O espírito, a organização e a palavra.
1. Que tem o cristão a responsabilidade de consultar e estudar? Por quê?
VISTO que a Bíblia Sagrada expõe a vontade de Deus, e estando o cristão dedicado a fazer a vontade de Deus, recai sôbre este a responsabilidade de consultar e estudar a Palavra de Deus. Não há outro meio senão este para ele aprender a ganhar a vida eterna. A Timóteo Paulo o apóstolo escreveu: “Desde a infância sabes as sagradas letras que podem fazer-te sábio para a salvação pela fé em relação a Cristo Jesus. Tôda Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para disciplinar na justiça a fim de que o homem de Deus seja inteiramente idôneo, completamente equipado para tôda boa obra.”—2 Tim. 3:15, 16, NM.
2. Como se mostra que a leitura e estudo da Bíblia não se limita aos superintendentes?
2 É verdade que estas palavras de Paulo foram escritas a um superintendente na congregação cristã. Isto, porém, não quer dizer que se limita a leitura e estudo pessoal das Escrituras Sagradas a uma só classe de servo oficial, e que as fileiras da congregação não podem estudá-las por si. Timóteo sabia as letras sagradas antes de se tornar superintendente; e dar o superintendente exemplo ao rebanho significa que compete aos membros do rebanho seguir-lhe o exemplo, estudando eles próprios a Palavra de Deus. Desta forma podem determinar se o que lhes ensina é a verdade, isto é, se está em harmonia com a vontade e Palavra de Deus.
3, 4. Pode o cristão com apenas a Bíblia entender a Palavra de Deus? E quais são os motivos da resposta?
3 Mas surge uma pergunta. Pode um cristão individual com apenas a Bíblia entender por si tudo o que as Escrituras ensinam? Só precisa a Bíblia para determinar a vontade de Deus? Ele tem direito de possuir um exemplar pessoal do Livro de Deus e está sujeito às instruções apostólicas de estudar em particular esse Livro. Mas ele não pode depender de si só para entendê-lo perfeitamente. Numa carta geral aos cristãos o apóstolo Pedro escreve: “Por conseguinte, temos a palavra profética mais firme, e fazei bem em estar atentos a ela, como uma lâmpada que brilha em lugar escuro, até que o dia amanheça e uma estrela da manhã nasça, em vossos corações. Porque sabeis, antes de tudo, isto, que nenhuma profecia da Escritura vem de lançamento particular. Por que a profecia nunca foi trazida pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus conforme movidos por espírito santo.” (2 Ped. 1:19-21, NM) Desde que a Palavra de Deus nos foi lançada por homens sujeitos ao poder do espírito santo ou força ativa de Deus para entender essa Palavra.
4 No quinto século antes de Cristo se completou o cânon ou coleção autorizada das Escrituras Hebraicas inspiradas, contudo os hebreus que sabiam a língua original dele não entendiam bem o seu sentido. Os próprios escritores proféticos não entendiam o sentido das profecias que proferiam e escreviam. Como foi, então, que os cristãos primitivos vieram a adquirir entendimento dessas Escrituras? Pela ajuda do espírito ou força ativa de Deus que operava sobre suas mentes com poder iluminador.
5. Como explica Paulo a necessidade do espírito em relação ao segredo sagrado de Deus?
5 Uma ilustração: Há um mistério sagrado contido na Palavra de Deus, o qual apresenta aos cristãos a esperança de glória celestial. Requer-se o poder iluminador do espírito de Deus para sondar as profundezas desse segredo e revelar-nos seu significado. Mostrando nossa necessidade de ajuda do espírito, Paulo escreve: “Falamos a sabedoria de Deus num segredo sagrado, a sabedoria oculta, que Deus pre-ordenou antes do sistema de coisas para nossa glória. Esta sabedoria nenhum dos príncipes desse sistema de coisas chegou a conhecer, pois se eles [os príncipes judeus que tinham as Escrituras Hebraicas] a tivessem conhecido não teriam cravado no madeiro o Senhor da glória. Mas, como está escrito: ‘ O olho não viu e o ouvido não ouviu, nem foram concebidas no coração do homem as coisas que Deus preparou para aqueles que o amam. Por que Deus no-las revelou pelo seu espírito, pois o espírito esquadrinha todas as coisas, mesmo as profundezas de Deus. Assim, também, as coisas de Deus ninguém as chegou a conhecer, senão o espírito de Deus. Ora, nós não recebemos o espírito do mundo, mas sim o espírito que provém de Deus, a fim de entendermos as coisas que nos foram dadas bondosamente por Deus. . . . porque elas são examinadas espiritualmente.”—1 Cor. 2:7-10, 11-14, NM.
6, 7. (a) Nos dias apostólicos como manifestou o espírito seu poder para com os discípulos? (b) De que é selo possuir o espírito?
6 Sim, carecemos do espírito além da Palavra escrita de Deus. Enfatizando isso outra vez, Paulo escreve: “Vós, lendo isto, podeis perceber a compreensão que tenho do segredo sagrado de Cristo. Em outras gerações este segredo não foi manifesto aos filhos dos homens conforme foi agora revelado pelo espírito a seus santos apóstolos e profetas.” (Efé 3:4, 5, NM) Nos dias apostólicos os crentes cristãos tinham o espírito de Deus para esclarecer-lhes a Palavra Escrita de Deus. Não só isso, mas também receberam dons do espírito que se manifestava de vários modos pelo poder milagroso de falar línguas estranhas, traduzi-las, fazer curas, executar poderosas obras e declarar profecias. Na sua mesma carta o apóstolo relata como, após ter crido na Palavra, eles receberam o derramamento do espírito de Deus, com suas várias manifestações. Isto foi um sêlo autorizado sobre eles de que pertenciam a Deus e eram sua possessão.
7 Escreve Paulo: “Para servirmos de louvor à sua glória, nós, que já fomos os primeiros a esperar em Cristo. Mas nele também vós esperastes, tendo ouvido a Palavra da verdade, as boas novas da vossa salvação. Por meio dele também vós, tendo crido, fostes selados com o prometido espírito santo, o qual é o penhor de nossa herança, para libertar, mediante resgate, a possessão de Deus, para seu glorioso louvor.” “O próprio Cristo Jesus é a principal pedra da esquina. Em união com ele também vós juntamente sois edificados para habitação de Deus pelo espírito.” — Efé. 1:12-14; 2:20, 22, NM; 2 Cor 1:21, 22.
8. Que fruto do espírito nos fortalece para suportarmos muitas coisas?
8 Êste espírito santo comunica aos crentes um gozo até em face da perseguição e opressão. Paulo diz que isto se aplicava aos tessalonicenses, a quem ele escreve: “ Recebestes a palavra em muita tribulação, com gozo de espírito santo, de modo que vos tornastes exemplo para todos os crentes da Macedônia e na Acaia.” Um dos frutos ou produtos do espírito santo em nós é gozo com respeito à Palavra, obra e povo de Deus. Este gozo nos fortalece a suportar muitas coisas que de outra sorte não podíamos aguentar, especialmente na atitude correta de mente e coração.—1 Tes. 1:6, 7, NM; Gál. 5:22; Nee. 8:10.
9. Como não devemos entristecer o espírito, e de que ainda é-nos ao estudarmos a Palavra de Deus?
9 Em razão do papel importante que o espírito desempenha em nós como cristãos, não o devemos entristecer por resistir a sua operação ou por viver contrário àquilo pelo qual nos sela, a saber, a possessão de Deus, filhos que pertencem a ele. “Não entristeçais o espírito santo de Deus, pelo qual fostes selados para um dia de libertação por meio de resgate.” (Efé. 4:30,NM.) Se este espírito santo ou força ativa opera em todos nós, e se permitimos que produza seus frutos em expressões de amor, todos nós estamos ligados por uma força mais poderosa do que qualquer relação humana. Possuírem êste espírito não desobriga os cristãos de estudar e consultar a Palavra de Deus para averiguar sua vontade. Mas quando estudam a Palavra escrita, então o espírito de Deus os auxilia em a entender e apreciar.
A NECESSIDADE DA SUA ORGANIZAÇÃO
10, 11. Além da Palavra e o espírito, que mais necessitam os cristãos, e a que se deve isso?
10 O espírito de Deus é uma força ativa que executa as coisas. Foi usado para exigir que os discípulos Barnabé e Saulo fôssem designados para obra missionária especial. Foi usado para proibir-lhes de falar a Palavra de Deus no distrito da Ásia. Também não permitiu a Paulo que viajasse para o oriente à Bitínia, mas o dirigiu para o ocidente à Macedônia européia. (Atos 13:2; 16:6-10, NM) Todavia, podemos esperar hoje que o espírito de Deus nos mova assim de lugar em lugar nos nossos esforços individuais no serviço de Deus? Não; o espírito não se manifesta deste modo hoje em dia. Não obstante, podemos procurar o que as orientações de Deus indicam enquanto com toda a diligência consultamos sua Palavra. Mas, se fosse dada a cada um de nós plena liberdade pela simples razão de termos um exemplar da Bíblia e se dirigíssemos nossas ações de forma independente segundo pensássemos que entendíamos essa Palavra, que resultaria? É provável, ou possível, que haveria entre nós bastante confusão ou trabalharíamos em concorrência uns com os outros.
11 Por isso, além de possuir individualmente a Palavra de Deus, precisamos uma organização teocrática. Sim, além do espírito iluminador de Deus, o cristão precisa a organização teocrática de Jeová a fim de entender a Bíblia. É necessário que êle assista às reuniões providenciadas por essa organização e estude com seus concristãos. Necessita da organização, também, a fim de trabalhar em harmonia com os propósitos de Deus e ser orientado corretamente nos seus movimentos. O motivo é que Jeová Deus trata com sua organização, e não com indivíduos que estão fora da sua organização ou que em desafio tentam atuar independente dela.
12. Por que é tão necessário perceber a organização teocrática e receber seus serviços?
12 Fora de Jesus Cristo, a profética Palavra de Deus não predisse o trabalho, proceder nem atividades de nenhum indivíduo. A Palavra dele prediz seus tratos com sua organização teocrática sob Cristo, no tocante à sua obra, experiências, perseguições, livramento e triunfo. Por conseguinte, se não vemos a organização mas tratamos de aplicar as profecias a nós como indivíduos, não nos é possível ver o real cumprimento das profecias e entender a Palavra de Deus. Se não estamos ligados á sua organização, trabalhando em harmonia com ela e passando pelas suas experiências, não podemos apanhar o sentido da Palavra de Deus e fazer bem a sua obra. Havia mister de Jesus, a cabeça da organização de Deus, para abrir a mente dos seus discípulos a fim de apanharem bem o sentido das Escrituras. Após Jesus ter ascendido aos céus, era necessário que os apóstolos sob o poder do espírito de Deus, dado por intermédio de Jesus, explicassem as coisas profundas da Palavra e do propósito de Deus. Os apóstolos foram os membros fundamentais da visível organização de Deus naquela época. Hoje Jeová Deus tem edificado sua organização visível com aqueles a quem êle libertou da grande Babilônia mística, em cumprimento das profecias bíblicas. Em nossos dias a continua revelação e entendimento da Palavra escrita de Deus tem sido efetuado por meio desta organização teocrática cheia do seu espírito.
13. Conforme mostra a profecia de Isaías, quem recebe o benefício do ensino e dos tratos de Jeová?
13 Jeová trata com sua organização visível e conhece os que pertencem a ela, não importa quão isolados fisicamente estejam dos outros do seu povo organizado. É sua organização que êle instrui por meio da cabeça, Jesus Cristo. Os que com amor se mantêm em contacto com essa organização recebem os beneficios dos seus tratos e ensinamentos. Não é a nenhum de nós, mas sim á organização como esposa que se dirige estas palavras: “O teu Creador é teu marido; Jehovah dos exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu redemptor; será chamado o Deus de toda a terra. Todos os teus filhos serão ensinados de Jehovah; e grande será a paz de teus filhos.” —Isa. 54:5, 13.
14. Por que a possessão de uma Bíblia não anula a necessidade da organização a fim de se aproveitar da direção e orientação de Deus?
14 Pelo simples motivo de terdes a Bíblia, usando-a por guia e Livro básico de instrução, não podereis atuar com independência, imaginando que tendes relações e tratos diretos com Jeová á parte da sua organização, fazendo pouco caso dela. Sua Palavra não ensina que podereis ser independentes com apenas a Bíblia e com uma operação particular do espírito santo sôbre vós. É necessário ver a mão de obra de Deus e reconhecer a organização que êle edificou, com a qual êle trata. Esta organização, cheia de seu espírito, aderindo estritamente à sua Palavra, é a que êle usa hoje para nos guiar em nossos esforços conjuntos por todo o mundo. Há mister desta organização para integrar os esforços de todos nós em todas as nações de muitos idiomas diferentes. Precisa-se dela para servir todos os crentes unidos com as revelações da Palavra de Deus. Ela faz com que todos os publicadores do Reino cooperem com a única “língua pura” da verdade. Evita que trabalhemos uns contra os outros, ou que dupliquemos os nossos esforços, ou que nossos territórios traspassem os dos outros, ou que hajam fraquezas em resultado de desunião, e que outras coisas nos impeçam na execução da obra de Deus. Jeová dirige a sua organização mediante a Cabeça, Jesus Cristo. Se quisermos aproveitar sua direção e orientação precisamos trabalhar junto com a organização. Se o inimigo isolar-vos, então prossegui conforme fostes ensinados e amestrados por meio da organização.
15. Que ouvimos atrás de nós, que nos diz para onde ir?
15 Isto é o que devemos fazer, em vez de esperarmos que um anjo apareça como nos dias da antiguidade e nos dê orientações específicas quanto ao que devemos fazer neste e naquele caso, ou ouvirmos uma voz clariaudiente falar do invisível, dizendo-nos o que devemos fazer e onde havemos de ir. Isto não é o sentido de Isaias 30:20, 21, (UTA): “Não se esconderá mais teu Instrutor, porém teus olhos verão teu Instrutor. Quando te desviares para a direita ou para a esquerda, teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma voz, dizendo, ‘Êste é o caminho; anda por ele.” A voz atrás de nós é a voz de Deus do passado, falando mediante sua Palavra escrita conforme ela é esclarecida por meio da sua organização.
16. Por que fazemos bem em dirigirmo-nos à organização em procura do assinalamento de território?
16 Podemos confiar na visível organização teocrática para nos dar um assinalamento no qual trabalharmos, e isto evitará que nos extraviemos a território alheio, causando confusão, irritação e atrito. Harmonizará nossos esforços com os de todos os demais publicadores do Reino no território da congregação local, resultando em paz e unidade. Isto será do agrado de Deus, pois está escrito: “Deus não é Deus de desordem, mas sim de paz. Como em todas as congregações dos santos, . . . faça-se tudo com decência e por combinação.”—1 Cor. 14:33, 40 NM.
17. À parte da orientação geral pela organização, que temos a liberdade de decidir, e como se no-lo mostra biblicamente?
17 Embora trabalhemos sob a direção geral de Deus colaborando com sua organização teocrática, ele nos dá liberdade para decidirmos com respeito a nossos movimentos mais pessoais ou particulares. Em diversas ocasiões o apóstolo Paulo foi guiado diretamente pelas operações do espírito ou por visões do Senhor. Isto serviu para seu movimento geral; mas em outros sentidos ele precisava delinear seus planos pessoais e decidir quanto aos melhores arranjos a fazer. Na sua primeira viagem missionária com Barnabé ele foi enviado especificamente pela ordem do espírito santo. Mas relativo à sua segunda viagem missionária, foi Paulo que disse a Barnabé: “Acima de tudo, tornemos a visitar os irmãos por todas cidades em que publicamos a palavra de Jeová, para ver como vão.” (Atos 13:1-4; 15:36, NM) Mas houve contenda entre eles quanto a quem os devia acompanhar, e não houve ação direta do espírito santo nem de um anjo para resolver a dificuldade. Outra vez, quando o Senhor Jesus apareceu a Paulo e o informou da obra que este faria, ele disse: “Vai, porque eu te enviarei ás nações longínquas.” Essas foram orientações gerais, mas deixou-se a Paulo planejar seus movimentos e daí se ocupar neles e ver a que ponto combinavam-se com a vontade de Deus. Diz-nos que ele próprio resolveu ir a território puramente estrangeiro onde Cristo ainda não tinha sido pregado, a fim de não edificar sôbre fundamento alheio. —Atos 22:17-21 e Rom. 15:18-21, NM.
“SE JEOVÁ QUISER”
18. Feitos seus planos, para que Paulo confiava em Deus, e como se revela se Deus permitiu que fossem transtornados os planos de Paulo?
18 Paulo não se jactava do que ele faria, mas programava o que parecia servir os melhores interesses da obra e sua expansão. Confiava em Deus para guiá-lo na execução desses planos e apoiá-lo neles à medida que isto harmonizava com o propósito de Deus. Permitiu Deus que se interferisse com os planos de Paulo? Escrevendo à congregação em Roma, Paulo revela que Deus o permitiu, pois diz: “Muitas vezes fui impedido de ir ter convosco. Mas agora, não tendo mais território virgem nestas regiões, e tendo já há muitos anos grande desejo de ir visitar-vos, quando fôr á Espanha, espero, acima de tudo, de passagem, ver-vos e ser acompanhado parte do caminho por vós, depois de ter-me satisfeito um pouco com vossa companhia. Mas agora estou nas vésperas de viajar para Jerusalém a fim de ministrar aos santos.” Falando dos impedimentos em outras partes, Paulo escreveu aos tessalonicenses: “Irmãos, quando fomos privados de vós por apenas pouco tempo, em pessoa, mas não no coração, tanto mais procuramos com grande desejo ver o vosso rosto; Por este motivo quisemos ir ter convosco, sim, eu, Paulo, não somente uma vez mas duas, porem Satanás nos interceptou o caminho.” —Rom. 15:22-25 e; 1 Tes. 2:17, 18, NM.
19. Culpava Paulo impropriamente ao Diabo, e como revela a narração que ele fez decisões e tratava de efetuá-las?
19 Paulo não culpava o Diabo injustamente de alguma coisa. Sem dúvida por seus parvos fanáticos na terra Satanás erigiu barreiras definitivas contra a volta de Paulo a Tessalônica quando ele queria ir para lá. Seja como fôr, tudo isto mostra que a Paulo se permitiu muita liberdade e responsabilidade pessoais em programar seu proceder na divulgação das boas novas. Ele não esperava o anjo de Deus a cada passo nem uma visão, tão pouco uma pronunciação clariaudiente do espírito santo. Êle fez decisões. Por exemplo, determinou em seu espírito “ir a Jerusalém, . . . porque dizia: Depois de haver estado ali, é-me necessário ver também Roma.” Estava tão decidido a subir de Éfeso a Jerusalém que, quando o espírito santo por várias agências indicou que Paulo encontraria dificuldade em Jerusalém, ele persistiu na sua determinação. Em Cesaréia, apenas 88 quilômetros distante de Jerusalém, recebeu admoestação final mediante o profeta Ágabo. De modo que os discípulos ali trataram de dissuadi-lo. Mas Lucas nos diz: “Como não se deixasse persuadir, aquiescemos com as palavras: ‘Faça-se a vontade de Jeová.’” E fez-se a vontade de Jeová. Paulo finalmente chegou a Roma, ainda que fosse como prisioneiro. —Atos 19:21, NTR, 20:22-24; 21:4, 10-14, NM.
20, 21. (a) Feitos nossos planos pessoais, que devemos esperar? (b) Que admoestação se nos dá para que não nos jactemos acerca de nossos planos?
20 Assim se dá conosco hoje em dia. Ao cooperarmos com a congregação teocrática de Jeová, permite-se-nos considerável liberdade de movimento. Compete-nos planejar como devemos prosseguir em nosso território. Decidido nosso caminho pessoal, podemos aguardar a bênção e orientação de Jeová e que êle nos use no seu serviço. Se semearmos muito, preparando-nos bem, podemos esperar ceifar muito; e vice-versa.
21 Não nos devemos jactar sôbre os nossos planos nem confiar na nossa força e sabedoria para efetuá-los. Tiago avisa disto, com as seguintes palavras francas: “Eis agora, vós que dizeis, ‘Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, lá passaremos um ano, negociaremos e tiraremos lucro,’ no entanto não sabeis o que será vossa vida amanhã. Pois sois um vapor que aparece por um pouco e logo se desvanece. Em lugar disto, devíeis dizer: “Se Jeová quiser, viveremos e também faremos isto ou aquilo.” Mas agora vos gloriais das vossas presunçosas jactâncias. Toda a soberba tal como esta, é má. Pois, quem sabe fazer o bem e não o faz, para êle é pecado.” —Tia. 4:13-17, NM.
22. Depois de fazermos nossos planos, à vontade de quem devemos sujeitá-los, e como devemos considerar nossas experiências ao prosseguirmos?
22 Em conformidade com isto, tendo feito planos pessoais acêrca de onde, quando e como sermos ativos no campo quais testemunhas públicas do Deus Altíssimo, devemos dizer, “Se Jeová quiser, farei sua obra nesse tempo e naquele lugar.” Se êle vos poupar e permitir que chegueis lá e sirvais, podereis agradecer-lhe êste privilégio. Se tiverdes experiências agradáveis e receberdes resultados animadores dos vossos esforços, podereis agradecer-lhe estas expressões do seu favor, porque toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm dêle, o Pai das luzes celestiais. Se houver oposição ou provações, se não se manifestarem rapidamente resultados favoráveis, podereis estudar o assunto e determinar até que ponto Satanás é responsável, assim como no caso de Paulo, ou até que ponto vós sois culpados por falta de preparação para o serviço, falta de atino, pelo vitupério que trazeis sobre a mensagem por vosso proceder pessoal, ou por outros motivos. Não vos desanimeis por dificuldades, oposição nem por perseguição; da mesma forma que nem Jesus nem Paulo se desanimou. Mas, sabendo que fazeis a vontade de Deus, prossegui fielmente no seu serviço e por esta persistência derrotai a intenção do inimigo.
ARMADURA DE PROTEÇÃO
23. Porque e como coopera a organização convosco na obra?
23 Tendes diretamente da Palavra de Deus a autoridade de fazer a obra de Deus como proclamador das boas novas do seu reino. A organização teocrática reconhece vossa autoridade da sua Palavra, a Bíblia. Por isso, se serve de vós por representante no campo e coopera convosco, suprindo-vos do necessário, e vos presta auxilio. Dá-vos o benefício da ajuda e proteção legais que vos pode fornecer. Ajuda-vos a pelejar pela verdade em unidade com vossos irmãos por toda a terra.
24. Então como se nos aconselha que lutamos, porém não contra quem?
24 Não podeis ficar só. É necessário que pelejais ombro a ombro com vossas contestemunhas, segundo Paulo o descreve: “Estais firmes num só espirito, combatendo ombro a ombro com uma só alma pela fé das boas novas, e que em nada estais atemorizados pelos oponentes. Isto mesmo para êles é prova de destruição, mas para vós de salvação; e esta indicação vem de Deus, pois vos foi concedido o privilégio, por amor de Cristo, não somente o depositar nêle vossa fé, mas também o padecer por êle. Porque tendes o mesmo combate que já no meu caso vistes e agora ouvis acêrca do meu casos.” (Fil. 1:27-30, NM) Não deveis travar combates físicos com homens e mulheres fora da organização teocrática. Certamente não deveis fazer isto dentro da organização. Deveis combater o inimigo comum, e não vossos irmãos. Todo o tempo procurei “com toda a diligência guardar a unidade do espirito no vínculo da paz [entre os irmãos]. Um só corpo há, e um só espírito, . . . um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todas as pessoas, o qual é sôbre todos e por todos e em todos.” Isto assegura vitória, esta unidade! —Efé. 4:3-6, NM.
25. Deixa-se toda nossa defesa á organização e aos anjos? Que instrumento desempenha um papel?
25 A organização teocrática nos proporciona bastante ajuda e proteção, sem mencionar, também, as dos santos anjos invisíveis sob Cristo. Contudo há também medidas pessoais defensivas que temos de tomar individualmente. Nestas medidas a Palavra escrita de Deus vem desempenhar um papel necessário e vital; é poderosa para nossa proteção. Paulo esclarece isto nas suas palavras adicionais à congregação de Éfeso a quem êle estava suplicando a unidade cristã.
26. Quem são nossos verdadeiros adversários? Por isso, que precisamos usar pessoalmente?
26 Estamos num real combate, e Paulo indica quem são nossos verdadeiros adversários contra quem devemos pelejar, dizendo: “Revesti-vos da completa armadura de Deus para poderdes ficar firmes contra as maquinações do Diabo; porque temos uma luta, não contra sangue e carne, mas sim contra os governos, contra as autoridades, contra os governadores do mundo destas trevas, contra as iníquas forças espirituais nos lugares celestiais. Em vista disto, pensai no que enfrentamos e toda esta grande hoste invisível está contra nos! Trabalha de modo organizado por meio da organização visível do Diabo com toda a sua propaganda e com todo o seu poder para coagir-nos a fim de destruir nossa fé e nos seduzir ou forçar a afastarmo-nos do serviço de Deus. Nós nos desanimaríamos de terror se não nos assegurássemos de que Deus fêz provisão para nos proteger. Todavia não podemos deixar a Deus toda a responsabilidade pela nossa proteção. Êle forneceu certas coisas para usarmos a fim de proteger tanto a nós como a nossos irmãos, e estas temos de usar. Quais? As peças que compõem a completa armadura espiritual. Não a usarmos nos deixa expostos.
27. Qual é o nosso cinto, nossa couraça, nosso calçado neste equipamento?
27 “Portanto”, acrescenta Paulo, “tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir [todos os acima mencionados adversários espirituais] no dia mau e, havendo feito tudo bem, permanecer firmes. Estai, pois, firmes, [como?] tendo cingidos os vossos lombos com a verdade e vestida a couraça da justiça e calçados os pés com a preparação das boas novas da paz.” A justiça e couraça de proteção para nosso coração e a pacífica mensagem do evangelho prepara nossos pés para marchar para a frente no serviço de campo de maneira pacífica. Promovermos a paz antes de desatinadamente instigarmos contenda nos facilita as coisas através de maiores distâncias. A justiça e as boas novas da paz aprendeis da Bíblia e com a ajuda da organização teocrática.
28. Qual é o nosso escudo, e como o aumentamos?
28 “Tomai, sobretudo, o grande escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os projéteis ardentes do maligno.” A nossa fé, que descansa no nosso entendimento da Palavra de Deus e no nosso conhecimento dele e das suas obras, impede que os projéteis ardentes de palavras amargas de vitupério e acusação falsa permaneçam em nós e inflijam ferimento mortal a nossa espiritualidade. Quanto mais conhecermos a Palavra de Deus e quanto mais experiência tivermos com seus tratos, tanto maior se torna nosso escudo da fé. —Sal. 64:3; Jer. 9:8.
29, 30. Quais são nosso capacete e nossa espada? Como são fornecidos?
29 Há, porém, mais que precisais: “Aceitai também o capacete da salvação, e a espada do espírito, isto é, a palavra de Deus, enquanto com toda forma de oração e súplica vós orais em toda ocasião no espírito.” Para a proteção da cabeça ou mente Deus vos tem fornecido o capacete da salvação ou “esperança da salvação”. Pela geração do “pequeno rebanho” dos seguidores de Cristo com seu espírito, o Pai celestial criou neles uma esperança da salvação celestial. Mas atualmente por meio da sua Palavra e sua organização Deus comunica à “grande multidão” das outras ovelhas a esperança da salvação para a vida em perfeição humana na terra paradisíaca. Persistindo fielmente como cristãos e destarte adquirindo a aprovação de Deus aumentamos nossa esperança ou expectação de receber as coisas que desejamos segundo sua promessa. Tendo esta esperança inteligente da salvação prosseguimos combatendo com a “espada do espírito, isto é a Palavra de Deus.”
30 É uma espada espiritual para lutar corpo a corpo com o inimigo. O espírito de Deus forjou, temperou, moldou e afiou essa espada, porque os escritores dessa Palavra eram meros homens de modo que necessitavam do espírito ou força ativa de Deus para movê-los a escrever a mensagem de Deus. Por isso o espírito de Deus nos fala mediante essa Palavra, que e expressão do espírito de Deus. O seu espírito é invencível, e é isso que torna a espada da Palavra de Deus invencível contra os homens e contra os diabos. —Efé 6:11-18, NM; 1 Tes. 5:8, 9.
31. Como Jesus nos deu exemplo quanto ao uso da espada? Como orou ele?
31 Jesus nos apresentou o exemplo no uso dessa espada espiritual, a Palavra de Deus. Quando o Diabo o pôs a prova no deserto, Jesus parou todo golpe das sugestões diabólicas com a espada da Palavra de Deus, dizendo, “Está escrito.” E quando o Diabo e todos os seus demônios organizados atacaram a Jesus por meio da sua iníqua organização visível e assaltaram tanto sua mensagem como seu proceder, ele pelejou contra seus assaltos com um golpe da espada espiritual, citando a Palavra escrita de Deus. “Está escrito” matou ou parou por completo os argumentos tradicionais e filosofias mundanas ou arrazoamentos não bíblicos dos parvos religiosos dos demônios. Mas junto com a destreza no uso desta espada de Deus, Jesus orava. Orava com regularidade e sinceridade e de pleno acordo com o propósito de Deus exposto na sua Palavra registada. Por isso as suas orações foram ouvidas.
32. Por que é este o “dia mau”? Por isso que se torna urgente?
32 Visto que Satanás e seus demônios já foram precipitados dos céus, criando angústia na terra e lutando contra os que pertencem à mulher ou organização de Deus, estamos no dia mau. Temos de lutar com afinco contra os poderosos adversários espirituais. Portanto, precisamos revestir-nos da completa armadura de Deus e nunca tirá-la. A armadura é a mesma para cada um de nós, e com ela podemos estar firmes e unidos, mantendo os inimigos afastados e fazendo recuar seus assaltos. Por isso ficai revestidos de cada peça. Guardai vosso coração fixo na justiça, a justiça de Deus, para vossa proteção. Retende firme e aumentai vossa fé por escudo. Prossegui andando na preparação das boas novas da paz a fim de vos protegerdes contra a dureza do caminho. Cingi-vos com a cinta da verdade para vos fortalecerdes a fim de suportar a carga e aguentar. Mantendo na cabeça o capacete da esperança correta que não conduz a desapontamento. Empunhai com mais força a espada do espírito, a Palavra de Deus. Uma vez que chegamos a lutar braço a braço com o inimigo, aprendei a brandir esta espada. Com ela desviai todo golpe hostil e enterrai esta arma de dois gumes nas partes vitais da propaganda, tradições, filosofias e argumentos deceptivos do inimigo.
33. Podemos lutar e orar desta maneira enquanto estivermos detidos? De que forma?
33 Se estivermos assim armados, jamais teremos de recuar diante dos nossos assaltantes, e o Diabo e todas as suas hostes de demônios não nos poderão fazer dano espiritual algum. Poderemos ser mortos em resultado da sua influência invisível sobre seus agentes terrestres, mas Deus protegerá e preservará nossa herança de vida no novo mundo, dando-nos ressurreição no seu devido tempo. Poderemos estar na prisão ou campo de concentração por causa dos homens e governos endemoninhados, contudo nossos inimigos não nos poderão tirar a armadura espiritual. Esta poderemos ainda reter, lutando revestidos dela em detenção, pois Paulo mesmo estava revestido desta armadura na prisão em Roma quando ele nos escreveu que a usássemos. E ao lutarmos revestidos dela poderemos manter-nos em comunicação com Deus e sua organização invisível por meio de oração, toda forma de oração, louvor, ações de graça, apreciação, petições, e fervorosas súplicas, por nós e pelos irmãos, nossos co-lutadores. A oração nos faz sentir que esta perto a ajuda divina.
34. Que lugar, pois, devemos dar à Palavra de Deus, e com que resultado?
34 Tudo considerado, então, não podemos despreciar o valor, importância e poder da Palavra de Deus. É necessário que lhe demos lugar contínuo na nossa vida, acima das palavras e mandamentos de quaisquer homens que desejariam nulificar e invalidar a Palavra de Deus, até debaixo de perseguição. Para nossa orientação o Salmo 119:161 diz: “Príncipes me hão perseguido sem causa, mas o meu coração teme as tuas palavras.” Portanto, unimo-nos à Palavra escrita de Deus e lhe obedecemos. Prestando atenção a sua Palavra podemos purificar nosso caminho e mantê-lo puro e limpo através deste mundo impuro. A sua Palavra que aceitamos no coração e na cabeça pode reformar nossa mente, e assim desviar totalmente nossa vida da imitação deste sistema corrupto de coisas, transformando-a em caminho aceitável a Deus de pleno acordo com ele, o qual nos conduz à vida eterna no seu novo mundo —Rom. 12:1, 2, NM.