O pensamento contido num provérbio
O LIVRO dos Provérbios é uma rica mina de conselho prático. Cada fase da relação humana parece ser abrangida. Há ali conselhos sobre como tratar os amigos, como criar os filhos, quais as armadilhas no caminho de jovens, e idosos, e os perigos do excesso de confiança. Para se tirar proveito desta mina de verdade, é necessário que cavemos fundo. “Se continuares a buscá-lo como a prata, e se continuares a procurá-lo como a tesouros escondidos, neste caso entenderás o temor de Jeová e acharás o próprio conhecimento de Deus.” (Pro. 2:4, 5, NM) Examinarmos o pensamento contido num provérbio é amaneira mais proveitosa de escavarmos os tesouros da sabedoria divina.
“Atende, filho meu, a disciplina de teu pai e não abandones a lei de tua mãe. Pois são uma grinalda de encanto para a tua cabeça e um belo colar para o teu pescoço.”
A criança deve obter suas primeiras idéias sobre Deus da parte de seus pais, e o amor do pai e da mãe devem ser os degraus pelos quais chega a entender o amor de Deus, seu Pai no céu. Isto é o que o provérbio ensina. A instrução e a disciplina de sabedoria podem no princípio parecer difíceis e árduas, como grilhões de ferro que restringem a corrupção e a rebelião inatas, mas com o tempo se tornam como cadeias de ouro, usadas como ornamentos e não sendo fardo algum.
PROVÉRBIOS 1:17, NM
“Pois a rêde é estendida simplesmente para nada diante dos olhos de tudo o que tem asas.”
A Versão Normal Revisada, em inglês, explica o versículo como significando que os homens iníquos, dessemelhantes das aves que não sé deixam apanhar quando se estende uma rede diante dos seus olhos, vão cegamente à sua própria destruição, Neste capítulo, os iníquos estão representados como maquinando em particular para enlaçar os inocentes. Se os seis desígnios fossem conhecidos, os inocentes se esquivariam do laço, “pois a rede é estendida simplesmente para nada diante dos olhos de tudo o que tem asas”. O conselho sábio é atender as instruções de Jeová e assim se verão os desígnios dos iníquos, habilitando a pessoa a evitar os seus laços, assim como faz o pássaro que vê a rede diante dos seus olhos.
PROVÉRBIOS 11:26, NM
“Àquele que retém o cereal — a populaça detestará, mas há uma bênção para a cabeça daquele que o deixa ser comprado.”
Parece que a maneira, rápida de ganhar dinheiro, nos tempos antigos, era comprar cereais quando os preços eram baixos e então esperar até que a fome aumentasse, vendendo-os depois a preços elevados. Foi uma espécie antiga de mercado negro. Embora esta ação da pessoa produzisse algum bem, pela limitação do consumo e pelo acúmulo duma reserva, contudo, o povo desprezava a tal pessoa pelo seu egoísmo e a abençoava se se refreasse de tirar grande lucro duma emergência. Tal pessoa receberá a sua recompensa de Deus.
PROVÉRBIOS 13:23, NM
“O solo lavrado de pessoas de poucos meios rende muito alimento, mas há aquele que é arrastado por falta de juízo.”
O sentido aqui é que um pouco é transformado em muito pelo trabalho e pela bênção de Deus, e que o muito pode ser transformado em pouco pela iniqüidade e pelo descaso.
PROVÉRBIOS 20:5, NM
“O conselho no coração dum homem é como águas profundas, mas o homem de discernimento é aquele que o tira para fora.”
A palavra conselho tem às vezes o sentido de propósito. Jeová diz: “O meu conselho será firme.” (Isa. 46:10, Al) O propósito dum homem, sua verdadeira intenção no íntimo, é muitas vezes como as águas dum poço, bem fundas. É difícil chegar a este conselho. Requer paciência e perícia tirá-lo para fora do íntimo dele. Quando se escreveu este provérbio, a água não era coisa facilmente disponível; achava-se em. poços profundos. Isto significava trabalho. Requeria verdadeiro trabalho da parte de Rebeca tirar água para os camelos do servo de Abraão. (Gên. 24:19, 20) Assim é com o conselho fundo no coração dum homem. Para se chegar a este propósito é necessário descer o balde e tirá-lo para fora. O homem de discernimento, querendo saber o que está no coração de outra pessoa, precisa fazer sondagens. Pode fazer isso de um modo ou de outro. Sua persistência por fim tira para fora o objetivo ou propósito da outra pessoa. O homem de discernimento saberá então se aquela pessoa é hostil ou se é pessoa boa com quem se associar. Igualmente, os propósitos de Deus não estão à plena vista. Muitos lêem a Bíblia mas não entendem a vontade divina. Por quê? Porque não abaixam seus baldes; não fazem o esforço necessário. Por se ir às reuniões congregacionais do povo de Deus mostra-se a disposição de abaixar o balde para tirar assim fora as verdades refrigerantes da Palavra de Deus.
PROVÉRBIOS 27:17, NM
“Com o ferro se aguça o próprio ferro. Assim aguça o homem o rosto de outro.”
A lâmina que prestou muito serviço precisa entrar em contato com outro instrumento duro para restaurar o fio. Do mesmo modo, o estado, intelectual e espiritual dum homem tem ocasionalmente a necessidade de ser afiado. O contato com pessoas e coisas desagradáveis, bem como sofrer desapontamentos, têm a tendência de esgotar nossas energias e deprimir o nosso espírito. Quando nos encontramos em tal situação, um olhar de simpatia e uma palavra de incentivo de alguém que nos entende é realmente muito animador. Quando tal encorajamento se baseia no conhecimento acurado da Palavra de Deus, tem um poder tremendo para avivar em nós nova esperança para ação renovada.
PROVÉRBIOS 28:1, NM
“Os iníquos fogem quando não há quem os persiga, mas os justos são como um confiante leão novo.”
O homem que foge quando ninguém o persegue está em certo sentido fugindo de si mesmo, fugindo de sua própria consciência; portanto, seus esforços são infrutíferos. O justo tem verdadeira coragem, pois está cônscio de sua própria inocência e da aprovação de Jeová Deus.