Capítulo 16
A apresentação do rei resulta na libertação dos prisioneiros
1. Que espécie de aplicação tem agora a profecia de Zacarias, ao tratar de países e cidades que hoje estão nas notícias, e o que nos ajuda a saber o cumprimento atual?
HOJE em dia, os países da Síria e do Líbano, e a Faixa de Gaza, destacam-se nas notícias. Algumas cidades associadas com estes países são mencionadas no capítulo nove da profecia de Zacarias. Contudo, o que o profeta Zacarias disse lá no sexto século antes de nossa Era Comum não tem aplicação a estes países atuais, na sua relação com a República de Israel. Além de qualquer cumprimento inicial da profecia de Zacarias no primeiro século de nossa Era Comum, e de modo literal, a profecia tem seu cumprimento final hoje em dia, neste século vinte E. C., apenas de modo espiritual ou figurativo. Se nos familiarizarmos com o primeiro cumprimento, há dezenove séculos atrás, poderemos discernir seu atual cumprimento espiritual.
2. Olhamos para o mapa de que período e são judaicos os lugares mencionados em conexão com a “terra de Hadraque”?
2 Se recorrermos ao nosso mapa da Terra da Palestina durante o Reinado dos Reis Persas, observaremos Damasco, capital da Síria, e também a cidade de Hamate, há cerca de 193 quilômetros ao norte de Damasco; também as antigas cidades fenícias (agora libanesas) de Tiro e Sídon, na costa do Mediterrâneo; também as cidades filistéias de Gaza, Ascalom, Ecrom, Asdode e Gade; também as cidades de Jerusalém e Samaria. A “terra de Hadraque” não aparece em todos os mapas, porque não se sabe bem onde estava situada e quais os seus limites precisos, mas a profecia relaciona esta terra antigamente mencionada como Damasco. O Atlas do Mundo Bíblico, de Baly e Tushingham (em inglês; direitos autorais de 1971), página 199, chama a “terra de Hadraque” simplesmente “região na Síria perto de Damasco”. A Edição Revista (em inglês; 1956) do Atlas Histórico de Westminster para a Bíblia, página 124, fala da Terra de Hadraque como “distrito da Síria ao norte de Hamate”, portanto ao norte de Damasco. Pouco importa se a expressão “a terra de Hadraque” é simbólica, para significar o território em conjunto em que se encontravam as já mencionadas cidades sírias, fenícias e filistéias. Todas elas não eram israelitas, não eram judaicas.
3. Como se contrastam os versículos finais de Zacarias, capítulo oito, com os versículos iniciais do capítulo nove?
3 Os versículos finais (Zac 8:20-23) do oitavo capítulo da profecia de Zacarias falam de como pessoas de todas as línguas das nações e de muitas cidades subirão a Jerusalém para adorar a Jeová, agarrando-se até mesmo à aba da veste dum judeu para acompanhá-lo na adoração de seu Deus. O que acontece aos que não fazem isso? Os oito versículos iniciais do próximo capítulo (nove) nos informam muito bem sobre algumas das conseqüências de não se fazer isso. Portanto, leiamos esta parte, Zacarias 9:1-8:
4. Segundo Zacarias 9:1-8, quem intervém nos assuntos dos mencionados e a favor de quem?
4 “Uma pronúncia: ‘A palavra de Jeová é contra a terra de Hadraque e descansa em Damasco; porque Jeová tem o olho posto no homem terreno e em todas as tribos de Israel. E a própria Hamate também confinará com ela; Tiro e Sídon, porque ela é muito sábia. E Tiro passou a construir para si uma escarpa e a amontoar prata como pó e ouro como a lama das ruas. Eis que o próprio Jeová a desapossará e certamente golpeará a sua força militar lançando-a dentro do mar; e ela mesma será devorada pelo fogo. Ascalom o verá e ficará com medo; e quanto a Gaza, também sentirá dores muito severas; também Ecrom, porque a sua esperança aguardada terá de sofrer vergonha. E de Gaza há de perecer um rei e a própria Ascalom não será habitada. E será realmente um filho ilegítimo que se sentará em Asdode, e eu certamente deceparei o orgulho do filisteu. E vou remover-lhe da boca as suas coisas manchadas de sangue e de entre os seus dentes as suas coisas repugnantes, e então ele mesmo há de restar para o nosso Deus; e terá de tornar-se como xeque em Judá, e Ecrom, como o jebuseu. E eu vou acampar-me como posto avançado para a minha casa, de modo que ninguém passará e ninguém retornará; e não mais passará por eles algum feitor, porque agora eu o vi com os meus olhos.’”
5. Por que estava o desfavor de Jeová sobre Damasco, a “terra de Hadraque” e Hamate?
5 A Síria antiga, do sexto século A. E. C., adorava deuses falsos e mantinha sua inimizade para com a terra restabelecida de Judá. Recusava adorar a Jeová no seu templo reconstruído em Jerusalém. Portanto, havia bons motivos para a palavra de Jeová não ser favorável, mas sim contra a aterra de Hadraque”, como parte da Síria. Sua palavra desfavorável recairia sobre a capital de todo o país, a saber, Damasco; e visto que o território de Hamate confinava com Damasco, pronunciar-se-ia a palavra desfavorável de Jeová também contra Hamate. De modo que toda a Síria estava sob o desfavor divino.
6. Por que era a palavra de Jeová contra cidades da Fenícia?
6 O país da Fenícia confina com a Síria, e este também se havia voltado contra a terra de Judá, no seu tempo de maior aflição. O Salmo 83:5-8 inclui as cidades fenícias de Gebal e Tiro na conspiração internacional contra o povo de Jeová, dizendo: “Passaram a concluir contra ti até mesmo um pacto, as tendas de Edom e os ismaelitas, Moabe e os agarenos, Gebal, e Amom, e Amaleque, a Filístia junto com os habitantes de Tiro. Também a própria Assíria se juntou a eles; tornaram-se um braço para os filhos de Ló [Moabe e Amom].” Tiro era realmente uma colônia de Sídon; e Zacarias 9:2-4 menciona-as, dizendo:
7. Com quem é Tiro relacionada em Zacarias 9:2-4, e o que se predisse que aconteceria a Tiro?
7 “Tiro e Sídon, porque ela é muito sábia. E Tiro passou a construir para si uma escarpa e a amontoar prata como pó e ouro como a lama das ruas. Eis que o próprio Jeová a desapossará e certamente golpeará a sua força militar lançando-a dentro do mar; e ela mesma será devorada pelo fogo.”
8. Que Tiro era a mencionada por Zacarias e por que era assim?
8 Estas palavras tornam certo que a “palavra de Jeová” foi também proferida contra toda a Fenícia, conforme representada pelas suas mundialmente famosas cidades de Tiro e Sídon. A cidade de Tiro mencionada aqui é a cidade insular, porque o Rei Nabucodonosor, de Babilônia, destruiu a cidade continental na sua campanha da Palestina. (Ezequiel 29:17-20) Os sobreviventes de Tiro fugiram para a sua ilha ao longo do litoral e construíram nela uma forte cidade. Segundo Ezequiel 28:1-19, Tiro se tornou Diabolicamente traidora para com seu anterior amigo Israel, e Sídon associou-se com Tiro neste proceder. (Ezequiel 28:20-26) Depois do restabelecimento da terra de Judá, em 537 A. E. C., depois de ela ficar setenta anos desolada, Tiro e Sídon não mudaram de atitude de coração para com Jerusalém com seu segundo templo. Quão imprudente!
9. Como se enriquecia e fortalecia Tiro, mas em que resultou a profecia de Jeová a respeito dela?
9 Tanto Tiro como Sídon continuaram a seguir a sabedoria deste mundo, aumentando sua sabedoria para o acúmulo de riquezas, o armazenamento de ouro e prata aqui na terra, onde podem ser tomados por saqueadores. A forte escarpa que Tiro construiu para sua proteção como potência marítima e comercial não resistiu à estratégia do conquistador grego Alexandre Magno, em 332 A.E.C. Suas forças militares terrestres bem como os abordos de seus muitos navios falharam-lhe então. Jeová, por meio de seu instrumento terrestre de execução, golpeou as forças militares de Tiro lançando-as para dentro do mar, onde ela havia estabelecido seu baluarte. Jeová a desapossou por entregar as enormes riquezas dela ao conquistador. Sendo então devorada pelo fogo, causou-se-lhe a ruína completa.
10. Que interesse mostraram pessoas de Tiro e Sídon em Jesus Cristo e o que se relatou como tendo sido estabelecido em Tiro?
10 Anos depois, Tiro foi reconstruída, mas nem ela, nem Sídon, recuperaram a forte posição comercial que tinham antes de se cumprir a “palavra de Jeová” proferida contra ela. No primeiro século de nossa Era Comum, muitos vieram de Tiro e de Sídon para ouvir e observar Jesus, e para ser curados por ele. (Marcos 3:7, 8; Lucas 6:17; Mateus 15:21-29) Segundo as próprias palavras de Jesus em Mateus 11:20-22 e Lucas 10:13, 14, deve ter havido muitos em Tiro e Sídon dispostos a escutar e a agir segundo a mensagem do reino de Deus. Havia uma congregação cristã em Tiro, por ocasião da terceira viagem missionária do apóstolo Paulo. (Atos 21:2-7) Estes tírios não confiavam em forças militares, nem armazenavam tesouros na terra, mas entesouravam-nos no céu.
DECEPADO O ORGULHO DO INIMIGO PAGÃO
11, 12. (a) Que liga intermunicipal dominava antigamente a Filístia? (b) O orgulho de quem seria decepado por Jeová, e como?
11 Então, qual foi a “palavra de Jeová” proferida contra a Filístia? Antigamente, a liga das cinco cidades de Asdode, Ascalom, Ecrom, Gate e Gaza dominava a terra da Filístia. Por algum motivo, Gate deixa de ser mencionada na palavra de Jeová dirigida aqui contra os filisteus. Zacarias 9:5-7 prossegue com a profecia e diz:
12 “Ascalom o verá e ficará com medo; e quanto a Gaza, também sentirá dores muito severas; também Ecrom, porque a sua esperança aguardada terá de sofrer vergonha. E de Gaza há de perecer um rei e a própria Ascalom não será habitada. E será realmente um filho ilegítimo que se sentará em Asdode, e eu certamente deceparei o orgulho do filisteu. E vou remover-lhe da boca as suas coisas manchadas de sangue e de entre os seus dentes as suas coisas repugnantes, e então ele mesmo há de restar para o nosso Deus; e terá de tornar-se como um xeque em Judá, e Ecrom, como o jebuseu.”
13. (a) Como seriam Ascalom, Gaza e Ecrom afetadas pela destruição de Tiro em 332 A. E. C.? (b) Que mudança sofreria Asdode?
13 A cidade de Ascalom havia de ver assim a destruição de Tiro e havia de ficar com medo, ficando finalmente sem habitantes. Quanto a Gaza, sentiu severas dores evidentemente pelo mesmo motivo; e por causa deste acontecimento doloroso e suas conseqüências, sofreu uma mudança no governo e extinguiu-se nela seu rei nativo. A cidade de Ecrom evidentemente olhava para Tiro como sua esperança de proteção e socorro contra um inimigo invasor. Portanto, quando Tiro foi reduzida a ruínas depois dum sítio de sete meses por Alexandre Magno, em 332 A. E. C., Ecrom também se contorcia em severas dores, porque ficara desapontada e envergonhada na sua esperança. Mas que dizer da quarta cidade mencionada, Asdode? Evidentemente, havia de ocorrer uma mudança de população nela, porque Jeová disse: “Será realmente um filho ilegítimo que se, sentará em Asdode.” A população nativa, legítima, não permaneceria nela. Estrangeiros e estranhos ocupariam a cidade, não só quanto ao governo, mas também quanto à população.
14. De que atitude para com Israel havia sido culpada a Filístia e como seria isso decepado por Jeová?
14 Admite-se, pois, que a “palavra de Jeová” era contra a Filístia. Os filisteus haviam sido muito orgulhosos e arrogantes, especialmente para com o povo de Jeová, mesmo depois do restabelecimento deste à sua pátria. Entretanto, seu orgulho precedeu à queda. Por fazer estas coisas mencionadas às quatro cidades principais da Filístia, Jeová ‘deceparia o orgulho do filisteu’. Nenhum filisteu podia mais gabar-se, ao comparar-se com o povo de Jeová. Jeová cortaria também sua falsa adoração religiosa.
15. (a) O que se faria às “coisas manchadas de sangue” e às “coisas repugnantes” dos filisteus? (b) Que proceder seria adotado por um restante dos filisteus?
15 Na adoração de seus deuses falsos, comiam sacrifícios repugnantes a Jeová e ao seu povo. Também, as vítimas animais que comiam nas suas refeições sacrificiais não eram sangradas. Devia acabar-se com tal adoração repugnante de deuses idólatras, pois a “palavra de Jeová” prosseguiu: “E vou remover-lhe da boca [do filisteu] as suas coisas manchadas de sangue e de entre os seus dentes as suas coisas repugnantes, e então ele mesmo há de restar para o nosso Deus.” Não se explica como se removeriam tais coisas manchadas de sangue e repugnantes da boca e dos dentes do filisteu. Mas, dentre todos aqueles filisteus que se recusavam a observar o mandamento de Deus e a deixar a idolatria com seus sacrifícios e ritos abomináveis, havia de sobrar um restante que faria isso voluntariamente, em obediência. Este restante será “para o nosso Deus”, para Jeová dos exércitos. Que transformação vitalizadora! Mas, Zacarias 9:7 prossegue dizendo a respeito deste restante: “E terá de tornar-se como um xeque em Judá, e Ecrom, como o jebuseu.
16. (a) Como se tornaria o restante dos filisteus “como um xeque em Judá”? (b) Tornarem-se “como o jebuseu” indicava que nível de sociedade para os de Ecrom?
16 Naturalmente, sendo os filisteus camitas, não se podiam tornar xeques na tribo de Judá, que era semita e hebréia. (Gênesis 10:6, 13, 14, 21-25) Mas o restante obediente convertido à adoração de “nosso Deus”, Jeová, podia tornar-se “como um xeque em Judá”. O restante ocuparia assim uma posição de distinção em companhia do povo escolhido de Jeová e não seria considerado de pouca ou nenhuma importância. Como o xeque dum clã, receberiam responsabilidades. Entretanto, estas responsabilidades seriam subordinadas às dos próprios judeus. Isto é indicado pela declaração de que Ecrom se tornaria “como o jebuseu”. Os jebuseus, iguais aos filisteus, eram camitas, não por meio de Mizraim, filho de Cã, mas por meio de Canaã, filho de Cã, e por isso eram cananeus. (Gênesis 10:6, 15, 16) Os jebuseus eram os primitivos ocupantes de Jerusalém, que por isso costumava ser chamada Jebus.
17. Por que se indicava uma posição favorecida aos de Ecrom por se tornarem “como o jebuseu”?
17 Em 1070 E.C., o Rei Davi capturou a cidade dos jebuseus e chamou-a Jerusalém. (Juízes 1:21; 2 Samuel 5:4-9) Mais tarde, os jebuseus subjugados foram usados como trabalhadores escravos pelo filho de Davi, o Rei Salomão, nas diversas obras públicas de construção, inclusive do templo suntuoso em Jerusalém. (1 Reis 9:15-23; 2 Crônicas 8:1-10) Quanto privilégio era para aqueles jebuseus ter parte na construção do templo de Jeová em Jerusalém e também na de muitas construções boas para o reino messiânico, típico, de Deus no antigo Israel! Portanto, ao tornar-se “como o jebuseu”, Ecrom e seus habitantes que se voltaram para a adoração de “nosso Deus”, Jeová, foram trazidos a uma posição favorecida, embora subserviente.
18. Que experiência com o cristianismo tiveram os filisteus no primeiro século E. C.?
18 No primeiro século de nossa Era Comum, pregaram-se as boas novas do reino messiânico de Deus aos filisteus. Lembramo-nos de que o evangelizador Filipe pregou a um eunuco etíope, ao andarem no carro deste na “estrada que desce de Jerusalém para Gaza”, na Filístia. Depois de batizar este etíope convertido ao cristianismo, Filipe o deixou e foi encontrado em Asdode (Grego: Azotos; a moderna Asdode), cerca de cinqüenta e cinco quilômetros ao norte de Gaza. Sem dúvida, muitos filisteus aceitaram a evangelização de Filipe. (Atos 8:26-40) Depois da conversão do centurião italiano Cornélio, em 36 E.C., os filisteus podiam ser convertidos e podiam então receber o espírito santo de Deus mediante Cristo.
19. Como se cumpre o quadro profético de ‘um filho ilegítimo realmente se sentar em Asdode’ no caso os modernos filisteus antitípicos?
19 No nosso próprio século vinte, muitos religiosos têm sido como os antigos filisteus em adorar deuses falsos e em combater o povo de Jeová. Assim como a antiga Asdode, cidade principal na confederação de cinco cidades dos filisteus, passou por uma mudança de população, como que por filhos ilegítimos, assim estes antitípicos filisteus da atualidade passaram por uma mudança de personalidade. Dedicando-se a Deus por meio de Jesus Cristo e sendo batizados em água, deixam de fazer parte deste mundo filisteu e tornam-se ‘estrangeiros’, não-nativos, para ele e assim fora de lugar. Não vão atrás do comercialismo egoísta assim como a antiga Tiro, nem dependem dele e esperam nele, assim como Ecrom olhava para Tiro, nem confiam numa força militar, assim como fazia a antiga Síria. Abstêm-se da adoração e do serviço dos deuses sanguinários deste mundo moderno. Tomam sua posição, em devoção, a favor de “nosso Deus”, Jeová dos exércitos.
20. Estes filisteus transformados da atualidade recebem que participação com o restante dos israelitas espirituais?
20 Em reconhecimento deste proceder, tais filisteus modernos, transformados, recebem uma parte com o restante ungido dos israelitas ou judeus espirituais na promoção da adoração de Jeová no seu templo espiritual. Assim “como um xeque em Judá”, recebem tarefas e responsabilidades relacionadas com esta atividade do templo. A multidão destes servos dedicados e batizados de Jeová Deus já se tornou “grande”, e ela ainda está aumentando. Esta “grande multidão”, sem número, que passa a associar-se com o restante ungido pelo espírito, foi predita em Revelação 7:9-17.
21, 22. (a) De que proveito era para seu povo que Jeová fosse para eles um “posto avançado” e por que não passaria por eles nenhum feitor? (b) Como cumpriu Jeová esta profecia para com o seu restante do Israel espiritual hoje em dia?
21 As antigas Filístia, Fenícia e Síria eram inimigas ferrenhas do restante restabelecido dos anteriores exilados judaicos. Para assinalar o contraste entre seus tratos com estes inimigos e seus tratos com o seu povo escolhido, a casa de Israel, Jeová dos exércitos prosseguiu, dizendo: “E vou acampar-me como posto avançado para a minha casa de modo que ninguém passará e ninguém retornará; e não mais passará por eles algum feitor, porque agora eu o vi com os meus olhos.” — Zacarias 9:8.
22 Acampado como num posto avançado, Jeová dos exércitos podia impedir que os inimigos atacantes chegassem perto de Sua “casa” e a invadissem e depois se retirassem. Como “posto avançado”, podia impedir que passasse ainda um “feitor” escravizador pelo seu meio e os escravizasse. Similar a isso, o mesmo Jeová dos exércitos protegeu sua “casa” de israelitas espirituais neste “tempo do fim” quando os inimigos se ajuntaram mais do que nunca em oposição à adoração de Jeová no seu templo espiritual. Fortalecidos pelo Seu poderoso espírito, os da “casa” de Jeová do Israel espiritual resistiram com bom êxito a todos os esforços dos “feitores” do mundo, no sentido de atravessarem seu domínio espiritual e se tornarem seus feitores religiosos. Imitando os apóstolos de Cristo, obedecem a Deus antes que aos homens. — Atos 5:29.
23. (a) O que significa a expressão de Jeová: “Agora eu o vi com os meus próprios olhos”, com respeito à situação de seu povo no meio de toda a humanidade? (b) Como se dá isso atualmente com o restante espiritual e a “grande multidão” de co-adoradores?
23 Jeová dos exércitos apercebe-se das ameaças e dos empenhos dos inimigos feitos contra seus adoradores no seu templo. Conforme ele disse: “Agora eu o vi com os meus olhos.” Isto corresponde ao que ele disse anteriormente na sua “pronúncia”, nas seguintes palavras: “A palavra de Jeová é contra a terra de Hadraque e descansa em Damasco; porque Jeová tem o olho posto no homem terreno e em todas as tribos de Israel.” (Zacarias 9:1) Ele fixa seu olho observador não só em “todas as tribos de Israel”, mas também no homem terreno. Quer dizer, em toda a humanidade além de seu povo escolhido. Foi por isso que fez a sua pronúncia contra os inimigos tradicionais, tais como a Síria, a Fenícia e a Filístia, que haviam maltratado as doze tribos de Israel. Esta “pronúncia” é profética e tem aplicação espiritual hoje aos inimigos do Israel espiritual de Jeová e da “grande multidão” de co-adoradores. A diferença entre como Jeová dos exércitos trata todos estes adoradores Dele e como trata o equivalente hodierno da Síria, da Fenícia e da Filístia pode ser vista prontamente. A plena diferença será observável durante o vindouro tempo de “grande tribulação”, quando ele libertar completamente seus adoradores leais de todos os inimigos ímpios deles. — Mateus 24:21, 22; Revelação 7:14, 15; 19:11-21.
‘EIS QUE VEM O TEU PRÓPRIO REI’
24. (a) Em vista do que sofreu Gaza, que perguntas se fazem a respeito do alvo de sua hostilidade, Jerusalém? (b) Por que será o brado de Jerusalém diferente daquele de Gaza?
24 Na cidade filistéia de Gaza havia de perecer o rei, mas o que se daria com respeito ao alvo da hostilidade filistéia, Jerusalém, chamada poeticamente Sião? Sentiria ela “dores muito severas” igual a Gaza, por ver a derrubada do baluarte do comercialismo ganancioso e da força militar não-teocrática? Deveria gritar em severas dores e em temor aterrorizante? Ela gritará, sim, mas não assim como Gaza! Porque depois de fazer a sua pronúncia contra a Síria, a Fenícia e a Filístia, Jeová prosseguiu: “Jubila grandemente, ó filha de Sião. Brada em triunfo,a ó filha de Jerusalém. Eis que vem a ti o teu próprio rei. Ele é justo, sim, salvo; humilde, e montado num jumento, sim, num animal plenamente desenvolvido, filho de jumenta. E hei de decepar de Efraim o carro de guerra e de Jerusalém o cavalo. E o arco de batalha terá de ser decepado. E ele falará realmente de paz às nações; e seu domínio será de mar a mar e desde o Rio até os confins da terra.” — Zacarias 9:9, 10.
25. Por que tinha a “Filha de Jerusalém” todos os motivos para bradar em triunfo e ser muito alegre com a aproximação do rei?
25 No cumprimento desta promessa gloriosa, por que não teria Jerusalém os melhores motivos do mundo para ser muito jubilante e para ‘bradar em triunfo’? Porque na ocasião em que se deu esta promessa divina, por meio do profeta Zacarias, Jerusalém não tinha rei próprio. Ela tinha apenas um governador provincial, designado pelo imperador da Pérsia, Dario I, a saber, Zorobabel, filho de Sealtiel, da linhagem real de Davi. O reino de Davi havia sido derrubado pelos babilônios cerca de noventa anos antes, em 607 A. E. C., na destruição total de Jerusalém e na deportação de seu rei Zedequias para Babilônia. Embora já tivessem passado os setenta anos em que Jerusalém jazia completamente desolada, os Tempos dos Gentios de 2.520 anos, em que as nações não-judaicas haviam de pisar o direito de Jerusalém a um reinado davídico, ainda haviam de continuar até o ano 1914 E.C. Portanto, nos dias de Zacarias, a “filha de Jerusalém” ansiava a vinda do verdadeiro Rei-Messias da linhagem de Davi, o Messias prefigurado pelo Governador Zorobabel. — Ageu 2:23.
26. Por que não precisamos adivinhar com incerteza o cumprimento inicial desta profecia de Zacarias?
26 Hoje, nós os que estamos interessados no verdadeiro Messias, não num falso Cristo, não precisamos ficar em incerteza quanto ao cumprimento inicial da profecia de Zacarias. Ele foi registrado e descrito para nós pelo menos por três testemunhas oculares dele, a saber, Mateus Levi, cobrador de impostos, João Marcos, habitante de Jerusalém, e João, filho de Zebedeu, além de um historiador do primeiro século, que investigou os fatos do caso, o médico Lucas, da Ásia Menor. Aconteceu no domingo, 9 de nisã de 33 E.C. Mateus Levi nos diz:
Ora, quando se aproximavam de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, no Monte das Oliveiras, Jesus enviou então dois discípulos, dizendo-lhes: “Ide à aldeia que está ao alcance de vossa vista, e logo achareis atada uma jumenta, e um jumentinho com ela; desatai-os e trazei-mos. E se alguém vos disser alguma coisa, tendes de dizer: ‘O Senhor precisa deles.’ Com isso, ele os enviará imediatamente.”
Isto aconteceu realmente para que se cumprisse o que fora falado por intermédio do profeta, que disse: “Dizei à filha de Sião: ‘Eis que o teu Rei está vindo a ti, de temperamento brando e montado num jumento, sim, num jumentinho, descendência dum animal de carga.’”
Os discípulos foram então e fizeram conforme Jesus lhes ordenara. E trouxeram a jumenta e seu jumentinho, e colocaram sobre estes as suas roupas exteriores, e ele se sentou nelas. A maior parte da multidão estendeu na estrada as suas roupas exteriores, ao passo que outros cortaram ramos das arvores e os espalhavam pela estrada. Quanto às multidões, os que lhe precediam e os que lhe seguiam clamavam: “Salva, rogamos, o Filho de Davi! Bendito é aquele que vem em nome de Jeová! Salva-o, rogamos, nas maiores alturas!”
Entrando ele então em Jerusalém, a cidade inteira ficou em comoção, dizendo: “Quem é este?” As multidões diziam: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia!”
E Jesus entrou no templo e lançou fora todos os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as bancas dos que vendiam pombas. E disse-lhes: “Está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração’, mas vós fazeis dela um covil de salteadores.” Aproximaram-se dele no templo também cegos e coxos, e ele os curou.
Quando os principais sacerdotes e os escribas viram as coisas maravilhosas que ele fazia e os meninos que clamavam no templo e diziam: “Salva, rogamos, o Filho de Davi!” ficaram indignados e disseram-lhe: “Ouves o que estes estão dizendo?” Jesus disse-lhes: “Sim. Nunca lestes o seguinte: ‘Da boca dos pequeninos e de crianças de peito forneceste louvor’?” — Mateus 21:1-16.
27. Se os discípulos não tivessem clamado, como se teria cumprido a profecia?
27 E o médico judeu Lucas acrescenta o seguinte pormenor:
No entanto, alguns dos fariseus dentre a multidão disseram-lhe: “Instrutor, censura os teus discípulos.” Mas ele disse, em resposta: “Eu vos digo: Se estes permanecessem calados, as pedras clamariam.” — Lucas 19:39, 40; Veja também Marcos 11:1-18; João 12:12-19.
28. De que modo estava Jesus pacífico, “humilde”, “justo”, e “salvo” na sua entrada triunfal em Jerusalém?
28 Assim, em vez de montar num cavalo de guerra, Jesus Cristo entrou em Jerusalém montado pacificamente num jumento, dessemelhante de Herodes, o Grande, que depois de sitiar Jerusalém por três meses no ano 37 A. E. C., tomou-a em assalto e destronou o rei asmoneu (macabeu), Antígono, da tribo de Levi. Jesus foi realmente “humilde”, conforme predito por Zacarias 9:9. Não era falso Cristo ou falso Messias, mas era “justo”, o Messias vindicado pelo seu Pai celestial Jeová. Era de fato “justo” por ser aperfeiçoado na carne sem pecado, imaculado, e por isso capaz de oferecer-se como perfeito sacrifício humano para tirar o pecado de todo o mundo injusto da humanidade. (Atos 7:52; Hebreus 7:26; 1 João 2:1) Foi deveras “salvo”, assim como seu antecessor antigo, o Rei Davi, foi salvo por receber a vitória sobre seus inimigos. (2 Samuel 22:1-4; 8:6, 14) Não foi em vão que a grande multidão clamou, quando Jesus entrou triunfantemente, montado, em Jerusalém: “Hosana ao Filho de Davi”, ou, “Salva, rogamos, o Filho de Davi!” Sete dias depois, o Deus Todo-poderoso salvou a Jesus da morte por ressuscitá-lo à vida imortal no céu. — Hebreus 5:7-10.
29. (a) Com respeito aos seus discípulos espirituais, como é que Jesus falou “paz às nações”? (b) Como destruirá ele todo equipamento de guerra dentro e fora da cristandade, e qual será o resultado de ele falar paz a “grande multidão” da atualidade?
29 É ele quem seria chamado: “Príncipe da Paz”. (Isaías 9:6, 7) Os discípulos judaicos dele vieram de todas as tribos de Israel, inclusive de Efraim e Judá, e ele os uniu numa pacífica fraternidade cristã; entre seus discípulos, ele rompeu até mesmo a inimizade entre os que eram judeus naturais, circuncisos, e os que eram gentios. (Efésios 2:11-20) Desta maneira já falou “paz às nações”. Mas a cristandade tem-se negado a escutar o que ele disse e continua a guerrear no seu próprio meio até o dia de hoje. Na vindoura “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon, Jeová Deus usará seu Rei Messiânico para destruir os carros e os arcos de guerra, e todo o armamento de guerra violenta encontrado hoje dentro e fora da cristandade. (Revelação 16:14-16; 19:11-21) Destruirá todos os promotores da guerra violenta entre a humanidade, em todas as nações. Mas, para a “grande multidão” de adoradores amantes da paz no templo espiritual de Jeová, que saíram de todas as nações, o vitorioso Rei Jesus Cristo falará paz e em paz, e eles serão preservados. — Revelação 7:14.
30. Após o fim dos Tempos dos Gentios em 1914 E.C., como foi Jesus Cristo apresentado formalmente à antitípica Jerusalém como Rei, mas que pergunta surge quanto a ele ser recebido?
30 Em 1914 E.C., quando os 2.520 anos dos Tempos dos Gentios terminaram para as nações gentias pisarem no direito de Jerusalém a um reinado messiânico, da linhagem real de Davi, o Deus Altíssimo Jeová empossou o Messias Jesus no trono celestial, para que reinasse e passasse a subjugar no meio dos seus inimigos. (Salmo 110:1-6; Atos 2:34-36; Hebreus 10:12, 13) Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918 E.C.), os do restante dedicado e batizado dos israelitas espirituais proclamaram publicamente que os Tempos dos Gentios haviam terminado e que o Deus Altíssimo fizera de seu Filho Jesus Cristo o Rei reinante nos céus. Assim se apresentou o Rei Messiânico de Jeová especialmente à cristandade, que foi prefigurada pela Jerusalém do primeiro século E. C. Mas, recebeu-o a cristandade, que professa compor-se de discípulos de Cristo, como Rei cujo “domínio” havia de ser “de mar a mar e desde o Rio “até os confins da terra”?
31. Até dezembro de 1918, o que provou se a cristandade recebeu ou não o Messias de Jeová como seu rei?
31 Não segundo o que a cristandade fez aos do restante ungido dos “irmãos” espirituais dele, que foi como se fizesse isso ao próprio Jesus, o Messias. (Mateus 25:40, 45; Marcos 9:37) Três anos e meio depois do fim dos Tempos dos Gentios, a cristandade aguerrida levou ao auge sua perseguição e supressão do restante dos irmãos espirituais de Cristo, na primavera de 1918 E.C. (Revelação 11:2-10) Só depois disso acabou a cristandade com a sua primeira guerra mundial, em 11 de novembro de 1918. Imitando a Jerusalém do primeiro século E. C., a cristandade negou-se a receber o Rei Messiânico de Jeová. No mês seguinte (dezembro de 1918), a cristandade tornou público que favorecia a proposta Liga das Nações como “a expressão política do Reino de Deus na terra”.
32. Em vista do proceder da cristandade, não havia ninguém que acolhesse o Rei messiânico de Jeová? E o que teriam de fazer estes, segundo a profecia?
32 Ora, não havia ninguém para acolher o Rei Messiânico apresentado por Jeová dos exércitos? Sim, havia! Assim como no domingo, 9 de nisã de 33 E.C., houve um restante dos judeus, a saber, os discípulos de Jesus Cristo, que o aclamaram e acolheram na sua entrada régia em Jerusalém, assim houve um restante de israelitas espirituais que fizeram o mesmo depois do fim dos Tempos dos Gentios em 1914 E.C. Pelas medidas de perseguição e repressão dos governos gentios da cristandade, foram espalhados e dispersos, assim como foram os discípulos de Jesus depois de ele ser traído e preso, no quinto dia depois de sua entrada triunfal em Jerusalém. Mas, no primeiro ano do após-guerra, 1919 E.C., quando foram revivificados pelo espírito vitalizador de Deus e restabelecidos ativamente no seu serviço, eles rejeitaram a Liga das Nações que foi adotada e ativada naquele ano. Em vez de aceitarem tal falsificado reino de Cristo, adotaram o espírito de Zacarias 9:9 e ficaram ‘grandemente jubilantes’, começando a ‘bradar em triunfo’, porque chegara a eles seu Rei, o verdadeiro Messias-Cristo.
33. (a) Desde 1919 E.C., como fizeram os que receberam o Rei que se soubesse de sua alegria e que se ouvisse seu brado? (b) Quando e como deixará o Messias-Cristo de montar um jumento pacífico, em caminho para onde?
33 Deixaram sua alegria ser conhecida em todo o mundo. Deixaram seu brado ser ouvido em todo o mundo. Como? Por começarem em 1919 E.C. a maior campanha de proclamação do reino messiânico de Deus que o mundo da humanidade já conheceu. (Mateus 24:14; Revelação 14:6) Deixaram ouvir a proclamação das boas novas do reino messiânico de Deus até onde se predisse que se estenderia o “domínio” do Messias: “de mar a mar e desde o Rio [Eufrates] até os confins da terra”. (Zacarias 9:10; Salmo 72:8) Já foram ouvidos em 208 países e grupos de ilhas, e isto em 165 idiomas. No imutável tempo devido de Deus — agora já em breve — toda a cristandade e todos os outros elementos deste sistema mundial de coisas terão de ser eliminados de todo este território na “grande tribulação” que se aproxima rapidamente e que será tal como o mundo da humanidade nunca conheceu. Em Revelação 19:11-21, o Messias-Cristo é representado não mais como montado num jumento pacífico, mas num cavalo de guerra branco, avançando para a batalha para eliminar todos os opositores que têm ocupado ilegalmente seu domínio terrestre desde 1914 E.C.
A VOLTA DOS PRISIONEIROS AO REDUTO
34. (a) Fez Jesus, o Messias, apenas a proclamação da libertação dos presos? (b) Que perguntas são suscitadas pelo anúncio de Jeová à “mulher” de Zacarias 9:11, 12?
34 Jesus, o Messias, quando na terra como homem perfeito, foi enviado “para proclamar liberdade aos que foram levados cativos”. (Isaías 61:1; Lucas 4:16-21) Ele não só a proclama, mas depois de sua proclamação dela, concede-a aos cativos. A pronúncia de Jeová por intermédio de Zacarias predisse isto, ao passo que prossegue: “Também tu, ó mulher, pelo sangue do teu pacto vou enviar teus prisioneiros para fora do poço em que não há água. Voltai ao reduto, prisioneiros da esperança.” (Zacarias 9:11, 12) Quem é aquela aqui chamada mulher, quem são os “prisioneiros” e qual é o “reduto”?
35. A “mulher” a que se fala aqui está num pacto cujo sangue foi derramado em que ocasião?
35 Aquela que foi chamada como se fosse mulher é a organização que está num pacto com Jeová Deus por meio do sangue precioso da vida. Não, não é a Jerusalém terrestre, nem a nação terrena do Israel natural, circunciso. É verdade que a antiga nação de Israel estava num pacto nacional com Jeová, por meio do sangue de vítimas animais sacrificadas pelo mediador Moisés, no Monte Sinai, na Arábia. (Êxodo, capítulo 24) Segundo este pacto nacional, validado com tal sangue animal, os do restante dos israelitas haviam sido libertos de sua prisão no exílio, em Babilônia, em 537 A. E. C. Mas o que Jeová agora dizia por meio de Zacarias referia-se a uma libertação no futuro distante, muito depois daquele livramento do exílio babilônico. Refere-se à libertação do poço sem água depois da apresentação do Rei Messiânico de Jeová. Segue-se à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, cinco dias antes da Páscoa judaica de 33 E.C. Naquele Dia da Páscoa, derramou-se sangue sacrificial.
36. Ao sangue de quem se refere isso, com quem se faz o pacto por meio de sangue e quem é a chamada “mulher” de Zacarias 9:11?
36 O sangue de quem? O sangue do Messias, cujo sangue havia sido tipificado pelo sangue de todos os cordeiros pascoais sacrificados anualmente pelos judeus desde aquela primeira Páscoa lá no Egito, em 1513 A. E. C. (1 Coríntios 5:7; João 1:29, 36; 1 Pedro 1:18, 19) Em virtude do sangue do Messias, mais precioso do que o de todas as vítimas animais sacrificadas por Israel, pôs-se em vigor um novo pacto. Com quem? Não com a Jerusalém terrestre, nem com o Israel natural, que rejeitou o Rei Messiânico e causou-lhe a morte. Mas com o Israel espiritual, circunciso no coração, judeu em sentido íntimo. (Jeremias 31:31-34; Hebreus 8:7 a 9:15) O Mediador deste novo pacto entre Jeová e o Israel espiritual é o Messias Jesus. De modo que se fala em Zacarias 9:11 ao Israel espiritual como a uma mulher que está num pacto feito por sangue.
37, 38. (a) Quem são os “prisioneiros” da mulher e qual é o poço sem água neste século vinte? (b) Que significado mais amplo se poderia dar ao poço sem água, e que pacto é posto em vigor por meio do sangue?
37 Onde se encontravam então estes “prisioneiros” pertencentes a tal mulher simbólica? Aqui neste século vinte e nesta “terminação do sistema de coisas”, estes “prisioneiros” são os do restante ungido dos israelitas espirituais. A história deste século registra que durante a Primeira Guerra Mundial eles vieram a estar em escravidão à religiosa Babilônia, a Grande, e seus patrocinadores políticos e militares. Nesta condição, estavam como que num “poço em que não há água”. Não havia ali nenhum refrigério espiritual, nenhuma esperança de saírem! Mas, pelo sangue derramado de Cristo como sacrifício resgatador, seus pecados nesta condição lhes foram perdoados e eles foram restabelecidos no favor de Jeová e no seu legítimo domínio espiritual na terra, não sendo mais exilados longe Dele. Mas, o poço sem água pode também representar aquela condição desfavorável, maior, de estar sob a condenação geral do pecado e sob a sua pena de morte, herdada de nossos primeiros pais humanos, pecadores, Adão e Eva. Exigiu realmente o sangue redentor de Cristo para tirar desta condição os que constituíam este restante espiritual. O sangue dele é que foi aplicado para fazer vigorar o novo pacto. Jesus disse:
38 “Isto significa meu ‘sangue do pacto’, que há de ser derramado em benefício de muitos, para o perdão de pecados.” (Mateus 26:28) “Este copo significa o novo pacto em virtude do meu sangue, que há de ser derramado em vosso benefício.” — Lucas 22:20; Hebreus 13:20.
39. Apenas a esperança de que fonte podiam ter estes “prisioneiros” no poço sem água e que chamada lhes fez Jeová em 1919 E.C.?
39 Assim, pela aplicação do sangue do novo pacto feito com o Israel espiritual, Jeová dos exércitos tirou o restante encarcerado do “poço” sem água da condenação do pecado e da morte. (Hebreus 12:24) A religiosa Babilônia, a Grande, não oferecia nenhuma esperança a estes “prisioneiros”; só podiam ter “esperança” se confiassem nas promessas amorosas de Jeová Deus e seu Messias. A estes, no exílio espiritual sob Babilônia, a Grande, Jeová dos exércitos fez a chamada em 1919 E.C.: “Voltai ao reduto, prisioneiros da esperança.” — Zacarias 9:12.
40. (a) O que deviam fazer os “prisioneiros” segundo a chamada? (b) Qual é o “reduto” ao qual os prisioneiros têm de retornar?
40 Esta chamada divina significava que tais “prisioneiros da esperança” deviam sair de Babilônia, a Grande! (Revelação 18:1-4) A palavra “reduto” nos faz lembrar as palavras de 2 Samuel 5:7-9: “Davi passou a capturar a fortaleza de Sião, isto é, a cidade de Davi. . . . E Davi passou a morar na fortaleza e ela veio a ser chamada de cidade de Davi.” Mas a capital do Rei Davi foi ampliada para incluir mais do que o Monte Sião, e veio a ser chamada Jerusalém. De modo que Jerusalém é um “reduto”, não tanto quanto a ser uma cidade muito fortificada, mas no que ela representava. O que representava? O reino messiânico de Deus, pois o seu rei humano foi ungido com óleo sagrado para ser governante, e este governante ungido sentava-se no “trono de Jeová”. — 2 Samuel 5:1-3; 1 Crônicas 29:23.
41. (a) Este retorno dos “prisioneiros” foi tipificado por meio de que, em 537 A. E. C.? (b) Por que foi ao reino que os “prisioneiros” puderam voltar em 1919 E.C.?
41 Em 537 A.E.C., o restante dos exilados em Babilônia voltou à terra de Judá e reconstruiu a cidade de Jerusalém, voltando assim ao reduto terrestre. Seu proceder foi típico do proceder do restante moderno do Israel espiritual. Em obediência à chamada de Jeová, os do restante ungido saíram de Babilônia, a Grande, em 1919 E.C. e voltaram ao “reduto” espiritual. Poderia haver um reduto mais inexpugnável do que o inabalável reino messiânico de Deus? Assim como o reduto terrestre de Jerusalém representava o reino messiânico de Jeová, assim o reduto espiritual representa aquilo a que a antiga Jerusalém tinha direito divino, a saber, o reino do verdadeiro Messias de Jeová, sentado à mão direita de Deus, no céu. Os Tempos dos Gentios, para as nações pisarem neste direito divino ao Reino, terminaram em 1914 E.C., e logo a seguir nasceu o reino messiânico nos céus. (Revelação 12:1-9) Portanto, os do restante ungido, ao serem soltos em 1919 E.C., podiam ‘voltar’ a este Reino semelhante a um reduto, que haviam proclamado desde 1914 E.C. Mostraram que fizeram isso por renovarem sua pregação do Reino como nunca antes.
42. O que pode dizer hoje o restante do Israel espiritual quanto ao cumprimento da promessa de Jeová à “mulher”: “Hoje eu te informo: ‘Pagar-te-ei de volta em dobro, ó mulher’”?
42 Havia motivos excelentes para os do restante ungido ‘retornarem ao reduto’, porque Jeová dos exércitos passou a dizer ao Israel espiritual, como que a uma mulher: “Também, hoje eu te informo: ‘Pagar-te-ei de volta em dobro, ó mulher.’” (Zacarias 9:12) E não foi isto feito por Jeová dos exércitos? Foi. Quando os do restante ungido dos israelitas espirituais, libertos, olham hoje para trás, vêem-se obrigados a admitir que aquilo que suportaram durante a Primeira Guerra Mundial, às mãos de Babilônia, a Grande, e seus amantes no mundo, não foi nada em comparação com as bênçãos espirituais que estão usufruindo agora no seu legítimo domínio espiritual. E isso especialmente desde o fim da Segunda Guerra Mundial! Isso tem sido mais do que esperavam receber das mãos de seu Libertador, Jeová dos exércitos. Tem sido como que o “dobro”. Quantas bênçãos usufruem!
GUERRA ESPIRITUAL CONTRA A SÉTIMA POTÊNCIA MUNDIAL
43. De que maneira disse Jeová, em Zacarias 9:13-15, que ele usaria seu povo numa guerra ofensiva, espiritual?
43 Jeová dos exércitos previu os atacantes futuros de seu povo, de seus adoradores. Que ação tomaria? Tanto ofensiva como defensiva. Quanto à sua ação ofensiva, ele disse: “’Pois vou entesar Judá como meu arco. Vou encher o arco com Efraim e vou despertar teus filhos, ó Sião, contra os teus filhos, ó Grécia, e vou fazer-te [isto é, Sião] como a espada de um poderoso.’ E o próprio Jeová será visto sobre ele e sua flecha há de sair como raio. E o próprio [Soberano] Senhor Jeová tocará a buzina e ele há de andar com os vendavais do sul. O próprio Jeová dos exércitos os defenderá, e eles realmente devorarão e subjugarão as pedras de funda. E hão de beber — ser turbulentos — como se houvesse vinho; e ficarão realmente cheios como a tigela, como os ângulos do altar.” — Zacarias 9:13-15.
44. A alegria do povo vitorioso de Deus seria como a alegria causada por quê? E, portanto, que vindoura potência mundial não precisavam temer?
44 Nesta guerra figurada, os adoradores de Jeová hão de ser vitoriosos, pois serão tumultuosos de alegria, como se seu coração tivesse sido alegrado com vinho. (Salmo 104:15) Portanto, nos dias de Zacarias, os israelitas restabelecidos não tinham nada a temer dos ‘filhos da Grécia’, quando Alexandre Magno conduziu a estes à posição de domínio mundial, como Quinta Potência Mundial. Babilônia, destruidora de Jerusalém, já havia caído como Terceira Potência Mundial. A Medo-Pérsia dominava então a terra como a Quarta Potência Mundial. E em 332 A. E. C., a Grécia havia de tomar seu lugar como a Quinta Potência Mundial e governar a terra de Judá.
45. (a) Com que desenvolvimento indireto da Potência Mundial Grega teve de travar o restante ungido uma guerra espiritual, e por causa de que questão? (b) Como prevaleceram os ‘Filhos de Sião’?
45 Entretanto, segundo Daniel 8:8-25, do Império Grego procederia algo para o Império Romano como Sexta Potência Mundial, e daí para o simbólico ‘chifre pequeno’, a potência mundial dupla anglo-americana como Sétima Potência Mundial. Com esta Sétima Potência Mundial, supostamente cristã, é que os do restante ungido do Israel espiritual tiveram de contender, especialmente durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Trata-se duma guerra espiritual que tiveram de travar no esforço de se manter neutros para com as controvérsias das potências políticas mundiais e para obedecer a Deus como governante, em vez de a homens nacionalistas. (Atos 5:29-32) Os ‘filhos de Sião’, espirituais, prevaleceram pela fé na Palavra de Deus e pela sua fidelidade ao reino messiânico de Jeová. Isto não se tem dado com o Movimento Sionista dos judeus naturais, circuncisos, até agora.
46. De que modo usa Jeová seu restante ungido na terra como arco e flecha, quão velozes são as flechas, como toca ele a “buzina” simbólica e o que ele usa como “espada de um poderoso”?
46 Quando a Sétima Potência Mundial propôs a Liga das Nações e se empenhou por ela em 1918-1919, como “expressão política do Reino de Deus na terra”, o reino messiânico de Jeová, conforme estabelecido nos céus em 1914 E.C. e representado pela antiga Sião, estava em oposição à contrafação feita pelo homem. Jeová usará o seu reino como “espada de um poderoso”. Os “filhos do reino” (os filhos espirituais de Sião) proclamam em todo o mundo a mensagem do Reino, que é também como espada espiritual. (Mateus 13:38, 43; Efésios 6:17) Assim como o antigo Judá (o arco) e como Efraim (a flecha), Jeová usa a parte sobrevivente mais velha do restante ungido para impulsionar a parte mais nova igual a uma flecha, na declaração da mensagem de julgamento do Soberano Senhor Deus contra os inimigos do reino messiânico. A “Flecha” simbólica de Jeová avança “como raio” na proclamação do Reino, proclamando o “dia da vingança da parte de nosso Deus”. (Isaías 61:1, 2) Por meio das atuais explicações de sua Palavra Sagrada, a Bíblia, Jeová toca a “buzina” espiritual para convocar seu restante ungido para a guerra espiritual.
47. (a) Especialmente desde quando se viu Jeová estar sobre o seu povo e em que sentido ele o tem defendido? (b) Como venceram eles as figurativas “pedras de funda” e por causa de que estão cheios de alegria como que por causa do vinho?
47 Ele mesmo é visto estar sobre eles, pois, desde 1931 E.C., foram especificamente chamados pelo nome dele, testemunhas cristãs de Jeová. Ele avançará contra os inimigos de seu reino messiânico como que “com os vendavais do sul”, que são notavelmente violentos no Oriente Médio. Mas ele defenderá os deste seu restante fiel de israelitas espirituais, preservando sua fé e espiritualidade, bem como seu domínio espiritual dado por Deus. Os inimigos lançam muitos impedimentos atordoantes contra o restante restabelecido, mas o restante mostra ser capaz de receber tais simbólicas “pedras de funda” sem ficar atordoado e parar de agir, e realmente subjuga tais “pedras de funda”, anulando seu efeito. Assim como as tigelas do templo eram enchidas com o sangue das vítimas animais que se aspergia contra o lado do altar de cobre de sacrifício, encharcando seus cantos, derramar Jeová o sangue vital de seus inimigos, em destruição, encherá assim o restante defendido de alegria, como se o sangue de seus inimigos fosse vinho que era lícito beber, para alegrar-lhes o coração.
48. Com que espécie de ternura prometeu Jeová tratar seu povo dedicado e como que espécie de pedras cintilaram?
48 Em vez de ser como um guerreiro que atacasse seu restante dos israelitas espirituais, Jeová será terno para com eles, assim como um pastor pacífico. Por isso leva ao auge sua “pronúncia”, dizendo: “E Jeová, seu Deus, os há de salvar naquele dia como o rebanho do seu povo; pois serão como as pedras dum diadema cintilando sobre o seu solo. Pois, quão grande é a sua bondade e quão grande é a sua formosura! O cereal é o que fará os jovens medrar, e o vinho novo, as virgens.” — Zacarias 9:16, 17.
49, 50. (a) Desde quando honra Jeová os que honram seu nome? (b) Como age Jeová como Salvador dos de seu rebanho e quão preciosos Lhe são?
49 Nos dias de Zacarias, esta foi uma profecia que fortaleceu o coração. Hoje, já tão avançado no “tempo do fim” da Sétima Potência Mundial e de todos os demais deste sistema militarizado de coisas, a profecia tornou-se um acontecimento que agora se aproxima dum grandioso clímax.
50 Desde a publicação do artigo principal: “Quem honrará a Jeová?”, no número em inglês de 1.º de janeiro de 1926 da Torre de Vigia (Sentinela), proclamou-se mundialmente, com destaque que Jeová é o Deus do restante ungido dos israelitas espirituais. Assim como Ele dissera há muito tempo por um profético “homem de Deus”: “Honrarei os que me honrarem”, ele honrou este restante que honra a Deus. (1 Samuel 2:30) Salvou-os nas perseguições e nos perigos da pior guerra de toda a história humana, a Segunda Guerra Mundial (1939-1945 E.C.), porque estes honrosos israelitas espirituais lhe eram caros, assim como um rebanho de ovelhas é para seu pastor no Oriente Médio. Quão preciosas são as pedras dum diadema real para quem o usa, cuja aparência fica notável pela cintilação delas! Tão preciosos como estas pedras cintilantes num diadema real são os fiéis do espiritual “rebanho do seu povo”. Ele ainda os salvará do ataque final do inimigo.
51. Como se tornou o quadro mental de Jeová para os do restante e com que provisões fez com que prosperassem espiritualmente?
51 Quão grande se mostrou para eles a bondade de Jeová! Quão formoso se tornou para eles o quadro mental que formam Dele! Ele os tem alimentado com alimento espiritual de sua Palavra Sagrada revelada como que com abundantes colheitas de cereais. Seu coração foi alegrado como que com vinho novo. Tudo isto fez com que prosperassem espiritualmente.
[Nota(s) de rodapé]
a Compare com isso Sofonias 3:14; Isaías 44:23; Salmo 41:12; Jó 38:7.
[Mapa na página 260]
(Para o texto formatado, veja a publicação)
A TERRA DA PALESTINA DURANTE O REINADO DOS REIS PERSAS
QUITIM (CHIPRE)
Hamate
MAR MEDITERRÂNEO
Ribla
TERRA DE HADRAQUE (?)
Mtes. do Líbano
SÍRIA
FENÍCIA
Sídon
Tiro
Damasco
BASÃ
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Rio Jordão
EFRAIM
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