O Livro de datas históricas verídicas
1. Com que eventos da história estamos pessoalmente familiarizados?
NÃO HÁ dúvida na nossa mente sobre onde estamos no momento, e, naturalmente, sabemos como chegamos aqui. Estamos também bastante cônscios do tempo relacionado com eventos que tinham que ver conosco. Sabemos, por exemplo, onde estivemos e o que fizemos há uma hora atrás, um dia atrás, uma semana atrás. A maioria de nós sabe que idade tem, e podemos estabelecer com bastante exatidão a nossa relação com alguns dos grandes eventos ocorridos em nossa vida.
2, 3. Quais são algumas das perguntas importantes a respeito de eventos históricos passados?
2 Mas, o que dizer do passado distante, antes do nosso tempo? Que sabemos das datas e dos eventos que não fazem parte de nossa experiência pessoal? Por exemplo, sabemos em que ano Jesus nasceu, ou, mais importante ainda, a data de sua morte? Afinal de contas, ele foi o maior homem que já andou nesta terra. Sabemos em que ano Jerusalém foi destruída pelos babilônios? Esta data específica é de suma importância, se havemos de entender por que certos eventos têm ocorrido durante a nossa vida. Onde nos encontramos atualmente na corrente do tempo? Sabemos que no sétimo ano, desde agora, terminará o 6.000.° ano desde a criação de Adão? E, se chegarmos a viver até aquele ano de 1975, que devemos esperar que aconteça?
3 Estas são certamente perguntas interessantes e importantes, mas, onde podemos encontrar respostas verídicas a elas? Visto que eventos que ocorreram muito antes de nós nascermos têm grande influência sobre estes assuntos, onde podemos obter os fatos? Em que registros escritos do passado podemos confiar quanto a apresentar os fatos e ser verídicos?
4. Que incentivo temos para nos ajudar a encontrar respostas a nossas perguntas?
4 Quem busca sinceramente a verdade não deve ficar perplexo na sua busca das respostas a tais perguntas, pensando que é uma tarefa irrealizável. Na realidade, tem à sua disposição o mais antigo livro de história, e, o que é mais importante, um livro em que se pode confiar e estribar como autoridade suprema, pelo qual se podem medir e julgar todos os outros testemunhos. Felizmente, este documento histórico acha-se agora traduzido na língua que o indagador pode ler. Este livro é a Bíblia Sagrada, a Palavra inspirada e sagrada de Jeová Deus. Só Jeová conhece tanto o fim como o princípio. — Isa. 46:10.
5. De que valor é a Bíblia como livro da história?
5 Os historiadores seculares, que voltam atrás no tempo para nos contar as coisas do passado distante, mas que desconsideram com menosprezo o registro da Bíblia, vêem-se forçados a preencher as lacunas entre os seus escassos achados arqueológicos, fragmentários, com tradições que não merecem confiança, com cálculos fantasiosos e com puros palpites. Por outro lado, os investigadores honestos, e há muitos deles, reconhecem o valor realmente genuíno da Bíblia como testemunho inatacável, confirmado por todas as descobertas feitas. Quando posta à prova, a Bíblia tem realmente provado seu valor como o registro mais completo de acontecimentos antigos e como livro de autêntica exatidão. Com este livro de datas históricas verídicas na mão, estamos, pois, equipados para contar para trás, com pouca dificuldade, até à criação de Adão, preenchendo as lacunas da história secular com dados fidedignos. Além disso, podemos fazer isso rapidamente e com pouco esforço.
MUDANÇAS NOS CALENDÁRIOS
6. Quando foi adotado o nosso calendário atual, e quão exato é ele?
6 Atualmente, medimos o tempo segundo o calendário gregoriano, mas, esta medida tem menos de 400 anos de idade. Foi o Papa Gregório XIII que, em 1582, eliminou o calendário juliano, o qual, naquele ano, já tinha uns dez dias de diferença com o sol. Para corrigir esta discrepância, o papa ordenou que se eliminassem dez dias do mês de outubro. De modo que o 5 de outubro foi transformado em 15 de outubro de 1582. Este calendário atual é tão exato, que há apenas uma diferença de cerca de 26,3 segundos entre ele e o verdadeiro ano solar, e esta diferença aumenta na proporção pequeníssima de 0,53 segundos cada século. Esta é uma diferença de menos de nove minutos em cada cem mil anos, de menos de um dia em cada dezesseis milhões de anos.
7. Quando foi posto em vigor o calendário juliano, e que discrepância corrigiu?
7 O calendário juliano, substituído pelo calendário gregoriano foi instituído por Júlio César em 46 A. E. C., ano conhecido como “o ano da confusão”. Isto se deu porque, naquele tempo, os calendários mais antigos estavam uns três meses adiantados ao tempo solar, tornando necessário que o ano de 46 A. E. C. tivesse 445 dias, para que, a bem dizer, o sol pudesse alcançar o calendário.
8. Como se datavam os eventos na Bíblia, e que problema representa isso em termos de nosso calendário atual?
8 Se os eventos registrados na Bíblia estivessem datados segundo o calendário juliano ou outros calendários precedentes, seria bastante fácil converter tais datas ao calendário gregoriano. Mas, não é assim. A Bíblia fala de períodos e eventos específicos e muitas vezes isolados, e estes foram datados de seu próprio modo especial, independentes uns dos outros. Às vezes, são datados segundo o começo do reinado de certo rei (Nee. 2:1; Est. 1:1-3; Dan. 9:1, 2; Luc. 3:1), ou segundo uma vitória militar ou a destruição duma grande nação (1 Reis 6:1; Eze. 1:1, 2; 8:1; 20:1; 40:1), ou são datados em relação a um evento incomum, tal como o dilúvio dos dias de Noé. (Gên. 9:28, 29) Assim, a tarefa difícil é determinar quando tais eventos bíblicos ocorreram, medidos pelo nosso calendário atual.
9, 10. (a) Como se pode ilustrar esse problema? (b) Qual é a primeira coisa que nosso viajante devia fazer para solucionar seu problema?
9 O problema pode ser ilustrado com a seguinte história. Um viajante inglês, visitando um lugar histórico no continente europeu, saiu certa manhã de seu hotel e percorreu vagarosamente os bosques, parando ligeiramente nos pontos pitorescos e junto às lagoas refrescantes ao longo do caminho. Em certo momento, durante a tarde, atravessou um rio e seguiu o caminho atravessando o monte. Perto do fim do dia ocorreu-lhe a pergunta sobre a distância que tinha percorrido. Lembrou-se de que, anteriormente no dia, as distâncias entre os lugares em que parou estavam claramente indicadas em metros, nos postes indicadores, mas, depois de atravessar a ponte, não havia mais postes indicadores.
10 Para saber que distância tinha percorrido, não bastava que nosso viajante voltasse e convertesse em pés os metros das distâncias registradas na primeira parte de seu passeio. Em primeiro lugar, teria de medir para trás, partindo do lugar em que se encontra, por cima do monte e através da ponte até o último poste indicador marcado. Uma vez determinada esta distância, o resto seria comparativamente fácil, se confiasse nos algarismos marcados nos postes indicadores.
11. (a) Qual é, então, a primeira coisa a fazer para sabermos onde nos encontramos na vereda do tempo? (b) Que se quer dizer com “data absoluta”, e de que valor é tal data?
11 Assim também, quando se quer descobrir onde a humanidade se encontra, na vereda do tempo, não se resolverá o problema simplesmente por se traduzir os calendários antigos para os sistemas da atualidade. Primeiro se precisa medir para trás, no tempo, através da lacuna que separa o tempo atual do antigo registro bíblico do passado, até um ponto fixo na história, até uma data fixa no passado, até uma data absoluta. Esta data deve ser uma em que os eventos históricos sagrados e os seculares coincidem e estão entreligados em perfeito acordo com os métodos atuais de se medirem as distâncias no tempo. Com tal data fixa em termos da medida gregoriana saberemos a distância percorrida, desde aquele ponto até onde nos encontramos atualmente. Daí, partindo deste ponto cardeal, podemos também medir para a frente ou para trás, para fixar a data de outros eventos da história bíblica, mesmo que originalmente tenham sido datados segundo outro sistema.
A DATA ABSOLUTA DE 539 A. E. C.
12. Que data absoluta temos com relação à derrubada de Babilônia por Ciro?
12 Uma de tais datas absolutas ou fixas está relacionada com os eventos registrados no capítulo cinco de Daniel, versículos um a trinta e um. Refere-se ao tempo em que o medos e os persas, debaixo de Ciro, o Grande, interromperam a notória pândega de Belsazar, capturaram a cidade de Babilônia e derrubaram o Terceiro Império Mundial. O ano foi o de 539 A. E. C. no calendário gregoriano, quatro anos após o início da Era Budista na Índia.
13, 14. A fixação de 539 A. E. C. como ano da queda de Babilônia se baseia em que achado importante?
13 A fixação de 539 A. E. C. como o ano em que ocorreu este evento histórico baseia-se num documento de pedra conhecido como a Crônica de Nabonido (Nabunaid). Este achado importante foi descoberto nas ruínas perto da cidade de Bagdá, em 1879, e é agora preservado no Museu Britânico. Uma tradução deste achado foi publicada por Sidney Smith, em Babylonian Historical Texts Relating to the Capture and Downfall of Babylon (Textos Babilônicos Históricos Relativos à Captura e à Queda de Babilônia), Londres, 1924. O documento reza, em parte:
14 “No mês de tasritu [tisri, o 7.° mês hebraico], quando Ciro atacou o exército de Acade, em ópis sobre o Tigre, os habitantes de Acade se revoltaram, mas ele (Nabonido) massacrou os habitantes confusos. No 14.° dia, Sipar foi capturada sem batalha. Nabonido fugiu. No 16.° dia [11-12 de outubro de 539 A. E. C., cal. juliano, ou 5-6 de outubro, cal. gregoriano], Gobrias (Ugbaru), governador de Gutium, e o exército de Ciro entraram em Babilônia sem batalha. Depois, Nabonido foi preso em Babilônia ao voltar (para lá). . . . No mês de arasamnu [chesvã, 8.° mês hebraico], no 3.° dia [28-29 de outubro, cal. juliano], Ciro entrou em Babilônia, raminhos verdes foram espalhados em frente dele — impôs-se à cidade o estado de ‘Paz’ (Sulmu).” — Ancient Near Eastern Texts Relating to the Old Testament (Princeton; 1955), James B. Pritchard, p. 306.
15, 16. A que se atribui o fato de que a Crônica de Nabonido não menciona Belsazar em relação à queda de Babilônia?
15 Queira notar que a Crônica de Nabonido fornece detalhes exatos quanto ao tempo em que estes eventos ocorreram. Isto, por sua vez, habilita os eruditos modernos, com seu conhecimento da astronomia, a traduzir estas datas em termos do calendário juliano ou do gregoriano. Como explicação da razão por que esta Crônica não faz referência especial a Belsazar, em relação à captura de Babilônia por Ciro, e também confirmando a data de 539, queira notar o que o Professor Jack Finegan diz em Light from the Ancient Past (Luz do Passado Antigo; 1959), páginas 227-229:
16 “Nabunaid (Nabonido) partilhou o reinado com o seu próprio filho mais velho, Belsazar. Belsazar é chamado de príncipe herdeiro nas inscrições babilônicas. . . . Portanto, visto que Belsazar exerceu realmente a co-regência em Babilônia e talvez tenha continuado a fazer isso até o fim, o livro de Daniel (5:30) não erra ao representá-lo como último rei de Babilônia. No décimo sétimo ano do Rei Nabunaid, Babilônia caiu diante de Ciro, o Persa. A crônica de Nabunaid fornece datas exatas. No mês de tasritu, no décimo quarto dia, 10 de outubro de 539 A. C., as forças persas tomaram Sipar; no décimo sexto dia, 12 de outubro, ‘o exército de Ciro entrou em Babilônia sem batalha’; e no mês de arasamnu, no terceiro dia, 29 de outubro, o próprio Ciro entrou na cidade.”
17. Que outras autoridades confirmam o dia, mês e ano da queda de Babilônia?
17 Outros investigadores dizem o seguinte: “A Crônica de Nabunaid . . . declara que Sipar caiu diante das forças persas em VII/14/17a (10 de out. de 539);b que Babilônia caiu em VII/16/17 (12 de out.), e que Ciro entrou em Babilônia em VIII/3/17c (29 de out.). Isto marca o fim do reinado de Nabunaid e o começo do reinado de Ciro. É interessante notar que a última tabuinha datada, enviada a Nabunaid desde Uruk, data do dia depois da queda de Babilônia diante de Ciro. A notícia de sua captura ainda não atingira a cidade sulina, a umas 125 milhas [c. 181 km] de distância.” — Brown University Studies, Vol. XIX, Babylonian Chronology 626 B .C. — A.D. 75, Parker and Dubberstein, 1956, p.13.
18. (a) Em que data concordam uns vinte historiadores e comentadores? (b) Chegou-se a tal acordo apenas recentemente?
18 Autoridades reconhecidas da atualidade aceitam 539 A. E. C. sem qualquer dúvida como o ano em que Babilônia foi derrubada por Ciro, o Grande. Em adição às citações acima, as seguintes fornecem uma pequena amostra dos livros de história representativos da média de obras de referência em geral, bem como de compêndios básicos.d Estas citações breves mostram também que não se trata de uma data sugerida recentemente, mas uma que foi investigada cabalmente e geralmente aceita nos últimos sessenta anos.
“Ciro entrou em Babilônia em 539 A. C.” (Encyclopædia Britannica, 1946, Vol. 2, p. 852) “Quando Ciro derrotou o exército de Nabonido, a própria Babilônia se rendeu, em out. de 539, ao general persa Gobrias.” — Ibid., Vol. 6, p. 930.
“Babilônia caiu em 539 A. C., sem luta, diante do persa aquemênida Ciro, o Grande.” — The Encyclopedia Americana, 1956, Vol. III, p. 9.
“Babilônia foi capturada por Ciro em 539 A. C.” — Yale Oriental Series . Researches — Vol. XV, 1929, Nabonidus and Belshazzar, Dougherty, p. 46.
“Os persas tomaram a cidade em 539 A. C.” (The World Book Encyclopedia, 1966, Vol. 2, p. 10) “Em 539 A. C., os persas conquistaram Babilônia.” (Ibid., p. 13) “Nabonido, último rei da Babilônia caldaica, que reinou de 555 a 539 A. C.” — Ibid., p. 193.
“A queda da Lídia preparou o caminho para o ataque persa contra Babilônia. A conquista daquele pais mostrou-se inesperadamente fácil. Em 539 A. C., a grande cidade de Babilônia abriu seus portões para as hostes persas.” — Ancient History, Hutton Webster, 1913, p. 64.
“Em 539 A. C., também a Babilônia foi capturada por Ciro.” — The Story of the Ancient Nations, W. L. Westermann, 1912, p. 73.
“Em 539 A. C., porém, Ciro avançou para a conquista de Babilônia. . . . Sipar foi tomada sem um golpe, e, dois dias depois, a vanguarda do exército de Ciro entrou em Babilônia.” — History of the Hebrews, F. K. Sanders, 1914, p. 230.
“Não é provável que houvesse um grande intervalo entre a sua morte [a de Nabucodonosor] e a queda do Império Caldeu diante da arremetida de Ciro, em 539.” — The Biblical Period, W. F. Albright, reimpresso de The Jews; Their History, Culture and Religion, editado por Louis Finkelstein, 1955, p. 49.
“Ciro entrou em Babilônia em 29 de outubro de 539 A. C. e se apresentou no papel de libertador do povo.” — The Zondervan Pictorial Bible Dictionary, 1965, p. 193; veja também páginas 93, 104, 198, 569.
“Nabucodonosor havia cercado Babilônia com gigantescas muralhas, mas, após a derrota do exército de Belsazar, a cidade rendeu-se sem a menor resistência em 539 A. C.” — World History at a Glance, Reither, 1942, págs. 28, 29.
Quando o Império Neobabilônico caiu diante dos persas, Babilônia abriu suas portas a Ciro, em 539 A. C., sem oposição.” — The Interpreter’s Dictionary of the Bible, 1962, p. 385.
“No décimo sétimo ano de Nabonido (539 A. C.), Ciro capturou Babilônia.” — The Popular and Critical Bible Encyclopœdia and Scriptural Dictionary, Fallows, 1913, Vol. 1, p. 207.
“Ciro, o Grande, em 539 A. C., acrescentou o babilônio aos outros impérios que adquirira e consolidara com facilidade e celeridade mágica.” — A New Standard Bible Dictionary, 1926, p. 91.
“A cidade [Babilônia] foi tomada de surpresa em 539 A. C.” — The Universal Bible Dictionary, Peloubet, 1912, p. 69.
“539 A. C. assinalou o colapso da hegemonia semítica no antigo Oriente e a introdução da liderança ariana, que continuou por quase mil anos. Esta conquista de Babilônia, por Ciro, lançou o alicerce para todos os desenvolvimentos posteriores sob domínio grego e romano.” — Darius the Mede, Whitcomb, 1959, Introdução, p. 2.
“Foi também Ciro que conquistou Babilônia no ano 539 A. C. e se tornou assim senhor da Mespotâmia e da Síria.” — Ancient and Medieval History, Hayes e Moon, 1930, p. 92.
“Nabonido (Nabunaid) . . . foi o último Rei de Babilônia (555-539 A. C.).” — The Catholic Encyclopedia, 1907, Vol. 2, p. 184.
“Em 539, o reino de Babilônia caiu diante de Ciro.” — The New Funk & Wagnalls Encyclopedia, 1952, Vol. 10, p. 3397.
“O Império Caldeu, com a sua capital em Babilônia (Segundo Império Babilônico), durou, . . . até 539 A. C., quando caiu diante do ataque de Ciro.” — The Outline of History, H. G. Wells, 1921, p. 140.
“Ciro conquistou Babilônia em 539 A. C.” — The International Standard Bible Encyclopædia, 1960, Vol. 1, p. 367.
“No ano 539, Ciro conquista a cidade de Babilônia, Babilônia torna-se província do Império Persa.” — Traduzido do Bibel-Lexikon alemão, editado por Herbert Haag, junto com outros associados, impresso na Suíça, em 1951. Veja página 150, sob Babilônia.
19. Portanto, há quanto tempo atrás se deu a queda de Babilônia diante dos persas?
19 Com a data de 539 A. E. C. tão firmemente estabelecida e aceita por tantos eruditos, temos bastante confiança quanto a onde estamos com relação à queda de Babilônia, há vinte e cinco séculos. O dia 6 de outubro de 1968 assinalou 2.506 anos desde a queda daquele terceiro império mundial.e Outros eventos importantes, que ocorreram antes de 539, podem agora ser datados com bastante exatidão. Quando se aceitam as datas indicadas na Bíblia, isto se torna bastante fácil e podem-se evitar algumas das armadilhas de erros em que caíram cronologistas tradicionais da cristandade.
JERUSALÉM DESTRUÍDA EM 607 A. E. C.
20. (a) Ocorre o nome “Dario” nas inscrições cuneiformes? (b) Mas, de que temos certeza?
20 Os que crêem no Deus de Daniel, Jeová, sabem que a exatidão histórica da Bíblia não depende de documentos mundanos ainda por descobrir, incompletos, imperfeitos e não inspirados. Só porque o nome “Dario” não é encontrado nas inscrições cuneiformes, pagãs, até agora descobertas, não muda em nada a veracidade do testemunho bíblico. Os fatos históricos, escritos sob inspiração divina, são claros: “Naquela mesma noite foi morto Belsazar, o rei caldeu, e o próprio Dario, o medo, recebeu o reino ao ter cerca de sessenta e dois anos de idade.” (Dan. 5:30, 31) Alguns investigadores acreditam, e o argumento é forte, que Dario era o mesmo que Gubaru, governador de Ciro, que entrou com ele em Babilônia e que designou governadores na cidade.f No entanto, Daniel fala repetidas vezes de Dario, o Medo, não como Governador, mas como Rei, dirigindo-se até mesmo pessoalmente a ele como tal. — Dan. 6:1, 6-9, 12-25.
21. Que descoberta emocionante fez Daniel no primeiro ano do reinado de Dario?
21 Durante os poucos meses em que Dario ocupou o trono, Daniel fez uma descoberta cronológica surpreendente: “No primeiro ano de Dario, filho de Assuero, da descendência dos medos, que fora constituído rei sobre o reino dos caldeus, no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, compreendi pelos livros o número de anos a respeito dos quais viera a haver a palavra de Jeová para Jeremias, o profeta, para se cumprirem as devastações de Jerusalém, a saber, setenta anos.” (Dan. 9:1, 2) Sem dúvida, a questão sobre quando expiraria este limite de tempo de setenta anos impressionava muito a mente de Daniel. Felizmente, não teve de esperar muito pela resposta.
22. Por quanto tempo reinou Dario I, e quem lhe sucedeu como rei de Babilônia?
22 O reinado de Dario I foi curto; a menção do “primeiro ano” de seu reinado dá a entender que foi rei pelo menos por um ano inteiro. (Dan. 9:1; 11:1) Ciro seguiu-o no trono em fins de 538, e o profeta de Jeová continuou no seu alto cargo. “Quanto a este Daniel, ele prosperou no reino de Dario e no reino de Ciro, o persa.” (Dan. 6:2, 28) Que havia associação muito íntima entre estes dois reis e seus reinos é indicado pela expressão repetida, “a lei dos medos e dos persas”. — Dan. 6:8, 12, 15.
23. (a) Que grandiosa profecia estava para se cumprir? (b) Por volta de que data já estavam os judeus de novo na sua pátria? Devido a que acontecimentos rápidos?
23 Dois séculos antes, Jeová havia declarado pela boca de seu profeta Isaías: “[Eu sou] aquele que diz a respeito de Ciro: ‘Ele é meu pastor e executará completamente tudo aquilo em que me agrado’; dizendo eu de Jerusalém: ‘Ela será reconstruída’, e do templo: ‘Lançar-se-á teu alicerce.’” (Isa. 44:28) Sem mais demora, esta profecia de duzentos anos de idade estava para se cumprir. Ciro ascendeu ao trono e “no primeiro ano” de seu reinado, pelo menos antes da primavera de 537, “Jeová despertou o espírito de Ciro”. Ele emitiu o famoso edito permitindo aos judeus voltar e reconstruir o templo de Jeová, escrevendo-se e circulando-se cópias dele em todo o domínio. Isto deu tempo suficiente para os judeus se estabelecerem novamente na sua pátria, ‘estabelecerem firmemente o altar no seu próprio local’, e, “a partir do primeiro dia do sétimo mês”, começarem a oferecer sacrifícios queimados a Jeová. Esta data, o “primeiro dia do sétimo mês”, segundo as melhores tabelas astronômicas disponíveis,g é calculado como sendo 5 de outubro (juliano) ou 29 de setembro (gregoriano) de 537 A. E. C. — Esd. 1:1-4; 3:1-6.
24. Portanto, quando começaram os setenta anos de desolação e quando terminaram?
24 Aqui, pois, bem definitivamente estabelecido, há outro marco — o tempo em que terminaram os setenta anos da desolação da terra de Judá — aproximadamente em 1.° de outubro de 537. (Jer. 25:11, 12; 29:10) A fórmula é agora simples para se determinar quando começaram os setenta anos. Só é preciso adicionar 70 a 537 para se obter 607. Portanto, por volta de 1.° de outubro de 607 A. E. C., realizara-se completamente a desolação da terra de Judá e a evacuação total de seus habitantes.
25. A resposta a que pergunta está relacionada com o ano de 607 A. E. C.?
25 A importância do ano de 607 A. E. C., nesta cronologia bíblica, tornar-se-á ainda mais evidente no artigo que segue, ao buscarmos resposta a uma pergunta estimulante: Quando foi criado Adão?
[Nota(s) de rodapé]
a “VII/14/17”: O 7.o mês hebraico, tisri, o 14.° dia, do 17.° ano do reinado de Nabonido.
b Calendário juliano.
c O oitavo mês hebraico, chesvã.
d Seria fácil ampliar a lista mas só serviria para confirmar ainda mais uma data que não está em disputa.
e Ao adicionar 539 e 1968, subtraia 1, porque não houve ano zero entre A. E. C. e E. C.
f Veja Darius the Mede (1959, Edição Americana), J. C. Whitcomb, Jr., cap. 7; e Babylonian Problems (Edição de 1923), W. H. Lane, p. 201.
g Brown University Studies, Vol. XIX, Babylonian Chronology 626 B.C. — A.D. 75, (1956) Parker and Dubberstein, p. 29.
[Foto na página 107]
A poderosa Babilônia, aparentemente inexpugnável, caiu em 539 A. E. C.