Cultivar e demonstrar o domínio próprio
“Os frutos do espírito são . . . autodomínio.” — Gál. 5:22, 23.
1. Ao que se pode assemelhar o domínio próprio? Por quê?
UMA pérola genuína é algo de valor. É rara e é grandemente desejada. Mas, não é conseguida sem esforço. No Golfo Pérsico, onde se diz que são obtidas as mais genuínas pérolas de água salgada, o pescador de pérolas talvez tenha de dar de vinte e cinco a trinta mergulhos aos leitos de ostras por dia, subindo à tona com talvez doze conchas de ostras de cada vez. Todo show, que é um barco costeiro árabe, tem uma tripulação de quarenta a cinqüenta homens, a metade dos quais são mergulhadores. Todavia, diz-se-nos: “Obtêm-se pouquíssimas pérolas excelentes e genuínas. Por exemplo, em 1947, a tripulação de um barco ao abrir 35.000 ostras de pérolas que foram apanhadas numa semana, obteve apenas 21 pérolas. Deste total, apenas três eram verdadeiras gemas, apropriadas para uso comercial.” (The Encyclopedia Americana, edição de 1956, Volume 21, página 455) A pérola genuína, rara e preciosa, pode-se assemelhar a qualidade do domínio próprio. Nestes “últimos dias”, como é incomum! Quão inúmeros são os que não têm “autodomínio”! — 2 Tim. 3:1-3.
2. Definam o domínio próprio.
2 Nas Escrituras Gregas Cristãs a palavra grega para domínio próprio é egkráteia, que significa ‘mandar em si, controle próprio; temperança, moderação nos prazeres; o controle sobre, e o governo das paixões’. (A New Greek and English Lexicon, de James Donnegan, 1836, página 423) Segundo o Webster’s Third New International Dictionary (Terceiro Novo Dicionário Internacional de Webster), o domínio próprio é “controle de si: restrição exercida sobre os próprios impulsos, emoções, ou desejos”. Ou, talvez se possa dizer que o domínio próprio significa estabilidade e equilíbrio das forças mentais e físicas, mantendo-as contidas ou restritas. É possível que os cristãos manifestem esta qualidade desejável, o domínio próprio, pois têm o espírito santo de Deus, e “os frutos do espírito são . . . autodomínio [egkráteia]”. (Gál. 5:22, 23) Mas, assim como os que procuram genuínas pérolas têm de trabalhar laboriosamente para obtê-las, assim também os cristãos, cheios do espírito, têm de se esforçar arduamente em cultivar e demonstrar esta qualidade comparável a uma pérola, o domínio próprio.
3. Quão importante é o domínio próprio na vida cristã?
3 Tem-se chamado a vida de Cristo de ‘espelho da temperança’, ou do domínio próprio. Que o domínio próprio tem uma parte que não é nada insignificante nas vidas dos seus seguidores se torna evidente do fato de que o apóstolo Paulo, quando levado perante o Governador Félix, há dezenove séculos atrás, falou com ele “sobre a justiça e o autodomínio [egkráteia], e o julgamento por vir”. Sim, o domínio próprio era tão importante que Paulo fez questão especial de considerá-lo quando se apresentou ao governador romano Félix. — Atos 24:24-27.
4, 5. (a) O domínio próprio habilitará o cristão a enfrentar o que, à medida que se aproxima o fim deste sistema de coisas? (b) Que evidência moderna existe da demonstração do domínio próprio por parte das testemunhas de Jeová, quando perseguidas?
4 O domínio era uma significativa qualidade cristã há dezenove séculos atrás e é vital hoje em dia. À medida que o fim deste sistema de coisas se aproxima cada vez mais, haverá tempos de tensão, de esmagadora ansiedade, até mesmo de pesar para muitos. Tendo o espírito de Deus, conforme expresso no domínio próprio, o cristão poderá manter-se equilibrado, ao passo que os outros sucumbem sob a tensão. Tendo domínio próprio, os cristãos podem suportar e realmente suportarão as pressões diárias da vida e enfrentarão as severas tempestades da perseguição. Já têm demonstrado que podem fazer isso. Naturalmente, para enfrentarmos grande oposição e violenta perseguição, diversas qualidades cristãs têm de desempenhar sua parte. Mas, inquestionavelmente, o domínio próprio é muitíssimo necessário. Nos tempos antigos, os cristãos o demonstraram de muitas formas, até mesmo em face da morte — quando outros prontamente teriam abandonado seus princípios. Estes fatos da Historia não exigem prova aqui. (Veja-se Despertai! de 8 de outubro de 1962, páginas 20 e 21, e A Sentinela de 15 de julho de 1958, páginas 421 a 423.) Seja notado, contudo, que os cristãos com domínio próprio não abandonaram sua fé sob extrema pressão nos dias atuais.
5 Em seu livro intitulado “O Estado Nazista” (em inglês), o Professor Ebenstein, da Universidade de Princeton, escreveu a respeito das testemunhas de Jeová: “Quando as testemunhas não abandonaram a luta a favor de suas convicções religiosas, uma campanha de terror foi lançada contra elas que ultrapassou tudo perpetrado contra quaisquer outras vítimas do nazismo na Elemanha . . . Os sofrimentos das Testemunhas de Jeová nos campos foi até mesmo pior do que o confrontado pelos judeus, pacifistas ou comunistas. Embora pequena a seita, cada membro parece ser uma fortaleza que pode ser destruída, mas nunca tomada.” Também a respeito da perseguição contra as testemunhas de Jeová, Richard Mathison declara em seu livro God Is a Millionaire (Deus É Milionário): “Toda esta perseguição foi bem aproveitada. . . . E, talvez, os teimosamente conservadores tenham uma lição a aprender da intransigente coragem desta minoria perseguida. Durante a Guerra da Coréia, os produtos do protestantismo confortável, de nossas academias militares e de nossas melhores faculdades, sucumbiram às vintenas sob a tensão e as lisonjas da lavagem cerebral comunista. Um estudo do Pentágono sobre o problema levou à seguinte conclusão embaraçosa: As poucas Testemunhas de Jeová que acabaram sendo prisioneiras de guerra . . . resistiram sem exceção aos esforços científicos e psicológicos de convertê-las ao comunismo — melhor do que muitos dos patriotas formados em West Point.” Obviamente, o domínio próprio é uma das qualidades necessárias aos cristãos para que suportem intensa perseguição. Por certo, é também necessária aos servos de Jeová de outras formas, nos vários aspectos da vida. Mas, como se pode adquirir esta valiosa pérola?
COMO OBTER ESTE FRUTO DO ESPÍRITO
6, 7. (a) Se desejar cultivar e demonstrar domínio próprio, qual é um requisito primário? (b) Que qualidades devem primar nas orações cristãs pedindo o domínio próprio?
6 “Se vós, embora iníquos, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos”, arrazoou certa vez Jesus Cristo, “quanto mais o Pai, no céu, dará espírito santo aos que lhe pedirem!” (Luc. 11:13) Que tremenda garantia! Deveras, os cristãos que orarem fervorosamente a Jeová, pedindo o Seu espírito, conforme expresso no domínio próprio, não serão desapontados, pois “não importa o que peçamos segundo a sua vontade, ele nos ouve”. (1 João 5:14, 15) Assim, como cristão que deseja cultivar e demonstrar o domínio próprio, ore a Jeová, mediante Cristo, pedindo o espírito de Deus, de modo a expressar esta valiosa qualidade. (João 14:6, 14) E, visto que será necessário contínuo esforço para manter o domínio próprio, dê ouvidos à admoestação de ‘orar incessantemente’, de ‘persistir em oração’ e de ‘ser vigilante, visando as orações’. (1 Tes. 5:17; Rom. 12:12; 1 Ped. 4:7) Tudo isto é conselho muito bom!
7 Nas orações cristãs pedindo o espírito de Jeová e o domínio próprio, tem de haver sinceridade e humildade. Se houver algo na pessoa, em seu coração, que afete sua serenidade, deveria orar a Jeová como fez o Davi da antiguidade, que suplicou: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração. Examina-me e conhece os meus pensamentos inquietantes, e vê se há em mim algum caminho doloroso, e guia-me no caminho do tempo indefinido.” (Sal. 139:23, 24) Tal oração humilde, fervorosa, pedindo a ajuda de Jeová, certamente trará resultados.
8, 9. (a) Além da oração, o que é necessário para se obter e manter o equilíbrio? (b) Que parte desempenham neste respeito as reuniões cristãs?
8 Além de orar, contudo, o cristão que preza a pérola do domínio próprio, deveria esforçar-se de obter e manter o equilíbrio por meio da leitura e estudo diários da Bíblia. A Josué se admoestou: “Este livro da lei não deve ser afastado da tua boca e tens de lê-lo em tom baixo dia e noite, a fim de que cuides de fazer conforme tudo o que está escrito nele; pois então tornarás bem sucedido o teu caminho e então agirás sabiamente.” (Jos. 1:8) O domínio próprio, o equilíbrio, como também a sabedoria, resultarão desta freqüente consideração da lei de Deus, uma vez que aplique a instrução bíblica. E os que constantemente põem a Jeová diante de si não vacilarão. — Sal. 16:8.
9 Mas, o entendimento das doutrinas, das leis e dos princípios bíblicos não vêm automaticamente à pessoa. Deus não trata com pessoas, à parte de sua organização terrestre. (Mat. 24:45-47) Depois do derramamento do espírito santo no dia de Pentecostes de 33 E. C., os seguidores de Cristo se reuniam em lares, não apenas para comerem juntos, e para usufruir a agradável associação, mas para louvar a Jeová. Mantinham reuniões congregacionais em que os concrentes podiam ajudar e encorajar uns aos outros de forma espiritual. (Heb. 10:24, 25; Mat. 18:20; Atos 2:46, 47) O mesmo se dá hoje em dia. Freqüentar as reuniões cristãs habilita a pessoa a receber instrução espiritual que é vital no cultivo dos frutos do espírito de Deus, inclusive o domínio próprio. Também, em tais reuniões a pessoa observa tais qualidades em ação.
10. Como é que a atividade regular no ministério cristão contribui para o equilíbrio?
10 A atividade regular no ministério cristão é também de vital importância. Contribui para o equilíbrio. Quando o leitor, qual ministro, enfrenta e considera com tato as perguntas e objeções, cultiva madureza e maior domínio próprio. A experiência obtida no ministério o ajudará a manter a serenidade, o controle de si. Com tal experiência e com a ajuda de Jeová, até mesmo sob provocações, poderá deixar que ‘sua pronunciação seja sempre com graça, temperada com sal, para que saiba como responder a cada um’. — Col. 4:6.
11. Como é que o conceito espiritual das coisas ajuda a pessoa?
11 O estudo da Palavra de Deus e a busca dos interesses do Reino também habilitarão a pessoa a cultivar a mentalidade espiritual. Os problemas da vida podem ser solvidos ou pelo menos amainados por nos voltarmos para as Escrituras e as aplicarmos. O homem que tem conceito espiritual é equilibrado; tem domínio próprio e é uma pessoa feliz. Assim, encha sua mente com as idéias de Deus regularmente. Assegure-se de arrazoar com base nos princípios bíblicos e de aplicá-los quando surgirem problemas. Destarte, poderá obter e manter a preciosa pérola do domínio próprio. — 1 Cor. 2:6-16.
12, 13. Ao considerarmos o domínio próprio, o que podemos dizer quanto aos hábitos?
12 Cultivar a moderação em todas as coisas e cultivar bons hábitos também contribuem para o domínio próprio. O superintendente cristão deve ser “moderado nos hábitos”. Mas, não é a única pessoa na congregação que deveria ser assim. Paulo disse: “As mulheres, igualmente, devem ser . . . moderadas nos hábitos.” (1 Tim. 3:2, 11) E, a Tito, escreveu o apóstolo: “[Que] os homens idosos sejam moderados nos hábitos.” (Tito 2:2) Assim, a moderação e os bons hábitos são exigências cristãs! Esforce-se de ser “moderado nos hábitos” e certifique-se de que todos eles sejam bons. Isto aprimorará seu domínio próprio.
13 Mas, cuidado! Outros podem influir em seu equilíbrio. Talvez tenha agora úteis hábitos cristãos, mas cuide de suas companhias. “Más associações estragam hábitos úteis.” (1 Cor. 15:33) Más companhias podem desviá-lo da associação cristã e fazem com que se torne alguém que ama o mundo. Nunca permita que isto aconteça, pois “o mundo está passando, e assim também o seu desejo”. Faça tudo para demonstrar o domínio
próprio ao escolher seus amigos. — 1 João 2:15-17.
14. Para cultivar maior domínio próprio, como deveria tratar seus associados? Por quê?
14 Tendo escolhido suas companhias, como as tratará? Se há de cultivar maior domínio próprio, então, ao lidar com Eles, tem de mostrar empatia, colocando-se às vezes no lugar deles. (Mat. 7:12) Dê aos outros o benefício da dúvida. Quão melhor é fazer isto do que presumir que a distração de alguém, o deixar de lhe falar numa certa ocasião, por exemplo, foi uma descortesia deliberada. Considere as coisas de modo equilibrado. Demonstre o domínio próprio e mostre ter visão. Isso lhe fará bem. Lembre-se do seguinte: “Quem mostra ter visão num assunto encontrará o bem, e feliz. é aquele que confia em Jeová.” — Pro. 6:20.
15. Que atitude deve ser adotada quanto à disciplina?
15 A fim de cultivar mais o domínio próprio como cristão, aceite humildemente a disciplina. Talvez lhe ocorra ao ler a Bíblia e as publicações cristãs, notando admoestações que deveriam ser aplicadas em sua vida. Ou, talvez venha de algum superintendente cristão, que também recebe disciplina segundo as suas próprias necessidades. Por que rejeitar qualquer disciplina bíblica ou cristã? Afinal de contas, toda ela provém de Deus, “pois Jeová disciplina. aquele a quem ama”. (Heb. 12:6) Mas, tendo considerado meios de obter a pérola do domínio próprio, avaliemos seu valor quando em ação.
CONTROLE SUA DISPOSIÇÃO, LÍNGUA E PENSAMENTOS
16. (a) Ao que pode ser comparado o homem que não tem controle de sua disposição? (b) É digno de nota o temperamento de quem?
16 Nos tempos antigos, a cidade não murada, ou aquela cujos muros fossem rompidos por uma horda inimiga, estava realmente em maus lençóis. Todavia, um homem que não controla sua disposição é quase a mesma coisa. Diz Provérbio 25:28: “Como uma cidade desguarnecida, sem muro, assim é o homem que não restringe o seu espírito.” Tal homem não tem o verdadeiro equilíbrio. Falta-lhe visão, também, pois Provérbios 19:11 declara: “A visão dum homem certamente amaina a sua ira.” Tal homem deveria pensar em Cristo. Jesus disse a respeito de si mesmo: “Sou de temperamento brando e humilde de coração.” Declarou felizes os de temperamento brando. (Mat. 11:29; 5:5) Assim, se sentir o impulso de explodir de modo irado, medite nas suas palavras e siga o seu exemplo. — Heb. 12:1-3.
17. Podem as criaturas humanas imperfeitas controlar seu espírito? Provem sua resposta.
17 Não obstante, talvez ache que foi relativamente fácil para Jesus, um homem perfeito, controlar seu espírito, ao passo que, quanto aos humanos imperfeitos, a historia é outra. Mas, será que é mesmo? Abraão e Ló eram apenas humanos imperfeitos, embora fossem homens justos. (Gên. 15:6; 2 Ped. 2:7) Quando seus pastores ficaram enredados em irada disputa, o que fizeram Abraão e Ló? “Abraão disse a Ló: ‘Rogo-te que não haja discórdia entre mim e ti, nem entre nossos pastores, pois somos irmãos.”‘ Separaram-se, mas continuaram em bons termos, como “irmãos”. (Gên. 13:5-12, CBC) Bem, não são os cristãos irmãos espirituais? Sim, naturalmente. Então, também deveriam resolver dificuldades, não no espírito de ira, mas com domínio próprio. Quão anticristão seria agir de outra forma!
18. Com respeito ao espírito, o proceder de quem devem os cristãos imitar, e o de quem devem evitar?
18 Talvez se lembre dos dois irmãos carnais, filhos de Jacó, que perderam maior bênção por serem homens violentos, dados à ira. No tocante a eles, disse Jacó em sua bênção de leito de morte a seus filhos: “Simeão e Levi são irmãos; suas espadas são instrumentos de violência. Que minha alma não entre no seu conselho, . . . Maldita seja sua cólera, porque foi violenta, maldito o seu furor, porque foi cruel. Eu os dispersarei em Jacó, eu os espalharei em Israel.” (Gên. 49:5-7, CBC) Estes violentos filhos de Jacó agiram cruelmente e com ira. Não tinham domínio próprio, ao passo que Abraão e Ló o possuíam. Por certo os cristãos desejam evitar o proceder de Simeão e Levi, e devem imitar o de Abraão e Ló.
19. Qual é o efeito da disposição descontrolada? Assim, que conselho bíblico deve ser escutado?
19 Uma disposição descontrolada causa danos às relações com outros e mostra que a pessoa não é sábia. “O insensato derrama todo o seu espírito”, diz Provérbios 29:11, “mas quem é sábio mantém-se calmo até o fim”. Aptamente, o Congregante da antiguidade declarou: “Melhor é o paciente do que o de espírito arrogante. Não te apresses no teu espírito a ficar ofendido, pois sentir-se ofendido é o que repousa no seio dos insensatos.” (Ecl. 7:8, 9) Quem é egotista não demonstra sabedoria. E “quem é pronto a irar-se cometerá tolice”. (Pro. 14:17) Portanto, não se ofenda facilmente. Coloque-se acima das insignificâncias. “Não digas: ‘Eu vou retribuir o mal!’ Espera em Jeová, e ele te salvará.” (Pro. 20:22) Procure meios de aplacar a ira dos outros, lembrando-se de que “uma resposta branda aplaca o furor, uma palavra dura excita a cólera”. (Pro. 15:1, CBC) Até mesmo se os outros lhe causarem ofensas, aja prontamente para corrigir os assuntos. Dê ouvidos às palavras de Paulo: “Ficai furiosos, mas não pequeis; não se ponha o sol enquanto estais encolerizados.” — Efé. 4:26; Mat. 5:23, 24.
20. O que disse João a respeito daquele que odeia seu irmão? Por isso, como devem agir os cristãos?
20 Os cristãos não se podem dar ao luxo de perder o domínio próprio e ter um acesso de ira, mostrando ódio em vez de amor, nem deveriam nutrir tal inimizade. (Pro. 26:24-26) Se o fizessem, estariam nas trevas. O apóstolo João escreveu: “Quem ama seu irmão permanece na luz, e não há causa para tropeço no seu caso. Mas, quem odeia seu irmão está na escuridão e está andando na escuridão, e ele não sabe para onde vai, porque a escuridão lhe cegou os olhos.” (1 João 2:9-11) Não importa onde esteja nem a natureza das circunstâncias prevalecentes, mantenha o domínio próprio. No lar, por exemplo, não seja um marido duro, uma esposa amolante nem uma criança zangona e geniosa. (Col. 3:18-20) As disposições descontroladas levam à ira e ao arrependimento. Mas, os que são bondosos, e não duros, considerados e não críticos, e de temperamento brando antes que geniosos, terão a aprovação celeste nestes respeitos.
21, 22. O controle da língua exige que se dê ouvidos a que conselho bíblico?
21 Naturalmente, a fim de controlar sua disposição, tem de controlar a língua. Tiago escreveu: “Da mesma boca procedem bênção e maldição. Não é correto, meus irmãos, que estas coisas se dêem assim. Será que uma fonte faz brotar pela mesma abertura o que é doce e o que é amargo? Meus irmãos, será que a figueira pode produzir azeitonas ou a videira figos? Tampouco pode água salgada produzir água doce.” (Tia. 3:10-12) Sim, Tiago comentava sobre a língua, e o ponto poderoso que frisava é bem claro. Os cristãos têm certamente de restringir a língua.
22 A linguagem obscena, a tagarelice e a calúnia não têm lugar na vida cristã. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra pervertida”, disse Paulo aos efésios, “mas a que for boa para a edificação, conforme a necessidade, para que confira aos ouvintes aquilo que é favorável . . . Sejam tirados dentre vós toda a amargura maldosa, e ira, e furor, e brado, e linguagem ultrajante, junto com toda a maldade”. (Efé. 4:29-31) Evite a linguagem impura. E cuide do que fala a respeito dos outros. (Sal. 15:1-3) Não espalhe nem dê ouvidos à tagarelice. Quando as histórias são repetidas, amiúde são aumentadas. A tagarelice pode assim se tornar calúnia, a respeito do que se disse aos israelitas: “Não deves andar no meio do teu povo a fim de caluniar” (Lev. 19:16) Dê ouvidos a tais palavras. Desta e de outras formas, controle sua língua.
23. Como podem os cristãos controlar seus pensamentos, e que tipo de pensamento deve ser evitado?
23 Mas, se há de evitar a tagarelice, a calúnia e a linguagem obscena, tem de controlar seus pensamentos. Assim, se o que é incorreto ou impuro lhe vier à mente, exerça a restrição. Lembre-se das coisas que são justas, castas, amáveis, de boa fama, virtuosas e dignas de louvor e medite nelas. (Fil. 4:8, 9) Ore a Jeová, pedindo maior domínio próprio. Isto significa evitar o modo de pensar materialista e as preocupações, também. Afinal de contas, Jesus disse que “mesmo quando alguém tem abundância, sua vida não vem das coisas que possui”. (Luc. 12:15) Assim, por que ficar ansioso? Jeová sabe quais são suas necessidades quanto à comida, bebida e roupa. Cristo declarou sabiamente: “Persisti, pois, em buscar primeiro o reino e a Sua justiça, e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas.” (Mat. 6:25-34) Que bom conselho! Siga-o, exercendo o domínio próprio, e será deveras feliz!
DEMONSTRE O CONTROLE PRÓPRIO EM COMER, BEBER E EM DIVERTIR-SE
24. (a) Embora a pessoa não coma ao ponto de glutonaria, que efeito pode isto ter? (b) O que poderá resultar da falta de domínio próprio em beber bebidas alcoólicas?
24 Ao passo que não devemos ficar indevidamente preocupados no tocante a adquirir comida ou bebida, uma vez as tenhamos, precisamos demonstrar domínio próprio. Provérbios 23:20, 21 avisa: “Não te ajuntes aos grandes bebedores de vinho, aos que são glutões comedores de carne. Pois o beberrão e o glutão chegarão à pobreza, e a letargia vestirá a pessoa apenas com trapos.” Naturalmente, a pessoa talvez não coma até chegar ao ponto de crassa glutonaria. Mas, comer demais pode significar um ministério letárgico e infrutífero e a letargia nas reuniões cristãs. Por conseguinte, exerça o domínio próprio ao comer. E, de todos os modos, evite a bebedice. Ela degrada a pessoa. Ademais, se o cristão ficasse embriagado, isto talvez fizesse outras pessoas tropeçar e talvez trouxesse vitupério à organização de Jeová. A bebedice pode facilmente arruinar completamente a vida duma pessoa, pois o beberrão costumeiro e impenitente tem de ser desassociado da congregação cristã. Certamente paga algo por sua falta de domínio próprio! — 1 Cor. 6:9, 10.
25. Ao buscar a diversão e ao divertir-se, o que deve ter presente o cristão?
25 Até mesmo quando se distrai, o cristão não pode perder o domínio próprio se há de agradar a Deus. Quando se distrai, tem de ser moderado. Os esportes, por exemplo, devem ser mantidos em seu devido lugar. “O treinamento corporal é proveitoso para pouca coisa”, escreveu Paulo; “mas a devoção piedosa é proveitosa para todas as coisas, visto que tem a promessa da vida agora e daquela que há de vir”. (1 Tim. 4:8) Ao procurar divertir-se, o verdadeiro cristão não cederá às imperfeitas inclinações da carne decaída, mas escolherá tipos de distração ou divertimento que tenham efeito edificante sobre si mesmo. Não obstante, também usará de bom juízo em não ficar acordado até altas horas, o que poderia prejudicar-lhe a saúde e reduzir sua eficiência no ministério. Assim, irá dormir cedo no sábado à noite, por exemplo, de modo que se sinta bem disposto e alerta para a atividade ministerial na manhã de domingo. Por que dissipar tolamente as energias na busca de diversão, apenas para ver frustrado este mesmo propósito, por meio de falta de domínio próprio? Aja com sabedoria. Seja moderado, exercendo o domínio próprio neste aspecto da vida também.
26. Por que o domínio próprio é digno de todo esforço que se faça para obtê-lo e manifestá-lo?
26 Torna-se evidente, pois, que, semelhante à linda pérola natural, o domínio próprio não é obtido nem cultivado sem fervoroso esforço. Mas, vale a pena todo o trabalho desenvolvido para obtê-lo e manifestá-lo. Simplesmente considere seu valor e sua importância. Por cultivar e demonstrar o domínio próprio nestes últimos dias, agradará a Jeová. E, por permanecer fiel a Ele, será um feliz recebedor de suas bênçãos agora e em sua prometida nova ordem. (2 Ped. 3:11-13) Com efeito, hoje em dia, com tanta coisa a ser feita para se louvar a Jeová e pregar as boas novas do Reino, o domínio próprio é vital ao seu progresso cristão.