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  • “Se a trombeta der um toque incerto . . .”

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  • “Se a trombeta der um toque incerto . . .”
  • Despertai! — 1987
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Despertai! — 1987
g87 8/9 pp. 5-7

“Se a trombeta der um toque incerto . . .”

“SE A trombeta der um toque incerto, quem se aprontará para a batalha?” (1 Coríntios 14:8) Poderia a indiferença demonstrada pelos luteranos alemães — soldados da igreja — ser causada pelo toque incerto soado pela igreja? Considere só a evidência.

Crise de Identidade

No decorrer dos últimos 200 anos, afirma o diácono luterano Wolfram Lackner, o protestantismo abandonou progressivamente suas confissões originais de fé. Assim, o protestantismo alemão agora “se depara com uma crítica crise de identidade”.

Esta crise de identidade tornou-se mais evidente na década de 30, como explica o livro The Rise and Fall of the Third Reich (A Ascensão e a Queda do Terceiro Reich), de William L. Shirer: “Os protestantes da Alemanha . . . eram uma fé dividida. . . . Com a ascensão do Nacional-Socialismo houve outras divisões . . . Os nazistas mais fanáticos entre eles organizaram, em 1932, ‘O Movimento de Fé dos Cristãos Alemães’ . . . [e] apoiaram de forma ardente as doutrinas nazistas sobre a raça e o princípio de liderança . . . Oposto aos ‘Cristãos Alemães’ havia outro grupo minoritário que se denominava ‘Igreja Confessional’. . . . Posicionada entre eles, estava a maioria dos protestantes, . . . que estavam sentados no muro e que, por fim, na maior parte, acabaram nos braços de Hitler.”

Na realidade, alguns dos ensinos de Lutero couberam como que uma luva nas mãos de Hitler. A doutrina de Lutero, sobre os “dois reinos”, que argumenta que Deus governa o mundo através das autoridades tanto seculares como eclesiásticas, incentiva a estrita submissão às autoridades civis. Assim, a publicação luterana, Unsere Kirche, admite que “a maior parte do protestantismo alemão . . . celebrou o fim da democracia de Weimar com grande entusiasmo e deu vivas ao novo ditador”. Em vista dos fortes sentimentos anti-semitas de Lutero, a igreja não achou difícil impedir que pessoas que não fossem de descendência ariana assumissem o ministério.

Mas, que dizer da “Igreja Confessional”? Em 1934, ela adotou a Declaração de Barmen, que expressava sua oposição à ideologia nacional-socialista. Uma amostra, feita em Berlim, do protestantismo durante o Terceiro Reich, revelou recentemente, contudo, que apenas um terço dos clérigos protestantes apoiava a “Igreja Confessional”. E nem mesmo todos os desse terço se opuseram ativamente a Hitler. A oposição por parte daqueles que se opuseram foi, pelo visto, interpretada erroneamente por Hitler como significando oposição por parte da igreja como um todo. O livro Der Deutsche Widerstand 1933-1945 (A Resistência Alemã 1933-1945) argumenta que foi assim imputada à Igreja Luterana um posicionamento de oposição política que ela mesma não escolheu.

Depois da queda de Hitler, a igreja ficou em completa desordem. Qual das facções oponentes tinha espelhado sua verdadeira identidade? Por que o toque de sua trombeta tinha soado tão indistinto?

Para esclarecer tais perguntas, 11 destacados clérigos protestantes, inclusive Gustav Heinemann, que mais tarde se tornaria presidente da República Federal, reuniram-se em outubro de 1945, a fim de esboçar a chamada admissão de culpa de Stuttgart. Apesar de sua oposição ao regime nazista, eles disseram: “Acusamo-nos de não termos sido mais corajosos em declarar abertamente nossas convicções, mais fiéis ao proferirmos nossas orações, mais alegres em expressarmos nossa fé, e mais ardentes em mostrarmos nosso amor”. Estes clérigos esperavam que tal declaração fosse uma distinta chamada de trombeta à ação, propiciando um novo começo.

Uma Trombeta Religiosa ou Política — Qual Delas?

Sentindo-se possivelmente embaraçados de que sua igreja fez tão pouco para se opor a Hitler, muitos luteranos alemães, hoje em dia, atacam prontamente as diretrizes governamentais. Os clérigos luteranos, por exemplo, achavam-se entre os primeiros a organizar o movimento antinuclear da Europa. Em 1984, um grupo de pastores luteranos do norte da Alemanha começou a instar com jovens em idade de ser convocados a que recusassem o serviço militar. A igreja, porém, condenou tal medida, dizendo que esta mostrava “considerável intolerância política para com os sentimentos de cristãos que pensam de outro modo”. Em seu sínodo geral de 1986, a igreja defendeu seu direito de discutir questões políticas e então passou a fazê-lo. Expressou seu desapontamento diante dos resultados da reunião de cúpula das superpotências na Islândia, e debateu extensivamente a política governamental sobre os refugiados, o desemprego e as usinas nucleares.

Naturalmente, nem todos concordam com este ativismo político. Lutero, se estivesse vivo atualmente, por certo o condenaria, segundo o Professor Heiko Oberman, uma autoridade sobre o líder da Reforma. E Rolf Scheffbuch, diácono luterano, queixa-se de que, nos nossos dias, a genuinidade da fé cristã é medida rápido demais pela atitude da pessoa para com o apartheid ou o estacionamento de mísseis.

É óbvio que as diferenças políticas estão dividindo a igreja. É também óbvio que o “velho caso de amor” entre a Igreja e o Estado está demonstrando “sinais de fadiga” e está ficando “enferrujado”, como se expressou recentemente o Bispo Hans-Gernot Jung. Isto explica as palavras de reprimenda proferidas por um político alemão de destaque, em 1986: “Quando florestas moribundas são comentadas com muito maior amplitude do que Jesus Cristo, a igreja perdeu a visão de sua verdadeira comissão.”

O protestantismo, como seu nome indica, surgiu do desejo de protestar contra o que o antecedera. Assim, desde sua fundação, o protestantismo tende a ser liberal, receptivo a novas idéias, apresentando um enfoque de mente aberta, disposto a adaptar-se às normas do momento. Nada ilustra isto melhor do que a teologia protestante. Não dispondo de uma autoridade última quanto a doutrinas — tal como o Vaticano, no caso dos católicos — tem-se permitido que todo teólogo toque sua própria trombeta de interpretação teológica.

Discordantes Trombeteiros Teológicos

Isto resultou em alguns sons bem estranhos. A revista Time citou um exemplo, em 1979: “É preciso crer em Deus para ser um ministro protestante? A resposta, como em tantos casos, nos dias atuais, é sim e não. A Alemanha, em especial, tem sido autêntica fonte de dúvidas protestantes durante décadas. Na semana passada, porém, decidindo que tinha de traçar um limite em algum ponto, a Igreja Evangélica Luterana Unida da Alemanha Ocidental . . . destituiu o Rev. Paul Schulz por heresia. . . . Desde 1971, ele prega que a existência de um Deus pessoal é ‘uma confortadora invenção dos seres humanos’. . . . A oração? Simples ‘auto-reflexão’. . . . Jesus? Um homem normal, com coisas boas a dizer, que foi mais tarde glorificado como Filho de Deus pelos cristãos primitivos.” O que indicava que “as noções de Schulz não são novas, ou nem sequer raras” era o fato de que, durante as audiências de instrução e julgamento, ele “se dirigia à uma galeria composta de estudantes de teologia, que às vezes o aplaudia”. E, apesar das medidas tomadas, “a comissão insistiu que ela ainda era favorável a ‘um amplo espectro’ de interpretações individuais”.

Apontando para este amplo espectro de interpretações individuais, o editorial dum jornal afirma que a teologia protestante carece de “clareza conceitual e de exatidão teórica”, e a chama de “teologia elementar mesclada que resulta ser não menos estéril do que rançoso dogmatismo”. Um boletim protestante suíço acrescenta: “O ‘isto ou aquilo’ da percepção cristã” foi “substituído pelo ‘isto, bem como aquilo’”. Não é de admirar que os teólogos discordem!a

Ruma a Casa de Lutero Para o Desabamento?

A crise da igreja é, na realidade, uma crise de fé. Mas, pode a fé ser cultivada em pessoas nutridas por uma “teologia elementar mesclada”, e guiada por irresoluta orientação, tipo “isto, bem como aquilo”? Pode o protestantismo esperar motivar suas fileiras à ação cristã com tal toque indistinto de trombeta?

Já por volta de 1932, o professor de teologia, Dietrich Bonhoeffer, queixava-se: “Ela [a Igreja Luterana] tenta estar em toda a parte e acaba não estando em parte alguma.” Será que já é tarde demais para a igreja encontrar sua identidade? A maioria das autoridades eclesiásticas concorda que os métodos usuais de revitalização não funcionarão. Precisa-se de algo novo, e diferente. Mas, o quê? O aposentado Bispo Hans-Otto Wölber afirma: “O futuro da igreja não é uma questão de métodos, mas de conteúdo. . . . É a mensagem que importa. . . . Em outras palavras, ao lado da Bíblia é que tomamos posição.”

Sem dúvida.

[Nota(s) de rodapé]

a Karl Barth, um dos mais destacados teólogos protestantes deste século, alegadamente descreveu algumas das teorias de Paul Tillich, seu colega teólogo, como “abomináveis”. Ele também discordava violentamente do teólogo Rodolf Bultmann, que questionou a literalidade de alguns relatos da Bíblia.

[Quadro na página 7]

Quem Fez Soar um Toque Distinto de Trombeta a Favor da Neutralidade Cristã?

“Ainda sabemos muito pouco sobre o destino dos objetores de consciência da II Guerra Mundial; até agora, só sabemos o seguinte: Entre os luteranos, Hermann Stöhr e Martin Gauger recusaram intransigentemente o serviço militar . . . Sete nomes de católicos podem ser mencionados . . . Os menonitas alemães, tradicionalmente pacifistas, não decidiram ‘aplicar o princípio de não-defesa’ durante o Terceiro Reich, baseado numa decisão feita numa reunião de anciãos e de ministros, em 10 de janeiro de 1938. Sabe-se de dois quacres, na Alemanha, que recusaram o serviço militar. . . . Pode-se citar sete membros dos Adventistas do Sétimo Dia que se recusaram a prestar o voto de lealdade . . . e foram mortos. As Testemunhas de Jeová (Estudantes da Bíblia) prantearam o maior número de vítimas. Em 1939, havia cerca de 20.000 pessoas no ‘Grande Reich Alemão’ que pertenciam a esta . . . organização religiosa. Calcula-se que, apenas na Alemanha, cerca de 6.000 a 7.000 Testemunhas de Jeová se recusaram a prestar serviço militar durante a II Guerra Mundial. A Gestapo e as SS, por conseguinte, deram atenção especial a este grupo.” — Sterben für den Frieden (Morrer Pela Paz), de Eberhard Röhm, editado em 1985.

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