a respeito dos bens materiais. Ele disse que estes se corroem, que estão em contínuo perigo de se perderem, de serem furtados ou destruídos. Quanto mais alguém possui, tanto mais tem de preocupar-se. Quantas vezes isto constitui um fardo desnecessário! Dar-se atenção demais a esses bens materiais pode também fazer com que se perca a “verdadeira vida”. (1 Tim. 6:19) Disso temos um exemplo do primeiro século.
20-22. (a) Que conselho deu Jesus a um governante rico e jovem e o que mostrou o jovem quanto ao que vinha em primeiro lugar na sua vida? (b) Se ele viveu até 70 E. C., o que aconteceu provavelmente a este jovem governante?
20 Por volta do ano 33 E. C., Jesus estava percorrendo a Província da Peréia, na margem oriental do rio Jordão. Um homem, governante rico e jovem, veio correndo a Jesus e perguntou: “Instrutor, que preciso fazer de bom, a fim de obter a vida eterna?” (Mat. 19:16) Jesus disse-lhe o que devia fazer, e aconselhou-lhe a não se deixar impedir pelos seus bens materiais na terra de obter o tesouro eterno no céu. Jesus disse: “Vai vender teus bens, e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu, e vem, sê meu seguidor.” (Mat. 19:21) Visto que estava sob a Lei, tinha por obrigação ajudar israelitas necessitados. (Lev. 25:35; Deu. 15:7-11; Isa. 58:6, 7; Eze. 18:5, 7-9) Mas, apreciava ele este conselho de Jesus? Não! (Mat. 19:22) O que aconteceu então com este jovem? Continuou ele a ser bem sucedido em obter maior riqueza? Se viveu mais trinta e sete anos, até 70 E. C., ficou sujeito a algumas mudanças drásticas.
21 Conforme mencionado, vivia na província para a qual a maioria dos judeus cristianizados fugiu em 66 E. C., a fim de salvar a vida da destruição de Jerusalém, que era iminente. Os soldados romanos não se viram obrigados a invadir a Província da Peréia, para sufocar ali uma rebelião de judeus. Mas que dizer deste jovem governante rico, que vivia naquela província com todos os seus bens terrenos? Ele observava bem conscienciosamente a lei de Moisés. (Mat. 19:20) Se sobreviveu até 70 E. C., este cumpridor consciencioso da Lei provavelmente cruzou o rio Jordão para a margem ocidental, entrando na Província da Judéia e subindo à cidade de Jerusalém, para celebrar a Páscoa anual para Deus. — Deu. 16:1, 2.
22 Estando assim na cidade, deve ter ficado encurralado pelas legiões romanas, que cercaram o Lugar Santo. De modo que deve ter perecido na destruição de Jerusalém ou sobrevivido para ser levado cativo pelos soldados romanos e levado à escravidão, em alguma parte do Império Romano. De qualquer modo, teria de deixar tudo atrás de si, nesta terra, mas não por causa de Jesus Cristo, nem como um de seus discípulos. Quanta estupidez da parte daquele jovem! No caso de cada um de nós, quanto estamos necessitados de ter crédito, uma posição boa, perante Deus, lá nos céus! E nosso crédito ou nossa posição perante ele é algo muito valioso e perdurará para sempre.
23. Como se pode ver a sabedoria de Provérbios 23:4, 5?
23 Os governos desta terra não podem garantir que nossos bens materiais não percam seu valor com o tempo, quer por uma depressão econômica, inflação, desvalorização da moeda, quer por um colapso desastroso na bolsa de valores. A Palavra de Deus nos assegura, em Provérbios 23:4, 5: “Não labutes para enriquecer. Deixa da tua própria compreensão. Fizeste teus olhos relanceá-la, sendo que ela não é nada? Pois, sem falta fará para si asas como as da águia e sairá voando em direção aos céus.”
24. O que ilustra a tolice de se confiar em tesouros terrestres?
24 “Quão veraz é isso, quando consideramos as condições econômicas apenas dentro desta geração! “Na Alemanha, no fim de 1923, eram precisos 1.200.400.000.000 de marcos de papel para comprar apenas o que 35 marcos podiam comprar só dois anos antes, e na Hungria, eram necessários 1,4 nonilhões de pengoes para comprar em 1946 o que se podia obter por um único pengo em 1938. (Um nonilhão é igual a 1.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.)” (Veja Money and Economic Activity, de Houghton Mifflin.) No Uruguai, na América do Sul, durante um ano recente, o custo de vida aumentou em cerca de 500 por cento. Em outro país próximo, o Chile, o algarismo foi de 375 por cento. Certamente, se armazenarmos tesouros no céu, não sofrerão tal desvalorização, tornando-se baratos e finalmente perdendo todo o valor. — Luc. 12:33.
25, 26. (a) Em vista do tempo, que proceder devemos seguir? (b) Que futuro há para os que armazenam para si “tesouros no céu”?
25 Assim, pois, cabe a nós, hoje, seguir o conselho do Senhor Jesus Cristo, e em vez de mergulharmos no jogo de obter mais riquezas para nós mesmos, mergulhemos na obra mais urgente de todos os tempos: a pregação das boas novas do reino de Deus e fazer discípulos de pessoas de todas as nações. (Mat. 28:19, 20; Atos 1:8? Lembremo-nos de que nenhuma quantidade de riquezas materiais nos levará através da vindoura “grande tribulação”. Assim como está escrito em Provérbios 11:4: “Coisas valiosas de nada aproveitarão no dia da fúria, mas a justiça é que livrará da morte.”
26 Tomemos por decisão olhar para o céu e colocar o reino de Deus e seus interesses em primeiro lugar na nossa vida. Se fizermos isso, asseguraremos para nós inúmeras bênçãos, bênçãos indescritíveis, tanto materiais como espirituais, desde já, e também, após o Armagedom, a vida eterna no novo sistema de coisas de Deus. Isto é algo que não pode ser comprado nem com todo o dinheiro no mundo. É o que deseja? Então saiba que a vida eterna, a paz e a felicidade na nova ordem justa de Deus, sob o reino de Cristo, são a recompensa de todos os que hoje param de armazenar para si tesouros na terra. — Isa. 9:7; 1 Tim. 6:17-19.
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Preservação duma consciência limpaA Sentinela — 1976 | 15 de maio
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Preservação duma consciência limpa
● Às vezes é preciso ter forte fé para se agir dum modo que não avilte a própria consciência. Isto aconteceu com uma testemunha cristã de Jeová em Gana. Seu marido, que não era Testemunha, estava desempregado, e toda a família dependia dela para seu sustento. No entanto, ela passou a reconhecer que continuar a vender produtos de fumo estava em desacordo com os princípios bíblicos. Decidida a ter uma boa consciência perante Deus e os homens, encomendou-se aos cuidados de Jeová e fechou a sua tabacaria. Sofreu sua família em resultado disso? Não. Logo na semana seguinte, uma atacadista entrou em contato com ela, a procura de alguém honesto para vender seus produtos e compartilhar nos lucros. Pouco depois, uma segunda pessoa deu-lhe um contrato de vender um produto local chamado “manteiga de Galam”, visto que muitos se mostraram indignos de confiança neste serviço. Essas oportunidades comerciais surgiram porque esta Testemunha tinha uma boa reputação. Por causa de seu interesse em ter uma consciência limpa, em pouco tempo tinha um negócio ainda melhor do que aquele que fechara.
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