Capítulo Seis
Jeová — “Deus justo e Salvador”
1, 2. Que garantias são dadas no capítulo 45 de Isaías, e que perguntas serão consideradas?
AS PROMESSAS de Jeová são confiáveis. Ele é o Deus de revelações e o Deus de criações. Vez após vez tem mostrado ser Deus justo e Salvador de pessoas de todas as nações. Essas são algumas das animadoras garantias encontradas no capítulo 45 de Isaías.
2 Além disso, o capítulo 45 de Isaías contém um notável exemplo da capacidade profética de Jeová. O espírito de Deus habilitou Isaías a visualizar países distantes e examinar eventos séculos à frente, induzindo-o a descrever um episódio que só Jeová, o Deus de profecias verdadeiras, poderia predizer com tanta exatidão. Que evento? Como afetou o povo de Deus nos dias de Isaías? Que significado tem para nós hoje? Examinemos as palavras do profeta.
O pronunciamento de Jeová contra Babilônia
3. Com que vívidas palavras Isaías 45:1-3a descreve as conquistas de Ciro?
3 “Assim disse Jeová ao seu ungido, a Ciro, cuja direita tomei para sujeitar diante dele nações, a fim de eu descingir até mesmo os quadris de reis; para abrir diante dele as portas duplas, de modo que nem mesmo os portões se fecharão: ‘Eu mesmo irei na tua frente e endireitarei as ondulações do terreno. Destroçarei as portas de cobre e cortarei as trancas de ferro. E vou dar-te os tesouros na escuridão e os tesouros escondidos nos esconderijos.’” — Isaías 45:1-3a.
4. (a) Por que Jeová chamou Ciro de seu “ungido”? (b) Como Jeová garantiria as vitórias de Ciro?
4 Por meio de Isaías, Jeová falou a Ciro como se Ciro já existisse, embora nos dias de Isaías ele ainda nem houvesse nascido. (Romanos 4:17) Visto que Jeová designou Ciro com antecedência para uma tarefa específica, podia-se dizer que Ciro era o “ungido” de Deus. Guiado por Deus, ele subjugaria nações, enfraquecendo reis e tornando-os indefesos. Daí, quando Ciro atacasse Babilônia, Jeová cuidaria de que as portas da cidade ficassem abertas, tornando-as inúteis como portões destroçados. Ele iria à frente de Ciro, removendo todos os obstáculos. No fim, as tropas de Ciro conquistariam a cidade e se apossariam de seus “tesouros escondidos”, sua riqueza guardada em depósitos sombrios. Foi isso o que Isaías predisse. Cumpriram-se as suas palavras?
5, 6. Quando e como se cumpriu a profecia sobre a queda de Babilônia?
5 No ano 539 AEC — uns 200 anos depois de Isaías ter registrado essa profecia — Ciro deveras chegou às muralhas de Babilônia para atacar a cidade. (Jeremias 51:11, 12) Mas os babilônios não se preocupavam. Achavam que a cidade era inconquistável. As suas muralhas altíssimas se projetavam acima de profundos fossos de água do rio Eufrates, do sistema de defesa da cidade. Por mais de cem anos, nenhum inimigo conseguira assaltar e capturar Babilônia! De fato, Belsazar, o governante residente de Babilônia, sentia-se tão seguro que se banqueteava com membros da corte. (Daniel 5:1) Naquela noite — de 5/6 de outubro — Ciro concluiu uma brilhante estratégia militar.
6 Rio acima, não longe de Babilônia, a engenharia militar de Ciro havia cavado a margem do rio Eufrates, desviando as águas de modo que não mais corressem para a cidade, ao sul. O nível das águas do rio, dentro e ao redor de Babilônia, logo baixou tanto que as tropas de Ciro podiam vadeá-lo, rumo ao coração da cidade. (Isaías 44:27; Jeremias 50:38) Surpreendentemente, como Isaías predissera, os portões da cidade ao longo do rio estavam abertos. As forças de Ciro invadiram Babilônia, ocuparam o palácio e mataram o Rei Belsazar. (Daniel 5:30) Numa só noite, a conquista estava terminada. Babilônia havia caído, e a profecia se cumprira nos mínimos detalhes.
7. De que modo o notável cumprimento da profecia de Isaías a respeito de Ciro fortalece os cristãos?
7 O perfeito cumprimento dessa profecia fortalece a fé dos cristãos hoje. Dá-lhes forte razão para crer que as profecias bíblicas ainda não cumpridas também são totalmente confiáveis. (2 Pedro 1:20, 21) Os adoradores de Jeová hoje sabem que o evento prefigurado pela queda de Babilônia em 539 AEC — a queda de “Babilônia, a Grande” — já ocorreu em 1919. Mas eles ainda aguardam a destruição dessa atual organização religiosa bem como a prometida remoção do sistema político controlado por Satanás, o lançamento de Satanás no abismo e a vinda dos novos céus e da nova terra. (Revelação [Apocalipse] 18:2, 21; 19:19-21; 20:1-3, 12, 13; 21:1-4) Eles sabem que as profecias de Jeová não são promessas vazias, mas sim descrições de eventos específicos futuros. Terem em mente o cumprimento de todos os detalhes da profecia de Isaías sobre a queda de Babilônia fortalece a confiança dos cristãos verdadeiros. Eles sabem que Jeová sempre cumpre a sua palavra.
Por que Jeová favoreceria Ciro
8. Qual seria um dos motivos pelos quais Jeová daria a Ciro a vitória sobre Babilônia?
8 Depois de dizer quem conquistaria Babilônia e como isso se daria, Jeová apresenta uma das razões pelas quais seria dada a vitória a Ciro. Falando profeticamente, ele diz a Ciro: “Para que saibas que eu sou Jeová, Aquele que te chama por teu nome, o Deus de Israel.” (Isaías 45:3b) Seria apropriado que o governante da quarta potência mundial da história bíblica reconhecesse que a sua maior vitória resultara do apoio de alguém maior do que ele — Jeová, o Soberano Universal. Ciro teria de reconhecer que quem o convocara, ou comissionara, era Jeová, o Deus de Israel. O registro bíblico mostra que Ciro de fato atribuiu a Jeová a sua grande vitória. — Esdras 1:2, 3.
9. Qual era o segundo motivo pelo qual Jeová usaria Ciro para conquistar Babilônia?
9 Jeová explica o segundo motivo pelo qual ele traria Ciro para conquistar Babilônia: “Por causa do meu servo Jacó e de Israel, meu escolhido, passei mesmo a chamar-te pelo teu nome; passei a dar-te um nome honorífico, embora não me conhecesses.” (Isaías 45:4) A vitória de Ciro sobre Babilônia abalaria o mundo. Marcaria a queda de uma potência mundial e a ascensão de outra, e deixaria sua marca na História para as gerações vindouras. No entanto, as pessoas de nações vizinhas que ansiosamente observassem os eventos provavelmente ficariam espantadas de saber que tudo acontecia pela causa de alguns milhares de “insignificantes” exilados em Babilônia — os judeus, descendentes de Jacó. Mas para Jeová esses sobreviventes da antiga nação de Israel nada tinham de insignificantes. Eram seu “servo”. Dentre todas as nações da Terra, eram o “escolhido” de Deus. Mesmo sem conhecer a Jeová, Ciro seria usado por ele como seu ungido para derrubar a cidade que se negava a libertar os cativos. Deus não queria que seu povo escolhido continuasse a definhar em solo estrangeiro.
10. Qual era o motivo mais importante pelo qual Jeová usaria Ciro para acabar com a Potência Mundial Babilônica?
10 Havia um terceiro e ainda mais importante motivo pelo qual Jeová usaria Ciro para derrubar Babilônia. Diz Jeová: “Eu sou Jeová, e não há outro. Além de mim não há Deus. Cingir-te-ei bem, embora não me conhecesses, para que pessoas desde o nascente do sol e desde o seu poente saibam que não há outro além de mim. Eu sou Jeová, e não há outro.” (Isaías 45:5, 6) Sim, a queda da Potência Mundial Babilônica seria uma demonstração da Divindade de Jeová, uma prova para todos que só Ele merecia ser adorado. Por causa da libertação do povo de Deus, pessoas de muitas nações — do leste ao oeste — viriam a reconhecer que Jeová é o único Deus verdadeiro. — Malaquias 1:11.
11. Como Jeová ilustrou que teria o poder de cumprir seu propósito com relação a Babilônia?
11 Lembre-se de que essa profecia de Isaías foi registrada uns 200 anos antes do evento. Ao ouvirem-na, alguns talvez se tivessem perguntado: ‘Será que Jeová tem mesmo o poder de cumpri-la?’ Como a História atesta, a resposta é sim. Jeová explica por que é razoável crer que ele pode cumprir o que diz: “Formando a luz e criando a escuridão, fazendo paz e criando calamidade, eu, Jeová, faço todas estas coisas.” (Isaías 45:7) Tudo na criação — da luz à escuridão — e tudo na História — da paz à calamidade — está sujeito ao controle de Jeová. Assim como ele forma a luz do dia e cria a escuridão da noite, ele ‘faria’ a paz para Israel e a calamidade para Babilônia. Assim como teve o poder de criar o Universo, Jeová tem também o poder de cumprir suas profecias. Isso reanima os cristãos hoje, que estudam meticulosamente a palavra profética de Deus.
12. (a) Jeová faria com que os figurativos céu e terra produzissem o quê? (b) Que consoladora promessa para os cristãos hoje contêm as palavras de Isaías 45:8?
12 Aptamente, Jeová usa fenômenos corriqueiros na criação para ilustrar coisas que envolveriam os judeus cativos: “Ó céus, fazei-o destilar de cima; e escoe o próprio céu nublado a justiça. Abra-se a terra e seja ela frutífera com salvação, e faça ela a própria justiça brotar ao mesmo tempo. Eu mesmo, Jeová, o criei.” (Isaías 45:8) Assim como o céu literal faz cair a vitalizadora chuva, Jeová faria com que do céu figurativo chovessem influências justas sobre seu povo. E, assim como a Terra ‘abre’ para produzir fartas colheitas, Jeová convocaria a terra figurada para produzir eventos em harmonia com o seu propósito justo — em especial a salvação de seu povo cativo em Babilônia. De modo similar, em 1919 Jeová fez com que o “céu” e a “terra” produzissem eventos a fim de libertar o Seu povo. Saber de tais coisas alegra os cristãos hoje. Por quê? Porque tais eventos fortalecem a sua fé enquanto aguardam o dia em que o céu figurativo, o Reino de Deus, derramará bênçãos sobre uma terra justa. Naquele tempo, a justiça e a salvação originárias do céu e terra figurativos serão em escala muito maior do que quando a antiga Babilônia foi derrubada. Que glorioso cumprimento final das palavras de Isaías isso será! — 2 Pedro 3:13; Revelação 21:1.
Bênçãos de se reconhecer a soberania de Jeová
13. Por que era ridículo que os humanos desafiassem os propósitos de Jeová?
13 Depois dessa descrição de futuras bênçãos jubilosas, o tom da profecia muda abruptamente, e Isaías pronuncia um duplo “ai”: “Ai daquele que contendeu com o seu Formador, como um caco com outros cacos do solo! Devia o barro dizer àquele que o forma: ‘Que estás fazendo?’ E devia dizer tua realização: ‘Ele não tem mãos’? Ai daquele que diz a um pai: ‘De que te tornas pai?’ e à esposa: ‘De que estás em dores de parto?’” (Isaías 45:9, 10) Pelo visto, os filhos de Israel objetavam ao que Jeová predizia. Talvez não acreditassem que Jeová permitiria que Seu povo fosse ao exílio. Ou talvez criticassem a ideia de que Israel seria libertado por um rei de uma nação pagã, em vez de por um rei da casa de Davi. Para retratar o absurdo dessas objeções, Isaías comparou os contestadores a refugadas massas de barro e cacos de cerâmica que ousavam questionar a sabedoria do oleiro. A própria coisa que o oleiro havia formado dizia agora que o oleiro não tinha mãos, ou poder, para formar algo. Quão tolo! Os contestadores eram como criancinhas que questionavam a autoridade dos pais.
14, 15. O que revelam sobre Jeová os termos “Santo” e “Formador”?
14 Isaías dá a resposta de Jeová a tais contestadores: “Assim disse Jeová, o Santo de Israel e o Formador dele: ‘Pergunta-me mesmo sobre as coisas vindouras, referentes aos meus filhos; e acerca da atividade das minhas mãos deveis ordenar-me. Eu é que fiz a terra e criei até mesmo o homem sobre ela. Eu — minhas próprias mãos estenderam os céus, e dei ordens a todo o seu exército. Eu é que despertei alguém em justiça e endireitarei todos os seus caminhos. É ele quem construirá a minha cidade e soltará os meus que estão no exílio, não por um preço nem por suborno’, disse Jeová dos exércitos.” — Isaías 45:11-13.
15 Qualificar a Jeová de “Santo” frisa a sua santidade. Chamá-lo de “Formador” acentua seu direito, como Criador, de decidir o rumo das coisas. Jeová tinha condições de informar os filhos de Israel sobre coisas vindouras e de cuidar da obra de suas mãos, isto é, seu povo. Mais uma vez os princípios de criação e de revelação mostraram estar relacionados. Como Criador do inteiro Universo, Jeová tem o direito de decidir como dirigir os eventos. (1 Crônicas 29:11, 12) No caso em questão, o Governante Soberano tinha decidido suscitar Ciro, um pagão, como libertador de Israel. A vinda de Ciro, embora ainda fosse futura, era tão certa como a existência do céu e da Terra. Que filho de Israel, então, ousaria criticar o Pai, “Jeová dos exércitos”?
16. Por que os servos de Jeová devem sujeitar-se a ele?
16 Esses mesmos versículos de Isaías contêm ainda outro motivo pelo qual os servos de Deus devem sujeitar-se a ele. As decisões de Deus visam sempre os melhores interesses de seus servos. (Jó 36:3) Ele criou leis em benefício de seu povo. (Isaías 48:17) Os judeus nos dias de Ciro que aceitaram a soberania de Jeová viram que isso é verdade. Em harmonia com a justiça de Jeová, Ciro os enviou de volta de Babilônia para reconstruírem o templo. (Esdras 6:3-5) Hoje também, os que na vida diária aplicam as leis de Deus e se submetem à sua soberania são abençoados. — Salmo 1:1-3; 19:7; 119:105; João 8:31, 32.
Bênçãos para outras nações
17. Além de Israel, quem se beneficiaria dos atos de salvação de Jeová, e como?
17 Israel não seria a única nação a se beneficiar da queda de Babilônia. Diz Isaías: “Assim disse Jeová: ‘Os próprios labutadores não remunerados do Egito, e os mercadores da Etiópia, e os sabeus, homens altos, virão a ti e se tornarão teus. Andarão atrás de ti; virão em grilhões e se curvarão diante de ti. Orarão a ti, dizendo: “Deveras, Deus está em união contigo, e não há outro; não há outro Deus.”’” (Isaías 45:14) Nos dias de Moisés, “uma vasta mistura de gente”, composta de não israelitas, acompanhou os israelitas no seu Êxodo do Egito. (Êxodo 12:37, 38) De modo similar, estrangeiros acompanhariam os judeus exilados ao saírem de Babilônia de volta para casa. Esses não judeus não seriam obrigados a ir, mas ‘viriam’ espontaneamente. Ao dizer “se curvarão diante de ti” e “orarão a ti”, Jeová se referia à sujeição e lealdade voluntárias desses estrangeiros para com Israel. Se usassem grilhões, seria em sentido voluntário, significando sua espontaneidade de servir ao povo pactuado de Deus, ao qual diriam: “Deus está em união contigo.” Adorariam a Jeová como prosélitos, sob as provisões de Seu pacto com Israel. — Isaías 56:6.
18. Quem hoje se tem beneficiado de Jeová ter libertado o “Israel de Deus”, e de que maneiras?
18 Desde 1919, quando “o Israel de Deus” foi libertado do cativeiro espiritual, as palavras de Isaías têm tido um cumprimento maior do que nos dias de Ciro. Milhões em toda a Terra mostram boa disposição de servir a Jeová. (Gálatas 6:16; Zacarias 8:23) Como os “labutadores” e os “mercadores” mencionados por Isaías, alegremente oferecem sua energia física e recursos financeiros para apoiar a adoração verdadeira. (Mateus 25:34-40; Marcos 12:30) Dedicam-se a Deus e andam nos seus caminhos, alegremente se tornando escravos seus. (Lucas 9:23) Adoram apenas a Jeová, usufruindo os benefícios de se associarem com o “escravo fiel e discreto” de Jeová, que está numa relação pactuada especial com Deus. (Mateus 24:45-47; 26:28; Hebreus 8:8-13) Embora não participem nesse pacto, esses “labutadores” e “mercadores” beneficiam-se dele e obedecem às leis ligadas a ele, proclamando com denodo: “Não há outro Deus.” Como é emocionante ser testemunha ocular do grande aumento de tais apoiadores voluntários da adoração verdadeira! — Isaías 60:22.
19. O que aconteceria com os que insistissem em adorar ídolos?
19 Depois da revelação de que pessoas das nações também adorariam a Jeová, o profeta exclama: “Verdadeiramente, tu és um Deus que se mantém escondido, o Deus de Israel, Salvador”! (Isaías 45:15) Embora Jeová então se refreasse de mostrar seu poder, no futuro ele não mais se esconderia. Mostraria ser o Deus de Israel, o Salvador de seu povo. Mas Jeová não seria o Salvador dos que confiassem em ídolos. Sobre esses, diz Isaías: “Certamente ficarão envergonhados e até mesmo humilhados, todos eles. Os fabricantes de figuras de ídolos terão de andar juntos em humilhação.” (Isaías 45:16) A sua humilhação seria mais do que uma sensação temporária de desonra e vergonha. Significaria a morte — o contrário do que Jeová prometia a seguir a Israel.
20. Em que sentido Israel teria “uma salvação por tempos indefinidos”?
20 “Quanto a Israel, há de ser salvo em união com Jeová com uma salvação por tempos indefinidos. Vós não vos envergonhareis, nem sereis humilhados, pelos tempos indefinidos da eternidade.” (Isaías 45:17) Jeová prometeu salvação eterna para Israel, mas isso era condicional. Israel teria de permanecer “em união com Jeová”. Ao romper essa união, por rejeitar Jesus como Messias, Israel como nação perderia a perspectiva de “salvação por tempos indefinidos”. Mas alguns em Israel exerceriam fé em Jesus e formariam o núcleo do Israel de Deus, que substituiria o Israel carnal. (Mateus 21:43; Gálatas 3:28, 29; 1 Pedro 2:9) O Israel espiritual jamais seria humilhado. Seria introduzido num “pacto eterno”. — Hebreus 13:20.
Jeová é confiável como Criador e Revelador
21. Como Jeová se tinha mostrado totalmente confiável como Criador e Revelador?
21 Podiam os judeus confiar na promessa de Jeová de salvação eterna para Israel? Isaías responde: “Assim disse Jeová, o Criador dos céus, Ele, o verdadeiro Deus, o Formador da terra e Aquele que a fez, Aquele que a estabeleceu firmemente, que não a criou simplesmente para nada, que a formou mesmo para ser habitada: ‘Eu sou Jeová, e não há outro. Não falei num esconderijo, num lugar escuro da terra; nem disse eu à descendência de Jacó: “Procurai-me simplesmente para nada.” Eu sou Jeová, falando o que é justo, contando o que é reto.’” (Isaías 45:18, 19) Pela quarta e última vez nesse capítulo, Isaías abriu um trecho profético de peso com a frase: “Assim disse Jeová.” (Isaías 45:1, 11, 14) O que disse Jeová? Que ele é confiável, tanto como Criador como qual Revelador de seus propósitos. Ele não criou a Terra “simplesmente para nada”. Da mesma forma, ele não pedia que seu povo, Israel, o buscasse “simplesmente para nada”. Tão certo como se cumpriria o propósito de Deus para com a Terra, cumprir-se-ia Seu propósito para com seu povo escolhido. Em contraste com as declarações obscuras dos que serviam a deuses falsos, as palavras de Jeová eram faladas publicamente. As suas palavras eram justas, e se confirmariam. Os que o serviam não o serviam em vão.
22. (a) De que podiam os judeus exilados em Babilônia ter certeza? (b) Que certeza têm os cristãos hoje?
22 Para os do povo de Deus exilados em Babilônia, essas palavras garantiam que a Terra Prometida não permaneceria desolada. Ela seria reabitada. E as promessas de Jeová para eles se cumpriram. Por extensão, as palavras de Isaías garantem ao atual povo de Deus que a Terra não se tornará uma ruína desolada — carbonizada por fogo, como alguns creem, ou destruída por bombas nucleares, como outros temem. O propósito de Deus é que a Terra exista para sempre, coberta de beleza paradísica e povoada por habitantes justos. (Salmo 37:11, 29; 115:16; Mateus 6:9, 10; Revelação 21:3, 4) Sim, como no caso de Israel, as palavras de Jeová mostrarão ser confiáveis.
Jeová mostraria misericórdia
23. O que aconteceria com os que adoravam ídolos, e qual seria o desfecho para os que adoravam a Jeová?
23 A salvação de Israel é enfatizada nas palavras seguintes de Jeová: “Reuni-vos e chegai. Aproximai-vos juntos, vós fugitivos das nações. Os que carregam a madeira da sua imagem esculpida não vieram a ter conhecimento, nem tampouco os que oram a um deus que não pode salvar. Fazei a vossa comunicação e a vossa apresentação. Sim, consultem-se eles em união. Quem fez que se ouvisse isso desde outrora? Quem o comunicou desde aquele tempo? Não fui eu, Jeová, além de quem não há outro Deus; Deus justo e Salvador, não havendo outro além de mim?” (Isaías 45:20, 21) Jeová conclamava os “fugitivos” a comparar a salvação deles com o que aconteceria com os que adoravam ídolos. (Deuteronômio 30:3; Jeremias 29:14; 50:28) Visto que os idólatras oravam e serviam a deuses impotentes que não os podiam salvar, eles “não vieram a ter conhecimento”. A adoração deles era em vão — para nada servia. Os que adoravam a Jeová, porém, veriam que ele tinha o poder de fazer com que acontecessem os eventos por ele preditos “desde outrora”, incluindo a salvação de seu povo exilado em Babilônia. Esse poder e capacidade de previsão de Jeová o destacava de todos os outros deuses. Realmente, ele era “Deus justo e Salvador”.
“Devemos a salvação ao nosso Deus”
24, 25. (a) Que convite fez Jeová, e por que sua promessa se cumpriria com certeza? (b) O que Jeová legitimamente exigia?
24 A misericórdia de Jeová o induz a convidar: “Virai-vos para mim e sede salvos, todos vós nos confins da terra; pois eu sou Deus, e não há outro. Jurei por mim mesmo — da minha própria boca saiu a palavra em justiça, de modo que não retornará — que diante de mim se dobrará todo joelho, jurará toda língua, dizendo: ‘Seguramente há plena justiça e força em Jeová. Todos os que se acaloram contra ele virão diretamente a ele e ficarão envergonhados. Toda a descendência de Israel mostrar-se-á direita em Jeová e jactar-se-á.’” — Isaías 45:22-25.
25 Jeová prometeu a Israel que salvaria os em Babilônia que se voltassem para ele. Seria impossível que essa profecia fracassasse, pois Jeová tinha tanto o desejo como a capacidade de resgatar seu povo. (Isaías 55:11) As palavras de Deus eram confiáveis em si mesmas, mas eram reforçadas quando Jeová acrescentava seu juramento para confirmá-las. (Hebreus 6:13) Ele legitimamente exigia submissão (“se dobrará todo joelho”) e comprometimento (“jurará toda língua”) da parte dos que desejassem seu favor. Os israelitas que perseverassem na adoração de Jeová seriam salvos. Poderiam jactar-se do que Jeová fizera por eles. — 2 Coríntios 10:17.
26. Como uma “grande multidão” de todas as nações está reagindo ao convite de Jeová de voltar-se para ele?
26 Mas o convite de Deus para que se voltasse para ele não se limitava aos exilados na antiga Babilônia. (Atos 14:14, 15; 15:19; 1 Timóteo 2:3, 4) Esse convite ainda é feito, e “uma grande multidão” “de todas as nações” o aceita e proclama: “Devemos a salvação ao nosso Deus . . . e ao Cordeiro [Jesus].” (Revelação 7:9, 10; 15:4) Todo ano, centenas de milhares de novos são acrescentados à grande multidão por se voltarem para Deus, reconhecendo plenamente a Sua soberania e declarando publicamente sua lealdade a ele. Além disso, apoiam lealmente o Israel espiritual, o “descendente de Abraão”. (Gálatas 3:29) Expressam seu amor pelo governo justo de Jeová proclamando mundialmente: “Seguramente há plena justiça e força em Jeová.”a Em sua carta aos romanos, o apóstolo Paulo citou a tradução da Septuaginta de Isaías 45:23 para mostrar que, por fim, toda pessoa viva reconhecerá a soberania de Deus e louvará seu nome continuamente. — Romanos 14:11; Filipenses 2:9-11; Revelação 21:22-27.
27. Por que os cristãos atuais podem confiar plenamente nas promessas de Jeová?
27 Por que os da grande multidão podem confiar que voltar-se para Deus significa salvação? Porque as promessas de Jeová são confiáveis, como as palavras proféticas no capítulo 45 de Isaías tão claramente mostram. Assim como Jeová teve o poder e a sabedoria de criar os céus e a Terra, ele tem o poder e a sabedoria de fazer com que suas profecias se cumpram. E assim como ele cuidou de que a profecia a respeito de Ciro se cumprisse, ele fará com que se cumpra qualquer outra profecia bíblica que ainda aguarda cumprimento. Portanto, os adoradores de Jeová podem estar certos de que em breve Jeová mostrará novamente ser “Deus justo e Salvador”.
[Nota(s) de rodapé]
a A Tradução do Novo Mundo usa a expressão “plena justiça” porque no texto em hebraico a palavra “justiça” está no plural, no caso usado para expressar o alto grau da justiça de Jeová.
[Fotos nas páginas 80, 81]
Jeová, que forma a luz e cria a escuridão, pode tanto criar a paz como produzir a calamidade
[Foto na página 83]
Jeová faria o “céu” derramar bênçãos e a “terra” produzir salvação
[Foto na página 84]
Deveriam os refugados cacos de cerâmica questionar a sabedoria do fabricante?
[Foto na página 89]
Jeová não criou a Terra para nada