Capítulo 11
Nem dano nem ruína no paraíso espiritual
1. As qualidades morais de quem são refletidas por aquele que é Rei sobre o paraíso espiritual?
FOI dito que a qualidade moral de qualquer governo humano representa aquilo que o próprio povo governado é. Tal observação foi feita pelos próprios estadistas do mundo. Todavia, isso não se dá entre os que agora ocupam o paraíso espiritual, que o Soberano Senhor Jeová estabeleceu para seus adoradores na terra. Como Soberano Universal, é Ele quem lhes coloca o governante e Rei sobre eles. Não foram eles os que escolheram e empossaram seu Rei sobre si mesmos, um rei modelado segundo eles, e, por isso, alguém que seria indulgente para com seu modo de vida materialista, egoísta e pecaminoso. Antes, os que estão no paraíso espiritual querem ter um Rei que seja à imagem de Jeová Deus, e querem imitar seu Rei dado por Deus e ser semelhantes a ele. Em sentido moral e religioso, querem ser o que são por causa do que seu Rei temente a Deus é. Sim, querem que aquilo que são represente o que seu Rei messiânico é, para a honra dele.
2, 3. Com que espécie de linguagem descreve Isaías 11:6-8 as mudanças de personalidade produzidas nos súditos do Rei messiânico?
2 A personalidade do Rei messiânico influi na personalidade de seus súditos no paraíso espiritual de modo excelente e edificante. A profecia de Isaías aponta nesta direção. Logo depois de descrever as qualidades e os atos do Rei messiânico suscitado por Jeová Deus, o profeta Isaías prossegue:
3 “E o lobo, de fato, residirá por um tempo com o cordeiro e o próprio leopardo se deitará com o cabritinho, e o bezerro, e o leão novo jubado, e o animal cevado, todos juntos; e um pequeno rapaz é que será o condutor deles. E a própria vaca e a ursa pastarão; juntas se deitarão as suas crias. E até mesmo o leão comerá palha como o touro. E a criança de peito há de brincar sobre a toca da naja; e a criança desmamada porá realmente sua própria mão sobre a fresta de luz da cobra venenosa.” — Isaías 11:6-8.
4. (a) O que é incomum nesta descrição, especialmente referente às feras? (b) Já existiram alguma vez tais condições na terra?
4 Neste espantoso quadro profético, algo afetou radicalmente os animais, em especial os animais ferozes do campo. Os animais ferozes não mais atacarão e devorarão os animais domesticados. Ter-se-ão tornado mansos e inofensivos, abandonando seus modos carnívoros e tornando-se vegetarianos. Ora, assim é que foi na terra, sim, no Jardim do Éden, antes de Jeová Deus colocar nele o homem e a mulher perfeitos. E embora fossem criados no meio duma terra cheia de vida animal, Adão e Eva não tinham medo de ser molestados por tais, e ambos também eram vegetarianos. Assim, por que se retrata na profecia tal transformação no domínio animal? Por que se retrata para nós profeticamente tal quadro de inofensividade e senso de segurança?
5. Qual é evidentemente o objetivo desta descrição agradável?
5 Evidentemente, é para retratar o que ocorrerá na sociedade humana sob o governo do Rei-Juiz messiânico, o entronizado Jesus Cristo nos céus. Mas, certamente, as coisas não seriam de um modo no domínio animal e de outro modo no domínio humano. Um terá de retratar o outro. A esfera inferior terá de retratar a esfera superior. Terá de prevalecer uma relação paradísica entre eles.
6. (a) Onde ocorreu tal transformação, e desde quando? (b) Qual é o motivo da mudança?
6 Tal transformação de caraterísticas há muito inerentes ainda não ocorreu no domínio animal. Não, nem mesmo embora o Rei messiânico já esteja reinando nos céus desde o fim dos Tempos dos Gentios no ano de 1914 E. C. No entanto, tal transformação de caraterísticas no mundo animal devia retratar a transformação ocorrida na sociedade humana. Em harmonia com tal intenção, essa transformação predita pela profecia a respeito do mundo animal aconteceu realmente no paraíso espiritual dos adoradores restabelecidos de Jeová. Tem sido assim desde a libertação deles de Babilônia, a Grande, culpada de sangue, a partir do ano de 1919 E. C. Toda esta transformação se deve à operação do “espírito de Jeová” e ocorre também porque os habitantes do paraíso espiritual têm sobre si o Rei messiânico, sobre quem pousou o “espírito de Jeová”. — Isaías 11:1, 2.
7, 8. (a) Que espécie de disposição costumavam ter muitos dos que agora estão no paraíso espiritual, e o que contribuía para tal condição? (b) Por que se aplica bem Efésios 2:1-3 aos que estão no paraíso espiritual?
7 Nem todos os que agora moram no paraíso espiritual do favor de Deus eram antes de disposição pacífica, igual à dum cordeirinho ou cabritinho domesticado, ou da vaca ou do animal cevado. Muitos, provavelmente a vasta maioria, tinham disposição semelhante à do lobo predatório, do leopardo ou do leão novo jubado, do urso, da naja ou de outras cobras venenosas. Em especial desde que o mundo entrou no que foi chamado de “Era da Violência”, em 1914, ano assinalado pelo irrompimento duma guerra em escala global, duma guerra mundial. Isto não contribuiu para a melhora da disposição e da inclinação das pessoas como um todo. Até mesmo a decência começou a declinar para aquilo que é hoje. A todos os habitantes do paraíso espiritual pode-se dizer do mesmo modo como foi dito à congregação cristã em Éfeso, na Ásia Menor, há dezenove séculos atrás:
8 “[Estivestes] mortos nas vossas falhas e pecados, nos quais andastes outrora segundo o sistema de coisas deste mundo, segundo o governante da autoridade do ar, o espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Sim, todos nós nos comportávamos outrora entre eles em harmonia com os desejos de nossa carne, fazendo as coisas da vontade da carne e dos pensamentos, e éramos por natureza filhos do furor, assim como os demais.” — Efé. 2:1-3.
9, 10. O que disse o apóstolo Paulo a respeito do anterior modo de vida daqueles das congregações cristãs em Corinto e em Roma?
9 Dizendo claramente que espécie de pessoas mundanas os membros da congregação cristã em Corinto, na Grécia, costumavam ser, o apóstolo Paulo escreveu-lhes: “O quê! Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não sejais desencaminhados. Nem fornicadores, nem idólatras, nem adúlteros, nem homens mantidos para propósitos desnaturais, nem homens que se deitam com homens, nem ladrões, nem gananciosos, nem beberrões, nem injuriadores, nem extorsores herdarão o reino de Deus. E, no entanto, isso é o que fostes alguns de vós. Mas vós fostes lavados, mas vós fostes santificados, mas vós fostes declarados justos no nome de nosso Senhor Jesus Cristo e com o espírito de nosso Deus.” — 1 Coríntios 6:9-11; veja também Colossenses 3:5-8.
10 Também, ao advertir os cristãos a não recaírem no seu anterior proceder mundano, o apóstolo Paulo escreveu à congregação de Roma, na Itália: “Sabeis a época, que já é hora de despertardes do sono, pois agora a nossa salvação está mais próxima do que quando nos tornamos crentes. A noite está bem avançada; o dia já se tem aproximado. Portanto, ponhamos de lado as obras pertencentes à escuridão e revistamo-nos das armas da luz. Andemos decentemente, como em pleno dia, não em festanças e em bebedeiras, nem em relações ilícitas e em conduta desenfreada, nem em rixa e ciúme. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não estejais planejando antecipadamente os desejos da carne.” — Romanos 13:11-14.
11. (a) De que modo mostraram muitos dos que agora estão no paraíso espiritual antigamente tendências semelhantes às de animais predatórios? (b) O que produziu a mudança na sua personalidade?
11 Assim, é bem provável que muitos dos mais de dois milhões que agora usufruem a provisão do paraíso espiritual de Deus antes tinham e ainda têm de lutar contra a disposição predatória, as tendências animalescas, associadas com os animais predatórios mencionados em Isaías 11:6-8. Nesta era de guerras mundiais, alguns dos habitantes estiveram literalmente naqueles conflitos mundiais e nas guerras menores no ínterim, e realmente agiram quais feras famintas em matar e procurar matar o próximo. Outros habitantes estiveram em empresas ou operações que tinham por negócio explorar as fraquezas das vítimas para lucro egoísta, sem se importarem com o dano físico e mental causado às suas vítimas. Mas agora, com a ajuda do espírito santo de Jeová, passaram por uma mudança de personalidade. O Rei que ele designou para o paraíso espiritual, o Rei messiânico, sobre quem pousou o espírito de Jeová, não permite tal pilhagem animalesca, mútua, dentro deste domínio espiritual dos adoradores de Jeová. (Efésios 4:20-24; Colossenses 3:10, 11) O amor fraternal, cristão, permeia o Paraíso.
12. Que efeito tiveram as palavras de Jesus, registradas em Mateus 18:1-4, sobre os que estão no paraíso espiritual?
12 Assim, de modo figurativo, o lobo domado deita-se com o cordeiro, também o leopardo com o cabritinho, e o bezerro, o animal cevado e o leão novo jubado se misturam a qualquer hora. Em vez de a ursa se alimentar da vaca e de suas crias, a ursa, a vaca e as crias delas pastarão juntas a forragem vegetariana. Vê-se até mesmo o leão comer palha como o touro. No paraíso espiritual, acataram-se as palavras de Jesus Cristo, o Rei: “A menos que deis meia-volta e vos torneis como criancinhas, de modo algum entrareis no reino dos céus. Por isso, todo aquele que se humilhar, semelhante a esta criancinha, é o que é o maior no reino dos céus.” (Mateus 18:1-4) De modo que agora é como se um mero pequeno rapaz fosse condutor de animais selvagens do campo.
13. A aplicação de que regra bíblica os ajudou a chegar à condição predita pelo profeta Isaías, e como?
13 O que ajuda nesta pacificidade e na ausência de ataques animalescos de uns aos outros no paraíso espiritual é que seus habitantes vivem segundo a regra de não fazerem parte deste mundo. (João 15:19; 17:14-16) Durante a Primeira Guerra Mundial, de 1914-1918 E. C., alguns do restante do Israel espiritual aceitaram serviço não-combatente nas forças armadas, e assim passaram a ter culpa de sangue por sua participação na responsabilidade comunal pelo sangue derramado na guerra. No entanto, em 1939, ano em que irrompeu a Segunda Guerra Mundial, todos os do restante do Israel espiritual e também os da “grande multidão” de companheiros semelhantes a ovelhas declararam-se a favor da absoluta neutralidade para com os conflitos mundiais, sem consideração de nacionalidade. A publicação do artigo sobre “Neutralidade”, no número inglês de 1.º de novembro de 1939 de A Sentinela (fevereiro de 1940, em português), esclareceu sua atitude. Não se afastaram desta atitude em nenhum tempo desde então. Coerentes com isso, nunca se meteram tampouco na política de qualquer nação, nem participaram nela, na qual há tanta vituperação e incitação a muitas hostilidades e ódios divisórios.
14. Que frutos são cultivados no paraíso espiritual, e como contribui isso para o cumprimento daquilo que foi predito em Isaías 11:6-8?
14 Cultivam-se os frutos do espírito de Jeová, em harmonia com o conselho do apóstolo Paulo: “Os frutos do espírito são amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura, autodomínio. Contra tais coisas não há lei. Além disso, os que pertencem a Cristo Jesus penduraram na estaca a carne com as suas paixões e desejos. Se estamos vivendo por espírito, continuemos também a andar ordeiramente por espírito. Não fiquemos egotistas, atiçando competição entre uns e outros, invejando-nos uns aos outros.” (Gálatas 5:22-26) Não havendo competições, nem rivalidades, exaltação ambiciosa de si próprio acima dos outros, não há difamações malignas, nem rancor. É como se a cobra venenosa, mesmo a naja, se sentisse segura e escolhesse não usar seu veneno, de modo que a criança de peito pode brincar sobre a toca da naja e a criança recém-desmamada pode pôr a mão sobre a fresta de luz da toca da cobra venenosa.
A PREVALÊNCIA DO CONHECIMENTO VITALIZADOR
15, 16. Onde mais, na profecia de Isaías, encontra-se uma profecia paralela, e que indícios há ali quanto ao tempo de seu cumprimento?
15 Uma profecia paralela no livro inspirado de Isaías fixa o tempo deste paraíso pacífico e espiritualmente seguro. Para sabermos o tempo do cumprimento da profecia, temos de considerar os versículos que levam a esta profecia paralela. Por isso, lemos o seguinte:
16 “‘Porque as aflições anteriores realmente terão sido esquecidas e porque ficarão realmente escondidas dos meus olhos. Pois eis que crio novos céus e uma nova terra; e não haverá recordação das coisas anteriores, nem subirão ao coração. Mas exultai e jubilai para todo o sempre naquilo que estou criando. Pois eis que crio Jerusalém como causa para júbilo e seu povo como causa para exultação. E eu vou jubilar em Jerusalém e exultar pelo meu povo; e não se ouvirá mais nela o som de choro, nem o som dum clamor de queixume. . . . Não labutarão em vão, nem darão à luz para perturbação; porque são a descendência composta dos escolhidos de Jeová, e seus descendentes com eles. E há de acontecer que antes que clamem, eu mesmo responderei; enquanto ainda estiverem falando, eu mesmo ouvirei. O lobo e o cordeirinho é que pastarão como se fossem um, e o leão comerá palha como o touro; e quanto à serpente, seu alimento será o pó. Não farão dano nem causarão ruína em todo o meu santo monte’, disse Jeová.” — Isaías 65:16-25.
17. Quando teve esta profecia seu primeiro cumprimento e qual foi então a “causa para júbilo”?
17 O primeiro cumprimento, em miniatura, desta magnífica profecia serve de modelo profético para prefigurar a realização final da profecia, em plena escala. O cumprimento em escala menor, ou em miniatura, da profecia de Isaías ocorreu depois do restabelecimento dos judeus exilados na sua pátria, a terra de Judá, nos dias do conquistador persa, Ciro, o Grande. Com o tempo, Jerusalém foi reconstruída no seu lugar anterior, e esta cidade santa veio a tornar-se “causa para júbilo”, quando se reconstruiu ali o templo de Jeová no seu lugar anterior e os sacerdotes e levitas reempossados prosseguiram com a adoração revivificada dele. A narrativa disso está registrada nos livros de Esdras e Neemias.
18. Quando ocorre o cumprimento final desta profecia, e, nesta ocasião, o que produz a predita transformação?
18 O cumprimento maior e final, portanto, ocorre num período similar de restabelecimento. É o tempo em que ocorre o restabelecimento do restante do Israel espiritual liberto da servidão sob a hodierna Babilônia, a Grande, no seu legítimo domínio espiritual no favor renovado de Jeová. Segundo a história do século vinte, isto ocorreu no ano que se seguiu ao fim da Primeira Guerra Mundial. O corajoso reavivamento da proclamação livre e aberta destas “boas novas do reino”, em todo o mundo, no ano de 1919 E. C., indicava que havia ocorrido o restabelecimento do restante liberto do Israel espiritual no seu domínio espiritual dado por Deus, na terra. Sob a bênção divina e a operação do espírito santo de Jeová, este domínio espiritual do restante ungido foi transformado num paraíso espiritual. É neste domínio que a beleza espiritual dos adoradores de Jeová Deus o glorifica e que há paz, união e segurança fraternais.
19. Identifique a Jerusalém que é “causa para júbilo” neste cumprimento final da profecia.
19 A Jerusalém que Jeová Deus criou como “causa para júbilo”, e na qual ele mesmo está alegre, não é a capital da república judaica de Israel, mas a Jerusalém celestial, à qual se chegou o restante do Israel espiritual. (Hebreus 12:22-29) É a sede do reino messiânico nascido nos céus no fim dos Tempos dos Gentios, em 1914 E. C. (Revelação 12:1-5) Esta cidade situa-se no Monte Sião celestial, o “monte santo” de Jeová, onde o Rei messiânico, Jesus Cristo, se ergueu em poder régio. — Salmo 2:6; Revelação 14:1-5.
20. A partir de 1919, por que houve correções da parte do restante do Israel espiritual quanto ao seu entendimento das profecias bíblicas?
20 Portanto, o tempo do cumprimento da profecia de Isaías, a respeito da transformação da disposição da vida animal, é a partir do ano do após-guerra de 1919 E. C. Isto assinalou o começo dum período de educação na Palavra escrita de Deus, do ponto de vista de que a profecia bíblica é entendida melhor depois de se ter cumprido. Portanto, precisava haver uma correção dos conceitos anteriores, e o restante sobrevivente do Israel espiritual precisava ser reajustado às realidades e oportunidades do após-guerra. A pregação destas “boas novas do reino” não havia de ser então dum futuro governo celestial, mas do reino messiânico de Deus já estabelecido nos céus, desde o fim dos “tempos designados das nações” gentias, no outono setentrional de 1914. Os do restante liberto deviam ser daí em diante testemunhas do Senhor Deus, Aquele que assumira seu grande poder para reinar em 1914 por meio do reino de seu Cristo. (Mateus 24:14; Lucas 21:24; Revelação 11:15-17) Este programa revisado de educação bíblica teve profundo efeito no restante. Orientou sua obra na direção certa.
21. Como predisse Isaías 11:9 o efeito desta obra educativa?
21 Esta obra educativa, junto com seus efeitos transformadores, é mencionada na parte adicional da profecia de Isaías, nas seguintes palavras: “Não se fará dano nem se causará ruína em todo o meu santo monte; porque a terra há de encher-se do conhecimento de Jeová assim como as águas cobrem o próprio mar.” (Isaías 11:9) O “não se fará”, neste versículo, pode referir-se aos animais selvagens mencionados nos três versículos precedentes. Aqueles versículos descrevem o lobo, o leopardo, o leão, a ursa, a naja e a cobra venenosa como não causando dano nem aos animais domésticos, nem às crianças inocentes.
22. Quem são realmente aqueles que, em resultado desta instrução, não mais fazem dano nem causam ruína?
22 No entanto, estes animais potencialmente nocivos devem ter sido usados como ilustrações aqui, na profecia, porque esses animais não poderiam ficar mentalmente afetados por se encher a terra com o conhecimento de Jeová. Portanto, a verdadeira aplicação da frase “não se fará” é aos habitantes do paraíso espiritual de Deus, para o restante restabelecido dele, do Israel espiritual, na terra. Essas pessoas inteligentes, tementes a Deus, são as que teriam sua disposição e seus empenhos transformados pelo recebimento do “conhecimento de Jeová”.
23-26. (a) Em harmonia com a profecia, a que nome deram cada vez mais ênfase as publicações da Torre de Vigia? (b) Ilustre isso com a Torre de Vigia de 1.º de agosto de 1919, em inglês.
23 Concordemente, nas publicações da Sociedade Torre de Vigia, o nome pessoal do Deus Altíssimo, Jeová, começou a destacar-se para identificar com maior nitidez Aquele de quem se falara anteriormente sob o título geral de Senhor ou Senhor Deus. Por exemplo, no sexto parágrafo do artigo principal “Benditos os Destemidos”, na Torre de Vigia (Sentinela) de 1.º de agosto de 1919, em inglês, comparou-se a situação do restante liberto do Israel espiritual com a do antigo Israel, quando estava prestes a atravessar o rio Jordão, para a Terra da Promessa, sob a liderança do sucessor de Moisés, Josué. Os israelitas necessitavam de encorajamento para avançar, e o parágrafo dizia:
24 “Josué, igual a Moisés, era homem manso, tendo pouca confiança na sua própria força, mas ele tinha grande fé em Deus e mostrou tal fé por encorajar o povo a avançar e a possuir o que Deus lhes prometera. Mas, Josué precisava de encorajamento, e o povo que havia de liderar precisava de encorajamento para realizar as tarefas que Jeová pusera diante deles. Deus começou tal encorajamento por dizer: ‘Agora, pois, levanta-te, atravessa este Jordão, . . .’”
25 O parágrafo oito (página 228) do mesmo artigo falava do triunfo obtido pelo Juiz Gideão e dizia: “Os israelitas haviam sido fracos na sua fé e obediência a Jeová, e os midianitas tiveram permissão de vir e ameaçar apossar-se da parte mais fértil de sua terra. A fidelidade da parte de Israel teria impedido esta ameaça de invasão. Os midianitas vieram numa grande multidão, de mais de 200.000, e acamparam-se em preparação para a batalha com os israelitas. Jeová tinha o propósito de obter uma grande vitória sobre estes inimigos de seu povo e a expulsá-los da terra prometida. . . . Jeová concedeu a Gideão a grande honra de ser o instrumento na sua mão, para a libertação de Israel. . . . Sob a direção de Jeová, Gideão convocou então voluntários dentre os israelitas, para combater as hostes de Midiã. . . .”
26 Falando sobre o pequeno bando de Gideão, de 300 voluntários especialmente escolhidos, o parágrafo seguinte dizia: “Este pequeno bando de 300 possuía os próprios elementos de caráter que agradavam a Jeová.” E assim prosseguia através do artigo inteiro até o último parágrafo, o qual dizia em parte: “Apenas os puros de coração é que são perfeitos no amor; portanto, segue-se, segundo as palavras de Jesus, que os destemidos — perfeitos no amor — puros de coração, são os que serão acolhidos no reino e que verão a Jeová.” — Página 233.
27. (a) O que é a “terra’’ que se enche do conhecimento de Jeová, conforme predito em Isaías 11:9? (b) Com que particularidade do novo pacto é coerente este aumento do “conhecimento de Jeová”?
27 Assim, o “conhecimento de Jeová” começou a espalhar-se e a encher “a terra”, quer dizer, o domínio espiritual do restante restabelecido do Israel espiritual, “o Israel de Deus”. (Gálatas 6:16) Este restante está no novo pacto mediado por Jesus Cristo entre Deus e a “nação santa” do Israel espiritual. Uma das particularidades deste pacto melhor é apresentada nas seguintes palavras proféticas: “‘E não mais ensinarão, cada um ao seu companheiro e cada um ao seu irmão, dizendo: “Conhecei a Jeová!” porque todos eles me conhecerão, desde o menor deles até o maior deles’, é a pronunciação de Jeová. ‘Porque perdoarei seu erro e não me lembrarei mais do seu pecado.”’ (Jeremias 31:31-34; Hebreus 8:7-12) Por isso, era apenas correto que o domínio espiritual do restante do “Israel de Deus”, cristão, ficasse cheio do “conhecimento de Jeová assim como as águas cobrem o próprio mar”.
28. (a) Como influi o “conhecimento de Jeová” na pessoa que o tem? (b) O que é representado pelo “santo monte” mencionado em Isaías 11:9, onde não se faz dano nem se causa ruína?
28 O “conhecimento de Jeová” faz algo para aquele que o possui. É tido por responsável por ‘não se fazer dano nem se causar ruína em todo o meu santo monte’, segundo o que Jeová disse em Isaías 11:9. Visto que o “santo monte” é a sede do governo e foi tipificado pelo Monte Sião, onde o Rei Davi se assentava no “trono de Jeová”, a expressão “todo o meu santo monte” é usada em sentido representativo. Não se refere apenas ao Monte Sião celestial, mas refere-se a todo o domínio do Israel espiritual na terra. Refere-se ao atual domínio espiritual do restante liberto e restabelecido, desde 1919 E. C. Eles reconhecem como Rei messiânico o anterior ‘renovo saído do tronco de Jessé’, e obedecem a ele, a quem o Senhor Deus empossou no Monte Sião celestial, seu “santo monte”. — Isaías 11:1; Hebreus 12:22; Salmo 2:6.
29. Por que transforma o “conhecimento de Jeová” a personalidade daqueles que o possuem?
29 Por que transforma o “conhecimento de Jeová” os habitantes do paraíso espiritual de modo a serem inofensivos e não nocivos? É porque há muito mais envolvido do que apenas ter informação sobre ele. Conhecê-lo significa reconhecê-lo ao ponto de viver segundo a Sua vontade. “Por meio disso”, diz o apóstolo cristão João, “temos o conhecimento de que chegamos a conhecê-lo, a saber, se continuarmos a observar os seus mandamentos. Aquele que disser: ‘Eu o cheguei a conhecer’, e ainda assim não observar os seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está neste. Quem não amar, não chegou a conhecer a Deus, porque Deus é amor. E nós mesmos chegamos a conhecer e temos crido o amor que Deus tem em nosso caso. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em união com Deus, e Deus permanece em união com ele. Pois o amor de Deus significa o seguinte: que observemos os seus mandamentos; contudo, os seus mandamentos não são pesados.” — 1 João 2:3, 4; 4:8, 16; 5:3.
CONSEQÜÊNCIAS DA FALTA DE CONHECIMENTO DE JEOVÁ
30. O que disse Jeremias a respeito dos que não conhecem a Jeová, em contraste com os que o conhecem?
30 As conseqüências lastimáveis que resultam de alguém não conhecer a Jeová, de não reconhecê-lo, de não fazer caso dele, são expressas pela boca de Seus profetas. Por exemplo, nos últimos quarenta anos antes da destruição de Jerusalém e de seu templo, e da deportação dos judeus sobreviventes para Babilônia, Jeová declarou pela boca de seu profeta Jeremias: “Meu povo é tolo. Não fizeram caso de mim. São filhos estultos; e não são os que têm entendimento. São sábios para fazer o mal, mas para fazer o bem eles realmente não têm conhecimento.” (Jeremias 4:22) “Quem se jacta, jacte-se da seguinte coisa: de ter perspicácia e de ter conhecimento de mim, que eu sou Jeová, Aquele que usa de [benevolência], de juízo e de justiça na terra; porque é destas coisas que me agrado.” — Jeremias 9:24, NM ed. ingl. 1971; 1 Coríntios 1:21.
31, 32. Numa ocasião anterior, o que disse o profeta Oséias sobre a conseqüência da falta de conhecimento de Deus em Israel?
31 Também, algum tempo antes da derrubada do reino de dez tribos de Israel pela Potência Mundial Assíria, em 740 A. E. C., o profeta Oséias foi inspirado a dizer aos israelitas: “Ouvi a palavra de Jeová, ó filhos de Israel, porque Jeová tem uma causa jurídica contra os habitantes da terra, pois não há verdade, nem benevolência, nem conhecimento de Deus na terra. [Com que conseqüências?] Irrompeu o proferimento de maldições, e a prática do engano, e assassinato, e furto, e adultério, e atos de derramamento de sangue têm tocado em outros atos de derramamento de sangue. Por isso a terra pranteará e todo habitante nela terá de definhar-se com o animal selvático do campo e com a criatura voadora dos céus, e até mesmo os próprios peixes do mar serão ajuntados na morte. Meu povo certamente será silenciado [na morte], pois não há conhecimento. Visto que tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei para que não me sirvas como sacerdote; e visto que te estás esquecendo da lei de teu Deus, eu me esquecerei dos teus filhos, sim, eu.”
32 “Por isso terei de talhá-los por meio dos profetas; terei de matá-los por meio das declarações da minha boca. E os julgamentos sobre ti serão como a luz que sai. Pois, agrado-me da benevolência e não do sacrifício; e do conhecimento de Deus antes do que de holocaustos.” — Oséias 4:1-3, 6; 6:5, 6.
33. Por que são muito diferentes as condições do paraíso espiritual daquelas do antigo Israel, descritas pelo profeta Oséias?
33 As conseqüências para o reino de dez tribos de Israel e para o reino de Judá foram sérias e desastrosas, por terem rejeitado o “conhecimento de Deus”. Quando vemos os maus efeitos colaterais que acompanham tal rejeição do conhecimento mais vital, podemos reconhecer por que, entre os que habitam no paraíso espiritual do restante do Israel espiritual, não se faz dano nem se causa ruína. É porque o sadio “conhecimento de Jeová” enche seu bendito domínio espiritual assim como as águas cobrem o próprio mar. Este conhecimento é profundo como o mar, fundo como o oceano, igual aos “sete mares” que envolvem o globo inteiro.
34. Na oração a seu Pai, o que enfatizou Jesus como requisito principal para a vida eterna?
34 Quando Jesus Cristo orou a favor de seus apóstolos fiéis, ele disse corretamente a Jeová, seu Pai celestial: “Isto significa vida eterna, que absorvam conhecimento de ti, o único Deus verdadeiro, e daquele que enviaste, Jesus Cristo.” (João 17:3) No paraíso espiritual da atualidade, os habitantes ainda absorvem conhecimento de Jeová e de seu Rei messiânico, Jesus Cristo, e, portanto, a vida espiritual no domínio paradísico dos que conhecem a Jeová é pacífica e segura.
“SINAL DE AVISO PARA OS POVOS”
35. (a) Quem mais além do restante ungido, está agora no paraíso espiritual, e especialmente desde quando? (b) Como indica a linguagem de Isaías 11:10 que isto ocorreria?
35 Atualmente, em especial desde o ano marcado de 1935 E. C., os do restante ungido do Israel espiritual não são os únicos habitantes deste figurativo paraíso, onde não se faz dano nem se causa ruína a homem ou animal. Existe agora, também, junto com o restante, uma “grande multidão” constantemente crescente de pessoas transformadas, semelhantes a ovelhas, que buscam o conhecimento de Jeová. A profecia adicional de Isaías predisse que isto se daria. Dando seqüência à descrição linda do paraíso espiritual, Isaías 11:10 acrescenta: “E naquele dia terá de acontecer que haverá a raiz de Jessé posta de pé qual sinal de aviso para os povos. A ele é que irão consultar as nações, e seu lugar de descanso terá de tornar-se glorioso.”
36. (a) A que tempo se refere a expressão “naquele dia”? (b) Quem é a “raiz de Jessé” mencionada nesta profecia?
36 É “naquele dia”, desde o fim dos Tempos dos Gentios em 1914 E. C., que isto tem de acontecer. A simbólica “raiz de Jessé” é o glorificado Rei messiânico, Jesus Cristo. O apóstolo cristão Paulo não deixa margem de dúvida sobre isso, porque cita esta profecia de Isaías 11:10, segundo a Versão dos Setenta grega, para mostrar a generosidade e magnanimidade de Deus, em oferecer uma grandiosa esperança às nações não-judaicas. De modo que Paulo escreve em Romanos 15:12: “E, novamente, Isaías diz: ‘Haverá a raiz de Jessé, e haverá um surgindo para governar as nações; nele é que as nações basearão a sua esperança.’”a
37. Por que era apropriada, mesmo lá no primeiro século, a referência que Paulo fez a Isaías 11:10?
37 Era apropriado que o apóstolo Paulo citasse e usasse esta profecia de Isaías 11:10 com respeito aos crentes não-judaicos ou gentios. Era então cerca de vinte anos depois da conversão do centurião italiano Cornélio, de Cesaréia, para o cristianismo, ocasião em que Jeová Deus começou a admitir crentes gentios na congregação cristã. Portanto, os crentes judeus, circuncisos, tinham de suprimir seus anteriores preconceitos contra os gentios, o povo das nações não-judaicas, e acolhê-los como irmãos na congregação dos discípulos de Jesus Cristo.
38, 39. (a) Mas, quando foi que, conforme predito, a “raiz de Jessé” ‘se pôs de pé’? (b) Em que sentido se dá que Jesus Cristo realmente é a “raiz de Jessé”?
38 No entanto, a profecia aplica-se mais especificamente “naquele dia”. Já estamos naquele dia desde o nascimento do reino messiânico de Deus, nos céus, em 1914 E. C. Foi então que o glorificado Jesus Cristo, “a raiz de Jessé”, se pôs de pé na autoridade do Reino, para lidar com todas as nações da terra. (Mateus 25:31, 32) Ele era descendente de Jessé de Belém, por meio do Rei Davi, contudo, podia corretamente ser chamado de “raiz de Jessé”. Isto se dava porque nele foi revitalizada a linhagem real derivada de Jessé, pai de Davi. Se não fosse por Jesus Cristo, que veio mais de seiscentos anos depois da derrubada dos reis davídicos em Jerusalém pelos babilônios, a linhagem real de Jessé se teria extinguido com o tempo. E em 1914 E. C., quando Jesus Cristo foi entronizado no céu, já se completaram plenamente os Tempos dos Gentios (2.520 anos), contados a partir da derrubada do trono dos reis davídicos em 607 A. E. C.
39 Jesus Cristo deu assim nova vida a esta linhagem de reis messiânicos, que procedeu em primeiro lugar de Jessé. Também, quando nos lembramos de que Jesus Cristo disse: “Eu sou a ressurreição e a vida”, ele terá de ser “raiz” vitalizadora para Jessé, por ressuscitá-lo dentre os mortos. — João 11:25.
40. De maneira similar, de que modo é Jesus a “raiz . . . de Davi”?
40 Pelo mesmo motivo, na revelação dada ao apóstolo João, por volta do ano 96 E. C., Jesus Cristo podia falar de sua relação com o filho de Jessé, Davi, dizendo: “Eu sou a raiz e a descendência de Davi, e a resplandecente estrela da manhã.” (Revelação 22:16) As esperanças do há muito falecido Davi dependem deste Descendente e prole estelar, seu Herdeiro Permanente, Jesus Cristo.
41. Como aconteceu que Jesus Cristo, desde 1914, foi posto de pé “qual sinal de aviso para os povos”?
41 Jesus Cristo já se pôs de pé na autoridade ativa do reino desde 1914 E. C., posto “de pé qual sinal de aviso para os povos”. Jeová Deus, o Constituinte celestial do Rei, pô-lo em pé para ser visto por todos os povos como o Rei messiânico, em quem todas as famílias e nações da terra serão abençoadas. É a Ele que todos os povos têm de ajuntar-se, se esperam obter um governo justo, com vida em paz, felicidade e segurança.
42. Mas, como devem ajuntar-se os povos das nações a este Rei messiânico a quem não podem ver com os olhos naturais?
42 No entanto, como devem ajuntar-se os povos das nações à enaltecida “raiz de Jessé”, a quem Jeová Deus suscitou qual poste de sinal no cume do Monte Sião celestial? Não o podem ver com os olhos naturais, para se ajuntarem a ele como ponto focal. Por isso é preciso que se lhes indique este enaltecido Sinal de Aviso, que se lhes dê informação sobre ele, para habilitá-los a vê-lo com seus olhos de entendimento e fé. O apóstolo Paulo, que fez a aplicação de Isaías 11:10 no primeiro século de nossa Era Comum, reconheceu isso. Por conseguinte, aceitou a comissão divina de ir às nações não-judaicas ou gentias e pregar as boas novas do reino messiânico de Deus. Por ocasião de sua conversão do judaísmo tradicional para o cristianismo, o glorificado Jesus Cristo disse a respeito dele: “Este homem é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome às nações, bem como a reis e aos filhos de Israel.” — Atos 9:1-15; 22:6-21; 26:12-18.
43. Que bom exemplo deu o apóstolo Paulo ao restante ungido hoje desde a Primeira Guerra Mundial?
43 Paulo escreveu na sua carta aos membros gentios da congregação cristã em Roma: “Agora falo a vós, os que sois pessoas das nações. Visto que sou, na realidade, apóstolo para as nações, glorifico o meu ministério.” (Romanos 11:13) Ao levar assim o nome da messiânica “raiz de Jessé” às nações não-judaicas, este “apóstolo para as nações” é hoje exemplo para os do restante ungido do Israel espiritual, desde o fim da Primeira Guerra Mundial, em 11 de novembro de 1918. Agora é o tempo do cumprimento maior e final da profecia de Isaías 11:10 a respeito do “sinal de aviso para os povos”. O apóstolo Paulo foi enviado a “povos”, aos que eram por natureza gentios, em comparação com os judeus naturais, carnais, circuncisos, descendentes de Abraão, Isaque e Jacó (Israel) por nascença. Paulo ajudou a tais crentes gentios a ter confiança e esperança na messiânica “raiz de Jessé”, que havia de ser o régio Sinal de Aviso para toda espécie de povos. Esses crentes também foram batizados em obediência à ordem de Jesus em Mateus 28:18, 19, e assim tornaram-se membros da congregação cristã do primeiro século, do espiritual “Israel de Deus”, e também co-herdeiros do reino do Messias.
44. Portanto, a que campos tem o restante levado a pregação das boas novas desde 1919?
44 A partir de 1919, o restante do Israel espiritual renovou vigorosamente sua atividade pública, reconhecendo bem que então era o tempo de se cumprir a profecia de Jesus Cristo, a saber: “Também, em todas as nações têm de ser pregadas primeiro as boas novas.” (Marcos 13:10; Mateus 24:14) Isto significa que as “boas novas” do recém-nascido reino messiânico de Deus tinham de ser pregadas não só aos judeus naturais, mas também às nações não-judaicas. Dava-se isso porque os judeus naturais, descrentes, haviam sido rejeitados e não eram mais o povo escolhido de Jeová Deus. Especialmente desde a conversão do gentio Cornélio, em 36 E. C., os judeus têm estado perante Deus em pé de igualdade, no mesmo nível com os gentios naturais, incircuncisos.
45. (a) De 1919 a 1935 E. C., quem foi ajuntado em resposta à obra de pregação? (b) No ano de 1935, como foi a atenção das testemunhas cristãs de Jeová dirigida para outro grupo de pessoas?
45 Segundo a profecia de Jesus em Mateus 24:31, tinha de haver um ajuntamento primeiro dos membros do restante do Israel espiritual, neste “tempo do fim”, durante esta “terminação do sistema de coisas”. (Mateus 24:3; Daniel 12:4) Durante dezesseis anos, os do restante liberto concentraram-se no seu testemunho do Reino estabelecido, ou seja, da primavera setentrional de 1919 à primavera de 1935 E. C., e este período permitiu que o ajuntamento geral do restante do Israel espiritual ficasse praticamente completo. Portanto, a atenção do restante reunido fixou-se então especialmente em outra espécie de ajuntamento, para a qual chegara então o tempo. Era o ajuntamento da “grande multidão” predita em Revelação 7:9-17. No congresso das testemunhas cristãs de Jeová em Washington, D. C., E. U. A., na primavera de 1935, o discurso principal concentrou-se em Revelação 7:9-17, e o então presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos E. U. A.) identificou a “grande multidão”. Não se tratava, conforme se pensava por muito tempo, duma classe espiritual de cristãos destinada ao céu, e, por conseguinte, a “grande multidão” não pertencia ao restante dos israelitas espirituais, que pertencem à classe mencionada em Revelação 7:1-8.
46. (a) Que grandiosa esperança apresentam as Escrituras a esta “grande multidão”? (b) Por que se aplicam a esta “grande multidão” certas profecias a respeito de nações não-israelitas?
46 Ao contrário, esta “grande multidão” havia de ser constituída das “outras ovelhas” do Pastor Excelente, Jesus Cristo. Sua esperança era da espécie terrena, de sobreviver à “grande tribulação” que se aproximava e usufruir a vida humana perfeita na terra, sob o reino messiânico do glorificado Filho de Deus. Comparados com os do restante ungido dos israelitas espirituais, todos os da “grande multidão”, em sentido figurado, seriam gentios. Revelação 7:9 os classifica como tais, falando deles como sendo “uma grande multidão, que nenhum homem podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas”. Coerente com isso, pois, certas profecias bíblicas a respeito de nações não-israelitas (gentias) podiam corretamente ser aplicadas a esta “grande multidão”.
47. A partir de quando, conforme predito, voltaram-se as nações em consulta para o Sinal de Aviso messiânico?
47 Em vista disso, a messiânica “raiz de Jessé” no Monte Sião celestial estava então “posta de pé qual sinal de aviso para os povos” como nunca antes. A partir de então entrou em cumprimento a parte adicional de Isaías 11:10: “A ele é que irão consultar as nações, e seu lugar de descanso terá de tornar-se glorioso.” Apesar da Segunda Guerra Mundial, cada vez mais pessoas das nações passaram a consultar o régio Sinal de Aviso. Com os olhos da fé avistaram este Sinal de Aviso messiânico, por causa do testemunho do Reino, dado pelos do restante ungido do Israel espiritual.
48. Ao se responderem às suas consultas sobre os requisitos divinos, que ação tomaram apropriadamente essas pessoas das “nações”?
48 Segundo os relatórios recebidos de 210 terras, nas quais se volta a atenção das pessoas para o Sinal de Aviso pela pregação destas “boas novas do reino”, mais de dois milhões reagiram favoravelmente. Consultaram sobre os requisitos divinos para eles, a fim de se tornarem súditos aprovados do já empossado Rei messiânico de Jeová. Ao se lhes responder biblicamente às suas perguntas, para sua satisfação e convicção, dedicaram-se a Jeová Deus por meio do Messias Jesus. Simbolizaram publicamente tal dedicação por serem batizados em água, sendo que só no ano de serviço de 1974 foram batizados 297.872. — Mateus 28:19, 20.
49, 50. (a) Quem e o que estão agora no paraíso espiritual? (b) Portanto, como se tornou glorioso o “lugar de descanso” do Sinal de Aviso messiânico?
49 Todos estes das “outras ovelhas”, que afluíram ao Pastor messiânico, o “Sinal de Aviso”, foram introduzidos no paraíso espiritual, no qual o restante do Israel espiritual já mora desde 1919 E. C. Há agora mais de 38.000 congregações das testemunhas cristãs de Jeová neste paraíso espiritual, onde a vida e a personalidade foram transformadas e onde não se causa nem dano nem ruína. Visto que a messiânica “raiz de Jessé”, o régio “Sinal de Aviso”, reside ali em espírito, seu “lugar de descanso” ou sua residência tornou-se deveras gloriosa. (Mateus 28:20) Esta glória acompanhou o cumprimento da profecia de Jeová em Ageu 2:7: “‘E vou fazer tremer todas as nações, e terão de entrar as coisas desejáveis de todas as nações; e eu vou encher esta casa de glória’, disse Jeová dos exércitos.” A “casa” de Jeová ou seu templo espiritual ficou cheio de glória por se trazerem as “coisas desejáveis de todas as nações”, a saber, os membros da “grande multidão”. Deste modo, seu templo se torna agora, como nunca antes, mesmo uma “casa de oração para todos os povos”. — Isaías 56:7.
50 Ali, nesta espiritual “casa de oração”, os da “grande multidão” prestam a Jeová Deus serviço sagrado, dia e noite. (Revelação 7:15) Fazem ali oração a Deus de modo aceitável, mediante a “raiz de Jessé”, Jesus Cristo. Ali dobram os joelhos a Deus, em seu nome, e toda língua reconhece abertamente que “Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus, o Pai”. — Filipenses 2:10, 11.
51. Que condições que sentimos no paraíso espiritual tornam evidente para nós que o paraíso não é algo imaginário?
51 O paraíso espiritual não é algo imaginário. É real e existe hoje como domínio espiritual do restante restabelecido dos israelitas espirituais e dos já ajuntados da “grande multidão”, sendo que todos estes juntos são testemunhas cristãs de Jeová. (Isaías 43:10-12; 44:8) Em nítido contraste com o estilo e a qualidade da vida da sociedade humana terrena, deste atual sistema de coisas, a vida no paraíso espiritual é deveras bendita. Nele não há algo assim como dano ou ruína causados por habitantes cristãos cheios do “conhecimento de Jeová”. Há ali também segurança espiritual, assim como descrito no Salmo 91. Não se permite que as pragas e os perigos espirituais e morais que infestam este mundo degradado da humanidade invadam o paraíso espiritual para tornar os habitantes, divinamente protegidos, doentes e enfermos religiosa e moralmente, e sujeitos à desaprovação e ao desfavor de Deus. É um lugar espiritualmente salutar, em que se produzem em abundância os frutos do espírito santo de Deus. — Gálatas 5:22, 23.
52, 53. Por quanto tempo durará o paraíso espiritual e de que é precursor?
52 O paraíso espiritual dos adoradores de Jeová está aqui para ficar! Visto que o próprio Jeová se agrada dele, não será destruído de cima da terra na agora já iminente “grande tribulação”, tal como o mundo da humanidade nunca teve antes. (Mateus 24:21, 22; Daniel 12:1) É o precursor do paraíso terrestre, material, que revestirá a terra literal de glória e beleza, depois de se ter acabado com os poluidores e arruinadores da terra na “grande tribulação” e depois de aquele que causou a entrada do pecado no paraíso original do homem, no Éden, ter sido preso e lançado na prisão abismal, junto com suas hordas demoníacas. — Revelação 19:11 a 20:3; Salmo 37:37-40; 67:5-7.
53 Daí, a combinação do paraíso espiritual com o paraíso terrestre, literal, tornará a terra inteira um lugar muito agradável para a “grande multidão” de “outras ovelhas” viver sob o reino bendito de seu Pastor celestial, Jesus Cristo.
[Nota(s) de rodapé]
a Segundo a tradução inglesa da Versão dos Setenta grega, por Charles Thomson (impressão revista de 1954), Isaías 11:10 reza: “Portanto, haverá naquele dia a raiz de Jessai, sim aquele que se levanta para governar nações: nele as nações depositarão a sua confiança, e seu lugar de descanso será glorioso.”