Perguntas dos Leitores
● Crêem as testemunhas de Jeová nos médicos?
Sim, as testemunhas de Jeová recorrem às diversas habilidades médicas para ajudá-las nos seus problemas de saúde. Amam a vida e querem fazer tudo o que for razoável e bíblico para prolongá-la. Iguais a Lucas, o cristão do primeiro século que era médico, algumas Testemunhas hoje são médicos, em muitos campos da medicina. (Col. 4:14) No entanto, não aceitam a terapia que entra em conflito com requisitos bíblicos, tais como a transfusão de sangue. A Bíblia proíbe especificamente a assimilação de sangue para nutrir o corpo. — Gên. 9:4; Lev. 17:1-14; Atos 15:28, 29.
Jesus e os apóstolos muitas vezes curaram milagrosamente os doentes e enfermos com o poder do espírito santo, como amostra do que se fará em sentido completo no novo sistema de coisas de Jeová. Após a morte dos apóstolos, perto do fim do primeiro século, os dons de cura milagrosa por parte dos servos de Deus cessaram, e, assim, as testemunhas de Jeová não esperam hoje um milagre para restabelecer-lhes a saúde. No entanto, esperam que Deus abençoe e dirija seus esforços de cuidar da sua saúde de maneira razoável. No entanto, sabem que, assim como se deu com os apóstolos, Deus ainda permite que a morte leve os fiéis, cujos corpos chegaram ao ponto em que não mais podem sustentar-se com bom alimento e descanso adequado, ou com a ajuda de médicos.
Naturalmente, há várias teorias sobre o tratamento das doenças. A Sociedade Torre de Vigia não patrocina um método em preferência a outro; cabe a cada testemunha individual de Jeová escolher o tratamento que ele ou ela achar melhor. De vez em quando, nossas publicações consideram as diferentes artes e métodos de cura empregados, como questão de interesse para nossos leitores, mas cada um terá de decidir o que talvez seja de proveito.
Reconhecemos que às vezes há grandes diferenças de opinião entre os que tratam de assuntos de saúde. Mas não há motivo para um cristão, que pensa em certo sentido, criticar aqueles cujas inclinações estão para outras formas de tratamento, enquanto o decidido não for proibido pela Palavra de Deus. Também é importante reconhecer que, conforme mostram os fatos, o tratamento que é bom para uma pessoa talvez não tenha efeito benéfico para outra, e pode realmente prejudicá-la.
Embora as testemunhas de Jeová sejam gratas pelo alívio da doença e enfermidade que a profissão médica pode prover, reconhecem que tal alívio, no máximo, é temporário e que precisamos aguardar o alívio permanente da doença provido por Deus. No novo sistema de Jeová, agora muito próximo, as criaturas humanas serão curadas de suas doenças e até mesmo a morte será eliminada à base do resgate de Cristo Jesus.
● Acho difícil de entender Êxodo 4:24-26, sobre a circuncisão do filho de Moisés. A vida de quem estava em perigo e o que ocorreu?
Esta passagem aparece no relato sobre a volta de Moisés ao Egito, acompanhado de sua esposa Zípora. Êxodo 4:24-26 reza literalmente: “Ora, sucedeu na estrada, na pousada, que Jeová [quer dizer, o anjo de Jeová] foi encontrá-lo e procurava um modo de entregá-lo à morte. Por fim, Zípora tomou uma pederneira e cortou o prepúcio de seu filho, e fez que tocasse nos pés dele e disse: É porque és para mim um noivo de sangue.’ Por conseguinte, ele o largou. Naquele tempo ela disse: ‘Noivo de sangue’, por causa da circuncisão.”
Esta passagem é obscura, e não podemos no presente ser conclusivos sobre o seu significado total. Outros textos, porém, lançam considerável luz sobre ele. Por isso oferecemos a seguinte sugestão:
A lei dada anteriormente a Abraão com respeito a circuncisão dizia: “E o macho incircunciso, que não fizer circuncidar a carne de seu prepúcio, sim, esta alma terá de ser decepada do seu povo. Violou o meu pacto.” (Gen. 17:14) Acontece que não era Moisés, mas seu filho quem era incircunciso, sendo evidentemente a vida do menino a ameaçada pelo anjo de Jeová. Por outro lado, também, Moisés recebera uma comissão divina da parte de Deus, por meio de seu anjo, para levar os israelitas para fora do Egito. (Êxo. 3:10) De modo que não parece razoável concluir que o próprio Moisés fosse ameaçado de morte por um anjo de Deus, enquanto Moisés estava em caminho para cumprir esta comissão.
Era o anjo de Jeová quem tinha o poder de Deus para matar o filho de Moisés, por não estar em harmonia com o pacto da circuncisão. Logicamente, pois, Zípora faria com que o prepúcio, a evidência de ter cumprido o pacto, tocasse nos pés do anjo e assim mostrasse que não havia mais motivo para o filho dela morrer.
A expressão incomum de Zípora: “És para mim um noivo de sangue”, evidentemente se devia a que a circuncisão envolvia um pacto. O autor deste pacto era Jeová Deus, representado ali pelo seu anjo. Portanto, dirigir-se Zípora a Jeová, por meio de seu anjo representativo, chamando-o de “noivo de sangue”, não parece ter sido em tom crítico, mas sim em reconhecimento da própria submissão dela, então, aos termos deste pacto. Era como se aceitasse a posição de esposa no pacto de circuncisão, sendo Jeová Deus o marido. Com este ato de obediência ao requisito correto de Deus, a vida de seu filho não estava mais em perigo.