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CãoEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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Um indício adicional do desprezo que se tinha destes cães selvagens, necrófagos, são os seguintes exemplos: “Sou eu algum cão?” berrou Golias para Davi, porque este último viera a ele com um bastão. (1Sa 17:43) “No encalço de quem vais? Atrás de um cão morto?” perguntou Davi ao Rei Saul, mostrando assim que ele era insignificante e não podia prejudicar Saul assim como um cão morto não o podia. (1Sa 24:14) De modo similar, Mefibosete, filho de Jonatã, ao falar ao Rei Davi, chamou a si mesmo de “cão morto”, a condição mais baixa possível. (2Sa 9:8; veja também 2Sa 3:8; 16:9; 2Rs 8:13.) O profeta Isaías comparou os professos vigias espirituais de Deus a cães mudos, cochilantes, cheios de desejos de alma, totalmente ineficazes no caso dum perigo. (Is 56:10, 11) Os inimigos dos servos de Jeová eram comparados a cães, e assim também os gentios. (Sal 22:16, 20; 59:6, 14; Mt 15:26, 27; veja SIRO-FENÍCIA.) Jesus Cristo comparou as pessoas que não têm apreço pelas coisas espirituais a cães, dizendo: “Não deis aos cães o que é santo.” — Mt 7:6.
À luz do sentido figurado desfavorável ligado ao cão, a condição muito baixa do Lázaro da ilustração de Jesus é claramente refletida nas palavras: “Os cães vinham e lambiam as suas úlceras.” (Lu 16:21) Todavia, até mesmo o desprezado cão está em situação melhor do que um leão morto, porque o cão vivo está consciente, ao passo que o leão morto, o animal régio, não está consciente de absolutamente nada. — Ec 9:4, 5.
A maneira de o cão lamber a água, enquanto ao mesmo tempo mantém os olhos abertos para com as condições ao redor, foi mencionada quando Deus prescreveu uma prova aos voluntários do exército de Gideão. Apenas os que estavam atentos, lambendo a água da mão, “assim como lambe o cão”, deviam ser escolhidos para a luta conta Midiã. — Jz 7:5.
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CapadóciaEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CAPADÓCIA
Nos dias dos apóstolos, a Capadócia era uma grande região interiorana na parte oriental da Ásia Menor, com um clima predominantemente frio e com florestas esparsas. Ocupava um planalto com elevações de 900 m em grande parte da região. Embora seus limites se alterassem no decorrer da sua história, eram basicamente o Ponto ao N, a Galácia e a Licaônia no O, a Cilícia e os montes Tauro no S, e a Armênia e o alto rio Eufrates no L. Havia muita criação de ovelhas, e também eram abundantes o gado bovino e bons cavalos. O trigo era o principal cereal cultivado.
A Capadócia foi tornada parte do Império Persa sob Ciro, e a região original foi constituída nas duas satrapias do Ponto e da Capadócia. Durante a dinastia selêucida da Síria, permitia-se que governassem reis tributários. O imperador romano Tibério pôs fim a isso em 17 EC, e a Capadócia se tornou província romana, sob a administração de um procurador. Vespasiano ampliou a província em 70 EC, combinando-a com a Armênia, formando assim uma importante província fronteiriça no Leste. A Capadócia tinha importância estratégica por causa das estradas que atravessavam a região, uma delas indo de Tarso, junto ao Mediterrâneo, através do desfiladeiro conhecido como Portas Cilicianas, na cordilheira do Tauro, seguindo pela Capadócia até a província do Ponto, e até portos do Mar Negro.
Os naturais da Capadócia eram evidentemente arianos do ramo jafético, mas povoados judaicos estavam em evidência por volta do segundo século AEC. Judeus da Capadócia estavam presentes em Jerusalém em Pentecostes de 33 EC. (At 2:9) Provavelmente em resultado disso, o cristianismo espalhou-se na Capadócia já bastante cedo, e cristãos capadócios estavam entre aqueles a quem Pedro se dirigiu na sua primeira carta. — 1Pe 1:1.
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Capitão do TemploEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CAPITÃO DO TEMPLO
O oficial, segundo em dignidade após o sumo sacerdote (At 4:1), encarregado do sacerdócio oficiante e dos levitas, os quais estavam organizados sob capitães de menor categoria para guardar o templo em Jerusalém e para manter a ordem. (Lu 22:4, 52) Havia 24 turmas de levitas, turmas que serviam uma semana por vez, em rodízio, duas vezes por ano. Cada turma provavelmente dispunha também de um capitão, havendo vários capitães de grupos menores.
Os capitães eram homens influentes. Conspiraram junto com os principais sacerdotes em contratar Judas para trair a Jesus. Trouxeram suas forças, junto com os sacerdotes, para prender Jesus. (Lu 22:3, 4, 52) Foi o capitão do templo quem deu caráter oficial à prisão de Pedro e de João no templo. (At 4:1, 3) Numa ocasião posterior, depois de Pedro e alguns dos apóstolos terem sido soltos da prisão por um anjo, o capitão do templo foi com seus oficiais para levá-los perante o Sinédrio dum modo aparentemente legal, sem violência. — At 5:24-26.
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CapitelEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CAPITEL
A parte superior e a decoração de remate duma coluna dum edifício. Capitéis maciços encimavam Jaquim e Boaz, as colunas situadas na frente do templo de Salomão. (2Cr 3:15-17) Esses capitéis, e as colunas sobre as quais se assentavam, foram feitos sob a direção do artífice Hirão, por ocasião da construção do templo (1034-1027 AEC), e sobreviveram mais de 400 anos, até que Jerusalém foi saqueada pelos babilônios em 607 AEC. (2Cr 4:11-13; Je 52:17, 22) Em todas as referências a esses capitéis, exceto em uma, usa-se a palavra hebraica ko·thé·reth. Deriva da raiz ka·thár (‘cercar’; Jz 20:43) e é aparentada com ké·ther (“toucado”; Est 1:11). A palavra hebraica para “capitel”, que ocorre em 2 Crônicas 3:15 (tsé·feth), deriva do verbo radical tsa·fáh, que significa “recobrir”. — Êx 25:11.
As próprias colunas eram de cobre fundido, com cerca de 1,70 m de diâmetro e 18 côvados (8 m) de altura. Além disso, os capitéis tinham 5 côvados (2,20 m) de altura. (1Rs 7:15, 16) Em vista das passagens que indicam que os capitéis tinham cinco côvados de altura, diversos peritos concluíram que a referência a “três côvados”, em 2 Reis 25:17, é um erro de escriba. Este é o motivo de algumas traduções da Bíblia (por exemplo: BJ, PIB) substituírem “três côvados” com “cinco côvados”. Visto que as colunas eram ocas, com paredes de uns 7,5 cm de espessura, é razoável supor-se que os capitéis eram de construção similar e também foram fundidos em moldes de argila “no Distrito do Jordão”. — 2Cr 4:17; Je 52:21.
Pela descrição limitada destes capitéis em forma de tigela é impossível descrever sua aparência ou formato exato. Ao redor da parte inferior de cada um havia sete redes de cobre entrelaçadas, e destas pendiam duas fileiras de 100 romãs de cobre cada uma, suspensas por correntes de cobre. Estas estavam dispostas como colares em torno dos capitéis. (1Rs 7:17, 18, 20, 42; 2Cr 3:16) Parece que do lado do capitel junto ao templo, quatro romãs em cada corrente de 100 ficavam um tanto fora da vista, pois Jeremias diz que “vieram a ser noventa e seis, aos lados” (literalmente, “do lado que sopra o vento”; “aos lados”, ALA; “que se viam”, So). (Je 52:23) Acima destas romãs decorativas havia “um trabalho de lírio” de 4 côvados (1,8 m). — 1Rs 7:19, 22.
Outros capitéis mencionados na Bíblia são os “capitéis” de Nínive (hebr.: kaf·toh·rím), condenados a ser frequentados por ‘pelicanos e porco-espinhos’. — Sof 2:13, 14.
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CaprídeoEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CAPRÍDEO
Veja CABRITO (BODE).
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CarcaEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARCA
[Piso].
Lugar na fronteira S de Judá, entre Adar (N.º 2) e Azmom. (Jos 15:1-4) A localização exata hoje é incerta. Alguns peritos o identificam provisoriamente com um bem construído reservatório de água na confluência do uádi el-ʽAin e o uádi Umm Hashim, a uns 4 km ESE de Azmom (ʽAin el-Qeseimeh). — Veja CADES, CADES-BARNEIA.
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CarcasEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARCAS
Um dos sete oficiais da corte do Rei Assuero, por meio de quem fez a não atendida convocação da presença de Vasti. — Est 1:10-12; veja OFICIAL DA CORTE.
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CarcereiroEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARCEREIRO
Alguém que mantém, sob sua custódia, pessoas acusadas de terem violado a lei; um guarda carcerário. Duas palavras gregas são traduzidas nas Escrituras como carcereiro: ba·sa·ni·stés, que significa “atormentador” ou “torturador”, e de·smo·fý·lax, composta de de·smós (banda, grilhão) e fý·lax (guarda).
Os carcereiros frequentemente infligiam torturas cruéis aos presos, daí serem chamados de ba·sa·nistés. Por exemplo, os devedores eram às vezes lançados na prisão por deixarem de pagar o que deviam. Ali, o carcereiro talvez os açoitasse e torturasse, e não seriam soltos até que, como Jesus disse, tivessem ‘pago a última moeda de pouco valor’. (Mt 5:25, 26) Este era também o ponto da ilustração de Jesus sobre o escravo desapiedado. Quando o amo soube o que seu escravo ingrato fizera, “entregou-o aos carcereiros [ba·sa·ni·staís], até que pagasse de volta tudo o que devia”. — Mt 18:34, 35; compare isso com Re 14:11, onde “tormento” é tradução de ba·sa·ni·smoú.
Se os presos escapassem, os carcereiros eram passíveis de sofrer a pena imposta ao fugitivo, segundo o costume romano. Por isso, quando Pedro foi liberto da prisão por um anjo, lemos que Herodes “examinou os guardas e mandou que fossem levados à punição”. — At 12:19.
Em Filipos, Paulo e Silas foram arrastados perante os magistrados civis, que ordenaram que fossem espancados com varas, e “depois de lhes terem infligido muitos golpes, lançaram-nos na prisão, ordenando ao carcereiro [de·smo·fý·la·ki] que os mantivesse seguros. Ele, por ter recebido tal ordem, lançou-os na prisão interior e prendeu os seus pés no tronco”. (At 16:22-24) Daí, no meio da noite, um grande terremoto abriu todas as portas da prisão. Isto fez com que o carcereiro imaginasse que os presos tinham escapado, e compreendendo o severo castigo que receberia neste caso, estava prestes a matar-se quando Paulo o avisou de que todos estavam ali. Estes acontecimentos, junto com as instruções de Paulo, moveram esse carcereiro a ter fé, e ele e os da sua casa se tornaram crentes batizados. — At 16:25-36.
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CarcorEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARCOR
O acampamento ao L do Jordão, do qual as remanescentes forças dos reis midianitas Zeba e Zalmuna foram desbaratadas pela manobra militar de surpresa do juiz Gideão. (Jz 8:10, 11) A localização exata de Carcor hoje é desconhecida.
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CareáEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CAREÁ
[Calvo; Calvície].
Homem de Judá, cujos filhos Joanã e Jonatã eram chefes das forças militares em Judá. Isto era no tempo em que Gedalias foi comissionado pelo rei de Babilônia a governar os judeus que não haviam sido levados ao exílio babilônico, depois da destruição de Jerusalém em 607 AEC. — 2Rs 25:21-23; Je 40:7, 8.
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CargaEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARGA
Veja FARDO.
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CarmelitaEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARMELITA
Veja CARMELO N.º 2.
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CarmeloEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARMELO
[Pomar].
O nome tanto de uma cadeia montanhosa como de uma cidade. A palavra hebraica kar·mél é usada para se referir a um “pomar”. — Is 16:10; 32:15; Je 2:7.
1. A cadeia do Carmelo é um contraforte de aresta da cordilheira central de Israel, estendendo-se dali na direção NO, com seu promontório NO chegando a cerca de 180 m do mar Mediterrâneo. A cadeia inteira tem cerca de 50 km de comprimento, estendendo-se desde o Mediterrâneo até a planície de Dotã, além da qual estão as colinas de Samaria. A cadeia possui três seções distintas, estando as serras do NO e do SE separadas por uma bacia rochosa ou planalto de menor altitude no centro. A seção NO, situada ao NO de ʽIsfiya, possui o ponto mais elevado, uns 545 m acima do nível do mar. Não se tem certeza se o nome Carmelo, nos tempos bíblicos, se aplicava à inteira cadeia ou apenas à serra ao NO, que tem cerca de 21 km de extensão. Nos tempos modernos, o nome Monte Carmelo (Jebel el-Karmal; Har Karmel) é atribuído a essa última parte. Jocneão, cidade real cananeia, estava situada no extremo SE desta seção superior e é mencionada como estando “no Carmelo”. Megido e Taanaque, nas encostas L da seção SE, não são chamadas assim. — Jos 12:22.
A terra para a qual Israel se mudou quando cruzou o Jordão pode ser dividida geograficamente em três seções básicas, cada uma estendendo-se por todo o comprimento da terra, de N a S: o vale do Jordão, a região das colinas e a planície costeira. A cadeia do Carmelo, porém, interrompe de forma definida este padrão geral. Interrompendo a continuidade das cadeias montanhosas N-S, produz o bem conhecido vale de Jezreel, ou Esdrelom, que flanqueia o lado SE da cadeia do Carmelo. Similarmente, o cabo ou promontório do Carmelo, projetando-se na planície costeira mediterrânea, separa a planície de Aser (ao N do Carmelo) das planícies de Sarom e da Filístia (ao S do Carmelo). Logo ao N do promontório do Carmelo, a orla marítima recua fortemente para formar a baía de Aco, onde a moderna Haifa é agora um importante porto marítimo. O Carmelo constituía um dos marcos limítrofes do território da tribo de Aser. — Jos 19:24-26.
O Carmelo constituía um bloqueio natural para as caravanas e os exércitos que viajavam entre a Mesopotâmia e o Egito. As encostas orientais (que dão para a planície de Aser e para o vale de Jezreel) elevam-se de forma muito íngreme, e, desde tempos antigos, a serra do Carmelo está coberta de densa vegetação, composta de árvores e arbustos, que torna a passagem difícil. Existe uma estreita faixa de terra entre o sopé do promontório do Carmelo e o mar, mas tomar esta rota significava um considerável desvio, e também colocava os exércitos em avanço numa posição vulnerável. Havia passos nas montanhas que levavam do vale de Jezreel através da serra, junto às cidades-fortalezas de Jocneão e Taanaque, mas o passo em Megido, entre essas duas, era muito mais fácil de atravessar, e, assim, era mais vital. Outra rota principal, porém, ia para o S, desde a cidade de Megido na encruzilhada, passava ao largo do restante da cadeia do Carmelo, e então virava para o O, para a costa, através da planície de Dotã.
O Carmelo muitas vezes é associado com regiões férteis, tais como o Líbano, Sarom e Basã. (Is 35:2; Je 50:19) O Rei Uzias, “amante da agricultura”, tinha lavradores e vinhateiros no Carmelo (2Cr 26:10), e os restos de numerosos lagares de vinho e de azeite, de pedra lavrada, são ali encontrados. Os profetas simbolizaram os efeitos desastrosos do julgamento adverso de Jeová contra Israel com o secamento da abundante vegetação do Carmelo. (Is 33:9; Am 1:2; Na 1:4) Suas encostas, varridas pelos ventos marítimos, ainda têm pomares, olivais e vinhedos, e na primavera ficam atapetadas de magnífica exibição de flores. No Cântico de Salomão (7:5), a cabeça da donzela sulamita é assemelhada ao Carmelo, a semelhança referindo-se quer aos seus cabelos abundantes, quer à forma como sua cabeça bem modelada se erguia majestosamente sobre o pescoço. A aparência majestosa do Carmelo, em especial o promontório que se eleva dramaticamente da costa, assim como o monte Tabor ascende impressionantemente no vale de Jezreel, também foi usada para representar a imponente figura de Nabucodonosor, ao avançar para a conquista do Egito. — Je 46:18.
O Carmelo era, evidentemente, um dos principais lugares para onde fugia o povo de Samaria ao procurar refúgio. Embora não fosse de maneira alguma a cadeia de maior altitude, sua população esparsa, sua densa cobertura florestal, e também as numerosas cavernas existentes na macia rocha calcária das suas encostas rochosas, serviam para ocultar os refugiados. No entanto, o profeta Amós mostrou que tal refúgio resultaria em ser fútil para aqueles que fugissem do julgamento justo de Jeová. — Am 9:3.
Historicamente, o monte Carmelo figura mormente nas atividades dos profetas Elias e Eliseu. (FOTO, Vol. 1, p. 950) Foi ali que Elias fez que o Rei Acabe reunisse o povo para presenciar a prova entre Baal, representado pelos 450 profetas de Baal, e Jeová, o verdadeiro Deus, representado por Elias. (1Rs 18:19-39) Depois desta prova, Elias mandou levar os falsos profetas para o vale da torrente do Quisom, que corre ao longo do sopé oriental do Carmelo, antes de terminar na baía de Aco, e ali os abateu. (1Rs 18:40) Do cume do Carmelo, Elias orou pedindo o fim da seca de três anos e meio, e dali seu ajudante viu a pequena nuvem que prenunciava o forte temporal que se seguiu. (1Rs 18:42-45; Tg 5:17) Dali Elias correu pelo menos 30 km até Jezreel, em todo o caminho, com a ajuda de Jeová, sempre à frente do carro de Acabe. — 1Rs 18:46.
Eliseu, sucessor de Elias, depois da separação deles junto ao rio Jordão, partindo de Jericó, via Betel foi até o Carmelo. (2Rs 2:15, 23, 25) Eliseu estava de novo no monte Carmelo, quando a mulher de Suném (a curta distância ao N de Jezreel) veio procurar sua ajuda para o filho dela que morrera. — 2Rs 4:8, 20, 25.
2. Cidade na região montanhosa de Judá (Jos 15:1, 48, 55), identificada pela maioria dos geógrafos como Khirbet el-Kirmil (Horvat Karmel), cerca de 11 km a SSE de Hébron.
O Rei Saul erigiu “um monumento [hebr.: yadh]” no Carmelo, evidentemente comemorando sua vitória sobre os amalequitas. (1Sa 15:12) Embora a palavra hebraica yadh que aparece neste texto usualmente seja traduzida por “mão”, ela pode também referir-se a um “monumento” ou memorial erguido, conforme mostrado pelo uso da acompanhante frase verbal “estava erigindo”, em conexão com o ato de Saul e pelo fato de que anos mais tarde o “Monumento de Absalão”, ou yadh dele, é especificamente chamado de coluna. — 2Sa 18:18.
No tempo em que Davi era fugitivo diante do homicida Saul, “Nabal, o carmelita” (embora evidentemente morasse na vizinha Maom) apascentava seus grandes rebanhos nas pastagens das ondulantes regiões montanhosas do Carmelo. (1Sa 25:2; 30:5; 2Sa 2:2; 3:3) Quando Nabal se negou a compensar com merecidas provisões as forças protetoras de Davi, a iniciativa e o tato da esposa de Nabal, “Abigail, a carmelita”, serviram para refrear Davi de ter culpa de sangue. (1Sa 25:2-35) Abigail tornou-se mais tarde esposa de Davi. — 1Sa 25:36-42; 27:3; 1Cr 3:1.
“Hezro, o carmelita”, estava entre os poderosos das forças militares de Davi. — 2Sa 23:8, 35; 1Cr 11:26, 37.
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CarmesimEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARMESIM
Veja CORES.
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CarmiEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARMI
[possivelmente: Vinhateiro].
1. Filho de Rubem e irmão de Anoque, Palu e Esrom; antepassado dos carmitas. Carmi, com os demais da casa de Jacó, foi ao Egito. — Gên 46:9; Êx 6:14; Núm 26:6; 1Cr 5:3.
2. Pai de Acã; descendente de Judá e Tamar, por meio de Zerá e de Zabdi. (Jos 7:1, 18) A designação “filhos de Judá”, em 1 Crônicas 4:1, onde se alista Carmi, evidentemente deve ser entendida como incluindo descendentes posteriores. — Veja 1Cr 2:4-7.
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CarmitasEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARMITAS
[De (Pertencente a) Carmi].
Uma família descendente de Carmi, filho de Rubem. — Núm 26:5, 6.
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CarneEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARNE
A palavra hebraica ba·sár e a grega sarx referem-se primariamente à substância macia dum corpo físico, quer de homem, animal, ave, quer de peixe; mais especificamente, às partes compostas principalmente de músculo e de gordura. A Bíblia indica que a carne das várias espécies de coisas vivas difere. (1Co 15:39) Os pesquisadores comprovaram isto; notaram que a composição química e a estrutura celular da carne da humanidade, dos animais, das aves e dos peixes variam grandemente.
Jeová Deus, o Criador, é responsável pela existência de toda a carne, e por sua vida. A Bíblia se refere a ele como “Jeová, o Deus dos espíritos [inclusive a força de vida] de toda sorte de carne”. (Núm 27:16; compare isso com Gên 6:17.) Ele declara que a alma (vida) da criatura carnal está no sangue. (Le 17:11-14) Originalmente, a vegetação e as frutas, e não a carne, foram dadas ao homem como sua alimentação. Mas, após o Dilúvio, Deus adicionou a carne animal à alimentação, ordenando, porém, que “a carne com a sua alma — seu sangue — não deveis comer”. — Gên 9:3, 4.
Comer carne humana era mencionado como uma maldição de Deus. Os israelitas tinham aversão a isso, já que é uma prática naturalmente repulsiva para a mente humana. (De 28:45, 53-57; 2Rs 6:28-30) Tampouco podiam comer a carne de um animal dilacerado por um animal selvagem, ou a de um que simplesmente morrera. Estas seriam detestáveis, além de não se ter feito o devido sangramento. — Êx 22:31; Le 17:15, 16; De 14:21.
Deus ordenou que, antes de comer a carne dum animal, seu povo devia derramar o sangue dele no solo e cobri-lo com pó, tendo cuidado de não comer o sangue, sob pena de morte. (De 12:23-25; Le 7:27) O corpo governante da primitiva congregação cristã repetiu esta proibição, proscrevendo comer animais estrangulados ou não sangrados. Além disso, proibiu comer carne como parte duma oferta de participação em comum feita a ídolos, prática costumeira entre os pagãos daqueles dias. (At 15:19, 20, 28, 29) Os cristãos podem corretamente comer carne, mas o apóstolo Paulo salientou que a carne não é absolutamente essencial ao homem como alimento, ao dizer que, se comer ele carne fosse motivo de tropeço para outros cristãos, ‘nunca mais comeria carne alguma’. — Ro 14:21; 1Co 8:13; veja ALIMENTO; ÍDOLOS, CARNES OFERECIDAS AOS.
O corpo carnal dado ao homem devia ser considerado inviolável e não ser deliberadamente submetido a maus-tratos ou mutilado, quer pela própria pessoa, quer por outrem. — Le 19:28; De 14:1; Êx 21:12-27.
Parentesco. O parentesco é expresso pelo termo “carne”. Eva era do parentesco mais achegado possível a Adão, no sentido de que era, como ele disse, “osso dos meus ossos e carne da minha carne”. (Gên 2:23; veja também Gên 29:14; 37:27; 2Sa 5:1.) O íntimo relacionamento entre marido e mulher é vigorosamente declarado: “Têm de tornar-se uma só carne.” (Gên 2:24; Mt 19:5, 6) Paulo chama Jesus de alguém que “procedeu do descendente [lit.: da semente] de Davi segundo a carne”. — Ro 1:3; compare isso com 9:3.
A Pessoa, a Humanidade, a Criação Carnal. Uma extensão da ideia de que a carne constitui as partes visíveis e tangíveis do corpo é o uso da palavra “carne” para se referir, de modo geral, ao corpo inteiro. (Le 17:14; 1Rs 21:27; 2Rs 4:34) Também é usada para se referir à pessoa, ou ao indivíduo, como humano de carne. (Ro 7:18; Col 2:1, 5) Toda a humanidade, em especial do ponto de vista de Deus, o Espírito, é descrita como “carne” (Gên 6:12; Is 66:16; Lu 3:6), e, às vezes, a criação animal é incluída. (Gên 7:16, 21) A Bíblia frequentemente contrasta a carne com Deus, o Espírito, destacando em especial a relativa insignificância do homem. (Gên 6:3; 2Cr 32:8; Sal 56:4) Jeová, mesmo em sua posição superior, reconhece este fato, e, concordemente, leva-o em conta ao lidar com a humanidade com transcendente benevolência e misericordiosa longanimidade. — Sal 78:39; compare isso com Sal 103:13-15; 1Pe 1:24, 25.
A palavra “carne” pode referir-se também a uma parte do corpo, especialmente ao órgão genital masculino. Levítico 15:2 declara: “Caso algum homem venha a ter um fluxo do seu órgão genital [literalmente: “da sua carne”], seu fluxo é impuro.” — Veja Gên 17:11; Êx 28:42; Ef 2:11; Col 2:13.
Corpos Espirituais. O apóstolo Paulo declara que, “se há corpo físico, há também um espiritual”. (1Co 15:44) Isto é corroborado pelo apóstolo Pedro quando diz a pessoas de natureza carnal, humana, chamadas para serem coerdeiros de Cristo, que elas hão de tornar-se parceiros “na natureza divina”, a saber, da vida espiritual nos céus invisíveis. (2Pe 1:4) Isto requer uma mudança de organismo, porque “carne e sangue não podem herdar o reino de Deus, nem pode a corrupção herdar a incorrupção”. — 1Co 15:50-54.
O Corpo Carnal de Jesus Cristo. Jesus, que era a “Palavra” de Deus, vindo “do céu”, despojou-se da natureza espiritual e “se tornou carne”. (Jo 1:1; 1Co 15:47; Fil 2:5-8; Jo 1:14; 1Ti 3:16) Que ele, ao nascer como humano, não era nenhum espírito, e que ele não assumiu simplesmente um corpo carnal, como anjos tinham feito no passado (Gên 18:1-3; 19:1; Jos 5:13-15), é atestado pelo apóstolo João, que diz ser anticristo aquele que nega que Jesus Cristo veio “na carne”. (1Jo 4:2, 3) A fim de prover o resgate para a humanidade, e destarte ajudar aqueles que seriam seus associados na chamada celeste, a Palavra tornou-se carne, nascendo todo ele humano, não sendo nenhuma encarnação. A Bíblia nos diz o seguinte: “Visto que as ‘criancinhas’ são partícipes de sangue e carne, ele participou também similarmente das mesmas coisas.” (He 2:14-16) Sua peregrinação terrestre foi mencionada como os “dias da sua carne”. (He 5:7) “O pão que eu hei de dar é a minha carne a favor da vida do mundo”, disse Jesus. Ele passou a declarar que aqueles que esperavam continuar em união com ele tinham de ‘comer sua carne e beber seu sangue’. Não avaliando o significado espiritual, simbólico, de suas palavras, alguns interpretaram essa declaração como canibalística, e ficaram chocados. — Jo 6:50-60.
Durante o ministério terrestre de Jesus, embora ele soubesse que seria morto como sacrifício resgatador, sua carne ‘residiu em esperança’. Isto se deu porque sabia que seu Pai o ressuscitaria, que seu sacrifício serviria com bom êxito ao propósito do resgate e que sua carne não veria a corrupção. (At 2:26, 31) Evidentemente, Jeová Deus deu fim ao corpo carnal de Jesus do seu próprio modo (possivelmente desintegrando-o nos átomos dos quais fora constituído). (Lu 24:2, 3, 22, 23; Jo 20:2) Jesus não tomou de volta seu corpo carnal e assim não cancelou o resgate pelo qual foi dado. O apóstolo Pedro atesta que Cristo foi para o céu, o domínio de espíritos, não em carne, “sendo morto na carne, mas vivificado no espírito”. (1Pe 3:18) Antes da sua ascensão ao céu, Cristo, como poderosa e imortal pessoa espiritual, materializou de fato diversos corpos carnais, segundo a ocasião, a fim de dar aos seus apóstolos evidência visível, palpável, da sua ressurreição. — Jo 20:13-17, 25-27; 21:1, 4; Lu 24:15, 16.
Na carta de Paulo aos hebreus, a cortina no santuário, diante do Santíssimo, que representava o próprio céu, é mostrada como simbólica, representando a carne de Jesus, porque antes de ele sacrificar seu corpo carnal, o caminho para a vida no céu não estava aberto. — He 9:24; 10:19, 20.
O Homem na Sua Imperfeição. “Carne” é frequentemente usada na Bíblia para representar o homem em sua condição imperfeita, ‘concebido em pecado’, como descendente do rebelde Adão. (Sal 51:5; Ro 5:12; Ef 2:3) Nos humanos que procuram servir a Deus, ‘o espírito [a força impelente emanando do coração figurativo] está ansioso, mas a carne é fraca’. (Mt 26:41) Dentro destes servos de Deus ocorre um constante conflito; o espírito santo de Deus é uma força em prol da justiça, mas a carne pecaminosa guerreia continuamente contra a influência do espírito e exerce pressão para induzir a pessoa a fazer as obras da carne. (Ro 7:18-20; Gál 5:17) As obras da carne pecaminosa são contrastadas com os frutos do espírito, em Gálatas 5:19-23.
O apóstolo Paulo também nos diz que a Lei dada a Israel, mediante Moisés, era “fraca por intermédio da carne”, a carne imperfeita daqueles que estavam sob a Lei. A Lei sob a qual servia o sacerdócio arônico era espiritual, provinda de Deus, mas, por meio dela, as pessoas carnais, ‘vendidas sob o pecado’, foram condenadas, em vez de serem declaradas justas. (Ro 8:3; 7:14; He 7:28) Os sumos sacerdotes da linhagem carnal de Arão, designados pela Lei, não conseguiam oferecer um sacrifício adequado pelo pecado. — He 7:11-14, 23; 10:1-4.
Ao dizer que “a carne . . . não está em sujeição à lei de Deus, de fato, nem pode estar”, o apóstolo Paulo não está dizendo que a carne em si mesma necessariamente tem de ser corrupta. Ele nos diz que Jesus Cristo, embora participasse de sangue e carne, tornando-se “igual aos seus ‘irmãos’”, era “cândido, imaculado, separado dos pecadores”, “provado em todos os sentidos como nós mesmos, porém, sem pecado”. (Ro 8:7; He 2:14, 17; 4:15; 7:26) Jeová provou que a carne humana pode ser sem pecado: “Deus, por enviar o seu próprio Filho na semelhança da carne pecaminosa e concernente ao pecado, condenou o pecado na carne.” (Ro 8:3) Por fim, mediante a provisão do sacrifício de Cristo, todos os que exercerem fé se tornarão perfeitos, e as leis justas de Deus serão então cumpridas perfeitamente pela humanidade. — Re 21:4.
Uma das tentações que influenciaram Eva a pecar era “o desejo da carne”. O Diabo usou este contra Cristo, mas falhou. (1Jo 2:16; Gên 3:6; Lu 4:1-4) Os seguidores de Jesus, por permitirem que o espírito de Deus opere livremente na sua vida, e pela benignidade imerecida de Jeová, derrotam a carne pecaminosa. — Gál 5:16, 22-26; Ro 8:1-4.
Não Há Luta com os Que São de Carne. Não é o raciocínio carnal, mas sim o espírito de Jeová, que revela os propósitos de Deus aos homens de fé e os orienta. (Mt 16:17; 1Co 2:9, 14; Ef 3:5) Assim, os cristãos não travam seu combate cristão ‘segundo a carne’, e não precisam lutar com pessoas de carne e sangue; tampouco usam armas carnais contra alguém. Seu combate é com as “forças espirituais iníquas nos lugares celestiais”. (2Co 10:3, 4; Ef 6:12) Confiam, não no ‘braço de carne’, mas em Jeová, o Espírito. (Je 17:5; 2Co 3:17) Empenham-se, com a ajuda de Deus, a purificar-se de “toda imundície da carne e do espírito”, e Deus os encara e julga, não segundo o que são na carne, como o homem muitas vezes faz, mas segundo o que são em sentido espiritual. — 1Co 4:3-5; 2Co 5:16, 17; 7:1; 1Pe 4:6; veja ALMA; DECLARAR JUSTO; ESPÍRITO.
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CarpinteiroEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARPINTEIRO
Artesão, artífice ou trabalhador em madeira. O termo hebraico hha·rásh é a designação geral dum “artífice”, “trabalhador” ou “construtor”, o qual usava diversos materiais, tais como madeira, metal ou pedra. (2Rs 12:11; 2Cr 24:12; Êx 28:11; 1Cr 14:1) O equivalente grego é té·kton, traduzido “carpinteiro” em Mateus 13:55 e Marcos 6:3.
Noé e seus três filhos tiveram muito trabalho de carpintaria a fazer na construção da enorme arca, segundo o modelo dado por Jeová. — Gên 6:14-16.
O carpinteiro em Israel era contratado para construir casas, e, em tempos posteriores, edifícios tais como sinagogas. Embora os prédios na maior parte fossem feitos de pedra ou terra, usava-se madeira, por exemplo, nas vigas e nas portas. As coisas construídas pelo carpinteiro, nos tempos bíblicos, incluíam mobília, tal como mesas, assentos e bancos. Muitos implementos, tais como arados e trenós debulhadores eram parcial ou inteiramente feitos de madeira. (2Sa 24:22) Na construção do tabernáculo e da sua mobília, Bezalel e Ooliabe foram especialmente orientados por Jeová Deus. O espírito dele acentuava as suas habilidades para fazerem o melhor trabalho em madeira, bem como em outros materiais. (Êx 31:2-11) Peritos trabalhadores em madeira foram trazidos de Tiro para a construção da casa de Davi. (2Sa 5:11) Zorobabel usou carpinteiros na construção do segundo templo em Jerusalém. — Esd 3:7.
Jesus não só foi chamado de “o filho do carpinteiro” (Mt 13:55), mas também de “o carpinteiro”. (Mr 6:3) Visto que o pai hebreu costumava ensinar ao filho seu próprio ofício, Jesus, sem dúvida, aprendeu o ofício da carpintaria do seu pai adotivo, José.
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CarpoEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARPO
[Fruto].
Cristão que morava em Trôade, com quem Paulo deixara seu manto. É provável que Carpo tenha sido o hospedeiro de Paulo, quando o apóstolo esteve ali em visita. — 2Ti 4:13.
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CarquemisEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARQUEMIS
Importante centro comercial situado na margem O do Eufrates superior, junto a um dos principais vaus daquele rio. De Nínive até Harã (a apenas uns 88 km ao L de Carquemis) passava uma das principais rotas comerciais, cruzando então o Eufrates em Carquemis e continuando até o vale do Orontes, no Líbano, ponto do qual outras rotas levavam ao Mediterrâneo ou ao S, à Palestina e ao Egito. As caravanas que passavam por ali proviam recursos em forma de impostos, e a cidade, evidentemente, tornou-se bem opulenta.
Devido à sua posição estratégica, tanto comercial como militar, o controle de Carquemis era buscado por reinos agressores desde tempos antigos. O Faraó Tutmés III (de meados do segundo milênio AEC) a saqueou, e Ramsés III também registra um ataque a essa cidade. Assurnasirpal II (do nono século AEC) descreve sua travessia do Eufrates em balsas que boiavam graças a couros de cabra inflados, e afirma ter recebido tributo do rei de Carquemis, que incluía 20 talentos de prata, 100 talentos de cobre, 250 talentos de ferro, além de objetos de ouro, mobília marchetada de marfim, roupas de linho e de lã, e outros despojos.
Carquemis figura no relato bíblico de Isaías 10:9-11, onde Jeová predisse o ataque assírio contra Israel e Judá. O jactancioso governante assírio é descrito como alistando Carquemis entre os reinos que não puderam resistir ao seu poderio. Isto, sem dúvida, refere-se à conquista assíria do reino independente de Carquemis por Sargão II, contemporâneo do Rei Ezequias. Depois disso, Carquemis foi regida por um governador assírio.
Daí, depois da queda de Nínive, a capital assíria, o Faraó Neco levou seu exército para o N, para ajudar os assírios. O Rei Josias, de Judá, tentou insensatamente fazer recuar as forças egípcias em Megido, e foi morto nessa tentativa (c. 629 AEC). (2Cr 35:20-24) Em 625 AEC, travou-se uma decisiva batalha em Carquemis entre os exércitos egípcio e babilônio. Nabucodonosor conduziu os babilônios a uma esmagadora vitória sobre as forças do Faraó Neco, e avançou sobre a Síria e Canaã. Esta batalha assinalou o fim da força imperial egípcia nessas regiões. O relato das Crônicas Babilônicas (B.M. 21946) é paralelo ao relato bíblico em Jeremias 46:2, ambos descrevendo a derrota do exército egípcio.
Fizeram-se escavações no impressionante morro de Carquemis, que fica ao SE da pequena cidade turca de Karkamış (chamada antigamente de Cerablus ou Barak). A cidade síria de Jerablus, na fronteira entre a Turquia e a Síria, faz parte da área, que tem 93-ha. Encontrou-se grande número de documentos na língua atualmente chamada de “hieroglífica hitita”, e crê-se que Carquemis foi dominada por cerca de dois séculos, durante a última parte do segundo milênio AEC, pelo império cuja capital era Hatusa. (Todavia, veja HITITAS.) Encontraram-se também relevos que traziam, entre outras coisas, a imagem duma esfinge, bem como o símbolo da cruz ansada, ou ankh, indicando forte influência egípcia.
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CarroEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARRO
Veículo de duas rodas, puxado a cavalo, desenvolvido primariamente para o campo de batalha, ao invés de para o movimento de tropas por trás das linhas de frente. Todos os quatro termos hebraicos referentes a carro (mer·káv [1Rs 4:26]; mer·ka·váh [Gên 41:43]; ré·khev [1Rs 1:5]; rekhúv [Sal 104:3]) derivam do verbo radical ra·kháv, que significa “montar; seguir em carro”. (Gên 24:61; 1Sa 25:42; 1Rs 18:45) O termo grego é hár·ma. (At 8:28) O carro fornecia transporte rápido em combate, dava aos soldados uma plataforma móvel de fogo, e lhes dava o poder de causar impacto psicológico quando se arremessavam sobre as fileiras dos soldados de infantaria. Carros de muitas variações em formato são amplamente ilustrados em antigos monumentos, atestando tanto a sua antiguidade como o seu amplo uso.
Basicamente, o carro em geral consistia numa plataforma montada sobre um único eixo, tendo laterais à altura da coxa; a traseira aberta do carro permitia a entrada rápida e fácil. O carro possuía uma lança e um tipo de canga a que se prendiam cavalos velozes. Não raro os carros eram dotados de equipamento auxiliar, que consistia em aljava e porta-arcos, escudos e lanças. Uma ameaça adicional para os soldados de infantaria era o costume de usar foices de ferro que se estendiam dos cubos das rodas de alguns carros de guerra. (Jos 17:16, 18; Jz 1:19) Quando havia apenas um auriga, as rédeas eram presas em torno da cintura ou dos quadris dele, na batalha, deixando-lhe as mãos livres para manejar as armas. Os carros maiores e mais pesados, com múltiplas parelhas de cavalos, possuíam equipes de dois, três ou quatro homens, tendo um condutor e um ou dois combatentes, e talvez um escudeiro. — Êx 14:7 n.
A velocidade, a maneabilidade e a estabilidade eram fatores fundamentais que foram aprimorados no seu contínuo desenvolvimento. Por exemplo, com a mudança do eixo para mais perto da traseira, conseguiu-se maior maneabilidade e estabilidade. A substituição das rodas maciças por rodas com raios reduziu seu peso e aumentou sua velocidade. (1Rs 7:33) A roda de seis raios se tornou a mais comum, embora algumas rodas fossem projetadas com quatro, oito ou mais raios. O uso de madeiras mais leves, tendo apenas os aprestos de couro, bronze ou ferro, tornou os carros suficientemente leves para que um ou dois homens pudessem transportá-los por terreno acidentado ou pequenos riachos.
Carros de guerra eram empregados por muitas nações pagãs que se opunham a Israel. No Mar Vermelho, em 1513 AEC, o inteiro exército de Faraó, inclusive seus 600 carros de guerra especiais, “e todos os outros carros do Egito”, foram destruídos por Jeová. (Êx 14:6, 7; 15:4, 19; Jos 24:6) Na conquista da Terra da Promessa, os israelitas desbarataram os inimigos e queimaram muitos dos seus carros capturados. (Jos 11:4-9) Jabim, o rei de Canaã, manteve os israelitas em servidão por 20 anos, até que Jeová deteve e destruiu sua frota de 900 carros equipados com foices de ferro e comandados por Sísera, no vale da torrente do Quisom. (Jz 4:2, 3, 13, 15, 16; 5:28) Durante o período dos reis de Israel, numa ou noutra ocasião, os filisteus, os egípcios, os etíopes, os sírios, os assírios e os babilônios lutaram contra eles com grandes forças de carros, em certa ocasião com tantos quantos 32.000 carros. (1Sa 13:5; 2Sa 1:6; 1Cr 19:6, 7, 18; 2Cr 12:2, 3; 14:9; 16:8; Is 37:21, 24) Em pronúncias de condenação, os profetas às vezes mencionavam os carros de que essas nações se orgulhavam. — Je 50:37; 51:21; Miq 5:10, 15.
Os lugares mais planos, tais como as planícies da Filístia e o amplo vale de Jezreel, eram mais adequados para a guerra de carros do que as regiões colinosas. Em certa ocasião, os sírios se jactaram de que seus carros venceriam Israel, se este pudesse ser induzido a sair das montanhas para lutar em terreno plano, porque, conforme pensavam, “o Deus [de Israel] é um Deus de montes”. No entanto, a grande derrota sofrida pelos sírios provou que Jeová também é “Deus de baixadas”. — 1Rs 20:23-30.
Em Israel, não se criou nenhuma força nacional de carros de tamanho apreciável, senão no tempo de Salomão. Isto se devia em grande parte ao aviso de Deus, de que o rei não deveria multiplicar cavalos, como se a segurança daquela nação dependesse deles. Esta restrição limitava o uso de carros, visto que se usavam cavalos para puxar esses veículos. (De 17:16) Quando Samuel avisou sobre a carga que os reis humanos imporiam ao povo, ele lhes disse: “Tomará os vossos filhos e os porá como seus nos seus carros.” (1Sa 8:11) Tanto Absalão como Adonias, ao tentarem usurpar o reinado, mandaram fazer para si um carro, com 50 homens para correr na frente dele. (2Sa 15:1; 1Rs 1:5) Quando Davi derrotou o rei de Zobá, preservou 100 cavalos de tiro. — 2Sa 8:3, 4; 10:18.
O Rei Salomão, ao reforçar o exército de Israel, aumentou o número de carros para 1.400. (1Rs 10:26, 29; 2Cr 1:14, 17) Além de Jerusalém, outras cidades conhecidas como “cidades para os carros” dispunham de instalações especiais para se cuidar de todo esse mecanizado equipamento de guerra. — 1Rs 9:19, 22; 2Cr 8:6, 9; 9:25.
Após a morte de Salomão, eram comuns os carros, tanto no reino setentrional como no meridional. O reino setentrional possuía um “chefe da metade dos carros”, indicando que havia duas divisões principais de carros. (1Rs 16:9) O Rei Jeú era reconhecido pela maneira furiosa de guiar seu carro. (2Rs 9:20) Diversos reis, tanto de Judá como de Israel, a saber, Acabe, Jeorão, Acazias e Josias, foram fatalmente feridos nos seus carros. — 1Rs 22:34-38; 2Rs 9:21, 24, 27; 2Cr 18:33, 34; 35:23, 24.
O profeta Isaías declarou ao rebelde Israel: “Ai dos que descem ao Egito por auxílio, os que confiam em meros cavalos e os que põem a sua confiança em carros de guerra, por serem numerosos, e em corcéis, por serem muito fortes, mas que não atentaram para o Santo de Israel e que não buscaram o próprio Jeová.” — Is 31:1.
O carro era principalmente um instrumento de guerra, e era útil para caçar animais selvagens. Havia também casos em que era usado para fins pacíficos. José, como administrador de alimentos do Egito, andava num carro de honra, secundário apenas ao de Faraó. Andou no seu carro ao encontro do seu pai, quando Jacó entrou no Egito. (Gên 41:43; 46:29) Quando Jacó morreu, muitos carros estavam no cortejo fúnebre que foi do Egito a Macpela, a sepultura que Abraão havia comprado. (Gên 50:7-14) Carros também eram empregados como meio de transporte pelos reis Roboão e Acabe, por Naamã, o chefe do exército sírio, e pelo oficial etíope, que convidou o evangelista Filipe a subir nele na estrada que descia a Gaza. (1Rs 12:18; 18:44, 45; 2Rs 5:21, 26; At 8:28-31, 38) Carros ricamente ornamentados e com guarda-sol levavam governantes vitoriosos em cortejos. Carros sagrados e os cavalos que os puxavam foram dedicados à adoração do sol por governantes apóstatas de Judá. — 2Rs 23:11.
Uso Figurado. Em sentido figurado e profético, os carros são símbolos de guerra, do mesmo modo que o arco e a espada. (Is 21:7, 9; Za 9:10) Diz-se que “os carros de guerra de Deus” são “dezenas de milhares, milhares repetidos vez após vez”, denotando o poder invencível de Deus para destruir os seus inimigos. — Sal 68:17; 2Rs 6:17.
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CarroçaEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARROÇA
A carroça ou carreta dos tempos antigos era um veículo simples, geralmente de madeira, tendo rodas com raios ou do tipo maciço. (1Sa 6:14) Algumas eram pouco mais do que tablados abertos sobre duas rodas, equipados com um timão ou lança horizontal na frente. Outras possuíam pranchas laterais, e algumas eram cobertas, tais como as seis carroças cobertas (puxadas por dois touros cada uma), usadas para o transporte dos objetos do tabernáculo. (Núm 7:2-9) Os “carros” de Revelação 18:13 talvez indiquem carroças ou carruagens de quatro rodas.
Em Israel, especialmente nos primeiros tempos, a carroça era geralmente puxada por bois, em vez de por cavalos, estes sendo usados especialmente para carros e na guerra. (2Sa 6:3, 6; 15:1; 1Cr 13:7, 9; Pr 21:31) Empregavam-se carroças para transportar pessoas (Gên 45:19, 21, 27; 46:5), cereais e outras cargas. (1Sa 6:7-14; Am 2:13) As usadas na guerra (conforme mencionadas no Sal 46:9) podem ter sido carroças bagageiras militares. No tempo de Isaías, quando os israelitas possuíam muitos cavalos (Is 2:7), usavam-se carroças puxadas por cavalos para debulhar cereais. — Is 28:27, 28.
O profeta Isaías proferiu ai sobre as pessoas ‘que puxavam o erro como que com cordas de carroça’, indicando possivelmente que tais pessoas estavam tão presas ao pecado como os animais presos com cordas às carroças que puxavam. — Is 5:18.
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CartãEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARTÃ
[forma de Quiriataim, significando “Cidade Dupla”].
Cidade de Naftali dada aos levitas gersonitas. (Jos 21:27, 32) Evidentemente, ela é chamada de Quiriataim em 1 Crônicas 6:76. Cartã costuma ser identificada com Khirbet el-Qureiyeh, a uns 21 km ao ONO da bacia de Hulé.
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CartasEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARTAS
A escrita e o envio de cartas oficiais, comerciais ou pessoais era um meio de comunicação amplamente usado nos tempos antigos. — 2Sa 11:14; 2Rs 5:5-7; 10:1, 2; 2Cr 30:1; Esd 4:7; Is 37:14; Je 29:1; At 9:1, 2; 28:21; 2Te 2:2; He 13:22.
A palavra hebraica sé·fer refere-se a algo escrito e tem os diversos sentidos de “livro; carta; escrita; certificado; escritura; documento escrito”. A palavra grega grám·ma pode denotar uma letra do alfabeto ou um documento escrito. (2Co 3:7; At 28:21) O termo grego e·pi·sto·lé é usado apenas com referência a uma mensagem escrita. — 1Co 5:9.
Cartas confidenciais usualmente eram lacradas. (1Rs 21:8) A ação desrespeitosa de Sambalá em enviar uma carta aberta a Neemias, pode ter tido a intenção de que as acusações falsas contidas nela se tornassem de conhecimento público. — Ne 6:5.
Em adição ao papiro, os materiais empregados para se escrever cartas nos tempos antigos incluíam óstracos (cacos de vasos de cerâmica ou de barro) e tabuinhas de argila. Encontraram-se milhares de tabuinhas de argila em Babilônia e em outras regiões. Argila lavada, limpa e lisa era usada para a fabricação da tabuinha, a qual, enquanto ainda úmida, era inscrita por meio dum estilo, imprimindo-se nela caracteres em forma de cunha (cuneiformes). Estas tabuinhas frequentemente eram encerradas em invólucros de argila. No caso de contratos, o texto às vezes era repetido no invólucro. Esses invólucros eram selados e depois cozidos num forno ou secados ao sol, para torná-los duros e resistentes. — Veja ARQUEOLOGIA.
A escrita das cartas muitas vezes era feita por escribas profissionais. Como se dava na corte persa, esses escribas usualmente estavam a postos para escrever a correspondência oficial do governo. (Est 8:9; Esd 4:8) Os escribas também eram encontrados nos mercados perto dos portões da cidade, onde podiam ser contratados pela população para escrever cartas e para registrar transações comerciais.
As cartas eram às vezes entregues por mensageiros (2Rs 19:14), ou por correios (2Cr 30:6; Est 3:13; 8:14). O serviço postal propriamente parece ter-se restringido à correspondência oficial até os tempos dos romanos. De modo que as pessoas medianas tinham de depender de conhecidos ou mercadores viajantes para entregar suas cartas.
Antigamente também se usavam cartas de recomendação. No entanto, o apóstolo Paulo não precisava de tais cartas para os cristãos de Corinto, ou da parte deles, a fim de provar que era ministro. Ele os havia ajudado a se tornarem cristãos, e, portanto, podia dizer-lhes: “Vós mesmos sois a nossa carta, inscrita nos nossos corações, e conhecida e lida por toda a humanidade.” — 2Co 3:1-3.
No primeiro século EC, cartas de Paulo, Tiago, Pedro, João, Judas e do corpo governante em Jerusalém contribuíram para o crescimento e para a preservação da unidade e da pureza da congregação cristã. — At 15:22-31; 16:4, 5; 2Co 7:8, 9; 10:8-11.
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Carvão de LenhaEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CARVÃO DE LENHA
Forma negra, quebradiça e porosa de carbono, sendo geralmente o resíduo de lenha parcialmente queimada. Nos tempos antigos, era fabricado por se cobrir uma pilha de lenha com terra e deixá-la queimar lentamente por vários dias, apenas com ar suficiente para a queima dos gases. Isto produzia uma forma relativamente pura de carbono. Tratava-se dum processo lento, que exigia cuidadosa supervisão, mas o carvão de lenha era o combustível preferido quando se desejava obter calor intenso, uniforme, sem fumaça. Não há evidência do uso de carvão mineral, natural, no antigo Israel.
O carvão de lenha, numa fogueira ao ar livre ou num braseiro, era usado para aquecer a pessoa num tempo frio. (Is 47:14; Je 36:22; Jo 18:18) Seu calor uniforme, sem chamas ou fumaça, também o recomendava muito para cozinhar alimentos. (Jo 21:9) Para fundir e refinar metais, o carvão de lenha era indispensável; sem ele, dificilmente seria possível atingir e manter as elevadas temperaturas exigidas para se reduzir os minérios aos metais básicos. (Is 44:12; 54:16; veja REFINAÇÃO, REFINADOR.) Quase do mesmo modo como é feito hoje para se alimentar um alto-forno siderúrgico, o minério era colocado entre camadas de carvão de lenha. Esta prática evidentemente deu origem ao provérbio: A bondade para com um inimigo é como brasas vivas sobre a cabeça dele; amaina sua ira e faz surgir o que há de bom nele. (Pr 25:22; Ro 12:20) O fulgor do carvão de lenha que queima lentamente foi usado pela “mulher sábia” de Tecoa como ilustração da posteridade viva. — 2Sa 14:1-7.
No entanto, as palavras hebraicas ga·hhé·leth e pe·hhám nem sempre são traduzidas por “carvão de lenha”, porque muitas vezes referem-se apenas a carvões, carvões acesos ou brasas. Usava-se lenha como combustível para o altar do tabernáculo (Le 1:7, 8; 3:5), e no Dia da Expiação “brasas de fogo de cima do altar” faziam o incenso espalhar-se sobre a Arca do Pacto como uma nuvem. (Le 16:12, 13) Isaías descreveu o idólatra que fabricava um deus com parte da mesma árvore com que acendia um fogo, cozendo pão com as brasas dela. — Is 44:14, 15, 19.
Em diversas passagens das Escrituras usam-se “carvões” em certo sentido figurado ou ilustrativo, indicando alguma espécie de substância incandescente, quente, acesa. (2Sa 22:9; Jó 41:21; Sal 18:8, 12, 13; 140:10; Is 6:6; Ez 1:13; 10:2; 24:11) Os quentes “carvões acesos de giestas-das-vassouras” foram usados para representar a retribuição dada àquele que tem “língua dolosa”. — Sal 120:2-4.
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CãsEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CÃS
O embranquecimento da cor do cabelo causado pela redução dos pigmentos no cabelo, em resultado de mudanças na química do organismo. Há casos infrequentes do encanecer prematuro, mas usualmente o encanecer acompanha o envelhecimento. É com relação a este último aspecto que ocorrem na Bíblia o verbo hebraico siv (encanecer), e, mais frequentemente, o substantivo hebraico seh·váh (cãs, cabelos grisalhos, velhice). (Ru 4:15; 1Sa 12:2; 1Rs 2:6, 9; Jó 15:10; Sal 71:18) Abraão, Gideão e Davi viveram até uma “boa velhice [seh·váh]”. — Gên 15:15; 25:8; Jz 8:32; 1Cr 29:28.
A Bíblia reconhece tanto a beleza da juventude como o esplendor da velhice. “A beleza dos jovens é o seu poder e o esplendor dos anciãos são as suas cãs.” (Pr 20:29) Esta última parte é especialmente veraz se tais pessoas estiverem adorando e servindo a Jeová. “As cãs são uma coroa de beleza quando se acham no caminho da justiça.” (Pr 16:31) “Os que foram plantados na casa de Jeová . . . continuarão ainda a medrar durante o encanecer.” (Sal 92:13, 14) Não serão abandonados por seu Deus. (Is 46:4) A lei de Jeová é: “Deves levantar-te diante do cabelo grisalho e tens de mostrar consideração para com a pessoa dum homem idoso.” — Le 19:32.
O encanecer nada tem que ver com o sexo dos indivíduos; nem constitui um fator a cor natural dos cabelos, quer louros, quer escuros, quer ruivos. O embranquecimento dos cabelos há muito tem sido reconhecido como além do poder do homem ou da ciência médica de impedir ou remediar. Este foi um ponto frisado por Jesus Cristo, depois de dizer que não devíamos jurar por nossa cabeça. — Mt 5:36.
Tingir o cabelo não é algo moderno, porque era praticado pelos gregos e pelos romanos. Segundo Josefo, relatou-se que Herodes, o Grande, tingia seu cabelo grisalho para ocultar a sua idade avançada. — Jewish Antiquities (Antiguidades Judaicas), XVI, 233 (viii, 1).
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CasaEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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CASA
A palavra “casa”, conforme usada na Bíblia (hebr.: bá·yith; gr.: oí·kos ou oi·kí·a), pode indicar, entre outras coisas: (1) uma família ou toda a descendência de um único homem (Gên 12:1; 17:13, 23; Ob 17, 18; Miq 1:5); (2) uma casa de moradia (Gên 19:2-4); (3) uma cadeia, ou, figuradamente, um país de escravização (Gên 40:3, 14; Êx 13:3); (4) um lugar de moradia de animais e de aves (Jó 39:6; Sal 104:17; (5) uma teia de aranha (Jó 8:14); (6) uma residência ou palácio real (2Sa 5:11; 7:2); (7) uma linhagem sacerdotal (1Sa 2:35); (8) uma dinastia real (1Sa 25:28; 2Sa 7:11); (9) o tabernáculo ou o templo de Jeová, tanto literais como mencionados em sentido ilustrativo (Êx 23:19; 34:26; 1Rs 6:1; 1Pe 2:5); (10) a morada de Jeová, o próprio céu (Jo 14:2); (11) o santuário de um deus falso (Jz 9:27; 1Sa 5:2; 1Rs 16:32; 2Rs 5:18); (12) o corpo físico, corruptível, de humanos (Ec 12:3; 2Co 5:1-4); (13) o corpo espiritual, incorruptível (2Co 5:1); (14) a sepultura comum (Jó 17:13; Ec 12:5); (15) uma associação de trabalhadores empenhados na mesma profissão (1Cr 4:21) e (16) um prédio para abrigar registros oficiais do estado (Esd 6:1).
Uma forma da palavra hebraica para casa (bá·yith) muitas vezes constitui parte dum nome próprio, como no caso de Betel (que significa “Casa de Deus”) e Belém (que significa “Casa de Pão”).
Materiais e Métodos de Construção. Antigamente, como hoje, existiam diferentes tipos de moradias. As técnicas de construção variavam segundo a época, a situação econômica do construtor e os materiais disponíveis. Os construtores de Babel, por exemplo, usaram tijolos em vez de pedras, e o “betume servia-lhes de argamassa”. — Gên 11:3.
Muitos dos israelitas começaram a morar nas casas dos cananeus desalojados, e, provavelmente, continuaram a utilizar métodos similares de construção por muitos anos depois. (De 6:10, 11) Pelo que parece, preferiam-se casas de pedra (Is 9:10; Am 5:11), visto que eram mais sólidas e mais seguras contra intrusos do que as feitas de tijolos de barro. Ladrões podiam penetrar facilmente em casas de barro por simplesmente abrirem um buraco na parede. (Veja Jó 24:16.) No entanto, nas baixadas, onde havia pouca disponibilidade de pedra calcária e de arenito de boa qualidade, usavam-se tijolos de barro secados ao sol, ou, às vezes, cozidos no forno, para as paredes das moradias. Usavam-se vigas e caibros de sicômoro, de junípero, e, especialmente nas casas melhores, de cedro. — Cân 1:17; Is 9:10.
Arqueólogos escavaram as ruínas de diversos tipos de antigas moradias palestinas. Frequentemente havia um forno no pátio e às vezes também um poço ou uma cisterna. (2Sa 17:18) As ruínas das casas encontradas indicam uma considerável variedade no tamanho. Uma era quadrada com apenas uns 5 m de cada lado, ao passo que outra media 32 por 30 m. Os aposentos frequentemente tinham cerca de 3,5 a 4,5 m de cada lado.
Algumas casas eram construídas no alto dos muros largos das cidades. (Jos 2:15) Mas, preferivelmente, eram construídas sobre rocha (Mt 7:24), e, em geral, não se assentavam os tijolos de barro senão depois de se colocarem duas ou três fiadas de pedras. Quando não se podia erguer uma casa sobre a rocha, com frequência se colocava um alicerce sólido, a sua profundidade abaixo do solo sendo equivalente à altura da parede de pedra acima do solo. Alguns alicerces eram construídos com grandes pedras brutas, e nas junções se colocavam pedras menores; outros eram construídos de pedras lavradas. As ruínas de certa casa de tijolos de barro, escavada por arqueólogos, possuía uma base de pedra da altura de mais de 50 cm; em outra, a construção de pedra se elevava à altura de cerca de 1 m. As paredes de algumas casas tinham cerca de 1 m de espessura. Não raro se aplicava às paredes externas uma espécie de cal (Ez 13:11, 15), e as paredes de tijolos de barro do lado da rua às vezes eram revestidas de seixos para proteger sua superfície.
As pedras de construção eram alinhadas e ligadas com pedras angulares cuidadosamente alisadas e ajustadas. (Veja Sal 118:22; Is 28:16.) Uma mistura de argila e palha comumente servia de argamassa. Às vezes, esta mistura incluía cal, cinzas, fragmentos pulverizados de cerâmica, conchas trituradas ou pedras calcárias. Aplicava-se esta mistura aos tijolos ou às pedras para ligá-los, e era também usada como reboco para as paredes internas. (Le 14:41, 42) Em alguns casos, porém, as pedras eram cortadas com tanta precisão que não era necessário usar argamassa.
Pisos. Os pisos, inclusive os do pátio, consistiam em terra batida ou eram pavimentados com pedra, tijolo ou reboco de cal. Uma depressão no piso costumava servir de lareira, mas usavam-se braseiros para aquecer casas melhores. (Je 36:22, 23) A fumaça saía por uma abertura no telhado. (Os 13:3) Os aposentos de casas palaciais talvez tivessem soalho, igual ao templo. — 1Rs 6:15.
Janelas. Aberturas retangulares nas paredes serviam de janelas. Pelo menos algumas delas eram suficientemente grandes para um homem passar por elas. (Jos 2:15; 1Sa 19:12; At 20:9) Especialmente as janelas que davam para a rua eram equipadas com gelosias. — Jz 5:28; Pr 7:6.
Portas. As portas costumavam ser feitas de madeira e giravam em gonzos (Pr 26:14) fixados em encaixes na madeira, ou na padieira e soleira de pedra. Dois postes eretos de madeira serviam de ombreiras. (Êx 12:22, 23) Embora algumas casas tivessem duas entradas, usualmente apenas uma porta levava da rua para o pátio, do qual se tinha acesso a todos os aposentos da casa.
Decoração interior e mobiliário. Nas casas luxuosas, as paredes dos aposentos eram revestidas de cedro ou de outras madeiras valiosas, e besuntadas de vermelhão. (Je 22:14; Ag 1:4) As “casas de marfim” de alguns abastados evidentemente possuíam aposentos revestidos de madeira incrustrada de marfim. (1Rs 22:39; Am 3:15) Além dos vários utensílios culinários, vasos, cestos e outros itens domésticos, a mobília da casa podia incluir camas ou divãs, cadeiras, banquinhos, mesas e candelabros. (Veja 2Sa 4:11; 2Rs 4:10; Sal 41:3; Mt 5:15.) A mobília das casas de algumas pessoas ricas era embelezada com incrustações de marfim, ouro e prata. — Veja Est 1:6; Am 3:12; 6:4.
Quarto de terraço e de andar superior. A maioria dos terraços ou eirados eram planos, e a Lei exigia que os terraços dos israelitas fossem cercados de um parapeito para impedir acidentes. (De 22:8) Quando se dava ao terraço uma pequena inclinação, esta permitia o escoamento da água da chuva. O terraço pousava sobre fortes vigas de madeira que iam de uma parede a outra. Colocavam-se caibros menores de madeira atravessados nestas vigas, que, por sua vez, eram cobertos de ramos,
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