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O que é preciso para manter-se separado do mundoA Sentinela — 1980 | 15 de dezembro
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O que é preciso para manter-se separado do mundo
Sem dúvida, reconhecermos quão iníquo e corrupto é o mundo de Satanás, ajudar-nos-á a manter-nos separados do mundo. Tal reconhecimento nos facilitará a obedecer o mandamento encontrado no Salmo 97:10: “Ó vós amantes de Jeová, odiai o que é mau.” Não importa quão agradáveis ou quão fascinantes as coisas iníquas possam ser para a carne decaída, precisamos abominá-las, conforme aconselhou o apóstolo. (Rom. 12:9) Mais do que isso, queremos odiar aqueles que voluntariamente se mostram odiadores de Jeová e odiadores do que é bom. Conforme o expressou Davi, da antiguidade: “Acaso não odeio os que te odeiam intensamente, ó Jeová, e não tenho aversão aos que se revoltam contra ti? Odeio-os com ódio consumado. Tornaram-se para mim verdadeiros inimigos.” (Sal. 139:21, 22) Nós os odiamos, não no sentido de querer prejudicá-los ou de desejar-lhes o mal, mas, no sentido de evitá-los assim como evitaríamos veneno ou uma cobra venenosa, porque eles podem envenenar-nos, em sentido espiritual. Por isso é que somos alertados: “Não sejais desencaminhados. Más associações estragam hábitos úteis.” — 1 Cor. 15:33
E observe que manter-se sem mácula das pessoas iníquas se aplica não somente aquelas com quem talvez nos encontremos ou nos associemos em nossas atividades da vida diária, mas também àquelas que escolhemos como companheiros no que diz respeito a diversão. Lembre-se de que se nos manda: “A fornicação e a impureza de toda a sorte, ou a ganância, não sejam nem mesmo mencionadas entre vós, assim como é próprio dum povo santo; nem conduta vergonhosa.” (Efé. 5:3, 4) Isto significa que precisamos, não apenas evitar fazer de tais coisas tema de nossas próprias conversas, mas também não permitir que tais coisas sejam mencionadas na nossa presença por assistirmos a um programa de TV ou por vermos um filme cinematográfico onde tais coisas são o tema da conversa. Antes, façamos empenho de cultivar associações com concrentes plenamente devotados, não somente na congregação e nas atividades de campo, mas também socialmente. Sim, para nos mantermos separados do mundo precisamos cuidar de nossas associações; evitando as más por um lado, e por outro lado sendo diligentes na associação com aqueles que, como nós, não fazem parte do mundo.
SÃO NECESSÁRIAS FÉ E CORAGEM
Manter-se separado do mundo exige também fé e coragem. Para desenvolvermos nossa fé precisamos cultivar um apetite espiritual saudável, por estarmos cônscios de nossa necessidade espiritual, todo o tempo. (Mat. 5:3) Isto inclui criar o hábito do estudo pessoal da Bíblia e assistir regularmente às reuniões cristãs. Este é um campo em que muitos do povo de Jeová falham. Cada um de nós deveria regularmente reservar tempo para o estudo pessoal da Bíblia. Levante-se meia hora mais cedo, se for necessário. Muitos fazem isso, para poderem fazer tal estudo. Queremos ter o apreço pela Palavra de Deus que o salmista tinha, quando exclamou: “Quanto eu amo a tua lei! O dia inteiro ela é a minha preocupação. Exulto sobre a tua declaração assim como quando alguém acha muito despojo.” — Sal. 119:97, 162.
O papel que a fé forte exerce em mantermo-nos separados do mundo pode ser visto pelo exemplo dos homens fiéis do passado. No capítulo 11 de Hebreus lemos a respeito deles: “O mundo não era digno deles.” Colocaram suas esperanças no reino de Deus e assim ‘viram estas coisas de longe e acolheram-nas, e compreenderam que eram forasteiros, estranhos e residentes temporários’ no que dizia respeito a este mundo.
Ir corajosamente de casa em casa com as boas novas do reino de Deus não é apenas uma demonstração de nossa fé, servindo para fortalecê-la, mas também é de grande ajuda para manter-nos separados do mundo. Infunde em nossa mente o grande abismo que existe entre os do mundo e os cristãos; e ao passo que observamos a apatia, a indiferença, o preconceito e a franca oposição por parte de muitos que contatamos, somos ajudados a resistir às tentações mundanas. O mesmo se aplica ao testemunho informal. Por fazerem isto, ex-hippies raramente têm alguma dificuldade em romper com antigos companheiros; estes mantém-se distantes, porque não querem que seus ex-colegas preguem a eles.
FIDELIDADE EM COISAS PEQUENAS
Manter-se separado do mundo também exige fidelidade em coisas pequenas. Como Jesus disse: “Quem é fiel no mínimo, é também fiel no muito, e quem é injusto no mínimo, é também injusto no muito.” (Luc. 16:10) Se tomarmos cuidado para não seguirmos o mundo, para não sermos influenciados por ele em coisas pequenas, tais como vestimenta e estilo de penteado provocantes, negócios desonestos, sonegação de impostos, hábito de ‘fazer hora’ no trabalho, correr riscos desnecessários, conduta desenfreada entre os sexos — todas estas coisas nos protegerão contra transgredirmos as leis de Deus em questões mais sérias.
Para ilustrar este ponto, há o caso dos quatro hebreus que foram levados cativos para Babilônia, conforme registrado no livro de Daniel. Por se terem provado fiéis na questão aparentemente pequena do alimento, puderam sair-se vitoriosos em questões de vida ou morte, que envolviam a decisão de obedecer a Deus ou aos homens. — Dan. 1:1-17; 3:1-30; 6:4-23.
HUMILDADE E AUTODOMÍNIO
A humildade é outra qualidade que nos ajudará grandemente a nos manter separados do mundo. Isto significa termos uma opinião modesta sobre nós mesmos, nunca pensando mais de nós mesmos do que é necessário pensar. (Rom. 12:3) Aqueles que têm a si mesmos em muito alta estima são alvos fáceis dos aduladores deste mundo. Pode-se dizer que Satanás usou um argumento lisonjeiro para enganar Eva. (Gên. 3:1-7) Sermos humildes ajudar-nos-á a ficar contentes com nossas bênçãos espirituais e materiais. Se tivermos devoção piedosa e auto-suficiência, como somos exortados a ter em 1 Timóteo 6:6, não ficaremos desassossegados, ansiando prazeres proibidos, excitação ou emoção por assistir à violência na tela; não seremos tentados a ser desonestos nos nossos negócios com outros ou a nos tornarmos gananciosos de lucros egoístas. Por termos uma opinião modesta sobre nós mesmos, estaremos satisfeitos com nosso cônjuge e não lançaremos olhares anelantes para outra pessoa que talvez pareça ser mais encantadora, agradável ou melhor companhia.
Manter-se separado do mundo também exige autodomínio. O autodomínio nos capacitará a suportar sofrimento para não transigirmos sob perseguição severa, enquanto recorremos a Jeová todo o tempo para a ajuda necessária. O mesmo se aplica no que diz respeito às tentações que o mundo de Satanás ou as circunstâncias colocam em nosso caminho, isto é, tentações para sucumbirmos às obras da carne. (Gál. 5:19-21) Se tivermos cultivado o fruto do autodomínio, poderemos resistir a todas essas tentações, fazendo como o apóstolo Paulo fez: “Amofino o meu corpo e o conduzo como escravo, para que, depois de ter pregado a outros, eu mesmo não venha a ser de algum modo reprovado.” — 1 Cor. 9:27.
TEMOR DE JEOVÁ E AMOR ALTRUÍSTA
Manter-se separado do mundo requer também o temor de Jeová que é o princípio da sabedoria. (Sal. 111:10) O temor piedoso de desagradar ao nosso Pai celestial manter-nos-á separados do mundo iníquo. O mundo é muito mau, e o temor de Jeová significa odiar o que é mau.
Mas, manter-se separado do mundo exige, acima de tudo, amor altruísta. O mundo incita ao egoísmo. Quanto mais altruístas formos, menos atração as tentações do mundo exercerão sobre nós. Se amarmos realmente a Jeová Deus de todo o nosso coração e de toda a nossa alma, de toda a nossa mente e força, seremos leais a ele e assim não nos associaremos com seus inimigos. Não seremos infiéis a ele. E se amarmos nossos irmãos cristãos, iremos manter-nos separados do mundo, porque deixar de fazer isto poderia fazê-los tropeçar devido ao nosso mau exemplo. Se amarmos nossos familiares, manteremos distância de todos os engodos mundanos que nos podem tentar a ser desleais para com eles em pensamento, palavras e ações.
RECOMPENSAS POR MANTER-SE SEPARADO
Quais são as recompensas por manter-se separado do mundo? Em primeiro lugar, podemos desfrutar de uma amizade pura com Jeová Deus, Jesus Cristo e nossos irmãos cristãos. Além disso, por nos mantermos separados do mundo, teremos uma consciência limpa e evitaremos os maus frutos resultantes das obras da carne. (Gál 6:7, 8) Por nos mantermos separados de Babilônia, a Grande, não seremos cúmplices de sua culpa e nem receberemos suas pragas. — Rev. 18:4.
Manter-se separado das nações políticas também tem suas recompensas. Embora, freqüentemente, isto tenha resultado em duras provações para os verdadeiros cristãos, contudo, repetidas vezes, manterem-se separados dos conflitos nacionalistas tem resultado em ganho para eles. Em países tão afligidos por conflitos como o Líbano e a Irlanda do Norte, a neutralidade dos cristãos tem-lhes possibilitado locomoverem-se quase que livremente no seu trabalho de dar testemunho e até mesmo tem-lhes salvo a vida.
E por nos mantermos separados do mundo poderemos, para o nosso próprio benefício, acatar o mandamento encontrado em Sofonias 2:3: “Procurai a Jeová, todos os mansos da terra, que tendes praticado a Sua própria decisão judicial. Procurai a justiça, procurai a mansidão. Talvez sejais escondidos no dia da ira de Jeová.” Deste modo, poderemos atravessar a “grande tribulação” para desfrutar vida eterna na nova ordem de Deus. — Mat. 24:21; 2 Ped. 3:13.
Portanto, todos os verdadeiros cristãos dedicados precisam ter sempre em mente a necessidade de manterem-se separados do mundo dominado por Satanás, o Diabo. Que eles avaliem sempre as muitas razões por que devem agir assim. E que sejam diligentes em cultivar as qualidades necessárias para se manterem separados do mundo.
Conforme apresentado nos artigos que se seguem designados para estudo, somos profundamente afetados pela nossa atitude no que diz respeito a este mundo. Deveras, ‘nós ceifamos o que semeamos.
[Fotos na página 9]
ODIAR E EVITAR O MAL DESENVOLVER FORTE FÉ EM DEUS
VIOLÊNCIA VÍCIOS ESTUDO ORAÇÃO
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Semeadura que visa o Reino de DeusA Sentinela — 1980 | 15 de dezembro
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Semeadura que visa o Reino de Deus
1. Em que reino classificou a aluna o imperador indagante, e estava a sua resposta além de qualquer questão?
O imperador dum país centro-europeu fazia a inspeção duma escola pública de seus súditos. Fez aos alunos várias perguntas. Conforme diz a história, perguntou a uma menininha sobre “o reino vegetal” e “o reino animal”, e ficou satisfeito com as respostas dela. Depois, perguntou-lhe: “A que reino pertenço eu?” Esperando receber a resposta: “Ao reino animal”, ficou com lágrimas nos olhos quando a menina respondeu: “Ao reino de Deus.” Embora a igreja a que o imperador pertencia achasse correta e reverente a resposta da menina, será que ele pertencia ao reino de Deus? Fora este governante político dum governo do mundo realmente admitido no “reino de Deus”? Isso dá margem para reflexão!
2. (a) A admissão ao reino de Deus é feita a que grau de governo? (b) Como mostraram os judeus dos dias de Jesus que não semeavam com vistas a este reino?
2 A admissão no reino de Deus é a maior honra que se poderia conceder a alguém na terra. O reino de Deus é o maior de todos os governos. Este é o governo sobre o qual pregou o Fundador do cristianismo no Oriente Médio. A história diz sobre Jesus Cristo: “Ora, depois de João [Batista] ter sido preso [no ano 30 E.C.], Jesus entrou na Galiléia, pregando as boas novas de Deus e dizendo: ‘Tem-se cumprido o tempo designado e o reino de Deus se tem aproximado. Arrependei-vos e tende fé nas boas novas.’” (O relato de Marcos, no capítulo um, Mar. 1 versículos 14 e 15.) No entanto, a grandíssima maioria da população judaica não se arrependeu, nem teve fé. É de consternar que ainda por cima mandaram Jesus ser morto como inimigo do imperador romano, o César. De modo figurativo, eles não semearam com vistas ao reino de Deus. Mas, quem de nós, hoje, faz isso? Como podemos saber isso? Veremos.
3. Os discípulos de Jesus lhe perguntaram a respeito de que ilustração que ele apresentou a uma assistência na beira do mar, e o que disse ele sobre o ouvido?
3 A maioria de nós, hoje, gosta de ilustrações de alguma coisa. Jesus Cristo ficou famoso por fazer ilustrações ou contar parábolas. Ele, como pregador itinerante, atraía grande público. Certa vez, de um barco no Mar da Galiléia, ele ensinou a assistência na praia do mar. Apresentou uma ilustração de quatro tipos de solo agrícola. Seus discípulos íntimos perguntaram-lhe, em particular, sobre o significado disso. Depois de dar explicação e fazer comentários adicionais, ele disse, até mesmo a estes companheiros íntimos: “Escute quem tem ouvidos para escutar.” (Mar. 4:1-23)
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