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Jesus Cristo — o Filho amado de DeusA Sentinela — 1988 | 1.° de junho
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Jesus Cristo — o Filho amado de Deus
“Também houve uma voz dos céus, que disse: ‘Este é meu Filho, o amado, a quem tenho aprovado.’” — MATEUS 3:17.
1, 2. (a) Que verdade simples ensina a Bíblia a respeito do Deus Todo-poderoso e de Jesus Cristo? (b) O que ensinam as religiões da cristandade?
JESUS CRISTO foi batizado aos 30 anos de idade por ser imerso em água. Ao sair da água, uma voz do céu disse: “Este e meu Filho, o amado, a quem tenho aprovado.” (Mateus 3:17) Esta voz era a de Deus. Noutra ocasião, em oração a Deus, Jesus disse: “Pai, glorifica o teu nome.” Tendo Jesus dito isso, ‘saiu a voz de Deus do céu: “Eu tanto o glorifiquei como o glorificarei de novo.” — João 12:28.
2 Desses relatos, mesmo uma criança pode entender que a relação entre o Deus todo-poderoso e Jesus Cristo era a de um pai e seu filho amado, duas pessoas diferentes. Todavia, esta verdade bíblica simples e negada pelas religiões da cristandade. Elas insistem que Jesus Cristo é o próprio Deus Todo-poderoso, a segunda pessoa duma Trindade, a terceira sendo o espírito santo.
3. Como se evidencia a confusão a respeito da doutrina da Trindade?
3 Esse ensino tem causado grande confusão entre o povo das religiões da cristandade, sendo esta uma das razões pelas quais a New Catholic Encyclopedia (Nova Enciclopédia Católica) chama a Trindade de um mistério. Sem dúvida, ela causa confusão até mesmo entre o clero, pois essa enciclopédia diz também: “Há poucos instrutores da teologia trinitária nos seminários católico-romanos que numa ocasião ou noutra não se atormentaram com a pergunta: ‘Mas, como é que se pode pregar a Trindade?’ E, se a pergunta é sintomática da confusão da parte dos estudantes, talvez não seja menos sintomática de similar confusão da parte de seus mestres.”
4. Qual é o ensino oficial das igrejas a respeito da Trindade?
4 Essa doutrina confusa é a crença central das religiões católicas e protestantes. A The Catholic Encyclopedia (A Enciclopédia Católica) diz: “Trindade é o termo empregado para qualificar a doutrina central da religião cristã . . . Assim, segundo as palavras do Credo Atanasiano: ‘O Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus, e, no entanto, não são três deuses, mas Deus é um só.’” Similarmente, num processo judicial envolvendo Testemunhas de Jeová na Grécia, a Igreja Ortodoxa Grega disse: “A doutrina fundamental do cristianismo, na qual todos os cristãos confessam crença. . . independente de seita ou de dogma, é . . . a Trindade, que Deus é Um em três pessoas.” A Igreja Ortodoxa Grega também declarou: “Cristãos são aqueles que aceitam a Cristo como Deus.” Afirmou que os que não aceitam a Trindade não são cristãos, mas sim hereges.
5, 6. Por que é importante conhecer a verdade sobre esse assunto?
5 Contudo, se este “fundamental” ensino da Trindade da cristandade não for verdadeiro, se for uma mentira, então o caso se inverte. Os verdadeiros cristãos o rejeitariam. Os que apostataram do cristianismo apegar-se-iam a ele. Com que conseqüências para este último grupo? No último livro da Bíblia, uma “revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu”, lemos a respeito dos que são desqualificados para a vida eterna no Reino de Deus: “Lá fora estão os cães e os que praticam o espiritismo, e os fornicadores, e os assassinos, e os idólatras, e todo aquele que gosta da mentira e a pratica.” — Revelação (Apocalipse) 1:1; 22:15.
6 Devido à sua importância, devemos ser informados quanto a de onde esse conceito da Trindade se originou, e por que se originou. Quem realmente está por detrás dele? O que têm a dizer sobre ele os modernos peritos bíblicos? Mas, antes de considerarmos esses assuntos, examinemos adicionalmente o que a própria Palavra inspirada de Deus diz a respeito. — 2 Timóteo 3:16, 17.
Não ‘Deus Filho’, mas sim “Filho de Deus”
7. O que revela a respeito de Jesus um estudo imparcial da Bíblia?
7 Jesus nunca afirmou ser o próprio Deus todo-poderoso. Qualquer leitura imparcial da Bíblia, sem conceitos preconcebidos sobre a Trindade, confirmará isso. Por exemplo, em João 3:16 Jesus disse: “Porque Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito.” Apenas dois versículos mais adiante Jesus disse novamente que era o “Filho unigênito de Deus”. (João 3:18) Quando os judeus acusaram Jesus de blasfêmia, ele respondeu: “Dizeis a mim, a quem o Pai santificou e mandou ao mundo: ‘Blasfemas’, porque eu disse: Sou Filho de Deus?” (João 10:36) Jesus não disse que ele era ‘Deus, o Filho’ mas sim que era “Filho de Deus”.
8. Que testemunho deram um oficial de exército e os que estavam com ele?
8 Quando Jesus morreu, até mesmo os soldados romanos que ali estavam sabiam que Jesus não era Deus: “O oficial do exército e os que com ele vigiavam sobre Jesus, quando viram o terremoto e as coisas que aconteciam, ficaram com muito medo, dizendo: ‘Certamente este era o Filho de Deus.’” (Mateus 27:54) Eles não disseram ‘este era Deus’ ou ‘este era o Deus Filho’, porque Jesus e seus discípulos ensinaram que Jesus era o Filho de Deus, não o Deus Todo-poderoso em forma humana.
9, 10. Que poderoso testemunho dão os Evangelhos quanto à relação entre Deus e Jesus?
9 O próprio Deus atestou que Jesus era seu Filho amado, conforme o escritor bíblico Mateus registrou concernente à ocasião em que Jesus foi batizado. (Mateus 3:17) Outros escritores bíblicos registraram a mesma coisa. Marcos escreveu: “Uma voz saiu dos céus: ‘Tu és meu Filho, o amado; eu te tenho aprovado.’” (Marcos 1:11) Lucas disse: “Uma voz saiu do céu: ‘Tu és meu Filho, o amado; eu te tenho aprovado.’” (Lucas 3:22) E João, o Batizador, que batizou a Jesus, atestou: “Dei testemunho de que este [Jesus] é o Filho de Deus.” (João 1:34) Assim, o próprio Deus, todos os quatro escritores do Evangelho e João, o Batizador, claramente declaram que Jesus era o Filho de Deus. E algum tempo depois, na transfiguração de Jesus, algo similar aconteceu: “Uma voz [de Deus] saiu da nuvem, dizendo: ‘Este é meu Filho, aquele que foi escolhido. Escutai-o.’” — Lucas 9:35.
10 Nesses relatos, estava Deus dizendo que ele próprio era seu filho, que ele enviou a si mesmo e que aprovou a si mesmo? Não, Deus, o Pai, o Criador, estava dizendo que ele enviara seu Filho Jesus, uma outra pessoa, para fazer a obra de Deus. Assim, em todas as Escrituras Gregas a frase “Filho de Deus” é usada para referir-se a Jesus. Mas, nenhuma vez sequer vemos a expressão ‘Deus Filho’, porque Jesus não era Deus todo-poderoso. Ele era o Filho de Deus. São duas pessoas diferentes, e nenhum “mistério” teológico pode mudar esta verdade.
O Pai É Superior ao Filho
11. Como mostrou Jesus que Deus era superior a ele?
11 Jesus sabia que não era igual a seu Pai, mas que, em todos os sentidos, era subordinado. Sabia que era um Filho amado que tinha profundo amor a seu Pai. É por isso que, vez após vez, Jesus fez declarações assim: “O Filho não pode fazer nem uma única coisa de sua própria iniciativa, mas somente o que ele observa o Pai fazer.” (João 5:19) “Desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” (João 6:38) “O que eu ensino não é meu, mas pertence àquele que me enviou.” (João 7:16) “Eu o conheço [a Deus], porque sou representante dele, e Este me enviou.” (João 7:29) Aquele que envia é o Superior. O enviado é o inferior, o servo. Quem envia é Deus. O enviado é Jesus. Não são a mesma pessoa. Como Jesus disse: “O escravo não é maior do que o seu amo, nem é o enviado maior do que aquele que o enviou.” — João 13:16.
12. Que ilustração mostra a posição subordinada de Jesus em relação ao Pai?
12 Isto também fica claro numa ilustração feita por Jesus. Ele comparou seu Pai, Jeová Deus, ao dono de um vinhedo que viajou para o exterior e deixou o vinhedo aos cuidados de lavradores — que obviamente representam o clero judaico. Com o tempo, o dono enviou um escravo para obter parte dos frutos do vinhedo, mas os lavradores espancaram o escravo e o despacharam de mãos vazias. Daí, o dono enviou um segundo escravo, e aconteceu o mesmo. Enviou um terceiro, que recebeu o mesmo tratamento. Então, o dono (Deus) disse: “Enviarei o meu filho [Jesus], o amado. É provável que respeitem a este.” Mas, os corruptos lavradores disseram: “‘Este é o herdeiro; matemo-lo, para que a herança se torne nossa.’ Com isso lançaram-no fora do vinhedo e o mataram.” (Lucas 20:9-16) Mais uma vez fica claro que Jesus está sujeito ao Pai, enviado pelo Pai para fazer a vontade do Pai.
13. Que claras declarações bíblicas mostram que Deus era o superior de Jesus?
13 O próprio Jesus disse: “O Pai é maior do que eu.” (João 14:28) Devemos crer em Jesus, pois ele certamente sabia a verdade a respeito de sua relação com seu Pai. O apóstolo Paulo também sabia que Deus era superior a Jesus e disse: “O próprio Filho [Jesus] também se sujeitará a . . . Deus.” (1 Coríntios 15:28) Vê-se isso também na declaração de Paulo em 1 Coríntios 11:3: “A cabeça do Cristo é Deus.” Jesus reconheceu que tinha um Deus superior quando disse aos seus discípulos: “Eu ascendo para junto de meu Pai e vosso Pai, e para meu Deus e vosso Deus.” — João 20:17.
14. Que outros textos bíblicos mostram que Jesus não era o Deus todo-poderoso?
14 Jesus fez menção da superioridade de Deus quando a mãe de dois dos discípulos pediu para que os seus filhos sentassem um à direita e outro à esquerda de Jesus, quando ele fosse investido do poder do Reino. Ele respondeu: “Assentar-se à minha direita e a minha esquerda não é meu para dar.” (Mateus 20:23) Se Jesus fosse o Deus todo-poderoso competiria a ele resolver isso. Mas, não lhe competia. Competia a seu Pai. Similarmente, ao enunciar a profecia sobre o fim deste sistema de coisas, Jesus declarou: “Acerca daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai.” (Marcos 13:32) Tivesse Jesus sido o Deus Todo-poderoso, ele saberia quando seria aquele dia e a hora. Mas, ele não sabia porque não era o Deus Onisciente. Era Filho de Deus, e não sabia tudo o que seu Pai sabia.
15. Quando estava prestes a morrer, como mostrou Jesus sujeição a Deus?
15 Quando prestes a morrer, Jesus mostrou sujeição a seu Pai em oração: “Pai, se tu quiseres, remove de mim este copo. Não obstante, ocorra, não a minha vontade, mas a tua.” (Lucas 22:42) A quem orava Jesus? A si mesmo? Não, ele orava a seu Pai, no céu. Isto fica claramente demonstrado nesta sua declaração: “Ocorra, não a minha vontade, mas a tua.” E daí, ao morrer, Jesus clamou: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” (Marcos 15:34) A quem clamava Jesus? A si mesmo? Não, ele clamava a seu Pai que estava no céu.
16. Como mostram a morte e a ressurreição de Jesus que ele não poderia ser o próprio Deus Todo-poderoso?
16 Depois da morte, Jesus ficou no túmulo por cerca de três dias. Quem o ressuscitou? Visto que estava morto, ele não podia ressuscitar a si mesmo. E se não estivesse realmente morto, não poderia ter pago o resgate pelo pecado de Adão. Mas ele deveras morreu, e ficou inexistente por cerca de três dias. O apóstolo Pedro nos diz quem ressuscitou a Jesus: “Deus o ressuscitou por afrouxar as ânsias da morte.” (Atos 2:24) O superior, o Deus Todo-poderoso, ressuscitou o inferior, seu Filho amado, Jesus. Para ilustrar: quando Jesus ressuscitou a Lázaro, quem era o superior? Era Jesus, pois ele pôde fazer com que Lázaro voltasse dentre os mortos. (João 11:41-44) Deu-se o mesmo quando Deus ressuscitou a Jesus. Deus era o superior, visto que podia fazer Jesus voltar dentre os mortos.
17. Que outra evidência existe de que Jesus não era Deus?
17 Não seria possível que Jesus fosse o próprio Deus, pois Jesus foi criado por Deus. Note como a versão da Editora Vozes traduz Apocalipse [Revelação], capítulo 3, versículo 14: “Eis o que diz o Amém, a testemunha fiel e veraz [Jesus], o princípio da criação de Deus.” Similarmente, Colossenses 1:15, 16 diz sobre Jesus: “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque mediante ele foram criadas todas as outras coisas nos céus e na terra . . . Todas as outras coisas foram criadas por intermédio dele e para ele.” Portanto, no céu, o Deus todo-poderoso criou diretamente seu Filho e daí, “mediante ele”, ou “por intermédio dele”, criou outras coisas, do mesmo modo como um profissional perito pode ter um empregado qualificado para trabalhar para ele. As coisas criadas “mediante ele” não incluem o próprio Jesus, pois Deus já o havia criado. Assim, o Filho é chamado de “primogênito”, o “unigênito”. Quando se diz que um filho é o primogênito, o unigênito, nunca significa que ele seja o mesmo que o pai. Sempre significa que há duas pessoas distintas envolvidas, o pai e o filho.
O Espírito Santo — Pessoa ou Força Ativa?
18. O que ensina a Bíblia a respeito do espírito santo?
18 Que dizer da suposta terceira pessoa da Trindade, o espírito santo, que se diz ser igual ao Pai e ao Filho em poder, substância e eternidade? Em parte alguma da Bíblia o espírito santo é mencionado junto com Deus e Cristo como sendo igual a eles. Por exemplo, Marcos 1:10 mostra que, por ocasião do batismo de Jesus, o espírito santo desceu sobre Jesus “como pomba”, não em forma humana. O espírito santo não era uma pessoa que descia sobre Jesus, mas sim a força ativa de Deus. Esse poder da parte de Deus habilitou Jesus a curar doentes e ressuscitar mortos. Como reza Lucas 5:17 na tradução do Centro Bíblico Católico: “O poder do Senhor [Deus] fazia-o [Jesus] realizar várias curas.” Mais tarde, em Pentecostes, os apóstolos também receberam o poder de Deus para curar doentes e levantar os mortos. Será que isso fez deles parte de alguma “divindade”? Não, eles simplesmente receberam poder de Deus, por meio de Cristo, para fazer o que os humanos normalmente não podem fazer.
19. Por que não é possível que o espírito santo seja a terceira pessoa duma Trindade?
19 Essa mesma força ativa é mencionada em Efésios 5:18, onde Paulo aconselha: “Ficai cheios de espírito.” Similarmente, Atos 7:55 diz que Estêvão estava “cheio de espírito santo”. E, em Pentecostes, os seguidores de Jesus “ficaram cheios de espírito santo”. (Atos 2:4) Pode um ser humano ficar literalmente cheio de outra pessoa? Não, mas pode ficar cheio do poder que emana de Deus. Esse espírito santo é a mesma força que Deus usou para criar o universo. Como diz Gênesis 1:2: “A força ativa de Deus movia-se por cima da superfície das águas.”
20. Que visão teve Estêvão, mostrando adicionalmente que a Trindade não é verdadeira?
20 Depois que Jesus foi ressuscitado, Estêvão teve uma visão do céu e “avistou a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus”. (Atos 7:55) Assim, duas diferentes pessoas estavam em evidência no céu: (1) Deus e (2) o ressuscitado Jesus Cristo. Espírito santo algum é mencionado nessa visão, pois ele não é uma terceira pessoa duma Trindade. O espírito santo, sendo a força ativa de Deus, origina-se de Deus, mas não como um ser à parte. É por isso que Estêvão viu apenas duas pessoas, não três.
21, 22. (a) O que admite certa enciclopédia religiosa a respeito do espírito santo? (b) Que pontos serão abrangidos no próximo artigo?
21 Sobre o espírito santo, a New Catholic Encyclopedia admite: “O V[elho] T[estamento] claramente não considera o espírito de Deus como sendo pessoa, nem no sentido estritamente filosófico, nem no sentido semítico. O espírito de Deus é simplesmente o poder de Deus. Se às vezes é representado como sendo distinto de Deus é porque o sopro de Iavé age exteriormente.” Diz também: “A maioria dos textos do N[ovo] T[estamento] revela o espírito de Deus como sendo algo, não alguém; isto se vê especialmente no paralelismo entre o espírito e o poder de Deus.”
22 Em vista de todos esses fatos, esta doutrina “fundamental” da cristandade, a Trindade, não pode ser verdadeira. A própria Palavra de Deus refuta essa afirmação. Ela mostra claramente que Jeová Deus é o Pai amoroso, e que Jesus Cristo é seu Filho amado, um Filho que tinha tamanho amor por seu Pai que se dispunha a ser obediente mesmo em face da morte. Contudo, alguns afirmam que há textos que aparentemente apóiam a Trindade, de modo que no próximo artigo examinaremos alguns deles. Também, consideraremos por que essa doutrina se tornou parte tão destacada da cristandade, e onde se originou.
Qual É Sua Resposta?
◻ O que ensina a Bíblia sobre Deus e sobre Jesus?
◻ Qual é, segundo a Bíblia, a relação entre o Pai e o Filho?
◻ Quais são alguns dos textos bíblicos que mostram que Deus é superior a Jesus?
◻ Por que não poderia o espírito santo ser parte duma Trindade?
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O conhecimento exato sobre Deus e seu Filho conduz à vidaA Sentinela — 1988 | 1.° de junho
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O conhecimento exato sobre Deus e seu Filho conduz à vida
“Isto significa vida eterna, que absorvam conhecimento de ti, o único Deus verdadeiro, e daquele que enviaste, Jesus Cristo.” — JOÃO 17:3.
1. Por que é tão importante ter conhecimento exato sobre Deus e Jesus Cristo?
TER conhecimento exato sobre Deus e seu Filho, Jesus Cristo, é vital para os que desejam a vida eterna. ‘A vontade de Deus é que toda sorte de homens sejam salvos e venham a ter um conhecimento exato da verdade.’ (1 Timóteo 2:4) Tal conhecimento, à base da Palavra inspirada de Deus, a Bíblia, nos fará saber quem é Deus e quais são as nossas obrigações para com ele. (2 Timóteo 3:16, 17; 1 João 2:17) Habilitar-nos-á também a corretamente identificar a Jesus Cristo e a nossa relação com ele. — Salmo 2:12; Filipenses 2:5-11.
2. O que pode resultar da falta de conhecimento exato?
2 Sem conhecimento exato podemos ser enlaçados por ensinos falsos promovidos pelo opositor de Deus, Satanás, o Diabo, que é “mentiroso e o pai da mentira”. (João 8:44) Portanto, se certa doutrina contradiz a Palavra de Deus, se é uma mentira, então, crer nela e ensiná-la desacredita a Jeová e nos coloca em oposição a ele. Assim, temos de examinar cuidadosamente as Escrituras Sagradas para saber distinguir entre a verdade e a falsidade. (Atos 17:11) Não queremos ser como os que estão “sempre aprendendo, contudo, nunca podendo chegar a um conhecimento exato da verdade”. — 2 Timóteo 3:1, 7.
3. O que ensina claramente a Bíblia sobre Deus, Jesus Cristo e o espírito santo?
3 Como vimos no artigo anterior, a doutrina da Trindade não e um ensino bíblico. Na sua própria Palavra, Deus nos diz claramente que ele é o Criador de todas as coisas, e que a sua primeira criação no céu foi seu Filho. (Revelação [Apocalipse] 4:11; Colossenses 1:15, 16) Deus enviou seu Filho à terra como humano para servir como sacrifício resgatador que proveu a base para o perdão dos pecados da humanidade, e para esclarecer adicionalmente pessoas sinceras a respeito de Deus e de seus propósitos. (Mateus 20:28; João 6:38) Todavia, o simples e claro ensino de que Deus e Cristo são duas pessoas diferentes, e que o espírito santo não é uma pessoa, mas sim a força ativa de Deus, foi deturpado no decorrer dos séculos. Em seu lugar, o ensino da Trindade passou a ser a doutrina fundamental da cristandade.
“Eu e o Pai Somos Um”
4. Por que não é veraz o que as religiões dizem sobre João 10:30?
4 As religiões muitas vezes citam João 10:30 para tentar apoiar a Trindade, embora não se faça menção alguma de uma terceira pessoa nesse versículo. Jesus disse ali: “Eu e o Pai somos um.” Mas, quis Jesus dizer que ele era o próprio Deus Todo-poderoso, apenas em forma diferente? Não, não podia ser, pois Jesus sempre disse que era o Filho de Deus, inferior a Ele e em sujeição a Ele. O que, então, quis Jesus dizer em João 10:30?
5, 6. (a) Em que sentido quis Jesus dizer que ele e seu Pai eram um? (b) Como se ilustra isso em conexão com os discípulos de Jesus?
5 Jesus quis dizer que ele era um com seu Pai em mentalidade e em objetivo. Pode-se ver isso em João 17:21, 22, onde Jesus pediu a Deus, em oração, que seus discípulos “todos [fossem] um”, “assim como tu, Pai, estás em união comigo e eu estou em união contigo, para que eles também estejam em união conosco . . . a fim de que sejam um, assim como nos somos um.” Orava Jesus para que todos os seus discípulos se tornassem uma só pessoa? Não, ele orava para que estivessem em união, que tivessem a mesma mentalidade e o mesmo objetivo, exatamente como Jesus e Deus têm.
6 A mesma idéia é expressa em 1 Coríntios 1:10, onde Paulo declarou que os cristãos devem ‘todos falar de acordo, e que não deve haver divisões entre eles, mas que devem estar aptamente unidos na mesma mente e na mesma maneira de pensar’. Assim, quando Jesus disse que ele e seu Pai eram um, não quis dizer que eram a mesma pessoa, assim como quando disse que seus discípulos deviam tornar-se um ele não quis dizer que eram a mesma pessoa.
Quem Era “a Palavra”?
7. (a) O que afirma a cristandade sobre João 1:1? (b) O que, em João 1:1, mostra imediatamente que não se fala ali de uma Trindade?
7 Contudo, que dizer de João 1:1, que na tradução Almeida da Bíblia e na King James Version (Versão Rei Jaime) diz: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”? João 1:14 nos diz que “a Palavra [o Verbo] se tornou carne e residiu entre nós”. A cristandade afirma que esta “Palavra” (ló·gos, em grego) que veio à terra como Jesus Cristo era o próprio Deus Todo-poderoso. Todavia, note que mesmo na tradução Almeida e na Rei Jaime João 1:1 diz: “O Verbo estava com Deus.” Alguém que está com outra pessoa não é a mesma que aquela outra pessoa. Assim, mesmo nessas traduções indicam-se duas pessoas distintas. Também, não se faz menção alguma de uma terceira pessoa de uma Trindade.
8. Como algumas traduções da Bíblia vertem a parte final de João 1: 1?
8 Quanto à tradução Almeida e a Rei Jaime dizerem na parte final de João 1:1 que o “Verbo era Deus”, outras traduções dizem algo diferente. Alguns exemplos:
1808: “e a palavra era um deus”. The New Testament, in an Improved Version, Upon the Basis of Archbishop Newcome’s New Translation: With a Corrected Text, Londres.
1864: “e um deus era a Palavra’. The Emphatic Diaglott, de Benjamin Wilson, Nova Iorque e Londres.
1935: “e a Palavra era divina”. The Bible—An American Translation, de J. M. P. Smith e E. J. Goodspeed, Chicago.
1935: “o Logos era divino”. A New Translation of the Bible, de James Moffat, Nova Iorque.
1975: “e um deus (ou da espécie divina) era a Palavra”. Das Evangelium nach Johannes, de Siegfried Schulz, Göttingen, Alemanha.
1978: “e da sorte semelhante a Deus era o Logos”. Das Evangelium nach Johannes, de Johannes Schneider, Berlim.
1979: “e um deus era o Logos”. Das Evangelium nach Johannes, de Jurgen Becker, Würzburg, Alemanha.
Também, a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs (1950 em inglês e 1963 em português), publicada pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Nova Iorque, traduziu assim essa frase: “E a Palavra era [um] deus.”
9. No texto grego, o que precede a primeira ocorrência do substantivo the·ós (deus) em João 1:1, mostrando que se refere ao Deus todo-poderoso?
9 Harmonizam-se tais traduções com a construção gramatical de João 1:1 na língua grega? Sim. Em João 1:1 há duas ocorrências do substantivo grego the·ós (deus). A primeira se refere ao Deus todo-poderoso, com quem a Palavra estava — “e a Palavra [ló·gos] estava com o Deus [uma forma de the·ós]”. O primeiro the·ós é precedido de uma forma do artigo definido grego ho. O substantivo the·ós, com o artigo definido ho na frente dele, indica uma identidade à parte, neste caso, o Deus todo-poderoso — “e a Palavra estava com o Deus”.
10. Sobre a segunda ocorrência de the·ós em João 1:1, o que indica a omissão do artigo ho?
10 Mas, na parte final de João 1:1, traduções como as alistadas no parágrafo 8, vertem o segundo the·ós (um substantivo predicativo) por “divino” ou “um deus”, em vez de “Deus”. Por quê? Porque o segundo the·ós é um substantivo predicativo singular que ocorre antes do verbo e sem o artigo definido ho em grego. Neste versículo, esse tipo de construção de sentença aponta para uma característica ou qualidade de alguém. Traz à atenção a natureza da Palavra, que ele era “divino”, “um deus”, mas não o Deus todo-poderoso. Isto se harmoniza com os muitos outros textos que mostram que “a Palavra” era o porta-voz de Deus, enviado à terra por Deus. Como diz João 1:18: “Nenhum homem jamais viu a Deus; o deus unigênito [o Filho criado no céu pelo Deus todo-poderoso], que está na posição junto ao seio do Pai, é quem [veio à terra como o homem Jesus e] o [referindo-se ao Deus todo-poderoso] tem explicado.”
11. Que exemplo bíblico há de o tradutor inserir o artigo “um” onde não existe no grego, e por que se faz isso?
11 Há muitos outros versículos bíblicos em que os que traduzem do grego para outra língua inserem o artigo “um” antes do substantivo predicativo, embora não exista artigo no texto grego. Essa inserção do artigo na tradução destaca a característica ou qualidade do substantivo. Por exemplo, em Marcos 6:49, quando os discípulos viram Jesus andando sobre a água, a Versão Rei Jaime diz “pensaram tratar-se de um espírito” (fán·ta·sma, em grego). A Tradução do Novo Mundo mais corretamente traduz a frase: “Pensaram: ‘É uma aparição!’” Do mesmo modo, a correta tradução de João 1:1 mostra que a Palavra não era “Deus”, mas sim “um deus”.
12. Que uso similar do artigo indefinido “um” se faz em João 8:44?
12 Dois exemplos similares são encontrados em João, capítulo 8, versículo 44. Ali, Jesus, falando a respeito do Diabo, disse: “Esse foi um homicida quando começou . . . ele é um mentiroso e o pai da mentira.” Similar a João 1:1, no grego original o substantivo predicativo em ambas essas expressões (“homicida” e “mentiroso”) precede o verbo e não tem artigo definido. Em cada caso, uma qualidade ou característica do Diabo está sendo descrita e, em muitas traduções em línguas modernas, é necessário inserir o artigo indefinido (“um”) a fim de transmitir isso. [Opcional em português.] De modo que a Versão Rei Jaime traduz assim essas expressões: “Ele era um assassino . . . ele é um mentiroso e o pai da mentira.” — Veja também Marcos 11:32; João 4:19; 6:70; 9:17; 10:1, 21; 12:6.
“Meu Senhor e Meu Deus”
13, 14. Por que podia Tomé chamar Jesus de “meu Deus” sem querer dizer que Jesus era Jeová?
13 Os trinitaristas também citam João 20:28 para apoiar as suas afirmações. Ali, Tomé disse a Jesus: “Meu Senhor e meu Deus!” Como já se mostrou, não há objeção a Tomé referir-se a Jesus como um deus. Isto estaria em harmonia com o fato de que Jesus, em sua existência pré-humana, certamente era um deus, isto é, uma pessoa poderosa, divina. E por certo o tem sido também desde a sua morte e ressurreição à vida celestial. Jesus até mesmo citou dos Salmos para mostrar que seres humanos poderosos eram chamados de “deuses”. (Salmo 82:1-6; João 10:34, 35) O apóstolo Paulo disse que há “muitos ‘deuses’ e muitos ‘senhores’”. (1 Coríntios 8:5) Até mesmo Satanás é chamado de “o deus deste sistema de coisas”. — 2 Coríntios 4:4.
14 Cristo ocupa uma posição muito mais elevada do que homens imperfeitos, ou do que Satanás. Se estes podem ser chamados de “deuses”, certamente Jesus também pode, e foi, chamado de deus. Devido à sua posição ímpar com relação a Jeová, Jesus é “o deus unigênito” (João 1:18), um “Deus Poderoso” (Isaías 9:6), e “um deus” (João 1:1). Assim, nada havia de impróprio em Tomé dirigir-se a Jesus naqueles termos. Tomé dizia que Jesus era um deus para ele, um divino, um poderoso. Mas, não dizia que Jesus era Jeová, motivo pelo qual Tomé disse “meu” Deus e não “o” Deus.
15. Como e que o versículo 31 de João, capítulo 20, claramente identifica quem Jesus é?
15 Apenas três versículos mais adiante, em João 20:31, a Bíblia diz: “Mas, estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus.” Qualquer dúvida quanto ao que Tomé talvez quisesse dizer se dissipa aqui. O escritor bíblico João claramente diz que Jesus é o Filho de Deus, não o próprio Deus todo-poderoso.
Não Igual a Deus
16. Que afirmação fizeram os judeus, e como Jesus a refutou?
16 Outro texto que as religiões citam é João 5:18. Diz que os judeus queriam matar a Jesus porque ele “também chamava a Deus de seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”. Quem estava dizendo que Jesus fazia-se igual a Deus? Não era Jesus. Ele esclareceu isso logo no versículo seguinte (Jo 5:19), por dizer: “O Filho não pode fazer nem uma única coisa de sua própria iniciativa, mas somente o que ele observa o Pai fazer.” Assim, Jesus não afirmava que ele era Deus todo-poderoso ou igual a Ele. Estava mostrando aos judeus que eles estavam equivocados, que ele não era Deus, mas sim o Filho de Deus, e que, como porta-voz de Deus, não podia agir por iniciativa própria. Podemos imaginar o todo-poderoso Deus do universo dizer que não podia fazer nada de sua própria iniciativa? Portanto, os judeus fizeram uma acusação, e Jesus a refutou.
17. (a) Qual é o claro testemunho da própria Palavra inspirada de Deus sobre a identidade de Jeová, de Jesus Cristo e do espírito santo? (b) O que deve ser feito com qualquer texto bíblico que os trinitaristas apontem na tentativa de justificar a sua crença?
17 Por conseguinte, à base do testemunho de Deus em sua própria Palavra inspirada, do testemunho de Jesus e do testemunho dos discípulos de Jesus, a evidência sobrepujante mostra claramente que o Deus todo-poderoso e Jesus Cristo são duas pessoas distintas, Pai e Filho. Essa evidência também mostra claramente que o espírito santo não é a terceira pessoa duma Trindade, mas sim a força ativa de Deus. E fútil tirar textos do seu contexto, ou tentar torcê-los para apoiar a Trindade. Quaisquer desses textos precisam harmonizar-se com o restante do testemunho claro da Bíblia.
Por Que Surgiu a Trindade?
18. De onde se originou a doutrina da Trindade?
18 Se verificar a página 18, “Desenvolvimento Histórico da Doutrina da Trindade”, notará que a Trindade tem raízes pagãs. Não é um ensino bíblico, mas foi adotada pela cristandade no quarto século. Contudo, muito antes disso, havia trindades na antiga Babilônia, no antigo Egito e em outros lugares. A cristandade incorporou assim um conceito pagão em seus ensinos. Isto foi instigado pelo imperador romano Constantino, que não se interessava pela verdade nesse assunto, mas sim em fortalecer seu império composto de pagãos e de cristãos apóstatas. Longe de ser produto de um ensino cristão, a Trindade era evidência de que a cristandade apostatara dos ensinos de Cristo e em seu lugar adotara ensinos pagãos.
19. Por que se desenvolveu a doutrina da Trindade?
19 Por que se desenvolveria uma doutrina assim? Por certo, tornar confusos e misteriosos a Deus, a Seu Filho e a Seu espírito santo não serve aos interesses de Deus. E, ficarem confusas as pessoas não serve aos interesses delas. Ao contrário, quanto mais confusas ficarem a respeito de Deus e de seus propósitos, tanto melhor será para Satanás, o Diabo, o opositor de Deus, o ‘deus deste mundo’, que se empenha em ‘cegar a mente dos incrédulos’. (2 Coríntios 4:4) Visto que tal doutrina faz parecer que apenas os teólogos podem entender os ensinos bíblicos, isso convém também aos líderes religiosos da cristandade. Ajuda-os a manter o seu controle sobre o povo.
20. (a) Qual é a verdade simples a respeito da Trindade? (b) O que significará para nós assimilar conhecimento exato sobre verdades libertadoras?
20 Todavia, a verdade sobre esse assunto é tão simples que uma criança a pode entender. Um menino sabe que ele não é o mesmo que seu pai, mas que são dois indivíduos distintos. Similarmente, quando a Bíblia diz que Jesus Cristo é o Filho de Deus, é exatamente isso o que ela quer dizer. Esta é a verdade simples, ao passo que a doutrina da Trindade não é. É uma mentira. Assim, deve ter-se originado do “chamado Diabo e Satanás, que está desencaminhando toda a terra habitada”. (Revelação 12:9) No entanto, as verdades simples e reanimadoras sobre Deus, seu Filho Jesus Cristo e o poderoso espírito santo de Deus libertam as pessoas da servidão a ensinos falsos enraizados no paganismo e produzidos por Satanás. Como disse Jesus aos que sinceramente buscam a verdade: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32) Assimilar conhecimento exato de verdades libertadoras, bem como agir segundo elas, “significa vida eterna”. — João 17:3.
Qual É Sua Resposta?
◻ Por que é tão importante ter conhecimento exato sobre Deus e seu Filho?
◻ O que quis Jesus dizer com as palavras: “Eu e o Pai somos um”?
◻ Que distinção faz João 1:1 entre a Palavra e Deus?
◻ Por que podia Tomé corretamente chamar a Jesus de “meu Deus”?
◻ Como surgiu a doutrina da Trindade, e quem é seu autor?
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