Não se deixe desviar da corrida pela vida
“O homem não deve viver só de pão. . . . É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.” — Luc. 4:4, 8.
1. De que corrida vital participam os cristãos e qual é o prêmio para os que a terminam com bom êxito?
OS CRISTÃOS estão numa corrida bem incomum. Vencer não depende tanto da ligeireza, como depende da perseverança e da aderência às regras da corrida. E, embora possa parecer estranho, a corrida não é ganha apenas por um único vencedor, mas sim por todos os que persistem na corrida até o fim. É a corrida ao longo da pista, na realidade a estrada apertada passando por um portão estreito, que leva à vida eterna no novo sistema de coisas de Deus. (Mat. 7:14) O grandioso prêmio da vida eterna é conferido a todos os que conseguirem chegar ao fim, e vale todo o treinamento persistente e os sacrifícios necessários para vencer.
2. Por que não é fácil esta corrida, e como se devem encarar os obstáculos ao longo do caminho?
2 Mas esta corrida não é fácil. Não se completa em um único dia. E há o perigo sempre presente de se ser desviado, de se ser afastado da estrada mais difícil que leva à vida, para a estrada larga e espaçosa que Jesus descreveu como levando à destruição. (Mat. 7:13) Nesta corrida estrênua pela vida, se as fraquezas da carne decaída no íntimo e as pressões e atrações do mundo de fora não forem continuamente consideradas como obstáculos a vencer, elas se tornarão barreiras distrativas que desviam a pessoa da corrida. Dentre essas coisas principais que podem desviar o cristão, trataremos primeiro do materialismo.
CONCEITO CORRETO SOBRE OS BENS MATERIAIS
3. Por que é importante ter um conceito correto dos bens materiais?
3 O homem, feito por Deus para viver na terra e usufruir suas abundâncias, naturalmente deseja as coisas boas da vida providas pelo seu Criador. Isto, em si mesmo, não é errado; mas como se podem usufruir os bens materiais sem vida e sem certa medida de saúde? (Mat. 16:26) Deus é o Dador da Vida, e ele tem o direito de estabelecer requisitos razoáveis, que precisam ser preenchidos para se reter este dom da vida. Ele é bastante franco em dizer ao homem que os ingratos e os que apenas buscam os prazeres não terão herança permanente na terra. Serão cortados dela. Além disso, quem procura agora apenas vantagens materiais e confortos, sem desenvolver valores espirituais e morais, profundamente arraigados na verdadeira adoração de Deus, tem uma vida muito vazia e frustradora.
4. Como ilustrou Jesus o valor enganoso das riquezas materiais?
4 Jesus colocou as coisas na proporção correta ao advertir: “Mantende os olhos abertos e guardai-vos de toda sorte de cobiça, porque mesmo quando alguém tem abundância, sua vida não vem das coisas que possui.” Ilustrou então este ponto com a parábola do rico que mandou derrubar seus celeiros para construir maiores, para as suas safras cada vez maiores. Pensando que o futuro era então para ele muito seguro, disse para si mesmo: “Alma, tens muitas coisas boas acumuladas para muitos anos; folga, come, bebe, regala-te.” No entanto, Jesus passou a dizer a respeito deste homem, que pusera sua confiança nos bens materiais: “Mas Deus disse-lhe: ‘Desarrazoado, esta noite te reclamarão a tua alma. Quem terá então as coisas que armazenaste?’” Rematando o argumento na conclusão, Jesus disse: “Assim é com o homem que acumula para si tesouro, mas não é rico para com Deus.” — Luc. 12:15-21.
5. Que atitudes se podem desenvolver facilmente quando se procura egoistamente bens materiais e confortos?
5 Portanto, que perigo há nisso? É o perigo de se ficar muito envolvido em obter coisas para satisfazer os desejos carnais. Assim se esquece de que Deus criou a terra e o homem sobre ela, e que, por isso, ninguém pode realmente ser feliz e cumprir o objetivo de viver por confiar naquilo que pode ajuntar em volta de si como segurança material e conforto pessoal. Tal pessoa, invariavelmente, torna-se egocêntrica. Não lhe importa o bem-estar de seu próximo. Ao procurar proteger seus bens contra a ganância dos outros, muitas vezes resultam violência e matança. Confiar em si mesmo leva a estribar-se em si mesmo. Deus realmente não importa, e é até mesmo rejeitado como verdadeiro Provedor. E a promessa da vida eterna torna-se apenas um sonho irreal. Tal pessoa muitas vezes raciocina: Por que empenhar-me por algo tão ilusório, quando é possível ter confortos materiais agora? A filosofia materialista pode assim facilmente desviar alguém da corrida pela vida eterna ou impedi-lo até mesmo de começá-la.
6. (a) Como podemos nós, cristãos, imitar o corredor numa corrida na preparação para a corrida pela vida e durante ela? (b) Que exemplo perfeito deu Jesus para imitarmos?
6 Em contraste com isso, o corredor bem sucedido não se entrega aos desejos, mas segue uma rotina estrita de exercício e regime alimentar, para manter-se em forma. Na corrida, despoja-se aos meros essenciais e tem muito cuidado de não tropeçar ou se desqualificar. (1 Cor. 9:24-27; 2 Tim. 2:5) Referindo-se às experiências dos corredores da antiguidade, Paulo aconselhou os cristãos: “Ponhamos também de lado todo peso e o pecado [da falta de fé] que facilmente nos enlaça, e corramos com perseverança a carreira que se nos apresenta, olhando atentamente para o Agente Principal e Aperfeiçoador da nossa fé, Jesus.” Sim, o próprio Jesus havia corrido assim e exemplificado como pode ser feito com bom êxito. Embora o término vitorioso da carreira o levasse à morte numa estaca de tortura e à vergonha associada com isso, Deus lhe deu depois o prêmio da gloriosa vida imortal nos céus, à Sua mão direita. Em vista de tal resultado excelente, Paulo admoestou: “Deveras, considerai de perto aquele que aturou tal conversa contrária da parte de pecadores contra os próprios interesses deles, para que não vos canseis nem desfaleçais nas vossas almas.” — Heb. 12:1-3; 3:12, 13.
7. (a) Que princípio estabeleceu Jesus, mostrando que é impossível dividir a lealdade? (b) Qual é a promessa de Jeová quanto às necessidades, permitindo-nos colocar o que em primeiro lugar?
7 No Sermão do Monte, Jesus declarou o princípio: “Ninguém pode trabalhar como escravo para dois amos; pois, ou há de odiar um e amar o outro, ou há de apegar-se a um e desprezar o outro. Não podeis trabalhar como escravos para Deus e para as Riquezas.” Daí, depois de dizer que Jeová cuida das necessidades das criações animal e vegetal e de que os humanos valem “mais do que elas”, ele disse: “Portanto, nunca estejais ansiosos, dizendo: ‘Que havemos de comer?’ ou: ‘Que havemos de beber?’ ou: ‘Que havemos de vestir?’ Porque todas estas são as coisas pelas quais se empenham avidamente as nações. Pois o vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas essas coisas. Persisti, pois, em buscar primeiro o reino e a Sua justiça, e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas.” — Mat. 6:24-33.
8. Sobre que dois tesouros contrastantes escreveu Paulo e o que resulta no empenho por qualquer um destes?
8 O apóstolo Paulo advertiu: “Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda sorte de coisas prejudiciais, e alguns, por procurarem alcançar este amor, foram desviados da fé e se traspassaram todo com muitas dores.” Em vez de se deixar desviar para tal proceder, que lança os “homens na destruição e na ruína”, Paulo exorta os cristãos no sentido de que “não baseiem a sua esperança nas riquezas incertas, mas em Deus, que nos fornece ricamente todas as coisas para o nosso usufruto; para praticarem o bem, para serem ricos em obras excelentes, para serem liberais, prontos para partilhar, entesourando para si seguramente um alicerce excelente para o futuro, a fim de que se apeguem firmemente à verdadeira vida”. — 1 Tim. 6:9, 10, 17-19.
9. (a) Quanto a obter as necessidades, que responsabilidade recai sobre o cristão e especialmente sobre o chefe da casa? (b) Como pode o Diabo fazer com que alguém se deixe desviar pelos bens materiais?
9 Naturalmente, temos necessidade de nossos requisitos diários, e devemos trabalhar honesta e honrosamente por eles, ao corrermos na corrida diante de nós. De fato, o homem que não provê as necessidades da vida para sua família ficaria desqualificado da corrida, porque tem assim “repudiado a fé e é pior do que alguém sem fé”. (1 Tim. 5:8) Mas, não podemos correr com bom êxito na corrida por deixarmos qualquer atrativo associado com o trabalho que fazemos ou o ordenado proveniente dele tornar-se a coisa grande na vida. É necessário termos um lugar onde viver, mas comprarmos uma casa além dos nossos recursos e deixarmos que a mobília e a manutenção dela ocupem todo nosso tempo poderá facilmente fazer com que abandonemos a corrida pela vida. O mesmo se pode dizer a respeito dum carro ou dum barco, dum desejo imoderado de roupa nova e na moda, fazer viagens caras por prazer ou ocupar-se excessivamente com passatempos. Lembre-se de que o Diabo tem muitos anos de experiência para saber como usar os bens materiais para cativar o coração e desencaminhar os incautos da corrida pela vida.
10. Que perguntas poderá alguém fazer a si mesmo para saber se é aconselhável ou não obter certos bens materiais?
10 Encarando a corrida à frente, aprenda a perguntar a respeito das coisas materiais: É isto algo necessário para que eu continue vivendo e servindo a Jeová? Ajudar-me-á a ser servo melhor de Jeová ou me estorvará? Que obrigações ou encargos me imporá isso? Preciso realmente disso, a fim de fazer provisões para minha família? Terei de endividar-me para obtê-lo? Reduzirá meu tempo para o estudo bíblico, as reuniões cristãs e a pregação da mensagem do Reino, Vai desviar-me de algum modo do meu objetivo na vida?
11. Por que é fútil fazer duma carreira neste sistema de coisas a principal coisa na vida?
11 Pais, eduquem seus filhos para manterem em foco a esperança do Reino, a fim de evitarem tendências materialistas. Os jovens atuais são estimulados a procurar uma carreira para si mesmos neste mundo materialista. Mas, isto seria semelhante ao jovem à procura dum emprego, depois de anos de escola, e que se candidata a um emprego numa firma que parece em desenvolvimento e progresso, ao mesmo tempo não fazendo caso do letreiro na porta; FIRMA EM LIQUIDAÇÃO. PRÉDIO DESAPROPRIADO PARA NOVO PROJETO GOVERNAMENTAL.” Este velho sistema também será em breve liquidado, embora esteja fervilhando com atividades materialistas. Para termos verdadeiro futuro, devemos planejar cada ação em relação com o novo governo de Jeová para esta terra, por meio de seu Rei Jesus Cristo.
12. Ao colocarmos o Reino e seus interesses em primeiro lugar, o que nos poderão permitir alguns ajustes pessoais?
12 Os recursos e capacidades que talvez tenhamos devem ser usados para promover os interesses do Reino, em vez de deixarmos que sirvam de empecilhos na corrida pela vida. Por exemplo, se tiver uma casa extra, será que poderia vendê-la e usar o dinheiro para ingressar no serviço de pioneiro, em vez de trabalhar arduamente para manter ambas as casas? Se estiver aposentado ou se aposentar em breve do serviço secular, será que seu coração o induzirá a usar a liberdade maior para ter participação mais plena na pregação do Reino? Embora seus recursos sejam limitados, qual é a melhor maneira de usá-los para servir a Jeová?
13. Se realmente amarmos a vida, como encararemos os bens materiais?
13 O objetivo deve ser o de fazer com que as coisas materiais nos sirvam conforme são necessárias, e não que nós fiquemos escravizados por elas. Se realmente apreciarmos valores espirituais e colocarmos nossa relação com Jeová acima de tudo o mais, ele nos ajudará a continuarmos a correr na corrida, com perseverança, e a ganhar o prêmio. O mundo, com seus desejos da carne, os desejos dos olhos e a ostentação dos meios de vida, “está passando . . . mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”. — 1 João 2:15-17.
MANTER-SE LIVRE DO NACIONALISMO
14. Que obstáculos envolvendo o nacionalismo enfrentam os cristãos ao correrem na corrida pela vida?
14 Outra barreira erguida para desviar os cristãos da corrida pela vida envolve o nacionalismo. Este obstáculo é tornado cada vez mais alto, em todos os países, ao avançarmos mais no tempo do fim. Muitas vezes, quando alguém se confronta com tal obstáculo, parece ser sábio e prático simplesmente desistir da corrida e desviar-se. Com isso aparentemente se poderia evitar a crítica pública e atos de violência, muitas vezes usados por autoridades e turbas que procuram obrigar à conformação com leis ou atitudes antibíblicas. Por outro lado, a propaganda nacionalista destina-se a estimular o orgulho nacional ou racial. Faz-se com que pareça ser uma causa atraente em que se envolver. De fato, em muitos países, o nacionalismo tornou-se religião. Em resultado, cada grupo nacional acha que seu país e seu modo de vida é o melhor e torna-se intolerante para com os outros.
15. Que atitude promove o nacionalismo?
15 O autor Ivo Duchacek observou no seu livro (inglês) Conflito e Cooperação Entre Nações: “O nacionalismo divide a humanidade em unidades mutuamente intolerantes. Como resultado, as pessoas pensam como estadunidenses, russos, chineses, egípcios ou peruanos, em primeiro lugar, e como seres humanos, em segundo — se é que pensam nisso.” O antigo Secretário Geral das Nações Unidas, U Thant, observou: “Tantos dos problemas que enfrentamos hoje são devidos a, ou resultam de, atitudes falsas — algumas delas adotadas quase que inconscientemente. Entre essas, está o conceito do nacionalismo estreito — ‘meu país, certo ou errado’.”
16. Como enfrentaram Sadraque, Mesaque e Abednego a questão do nacionalismo em Babilônia?
16 O nacionalismo não é novo. Teve seu início em Babilônia, com Ninrode, primeiro que se arvorou em rei, em oposição a Jeová. Séculos depois, os hebreus cativos naquela cidade infame sentiram vivamente as demandas cruéis e desarrazoadas do nacionalismo. Sadraque, Mesaque e Abednego estavam entre os súditos que Nabucodonosor ajuntou na planície de Dura, mandando-lhes que se curvassem em adoração diante da imagem nacional do estado. Estes adoradores hebreus do verdadeiro Deus Jeová, porém, negaram-se a se curvar, mesmo sob a ameaça de serem lançados vivos numa fornalha ardente. Tiveram a coragem de dizer ao rei enfurecido: “Ó Nabucodonosor, neste respeito não temos necessidade de te replicar qualquer palavra. Se for preciso, nosso Deus, a quem servimos, poderá salvar-nos. Ele nos salvará da fornalha de fogo ardente e da tua mão, ó rei. Mas, se não, seja do teu conhecimento, ó rei, que não é a teus deuses que serviremos e que não é a tua imagem de ouro que erigiste que adoraremos.” — Dan. 3:16-18.
17-19. (a) Que questões similares quanto à neutralidade cristã nos confrontam hoje? (b) Que exemplo deu Jesus ao ser interrogado por Pilatos? (c) A que levou os judeus que rejeitaram a Jesus o envolvimento no nacionalismo?
17 Pensamos hoje assim como aqueles servos fiéis de Deus, no passado? Quando a lei nacional ou a pressão da comunidade parecerem tornar imperativo que nos curvemos diante de emblemas nacionais ou os saudemos num ato de adoração, que votemos em líderes políticos ou apoiemos planos nacionalistas, será que transigiremos e nos desqualificaremos e desviaremos da corrida pela vida? Ou, em vez disso, faremos assim como fizeram Jesus e os primitivos cristãos?
18 Jesus deu o exemplo perfeito quando estava em julgamento perante o governador romano Pilatos. Os judeus afirmavam de modo mentiroso que Jesus se constituíra em rei terrestre. Se fosse verdade, seria algo traiçoeiro. Mas Jesus disse, à indagação de Pilatos: “Meu reino não faz parte deste mundo. Se o meu reino fizesse parte deste mundo, meus assistentes teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas, assim como é, o meu reino não é desta fonte.” Pilatos estava pronto para soltar Jesus à base desta resposta verídica, mas os acusadores judaicos dele replicaram: “Se livrares este homem, não és amigo de César. Todo homem que se faz rei fala contra César.” Pilatos argumentou com eles: “Hei de pendurar na estaca o vosso rei?” Os principais sacerdotes responderam: “Não temos rei senão César.” — João 18:33-38; 19:12-16.
19 A história registra as conseqüências terríveis de escolherem “César” em vez de Jesus, como o Messias, quando Jerusalém foi destruída, trinta e sete anos mais tarde, com grande perda de vidas, sendo os remanescentes de seus habitantes levados à escravidão entre as nações. Neste caso, quem manteve a neutralidade com respeito aos assuntos deste mundo, ao passo que se manteve estritamente leal ao reino de Deus? Jesus Cristo!
20. Como foram os primitivos cristãos tentados pelo nacionalismo a se desviarem?
20 O que faziam os primitivos cristãos? Daniel P. Mannix, no seu livro (inglês) Os Prestes a Morrer, declarou: ‘Os cristãos negaram-se a . . . oferecer sacrifícios ao gênio do imperador — o que hoje em dia eqüivale aproximadamente a negar-se a fazer continência à bandeira ou a repetir o juramento de lealdade. . . . Pouquíssimos cristãos abjuraram, embora geralmente se mantivesse para a conveniência deles um altar com fogo na arena. Tudo o que o prisioneiro tinha de fazer era espalhar um pouquinho de incenso sobre a chama, e ele recebia uma Certidão de Sacrifício e era liberto. Explicava-se-lhe também cuidadosamente que ele não estava adorando o imperador; reconhecia apenas o caráter divino do imperador como chefe do estado romano. Ainda assim, quase não houve cristão que se aproveitasse da oportunidade de escapar.’
21. Por que esperam os cristãos perseguição, por não se envolverem no nacionalismo?
21 Desde o primeiro século até a atualidade, o nacionalismo tem causado amarga perseguição aos cristãos. Mas, os que têm amado a Deus e têm mantido seus olhos fixos no prêmio, no fim da corrida, não têm transigido. Não lhes é estranho que tenham tais obstáculos a vencer, visto que foi predito. Jesus disse aos seus discípulos: “Guardai-vos dos homens; pois eles vos entregarão aos tribunais locais e vos açoitarão nas suas sinagogas. Ora, sereis arrastados perante governadores e reis, por minha causa, em testemunho para eles e para as nações.” Embora Deus permitisse isso como prova para seu povo e para darem testemunho, Jesus acrescentou: “E não fiqueis temerosos dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma; antes, temei aquele que pode destruir na Geena tanto a alma como o corpo.” — Mat. 10:16-18, 28.
22. Por que é agora, já bem avançado no “tempo do fim”, cada vez mais difícil manter-se livre do nacionalismo?
22 A Bíblia adverte especialmente que, durante o “tempo do fim”, a organização política do Diabo aplicaria represálias econômicas contra o povo temente de Deus, de modo que os que não se curvassem diante da pressão de adorar esse sistema animalesco não poderiam “comprar ou vender, exceto aquele que tivesse a marca” da fera. (Rev. 13:17) Se acontecer no seu país, que a identificação com certo partido político é exigida a fim de obter emprego ou outras vantagens, o que fará? Naturalmente, precisa dum emprego para cuidar de sua família. O que fará sob a pressão? Em quem depositará sua confiança para prover as necessidades da vida? Entrará em pânico e esquecer-se-á de que orou a Deus: “Dá-nos hoje o nosso pão para este dia”? (Mat. 6:11) Jeová sabe que temos necessidade de alimento, roupa e abrigo, mas é importante lembrar-se de que o adversário, Satanás, o Diabo, força a questão da integridade em todos os aspectos da vida. Como no caso de Jó, pode levantar a acusação contra qualquer um de nós, de que nos voltaremos contra Deus se formos privados de algumas de nossas necessidades materiais. Mas, dá-se o aviso de que o nome de nenhum dos que adoram este sistema animalesco está inscrito no rolo da vida. (Rev. 13:8) Por mantermos nossa lealdade a Jeová sob prova, poderemos estar certos de que Ele abrirá o caminho e proverá socorro.
23. (a) Que condições poderiam tornar fácil para os cristãos se envolveram em causas que não são neutras? (b) Por que não devemos pensar que devemos agir por conta própria quando se cometem injustiças sociais contra nós?
23 Às vezes, barreiras e preconceitos sociais, raciais e religiosos resultam em dificuldades e opressões para muitos. Amiúde tornam muito mais difícil a corrida do cristão pela vida. A tendência é replicar, revidar, agir por conta própria e demandar justiça. Por exemplo, um grupo minoritário talvez lute por mais direitos. Talvez organize marchas de protesto para exercer pressão contra o governo. Podem-se providenciar boicotes, para exercer pressão sobre os negociantes. Líderes do grupo talvez apelem para o orgulho de seu povo, e por palavras ou por coerção talvez procurem o apoio do cristão. O que fará quando confrontado com tal situação ou uma similar? Novamente, é preciso manter a neutralidade e evitar envolver-se nos assuntos deste mundo. Poderá ter a certeza de que Jeová ajustará contas por quaisquer males cometidos. “Não retribuais a ninguém mal por mal. Provede coisas excelentes à vista de todos os homens. Se possível, no que depender de vós, sede pacíficos para com todos os homens. Não vos vingueis, amados, mas cedei lugar ao furor; pois está escrito: ‘A vingança é minha; eu pagarei de volta, diz Jeová.’” — Rom. 12:17-19.
24. Que proceder foi adotado por alguns que afirmavam ser cristãos, mas o que deixam de reconhecer neste respeito?
24 Portanto, não se deixe desviar da corrida pela vida por propaganda ou pressão destinadas a fazê-lo transigir na sua neutralidade cristã. Será criticado por causa disso, visto que a tendência atual da cristandade é tanto os paroquianos como os seus ministros se envolverem em causas sociais. Deixaram de esperar pelo reino de Deus, para trazer as soluções reais necessárias para os problemas sociais do homem, e tomaram partido. Mas deixam de reconhecer que, não importa de que lado alguém se coloque neste mundo, ainda está do lado do Diabo, se apoiar ativamente quaisquer programas e políticas nacionalistas, apresentados por este sistema de coisas.
25. Por que podemos ter completa confiança em Jeová, ao enfrentarmos questões futuras quanto ao materialismo e o nacionalismo?
25 Portanto, não deixe que nem o materialismo, nem o nacionalismo, o desviem de seu rumo como cristão. Tenha completa confiança em Deus e no seu reino pelo seu Filho, Cristo Jesus. “Vossa maneira de viver esteja livre do amor ao dinheiro, ao passo que estais contentes com as coisas atuais. Pois ele disse: ‘De modo algum te deixarei e de modo algum te abandonarei.’ Para que tenhamos boa coragem e digamos: ‘Jeová é o meu ajudador; não terei medo. Que me pode fazer o homem?”’ (Heb. 13:5, 6) Mas, há outros obstáculos que podem tirar o cristão da corrida pela vida eterna, e trataremos deles em estudos subseqüentes.