Anjos — no passado e no presente
“Eles são retratados no Natal, nos enfeites que penduramos na árvore, nas gravuras de cartões de Natal — bonecos dourados com lindos rostos, tocando harpa ou órgão de igreja ou portando velas. Têm asas curtinhas e compactas, como as de passarinhos. Em suma, são mimosos.” — The Sunday Denver Post.
“ANJOS são em geral desconsiderados nas faculdades de teologia, recebem pouca atenção na escola dominical e não são nem mesmo mencionados no índice do Guia Catequético Nacional (em inglês), o compêndio para a educação religiosa católica na América.”
Assim disse Charles W. Bell, editor de assuntos religiosos. Ele observou que alguns teólogos, especialmente de igrejas protestantes tradicionais, sentem-se “um tanto perdidos e inseguros a respeito de anjos”. A New Catholic Encyclopedia diz que alguns pensadores modernos afirmam que “toda crença na existência de anjos devia ser repudiada”.
Mas, isso nem sempre foi assim. Por exemplo, consta que no século 13, eruditos que estudaram angelologia, ramo da teologia que trata de anjos, ficaram intrigados com idéias a respeito da “natureza, inteligência e vontade” dos anjos. Por vários séculos, faziam-se até mesmo orações a “anjos da guarda”. Mas, conforme observado acima, as atitudes mudaram desde então.
Segundo a New Catholic Encyclopedia, “na mente moderna os anjos . . . são cada vez mais relegados ao domínio da lenda, do conto de fadas e da fantasia infantil”. Realmente, em meados do século 19, na mente de muitos a noção de anjos tornou-se menos ligada à religião e mais associada com o romantismo secular. Hoje, um número ainda maior de pessoas considera os anjos como frutos da imaginação; assim, nega a existência deles.
Anjos em Algumas Religiões
Contudo, anjos ainda têm o seu lugar em algumas religiões. Por exemplo, a Igreja Católica Romana “incentiva o fiel a amar, a respeitar e a invocar os anjos”. De fato, o catolicismo canonizou três que considera ser anjos — Miguel, Gabriel e Rafael. Rafael aparece apenas nos livros apócrifos, não no cânon da Bíblia.
Nas igrejas ortodoxas orientais, anjos são importantes na litania, uma forma de oração em que as invocações ou petições são feitas com responsório por parte da congregação. Anjos também têm lugar no islamismo, sendo que a crença neles é um dos artigos de fé da teologia muçulmana.
Ainda assim, não há dúvidas de que em nossos dias a crença na existência de anjos está diminuindo.
Crê em Anjos?
Sobre a crença em anjos, a New Catholic Encyclopedia diz: “Gradualmente . . . no processo de um longo desenvolvimento e refinamento . . . através de elaboração especulativa dos conceitos contidos na Escritura Sagrada, evoluiu uma angelologia que, com variados graus de certeza, tem-se tornado a doutrina da Igreja.” [O grifo é nosso.] Quão firme seria a sua fé em anjos se soubesse que ela se baseia em “elaboração especulativa”?
É interessante que até mesmo dentro da Igreja Católica existe diferença de opinião sobre esse assunto. Quanto a quando os anjos foram criados, a Enciclopedia de la Religión Católica diz: “Na opinião de padres gregos, os anjos foram criados antes do mundo visível, mas, a opinião geral dos padres latinos é que eles foram criados depois. Não obstante, a opinião que conta com o maior número de apoiadores é que eles foram criados ao mesmo tempo em que o mundo foi criado.” Tal incerteza cria confusão na mente do povo e contribui para a atual tendência para a descrença.
Certo filósofo judeu, Filo, afirmava que os anjos eram simplesmente “manifestações e poderes do universo”. No decorrer dos anos, teólogos têm debatido assuntos inúteis a respeito da natureza e características dos anjos, como a frívola pergunta: ‘Quantos anjos poderiam ficar de pé na ponta duma agulha?’ É de admirar que muitos nessa era moderna prefiram não crer em anjos?
Diante de todos esses conceitos conflitantes, por que não examinar o que a própria Bíblia tem a dizer a respeito de anjos? Isso lhe ajudará a obter respostas sólidas sobre perguntas como: São reais os anjos? Em caso positivo, já interferiram alguma vez nos assuntos humanos? E, o que é mais importante, podem os anjos influir na sua vida?