Derivando conforto das Escrituras
“Tenho-me lembrado de tuas decisões judiciais desde o tempo indefinido, ó Jeová, e obtenho conforto para mim mesmo.” — Sal. 119:52.
1, 2. (a) Que efeitos pode ter a música? (b) Como é que a música se acha biblicamente relacionada com Jeová Deus?
NO ORIENTE Médio, na antiguidade, o solitário pastor que velava seus rebanhos nos campos abertos amiúde levava algum instrumento musical, talvez uma flauta. Com ela, rompia o silêncio da noite e se divertia. Embora solitário, podia derivar conforto da música. Ela consegue estimular emoções, ou produzir um efeito calmante, resultando numa sensação de paz e de contentamento.
2 Apropriadamente, então, disse o salmista sobre as justas regras de Jeová Deus: “Teus regulamentos se tornaram para mim melodias na casa de minhas residências estrangeiras. À noite tenho-me lembrado do teu nome, ó Jeová, para que possa guardar a tua lei.” (Sal. 119:54, 55) Às vezes, lindos acordes fluíam da harpa nas mãos do perito instrumentista, talvez durante cânticos de louvor a Deus. “Bradai alegremente, ó justos, por causa de Jeová”, exclamou o salmista, acrescentando: “Da parte dos retos o louvor é apropriado. Dai graças a Jeová na harpa; no instrumento de dez cordas entoai melodia a ele. Cantai-lhe um novo cântico; empenhai-vos ao máximo em tanger as cordas junto com o brado jubiloso. Pois a palavra de Jeová é reta, e toda a sua obra é em fidelidade.” (Sal. 33:1-4) Davi não se esqueceu das músicas e das letras de tais composições musicais, pois disse: “Eu me lembrarei de minha música de cordas à noite; com meu coração mostrarei interesse, e meu espírito pesquisará cuidadosamente.” — Sal. 77:6.
3. Que efeitos tem a Bíblia sobre aqueles que se voltam para ela em busca de ajuda espiritual?
3 Assim como a música pode acalmar uma pessoa e produzir a sensação de contentamento, assim também a Palavra de Jeová Deus, a Bíblia, produz efeito prestimoso e confortador sobre aqueles que se voltam para ela em busca de ajuda espiritual. Não é incomum que os humanos imperfeitos, confrontados com provas, sintam depressão, pesar ou temor. Todavia, as palavras escritas há séculos atrás sob inspiração divina foram escritas para a instrução dos cristãos, de maneira que, por perseverarmos e “por intermédio do consolo das Escrituras tivéssemos esperança”. — Rom. 15:4.
LIDANDO COM A DEPRESSÃO
4. Será que as sensações de depressão por parte dos cristãos hodiernos não encontram paralelos bíblicos antigos? Prove sua resposta.
4 “Não há jeito. Parece que tudo que faço sai errado. Sou um fracasso!” Palavras assim não são incomuns. Muitos expressam tais sentimentos. Até mesmo cristãos fiéis tornam-se por vezes vítimas da depressão. Não obstante, as Escrituras mostram que alguns dos servos fiéis de Jeová em priscas eras também nutriam tais sentimentos. Por exemplo, quando Esaú tomou como esposas a mulheres hititas, “elas foram um motivo de desgosto para Isaac e Rebeca”. E a infeliz Rebeca sentiu-se movida a dizer: “Estou desgostosa da vida por causa das filhas de Hete. Se Jacó tomar uma mulher entre as filhas de Hete, para que ainda viver?” (Gên. 26:34, 35; 27:46, CBC) Durante sua severa prova, Jó falou como um homem que achava que Deus o abandonara (Jó 29:2-5) Neemias, preocupado com o estado devastado de Jerusalém e seus muros, estava abatido ao comparecer perante o Rei Artaxerxes. (Nee. 2:1-3) Tão deprimido e angustiado ficou o apóstolo Pedro por causa de ter negado a Jesus Cristo que “chorou amargamente”. (Luc. 22:62) Disse o apóstolo Paulo a respeito de suas dificuldades e sentimentos: “Somos apertados de todos os modos, mas não comprimidos sem nos podermos mover; estamos perplexos, mas não inteiramente sem saber o que fazer; somos perseguidos, mas não ficamos cambaleando; somos derrubados, mas não destruídos.” (2 Cor. 4:8, 9) Evidentemente devido a que a depressão assediava alguns cristãos em Tessalônica, Paulo admoestou aos concrentes ali a ‘falar consoladoramente às almas deprimidas’. (1 Tes. 5:14) Assim, as sensações de depressão por parte dos cristãos hodiernos não deixam de ter seus paralelos antigos. Mas, o que se pode fazer para enfrentar a depressão?
5. Que conceito talvez seja melhor adotar ao se lidar com problemas? Ilustrem.
5 Às vezes a depressão surge porque a pessoa tem diversos problemas graves. A vida se torna desoladora porque os mesmos parecem aumentar seus grandes apuros. Mas, ao invés de considerá-los desta forma, por que não tentar lidar com eles individualmente, tanto quanto for possível? Fazer esforços apropriados de resolver um por vez é certamente melhor que ligar estes problemas na mente e sentir frustração. Por exemplo, certa mulher cristã talvez tenha consorte oposto à religião dela. Trata-se de um problema e ela talvez possa enfrentá-lo com êxito por aplicar a admoestação inspirada como a que se encontra em 1 Pedro 3:1-6. Entretanto, possivelmente os filhos dela se tenham comportado mal na escola. Este é outro problema. Talvez ela só precise relatá-lo ao marido, de modo que ele possa tomar medidas corretivas. Ou, é possível que seja necessário explicar aos filhos os requisitos de Deus, como o que é mencionado em Provérbios 6:16-19. Possivelmente tenha surgido alguma desavença entre esta senhora e outra cristã. Trata-se dum problema separado e os cristãos devem cuidar de tais assuntos da maneira delineada por Cristo. (Mat. 18:15-17) Assim, então, ao invés de se sentir deprimido por considerar diversos problemas um tanto não-relacionados como se formassem um grande dilema, cuide de tais questões em separado e de forma eficaz por aplicar na sua vida a Palavra de Deus.
6. Que relação com a depressão têm a atividade e o repouso?
6 Suficiente repouso e sono são também necessários. A pessoa talvez deixe de programar devidamente suas atividades. Talvez fique acordada até altas horas da noite, vendo televisão ou divertindo-se de alguma forma, verificando, entretanto, que os bons efeitos que esperava obter com isso são anulados pela depressão que não raro aflige quem está fatigado. Para evitar ou combater a depressão, são importantes a atividade equilibrada e o descanso adequado.
7. Se a pessoa se sente deprimida por não ter muitos bens materiais, que pontos bíblicos poderá considerar com proveito?
7 Alguns cristãos não possuem muitos bens materiais; não são materialmente ricos. Isto talvez dê origem ao descontentamento ou à depressão. Todavia, pense sobre Jesus Cristo. Ele disse certa vez: “As raposas têm covis e as aves do céu têm poleiros, mas o Filho do homem não tem onde deitar a cabeça.” (Luc. 9:58) Apesar disto, sentia-se feliz Jesus? Deveras se sentia, ao fazer a vontade de seu Pai celeste. (Heb. 10:5-9; Sal. 40:6-8) Não necessitou de muitos bens materiais para sentir-se contente. Declarou com franqueza: “Mantende os olhos abertos e guardai-vos de toda sorte de cobiça, porque mesmo quando alguém tem abundância sua vida não vem das coisas que possui.” Jesus provou isto por meio duma ilustração que mostrava que a pessoa não é preservada viva simplesmente por ter “muitas coisas boas acumuladas para muitos anos”. A vida depende de se ser rico para com Deus. (Luc. 12:13-21) Cristo aconselhou seus discípulos a não ficarem ansiosos quanto a coisas tais como alimento, e roupa, e indicou que Deus sabe que existem tais necessidades e certifica-se de que sejam supridas àqueles que ‘buscam continuamente o Seu reino’. — Luc. 12:22-31.
8. (a) Que exemplos temos em Jesus e seus apóstolos no que toca às riquezas materiais? (b) Por que este não é o tempo de se ficar deprimido devido à escassez ou à falta de coisas materiais?
8 Durante sua existência pré-humana no céu, Cristo usufruía coisas espirituais de muito maior valor do que qualquer coisa material. (João 1:1-3; Col. 1:15-17) Todavia, despojou-se de tudo para se tornar humano. (Fil. 2:5-8) Como homem perfeito na terra, Jesus passou sem as riquezas materiais e o esplendor mundano e, nele, os verdadeiros cristãos que talvez não sejam ricos têm exemplo superlativo de contentamento piedoso. Pedro e outros apóstolos deixaram muitas coisas materiais para seguir a Jesus, o próprio Pedro dizendo, certa vez: “Eis que abandonamos todas as coisas e te temos seguido.” (Mar. 10:28) Mas, não foram ricamente galardoados? Certa vez andaram com Jesus Cristo e o ouviram falar como homem na terra. Atualmente, usufruem maravilhosas bênçãos junto com ele no céu, tendo sido ressuscitados à vida espiritual no céu por sua fidelidade até à morte. (Rev. 2:10; 11:18; 1 Cor. 15:20-23, 50-52) Naturalmente, nem todos os cristãos têm esperança celeste. Mas, os cristãos com perspectivas terrestres compreendem que acham-se em reserva para os fiéis, bênçãos maravilhosas aqui na terra e que não demorará muito até que alcancem o cumprimento final das seguintes palavras: “Sobre este monte o Senhor [Jeová] dos exércitos preparará a todos os povos um banquete de seletos manjares, um festim de vinhos generosos, de manjares enxundiosos, de vinhos prelibados.” (Isa. 25:6, PIB) Agora mesmo Jeová supre rico passadio espiritual para aqueles que o amam e ele fornecerá coisas espirituais e materiais ainda mais abundantemente para aqueles que tiverem seu favor. A respeito dele, disse verazmente o salmista: “Abris a vossa mão e cumulais de favores todos os viventes.” (Sal. 145:16, PIB) Este não é o tempo de se sentir grande descontentamento ou de se ceder por completo à depressão devido à escassez ou à falta de coisas materiais. É tempo de se derivar conforto das promessas bíblicas de coisas grandiosas à frente e de se servir leal e alegremente a Jeová.
9. (a) Os cristãos deprimidos deveriam orar pedindo o quê? (b) O que disseram Jesus, Paulo e Pedro sobre a ansiedade?
9 Os cristãos afligidos de depressão por vários motivos farão bem em orar a Jeová, pedindo o Seu espírito santo e Sua ajuda em cultivar e demonstrar alegria, um fruto do espírito. (Luc. 11:13; Gál. 5:22, 23) Aconselhou Jesus: “Nunca estejais ansiosos quanto ao dia seguinte, pois o dia seguinte terá as suas próprias ansiedades. Basta a cada dia o seu próprio mal.” (Mat. 6:34) O apóstolo Paulo recomendou a oração, e não a preocupação apreensiva, ao escrever aos filipenses: “Não estejais ansiosos de coisa alguma, mas em tudo, por oração e súplica, junto com agradecimento, fazei conhecer as vossas petições a Deus; e a paz de Deus que excede todo pensamento, guardará os vossos corações e as vossas faculdades mentais por meio de Cristo Jesus.” (Fil. 4:6, 7) Similarmente, disse Pedro: “Humilhai-vos, portanto, sob a mão poderosa de Deus, para que ele vos enalteça no tempo devido; ao passo que lançais sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” (1 Ped. 5:6, 7) Sim, Jeová realmente cuida dos que confiam nele. Naturalmente, não é errado meditar sobre um problema e dar passos práticos e adequados para resolvê-lo, se possível. Mas, depois de fazermos o que pudermos quanto ao assunto, a preocupação não conseguirá nada mais e jamais poderá tomar o lugar da oração. Apropriadamente, Davi disse: “Recomenda a Jeová o teu caminho, e confia nele, e ele mesmo agirá.” — Sal. 37:5.
SUPORTANDO O PESAR
10. Que reação causou nos casos de Davi, Abraão e Jesus a morte de um ente querido ou de um amigo amado?
10 Quando o Rei Davi ouviu falar na morte de Absalão, ficou pesaroso, entregando-se ao pranto, e exclamou: “Meu filho Absalão! Meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera ter morrido em teu lugar! Absalão, meu filho, meu filho!” (2 Sam. 18:33) Centúrias antes, quando Abraão perdeu sua esposa amada, Sara, na morte, ele deplorou a sua perda e chorou por ela. (Gên. 23:2) Jesus Cristo também se sentiu grandemente pesaroso quando seu amigo Lázaro morreu, pois, antes de dirigir-se ao túmulo para ressuscitá-lo da morte, “Jesus pôs-se a chorar”. (João 11:35, CBC) Ao passo que há vários motivos de pesar, a morte de um parente ou amigo íntimo é certamente uma causa de grande, e às vezes, quase insuportável tristeza.
11. Que conforto podem tirar das Escrituras os cristãos quando morre uma prezada pessoa conhecida?
11 Quando a morte colhe uma prezada pessoa conhecida, é somente natural sentir tristeza. No entanto, como o apóstolo Paulo, os cristãos compreendem e confiam que haverá uma “ressurreição tanto de justos como de injustos”. (Atos 24:15) Por isso, não ficam “pesarosos como os demais que não têm esperança”. (1 Tes. 4:13) Ao passo que Jeová Deus determina quem se habilita à ressurreição, bilhões de humanos mortos serão ressuscitados, e as garantias bíblicas disso são confortadoras. Especialmente pode a pessoa derivar consolo da Bíblia quando o ente querido falecido foi cristão fiel. Se tal pessoa nutria a esperança duma ressurreição terrestre, por exemplo, relativamente em breve, durante o reinado milenar de Cristo, será despertada do sono da morte bem aqui na terra. (Rev. 20:11-13) Geralmente não sentimos tristeza prolongada quando um querido amigo faz uma longa viagem, pois esperamos vê-lo de novo ao regressar. Adotar um conceito um tanto similar quanto à morte de tal conhecido cristão fiel talvez ajude a diminuir o pesar.
12. (a) Quando é que se provam verazes as palavras de Eclesiastes 7:1? (b) Em que fará bem em centralizar suas idéias o cristão que perdeu alguém, e do que podem derivar consolo os órfãos e os enviuvados?
12 Salomão certa vez observou: “É preferível o bom nome a um ungüento perfumado, e o dia da morte, ao do nascimento.” (Ecl. 7:1, PIB) Isso é verdade se a pessoa tiver um bom nome perante Deus por ocasião da morte, criado em virtude de obras piedosas, pois, então, estará em linha para a ressurreição. Amiúde o pesar resultante da morte dum ente querido cristão é aumentado por se meditar em experiências passadas que se partilhou com o falecido. Quanto melhor, porém, será dar mais consideração às maravilhosas perspectivas para o futuro, conforme asseguradas pela Palavra de Deus. Com oração, o cristão que perde alguém deve voltar-se, em busca de ajuda, para Jeová, “o Deus de todo consolo”. (2 Cor. 1:3) Deve esforçar-se de centralizar seus pensamentos nas maravilhosas promessas que Jeová tem feito nas Escrituras, derivando conforto das mesmas. Há também consolo na garantia bíblica de que Jeová lidará ternamente com os órfãos e os enviuvados que o amam. Em cântico inspirado, exclamou Davi: “Cantai a Deus, entoai melodia ao seu nome; alçai um cântico Aquele que cavalga pelas planícies desérticas como Jah, que é seu nome; e jubilai-vos diante dele; um pai de meninos órfãos e um juiz de viúvas é Deus em sua santa morada. Deus faz que os solitários habitem numa casa; traz os prisioneiros à plena prosperidade.” — Sal. 68:4-8.
LIDANDO COM O TEMOR
13. Que efeito pode ter o temor sobre uma pessoa?
13 Atualmente o gênero humano encara muitos perigos, e o temor espreita a terra. Esta emoção altamente prejudicial pode, às vezes, ser sentida em certo grau até mesmo por pessoas dedicadas a Deus. A respeito do temor, tem-se dito: “Em muitas pessoas, a influência do temor é muito mais grave em seu efeito do que a pior forma da mais temível moléstia. Nas doenças epidêmicas, o terror que inspiram é com freqüência tão fatal quanto à infecção — paralisando o sistema, e privando o corpo da elasticidade natural de seu vigor nervoso, e a mente da animação da esperança, fazendo vítimas dos que, pela idade e pela força, tinham a melhor probabilidade de escapar. O temor é um veneno mental, e o mais potente de todos os antagonistas da saúde e da medicina; não raro se acha fatalmente ativo nos acontecimentos mórbidos que resultam nas várias formas de insanidade; e, assim como a fé tem curado mais doenças do que os médicos já chegaram a prescrever, assim também o temor é mais destrutivo do que a pior moléstia física.” — The Encyclopedia Americana, Edição de 1956, Volume XI, página 74.
14. Do que podem derivar conforto as pessoas que têm fé em Jeová, apesar das condições atemorizantes em toda a terra?
14 Obviamente, há boa razão de evitar ou vencer tal temor. As pessoas que têm fé em Jeová podem encarar sem apreensão o futuro, pois, apesar das condições agravantes e atemorizantes em toda a terra, podem derivar conforto das palavras de Jesus Cristo. Depois de revelar que acontecimentos atemorizantes qualificariam estes “últimos dias”, disse: “Mas, quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos [em posição ereta] e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando.” (Luc. 21:25-28) Também, Pedro forneceu admoestações inspiradas para se evitar os temores mundanos, afirmando: “Não temais o que eles temem, nem fiqueis agitados.” — 1 Ped. 3:14.
15. Ao invés de permitir que a mente se fixe em assuntos que causam temor, o que deve fazer a pessoa?
15 Se a pessoa permitir que sua mente se fixe em assuntos que causam temor, não é provável que faça muito progresso no sentido de vencer tal emoção. Assim, devem ser feitos esforços de substituir tais pensamentos por aqueles que produzem outros sentimentos. Encher a mente com coisas espiritualmente saudáveis é sempre sábio e proveitoso. Escreveu o apóstolo Paulo: “Por fim, irmãos, todas as coisas que são verdadeiras, todas as [coisas] que são de séria preocupação, todas as [coisas] que são justas, todas as [coisas] que são castas, todas as [coisas] que são amáveis, todas as coisas de que se fala bem, toda virtude que há e toda coisa louvável que há, continuai a considerar tais coisas.” — Fil. 4:8.
16. (a) Que temor recomenda a Bíblia? (b) Como se beneficiam os que têm tal temor?
16 Todavia, há um temor que as Escrituras recomendam. Não se trata de temor mórbido, mas do temor apropriado e proveitoso de desagradar a Jeová. Assim, as palavras finais do livro de Eclesiastes nos dizem: “A conclusão do assunto, tudo tendo sido ouvido, é: Teme o verdadeiro Deus e guarda seus mandamentos. Pois esta é toda a obrigação do homem. Pois o verdadeiro Deus mesmo levará toda sorte de obra a juízo, em relação com toda coisa escondida, quanto a se é boa ou se é má.” (Ecl. 12:13, 14) Jeová sempre tem apoiado aqueles que têm o temor apropriado a Ele. O patriarca Abraão era um de tais homens, e a respeito dele, declara Gênesis 15:1 (CBC): “Depois destes acontecimentos, a palavra de Deus [Jeová] foi dirigida a Abrão, numa visão, nesses termos: ‘Nada temas, Abrão! Eu sou o teu protetor; tua recompensa será muito grande.’” Disse Davi: “Muito embora eu ande no vale da sombra profunda, nada de mal temo, pois tu estás comigo, tua vara e teu cajado são as coisas que me confortam.” (Sal. 23:4) Os que temem a Jeová poderão perseverar embora acontecimentos atemorizantes os cerquem e podem compartilhar os sentimentos do Salmo 46:1-3 (Al): “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.”
17. Por que não se deve temer ao homem ou aos demônios?
17 Algumas pessoas temem ao homem, mas Jesus disse: “E não fiqueis temerosos dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma; antes, temei aquele que pode destruir na Geena tanto a alma como o corpo.” (Mat. 10:28) No máximo, o homem só pode tirar a presente vida de alguém. No entanto, Deus pode destruir na Geena uma pessoa, de lá não havendo ressurreição e, assim, nenhuma vida futura como alma humana. Até os demônios não podem impedir a ressurreição duma pessoa. De maneira que os cristãos não devem temê-los. Ademais, tais criaturas espirituais perversas não podem controlar o servo de Deus enquanto tirar pleno proveito das provisões espirituais de Jeová por estudar a Bíblia e as publicações cristãs, assistir às reuniões cristãs, orar a Deus e participar fielmente no ministério cristão. A pessoa que faz tais coisas fica equipada com a protetora armadura espiritual da parte de Deus. (Efé. 6:11-18) No entanto, caso o cristão se torne assediado de temores, deve orar a Jeová pedindo ajuda, como fez Davi, que disse: “Inquiri a Jeová, e ele me respondeu, e de todos os meus sustos me livrou.” — Sal. 34:4.
18. Se a pessoa sentir depressão, pesar ou temor, que atividade a pode ajudar?
18 Se às vezes sente depressão, pesar ou temor em certo grau, poderá então notar que é altamente proveitoso incrementar seus esforços de ajudar a outros, como, por exemplo, por meio de incrementada atividade ministerial. Isto provavelmente tirará sua mente de assuntos de grande preocupação pessoal. Jeová nos conforta de modo que “possamos consolar os que estiverem em qualquer sorte de tribulação, por intermédio do consolo com que nós mesmos estamos sendo consolados por Deus”. (2 Cor. 1:4) Ajudar a outros é, em si mesmo, uma obra recompensadora. — Atos 20:35.
19. (a) Que fator significativo tem sem dúvida ajudado a sustentar os servos de Deus sob as circunstâncias mais provadoras? (b) O que com certeza removerá emoções altamente prejudiciais para os membros do corpo espiritual de Cristo e para a “grande multidão”?
19 Lembre-se, também, de que as atuais provas e tribulações são de curta duração, especialmente tendo-se em vista que vivemos agora nos próprios umbrais da prometida nova ordem de Jeová. (2 Cor. 4:16-18; 2 Ped. 3:11-13) Um fator significativo que sem dúvida ajudou a sustentar os servos de Deus sob as circunstâncias mais provadoras, como ao sofrerem brutal perseguição ou encarceramento, é ter presente a maravilhosa esperança adiante. Admoestou Paulo: “Alegrai-vos na esperança mais adiante.” (Rom. 12:12) “Pela alegria que se lhe apresentou, ele [Cristo] aturou uma estaca de tortura, desprezando a vergonha.” Seguir seu exemplo habilitará os cristãos a evitar cansar-se e desfalecer em suas almas. (Heb. 12:2, 3) Jeová ajuda os fiéis no tempo de angústia ou dificuldades, como mostra o Salmo 37:39, 40, ao declarar: “A salvação dos justos provém de Jeová; ele é a sua fortaleza no tempo de angústia. E Jeová os ajudará e lhes fornecerá o escape. Ele lhes fornecerá o escape das pessoas iníquas e os salvará porque nele se têm refugiado.” Os que pertencem ao corpo espiritual de Cristo que morrem em fidelidade obtêm uma ressurreição à vida celeste e isto já acabou com as emoções humanas imperfeitas que uma vez possuíam e que lhes causaram muita angústia. Para a “grande multidão” de cristãos fiéis que têm esperanças terrestres atualmente há a perspectiva da eventual perfeição humana, que certamente não será acompanhada de emoções altamente prejudiciais. — Rev. 7:9, 10.
20. Como poderá obter conforto para si mesmo?
20 Lembre-se sempre das decisões judiciais de Jeová e obtenha conforto para si mesmo. (Sal. 119:52) Derive consolo e ajuda das Escrituras. Permita que o animem, semelhante à música bela e calmante. Assegure-se de que se ache regularmente entre aqueles que, por toda a terra, mantêm a felicidade por cantarem louvores a Jeová. “Louvai a Jah pois é bom entoar melodia ao nosso Deus; pois é agradável — o louvor é apropriado.” — Sal. 147:1.