Observando o Mundo
Ligação mente—coração
O estresse aumenta o risco de um segundo ataque cardíaco, segundo Tufts University Health & Nutrition Letter, mas “pelo que tudo indica a mente também tem muito a ver com o desenvolvimento de doenças cardíacas”. Estudos recentes revelam que “pessoas de gênio muito forte têm três vezes mais probabilidade de ter um ataque cardíaco e de morrer de uma doença cardíaca” e que “essas reações agressivas prejudicam o coração logo cedo na vida”. O estresse danifica os músculos do coração e os vasos sanguíneos que regam o órgão. A depressão aumenta em mais de 70% o risco de ataque cardíaco e de outras doenças cardíacas. Mas essa porcentagem cai quando a pessoa conta com o apoio de familiares e de amigos, dizem os pesquisadores.
“Síndrome de novos ricos”
“O número de milionários nos Estados Unidos e no Canadá aumentou quase 40% desde 1997, chegando a 2,5 milhões”, relatou o jornal canadense National Post. O artigo acrescenta que o progresso da tecnologia está enriquecendo, e bastante, muitos jovens. O psicólogo Dr. Stephen Goldbart diz que alguns entre esses ficam desnorteados com a riqueza recente. “Pode chegar a arruinar a vida deles, dividir a família e lançá-los em um caminho de autodestruição. O dinheiro não é sinônimo de tranqüilidade e de auto-realização”, diz Goldbart. Alguns psicólogos são da opinião que com o progresso da tecnologia surgiu “uma nova doença, a síndrome dos novos ricos”, cujos sintomas são depressão profunda, crises de pânico e insônia. O artigo menciona que “alguns novos ricos se sentem culpados por terem tanto dinheiro achando que não têm direito de ter tanto ou até mesmo que não merecem tudo isso”. Outros ficam paranóicos achando que todos vão querer explorá-los. O Dr. Goldbart recomenda aos ricos infelizes que, em vez de se contentarem em apenas mandar cheques para instituições de caridade, se envolvam também em atividades na comunidade.
Eles não param de cavar!
Os fazendeiros no Chile estão com um grande problema: o curuco, um pequeno roedor de pelagem preta que cava túneis no solo arável, os quais chegam a 600 metros de comprimento. Recentemente foi feito um estudo bem completo sobre esse sistema de túneis com muitas ramificações. Uma zoóloga da Universidade de Essen, Alemanha, e um zoólogo chileno cavaram e encontraram a toca de uma colônia de 26 animais. Acharam câmaras de alimentos com 5.000 bulbos armazenados para a estiagem. Nesse sistema de túneis havia também câmaras que serviam de ninho, forradas de capim e de sacos plásticos. Essas criaturinhas pretas com os incisivos bem salientes chamam atenção por ser muito engraçadinhas, mas para os fazendeiros elas são uma praga! O problema é que os bois pisam nesses túneis, a terra cede e eles acabam quebrando uma perna.
Uma praga fantástica: o dente-de-leão
O dente-de-leão “foi tachado de Inimigo Número Um dos supervisores de campos de golfe e dos que gostam de ter gramados impecáveis” e também de “praga que não tem solução”, diz o jornal The News, da Cidade do México. Mas o dente-de-leão “é uma das plantas do mundo que mais bem faz à saúde” e é um bom alimento. Ele é rico em vitamina A e em potássio e é mais nutritivo do que os brócolis e o espinafre. Dá para se aproveitar todo ele. As folhas tenras são boas para fazer salada ou para substituir o espinafre em muitas receitas; com as raízes secas e torradas se faz uma bebida parecida com o café, e com as flores se faz vinho. O dente-de-leão já vem sendo usado por muito tempo como tônico e remédio para depurar o fígado e o sangue, para reconstituir o sangue e como diurético suave. É “uma das seis principais ervas da medicina chinesa”, segundo o jornal. E a vantagem dos que têm um gramado, ou dos que moram perto de um pasto, é que podem conseguir essa planta de graça.
Degelo nos Andes
No Peru, nos últimos 67 anos, algumas geleiras dos Andes diminuíram entre 850 e 1.500 metros, segundo o jornal El Comercio, de Lima. Antoine Erout, glaciologista francês, descobriu que em pouco mais de 20 anos o derretimento das geleiras criou mais de 70 lagos — muitos desses com grande probabilidade de transbordar e de romper os diques naturais. Com a redução da neve e do gelo das geleiras, diminui a água doce tão necessária nas fazendas, nos sistemas de irrigação e nas usinas hidrelétricas. Essa água também é a principal fonte de água potável para três capitais de países sul-americanos: Lima, Peru; Quito, Equador e La Paz, Bolívia. O jornal pergunta: “Pode imaginar o que acontecerá se esses depósitos de neve e de gelo desaparecerem?” O que causa o degelo? Erout acha que entre as principais causas estão as mudanças climáticas relacionadas com o fenômeno El Niño.
Um inseto extraordinário
“Uma das primeiras fotos do Grylloblatta campodeiformis, um inseto raro e diferente, natural das montanhas Rochosas e de algumas regiões da Rússia, está para ser publicada no novo Handbook of Insects (Manual de Insetos)”, diz um artigo do jornal The Sunday Telegraph, de Londres. Esse espécime dos países do norte sobrevive em grandes altitudes e se alimenta de carcaças e de restos de insetos trazidos pelo vento. Ele pertence a uma ordem de insetos descoberta há menos de 100 anos. O corpo é marrom-claro e amarelo, com antenas longas, sem asas e chega a medir 3 centímetros de comprimento. As larvas se parecem um pouco com centopéias ainda não desenvolvidas. “Ele se adaptou tão bem ao clima frio que se o segurar na palma da mão ele literalmente morre de calor”, explica o jornal. O autor do manual, Dr. George McGavin, do Museu de História Natural da Universidade de Oxford, disse que até o momento mal conhecemos e conseguimos classificar um quinto dos insetos do mundo.
Abuso de antibióticos
“Ninguém está dando ouvidos aos avisos constantes dos profissionais de saúde sobre o abuso de antibióticos”, diz a revista New Scientist. “Um estudo feito em nove Estados dos Estados Unidos baseando-se em entrevista com 10 mil pessoas revelou que 32% ainda acreditam que os antibióticos curam resfriados, 27% acham que eles evitam doenças mais sérias e 48% consultam um médico esperando que os prescreva quando há sintomas de resfriado.” O problema é que esses medicamentos não têm nenhuma atuação sobre infecções viróticas, como o resfriado. Eles só funcionam contra as infecções bacterianas. Acredita-se que um dos principais motivos de as doenças criarem resistência aos antibióticos é o uso excessivo deles. (Veja a Despertai! de 22 de dezembro de 1998, página 28.) Brian Spratt, da Universidade de Oxford, disse: “Temos de achar um outro meio mais eficaz de fazer as pessoas entenderem o risco de se tomar antibióticos sem necessidade.”
Por que colocam cafeína em refrigerantes?
“Já que a cafeína não influi no sabor dos refrigerantes, para que serve então?”, pergunta a revista New Scientist. “Cientistas da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, EUA, descobriram que apenas 2 de cada 25 adultos que tomam refrigerantes à base de cola conseguem distinguir as bebidas que contêm cafeína.” A questão é que 70% dos 15 bilhões de latas de bebidas gaseificadas consumidas pelos americanos em 1998 continham cafeína. Em um estudo anterior, o psicofarmacólogo Roland Griffiths e seus colegas “notaram que ao parar de tomar refrigerantes com cafeína, as crianças passam a ter sintomas de abstinência”. Griffiths acrescenta: “Estão colocando nos refrigerantes uma droga viciadora suave e isso explica por que as pessoas preferem os que têm cafeína.”
Escolha polêmica
O Papa João Paulo II, em setembro de 2000, deu continuidade ao processo de beatificação do Papa Pio IX (1846-78). O historiador francês René Rémond mencionou, no diário católico La Croix, que Pio IX tomou “decisões que chocam o espírito evangélico, como não objetar à execução de patriotas italianos condenados à morte por contestarem sua autoridade como chefe de Estado”. O jornal Le Monde o chamou de “o último monarca absoluto da Europa” e comentou sobre a intolerância deste papa-rei, principalmente sobre a sua luta contra a “liberdade de consciência, os direitos humanos e a emancipação dos judeus”. O jornal acrescentou que Pio IX “condenou a democracia, a liberdade de religião e a separação da Igreja e do Estado”, além da “liberdade de imprensa, do pensamento e de associação”. Foi Pio IX que em 1869 abriu o Concílio Vaticano I, ocasião em que se definiu o dogma da infalibilidade do papa em questões pertinentes à fé e à moralidade.